Revista
Caleidoscóopio
Nº 68
COLÉGIO SANTA MARIA
Matemática
trabalhada de forma
ampla e moderna
Futebol inspira
atividades pedagógicas
Tecnologia
para todos
Ensino Médio
relembra Golpe de 1964
Evento proporciona capacitação para pais, alunos e funcionários
eu que fiz
expediente
Homenagem especial – Alunos da Educação Infantil
e do Fundamental I e II capricharam na elaboração
dos presentes entregues no Dia das Mães
Instituto das Irmãs da Santa Cruz
COLÉGIO SANTA MARIA
Av. Sargento Geraldo Santana, 890/901
Jardim Marajoara – São Paulo/SP
(11) 2198-0600
[email protected]
www.colsantamaria.com.br
CONSELHO EDITORIAL
Irmã Diane Clay Cundiff
Irmã Anne V. Horner Hoe
Adriana Tiziani
Maria Cristina Forti
Maria Soledad Más Gandini
Paula Bacchi
Rosa Luiza Lucio
Silvio Soares Moreira Freire
Tiyomi Misawa
Editora
Suze Smaniotto
Diretor de arte
Marcelo Paton
Revisão
Rita de Cássia Cereser Sogi
COLABORADORES
Aurea Cutis Mello, Bernardo Fonseca, Bernardo Machado,
Caroline Mieko Moreira, Cristiane Paulon, Edith Sonagere
Nakao, Ednilson Oliveira, Fátima Regina Perazzoli,
Gilberto Carvalho Soares, Glauce Regina Coral Salomão,
Inês Angelini Namour, José Ricardo Rik do Val,
Karina Rodrigues, Katya Jurdy Martins Bayer, Lara Polazzo,
Luciana Casilli, Luciana Proença, Maurício Rodrigues, Mayra
Lourenço, Marcelly Dalessio, Martins Bayer, Muriel Vieira
Rubens Alves, Patrícia Kraft, Robson Veríssimo, Rosana
Mendes Pereira, Rosilene Moutinho Arriola, Silvia Sonagere,
Sonia Brandão, Sueli A. Gonçalves Gomes, Valéria Conte,
Wallace Marante
Impressão
Gráfica Altamisa
Tiragem
6 mil exemplares
A Revista Caleidoscópio é uma publicação do
Colégio Santa Maria. Não é permitida a publicação de seus
textos sem a devida autorização.
02
sumário
02
carta
MOSAICO E EXPEDIENTE
04
COTIDIANO
08
É BOM SABER
09
ALÉM DOS MUROS
10
NA REDE
12
DEIXA COMIGO
14
MAIS SABER
17
BASTIDORES
18
PRISMA
19
INTERAÇÃO
20
DEPOIS DO SANTA
21
SANTA DO BEM
22
REFLEXÃO
Irmã Diane Clay Cundiff
Diretora geral do
Colégio Santa Maria
Além da caverna
R
ecentemente, vi uma charge sobre Platão,
famoso por questionar o que é realidade e
como as pessoas identificam o que é real.
A ilustração mostrava um grupo dentro de
uma caverna dizendo que suas sombras eram a realidade. Hoje em dia, muitos assistem à TV e acreditam
que os atores fazem parte da família, assim como os
jovens acabam encarando como verdadeiros os personagens dos games.
O papel da escola é mostrar o que é real, fora
da caverna, ampliar a visão dos conteúdos que se lê
em primeiro plano, ver o que está além das primeiras impressões. Para isso é importante estender a experiência do aluno, como acontece quando ele vai a
uma creche e identifica uma realidade maior do que a
dele; como quando nossos professores ministram ou
participam de cursos no Prisma, e acabam conhecendo a experiência de outros professores. Na troca de
papéis entre alunos e funcionários, descobre-se uma
realidade mais completa daquilo que está dentro da
escola, o que é muito enriquecedor, pois muito do que
acontece no Colégio não aparece, a maioria não sabe
como as coisas são organizadas, sequer nota a presença de funções “invisíveis”. A escola ajuda a enxergar o
que é invisível e, consequentemente, dar consciência
de sua existência e de sua relevância. Muitas vezes,
aquilo que o aluno aprende é a aparência, mas o que
estamos ensinando apresenta um contexto. Com esse
exercício constante, ele acaba sentindo necessidade
de expandir o conhecimento dado em primeiro plano.
Nesta edição, em quase todos os artigos, há experiências de desmascararmos as sombras para que
não se vejam apenas as aparências, mas para que o
olhar seja ampliado ao todo, nas relações pessoais,
na natureza e no próprio aprendizado dentro de um
contexto que desafia e problematiza. Que você também veja além da caverna enquanto estiver lendo a
Caleidoscópio!
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03
cotidiano
Caleidoscópio
nº 68
Preparação para a Missa de Ramos
Um momento tão importante quanto a
celebração da Páscoa exigiu atividades à sua
altura. O 2º ano do Fundamental I deu início
às festividades meditando sobre o tema “Liberdade e Vida em Nosso Caminho”, que encontra
sentido na Campanha da Fraternidade. Todos
foram convidados a abrir o coração e olhar
com amor para as outras pessoas. A reflexão
sobre o Evangelho de Mateus 21,1-11 levou os
alunos a compreenderem o exemplo de Jesus
junto à multidão, em Jerusalém, onde todos o
aclamavam dizendo “Hosana ao Filho de Davi”.
A bênção dos ramos realizada pelo Padre Pedro
teve o significado de partilhar o sentido da vida
entre os familiares, deixando os ramos expostos
em seus lares. “Explicamos aos alunos que a Missa de Ramos antecede a Missa de Páscoa, que
seria o momento de reflexão e mudança para
a Ressurreição - Vida Nova, e solicitamos que
cada um registrasse a sua proposta de mudança
para uma ação mais fraterna em suas atitudes
e relações”, explica a professora da série, Luciana Casilli. Durante os ensaios dos cantos para a
missa, os alunos ainda aprenderam o sentido da
letra das músicas, os momentos e rituais de uma
missa. A celebração contou com a participação
significativa de alunos e de familiares.
Presente sublime
Neste bimestre, o prédio Menino Jesus recebeu a imagem
de Nossa Senhora de Lourdes, acompanhada de Bernadete, a
jovem de 14 anos que teve a graça de sua aparição. Antes de
participarem da celebração de acolhida, as crianças do Jardim
I ao 2º ano conheceram a história da santa. Durante a celebração, os alunos cantaram “Mãezinha do Céu” e levaram flores
para enfeitar a gruta. Foi um momento de amor, de paz, união
e fé. Agora, sempre que visitam a gruta, todos contemplam a
imagem e mandam beijos para Ela, chamada pelas crianças
de “Mãezinha do Céu”. Veja mais detalhes sobre a história de
Nossa Senhores de Lourdes na edição digital da Caleidoscópio, no site do Santa Maria.
04
Na reta final da
Olimpíada de Química
A Olimpíada de Química do Estado
de São Paulo (OQSP) é realizada anualmente de setembro a junho pela Associação Brasileira de Química e tem como
público-alvo os cerca de dois milhões de
estudantes do Ensino Médio de escolas
paulistas. Com alegria, uma vez mais o
Santa Maria está na final representado
pelo aluno Guilherme A. Gusmão de
Souza da 2ª Série do Ensino Médio, selecionado com a redação sobre o tema
“Laboratórios Químicos Espaciais: Como
funcionam e para que servem?”. A prova estava prevista para 7 de junho, no
Instituto de Química da USP, durante o
fechamento desta edição.
XVII Olimpíada Brasileira de
Astronomia e Astronáutica
A OBA é uma realização da Sociedade Astronômica Brasileira que tem por
objetivo fomentar o interesse dos jovens pela Astronomia e Astronáutica. No
Ensino Médio, a participação na prova representa um desafio adicional, pois a
complexidade dos conteúdos solicitados exige um treinamento especial. Por
isso, 25 alunos do Ensino Médio interessados em participar do evento vêm tendo aulas regulares de Astronomia a Astrofísica às sextas-feiras à tarde desde o
início do ano letivo para se prepararem adequadamente. Esta será a primeira
vez que alunos do Ensino Médio participarão da Mostra Brasileira de Foguetes,
que consiste na construção de uma plataforma de lançamento, montagem e
lançamento de foguetes seguindo critérios determinados. As duas provas valem medalhas. “Esperamos com interesse os resultados”, afirma o professor de
Astrofísica, Ednilson Oliveira.
Campanha da
Fraternidade
Diante do tema da Campanha da Fraternidade deste ano, “Fraternidade e Tráfico Humano”, o 3º ano do Fundamental I vai
estudar a vertente do tráfico de animais, a
fim de contemplar as questões relacionadas
ao lema “É para a liberdade que Cristo nos
libertou” (Gl 5,1). O principal objetivo das
atividades realizadas é o de identificar as
práticas de tráfico em suas várias formas e
denunciá-las como violação da dignidade,
dos direitos e da liberdade, mobilizando e
conscientizando os alunos e seus familiares
contra esse crime. “As atividades procuram
enfatizar a ideia de que só há o aliciador por
haver o receptador, explorando também assim as relações de consumo envolvidas nas
situações de tráfico de animais”, esclarece
a professora Glauce Regina Coral Salomão.
Depois de estudar o assunto, os alunos realizarão, junto às outras séries, uma campanha
contra o tráfico de animais, por meio de um
mural com assuntos relacionados ao tema,
visando principalmente à conscientização
da não aquisição desses animais.
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05
cotidiano
Caleidoscópio
nº 68
Eleições 2014
Palestra do sociólogo
Felipe Magalhães
As eleições deste ano serão trabalhadas de diversas formas no Santa Maria. No
Fundamental II, além da coletânea de textos formulada pela equipe de Humanidades
e da já tradicional simulação de eleições, o circuito de palestras está a pleno vapor.
“Os eventos contam com a participação de representantes de ONGs, ex-candidatos,
representantes do TRE, sociólogos e professores universitários”, explica Robson Veríssimo, professor de Geografia. No dia 21 de maio, os alunos do 8º e 9º ano receberam
Caio Martins, integrante do Movimento Passe Livre, que esclareceu a origem das manifestações que tomaram as ruas em 2013 e compartilhou suas experiências. Poucos
dias depois, foi a vez do 6º e 7º ano receberem Felipe Magalhães, sociólogo, professor,
diretor de projetos da prefeitura de Santo André e ex-candidato a vereador na região
do Grande ABC, que falou sobre o funcionamento do sistema eleitoral brasileiro e os
bastidores da administração pública. No Ensino Médio, o debate também está bastante presente. Desde as primeiras aulas de 2014, a equipe incentiva os alunos a obterem
o título de eleitor. “Nosso objetivo é fomentar o interesse dos jovens para que participem ativamente das práticas democráticas”, esclarece o professor de Sociologia,
Bernardo Machado. Para reforçar, a 2ª série terá aulas sobre a história dos partidos
políticos no país e a 3ª série prepara uma mesa de discussão sobre educação com
alguns candidatos a deputado federal para o segundo semestre.
Homenagem
às mães
Muitas são as aprendizagens que as crianças têm com suas
mães e chegou o momento de agradecer por tantas bênçãos recebidas. Na missa realizada no dia 10 de maio, tendo como celebrante
Padre Pedro, as crianças do Pré cantaram, dramatizaram a história
de Moisés e recitaram como forma de agradecer pelos cuidados e
pelas aprendizagens que têm com as mães. O Coral da APM abrilhantou o momento com músicas e gestos especiais. Ao término,
as mães ainda foram presenteadas. Já as crianças do Jardim I e do
Jardim II retribuíram os cuidados e o amor das mamães com uma
homenagem envolvendo recadinhos do coração, adivinhações,
dramatizações de histórias, músicas, oficina e caminhadas pelas
áreas verdes do Colégio. Também receberam presentes, transmitindo toda a emoção que momentos como esses proporcionam.
É falando que a gente se entende
Para desenvolver a habilidade oral de
seus alunos, importante recurso de comunicação, desde o Fundamental I, o Santa Maria
promove apresentações e seminários para
trabalhar questões como capacidade de se
fazer entender, objetividade, clareza e controle das emoções diante da classe, respeito
06
ao colega que está perante a sala e capacidade de ouvir com atenção. Os trabalhos
envolvem o preparo da apresentação feita
por um grupo e o empenho do aluno em
passar adiante o conhecimento adquirido.
No 5º ano, por exemplo, já foram apresentados trabalhos orais referentes aos livros
paradidáticos, a questões de Astronomia,
além de temas relacionados a conteúdos de
Ciências, como o meio ambiente. Até mesmo
os alunos mais tímidos, diante dessa forma
de trabalho, são levados a acreditar no seu
potencial de desenvolver essa habilidade tão
importante no mundo moderno.
A excelência nos
Vestibulares 2014
A excelência de um colégio é resultado de seu projeto político-pedagógico, da ousadia dos planos de ensino e da elaboração dos
conteúdos curriculares, que asseguram a instrução e apreensão de conhecimentos, com uma preocupação central na qualidade do ensino-aprendizagem. A qualidade deste trabalho educacional desenvolvido
no Santa Maria se manifesta em diferentes momentos e de diversas formas. As conquistas dos alunos nos vestibulares 2014 representam um
destes momentos e os resultados, uma de suas formas. Ao analisar os
ALUNOS 2013 NOS VESTIBULARES 2014
TOTAL DE ALUNOS 3ª série
123
ALUNOS CANDIDATOS
117
ALUNOS APROVADOS
75
64%
VAGAS CONQUISTADAS
120
1,6 vagas por aluno
INST.PÚBLICAS
35
30%
INST.PARTICULARES
85
70%
100%
resultados obtidos (vide tabela acima), é possível observar que os alunos conquistaram 120 vagas em importantes universidades brasileiras.
Além do evidente sucesso qualitativo, ocorreu um crescimento significativo (20%) no número de vagas conquistadas nas universidades particulares, que em 2013 foram 71 e agora se ampliaram para 85.
Movimentos e
aprendizagens
Ao movimentar-se, a criança expressa sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. No Pré, o trabalho com
a linguagem do movimento é intensificado, permitindo que
atue sobre o meio físico e social. Para contemplar o tema, foram
realizadas em abril as Oficinas de Aprendizagens Motoras. Por
meio de vídeos, músicas, danças e exercícios dirigidos como os
de alinhavo, enfiação de contas, pinçar pequenas pedras, recorte e colagem, as crianças encararam momentos desafiadores, exercitando habilidades motoras amplas e finas de grande
importância para a série em que se encontram.
Olimpíada de História
Seis equipes de três alunos do Ensino Médio representam o Santa Maria na 6ª edição da
Olimpíada em História do Brasil, organizada pela UNICAMP. A prova é dividida em seis etapas,
das quais cinco são realizadas on line. Cada fase é composta por dez questões de múltipla
escolha e um desafio, com exceção da última, que conterá desafios diversos e será realizada
em Campinas. Diferente de outras olimpíadas, nesta o objetivo não é simplesmente testar os
conhecimentos em História, mas promover a reflexão, a autonomia e a pesquisa. Em cada
etapa os organizadores indicam um texto de apoio para os alunos estudarem e debaterem
entre si, já que possuem uma semana para completar cada etapa on line. “Esse formato está
plenamente alinhado com a proposta pedagógica do Ensino Médio do Santa Maria, que trabalha com o desenvolvimento de habilidades e competências, partindo da análise de textos,
imagens e mapas, visando o desenvolvimento da autonomia e capacidade crítica”, pondera a
professora da disciplina, Mayra Lourenço. A última etapa da Olimpíada será em agosto.
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07
é bom saber
Caleidoscópio
nº 68
É preciso uma aldeia inteira para
educar uma criança
C
“Amar um filho é
ajudá-lo a encontrar a
autoestima necessária
para que ele nos deixe,
assim que se sinta pronto
para isso.” RUFO, MARCEL.
Me larga: Separar-se para
Crescer, Editora Martins
Fontes, 2007.
08
omo posso potencializar a aprendizagem dos filhos?
Como atuar, mesmo não sendo professor (a), de forma a estimular o raciocínio, a desenvoltura, segurança
e autoconfiança para que as crianças passem a realizar
suas tarefas com competência, segurança e autonomia?
Estas perguntas estão entre as principais inquietações e questões
transmitidas pelos pais, tanto nos atendimentos individuais quanto
nas reuniões pedagógicas, por isso foram priorizadas nesta seção,
que objetiva esclarecer as dúvidas mais frequentes das famílias. As
respostas, compiladas por Sueli A. Gonçalves Gomes, orientadora do
1º ano, e Tiyomi Misawa, orientadora do 2º ano, ambas do Fundamental I, são um extrato da Reunião Educacional ocorrida em abril,
com a participação da psicopedagoga e psicóloga Elisa Maria Pitombo e a presença de 400 pessoas que lotaram o Auditório. O título acima, extraído de um ditado popular africano, foi o tema do encontro.
Os fatores mais determinantes no desenvolvimento infantil
são aqueles relacionados ao abandono de estimulação ou à superproteção por parte dos familiares. Ambos interferem negativamente.
Identificar o que os filhos já dominam, o que já fazem com autonomia e propor desafios com outros níveis de complexidade estimula a curiosidade, o raciocínio e impulsiona o desejo de saber mais.
Demonstrar a importância que se dá à escolaridade do filho,
ouvindo suas aprendizagens e dificuldades é um grande apoio à
aprendizagem.
Alguns procedimentos, que não exigem conhecimentos pedagógicos e podem ajudar a rotina diária de estudos:
a) Recordar a tarefa ou a situação em que a criança aprendeu alguma habilidade.
b) Buscar a transferência das aprendizagens para outras situações
análogas, por exemplo: ”Agora que já aprendeu a ler, que tal ler em
voz alta para nós a capa deste jornal?”.
c) Solicitar que demonstre como resolveu a situação desafiadora
da lição.
d) Elaborar em conjunto soluções para as tarefas, questionando,
desafiando o raciocínio.
e) Promover condições para que a criança possa caminhar com
autonomia.
Envie sua pergunta para o e-mail
[email protected]
além dos muros
Caleidoscópio
nº 68
Contato enriquecedor
Descobertas na Fundação Dorina Nowill
Visita à Trilha-Escola Especial
Já dizia o teólogo Leonardo Boff: “O amor
se orienta sempre pelo outro. Significa uma
aventura abraâmica, a de deixar a sua própria realidade e ir ao encontro do diferente
e estabelecer uma relação de aliança, de
amizade e de amor com ele.” É este amor e
seu imenso potencial de transformação que
mobiliza e inspira o 6º ano em seu projeto
“Pessoas com Necessidades Especiais/ou
Deficiências à luz do Amor e dos Direitos
Humanos”, pelo qual os alunos têm uma
manhã de convivência com aprendizes das
seguintes escolas/ instituições: DERDIC, Fundação Dorina Nowill, APAE, ADEFAV e Trilha-Escola Especial. “O encontro proporciona o
conhecimento deste universo educacional,
favorece a comunicação e a interação entre
diferentes realidades e possibilita que se
vivenciem ações fraternas concretamente”,
resume a professora de Ensino Religioso,
Aurea Cutis Mello.
Os alunos voltaram das visitas enrique-
cidos. Luiza Lopes do 6º G, que esteve
na Fundação Dorina Nowill, considerou
a oportunidade muito significativa: “Lá
aprendi o que podemos fazer junto a
quem tem a deficiência visual, como uma
dificuldade a ser enfrentada.” Desta mesma
sala, Rafael Morikawa voltou do encontro
afirmando que “todos são iguais e com os
mesmos direitos. Além disso, aprendi todo
o processo de como é feito o livro em braile
e o áudio-livro.”
X Fórum FAAP: experiência
e aprendizagem
Os alunos do Santa Maria participaram do X Fórum FAAP entre os meses de abril e maio. Mais
uma vez envolveram-se de forma brilhante nessa experiência acadêmica, que simula organismos
internacionais, e mergulharam em discussões com estudantes de diferentes escolas sobre assuntos atuais e de grande relevância. Durante quatro dias, demonstraram empenho e comprometimento com os estudos, sendo reconhecidos por suas habilidades acadêmicas, além de serem
propositivos e amistosos. “Acreditamos que essa vivência possibilite aos educandos ampliar seus
horizontes e conhecimentos”, relata a professora de História, Valéria Conte. Os prêmios e menções
honrosas recebidos pelos alunos só reforçaram o trabalho e dedicação de todos os envolvidos.
No ano que vem tem mais!
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09
na rede
Caleidoscópio
nº 68
III Semana Interna
de Tecnologia
Realizado em maio, a cada ano o evento torna-se mais
relevante porque, embora a tecnologia faça parte do
dia a dia do Santa Maria, oferece oportunidades de
repensar e ampliar o uso de diversas ferramentas
10
F
uncionários e professores que passaram pelas oficinas promovidas
pelo NETi – Núcleo de Educação
e Tecnologia da Informação - durante a III Semana Interna de Tecnologia puderam adquirir conhecimentos que farão
diferença em suas rotinas de trabalho administrativas e pedagógicas. É o que pensa Rosemary Soluche, encarregada da Secretaria:
“Certamente as oficinas agregaram conhecimentos para todos nós. Gostei muito da
Edição de Vídeo e Criação Gráfica”.
Para os alunos, foram montadas atividades e
vivências com recursos que vão além daqueles
usados nas aulas em Laboratório. Nesta terceira
edição, uma novidade empolgou as crianças do
Pré ao 5º ano: atividades com projeção em três
dimensões. E o aprendizado foi grande, como
ilustra a professora Cláudia Sande: “O 4º ano A
assistiu a filmes em 3D sobre as fases da Lua e
os movimentos do Planeta Terra, conteúdos
que já vinham sendo estudados nas aulas de
Ciências Naturais. No mesmo dia da apresentação dos filmes, tínhamos uma avaliação, que já
estava agendada, e o grupo comentou que os
filmes ajudaram muito na realização da prova.
Tive certeza disso ao ler os conceitos apresentados pelos alunos na avaliação”.
O Laboratório Móvel foi implantado desde
2013 para o Fundamental II e o Ensino Médio
o Uso da
tecnologia no
Santa Maria
é orientado
por objetivos
pedagógicos
e, neste ano, teve início um projeto com o uso
de tablets para Educação Infantil e Fundamental I. “Já temos boas experiências de uso,
mas a Semana de Tecnologia ofereceu muitas oportunidades para que os professores
tivessem um contato ainda maior com a ferramenta”, afirma Muriel Vieira Rubens Alves,
coordenador do NETi. O evento proporcionou momentos de capacitação básica, mas
também oficinas com discussão de propostas
avançadas, sempre pensando em um melhor
proveito pedagógico da tecnologia, de forma
a favorecer a aprendizagem.
grupo foi oferecida uma oficina sobre o controle de orçamento pessoal no Excel. “As planilhas ajudarão muito. A aula foi ótima. Com as
dicas, visualizei a utilização do Excel para outros
controles”, relata Renata Ferrari, mãe de aluno.
Muitas outras coisas boas aconteceram durante
a III Semana Interna de Tecnologia, como a participação dos alunos do Supletivo. Os resultados serão duradouros, já que as propostas não
ficam presas aos cinco dias do evento. “Dele já
têm nascido projetos que se estenderão por
todo o ano”, revela Muriel.
Amplo alcance
A Semana de Tecnologia marcou também
um importante passo no projeto Internet Responsável, uma iniciativa junto à equipe do 6º
ano que visa à conscientização dos alunos sobre como portar-se nos ambientes virtuais. Os
participantes desta oficina saíram muito envolvidos com a ideia de atuarem como agentes entre seus colegas, criando campanhas e
materiais que auxiliem no combate a práticas
como o cyberbullying. “Participando deste
grupo aprendo a ajudar pessoas que estão
tendo problemas ou causando problemas na
Internet. Aprendi que, quanto mais responsável você for, menos problemas vai ter”, afirma
Isabela Carvalho, aluna do 6º C.
As oficinas tecnológicas também trouxeram
muitos alunos aos laboratórios de informática.
Criação de gifs, modelagem 3D, robótica com
sucata e mixagem de áudio foram técnicas
apresentadas para instrumentalizar ainda mais
os adolescentes. Os pais, mães e até avós de
alunos também aproveitaram o evento. A este
Atividades do evento também foram
destinadas a pais, professores e funcionários
Filmes em 3D foram uma das atrações
da III Semana Interna de Tecnologia
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11
deixa comigo
Caleidoscópio
nº 68
1964
Lembrar, para quê?
S
exta-feira, 4 de abril, foi um dia interessante. Surge no pátio interno do Ensino Médio uma grande
faixa onde se lê o lema “Lembrar
é resistir”, que é, antes de nosso, o lema do
Museu da Resistência em São Paulo, que
tem sede no prédio vizinho da estação Júlio Prestes e da nobre Sala São Paulo e que,
durante as duas ditaduras que marcaram
nossa infante república, foi endereço do
temido Departamento de Ordem Política e
Social (DOPS). Ao lado do DOI-CODI, OBAN,
CISA e CENIMAR, cuidavam de colher informações, perseguir, prender, torturar e, se
necessário, eliminar os “inimigos da Revolução de 1964”, os “inimigos do Brasil”.
Hoje este museu – que os alunos da 3ª série
12
visitaram em maio em seu Estudo do Meio –
trata de resgatar a memória daqueles tempos.
Em especial, mantém alerta o questionamento: mas, afinal, que revolução foi essa? Quem
eram os nossos inimigos? Para tentar cercar
essas perguntas, nos reunimos - alunos de todas as séries do Ensino Médio (é sempre bom
vê-los juntos) e professores da área de Ciências Humanas - na tarde do dia 4 de abril no
Auditório.
Localizamos o contexto que antecedeu o
golpe civil-militar de 31 de março de 1964 (e
não Revolução, como se apropriaram alguns
do novo regime) e procuramos entender como
os militares foram engendrando alianças com
setores de nossa sociedade, com representantes do governo dos Estados Unidos, do capital
internacional e com a grande mídia em vários
episódios (antes de 1964, pelo menos em mais
três momentos: nos bastidores que levaram à
morte do Presidente Vargas em 1954, na trama que tentou impedir a posse de Juscelino
Kubistchek em 1955 e de João Goulart, com a
renúncia de Jânio Quadros em 1961).
Preparado esse terreno, assistimos ao documentário “O dia que durou 21 anos” (2013), que
recolhe imagens, depoimentos e documentos
que atestam o grau de envolvimento dos EUA
na preparação do golpe e na consolidação do
regime de força no Brasil. A professora Valéria
Conte trouxe-nos alguns exemplos de textos
que foram usados para desvendar o discurso
oficial que preparou o golpe de 64. Trazendo a
fala de instituições como o IPES e IBAD, cartilhas
Projeto do
Ensino Médio
revisita os
acontecimentos
que marcaram
1964 por meio de
várias atividades
da Igreja e correspondências oficiais, fizemos
um exercício de leitura e interpretação que comprovou a manipulação dos fatos, a construção
de um clima de medo impregnado de anticomunismo, a dicotomia bem X mal que colocou
o Presidente Jango como inimigo número um
da soberania nacional. Lembrete: a intervenção
norte-americana nos rumos de nossa história
não era ameaça à nossa independência?
Para amarrar a discussão, a professora Mayra
Lourenço fez um painel da produção cultural
no mesmo período, privilegiando o teatro e a
música. Assim, foi possível entender como o
Teatro de Arena, o Oficina e o Opinião serviram
de espaço de luta social e, mais tarde, de resistência à ditadura civil-militar, e como músicos
do porte de Chico Buarque, Edu Lobo e Geral-
do Vandré puderam falar direta ou subliminarmente a um grande número de brasileiros,
sobretudo com os festivais da década de 60.
Preparamos ainda um espaço de convivência na entrada do Auditório com livros, revistas, jornais, DVDs sobre o tema, que puderam
ser usados para consulta e que ficaram à disposição dos alunos durante dez dias. A nossa
faixa migrou da entrada do Auditório para a
Biblioteca. Soubemos que muitos alunos do
Fundamental, pais e funcionários vieram perguntar do que se tratava. Que bom! Atingimos
nosso objetivo: mais gente pode lembrar.
Tive a impressão de que ficamos com um
gosto de “queremos mais”. Mais encontros, discussões, documentários, reuniões com alunos
de todas as séries, professores e direção. Pensamos, então, e aproveitando este espaço, em
convidar a todos, desde já, para um segundo
momento. Será no final de agosto, e vamos discutir as campanhas pela Lei de Anistia e pelas
“Diretas Já”. Estamos combinados!
Sonia Brandão, professora de História do
Ensino Médio
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13
mais saber
Caleidoscópio
nº 68
Matemática na vida e o
desenvolvimento do pensar
Desde o nascimento, as crianças estão imersas em um universo no qual os
conhecimentos matemáticos estão presentes. Na escola, consolidam os
aprendizados construídos em outros ambientes e, nas diferentes etapas,
precisam desenvolver o pensamento numérico
1+1
3>5?
14
Experiências com
quantidades
Resolução de
situações-problema
O senso numérico é a capacidade de reconhecer, comparar, somar e subtrair pequenas
quantidades independentemente da contagem. No Jardim II, a Matemática está presente
em situações cotidianas, vivenciadas e planejadas para que os alunos comecem a fazer uso
do vocabulário específico e se apropriem de
habilidades importantes para desenvolver entre outras, a noção de quantidade. “Por meio de
brincadeiras e jogos, da manipulação de materiais, das músicas e histórias envolvendo diferentes quantidades, os alunos experimentam
situações significativas que favorecem o desenvolvimento do pensamento numérico”, explica
a professora Fátima Regina Perazzoli.
Contar os biscoitos preparados na aula de
culinária; recitar a sequência numérica ao cantar; movimentar seu peão de acordo com os
pontos do dado; organizar e contar um a um os
objetos das coleções; fazer estimativas de quantidades utilizando as noções de mais, menos
ou a mesma quantidade; parear e agrupar os
objetos de acordo com critérios estabelecidos
(quantidade, cor, forma ou tamanho) e resolver
problemas simples são alguns exemplos de situações nas quais a Matemática está presente.
“As experiências com quantidades precedem a
escrita dos números, sendo primordial para que
a criança construa internamente a noção de número”, esclarece a professora Marcelly Dalessio.
Na Educação Infantil, os problemas não são
necessariamente solucionados por meio das
operações matemáticas, pois são perguntas
que as crianças tentam responder pensando
por si mesmas, fazendo uso da capacidade
natural que têm de se encantar por desafios.
“É um momento para desenvolver noções, habilidades, procedimentos e atitudes frente ao
conhecimento matemático”, defende a professora do Pré, Rosana Mendes Pereira.
As situações do dia a dia são aproveitadas,
desafiando os alunos para a busca de soluções.
Numa situação de jogo, em que precisam dividir as cartas igualmente pelos participantes,
discutem o melhor modo de fazê-lo. No caso
de sobrarem menos cartas do que participantes, também buscam soluções: deixá-las fora
do jogo ou sortear quem ficará com menos
cartas. Outro recurso é utilizar uma situação
hipotética como “Estamos no zoológico e avisaram que o leão fugiu da jaula”. Cada um elabora uma solução e verbaliza-a ao grupo, que
irá discutir sua viabilidade e eficiência.
“Esse tipo de atividade permite à criança
levantar hipóteses, confrontar suas ideias e
checar as soluções, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia, iniciativa e capacidade crítica do aluno”, finaliza Rosana.
Manipulação de materiais ajuda a
desenvolver o pensamento numérico
no Jardim II
Espaço e forma: Tangram
Dimensionar as características do espaço
para dispor objetos, medir, estimar em quantas
partes é possível dividi-lo ou como preenchê-lo são questões e problemas da Matemática,
ou mais precisamente da Geometria. Para os
alunos do 1º ano do Fundamental I, identificar
as figuras geométricas planas, compreender a
relação entre elas e representá-las no espaço
são objetivos de estudo. Uma opção metodológica para tornar a aprendizagem significativa
envolve a abordagem do conteúdo por meio
de desafios e jogos. O Tangram, jogo milenar
chinês de sete peças (dois triângulos grandes,
dois triângulos pequenos, um triângulo médio,
um quadrado e um paralelogramo), revelou-se
um grande aliado no ensino da Geometria das
Alunos do Pré: solução de problemas
cotidianos no aprendizado da Matemática
figuras planas. Com ele é possível formar até
1.700 figuras representando animais, plantas,
pessoas, objetos, em qualquer disposição espacial, lado a lado. “Comparar as relações entre as figuras, sua composição e organização
espacial exercita o raciocínio geométrico para
a compreensão, por exemplo, do conceito de
área”, esclarece a orientadora da série, Sueli A.
Gonçalves Gomes. No Laboratório de Informática, surgem novos desafios, além do atraente
uso dos tablets. Com a manipulação do concreto já exercitada, os alunos podem calcular
apenas visualmente os encaixes das peças na
moldura, movendo-as com o mouse, ou até
criar uma forma desafiando o colega a descobrir quantas e quais peças usou.
Matemática nas
diferentes culturas
A Matemática é uma das ciências que apresentam várias possibilidades de resolução. Está
presente nas atividades humanas das diversas
culturas como uma das formas utilizadas para
interagir com o mundo físico, social e cultural.
“Com essa visão, estudiosos questionam o
processo tradicional de aprendizagem da Matemática, que exclui outras formas de resolução”, comenta a professora Rosilene Moutinho
Arriola. “A história nos mostra que o ensino da
Matemática foi organizado a partir das necessidades de cada povo”, revela.
No espaço escolar, é importante para o
aprendizado de Matemática que a criança se
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mais saber
Caleidoscópio
nº 68
ceitos de adição e introdução à multiplicação
ao realizar a atividade separando os grãos em
agrupamentos.
Fazer e desfazer
Tangram favorece conhecimentos de
Geometria no 1º ano
movimente, converse, pergunte, jogue e, principalmente, valide seu pensamento ao agir
sobre seus resultados. O ambiente deve ser envolvente e desafiante para estimular o educando a aprender a aprender, por meio do lúdico e
com a manipulação de materiais concretos. Os
registros deverão fazer parte desta aprendizagem posteriormente.
Seguindo esses princípios, no 2º ano do Fundamental I, para a apresentação do conceito da
dezena e a sua formalização, os alunos jogaram
“Nunca dez”, utilizando palitos e elástico para
formar grupos de dez, amarradinhos, e grupos
de cem, amarradões. Eles contaram também
grãos de bico e soja, com hashi, sem elástico,
separando as dezenas, nos copinhos. Com a
mesma estratégia foi possível desenvolver a
coordenação motora fina e o foco da aprendizagem de contagem de quantidades, con-
Alunos do 2º ano jogam “Nunca dez”
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“Aprender matemática significa ser capaz
de reelaborar e reconstruir conhecimento
desenvolvendo habilidades que representam
ações no sentido inverso de observações,
contagens, classificações, seriações, comparações, relações e cálculos”, relata a professora
Katya Jurdy Martins Bayer. O aluno constrói,
no seu intelecto, as noções matemáticas relacionadas com uma condição mental que é
nomeada de reversibilidade, que nada mais
é do que a capacidade de fazer e desfazer a
mesma ação mentalmente. Na construção
do conhecimento matemático, essas noções
caminham juntas, por isso os alunos do 3º
ano são estimulados a pensar sobre processos de reversibilidade como sendo a possibilidade de executar determinada ação em
sentido contrário ao da ação original. Eles
vivenciam as transformações na resolução de
situações-problema, operações, desafios de
lógica e organização de gráficos e procuram
revertê-las ao seu estado original. “As aulas
de introdução ao xadrez também desempenharam papel importante para ampliar essa
percepção, pois o pensamento que ordena o
jogo permite a estruturação do pensamento
flexível e reverso”, revela Katya.
Educação financeira
No 4º ano, o objetivo é fazer com que o aluno aprenda, desde cedo, a utilizar o dinheiro
de maneira inteligente e a poupar para realizar sonhos. “Em nossas aulas, discutimos a
necessidade de comparar preços antes de
adquirir um produto, o conceito de juros, inflação e as vantagens e desvantagens de se
comprar à vista e a prazo”, detalha a professora Cristiane Paulon. Eles assistem aos vídeos produzidos pela BM&FBOVESPA, da série
“O Porco e o Magro”, que ilustram situações
cotidianas comuns à vida dos alunos explicando, de forma didática e adequada à faixa
etária, tais conceitos. Eles também são desafiados a resolver problemas que envolvem
planejamento e controle de orçamento para
a concretização de um objetivo a curto, médio ou longo prazo. Alguns alunos esperam,
ansiosos, o momento de socialização de informações para contar aos colegas como têm
administrado sua mesada.
Outro tema trabalhado em sala de aula é
a composição dos preços. Quando o aluno
percebe que no valor de uma mercadoria estão embutidos os gastos com matéria-prima,
mão de obra, impostos e lucro do fabricante
e do comerciante, ele se torna um consumidor consciente, capaz de analisar se o preço é
abusivo ou até mesmo desconfiar de produtos
muito baratos e até inferir se há, por exemplo,
sonegação de impostos ou mão de obra recebendo muito pouco pelo que produziu.
Formação do
raciocínio lógico
O aprendizado da Matemática hoje busca, em
primeira instância, a capacidade de compreender, analisar e reconstruir a fim de formar indivíduos capazes de produzir ou criar, e não apenas
repetir.
Estabelecer relações lógicas faz parte de um
processo. É por isso que a sala de aula deve ser
um espaço no qual o raciocínio lógico seja estimulado, trabalhado diariamente de forma a
explorar todas as possibilidades, investindo no
sentido de construir o discurso através da ação.
Quando o aluno manipula materiais, sejam eles
baseados no sistema de numeração ou no conceito de frações, ele cria um universo de possibilidades que irão se desenvolver futuramente,
transformadas em abstração.
Os professores do 5º ano buscam desenvolver o processo de aprendizagem dos alunos
sob a forma de desafios, usando materiais
diversificados e propondo problemas que
possam ser explorados e não simplesmente
desenvolvidos. Afinal, resolver problemas é
o processo de aplicação de conhecimentos
previamente adquiridos a situações novas e
não rotineiras. Garantir que os alunos tenham
um amplo repertório de conhecimentos para
aplicá-los aos desafios que venham a enfrentar
é uma das responsabilidades do ensino de Matemática de qualidade.
bastidores
Caleidoscópio
nº 68
Vivência com os funcionários:
indo além do que (não) se vê
Projeto do 7º ano permite que alunos entendam, na prática, o funcionamento
e a importância de cada atividade desempenhada no Colégio
“
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi a escada, passei pelo segundo
andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico,
passei em frente à lanchonete, tinha muita
gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e
ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma
sensação muito ruim. O meu corpo tremia
como se eu não o dominasse, uma angústia,
e a tampa da cabeça era como se ardesse,
como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar,
não senti o gosto da comida e voltei para o
trabalho atordoado.” O depoimento é do
psicólogo social Fernando Braga da Costa,
que por oito anos varreu as ruas da Universidade de São Paulo para um estudo sobre
invisibilidade social, que provou que as
pessoas têm um olhar cotidiano muito mais
voltado para a função social do que para os
indivíduos. O uniforme e a função exercida
tornaram o mestrando invisível aos seus
amigos e professores, pessoas com as quais
convivia todos os dias.
Como o Santa Maria favorece uma educação
integrada, pautada nas vivências pessoais e coletivas, que colocam o jovem em contato com
a ação concreta e responsável, o 7º ano, engajado no projeto da série, cujo tema é “Trabalho
e dignidade humana”, propõe aos seus alunos
“Eu tive a oportunidade de vivenciar um
dia de trabalho com a funcionária Alcione,
auxiliar de ensino do 6º ano. (...) Aprendi
que o trabalho de uma auxiliar é muito
mais do que entregar materiais, é também
ser responsável por cuidar da série” - Amanda Natalle Lopes – 7º ano A
uma vivência com os funcionários do Colégio.
Durante toda uma manhã, eles vivenciam o
cotidiano de um trabalhador, nos diferentes
departamentos. Tornam-se auxiliares dos seguranças, faxineiros, manutenção, informática,
jardineiros, auxiliares de série, telefonistas, secretários, bibliotecários, recepcionistas, atendentes da loja, auxiliares dos extracurriculares,
cozinheiros e atendentes da cantina.
Os alunos estavam sempre dispostos a fazer o que lhes era solicitado - varreram, limparam os vidros, retiraram folhas, controlaram
a entrada e saída de pessoas, auxiliaram na
travessia dos alunos no semáforo, tiraram cópias, cuidaram de jardins, colheram temperos,
prepararam saladas, transportaram materiais,
entraram nas salas para dar recados e distribuir
circulares, organizaram livros, venderam materiais, separaram crachás, auxiliaram em pequenos reparos, ajudaram nos cuidados com
os pequenos, prepararam locais para apresentação com recursos audiovisuais. Eles voltaram
para sala de aula, bem cansados, mas ansiosos
por compartilhar o que vivenciaram e como se
sentiram. “Este retorno nos confirma que a vivência se torna um momento significativo na
vida desses alunos e que esse dia é um passo
fundamental na formação que tanto se almeja,
deslocando o aluno de agente passivo para ativo”, sintetizam os professores da série, Gilberto
Carvalho Soares, Caroline Mieko Moreira e Inês
Angelini Namour.
“Eu trabalhei com o Jorge, na jardinagem.
Rastelei as folhas que estavam caídas no
parquinho e observei como ele fazia para
remover as pragas que estavam na grama.
O setor em que o Jorge trabalha é bastante
cooperativo, uns ajudam os outros.” - Tobias
Schmidt Mattos Lopes Pereira – 7º ano B
Amanda Lopes com a auxiliar
do 6º ano Alcione
O funcionário da segurança Daniel com
o aluno Guilherme da Rocha Biassi
Na loja: Denise e Gislene com a aluna
Maria Fernanda Picolo Annesi
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prisma
Caleidoscópio
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XVII Seminário de
Educação Infantil
O
Prisma, Centro de Estudos do
Colégio Santa Maria, proporciona a oportunidade de atualização aos profissionais envolvidos com a Educação. Em abril, o espaço
foi palco de um evento muito especial, o XVII
Seminário de Educação Infantil, que contou
com a participação de grande parte do corpo docente do Santa Maria, assim como de
profissionais de muitas escolas públicas e
privadas. A programação foi bastante abrangente, com palestras e oficinas de temas va-
riados. Uma das palestras foi ministrada
por Elvira Souza Lima, neurocientista
envolvida com o processo de aprendizagem, e outra, por Eloisa Ponzio, que falou
sobre a cartografia da infância. Além disso, algumas professoras do Colégio foram
convidadas a ministrar oficinas, que proporcionaram momentos de reflexão e prática, assim como a relação entre os diferentes
conteúdos desenvolvidos.
Veja a programação do Prisma no
www.prismacentrodeestudos.com.br.
Consciência fonológica
Um fato intriga todos os professores: Por que alguns alunos
continuam escrevendo com erros? Analisando estudos neo-piagetianos, constata-se que uma parcela pequena que demora
mais para se apropriar da escrita correta e, às vezes, passa anos
escrevendo precariamente, porque não compreendeu o sistema
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da língua. “Não é somente uma questão de esperar o tempo do
aluno. É preciso rever concepções e buscar ferramentas que favoreçam uma escrita competente”, afirma a professora Lara Polazzo.
O Prisma oferece uma formação continuada aos professores
para aprofundar os estudos da consciência fonológica, trabalho
que investiga as operações mentais em que se faz uso da estrutura dos sons da língua, oralmente, para aprender a decodificá-la
no plano escrito.
Em razão da relação intrínseca entre o processo fonológico e
a aquisição da escrita, autores consideram que procedimentos
para desenvolver a consciência fonológica podem ajudar alunos
a superar dificuldade na leitura e escrita. Essa proposta já mostra
seus primeiros resultados nas aulas de apoio pedagógico oferecidas aos que ainda precisam consolidar a alfabetização.
interação
Caleidoscópio
nº 68
A bola não
A
entra por acaso
área de Educação Física programou atividades com os
alunos do Fundamental II, propondo uma ampliação de suas
percepções acerca da representatividade da
Copa do Mundo. “A intenção foi provocar os
alunos, estimulando que saíssem da postura
de meros espectadores”, destaca o professor
Wallace Marante. No âmbito técnico, a proposta foi levar os alunos a usufruir da riqueza
estética, da confraternização e da contemplação do futebol como linguagem; compreender os elementos técnicos e táticos do
futebol; compreender o sistema de disputa,
classificação e eliminação. Na esfera política, o foco esteve na discussão dos aspectos
econômicos e sociais em que se envolveram
as cidades-sede; problematizar com dados
históricos a questão do legado deixado após
a realização de eventos dessa magnitude; refletir sobre o teor das manifestações, tendo
a realização da Copa e a utilização de verbas
públicas como principal motivação.
Já no Ensino Médio, o torneio motivou a
organização do projeto Cine Debate Bola,
cuja ideia central foi promover debates em
torno da temática do futebol, articulando
a prática do esporte a temas específicos
extraídos de filmes e aproveitando a mobilização para o assunto, despertada pela
realização da Copa do Mundo. Os filmes
são, na verdade, os elementos geradores
que promovem a discussão à luz da teoria.
Assim, constitui-se um espaço de produção
A Copa do Mundo motivou a elaboração
de diferentes atividades no Santa Maria
de conhecimento que associa a análise cinematográfica ao debate acadêmico. Com
atividades coordenadas pelos professores
do Ensino Médio, as manhãs de discussão,
realizadas no final de junho, exploraram os
filmes “A Ciência do Futebol”, “O Ano em que
Meus Pais Saíram de Férias, “Hooligans” e
“Boleiros”, seguidos de argumentações multidisciplinares.
A Copa do Mundo 2014 também serviu
de inspiração para o treinamento dos funcionários do Santa Maria. Serão trabalhados
os atributos que um time vencedor costuma
apresentar, em termos de organização individual e coletiva, com as demandas profissionais individuais e relacionais de um
ambiente corporativo e educacional, como
é o caso do Colégio. “A dinâmica do treinamento apresenta as características de visão
ampla, visão de equipe, objetivo/objetividade e capacitação/treinamento de forma que
cada potencial seja experimentado prática e
interativamente por todos os participantes,
e percebidos como valores, atributos e ensinamentos”, explica José Ricardo Rik do Val, o
professor de Educação Física carinhosamente chamado de Zeca.
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19
depois do santa
Caleidoscópio
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Vínculos eternos
Estudar no Santa Maria refletiu, de maneira definitiva, na
vida pessoal e profissional de Guilherme Wiering
A família de Guilherme Wiering
M
atricular os filhos no Santa Maria foi uma decisão
motivada pelos valores
defendidos e cultivados
pelos Wiering, não pela comodidade da localização, afinal, eles não viviam tão perto
dali. A família optou pelo Colégio, indicado por amigos, porque identificou que ali
suas crianças receberiam uma formação
mais ampla, igualmente forte no conteúdo
pedagógico e nos valores humanos, por
se tratar de uma escola religiosa e moderna. O reconhecimento, orgulhoso, vem do
filho mais velho, Guilherme, que estudou
no Santa Maria “desde sempre”, de 1982 a
1994, assim como seus dois irmãos.
Os melhores amigos do ex-aluno são desse
tempo: Rodrigo Sarzedo, Willian Buchivieser,
Pedro Ceppas, Fernando Barbieri, Ariel Dahan,
Daniella Renelli, Wilson Ohara e Maher Serhan.
“Claro que surgiram amizades mais recentes,
vindas do trabalho e de outros relacionamen-
20
tos, mas esses são grandes amigos até hoje”,
revela Guilherme, que cursou Publicidade e
Propaganda na USP e especialização em Administração na FGV. Sua vida profissional começou cedo, no final do segundo ano da faculdade, quando ingressou na área financeira.
“Desde aí, decidi seguir carreira em grandes
empresas”, relembra. A meta o levou a atuar
em corporações como Credicard,
Telefonica, Yahoo e Vivo. Há dois
anos, com dois sócios, montou a
PratikaPro, consultoria de gestão
de negócios para impulsionar canais de venda. A carteira de clientes
já conta com Microsoft, GE, Kroton,
Nextel e Vivo, entre outros.
Na vida pessoal, Guilherme também enumera sucessos e, mais uma
vez, indica uma ligação, ainda que indireta, com o Santa Maria: sua esposa,
Karen, foi apresentada pelo amigo de
Colégio, Rodrigo [Sarzedo]. Os filhos
do casal, Júlia, de cinco anos, e Miguel, de
três, serão os próximos membros da família
Wiering a estudarem na mesma escola do
pai: “Nosso plano é matriculá-los no Santa
Maria”, comenta.
E o que ele vai contar para os filhos sobre
a escola? “Sempre gostei muito do Santa Maria, é um lugar mágico, um ambiente que faz
toda a diferença, muito humano, com espaço
apropriado para as crianças, preocupado com
a formação plena do aluno, desde as instalações, o currículo e os professores. Me recordo,
por exemplo, da professora de Português Zaira Barbosa Alves, que me inspirou o gosto pela
linguagem e pela leitura. Até hoje, lembro do
carrinho de livros! Também tem a professora
Regina, que despertou meu interesse por História, no Fundamental. Entre tantos outros,
ainda foram marcantes Athos [Educação Física], Paulo e Sílvio [História].”
Guilherme deixa um conselho para os alunos do Santa Maria: “Além de estudar, aproveitem para criar os laços que ficarão para
sua vida inteira. A minha família surgiu dessa
forma!”
santa do bem
Caleidoscópio
nº 68
determinadas hortaliças, conhecer suas propriedades nutricionais e mobilizá-los para o
consumo destes alimentos. As educadoras
da Creche incluirão na merenda as hortaliças
que os alunos colherem.
Projeto Acalanto
Conhecimento sobre plantio é
compartilhado pelo 1º ano
Horta do 1º ano
No dia 28 de abril, os alunos do 1º A e do 1º
H do Fundamental I visitaram a Creche Nossas Crianças com uma tarefa especial: ensinar a preparar e a cultivar uma horta. Jurandir, jardineiro do Santa Maria, acompanhou
o grupo e preparou a terra para receber as
mudas. Os alunos levaram mudinhas de alface, rúcula, escarola, salsinha e almeirão.
Eles explicaram como fizeram o plantio no
Colégio, quais hortaliças haviam selecionado e como têm cuidado para que elas se desenvolvam. Ao lado das crianças da Creche,
cavaram os buraquinhos para encaixar as
raízes, ensinando-as a recobrirem com terra,
“sem apertar” para que cresçam. Contaram
ainda que estão aguardando o momento da
colheita para preparar o sanduíche natural,
acrescentando cenoura, queijo e tomate.
Juntamente com as professoras Gabriela
Hirata e Cristiane Alarcon, entregaram às
educadoras os cartazes que confeccionaram
com as imagens das hortaliças, a descrição
da textura das folhas e as informações sobre
as propriedades de cada uma para que elas
ensinem às crianças da Creche que não são
alfabetizadas. O maior objetivo deste trabalho é ensinar aos alunos como reconhecer
Com o lema “Um abraço é um laço feito
com os braços e o coração – acolhimento e
partilha”, o Projeto Acalanto objetiva que os
alunos do 2º ano do Fundamental I observem uma realidade diferente da que estão
habituados, vivenciando momentos de contato e partilha. ”Acreditamos que, com este
projeto, nossos alunos se sintam sensibilizados para ações não apenas assistencialistas,
mas comunitárias, valorizando a doação de
seu tempo, do seu trabalho, do seu amor”,
explica a professora da série, Silvia Sonagere.
O ponto de partida foi uma conversa com a
irmã Thais, da Congregação da Santa Cruz,
que explicou para as classes o que é um trabalho missionário e a importância de dividir
o amor. Depois, as turmas receberam a irmã
Rosangela, uma das responsáveis pelo Abrigo Vila Acalanto, que contou como foi sua
infância, sua juventude, como tomou a decisão de ser freira e como é a rotina dela e das
crianças no Abrigo. Nas visitas à Vila Acalanto, os alunos convivem, vivenciam, cantam,
encantam, acolhem, são acolhidos de todo
coração e descobrem que amor compartilhado é amor multiplicado.
Alunos do 4º ano interagem com
crianças das creches visitadas
Conto na mala
O projeto de inserção social do 4º ano
do Fundamental I, junto às creches Nossa
Senhora Aparecida e Nicarágua, traduz o
caráter social e político da escola, ou seja,
contribui para a construção de uma sociedade mais justa e humana para todos.
Promove a consciência crítica, por meio de
ações e atitudes positivas, que possibilitem
a promoção social, buscando a formação de
cidadãos mais justos e conscientes. Como
parte do projeto da série, os alunos contaram as histórias “O pescador e a sereia” e “O
mendigo e a ponte”, utilizando instrumentos
musicais e tecidos. Ao final da apresentação,
as crianças da creche ilustraram a narrativa,
utilizando carimbos confeccionados pelos
alunos do Santa Maria nas aulas de Artes.
“Todas as crianças adoraram nossa peça e
as pinturas que nós ajudamos e ensinamos
a fazer”, relatou Gabriela de Almeida Amaral,
aluna do 4º ano E.
PROGRAME-SE!
Projeto do 2º ano prevê atividades
na Vila Acalanto
O tradicional Bazar do Centro
Santa Marta será no dia 9 de outubro, das 13h30 às 17h
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reflexão
Caleidoscópio
nº 68
Argumentação e Matemática:
o orçamento familiar
O
filósofo grego Aristóteles, referendado, 25 séculos depois,
por Antônio Vieira, na obra
“Retórica e Argumentação”,
enunciou que o discurso deve, tanto quanto possível, articular, com coesão e coerência, argumentos capazes de fundar os mais
distintos posicionamentos acerca das mais
variadas problemáticas da vida. Transpondo
tal reflexão para o trabalho acadêmico com
o Orçamento Familiar, faz-se obrigatório
o recurso a dados numérico-estatísticos e
gráficos que, além de apresentar
informações acerca das correlações de produção e consumo e da
forma como uma família estrutura a vida econômica, justifiquem
intervenções solidárias no tocante à problemática envolvendo os
desequilíbrios decorrentes dessa
relação. Cabe, além disso, discutir as perspectivas social, política,
econômica e filosófica como mediadoras dessa discussão.
Constitui responsabilidade da escola e da universidade, assim como
da comunidade e dos meios de difusão da informação e dos produtos
culturais em geral, preparar os sujeitos para uma trajetória profissional
que os torne conscientes quanto ao
papel de cidadãos a ser por eles desempenhado em um mundo onde se substituem,
paulatinamente, os direitos sociais pelos do
consumidor. Tecer conjecturas, descobrir os
porquês, analisar as hipóteses e justificar as
respostas dissertativas com base no que se
acredita como verdade inquestionável, além
de formular argumentos e intervir solidariamente na realidade, constituem habilidades e
22
competências que o professor, inclusive o de
Matemática, deve desenvolver em seus alunos
no sentido de estimular-lhes a resolução de
situações-problema tanto na esfera pública
quanto no âmbito privado.
A compreensão dos fenômenos matemáticos, linguísticos, sociais e científicos é indispensável ao desenvolvimento de uma sociedade que resista ao alargamento do espaço
privado e valorize o interesse público, sobrepondo a dignidade dos direitos coletivos ao
privilégio dos interesses particulares.
Ao entrar em contato com situações-problema reais, tais como a dificuldade para
administrar despesas voltadas ao suprimento
das demandas, cumpre ao estudante imprimir significado ao conhecimento matemático
adquirido, conhecimento este que se ponha a
serviço da cidadania e de uma práxis social minimamente humanista. É importante discutir
o sentido da aquisição e troca frequentes, por
exemplo, de bens duráveis que poderiam ser
utilizados, com a mesma eficácia e qualidade,
por tempo bem maior. Desde os primeiros
anos do chamado Ensino Fundamental, a descartabilidade de tudo, explicada pela Teoria da
Obsolescência Planejada, deve constar dos debates escolares.
A Matemática, em tal perspectiva, há de atuar como ferramenta que desenvolva habilidades cognitivas caras à resolução de problemas,
tais como a realização de inferências, o levantamento de hipóteses, a comparação, a generalização, a conclusão e a construção
e aplicação intencionais de conceitos/definições propositivos. Postular
que o ensino da Matemática deve
considerar as ideias, procedimentos
e representações matemáticas, instrumentos valiosos em diversas áreas
do conhecimento e da ação humana
significa afirmar que tal ensino não
se restrinja ao estabelecimento de
regras e à enunciação de conceitos
como fins em si mesmos, mas atue
como ferramenta de construção de
um saber carregado de múltiplos significados.
Cabe, nesse sentido, tanto à comunidade quanto à instituição escolar
ofertar a essas crianças e jovens diferentes possibilidades de discussão
acerca da importância de um controle orçamentário que, para além da relação fria entre despesas e receitas, habilite-os a atuar de
modo responsável e concomitantemente solidário na sociedade de que são parte.
Ana Cláudia Lasinskas, professora de Matemática do Fundamental II, e Marco Roberto
Barcheti Urrea, professor de Língua Portuguesa do Fundamental II
mosaico
FESTA JUNINA 2014
Em breve, inauguração do novo prédio do Ensino Médio
Av. Sargento Geraldo Santana, 890/901 - Jardim Marajoara – São Paulo/SP
Tel. (11) 2198-0600 - www.colsantamaria.com.br
Baixe um leitor de
QRcode em seu celular
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do código acima
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TECNOLOGIA PARA TODOS