ESPECIAL RIO DE JANEIRO 2011 / SONDERAUSGABE RIO DE JANEIRO 2011
Setembro 2011
Ano 19
Edição 3
Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha 2011
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung 2011
Encontro Econômico Brasil-Alemanha 2011 / Deutsch-Brasilianische Wirtschaftstage 2011
2BRASILALEMANHA
Setembro 2011
Sumário / Inhalt
31
BASF AG
Shutterstock
32
Inovação
Cooperação bilateral entre a comunidade
científica e o setor empresarial evolui
Innovation
Die bilaterale Zusammenarbeit
zwischen Wissenschaft und
Wirtschaft macht Fortschritte
Especial Rio 2011
Investimentos recordes
dinamizam a economia do Estado
do Rio de Janeiro
Sonderausgabe Rio 2011
Rekordinvestitionen kurbeln die
Wirtschaft des Bundesstaats an
Prêmio Personalidade BrasilAlemanha 2011
Sérgio Cabral, Governador do Rio de Janeiro,
entrevistado com exclusividade
pela BRASILALEMANHA
Deutsch-Brasilianische
Persönlichkeitsehrung 2011
Sérgio Cabral, Gouverneur von
Rio de Janeiro, in einem Exklusivinterview
mit der BRASILALEMANHA
6
A palavra dos embaixadores / Die Botschafter haben das Wort
Embaixadores apresentam a sua visão sobre os dois países /
Botschafter sprechen über ihr Bild von den beiden Ländern
A força dos ventos
28
Economia / Wirtschaft
PMEs são um importante fator econômico na Alemanha e no Brasil /
KMUs als wichtiger Wirtschaftsfaktor in Deutschland und Brasilien
Windkraft
Relações Brasil-Alemanha / Bilaterale Beziehungen
50
Infraestrutura / Infrastruktur
Situação dos portos e aeroportos brasileiros requer uma
rápida modernização na infraestrutura e tecnologia /
Die Häfen und Flughäfen in Brasilien müssen dringend
modernisiert werden
56
Comentário Econômico / Wirtschaftskommentar
O Brasil diante da crise internacional /
Brasilien und die internationale Krise
Exploração do potencial de energias renováveis
ainda enfrenta entraves
Bei der Nutzung erneuerbarer Energiequellen
gibt es noch Engpässe
44
Dida Sampaio/AE
38
Divulgação
20
Devido a um erro de revisão,as fotos da matéria “Ensinando e aprendendo química”,
da edição de julho de 2011 da Revista BRASILALEMANHA, foram atribuídas à BASF
AG. O crédito correto é Peter Ilicciev.
Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha / Deutsch-Brasilianische Industrie- und Handelskammern:
BRASIL-ALEMANHA é uma publicação
da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha produzida e editada pelo
Departamento de Comunicação Social /
Veröffentlichung der Deutsch-Brasilianischen
Industrie- und Handelskammern, die von der
Abteilung Öffentlichkeitsarbeit erstellt und
herausgegeben wird
REDAÇÃO / REDAKTION
Tatiana Lemos e Karen Saes (reportagens e
textos / Reportagen und Texte); Alexander
Bush e Vladimir Goitia (colaboração / Freie
Mitarbeiter); Wiebke Herbig e Gardaia von
Bothmer (tradução / Übersetzungen); Regina
Helena Caetano, Thomas Tünnemann e Gardaia von Bothmer (revisão / Lektorat)
CONSELHO EDITORIAL / HERAUSGEBER
Thomas Timm (Vice-Presidente-Executivo Câmara São Paulo / Hauptgeschäftsführer der
AHK São Paulo), Hanno Erwes (Diretor-Executivo Câmara Rio de Janeiro / Hauptgeschäftsführer der AHK Rio de Janeiro), Valmor
Kerber (Gerente Geral AHK Porto Alegre /
Leiter der AHK Porto Alegre)
FOTO DE CAPA / TITELBILD
Agência Estado (Clayton de Souza, Dida Sampaio,
Márcio Fernandes e Niels Andreas), Shutterstock
DIRETOR DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL MERCOSUL / LEITER
ÖFFENTLICHKEITSARBEIT MERCOSUR
Eckart Michael Pohl
DIRETORA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL /
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Cecilia Degen
EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVEL
Setembro Cecília
2011 Degen - MTB 27.114 (SP)
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BRASILALEMANHA3
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Weber Porto
Prezados leitores,
Liebe Leserinnen und Leser,
Brasil e Alemanha encontram-se em um importante momento
de suas relações. O crescimento do fluxo comercial entre os dois
países, assim como de investimentos, revela uma parceria baseada
em uma longa tradição histórica, cujos laços extrapolam os campos econômico e comercial e envolvem também vínculos sociais,
científicos e culturais.
A conjuntura mundial do início do século 21, entretanto, coloca o Brasil e a Alemanha diante de novos questionamentos:
o aumento da competitividade entre as economias globais;
a rapidez dos novos desenvolvimentos tecnológicos; a crescente demanda por inovações; a necessidade de preservar os
recursos naturais e garantir o desenvolvimento sustentado.
Enfim, um conjunto de desafios que demandam reflexões
e posicionamentos.
Estamos às vésperas da realização do 29o Encontro Econômico Brasil-Alemanha. Organizado em torno do tema “Inovação
para o fortalecimento da competitividade”, o evento reunirá
inúmeras autoridades empresariais e políticas dispostas a
discutir e apontar novos caminhos para as relações entre os
dois países. Trata-se de uma oportunidade para atualização e
aprimoramento dessa parceria, além de oferecer o ambiente
adequado para definir novos temas de interesse por meio dos
quais as relações serão expandidas.
O desenvolvimento econômico do Brasil nos últimos anos
levou-o a ocupar uma nova posição no contexto mundial. A
descoberta de reservas de óleo e gás em águas profundas, a
sua escolha para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e a consequente necessidade de atualização da
infraestrutura do País são temas que trazem ao contexto das
relações entre o Brasil e a Alemanha novas oportunidades
para o seu desdobramento.
A presente edição da revista BRASILALEMANHA publica
matérias sobre alguns dos temas que serão discutidos durante o
29o Encontro Econômico Brasil-Alemanha. Junto, circula também
o caderno Especial Rio2011, que apresenta as mudanças que
estão acontecendo na economia daquele Estado, bem como as
oportunidades de negócio daí decorrentes.
Die deutsch-brasilianischen Beziehungen sind an einem
wichtigen Punkt angelangt. Der zunehmende Handel zwischen
den beiden Ländern und die steigenden Investitionen sind
Ausdruck einer Partnerschaft, die auf eine lange Geschichte
zurückblicken kann und die sich nicht auf Wirtschaft und Handel
beschränkt, sondern auch gesellschaftliche, wissenschaftliche und
kulturelle Aspekte hat.
Aber die Weltkonjunktur zum Anfang des 21. Jahrhunderts
stellt Brasilien und Deutschland vor neue Herausforderungen:
der verschärfte weltweite Wettbewerb; die Geschwindigkeit neuer
technologischer Entwicklungen; der steigende Bedarf an Innovationen; und die Notwendigkeit, die natürlichen Ressourcen zu
schützen und eine nachhaltige Entwicklung zu gewährleisten. All
diese Fragen müssen diskutiert werden.
In Kürze finden die 29. Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage
statt. An der Veranstaltung, die in diesem Jahr unter dem Motto
„Innovationen zur Stärkung der Wettbewerbsfähigkeit“ steht,
werden unzählige Persönlichkeiten aus Politik und Wirtschaft
teilnehmen, die gemeinsam nach neuen Wegen suchen wollen.
Das ist eine gute Gelegenheit, die bilateralen Beziehungen weiter
zu vertiefen und neue Schwerpunkte zu setzen.
Dank der wirtschaftlichen Entwicklung in den letzten Jahren
konnte sich Brasilien auf dem Weltmarkt neu positionieren.
Die Entdeckung der Öl- und Gasvorkommen in der Tiefsee, die
Fußball-WM 2014 und die Olympischen Spiele 2016 und die
damit einhergehenden Infrastrukturprojekte in Brasilien eröffnen
neue Möglichkeiten für den Ausbau der bilateralen Beziehungen.
Die vorliegende Ausgabe der BRASILALEMANHA stellt einige
der Themen vor, die Gegenstand der 29. Deutsch-Brasilianischen
Wirtschaftstage sein werden. Beigelegt ist außerdem die Sonder­
ausgabe Rio 2011 mit Informationen über die wirtschaftliche
Entwicklung in diesem brasilianischen Bundesstaat und den
sich daraus ergebenden Geschäftsmöglichkeiten.
Ich wünsche Ihnen eine interessante Lektüre!
Desejo a todos uma boa leitura!
Weber Porto
Presidente da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo
Präsident der Deutsch-Brasilianischen Industrie- und Handelskammer São Paulo
4BRASILALEMANHA
Setembro 2011
O CREME QUE INSPIRA CONFIANÇA
NO CUIDADO DA PELE HÁ 100 ANOS
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Setembro 2011
BRASILALEMANHA5
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Wilfried Grolig
Prezados leitores,
Liebe Leserinnen und Leser,
O Encontro Econômico Brasil-Alemanha representa todos os anos
um dos pontos altos da nossa cooperação bilateral. A sua 29ª edição,
a ser realizada neste mês, no Rio de Janeiro, também demonstra, seja
por meio dos participantes, seja por meio dos temas discutidos, que
o encontro é hoje mais importante do que nunca!
O impressionante dinamismo da economia brasileira, com recordes tanto em termos de desenvolvimento quanto em sua balança
comercial, e os investimentos diretos estrangeiros, assim como a
solidez da economia alemã, refletem-se no crescente volume de
trocas comerciais entre o Brasil e a Alemanha em 2010. Depois da
queda em 2008/2009, as trocas comerciais apresentam hoje uma forte
tendência de crescimento. Em 2010, chegaram a um volume de € 15,8
bilhões – um aumento de 25% em comparação aos resultados de
2009. Registrando investimentos diretos superiores a US$ 25 bilhões
e mais de 1.200 subsidiárias alemãs atuando no país, a Alemanha é o
maior parceiro do Brasil entre os integrantes da União Europeia. O
Encontro Econômico tem a finalidade de preparar o caminho para
ampliar ainda mais essas relações, já que, especialmente no âmbito
dos investimentos brasileiros na Alemanha, existe a necessidade de
superar os atrasos.
Os nossos dois países não se aproximam apenas em termos econômicos. A Alemanha e o Brasil estabeleceram a meta de cooperar
estreitamente na solução de problemas políticos globais. Este ano ,os
dois países estão lado a lado no Conselho de Segurança das Nações
Unidas procurando soluções para problemas globais e trabalhando,
inclusive, na reforma da Organização das Nações Unidas. Além disso,
nunca antes em sua história, o Brasil recebeu um número tão grande
de visitas de políticos da Alemanha como agora.
Uma das mais importantes tarefas do Encontro Econômico
Brasil-Alemanha 2011 no Rio será, antes mesmo da realização da
Conferência sobre o Clima RIO +20, posicionar e fortalecer ainda
mais a nossa parceria no tocante aos desafios relacionados ao desenvolvimento da economia sustentável, utilizando o know-how
existente nos dois países em benefício mútuo. Oportunidades especiais surgirão em decorrência da crescente demanda brasileira por
inovação. A inauguração do Centro Alemão de Ciência e Inovação
(DWIH na sigla em alemão), em São Paulo, localizado ao lado do
escritório da Câmara Brasil-Alemanha, é um símbolo nesse contexto
e indica a direção a ser seguida.
As relações Brasil-Alemanha desenvolvem-se de uma forma tão
positiva porque também existe entre os dois países uma proximidade
e uma compreensão cultural recíproca. Sob o lema a “Alemanha
no Brasil”, planejamos realizar, no período compreendido entre
2013/2014, uma série de eventos e apresentar a Alemanha em seus
mais diferentes aspectos. A presença marcante ficará por conta da
economia alemã e das infinitas possibilidades de dar continuidade
ao fortalecimento da parceria entre os dois países, seja por meio das
empresas alemãs, seja pelo fomento ao investimento na Alemanha.
São esses os motivos pelos quais o 29º Encontro Econômico Brasil-Alemanha deverá oferecer direcionamentos. Pessoalmente, desejo
aos participantes desse importante evento do calendário das relações
bilaterais de 2011 ideias criativas (inclusive para negócios), sucesso e,
naturalmente, uma agradável estada na maravilhosa cidade do Rio
de Janeiro, para a qual envio os meus especiais agradecimentos pela
sua afável e gentil acolhida.
die deutsch-brasilianischen Wir tschaftstage sind ein alljährlicher Höhepunkt in unserer bilateralen Zusammenarbeit.
Auch in der 29. Ausgabe zeigen Teilnehmerkreis und Themen
erneut: Sie sind heute wichtiger denn je! Die eindrucksvolle
Wirtschaftsdynamik Brasiliens mit Rekordzahlen bei Wachstum,
Außenhandel und ausländischen Direktinvestitionen und die
Stärke der deutschen Wirtschaft – sie finden ihren Niederschlag
im gewachsenen deutsch-brasilianischen Handelsvolumen 2010,
das nach dem weltweiten Einbruch 2008/9 nun klar nach oben
zeigt. Es erreichte 2010 einen Umfang von 15,8 Mrd. Euro - ein
Plus von über 25% gegenüber 2009. Mit deutschen Direktinvestitionen von über 25 Mrd. US$ und über 1.200 in Brasilien tätigen
deutschen Unternehmen ist Deutschland Brasiliens prominentester Investor aus der EU. Die Wirtschaftstage – sie sollen die
Weichen für einen weiteren Ausbau stellen, wobei gerade auf dem
Gebiet brasilianischer Investitionen in Deutschland besonderer
Nachholbedarf besteht.
Und nicht nur wirtschaftlich rücken unsere beiden Länder enger
zusammen. Deutschland und Brasilien haben es sich gemeinsam
zum Ziel gesetzt, bei der Lösung globaler politischer Fragen
eng zusammen zu wirken. Selten waren politische Besucher aus
Deutsch­land in Brasilien so zahlreich wie 2010/2011. Deutschland
und Brasilien sitzen in diesem Jahr nebeneinander im Sicherheitsrat der Vereinten Nationen. Gemeinsam arbeiten sie dort an der
Lösung schwieriger globaler Fragen einschließlich der Reform der
Vereinten Nationen.
Globale Fragen: Es wird eine der wichtigsten Aufgaben der
deutsch-brasilianischen Wirtschaftstage 2011 in Rio sein, im
Vorfeld der Klimakonferenz „RIO + 20“ unsere Zusammenarbeit
noch stärker als bisher auf die Herausforderungen nachhaltigen
Wirtschaftens auszurichten und dabei beiderseits vorhandenes
know how zum Nutzen beider Länder einzubringen. Besondere
Chancen ergeben sich aus dem wachsenden brasilianischen
Bedürfnis nach Innovation. Die Unterbringung des „Deutschen
Wissenschafts- und Innovationshauses“ (DWIH) in São Paulo
in den Räumlichkeiten der AHK ist ein Symbol und gibt die
Richtung dafür vor.
Die deutsch-brasilianischen Wirtschaftsbeziehungen können sich
auch deshalb so gut entwickeln, weil wir uns kulturell verstehen
und nahe sind. Deutschland wird 2013/14 eine breit gefächerte Folge
von Veranstaltungen unter dem Motto“Deutschland in Brasilien“
bieten. Deutschland wird sich hier aus allen Blickwinkeln des
Spektrums zeigen. Ein Schwerpunkt werden die deutsche Wirtschaft
und die zahlreichen Möglichkeiten sein, in Zusammenarbeit mit
deutschen Unternehmen oder bei der Förderung von Investitionen
in Deutschland weiter voranzukommen.
Für dies alles werden die 29. Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage wichtige Zeichen setzen. Ich wünsche allen Teilnehmern an
diesem wichtigsten Ereignis in unseren Wirtschaftsbeziehungen im
Jahr 2011 für die anstehenden anspruchsvollen Aufgaben zündende
(Geschäfts)Ideen, Erfolg und auch einen angenehmen Aufenthalt in
der wunderschönen Stadt Rio de Janeiro, der ich herzlich für ihre
Gastfreundschaft danken möchte.
Wilfried Grolig
Embaixador da República Federal da Alemanha no Brasil
Botschafter der Bundesrepublik Deutschland in Brasilien
6BRASILALEMANHA
Setembro 2011
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Setembro 2011
BRASILALEMANHA7
Divulgação
Everton Vieira Vargas
A importância e as perspectivas futuras das relações
econômicas Brasil-Alemanha
A ordem internacional caminha para uma macroestrutura
multipolar. Esse fato político marcante do atual momento
histórico amplia oportunidades para aprofundar o diálogo
político, bem como a cooperação econômica, empresarial e
científico-tecnológica entre o Brasil e a Alemanha. Altas taxas
de crescimento econômico em ambos os países após a crise de
2008-2009, conjugadas à retomada dos investimentos alemães no
Brasil, requerem repensar ações para intensificar a cooperação e,
sobretudo, garantir uma parceria que constitua um dos elementos
que orientem a inserção regional e global dos dois países.
A Alemanha tem um papel central no encaminhamento da crise
da dívida europeia. A economia alemã, robusta e inovadora, tem
no Brasil um dos caminhos alternativos mais promissores à luz
das incertezas em tradicionais mercados das suas exportações.
A relação econômica e empresarial Brasil-Alemanha é um dos
casos mais bem-sucedidos de investimento e integração de empresas de um país industrializado no sistema produtivo de um país
em desenvolvimento. A Alemanha deve aproveitar o novo ciclo de
crescimento econômico sustentado no Brasil para reforçar ainda
mais sua presença como grande parceiro para o desenvolvimento
econômico e tecnológico brasileiro.
Existem muitas oportunidades para fortalecer e diversificar o
relacionamento econômico bilateral, em setores como infraestrutura e logística, energia, segurança pública, defesa e meio ambiente.
O Encontro Econômico Brasil-Alemanha, de 18 a 20 de setembro, no Rio de Janeiro, renova a ocasião para que empresários e
governo discutam sobre como diversificar as relações econômicas bilaterais. A realização de uma sessão especial dedicada às
pequenas e médias empresas – especialmente no que tange ao
financiamento e à inovação – é alvissareira. Estou convencido de
que novos atores devem ser trazidos para o centro do palco da
cooperação bilateral e as PMEs devem ter aí um papel principal.
Essas empresas são a espinha dorsal da economia alemã como
geradoras de emprego e de inovação. No Brasil, o desafio global
da competitividade, intensificado pelo conhecimento e pela cria-
8BRASILALEMANHA
tividade, converte-as em parceiras essenciais na nova dinâmica
da economia brasileira. Instituições como o BNDES, no Brasil, e
a DEG, na Alemanha, podem apoiar decisivamente a cooperação
e a inovação naquelas empresas.
A cooperação tecnológica e em inovação deve conjugar a parceira empresarial com os recursos de pesquisa e desenvolvimento
dos dois países. Isso requer visão e investimento por parte da
iniciativa privada; demanda também o empenho e o apoio dos
governos e das suas instituições.
Agregar valor aos produtos e processos gerados no Brasil e
ganhar competitividade nos mercados internacionais servirão
tanto aos interesses das empresas alemãs instaladas aqui como
para consolidar a vocação exportadora da indústria brasileira.
O Governo brasileiro está comprometido com essa visão, de que
são exemplo o Plano Nacional de Mineração-2030, o Programa
Brasil Maior e a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial (Embrapi).
Brasil e Alemanha dispõem de um arcabouço jurídico e político
bilateral, andaime necessário às iniciativas para aprofundar a
parceria estratégica no plano econômico-comercial. A Comissão
Mista de Cooperação Econômica, que se reunirá também no Rio
de Janeiro, é um foro privilegiado para definir diretrizes políticas
orientadas ao aperfeiçoamento desse arcabouço.
Aprofundar a relação bilateral implica atualizar as visões respectivas sobre oportunidades e dividendos do diálogo político
mais próximo. O Brasil, hoje, é um país muito mais avançado e
justo do que aquele que começou a atrair investimentos alemães
em meados do século 20. A Alemanha tem um papel singular para
o futuro da Europa. Os dois países e suas novas realidades são elementos políticos importantes da nova ordem mundial, das quais
cumpre ter consciência nas discussões no Encontro Econômico.
Everton Vieira Vargas
Embaixador do Brasil em Berlim
Setembro 2011
Bedeutung und Perspektiven der
deutsch-brasilianischen Wirtschaftsbeziehungen
Die internationale Ordnung ist in Bewegung hin zu einer
Welt mit multipolaren Makrostrukturen. Diese die aktuelle,
historisch bedeutsame Phase prägende politische Tatsache
eröffnet zusätzliche Möglichkeiten für eine Vertiefung des
politischen Dialogs sowie eine verstärkte Zusammenarbeit
zwischen Deutschland und Brasilien im wirtschaftlichen
und wissenschaftlich-technologischen Bereich sowie bei den
Unternehmen. Hohe Wachstumsraten in beiden Volkswirtschaften nach der Krise von 2008/2009, verbunden mit einer
Neubelebung deutscher Investitionstätigkeiten in Brasilien
erfordern eine Neuorientierung, um die Zusammenarbeit zu
intensivieren und vor allem eine Partnerschaft aufzubauen, die
der regionalen und globalen Einbindung beider Länder dient.
Deutschland kommt eine zentrale Rolle in der Bewältigung der europäischen Schuldenkrise zu. Die robuste und
innovative deutsche Wirtschaft hat in Brasilien eine vielversprechende Alternative angesichts der Unwägbarkeiten
seiner traditionellen Exportmärkte.
Die deutsch-brasilianischen Wirtschafts- und Unternehmensbeziehungen sind ein Beispiel für die außerordentlich
gelungenen Investitionen und die Integration von Unternehmen eines industrialisierten Landes in die Wirtschaft eines
Schwellenlandes. Deutschland muss den neuen nachhaltigen
Wachstumszyklus der brasilianischen Wirtschaft nutzen und
seine Präsenz als starker Partner für die wirtschaftliche und
technologische Entwicklung Brasiliens weiter erhöhen.
In vielen Branchen, wie z.B. der Infrastruktur, Logistik
und Energie, in der öffentlichen Sicherheit wie in den Bereichen Verteidigung und Umwelt ergeben sich zahlreiche
Möglichkeiten, um die bilateralen Wirtschaftsbeziehungen
zu stärken und zu diversifizieren.
Die vom 17. bis 20. September 2011 in Rio de Janeiro stattfindenden Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage bieten Unternehmern und Regierungen eine weitere Gelegenheit zu erörtern, wie
sie die bilateralen Wirtschaftsbeziehungen diversifizieren können. Besonders erfolgversprechend ist hierbei ein spezifisch für
kleine und mittlere Unternehmen veranstaltetes Forum – besonders im Hinblick auf die Themen Finanzierung und Innovation.
Ich bin davon überzeugt, dass neue Akteure eine zentrale Rolle in
der bilateralen Zusammenarbeit übernehmen sollten, und hierbei
müssen die KMU im Mittelpunkt stehen. Als Arbeitgeber und
Innovationsträger bilden diese Unternehmen das Rückgrat der
deutschen Wirtschaft. In Brasilien hat die Herausforderung des
globalen Wettbewerbs, der immer höhere Anforderungen an Wissen und Kreativität stellt, die KMU zu unersetzlichen Partnern
Setembro 2011
für die neue wirtschaftliche Dynamik Brasiliens werden lassen.
Institutionen wie die brasilianische Entwicklungsbank BNDES
oder die Deutsche Investitions- und Entwicklungsgesellschaft
DEG können in entscheidendem Maße die Zusammenarbeit
und Innovationskraft dieser Firmen fördern.
Die Zusammenarbeit in Technologie und Innovation muss neben den Unternehmenspartnerschaften auch die Mobilisierung
der Ressourcen beider Länder für Forschung und Entwicklung
umfassen. Dafür sind Visionen wie Investitionen von Seiten der
Privatwirtschaft, aber auch das Engagement und die Unterstützung durch die Regierungen und ihre Institutionen erforderlich.
Eine höhere Wertschöpfung bei Produkten und Verfahren,
die in Brasilien entwickelt werden und die Stärkung der
Wettbewerbsfähigkeit des Landes auf den internationalen
Märkten dienen sowohl den Interessen der in Brasilien
ansässigen deutschen Unternehmen wie auch der Konsolidierung der Exportpotenzials der brasilianischen Industrie.
Die brasilianische Regierung hat sich der Erfüllung dieser
Vision verschrieben: Beispiele für ihr Engagement sind die
Planungen zum Bergbau („Plano Nacional de Mineração
2030”) und zur Industrieentwicklung („Programa Brasil
Maior“) wie auch die Gründung des Brasilianischen Industrie-Forschungsinstituts Embrapi.
Für ihre Initiativen zur Vertiefung der strategischen Partnerschaft in Wirtschaft und Handel verfügen Deutschland
und Brasilien auf bilateraler Ebene über einen rechtlichen und
politischen Rahmen. Die Deutsch-Brasilianische Gemischte
Kommission für wirtschaftliche Zusammenarbeit, die ebenfalls
in Rio de Janeiro tagen wird, ist ein hervorragendes Forum für
die Entwicklung politischer Leitlinien, deren Ziel die Optimierung dieses Rahmens ist.
Die Vertiefung der bilateralen Beziehungen erfordert neue
Visionen in Bezug auf Chancen und Nutzen eines intensiveren
politischen Dialogs. Das heutige Brasilien ist ein viel weiter
entwickeltes und gerechteres Land als jenes, das in der Mitte
des 20. Jahrhunderts begann, deutsche Investoren anzuziehen.
Für die Zukunft Europas spielt Deutschland eine herausragende Rolle. Brasilien und Deutschland stellen wichtige
politische Faktoren in der neuen internationalen Ordnung
dar; diese neuen Realitäten müssen bei den Debatten der
Wirtschaftstage berücksichtigt werden.
Everton Vieira Vargas
Brasilianischer Botschafter in Berlin
BRASILALEMANHA9
Divulgação
Governador Sérgio Cabral - Personalidade Brasil-Alemanha 2011 / Gouverneur Sérgio Cabral - Deutsch-Brasilianische Persönlichkeit 2011
“O Rio vive um momento único
em sua história”
Sérgio Cabral, Governador do Rio de Janeiro
e Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha 2011,
concedeu uma entrevista exclusiva à Revista
BRASILALEMANHA, na qual fala sobre o potencial de seu Estado e as oportunidades para
o empresariado alemão
BA – O Sr. é o primeiro governador brasileiro
a receber o Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha. Como recebeu a homenagem?
Governador Sérgio Cabral – Com muito
orgulho e também com humildade, por saber
que temos feito um trabalho acertado à frente
do Governo do Estado, mas que ainda resta
um longo caminho pela frente. Acho que esse
reconhecimento é não só a mim como também
ao nosso governo, e é fruto de um trabalho
de estreitamento e fortalecimento dos laços
com a Alemanha, uma relação bilateral que
se solidifica cada vez mais. Temos um compromisso com o povo do nosso Estado, e esse
32BRASILALEMANHA
reconhecimento internacional, das nossas
ações de políticas públicas, como a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora
(UPP), por exemplo, demonstra que estamos
no caminho certo.
BA – Em 2008, o Sr. esteve na Alemanha
acompanhado por uma comitiva de secretários e empresários. Desde então, como avalia
a evolução desse relacionamento?
Governador Sérgio Cabral – Quando fizemos
essa viagem, visitamos cinco cidades em cinco
dias, com uma agenda de trabalho muito
produtiva. Lembro na ocasião de ter sentido o
respeito, a admiração e a crença dos alemães
no Brasil e, particularmente, no Rio de Janeiro, tanto por parte dos empresários com das
autoridades. E o fato é que nós não paramos
de receber investidores estrangeiros. Segundo
a Federação das Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro (Firjan), serão investidos US$ 102
bilhões, entre recursos públicos e privados, nos
próximos três anos.
O Rio de Janeiro se consolida na área de
petróleo e gás, não só na exploração e produção, mas também nos setores da indústria
naval e de pesquisa. Estamos nos tornando o
maior centro mundial de pesquisas em águas
profundas. Não há outra cidade no mundo
que tenha, como nós temos, na Ilha do Fundão, uma ilha do conhecimento, onde já funciona o maior centro de pesquisas individual
do mundo para a área, que é da Petrobras.
Essa ilha do conhecimento vem atraindo
grandes empresas globais, como a British
Gas, a General Electric, a Schlumberger, a
Baker Huges e a FMC, com investimentos que
superam R$ 1 bilhão.
O Estado do Rio tem atualmente uma política
de recepção de negócios que antes não existia.
Hoje, os líderes dos governos estadual, federal
e municipal dialogam permanentemente. Essa
integração gera mais oportunidades para quem
quer investir. E ter os três níveis de governo em
sintonia é fundamental para o desenvolvimento
do nosso Estado.
Setembro 2011
Divulgação
BA – MAN Latin America, CSA Thyssen Krupp,
Laboratórios B.Braun, Merck, Schulz, Lanxess, Knauf , Bayer e Schott são alguns
nomes de empresas alemãs atuantes no
Rio de Janeiro. Qual a importância dessa
presença para a economia do Estado?
De que forma elas contribuem para o seu
desenvolvimento?
Governador Sérgio Cabral – A Alemanha é
uma importante parceira do Brasil e do Rio de
Janeiro. Somente entre 2001 e 2009, a Alemanha investiu mais de US$ 10 bilhões no Brasil,
tornando-se o sétimo país em investimentos na
nossa economia. E ainda há muito espaço para
crescimento, já que o nosso Estado responde
por apenas 6% do relacionamento comercial
Brasil e Alemanha.
O Brasil ficou durante 30 anos sem uma
nova planta siderúrgica integrada. Esse hiato
foi rompido com a recente inauguração da
ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico,
em Santa Cruz, na zona oeste. A ThyssenKrupp
fez o maior investimento da sua história, com
O Estado do Rio tem uma política de recepção de negócios que gera mais oportunidades para
quem quer investir / Der Bundesstaat Rio de Janeiro verfolgt eine geschäftsfördernde Politik
und schafft so neue Investitionsmöglichkeiten
„Rio erlebt einen historischen Moment“
Sérgio Cabral, Gouverneur des Bundesstaats Rio de Janeiro und
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeit 2011, sprach in einem
Exklusivinterview mit der BRASILALEMANHA über das Potential
in Rio de Janeiro und die Geschäftsmöglichkeiten für deutsche
Unternehmern
BA - Sie sind der erste brasilianische Gouverneur, dem die DeutschBrasilianische Persönlichkeitsehrung verliehen wird. Was bedeutet
das für Sie?
Gouverneur Sérgio Cabral - Ich bin sehr stolz darauf. Zugleich bin
ich mir bewusst, dass wir in der Regierung von Rio zwar gute Arbeit
geleistet haben, aber auch noch einen langen Weg vor uns haben. Ich
sehe die Ehrung nicht nur als persönliche Anerkennung, sondern als
Anerkennung unserer Regierungsarbeit und als Ergebnis der engeren
Zusammenarbeit mit Deutschland. Unsere bilateralen Beziehungen
gewinnen zunehmend an Substanz. Wir sind der Bevölkerung unseres
Bundesstaats verpflichtet, und diese internationale Anerkennung
unserer politischen Arbeit wie beispielsweise der Einrichtung von
Polizeieinheiten, die permanente Präsenz in den Favelas zeigen
(Unidades de Polícia Pacificadora - UPP), zeigt, dass wir auf dem
richtigen Weg sind.
BA - Im Jahr 2008 haben Sie ein Komitee von Ministern und
Unternehmern nach Deutschland begleitet. Wie haben sich die
bilateralen Beziehungen seitdem entwickelt?
Gouverneur Sérgio Cabral - Auf dieser Reise haben wir an fünf Tagen
fünf Städte besucht und sehr ergiebige Gespräche geführt. Damals
habe ich gespürt, wie viel Respekt und Bewunderung die Deutschen
für Brasilien und besonders für Rio de Janeiro haben und wie sehr sie
an dieses Land glauben, und zwar sowohl die Unternehmer als auch
die Behördenvertreter. Und es wurde deutlich, dass ausländische
Investoren auch weiterhin nach Rio kommen. Nach Angaben des
Setembro 2011
Industrieverbandes des Bundesstaats Rio de Janeiro (FIRJAN) sollen
in den nächsten drei Jahren öffentliche und private Investitionen in
Höhe von US$ 102 Mrd. getätigt werden.
Rio de Janeiro festigt seine Marktposition in der Petrochemie,
und zwar nicht nur in der Exploration und Produktion, sondern auch
in der Forschung sowie im Schiffbau. Wir werden zum weltgrößten
Standort für Tiefseeforschung der Welt. Keine andere Stadt hat etwas Vergleichbares zu unserer Insel Ilha do Fundão, wo das größte
alleinstehende Forschungszentrum bereits in Betrieb ist, das Zentrum von Petrobras. Diese „Wissensinsel“ lockt große internationale
Unternehmen an wie beispielsweise British Gas, General Electric,
Schlumberger, Baker Hughes und FMC. Insgesamt liegen die Investitionen bei über R$ 1 Mrd.
Der Bundesstaat Rio betreibt heute im Gegensatz zu früher eine
aktive Standortpolitik. Die Regierungen auf Ebene des Bundes, der Bundesstaaten und der Gemeinden stehen in ständigem Dialog. Dadurch
entstehen mehr Investitionsmöglichkeiten. Für die Entwicklung unseres
Bundesstaats ist es sehr wichtig, dass die drei Regierungsebenen an
einem Strang ziehen.
BA - MAN Latin America, CSA ThyssenKrupp, Laboratórios B. Braun,
Merck, Schulz, Lanxess, Knauf, Bayer und Schott gehören zu den
deutschen Unternehmen, die in Rio de Janeiro präsent sind. Welche
Bedeutung hat diese Präsenz für die Wirtschaft des Bundesstaats?
Wie tragen die Unternehmen zu seiner Entwicklung bei?
Gouverneur Sérgio Cabral - Deutschland ist ein wichtiger Partner von
Brasilien und von Rio de Janeiro. Allein in den Jahren 2001 bis 2009 hat
Deutschland über US$ 10 Mrd. in Brasilien investiert und war damit der
siebtgrößte Investor. Und es gibt noch viel Luft nach oben, denn Rio
de Janeiro hat nur einen Anteil von 6% an den deutsch-brasilianischen
Handelsbeziehungen.
Seit 30 Jahren wurde in Brasilien kein neues integriertes Hüttenwerk
gebaut. Aber jetzt wurde ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico
BRASILALEMANHA33
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Berlim - 2006
Jens Schike
Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha
Prêmio Personalidade chega
a sua 17ª edição
Pela segunda vez, o Rio de Janeiro servirá como cenário
para a entrega da homenagem
Quatorze anos depois que, em
1997, Ernst Günther Lipkau, Presidente de Honra da Câmara Brasil-Alemanha, e Jorge Gerdau, então Presidente
do Conselho de Administração do
Grupo Gerdau, receberam o Prêmio
Personalidade Brasil-Alemanha, o
Rio de Janeiro sedia, mais uma vez,
o evento de entrega da homenagem.
Em 2011, o Governador do Estado do
12BRASILALEMANHA
Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, pelo
lado brasileiro, e o Prof. Dr. Martin
Winterkorn, Chairman do Conselho
de Administração da Volkswagen AG,
pelo lado alemão, serão os premiados.
Criado, em 1995, pela Câmara
Brasil-Alemanha em conjunto com a
Confederação das Câmaras Alemãs
de Comércio e Indústria (DIHK na
sigla em alemão), o Prêmio Perso-
nalidade homenageia, anualmente,
dois representantes – um de cada
país –, cujas ações e iniciativas
foram reconhecidas por terem contribuído para fortalecer as relações
bilaterais. Os dois premiados deste
ano passam a integrar um grupo
de 34 pessoas do qual fazem parte
ministros de Estado, embaixadores
e empresários, entre outros. (CD)
Setembro 2011
Divulgação
Prof. Dr. Martin
Winterkorn
Chairman do Conselho de
Administração da Volkswagen AG
Sérgio de Oliveira
Cabral Santos Filho
O Prof. Dr. Martin Winterkorn nasceu em 24 de maio de 1947, em
Leonberg (Alemanha). Entre 1966 e 1973, cursou ciências metalúrgicas
e física metalúrgica na Universidade de Stuttgart. De 1973 até 1977,
desenvolveu pesquisas no Instituto Max-Planck, onde defendeu a sua
tese de doutorado.
A carreira profissional teve início em 1977, como especialista
técnico da divisão de pesquisas de Engenharia de Processos na
Robert Bosch GmbH. Na Audi AG, o Prof. Winterkorn iniciou as
atividades em 1981, como assistente da diretoria do setor de
Garantia de Qualidade. No início de 1988, ocupou o cargo de
gerente do departamento de Garantia de Qualidade e, em 1990,
foi nomeado diretor.
Em 1993, foi indicado diretor do Grupo de Garantia de Qualidade
na Volkswagen AG. Em janeiro de 1996, passou a integrar a diretoria
de mercado da empresa, respondendo pela área de Desenvolvimento
Técnico da marca Volkswagen. Em julho de 2000, foi nomeado membro da diretoria da empresa, coordenando os programas de P&D.
Winterkorn foi eleito Chairman do Conselho de Administração da
Audi em 1o de março de 2002. Em janeiro de 2003, passou a liderar
a área de Desenvolvimento Tecnológico. Na sua posição como
Chairman do Conselho de Administração da Audi AG, Winterkorn
também integrou o Conselho de Administração da Volkswagen AG.
Em janeiro de 2007, o Dr. Martin Winterkorn foi empossado
como Chairman do Conselho de Administração da Volkswagen
AG, assim como do Conselho da Audi e da Porsche. A sua gestão
se caracteriza pela adoção de um conjunto de projetos e ações
que têm por objetivo principal conduzir o Grupo Volkswagen à
liderança mundial da indústria automobilística até 2018. No âmbito dessa estratégia, a Volkswagen está reforçando a sua posição
em mercados emergentes como China, Rússia e Brasil, onde a empresa está presente desde 1950 e conta atualmente com quatro
unidades de produção, empregando 20 mil funcionários. O País
é um dos três mais importantes mercados mundiais da empresa,
razão pela qual foram destinados à filial brasileira recursos de R$
6,2 bilhões a serem investidos no período compreendido entre
2010 e 2014. Os aportes são destinados especialmente para o
aumento da capacidade de produção e para o desenvolvimento
de novos produtos ambientalmente corretos.
Nasceu em 27 de janeiro de 1963, no Rio de Janeiro, o filho do
jornalista e escritor Sérgio Cabral e da museóloga e professora
Magali Cabral. Formado em Comunicação Social – Jornalismo, aos
24 anos, como diretor de operações da TurisRio (Companhia de
Turismo do Estado do Rio de Janeiro), começou a carreira política.
Três anos depois, em 1990, foi eleito deputado estadual pela
primeira vez pelo PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).
Reeleito em 1994 para o segundo mandato, ainda como integrante do PSDB, iniciou sua participação na gestão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) e, apoiado
por uma frente parlamentar ampla, assumiu a presidência da
instituição, cargo que ocuparia por oito anos. Sua gestão foi
marcada pela redução de gastos e por uma elevação significativa
na produtividade do trabalho de legislação.
Em 1998, em sua terceira legislatura (PSDB), reconhecido por sua
atuação, foi o deputado mais votado do Brasil, com 380 mil votos.
Entre as leis de sua autoria destacam-se a criação da Delegacia do
Idoso na Polícia Civil e do Conselho Estadual de Defesa do Idoso e a
criação do Passe Livre para estudantes da rede pública, portadores
de deficiência física e maiores de 65 anos.
Em decorrência da carreira bem-sucedida, com a consolidação das reformas que ganharam repercussão nacional,
foi eleito senador em 2002 pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Em 2006, escolhido em convenção como o candidato da
coligação “Unidos Pelo Rio” ao governo do Estado do Rio de
Janeiro, foi eleito em segundo turno, com 5,1 milhões de votos.
Foi reeleito governador do Rio nas eleições de 2010, com 5,2
milhões de votos, mais de 66% dos votos válidos.
No desempenho de suas atividades, destaca-se o trabalho
para a recuperação econômica de seu Estado, em especial, as
iniciativas para atrair o engajamento e os investimentos de empresas alemãs à região. Aí estão incluídos os aportes trazidos
ao Estado por grupos empresariais germânicos; a participação
ativa e o acompanhamento pessoal na viagem de delegações
de empresários do Rio de Janeiro à Alemanha; a acolhida e o
envolvimento com os interesses de empresários daquele país
que chegam ao Rio de Janeiro; assim como a criação de um novo
programa de cooperação com a cidade de Colônia.
Divulgação
Setembro 2011
Governador do Estado do Rio de Janeiro
BRASILALEMANHA13
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Munique - 2010
Siegbert + Xenia Heuser
Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha
Die 17. Deutsch-Brasilianische
Persönlichkeitsehrung
Bereits zum zweiten Mal findet die feierliche Ehrung in Rio de Janeiro statt
Vierzehn Jahre, nachdem Ernst
Günther Lipkau, Ehrenpräsident der
Deutsch-Brasilianischen Industrie- und
Handelskammer, und Jorge Gerdau,
damals Vorsitzender des Aufsichtsrats
der Gerdau-Gruppe, 1997 in Rio de
Janeiro die Deutsch-Brasilianische
Persönlichkeitsehrung ausgesprochen
wurde, ist die Stadt erneut Schauplatz
der Zeremonie. Die Geehrten in diesem
14BRASILALEMANHA
Jahr sind der Gouverneur des Bundesstaats Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, auf
brasilianischer Seite, und auf deutscher
Seite Prof. Dr. Martin Winterkorn, Vorstandsvorsitzender der Volkswagen AG.
Die Ehrung wurde 1995 von der
Deutsch-Brasilianischen Industrieund Handelskammer gemeinsam
mit dem Deutschen Industrie- und
Handelskammertag (DIHK) ins
Leben gerufen. Jedes Jahr werden
damit zwei Persönlichkeiten - eine
aus jedem Land - anerkannt, deren
Arbeit und Initiativen zur Stärkung der bilateralen Beziehungen
beitragen. Zu den mittlerweile 34
Deutsch-Brasilianischen Persönlichkeiten gehören u.a. Landesminister
bzw. Gouverneure, Botschafter und
Unternehmer. (CD)
Setembro 2011
Setembro 2011
BRASILALEMANHA15
Sérgio de Oliveira
Cabral Santos Filho
Prof. Dr. Martin
Winterkorn
Vorsitzender des
Vorstands der Volkswagen Aktiengesellschaft
Prof. Dr. Martin Winterkorn wurde am 24. Mai 1947 in
Leonberg (Deutschland) geboren. Er studierte von 1966 bis 1973
Metallkunde und Metallphysik an der Universität Stuttgart.
Von 1973 bis 1977 war er Doktorand am Max-Planck-Institut
für Metallforschung, wo er 1977 promovierte.
Seine berufliche Laufbahn begann Winterkorn 1977 als Fachreferent im Forschungsbereich „Verfahrenstechnik“ bei der
Robert Bosch GmbH. 1981 begann Winterkorn bei der Audi AG
als Assistent des Vorstands für Qualitätssicherung. Anfang 1988
wurde er Bereichsleiter der „Zentralen Qualitätssicherung“, 1990
Leiter der Audi-Qualitätssicherung.
1993 wurde Winterkorn Leiter der „Konzern-Qualitätssicherung“ der Volkswagen AG. Im Januar 1996 übernahm Winterkorn
die Funktion des Markenvorstands für die „Technische Entwicklung“ der Marke Volkswagen. Von Juli 2000 an war er Mitglied
des Vorstands der Volkswagen AG für den Geschäftsbereich
„Forschung und Entwicklung“.
Winterkorn war seit 1. März 2002 Vorsitzender des Vorstands
der Audi AG. Darüber hinaus übernahm er im Januar 2003 die
Verantwortung für den Geschäftsbereich Technische Entwicklung.
In seiner Eigenschaft als Vorstandsvorsitzender der Audi AG war
Winterkorn Mitglied des Vorstands der Volkswagen AG.
Im Januar 2007 übernahm Dr. Martin Winterkorn den
Vorstandsvorsitz der Volkswagen AG sowie den Vorsitz des
Aufsichtsrats der Audi AG; im November 2009 außerdem den
Vorstandsvorsitz von Porsche. Im Mittelpunkt seiner Tätigkeit für
Volkswagen steht die Umsetzung des Konzernziels, bis 2018 zum
weltweit führenden Automobilhersteller zu werden. Im Rahmen
dieser Wachstumsstrategie baut der Volkswagen-Konzern seine
Wettbewerbsposition in Schwellenländern wie China, Russland
und Brasilien gezielt aus. In Brasilien ist Volkswagen seit 1950
präsent und beschäftigt heute in vier Werken über 20.000 Mitarbeiter. Das Land zählt zu den drei wichtigsten Absatzmärkten des
Unternehmens, und deshalb investiert der Konzern im Zeitraum
2009 bis 2014 rund R$ 6,2 Mrd. in seine brasilianische Tochtergesellschaft. Der Schwerpunkt der Investitionen liegt dabei auf
dem Ausbau der Fertigungskapazitäten und der Entwicklung
marktgerechter, umweltfreundlicher Produkte.
16BRASILALEMANHA
Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho wurde am 27. Januar
1963 in Rio als Sohn des Journalisten und Schriftstellers Sérgio
Cabral und der Museologin und Lehrerin Magali Cabral geboren.
Er studierte Öffentlichkeitsarbeit und Journalismus. Mit 24 Jahren
- er war Direktor von TurisRio, dem Fremdenverkehrsamt des Bundesstaates Rio de Janeiro - begann er seine politische Laufbahn.
Drei Jahre später, im Jahr 1990, zog er für die PSDB (Sozialdemokratische Partei Brasiliens) ins Parlament des Bundesstaates ein.
1994 wurde er wiedergewählt und begann, in der Verwaltung des
Parlaments von Rio de Janeiro (ALERJ) zu arbeiten. Mit breiter Unterstützung übernahm er den Vorsitz des Parlaments, ein Amt, dass er
acht Jahre lang behalten würde. Seine Amtszeit zeichnete sich durch
Ausgabensenkungen und eine beträchtliche Effizienzsteigerung in
der legislativen Arbeit aus.
Als er 1998 für seine dritte Amtszeit (immer noch für die PSDB)
gewählt wurde, erhielt er mit 380.000 Stimmen mehr Stimmen als
jeder andere Abgeordnete in Brasilien. Zu den Gesetzen, die er auf
den Weg brachte, gehören die Einrichtung von Polizeidienststellen für Senioren bei der Zivilpolizei, die Einrichtung eines Rates
für die Belange der Senioren und das Gesetz, nach dem Schüler
der öffentlichen Schulen, Körperbehinderte und Senioren über 65
den öffentlichen Nahverkehr kostenlos nutzen können.
Dank seiner Erfolge und der Reformen, die in ganz Brasilien Resonanz fanden, wurde er 2002 zum Senator gewählt, mittlerweile
als Mitglied der PMDB (Partei der demokratischen Bewegung).
Im Jahr 2006 trat er für die Koalition „Unidos Pelo Rio“ („Vereint für Rio“) bei den Gouverneurswahlen im Bundesstaat Rio de
Janeiro an und wurde im zweiten Wahlgang mit 5,1 Mio. Stimmen
gewählt. 2010 wurde er mit 5,2 Mio. Stimmen, mehr als 66% der
gültigen Stimmen, wiedergewählt.
Im Mittelpunkt seiner Arbeit stehen die Bemühungen um den
wirtschaftlichen Aufschwung des Bundesstaats, insbesondere die
Initiativen, um deutsche Unternehmen in die Region zu holen. Dazu
gehören die Investitionen deutscher Konzerne im Bundesstaat;
das Kooperationsprogramm mit dem Hamburger Hafen; die aktive
Teilnahme an Delegationsreisen von Unternehmern aus Rio nach
Deutschland; der Empfang und die Unterstützung deutscher Unternehmer in Rio de Janeiro; und die neue Städtepartnerschaft mit Köln.
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Gouverneur des Bundesstaats Rio de Janeiro
Setembro 2011
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Setembro 2011
BRASILALEMANHA17
Energia
Energie
Força dos ventos
Exploração do potencial de energias renováveis ainda enfrenta entraves.
Vladimir Goitia
44BRASILALEMANHA
Siemens
As perspectivas de geração de energia
a partir de fontes alternativas – usinas
eólicas, termelétricas a partir de biomassa e pequenas centrais hidrelétricas – no
Brasil são tão boas que o governo estima que a participação delas na matriz
energética do país, chamada de Sistema
Interligado Nacional (SIN), dobrará
ainda nesta década, passando de 8%
para 16%. Atualmente, a capacidade
instalada do SIN é de 110.000 MW. Em
2020, deve chegar a 171.000 MW.
O destaque nessas estimativas é a
geração eólica, que passaria de apenas
1% nesse bolo todo para 7% em dez
anos. Isso quer dizer que os moinhos de
vento responderiam por algo em torno
de 12.000 MW de energia já em 2020.
É bom lembrar que hoje os 44 parques
eólicos em operação geram apenas 1.436
MW (1,3% da matriz), capacidade instalada duas vezes e meia menor do que
gera a Dinamarca com a força dos ventos
(3.752 MW), de acordo com o ranking
da Global Wind Estatistics (GWEC), no
qual a China aparece em primeiro lugar,
com mais de 42.000 MW.
Mas o objetivo do Brasil em termos
de energias renováveis não para aí.
Cálculos que vêm sendo refeitos pelo
Ministério de Minas e Energia devem
levar o Brasil para um novo patamar
gerador de energia eólica num futuro
não muito distante. O potencial de
143.000 MW projetados para o país há
uma década, com torres de 50 metros de
altura, pularia para a faixa de 300.000
MW a 400.000 MW. Ou seja, de três a
quatro vezes a mais em relação à matriz
energética instalada atualmente, que inclui todas as fontes de energia. E isso só
por causa da altura atual das torres dos
aerogeradores, entre 80 e 110 metros.
Outro setor com amplas perspectivas
de expansão é o de biomassa. Dos quase
15.000 MW de energia que poderão ser
gerados a mais por meio de fontes alter-
Até 2020, segundo estimativas
do governo brasileiro, 16% da
geração de energia no País terá
origem em fontes alternativas / Bis
2020 kommen nach Einschätzung
der brasilianischen Regierung
16% der Energie in Brasilien aus
alternativen Quellen
nativas até a Copa do Mundo de 2014, o
equivalente a pouco mais de três usinas
hidrelétricas de Belo Monte, 5.400 MW
(36%) devem vir da geração de biomassa. Assim, se igualaria à energia eólica
(36%) e superaria a das PCH (27%), de
acordo com estimativas apontadas no
último Plano Decenal de Energia (PDE)
do governo para daqui a quatro anos.
Mas, por enquanto, trata-se apenas de
números, estimativas e projeções, já que
nem tudo parece ser tão factível como
pinta o governo. Para alcançar o patamar
projetado e chegar às metas ambiciosas de
expansão traçadas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), serão necessários investimentos de pelo menos R$ 190 bilhões
nos próximos anos. A EPE informa que
metade desse montante (R$ 90 bilhões) se
refere a empreendimentos já autorizados,
que incluem grandes hidrelétricas.
Os restantes R$ 100 bilhões ainda
precisam ser contratados. Desse mon-
tante, 45% são necessários para fontes
renováveis que não sejam hidrelétricas,
que devem absorver os outros 55%. A
questão é, entretanto, de onde sairá
todo esse dinheiro ou como será possível convencer e seduzir investidores,
principalmente num momento em que
empresas do setor eólico começam a
mostrar preocupação com a ameaça
da competitividade diminuída e com a
ausência de perspectivas futuras no programa de leilões de energia do governo.
“Precisamos de [programas] que
permitam competitividade mais justa,
[regras que permitam concorrer] de
igual para igual [com outras fontes de
geração]”, diz Eduardo Lopes, diretor
comercial da Wobben Windpower.
De acordo com ele, também diretor de
Indústria da Associação Brasileira de
Energia Eólica (ABEEólica), seria necessário que o governo definisse “leilões
exclusivos” de pelo menos 2.000 MW
Setembro 2011
Setembro 2011
BRASILALEMANHA45
Inovação
Innovation
Alemanha é o parceiro favorito
dos brasileiros
A cooperação entre a comunidade científica e o setor empresarial dá novos impulsos
ao trabalho conjunto entre o Brasil e a Alemanha.
Alexander Busch
ponta. Vale lembrar que a Alemanha
também precisa do Brasil por várias razões: seja como fornecedor de commodities, seja como mercado para venda
de produtos industrializados e também
como plataforma para exportação.
Avanços e problemas
Apesar disso, até o momento, a troca de
tecnologia ficou restrita às empresas – o
que foi feito com muito sucesso. A Siemens, por exemplo, ainda na década de
1970, iniciou a produção das primeiras
turbinas para usinas hidrelétricas como
Itaipu. Atualmente, a Voith Hydro, sua
joint venture com a Voith, fornece turbinas produzidas no Brasil para todo
o mundo. A Volkswagen desenvolveu no
País uma família de caminhões e carros
que agora também é vendida em outras
regiões do mundo. A Basf realiza, em
parceria com a Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária),
Roberto Stucker/Presidência da República
Quatro horas foi o quanto durou a
conversa entre o presidente da Alemanha,
Christian Wulff, e a presidente do Brasil,
Dilma Rousseff, quando se encontraram,
em maio deste ano. Os dois chegaram a
resultados concretos. Vários obstáculos
que impediam uma cooperação mais
estreita entre seus países foram esclarecidos, o que resultará em um intercâmbio
mais intenso em P&D. Dilma concordou
que o Brasil será o país parceiro da próxima edição da CeBit 2012, em Hannover,
a maior feira da área de TI. Até 2014,
o Brasil quer enviar 10 mil estudantes
brasileiros às universidades alemãs. Os
primeiros seguirão ainda este ano. Três
quartos deles contarão com bolsas de
estudo brasileiras.
O encontro dos dois presidentes
deixou claro que, “no setor de cooperação técnico-científica, a Alemanha é
o parceiro preferido dos brasileiros”,
segundo Bertram Heinze, diretor da fase
de implementação do Centro Alemão de
Ciência e Inovação São Paulo (DWIH
na sigla em alemão). Fator decisivo é
a procura brasileira por alternativas
para o seu papel como líder mundial
no fornecimento de matérias-primas. O
Brasil precisa de investidores e de alta
tecnologia para fazer frente à invasão
chinesa, assim como para diminuir a sua
dependência das commodities e para se
tornar uma plataforma de exportação de
produtos manufaturados. “Queremos
aplicar a pesquisa e inovação de forma
estratégica para desenvolver uma sociedade brasileira de conhecimento com
uma economia sustentável”, diz Aloizio
Mercadante, Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil.
Para alcançar isso, a Alemanha é o
parceiro perfeito, mas não apenas porque dispõe de tecnologia e pesquisa de
Acordo entre Dilma Rousseff e o Presidente alemão, Christian Wulff: cooperação cada vez mais estreita, especialmente na área de P&D. /
Abkommen zwischen Dilma Rousseff und Christian Wulff: Die Zusammenarbeit soll u.a. in Forschung & Entwicklung vertieft werden.
20BRASILALEMANHA
Setembro 2011
Setembro 2011
BRASILALEMANHA21
Basf e Embrapa – parcerias bem-sucedidas
na área de pesquisas agrícolas / BASF und
EMBRAPA - erfolgreiche Partnerschaften in
der Agrarforschung
Innovation
temas abordados nesses eventos bilaterais
foram geotecnologia,
bioeconomia e pesquisa sobre o laser.
O novo Centro
Alemão de Ciência e
Inovação São Paulo
(DWIH) é um dos
cinco centros patrocinados pelo governo alemão. As outras
unidades estão localizadas em Moscou,
Nova Déli, Nova York e Tóquio. Os Centros de Ciência e Inovação pretendem
promover internacionalmente o mundo
alemão da ciência. Em 2011, quando
for oficialmente inaugurado, o DWIH
São Paulo abrigará a representação de
13 institutos de pesquisa, universidades
e centros científico-econômicos alemães.
“Com isso, a Alemanha estará muito
bem representada”, comenta Bertram
Heinze, do DWIH.
BASF AG
Inovação
pesquisas sobre novas variedades de
sementes. A Bosch desenvolveu no Brasil os motores flex-fuel movidos tanto a
etanol, quanto a gasolina.
Mas, se entre as empresas houve avanços, a cooperação entre instituições de
pesquisa e universidades com pequenas
e médias empresas não andou tão bem.
Isso deverá mudar agora. A aproximação
entre os governos também se dá no plano
estatal. Os resultados são dignos de nota:
o Ano Brasil-Alemanha de Ciência, Tecnologia e Inovação 2010/2011 chamou a
atenção para o Brasil na Alemanha. Isso
aconteceu por meio dos vários simpósios
realizados e que contaram com a participação de altas autoridades. Os principais
Mudanças e desafios
O novo interesse em tecnologia alemã
já impôs mudanças ao Brasil, em áreas
em que antigamente eram registra-
das poucas alterações. É o caso, por
exemplo, das normas para a entrada
de especialistas estrangeiros no país.
Nunca antes se emitiu um número tão
grande de vistos para acadêmicos. Mão
de obra altamente qualificada é muito
bem-vinda, especialmente nos setores
petrolífero, elétrico e industrial. A nova
Lei do Bem oferece incentivos fiscais
para empresas que pesquisam, aplicam
ou desenvolvem novas tecnologias. A
Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (Fapesp), responsável por promover a ciência em
São Paulo, assume a metade da remuneração de funcionários estrangeiros
em empresas brasileiras que trabalham
com pesquisa.
Problemático continua a ser o fato
de as empresas brasileiras demonstrarem pouca disposição para investir em
pesquisa. “Pequenas e médias empresas
têm receio de investir em tecnologia própria”, diz o especialista em economia
Fernando Reinach. “Elas procuram mais
o que podem copiar.”
As empresas brasileiras já avançaram
nessa área, mas ainda ocupam posições
de pouco destaque nos rankings mun-
Deutschland ist Wunschpartner
Nummer Eins der Brasilianer
Die bilaterale Kooperation zwischen Wissenschaft und Wirtschaft gibt der deutsch-brasilianischen
Partnerschaft bereits neue Impulse.
Alexander Busch
Vier Stunden konferierte Bundespräsident Christian
Wulff mit der brasilianischen Präsidentin Dilma Rousseff
bei ihrem Treffen im Mai. Danach hatten die beiden Staatsoberhäupter Nägel mit Köpfen gemacht. Zahlreiche Hindernisse für die engere Zusammenarbeit zwischen Deutschland
und Brasilien konnten sie aus dem Weg räumen – die meisten werden zu einem intensiveren Austausch bei Forschung
und Entwicklung führen. So sagte Rousseff kurzfristig zu,
dass Brasilien das Partnerland der nächsten der IT-Messe
CeBIT in 2012 sein werde. Zehntausend brasilianische
Studenten will Brasilien noch bis 2014 an Deutschlands
Universitäten entsenden. Die ersten noch in diesem Jahr.
Drei Viertel davon mit brasilianischen Stipendien.
Das deutsch-brasilianische Spitzentreffen zeigt: „Bei der
wissenschaftlich-technischen Zusammenarbeit ist Deutsch-
22BRASILALEMANHA
land Wunschpartner Nummer Eins der Brasilianer“, sagt
Bertram Heinze, Direktor des Deutschen Wissenschafts- und
Innovationshaus (DWIH) in São Paulo. Der entscheidende
Grund: Die Brasilianer suchen nach Alternativen zu ihrer
Rolle als weltweiter Rohstofflieferant. Brasilien braucht Investoren und High-Tech, um sich gegen den Ansturm Chinas
zu wappnen, seine Rohstoffabhängigkeit zu verringern und
selbst weltweite Exportplattform für verarbeitete Güter zu
werden. „Wir wollen Forschung und Innovation strategisch
einsetzen, um Brasilien zur Wissensgesellschaft und einer
nachhaltigen Ökonomie zu entwickeln“, sagt Aloizio Mercadante, brasilianischer Wissenschaftsminister.
Deutschland ist dafür als Partner perfekt geeignet. Nicht
nur, weil Deutschland über Spitzentechnologie und –forschung verfügt. Auch Deutschland benötigt Brasilien als
Rohstofflieferanten, als Absatzmarkt für Industriegüter
und Exportplattform.
Setembro 2011
Setembro 2011
BRASILALEMANHA23
Inovação
Pesquisadores brasileiros têm nível de competência
mundial em áreas como agricultura, saúde e
proteção ambiental / Brasilianische Forscher
arbeiten in Bereichen wie Landwirtschaft,
Gesundheitswesen und Umweltschutz auf
internationalem Niveau
Innovation
BASF AG
meio de inúmeras grandes instituições,
é considerada um exemplo no Brasil.
diais sobre investimentos em P&D.
“Um obstáculo é a legislação no âmbito
da pesquisa”, avalia Edgar Horny, presidente da Associação de Engenheiros
Brasil – Alemanha (VDI Brasil). Ele
também menciona impostos em cascata
que incidem sobre um investimento
várias vezes antes de gerar lucro, ou
leis trabalhistas que evitam a criação
de spinn-offs de departamentos de alta
tecnologia para se tornarem independentes da matriz. “No nível político,
a conscientização da importância da
P&D desenvolve-se muito lentamente”, diz Horny.
Outro problema é a falta de cooperação entre as universidades e as
empresas, bem como entre as próprias
universidades. Isso, mesmo considerando que a qualidade de pesquisa no
país é cada vez melhor. Nos últimos dez
anos, o número de artigos de brasileiros
publicados em revistas internacionais
aumentou quatro vezes. A produção
científica do Brasil chegou ao mesmo
nível da Índia, está à frente da Rússia,
mas ainda continua inferior à chinesa.
Pesquisadores brasileiros têm nível de
competência mundial, especialmente
nas áreas de saúde, life-sciences, agricultura e proteção ambiental. Mesmo
assim, o caminho que liga a comunidade científica às empresas é cheio de
obstáculos. Nesse sentido, a cooperação que existe na Alemanha entre a
economia e a ciência, concretizada por
Fortschritte und Probleme
Doch bisher beschränkte sich der Technologie-Austausch
vor allem auf Unternehmen – mit beachtlichen Erfolg: So
baute Siemens bereits in den siebziger Jahren seine ersten
Turbinen für Wasserkraftwerke wie Itaipú – heute liefert das
Siemens Joint-Venture Voith Hydro von Brasilien aus Turbinen in alle Welt. Volkswagen hat in Brasilien eine ganze
Lastwagen-Familie und auch Pkw wie den Fox entwickelt,
die jetzt auch in anderen Weltregionen verkauft werden.
Basf erforscht mit dem staatlichen Agrar-Forschungsinstitut
Embrapa neue Saatgutsorten. Bosch hat in Brasilien die
Flex-Fuel-Technik entwickelt, mit der Motoren sowohl
mit Ethanol als auch Benzin in allen Mischungen betrieben
werden können.
Doch die Zusammenarbeit zwischen Forschungsinstituten, Universitäten einerseits sowie kleinere und mittlere
Unternehmen auf der anderen Seite dagegen kam zu kurz.
Das soll sich jetzt ändern. Die Regierungen haben begonnen, sich auch auf staatlicher Ebene anzunähern – und
die Erfolge sind beachtlich: Das Deutsch-Brasilianische
24BRASILALEMANHA
Perspectivas
É difícil pensar em outro momento tão
favorável para uma rápida ampliação da
troca de tecnologia como agora. O Brasil
está programando vários megaprojetos
que não serão viáveis sem uma intensa
troca de tecnologia. Entre eles estão o
trem de alta velocidade entre o Rio de
Janeiro e São Paulo; a Copa do Mundo
de 2014; as Olimpíadas de 2016; as encomendas de armamento para o futuro
desenvolvimento de submarinos, helicópteros e aviões de carga. Uma imensa
transferência de conhecimento também
será necessária para a exploração das
reservas de petróleo no pré-sal.
É preciso enfatizar que a cooperação
não é uma via de mão única. Ela não
funciona em uma única direção; isto é,
da Alemanha, país exportador de tecnologia, para o Brasil, que vai recebê-la. Ela
funcionará nas duas direções. Os desenvolvimentos bilaterais bem-sucedidos
das empresas mostraram que a economia
alemã também pode se beneficiar com a
pesquisa brasileira. “Os brasileiros estão
muito à frente dos alemães quando se
trata de lançar soluções inteligentes com
recursos limitados”, observa Bertram
Heinze. “Ao contrário do que muitos
afirmam, não se pode dizer que o Brasil
é um país pouco inovador”.
Wissenschaftsjahr 2010/2011 lenkte die Aufmerksamkeit in Deutschland durch mehrere, hochrangig besetzte
Symposien auf Brasilien: Geotechnologie, Bio-Ökonomie
und Laserforschung waren die Schwerpunkthemen dieser
bilateralen Kongresse.
Das neue Deutsche Wissenschafts- und Innovationshaus
in São Paulo ist eines von insgesamt nur fünf Institutionen
des Bundes weltweit. Neben São Paulo gibt es die DWIH
auch in Moskau, New Delhi, New York und Tokyo. Diese
Institutionen sollen die deutsche Wissenschaftslandschaft
im Ausland bekannt machen. So werden sich im Eröffnungsjahr 2011 bereits rund 13 deutsche Forschungsinstitute, Universitäten und wissenschaftlich-wirtschaftliche
Cluster in São Paulo unter dem Deckmantel des DWIH ihre
Büros eröffnen: „Deutschland ist damit sehr gut aufgestellt
in Brasilien“, sagt Heinze vom DWIH.
Veränderungen und Herausforderungen
Dieses neue Interesse an Technologie aus Deutschland
hat bereits zu Veränderungen geführt in Brasilien, wo sich
Setembro 2011
bisher eher wenig bewegte: so lockert Brasilien seit kurzem
erstmals seine Bestimmungen für den Zuzug ausländischer
Experten. Noch nie wurden so viele Arbeitsvisa für Akademiker ausgestellt wie in diesem Jahr. Vor allem in den
Branchen Öl/Gas, Strom und Industrie sind ausländische
Hochqualifizierte willkommen. Nach dem neuen Technologieförderungsgesetz („Lei do bem“) werden Unternehmen
steuerlich gefördert, die neue Technologien erforschen,
anwenden oder weiterentwickeln. Die Fapesp (Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), die Stiftung
zur Förderung der Wissenschaft im Bundesstaat São Paulo,
übernimmt die Hälfte der Mitarbeitervergütung, wenn
ausländische Mitarbeiter in brasilianischen Unternehmen
Forschungsleistungen erbringen.
Problematisch ist jedoch weiterhin die geringe Bereitschaft der brasilianischen Konzerne, in eigene Forschung
zu investieren. „Kleine und mittelständische Unternehmen
zögern, in eigene Technologie zu investieren“, sagt der
Wissenschaftsexperte Fernando Reinach. „Die schauen
lieber, wo sie etwas kopieren können.“
Insgesamt haben die brasilianischen Konzerne und auch
die Forschung zwar aufgeholt - doch liegen sie auf den
weltweiten Ranglisten über Forschung und Entwicklung
in der Wirtschaft weit abgeschlagen. „Ein Hindernis ist
der gesetzliche Rahmen für Innovation“, beobachtet Edgar
Horny, Präsident des VDI in Brasilien. Kaskadensteuern,
durch die jede Investition mehrfach besteuert wird, bevor
sie Ertrag abwirft. Oder Arbeitsgesetze, die Ausgründungen
von Hi-Tech-Abteilungen aus einem Gesamtkonzern verhindern. „Das Bewusstsein für das notwendige Umfeld von
Forschung und Entwicklung entwickelt sich auf politischer
Ebene nur langsam“, sagt Horny.
Der fehlende Austausch zwischen Universitäten und der
Wirtschaft, sowie der Universitäten untereinander ist ein
anderes Problem - zumal die Forschung im Amazonasland
immer besser wird: Brasilien veröffentlicht heute viermal
so viele internationale Beiträge wie noch vor zehn Jahren.
Brasiliens wissenschaftliche Produktion liegt inzwischen auf
dem Level von Indien, weit vor Russland, aber hinter China.
Vor allem bei Forschung in Gesundheit, Life-Sciences, Agrar
und Umweltschutz sind Brasiliens Forscher auf Weltniveau.
Doch das akademische Wissen findet immer noch schwer
den Weg zu den Unternehmen. Die Zusammenarbeit zwischen Wirtschaft und der Akademie wie in Deutschland
vermittelt durch die große Vielzahl an Instituten gilt dabei
in Brasilien als vorbildhaft.
Perspektiven
Die Aussichten waren selten so gut für einen zügigen
Ausbau des Technologie-Austausch wie derzeit: Denn
Brasilien hat zahlreiche Großprojekte in der Pipeline, die
ohne intensiven Austausch an Technologie nicht möglich
sind: etwa mit dem Hochgeschwindigkeitszug zwischen Rio
und São Paulo. Der Weltmeisterschaft 2014 und Olympia
2016. Den Rüstungsaufträgen für künftige Entwicklungen
von U-Booten, Helikopter, Transportflugzeugen. Auch
für die Erschließung der Ölvorkommen („Pre-Sal“) ist ein
gewaltiger Transfer an Know-how notwendig.
Auch ist die Kooperation keine Einbahnstraße vom Technologieexporteur Deutschland zum Technologieempfänger
Brasilien: Sie wird in beide Richtungen funktionieren: Denn
wie die erfolgreichen deutsch-brasilianischen Entwicklungen der Unternehmen gezeigt haben, kann auch die deutsche Wirtschaft von brasilianischer Forschung profitieren.
„Brasilianer sind durchaus weiter als wir, wenn es darum
geht, mit geringeren Ressourcen clevere Lösungen auf den
Markt zu bringen“, beobachtet Bertram Heinze. „Brasilien
ist nicht zu wenig innovativ – ganz im Gegenteil.“
Setembro 2011
BRASILALEMANHA25
BRASILALEMANHA25
Inovação
Innovation
Aumentam os investimentos das empresas europeias
em pesquisa e desenvolvimento
Karen Saes
• A Alemanha é um dos países líderes
em inovação. Ela ocupa a 4ª posição (atrás da Suécia, Dinamarca
e Finlândia) em recente pesquisa
realizada pela Comissão Européia - Innovation Union Scoreboard
2010 - que analisa a capacidade de
inovação dos países europeus.
• Em 2010, foram registradas mais
de 12,5 mil novas patentes da Alemanha, quase o dobro do número
registrado pela França e Reino
Unido juntos.
• Na Alemanha, mais de 31 mil
empresas investem em pesquisa e
desenvolvimento.
Werther Santana/AE
Inovação na Alemanha
e na União Europeia
Número de patentes concedidas pelo Instituto de Patentes Europeu (2010)
Rep. Checa
Polônia
Hungria
Espanha
China
Holanda
Reino Unido
França
Japão
USA
Alemanha
0
2,000
4,000
6,000
8,000
10,000
12,000
14,000
Fonte: Instituto de Patentes Europeu – Dados em números absolutos se referem a 2010
• De acordo com uma pesquisa realizada pela Ernst &
Young, para quase 25% do empresariado alemão, o país
se destaca como o mais atraente para realizar atividades
de P&D, à frente da Suíça e dos Estados Unidos.
• Novos produtos - recentemente adicionados ao port­
fólio das companhias ou lançados no mercado – são
responsáveis por um volume de mais de 27% do faturamento total obtido pelas empresas. Na Europa, a
média é de 19%.
• De acordo com um estudo publicado em 2010, em
nenhum outro país europeu, os setores caracterizados
por uma intensa atividade nas áreas de P&D, têm um
faturamento tão alto quanto na Alemanha.
• Com 73 patentes (por milhão de habitantes) registradas
em 2008, a Alemanha ocupava a quarta posição no
ranking de patentes segundo as três mais importantes
instituições do setor no mundo (Instituto de Patentes
Europeu, Escritório de Patentes e Marcas Registradas
dos Estados Unidos e Instituto Japonês de Patentes).
26BRASILALEMANHA
Setembro 2011
Países mais atraentes no mundo para a realização de P&D (em %)
30
25
20
15
10
5
a
nd
di
a
Ho
la
Ín
in
a
Ch
id
o
Un
Es
ta
Re
i
no
sU
do
Al
Fr
an
ça
s
ni
do
íça
em
Su
an
h
a
0
Estima-se que em 2010, 1,3% do PIB
brasileiro tenha sido destinado à P&D
• Em 2009, 2,8% do PIB alemão
era investido em P&D e o país se
destacava como um dos líderes
mundiais nesse aspecto, ultrapassando, pela primeira vez desde
1989, os Estados Unidos.
• O Ministério Federal dos Transportes da Alemanha deverá investir
cerca de €130 milhões em projetos
pilotos de mobilidade elétrica.
Segundo previsão do órgão, até
2020 deverão circular no país pelo
menos 1 milhão de carros com
motor elétrico.
• O mesmo Ministério também
planeja investir € 500 milhões no
desenvolvimento de tecnologia de
hidrogênio e célula combustível.
Setembro 2011
Fonte: Ernst & Young - 2009
Dispêndio em P&D por países como % em relação ao Produto Interno Bruto
Itália
Holanda
EU 27
Suécia
Alemanha
França
Finlândia
Dinamarca
Rep. Checa
Bélgica
Áustria
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
Fonte: OECDE - 2009
BRASILALEMANHA27
PMEs
KMUs
Empresas de pequeno e médio
porte são um importante fator
econômico na Alemanha e no Brasil
As PMEs, espinha dorsal da economia dos dois países, empregam mais da metade da mão de obra
e são responsáveis por importantes impulsos inovadores
Oliver Döhne,
Germany Trade & Invest
A definição de pequena e média
empresa (PME) adotada pelos órgãos
de estatísticas oficiais alemães baseia-se na definição de small and medium
enterprises usada pela União Europeia
(veja quadro). No entanto, no Brasil,
entre as várias instituições que utilizam a definição, seja o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística),
seja o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social)
ou o Sebrae (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas), há diferenças quanto aos limites
das classificações.
De acordo com a definição da União
Europeia, nos dois países, 99% de todas
as empresas são PMEs e, entre elas, as
microempresas somam 91% na Alemanha e 87% no Brasil.
Aproximadamente, seis em cada dez
funcionários nos dois países trabalham
em PMEs. Na Alemanha, as PMEs desempenham um importante papel na
construção civil, no setor de hotéis e
restaurantes e no comércio. No Brasil,
ao contrário, esses setores são dominados por grandes corporações. A atual
onda de aquisições, assim como a política industrial do governo que favorece
as grandes empresas, poderá, em breve,
alterar esse quadro.
Em termos de volume de vendas,
naturalmente, as grandes empresas têm
papel dominante nos dois países. Na
28BRASILALEMANHA
Alemanha, as PMEs são responsáveis
por apenas um terço do volume de
vendas e por 45% do respectivo valor
bruto agregado. Micro e pequenas empresas respondem por apenas 15% do
PIB e por 22% dos salários pagos. Para
manter a competitividade, as PMEs
precisam estar sempre se reinventando.
Essa disposição para a inovação é um
fator fundamental para o avanço tecnológico da economia como um todo.
A importância das grandes empresas no volume do comércio exterior
brasileiro é ainda mais evidente – a
elas cabe a responsabilidade por 94%
de todas as exportações nacionais. No
entanto, desde o início da retomada
do crescimento brasileiro, as PMEs do
país também passaram a se interessar
por expandir as suas atividades para
novos mercados. Da mesma forma,
a participação das empresas alemãs
Índice de empregabilidade de acordo com os setores econômicos e o porte das empresas
Beschäftigungsanteile nach Branchen und Unternehmensgrößen
PME / KMU
grandes / Groβe
0%
20%
40%
60%
Total AL/DT* 58,3
Insgesamt BR
60
Mineração AL/DT
Bergbau BR
80%
100%
41,7
40
33
67
54
46
55,7
Indústria de processamento AL/DT
Verarb. Industrie BR
44,3
Energia e água AL/DT
Energie- und Wasser BR
21,2
78,8
31,2
68,8
Construção AL/DT
Bau BR
92,3
7,7
Comércio AL/DT
Handel BR
61,6
Setor de hotéis
e restaurantes
Gastgewerbe
Tráfego e transm. de not.
Verkehr und
Nachrichtenübermittlung
40
60
40
60
38,4
94,8
5,2
AL/DT
89,1
10,9
BR
92
AL/DT
46,9
BR
58,7
41,3
63,2
36,8
96,8
3,2
Imóveis AL/DT
Immobilien BR
Fonte / Quellen: Stat. Bundesamt, IBGE
8
53,1
*AL=Alemanha / BR=Brasil / DT=Deutschland
Setembro 2011
na economia brasileira, iniciada por
meio das grandes corporações, é, na
atualidade, essencialmente integrada
por PMEs. Como prova disso, desde
o início de 2010, mais de 100 novas
empresas alemãs se instalaram no
Brasil, a maioria delas classificadas
como PMEs.
Para a expansão de suas atividades
para novos mercados, as PMEs de
ambos os países contam com uma
forte rede de apoio. Nesse contexto,
KMU –ein wichtiger
Wirtschaftsfaktor in
Deutschland und Brasilien
Als Rückgrat der Wirtschaft beider Länder beschäftigen
KMU mehr als die Hälfte aller Arbeitnehmer und geben der
Wirtschaft unverzichtbare Innovationsimpulse
Definição da União Europeia para empresas de pequeno e médio porte*
EU-Definition von KMU* (em milhões de euros / in Mio. Euro)
Classe por porte
No de funcionários
Receita anual
Größenklasse
BeschäftigteJahresumsatz
Microempresa / Kleinstunternehmen
até 9 / bis 9
até 2 / bis 2
até 49 / bis 49
até 10 / bis 10
Pequena empresa / Kleine Unternehmen
até 249 / bis 249
até 50 / bis 50
Média empresa / Mittlere Unternehmen
mais de 250 / über 250 Mais de 50 / über 50
Grande empresa / Großunternehmen
*Os dois critérios precisam necessariamente ser concomitantes / beide Kriterien gemeinsam erforderlich
Fonte: UE / Quelle: EU
Setembro 2011
Oliver Döhne,
Germany Trade & Invest
Bei der Abgrenzung von kleinen
und mittleren Unternehmen (KMU)
orientiert sich die deutsche amtliche
Statistik an der Definition der small
and medium enterprises der EU
(s.Kasten), der auch hier gefolgt wird.
In Brasilien existierend unterschiedliche Grenzen, z.B. durch Statistikamt,
BNDES und Sebrae.
BRASILALEMANHA29
KMUs
as informações sobre mercados e os
estudos setoriais da Germany Trade
& Invest são especialmente voltados
para PMEs alemãs, que ainda não têm
presença global, mas estão interessadas
em comparar informações sobre novos
mercados de distribuição. A Câmara
Brasil-Alemanha disponibiliza contatos com especialistas e com empresas
de pequeno e médio porte brasileiras.
A DEG – sigla alemã para Sociedade
Alemã de Investimentos e Desenvolvimento (Deutsche Investitions - und
Entwicklungsgesellschaft mbH) – oferece apoio financeiro para projetos de
investimento. Os seguros referentes
à exportação podem ser obtidos por
meio da Euler Hermes. A Comissão
Europeia promove cooperações entre
empresas e institutos alemães e brasileiros na área de pesquisas. Ao planejarem
desenvolver atividades no exterior, as
empresas brasileiras recebem apoio
da Agência Brasileira de Promoção de
Exportação e Investimentos – Apex, assim como, no caso de um envolvimento
na Alemanha, da Germany Trade &
Invest. O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social)
também oferece instrumentos de financiamento para as PMEs.
Número de empresas classificação segundo o número de funcionários)
Zahl der Unternehmen (nach Beschäftigtenklassen)
Classe por porte / Größenklasse
Brasil / Brasilien Alemanha / Deutschland
Microempresa / Kleinstunternehmen
4.096.1153.324.781
Pequena empresa / Kleine Unternehmen
433.689245.833
Média empresa / Mittlere Unternehmen
60.15753.903
Grande empresa / Großunternehmen
17.30011.978
Total / Insgesamt
4.607.2613.636.495
Fontes: Destatis (Escritório Federal de Estatísticas da Alemanha) e IBGE / Quellen: Stat. Bundesamt, IBGE
Paulo Liebert/AE
PMEs
No Brasil, ao contrário da Alemanha, o setor de hotéis é dominado por grandes corporações.
Gemäß EU-Definition sind 99% aller Unternehmen in
Brasilien und Deutschland KMU, davon machen Kleinstunternehmen in Deutschland 91% und in Brasilien 87% aus.
Etwa sechs von zehn Arbeitnehmern sind in beiden Ländern bei KMU beschäftigt. Eine große Rolle spielen KMU
in Deutschland in der Bauwirtschaft, im Gastgewerbe und
im Handel. In Brasilien dominieren die großen Konzerne
diese Branchen, mit Ausnahme der Bauindustrie, noch
etwas weniger. Die derzeitige Übernahmewelle sowie die
konzernfreundliche Industriepolitik der Regierung könnten
dies bald ändern.
Beim Umsatz dominieren in beiden Ländern die Großunternehmen. In Deutschland sind KMU nur für etwas ein
Drittel des Umsatzes und 45% der Bruttowertschöpfung
zuständig. Kleinste und kleine Unternehmen sind in Brasilien für lediglich 15% des BIP und 22% der ausbezahlten
Löhne verantwortlich. Um im Wettbewerb zu bestehen,
müssen sich KMU ständig neu erfinden. Diese Innovationsbereitschaft ist ein unverzichtbarer Faktor für den
technologischen Fortschritt der gesamten Wirtschaft.
Noch deutlicher ist die Dominanz der Großen im brasilianischen Export, wo große Konzerne 94% der Gesamtausfuhr tätigen. Seit dem Aufschwung orientieren sich aber
30BRASILALEMANHA
auch brasilianische Mittelständler wieder auf neue Märkte.
Nachdem das deutsche Engagement in Brasilien anfangs
von Großkonzernen ausging, besteht die neue deutsche
Welle in erster Linie aus Mittelständlern. Seit Anfang 2010
haben sich über 100 neue deutsche Firmen in Brasilien
niedergelassen, die meisten davon KMU.
Beim Einstieg in neue Märkte können KMU beider
Länder auf ein engagiertes Fördernetzwerk setzen: die
Marktinformation und Branchenstudien von Germany
Trade & Invest wenden sich speziell an deutsche KMU,
die mögliche neue Absatzmärkte vergleichen wollen, ohne
bereits über eine eigene globale Präsenz zu verfügen. Kontakte zu Fachexperten und einheimischen Mittelständlern
verschafft die AHK Brasilien. Finanzielle Unterstützung
von Investitionsprojekten bietet unter anderem die DEG,
die Exportabsicherung läuft über Euler Hermes. Die Europäische Kommission fördert Forschungskooperationen
zwischen deutschen und brasilianischen Unternehmen
sowie Instituten. Brasilianische Unternehmen werden auf
ihrem Gang ins Ausland von der staatlichen Agentur Apex
unterstützt, sowie im Fall eines Engagements in Deutschland von Germany Trade & Invest. Auch die BNDES bietet
Finanzierungsinstrumente für KMU.
Setembro 2011
ESPECIAL RIO DE JANEIRO 2011 / SONDERAUSGABE RIO DE JANEIRO 2011
Setembro 2011
Ano 19
Edição 3
Rio de Janeiro:
uma economia em transformação
Rio de Janeiro:
eine Wirtschaft im Wandel
Investimentos em infraestrutura
novo pOlo petroquímico
Na mira dos Megaeventos
Investitionen in die Infrastruktur
Neuer Petrochemiestandort
Brasilien vor den Mega-Events
O setor naval receberá, nos próximos três anos,
investimentos da ordem de R$ 5 bilhões. /
In den Schiffbau sollen in den nächsten drei Jahren
Investitionen in Höhe von R$ 5 Mrd. fließen.
Divulgação Transpetro
“Profissionais especializados como
tecnólogos em petróleo, gás, metal
mecânica, elétrica e construção civil
devem ser mais procurados nos próximos anos. O leque de opções é enorme
e há boas perspectivas para pessoal de
nível técnico”, observa Fábio Ribeiro,
presidente da Associação Brasileira de
Recursos Humanos (ABRH-RJ).
A expectativa da Petrobras, em função
dessa estimativa, é que o novo polo
atraia a instalação de indústrias de
transformação (terceira geração) em
torno dele. O efeito multiplicador não
para por aí. Empresas prestadoras de
serviços, fornecedoras de matérias e
equipamentos virão a reboque. O Complexo Petroquímico do Rio surge ainda
como a marca da excelência tecnológica
e do pioneirismo. Um novo modelo de
Unidade de Craqueamento Catalítico
Fluido (FCC) – que nas refinarias convencionais é utilizada para a produção
de gasolina, diesel e outros derivados
de petróleo – foi desenvolvido pelos
técnicos da Petrobras para o Comple-
xo Petroquímico do Rio de Janeiro, a
fim de produzir diretamente insumos
petroquímicos básicos.
Mão de obra especializada
As descobertas do pré-sal refletem-se diretamente sobre o mercado de
trabalho. É forte a demanda por geó­
logos, geofísicos e, principalmente,
engenheiros, que são requisitados por
empresas e consultorias que compõem
essa lucrativa cadeia de negócios. A
julgar os investimentos previstos para
o País nos próximos anos, a elevada
procura por esses profissionais deve
continuar por pelo menos uma década,
na opinião de especialistas.
Generation) an diesem neuen Standort ansiedeln wird.
Aber der Multiplikatoreffekt geht noch darüber hinaus.
Dienstleister und Zulieferer von Material und Ausrüstung
kommen automatisch im Schlepptau mit. Die Spezialisten
von Petrobras haben für den Petrochemiekomplex Rio de
Janeiro ein neues Modell einer Fluid-Catalytic-CrackingAnlage entwickelt, die in den Raffinerien normalerweise zur
Herstellung von Benzin, Diesel und anderen Erdölderivaten
eingesetzt wird. Die neue Anlage jedoch stellt direkt petrochemische Basisprodukte her.
Arbeitsplätze
Die Erdölfunde im Pre-sal spiegeln sich auch im Arbeitsmarkt wieder. Gesucht werden von den Unternehmen und
Beratern, aus denen sich diese lukrative Branche zusammensetzt, vor allem Geologen, Geophysiker und natürlich
Ingenieure. Mit Blick auf die geplanten Investitionen für
die nächsten Jahre, gehen Fachleute davon aus, dass diese
Nachfrage in den nächsten zehn Jahren nicht abreißt. „Spezialisten, wie Techniker aus den Bereichen Erdöl, Erdgas,
Metallverarbeitung, Elektrik und Bauwirtschaft dürften in
den nächsten Jahren besonders nachgefragt werden. Es gibt
10BRASILALEMANHA
Indústria naval
O segmento naval, que já reúne os
maiores estaleiros e players nacionais
e internacionais do setor, também recebeu novo impulso. Estão previstos
R$ 5 bilhões em investimentos para
os próximos três anos. O Programa
de Modernização e Expansão da
Frota da Transpetro (Promef) foi
responsável pelo ressurgimento da
indústria naval fluminense, após
décadas de crise. Dos 49 navios
previstos pelo programa, 11 já foram
encomendados – outros oito, em fase
final de licitação, são disputados
por dois estaleiros do Estado. No
Rio de Janeiro, o Promef mobiliza
os estaleiros Mauá, Ilha S.A. (Eisa) e
Superpesa. Em 2010, a indústria naval
fluminense empregou cerca de 25 mil
pessoas, segundo dados do Sindicato
Nacional da Indústria de Construção
e Reparo Naval (Sinaval).
viele Möglichkeiten und die Aussichten für Fachkräfte sind
sehr gut“, meint Fábio Ribeiro, Präsident des Fachverbands
für Human Resources (ABRH-RJ).
Schifffahrtsindustrie
So hat die Schifffahrtsbranche in Rio, die bereits über die
größten nationalen Werften und Schifffahrtsgesellschaften
verfügt, neuen Auftrieb bekommen. Allein in den nächsten
drei Jahren sind Investitionen in der Höhe von R$ 5 Mrd.
geplant. Nach Jahrzehnten der Krise, wurde die Schifffahrtsindustrie in Rio de Janeiro durch das Programm zur
Modernisierung und Ausweitung der Transpetro-Flotte
wiederbelebt. Das Transportunternehmen Transpetro ist
eine 100%ige Tochter der Petrobras. Von den 49 geplanten
Schiffen wurden elf in Rio de Janeiro in Auftrag gegeben,
weitere acht befinden sich der Endphase der Ausschreibung, in der noch zwei Werften des Bundesstaates um
den Zuschlag ringen. In Rio de Janeiro wurden durch das
Programm die Werften Mauá, Ilha SA (Eisa) und Superpesa
aktiviert. Laut Angaben der Branchengewerkschaft Sinival,
hat die Schifffahrtsindustrie des Bundesstaates Rio de Janeiro in 2010 rund 25.000 Menschen beschäftigt.
Setembro 2011
MEGAEVENTOSMEGAEVENTS
Luiza Reis/Divulgação
As obras de reforma do Maracanã, o mais importante estádio do
Rio, já estão em andamento. O local poderá sediar o encerramento
da Copa de 2014. / Die Modernisierungsarbeiten am MaracanãStadion, dem wichtigsten Stadion in Rio, haben bereits begonnen. Hier
soll das Finale der Fußball-WM 2014 stattfinden.
Preparando-se para
receber o mundo
Eventos esportivos atrairão um grande número de turistas
Gustavo Fernandes
De todos os projetos em andamento no Rio de Janeiro, as Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo
de 2012 são os que os cariocas se
lembram primeiro. Isso porque,
além de visibilidade internacional, a
cidade deve receber cerca de R$ 55
bilhões em investimentos e gerar 95
mil empregos diretos por conta das
competições, segundo estudo da consultoria PricewaterwouseCoopers. O
estudo também aponta que, em 2014,
a cidade deve receber 3,2 milhões de
turistas estrangeiros. Para 2016, são
esperados 4 milhões de visitantes
de outros países, que juntos devem
gastar algo em torno de R$ 14,4 bilhões. Os potenciais apontados pela
consultoria revelam grandes oportunidades de parcerias para empresas
nacionais e estrangeiras. No entanto,
de acordo com Hazem Galal, sócio da
PwC Brasil, para fazer dos jogos um
legado, o Brasil ainda precisa avançar
Setembro 2011
em várias áreas, principalmente em
infraestrutura, telecomunicações,
tecnologia e turismo.
O estudo da consultoria revela ainda que, até 2016, as principais vagas
de emprego estarão nos setores de
infraestrutura, indústrias inovativa
e criativa, em especial no ramo de
publicidade; e no setor de serviços
financeiros, que engloba seguros e
resseguros. Com experiência em estudos de países que sediaram grandes
competições esportivas, o consultor
explica que é preciso avançar em questões ainda tímidas entre os brasileiros,
como construções verdes, mobilidade
urbana e qualidade no atendimento a
turistas. “ E é aí que estão as grandes
oportunidades para os investidores”,
alerta Hazem Galal, garantindo que,
por conta disso, o mundo está de olho
no Brasil neste momento.
Obras olímpicas
Para sediar o maior evento esportivo
do planeta – as Olimpíadas – e ser
o mais importante centro da Copa
do Mundo de 2014, a cidade fará
de uma só vez relevantes obras de
infraestrutura, que irão transformá-la rapidamente e podem deixar um
precioso legado para a população. Há
anos abandonada, a Zona Portuária da
cidade receberá o Museu do Amanhã,
projeto de R$ 130 milhões desenhado
pelo premiado arquiteto espanhol
Santiago Calatrava.
O setor de hotelaria é um que corre
contra o tempo para atender às demandas. Há hoje na cidade cerca de 30 mil
quartos. A meta é construir 4.500 novos
quartos até a Copa e outros 5.500 até
a Olimpíada.
Carlos Arthur Nuzman, presidente
do Comitê Organizador dos Jogos
Olímpicos e Paraolímpicos Rio
2016, diz que muito já se fez em
relação ao evento, como o lançamento da marca dos Jogos Olímpicos,
a montagem da equipe do Comitê
Organizador, a indicação dos nomes que comandarão a Autoridade
Pública Olímpica (APO) e a definição das estratégias comercial e de
comunicação. Durante apresentação
aos membros do Comitê Olímpico
Internacional (COI), em julho passado, Nuzman ressaltou que há um
“modelo de governança definido,
que nos permite monitorar o progresso do projeto, ao mesmo tempo
em que proporciona uma estrutura
para a solução de problemas”.
Na ocasião, ele apresentou ainda o
estágio adiantado de obras e projetos
relacionados ao metrô e ao ônibus
de trânsito rápido; à Vila Olímpica
e Paraolímpica; à revitalização do
porto; ao Sambódromo; ao Estádio
do Maracanã; ao concurso do Plano
Geral Urbanístico do Parque Olímpico; e ao programa das Unidades de
Polícia Pacificadora (UPP). “Cerca de
700 dias já se passaram desde que nos
foram dadas a honra e a responsabilidade de receber os Jogos Olímpicos
de 2016. Estamos tão orgulhosos
hoje quanto naquele momento. E,
também posso garantir, continuamos
determinados a cumprir as promessas
feitas aos senhores, ao esporte e a
milhões de jovens em todo o mundo”,
concluiu Nuzman.
BRASILALEMANHA11
Sumário / Inhalt
6
9
Terra das oportunidades
Rio de Janeiro, ein Bundesstaat
im Aufbruch
Shutterstock
Divulgação CSA
Divulgação Transpetro
11
Petróleo e Gás: motores
da economia
Preparando-se para
receber o mundo
Erdöl und –gas: die
Wirtschaftsmotoren
Vorbereitungen die Welt
zu empfangen
O Rio em números / Rio de Janeiro in Zahlen
I
III
Dados gerais / Allgemeine Daten
Balança comercial / Handelsbilanz
Capital / Hauptstadt:
Exportações / Export:
Rio de Janeiro
População (2010) / Bevölkerung (2010):
15.989.929 habitantes / Einwohner
Área (km2) / Fläche (in km2):
43.780.157
Densidade demográfica (hab/km2) /
Bevölkerungsdichte (Einw./km2):
365,23
US$ 20,0 bilhões
Importações / Import:
US$ 16,7 bilhões
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), 2010
Quelle: Ministerium für Entwicklung, Industrie und Außenhandel, 2010
IV
92
Previsão de investimentos /
Geplante Investitionen
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2008) /
Quelle: Statistikamt IBGE (2008)
Infraestrutura / Infrastruktur:
Número de Municípios / Anzahl der Städte und Gemeinden:
II
Dados econômicos / Wirtschaftsdaten
PIB / BIP:
R$ 343 bilhões
PIB per capita / BIP pro Kopf:
R$ 21.621
US$ 20,4 bilhões / Mrd.
Energia / Energie:
US$ 9,4 bilhões / Mrd.
Transporte/Logística / Verkehr/Logistik:
US$ 6,6 bilhões / Mrd.
Rodoviário / Straßenbau:
US$ 2,5 bilhões / Mrd.
PIB nacional / Anteil am brasilianischen BIP:
Saneamento básico e desenv. urbano /
Siedlungswasserbau und Stadtentwicklung:
11,3%
US$ 4,4 bilhões / Mrd.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2008) /
Quelle: Statistikamt IBGE (2008)
Fonte: Estudo Decisão Rio 2011-2013 da Firjan
Quelle: Studie „Decisão Rio 2011-2013“ des Industrieverbandes von Rio de Janeiro (FIRJAN)
4BRASILALEMANHA
Setembro 2011
Divulgação/AHK Rio
Guilherme Stussi Neves
Sob as bênçãos do
Cristo Redentor
Unter der
Christusstatue
O 29º Encontro Econômico Brasil-Alemanha – EEBA – acontece no
momento em que o Estado e a Cidade do Rio de Janeiro atravessam
uma de suas melhores e mais promissoras fases, tanto no aspecto
econômico como no social.
A escolha como uma das sedes da Copa de 2014 e como cidade realizadora dos Jogos Olímpicos de 2016 tornou o Rio de Janeiro uma das
cidades mais atrativas do mundo para se investir. Segundo fontes públicas
e privadas, entre 2011 e 2013, estão previstos investimentos de bilhões de
dólares nas Olimpíadas e outros bilhões nos preparativos para a Copa
do Mundo de 2014 em obras e projetos de infraestrutura. Os olhos de
todo o mundo estão voltados para o Rio e para a Cidade Maravilhosa.
É também por isso que, principalmente nos dois últimos anos,
em eventos organizados pela Câmara Brasil-Alemanha, dezenas de
missões alemãs de empresários e do governo têm vindo ao Rio de
Janeiro para discutir oportunidades e projetos para a organização
daqueles dois megaeventos.
Além disso, o Estado do Rio beneficiou-se pela descoberta do
pré-sal, atraindo grandiosos investimentos da Petrobras e de diversas
indústrias de transformação. O setor naval, que já reúne grandes
estaleiros e grupos nacionais e internacionais do setor, também foi
fortemente impulsionado pelos projetos relacionados ao pré-sal.
É neste cenário de progresso e desenvolvimento do Estado e da
Cidade do Rio de Janeiro que será realizado o 29º Encontro Econômico Brasil-Alemanha – EEBA – (o mais importante encontro
econômico entre os dois países), que, desde 1974, ocorre anualmente
e alternadamente entre cidades brasileiras e alemãs.
Paralelamente ao EEBA, dois grandes eventos – a 3ª Conferência
de Logística Brasil-Alemanha (que acontece no Hotel Sofitel, no Rio de
Janeiro, no dia 21 de setembro) e o Rio Berlim (no dia 18 de setembro, no
IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil) – também estarão sendo promovidos no Rio pela Câmara Brasil-Alemanha e movimentarão duas
vertentes econômicas da maior importância para o Rio e para o país.
Aqui também será realizada a entrega do Prêmio Personalidade
Brasil-Alemanha, criado, em 1995, pela Câmara Brasil-Alemanha para
contemplar as iniciativas em prol das economias dos dois países. Este
ano, serão premiados o governador Sérgio Cabral, pelo Brasil, e Martin
Winterkorn, Chairman mundial do Grupo Volkswagen, pela Alemanha.
Por tudo isso, temos absoluta certeza que o 29º Encontro Econômico Brasil-Alemanha alcançará êxito absoluto, resultando em
grandes e bons negócios para os dois países.
Die 29. Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage finden in diesem
Jahr in der Stadt Rio de Janeiro im gleichnamigen Bundesstaat statt,
die beide gerade eine ausgesprochen positive und vielversprechende
wirtschaftliche und soziale Entwicklung aufweisen.
Als einer der Austragungsorte der Fußball-WM 2014 und als Gastgeberstadt der Olympischen Spiele 2016 ist Rio de Janeiro derzeit
einer der attraktivsten Investitionsstandorte der Welt. Nach Angaben
von öffentlichen Behörden und von Privatunternehmen sollen in den
Jahren 2011 bis 2013 mehrere Milliarden Dollar in Bauarbeiten und
Infrastrukturprojekte investiert werden, und zwar sowohl für die
Olympischen Spiele als auch für die Fußball-WM. Die ganze Welt
blickt auf Rio, die Cidade Marvilhosa.
Auch deshalb organisierte die AHK gerade in den letzten zwei
Jahren Dutzende von Delegationsreisen deutscher Unternehmer
und Politiker nach Rio de Janeiro, wo sie sich über Geschäftsmöglichkeiten und Projekte im Vorfeld dieser zwei Großveranstaltungen
informieren konnten.
Der Bundesstaat hat außerdem von der Entdeckung der Ölvorkommen in der Pré-Sal-Schicht profitiert, die enorme Investitionen
von Petrobras und anderen Unternehmen aus der verarbeitenden
Industrie nach Rio bringen. Auch der Schiffbau, in dem bereits große
Werften sowie brasilianische und internationale Konzerne tätig sind,
profitiert von dieser Entwicklung.
Vor diesem Hintergrund finden die 29. Deutsch-Brasilianischen
Wirtschaftstage statt. Die Wirtschaftstage sind die wichtigste bilaterale Veranstaltung und finden seit 1974 jedes Jahr abwechselnd in
Brasilien und Deutschland statt.
Parallel zu den Wirtschaftstagen organisiert die AHK zwei weitere Veranstaltungen in Rio: die 3. Deutsch-Brasilianische LogistikKonferenz (am 21. September im Hotel Sofitel) und die Rio-Berlin
(am 18. September beim brasilianischen Architektenverband IAB).
Das sind zwei Wirtschaftszweige von großer Bedeutung für Rio de
Janeiro und für ganz Brasilien.
Außerdem findet die Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung statt, die seit 1995 von der AHK ausgesprochen wird,
um Initiativen für die wirtschaftliche Entwicklung in beiden
Ländern anzuerkennen. Die Geehrten in diesem Jahr sind auf
brasilianischer Seite der Gouverneur von Rio, Sérgio Cabral, und
auf deutscher Seite der Vorstandsvorsitzende der Volkswagen AG,
Martin Winterkorn.
Wir sind überzeugt, dass die 29. Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage ein großer Erfolg werden und dass viele Geschäfte
abgeschlossen werden können, von denen beide Länder profitieren.
Guilherme Stussi Neves
Presidente da Câmara Brasil-Alemanha Rio de Janeiro
Präsident der Deutsch-Brasilianischen Industrie- und Handelskammer in Rio de Janeiro
Setembro 2011
BRASILALEMANHA5
INFRAESTRUTURAINFRASTRUKTUR
Terra das oportunidades
Passando por período de fortes transformações, o Estado do Rio de Janeiro recebe investimentos
Gustavo Fernandes
De uma sala no 22º andar de um prédio
no valorizado Centro do Rio de Janeiro,
Julio Bueno, Secretário de Desenvolvimento do Estado, tem em mãos números
e dados que traduzem o sentimento
de cariocas e fluminenses nos últimos
anos: o entusiasmo por viver em uma
região em transformação, graças à sua
retomada econômica e social. O motivo
é uma combinação de fatores, que gera
um turbilhão de oportunidades. Grandes
obras de infraestrutura em andamento,
como as do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) e o Complexo
Petroquímico da Petrobras (Comperj),
juntaram-se a conquistas como a de
organizar a Copa do Mundo de 2014 e as
Olimpíadas de 2016. Somado a esses acontecimentos, a população vivencia ganhos
sociais resultantes da implementação de
políticas públicas inovadoras. O destaque
fica com as Unidades de Polícia Pacifi-
cadora (UPP), projeto bem-sucedido de
recuperação de comunidades até então
tomadas por traficantes.
Resumindo, há tempos a ex-capital
do País não vivia um momento tão
favorável a investimentos. Apenas em
2010, a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro
(Codin), órgão vinculado à Secretaria
de Desenvolvimento, atendeu 209
empresas interessadas em se instalar
ou ampliar seus negócios no Estado,
Divulgação CSA
recordes que dinamizam a sua economia
Rio de Janeiro, ein Bundesstaat im Aufbruch
Die Umbruchphase in Rio de Janeiro stützt sich auf Rekordinvestitionen, die die Wirtschaft ankurbeln
Gustavo Fernandes
Im 22. Stock eines Bürogebäudes im wieder aufgewerteten Zentrum von Rio de Janeiro, sitzt Julio Bueno,
Entwicklungsminister des Bundesstaates, und hält Zahlen
und Fakten in der Hand, die genau das ausdrücken, was
die Bewohner von Stadt und Bundesstaat Rio de Janeiro in
den letzten Jahren fühlen: Freude darüber in einer Region
zu leben, die sich im Umbruch befindet, dank des neuen
wirtschaftlichen und sozialen Aufschwungs. Verantwortlich
dafür sind eine Reihe von Faktoren, die neue Möglichkeiten
eröffnen. Der Anlauf großer Infrastrukturprojekte im Rahmen des Wachstumsbeschleunigungprogramms PAC und
des Baus des Petrochemiekomplexes des Erdölriesen Petrobras fallen in den gleichen Zeitraum, wie die Ausrichtung
der Fußball-Weltmeisterschaft 2014 und der Olympischen
Spiele 2016. Außerdem erlebt die Bevölkerung durch die
6BRASILALEMANHA
Umsetzung einer neuen Politik gerade positive soziale Veränderungen. Hauptrolle spielt dabei die Befriedungseinheit
der Polizei (UPP), die - sehr erfolgreich - die von Drogenbossen beherrschten armen Wohngebiete zurückgewinnt.
Die ehemalige Hauptstadt des Landes hat seit langem
nicht mehr so gute Zeiten im Hinblick auf Investitionen
erlebt. Allein in 2010 hat die dem Landesministerium für
Entwicklung unterstehende Wirtschaftsförderungsgesellschaft Codin in Rio de Janeiro 209 Anfragen von Unternehmen bearbeitet, die daran interessiert sind sich in dem
Bundesstaat niederzulassen oder ihr vorhandenes Geschäft
auszubauen. Darunter befanden sich auch 20 ausländische
Firmen. Außerdem hat die Region die höchsten Zahlungen von der brasilianischen Entwicklungsbank BNDES
empfangen und stellt seit 2007 jährlich neue Rekorde an
Firmengründungen auf. Laut Handelsregister des Bundesstaates Rio de Janeiro waren es im letzten Jahr 41.025 neue
Setembro 2011
Divulgação Firjan
Para Eduardo Gouvêa Vieira, presidente da
Firjan, “o desenvolvimento econômico
do Rio de Janeiro será contínuo, indo
além dos megaeventos”. / Für FIRJANPräsident Eduardo Gouvêa Vieira „wird die
wirtschaftliche Entwicklung von Rio de
Janeiro auch über die Megaveranstaltungen
hinaus weitergehen“.
sendo 20 estrangeiras. Além disso, a
região tem recebido o maior volume
de desembolsos por parte do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e tem, desde
2007, batido recordes consecutivos de
abertura de empresas. Segundo a Junta
Comercial do Estado do Rio de Janeiro
(Jucerja), no ano passado foram 41.025
novas empresas, contra 37.709 registradas em 2009. Em 2011, o recorde deve
ser superado novamente.
O alto nível de atividades é atestado
ainda por uma série de iniciativas como
a “Decisão Rio 2011-2013”. Elaborado
pela Federação das Indústrias do Estado
do Rio (Firjan), o documento indica
aportes da ordem de US$ 102 bilhões
nos próximos três anos no Estado. A
maior parte será destinada à infraestrutura, que receberá grande volume
de recursos no período, totalizando
US$ 20,4 bilhões.
“O futuro reserva ainda mais investimentos para o Rio de Janeiro, tanto
para os desdobramentos dos investimentos do Porto do Açu, localizado no
norte do Estado, como para as futuras
bases de exploração do pré-sal da Petrobras. Esse crescimento econômico
representa, portanto, um futuro de
desenvolvimento contínuo, que vai além
de 2016”, completa Eduardo Eugênio
Gouvêa Vieira, presidente da Firjan.
Empresas
O bom momento também atrai investimentos de empresas privadas. A Siemens
anunciou, em julho de 2011, a instalação
de um dos mais avançados centros globais
de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D),
voltado para o setor de petróleo e gás.
Resultado de uma parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
a nova unidade receberá cerca de US$ 50
milhões em recursos da empresa e deverá
ser inaugurada até o final de 2012.
“O Brasil é um dos motores da economia global e essa tendência se manterá
Unternehmen gegenüber den 37.709 registrierten Unternehmen in 2009. In 2011
dürfte der Rekord abermals gebrochen werden.
Dass Rio auf Hochtouren läuft beweisen auch eine Reihe von Initiativen, wie
die Investitionsinitiative „Decisão Rio 2011-2030“. Sie wurde von Firjan, dem
Industrieverband des Bundesstaates Rio de Janeiro ins Leben gerufen und sieht
für die nächsten drei Jahre Investitionen in Höhe von US$ 102 Mrd. in den Bundesstaat vor. Der größte Anteil wird in Infrastrukturprojekte fließen, ein Bereich
für den Ausgaben von US$ 20,4 Mrd. geplant sind.
Die Zukunft hält noch weitere Investitionen für Rio bereit: In den Industriehafenkomplex Porto do Açu, insbesondere aber in die künftige Förderung des
Erdöls aus dem Pré-Sal Gebiet durch den Erdölkonzern Petrobras. Dieses Wirtschaftswachstum zeigt einen Weg langfristiger Entwicklung auf, der über das
Jahr 2016 hinausgehen wird“, ergänzt Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, Präsident
des Industrieverbands Firjan.
Unternehmen
Die guten Zeiten ziehen auch das Engagement von Unternehmen an. Siemens hat
im Juli 2011 die Einrichtung eines der weltweit fortschrittlichsten Zentren für Forschung und Entwicklung (F&E) auf dem Gebiet Erdöl und -gas angekündigt. Eine
Zusammenarbeit mit der Universität UFRJ aus Rio de Janeiro. In die neue Einrichtung
werden rund US$ 50 Mio. fließen, die Einweihung ist für Ende 2012 vorgesehen.
Setembro 2011
BRASILALEMANHA7
nos próximos anos. O novo centro de
pesquisa e desenvolvimento no Rio é
um marco desta nova fase de crescimento no país”, afirmou Peter Löscher, CEO
Global da Siemens.
A ThyssenKrupp, por sua vez, investiu
€ 5,2 bilhões na Companhia Siderúrgica
do Atlântico (CSA), localizada no complexo industrial construído na região de
Santa Cruz, considerado o maior investimento privado no Brasil nos últimos dez
anos. Rodrigo Tostes, vice-presidente de
Finanças da ThyssenKrupp CSA, diz
que o grupo pesquisou o que há de mais
avançado em tecnologia e trouxe para o
Rio os equipamentos mais modernos do
mundo. Com isso, gera 5.500 empregos
diretos, 61% dos quais são ocupados por
moradores da área onde está instalado
o complexo. Outros 10 mil empregos
indiretos advêm das operações.
“A companhia assume o papel protagonista do crescimento da região e do
município, razão para investir maciçamente em educação e na formação de
mão de obra especializada. Construímos, em parceria com o Governo do
Estado, a primeira escola sustentável
da América Latina, no bairro de Santa
Divulgação Secret. Desenv. Rio de Janeiro
INFRAESTRUTURAINFRASTRUKTUR
A retomada econômica e social do Rio
de Janeiro está gerando um turbilhão
de oportunidades, de acordo com Julio
Bueno, Secretário de Desenvolvimento. /
Julio Bueno, Entwicklungsminister von
Rio de Janeiro, geht davon aus, dass
durch den wirtschaftlichen und sozialen
Aufschwung im Bundesstaat unzählige
Möglichkeiten entstehen werden.
Cruz. Em Itaguaí, município vizinho ao
complexo siderúrgico, investimos em
uma unidade do SENAI, com perspectiva de atender 2.500 alunos com ensino
técnico profissional na área industrial”,
completa Tostes.
Investimento em mão de obra qualificada também é prioridade na MAN
Latin America, indústria de caminhões
e ônibus Volkswagen. Sua planta, em Resende, é a maior fabricante e exportadora
de caminhões do País. Só em 2010, foram
„Brasilien kurbelt die Weltwirtschaft an. Eine Tendenz,
die auch noch in den nächsten Jahren anhalten wird. Das
neue Forschungs- und Entwicklungszentrum in Rio ist ein
Zeichen der neuen Wachstumsphase des Landes“, sagt
Peter Löscher, Konzernchef von Siemens.
ThyssenKrupp hat mit der Companhia Siderúrgica do
Atlântica (CSA) € 5,2 Mrd. in das neue Stahlwerk im
Industriegebiet Santa Cruz investiert. Dies gilt als die
größte Privatinvestition in den letzten zehn Jahren in Brasilien. Rodrigo Tostes, stellvertretender Finanzdirektor von
ThyssenKrupp CSA, erklärt, dass das Unternehmen zuerst
geschaut hat, was es an fortschrittlicher Technik auf dem
Markt gibt, um dann die weltweit modernste Ausrüstung
nach Rio zu holen. Es werden 5.000 direkte Arbeitsplätze
geschaffen, die zu 61% von den Anwohnern aus der näheren
Umgebung des Industriekomplexes besetzt werden.
Das Unternehmen ist maßgeblich für das Wachstum der
Region und der Gemeinde verantwortlich, ein Grund mehr,
um massiv in Aus- und Weiterbildung von Fachkräften zu
investieren. Wir haben im Stadtteil Santa Cruz gemeinsam mit
der Landesregierung die erste nachhaltige Schule Lateinamerikas aufgebaut. In Itaguaí, einer Nachbargemeinde, haben
wir einen Standort des Senai finanziert. Der brasilianische
Ausbildungsdienst für Industrielehre soll in dieser neuen Einheit voraussichtlich 2.500 Auszubildende betreuen, so Tostes.
8BRASILALEMANHA
produzidos 68 mil veículos. Com 30
anos de operações no Brasil, a fábrica de
Resende foi responsável por quase 500
mil deles. Para alcançar recordes de produção, a empresa foca em parcerias com
os seus fornecedores. “Nosso objetivo é
investir cada vez mais no Estado onde
está localizada nossa unidade, gerando
assim empregos e renda para a região.
Recentemente, anunciamos a construção de um parque de fornecedores em
parceria com as empresas ArvinMeritor,
Maxion e Suspensys nos arredores da
fábrica em Resende. Apenas nesse projeto, estamos investindo cerca de R$ 85
milhões”, diz Roberto Cortes, presidente
da MAN Latin America.
Também a B. Braun, um dos principais
fornecedores mundiais do mercado de
saúde, enxerga o momento pelo qual
passa o Rio de Janeiro com bons olhos e
otimismo. “A companhia tem um plano
de investimento para os próximos anos,
que prevê o aumento de sua capacidade
produtiva, além da construção de um
novo centro de armazenamento e de um
novo prédio administrativo em Guaxindiba, no município de São Gonçalo”, afirma
Otto Phillip Braun, diretor da empresa.
Ausgaben für qualifizierte Arbeitskräfte stehen auch
ganz oben auf der Prioritätenliste von MAN Latin America,
Hersteller der Trucksparte von Volkswagen. Das Werk in
Resende ist der größte Hersteller und Exporteur von LKWs
in Brasilien. Allein in 2010 wurden 68.000 Fahrzeuge
insgesamt produziert. Davon stammen 500.000 aus dem
Standort Resende, der bereits seit 30 Jahren aktiv ist. Um
neue Rekordstückzahlen aufzustellen legt das Unternehmen besonderen Wert auf die Zusammenarbeit mit den
Zulieferern. „Unser Ziel ist es, mehr in den Bundesstaat
zu investieren in dem sich unser Werk befindet, um so
Arbeitsplätze und Einkommen für die Region schaffen. Erst
kürzlich haben wir in Zusammenarbeit mit ArvinMeritor,
Maxion und Suspensys den Bau eines Zulieferparks in der
Nähe unseres Werkes in Resende bekannt gegeben. Allein
für dieses Projekt werden wir rund R$ 85 Mio. ausgeben“,
sagt Roberto Cortes, Präsident von MAN Latin America.
Auch B.Braun, einer der weltweit größten Zulieferer
des Gesundheitsmarktes erkennt den günstigen Zeitpunkt
in Rio de Janeiro. „Das Unternehmen hat einen Investitionsplan für die nächsten Jahre, der die Ausweitung
der Produktionskapazitäten, den Bau eines neuen Lagers
und eines Verwaltungsgebäudes in Guaxindiba, in der
Gemeinde São Gonçalo vorsieht,“ so Phillip Braun, Leiter
des Unternehmens.
Setembro 2011
PETRÓLEO E GÁSÖL-UND GAS
Petróleo e Gás: motores da economia
Os recursos descobertos no litoral do Estado impulsionam vários setores e
fazem renascer a indústria naval
No cenário de fatores favoráveis ao
Estado fluminense, a descoberta de
petróleo e gás na camada pré-sal é talvez
o mais relevante. Por seu intermédio,
abrem-se inúmeras perspectivas de
negócios para a cadeia produtiva do
setor, principalmente para as médias,
pequenas e micro empresas (MPMEs).
Para se beneficiar das oportunidades
geradas, o segmento precisa se preparar
para atender as grandes companhias
petrolíferas. As reservas localizadas no
litoral do Estado atraem investimentos
não só da Petrobras, como também de
setores da indústria de transformação e
prestação de serviços.
Os maiores aportes virão da Petrobras, que deverá destinar R$ 83 bilhões
à exploração dos campos do pré-sal. O
plano de negócios anunciado pela empresa para o período 2011-2015 prevê
a implementação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj),
As reservas de petróleo e sal descobertas no litoral do Rio de Janeiro atraem investimentos
de todo o mundo / Die Erdölvorkommen vor der Küste Rio de Janeiros ziehen Investoren
aus aller Welt an
Divulgação Transpetro
Gustavo Fernandes
maior obra em andamento do país, para
o qual serão destinados US$ 6,5 bilhões.
Trata-se do investimento individual
mais volumoso em toda a história da
Petrobras. A entrada em operação está
prevista para 2012. Calcula-se que vá
gerar 210 mil empregos enquanto durarem as obras e mais 50 mil quando en-
trar em operação. Essa mão de obra irá
transformar 150 mil barris/dia de óleo
pesado, originado na Bacia de Campos,
em produtos petroquímicos básicos,
como o eteno, o propeno, o benzeno, o
paraxileno e outros de segunda geração,
como o polipropileno, os polietilenos,
o etilenoglicol e o estireno.
Erdöl und –gas: die Wirtschaftsmotoren
Die neu entdeckten Lagerstätten vor der Küste des Bundesstaats kurbeln viele Wirtschaftszweige an
und lassen den Schiffbau neu entstehen
Gustavo Fernandes
Von den positiven Entwicklungen im Bundesstaat Rio
de Janeiro, hat die Entdeckung der Tiefsee-Erdölvorkommen im sogenannten Pre-Sal wohl die größten Auswirkungen. Zahlreiche Geschäftschancen eröffnen sich für
die gesamte Produktionskette der Erdöl- und Erdgasbranche, vor allem für den Mittelstand und Kleinunternehmen. Um mit ihren Gütern und Dienstleistungen von
den neuen Möglichkeiten zu profitieren, müssen sie sich
auf die Zusammenarbeit mit den Erdölkonzernen vorbereiten. Die Erdölreserven befinden sich vor der Küste
des Bundesstaates und sind nicht nur verantwortlich für
große Investitionen des Erdölkonzerns Petrobras sondern
auch der gesamten Verarbeitungsindustrie.
Setembro 2011
Die größten Investitionen plant die Petrobras selbst mit
rund R$ 83 Mrd. für die Förderung der Erdölreserven im
Pre-sal. Der Geschäftsplan des staatlichen Unternehmens
für 2011-2015 sieht die Errichtung des Petrochemie-Komplexes Rio den Janeiro (Comperj) vor. Dies ist die derzeit
größte Baustelle Brasiliens, mit einem Investitionsvolumen
von US$ 6,5 Mrd. Damit ist das Projekt die größte eigenständige Investition in der Geschichte der Petrobras. In 2012
soll der Komplex in Betrieb gehen. Man geht von 210.000
neuen Arbeitsplätzen während der Bauphase aus und von
weiteren 50.000 ab Inbetriebnahme in 2012.
Diese Arbeitskraft wird täglich 150.000 Barrel Schweröl
aus der Bucht von Campos zu petrochemischen Grundprodukten verarbeiten. Die Petrobras hofft, dass sich aufgrund
der positiven Aussichten, die Verarbeitungsindustrie (dritte
BRASILALEMANHA9
O setor naval receberá, nos próximos três anos,
investimentos da ordem de R$ 5 bilhões. /
In den Schiffbau sollen in den nächsten drei Jahren
Investitionen in Höhe von R$ 5 Mrd. fließen.
Divulgação Transpetro
“Profissionais especializados como
tecnólogos em petróleo, gás, metal
mecânica, elétrica e construção civil
devem ser mais procurados nos próximos anos. O leque de opções é enorme
e há boas perspectivas para pessoal de
nível técnico”, observa Fábio Ribeiro,
presidente da Associação Brasileira de
Recursos Humanos (ABRH-RJ).
A expectativa da Petrobras, em função
dessa estimativa, é que o novo polo
atraia a instalação de indústrias de
transformação (terceira geração) em
torno dele. O efeito multiplicador não
para por aí. Empresas prestadoras de
serviços, fornecedoras de matérias e
equipamentos virão a reboque. O Complexo Petroquímico do Rio surge ainda
como a marca da excelência tecnológica
e do pioneirismo. Um novo modelo de
Unidade de Craqueamento Catalítico
Fluido (FCC) – que nas refinarias convencionais é utilizada para a produção
de gasolina, diesel e outros derivados
de petróleo – foi desenvolvido pelos
técnicos da Petrobras para o Comple-
xo Petroquímico do Rio de Janeiro, a
fim de produzir diretamente insumos
petroquímicos básicos.
Mão de obra especializada
As descobertas do pré-sal refletem-se diretamente sobre o mercado de
trabalho. É forte a demanda por geó­
logos, geofísicos e, principalmente,
engenheiros, que são requisitados por
empresas e consultorias que compõem
essa lucrativa cadeia de negócios. A
julgar os investimentos previstos para
o País nos próximos anos, a elevada
procura por esses profissionais deve
continuar por pelo menos uma década,
na opinião de especialistas.
Generation) an diesem neuen Standort ansiedeln wird.
Aber der Multiplikatoreffekt geht noch darüber hinaus.
Dienstleister und Zulieferer von Material und Ausrüstung
kommen automatisch im Schlepptau mit. Die Spezialisten
von Petrobras haben für den Petrochemiekomplex Rio de
Janeiro ein neues Modell einer Fluid-Catalytic-CrackingAnlage entwickelt, die in den Raffinerien normalerweise zur
Herstellung von Benzin, Diesel und anderen Erdölderivaten
eingesetzt wird. Die neue Anlage jedoch stellt direkt petrochemische Basisprodukte her.
Arbeitsplätze
Die Erdölfunde im Pre-sal spiegeln sich auch im Arbeitsmarkt wieder. Gesucht werden von den Unternehmen und
Beratern, aus denen sich diese lukrative Branche zusammensetzt, vor allem Geologen, Geophysiker und natürlich
Ingenieure. Mit Blick auf die geplanten Investitionen für
die nächsten Jahre, gehen Fachleute davon aus, dass diese
Nachfrage in den nächsten zehn Jahren nicht abreißt. „Spezialisten, wie Techniker aus den Bereichen Erdöl, Erdgas,
Metallverarbeitung, Elektrik und Bauwirtschaft dürften in
den nächsten Jahren besonders nachgefragt werden. Es gibt
10BRASILALEMANHA
Indústria naval
O segmento naval, que já reúne os
maiores estaleiros e players nacionais
e internacionais do setor, também recebeu novo impulso. Estão previstos
R$ 5 bilhões em investimentos para
os próximos três anos. O Programa
de Modernização e Expansão da
Frota da Transpetro (Promef) foi
responsável pelo ressurgimento da
indústria naval fluminense, após
décadas de crise. Dos 49 navios
previstos pelo programa, 11 já foram
encomendados – outros oito, em fase
final de licitação, são disputados
por dois estaleiros do Estado. No
Rio de Janeiro, o Promef mobiliza
os estaleiros Mauá, Ilha S.A. (Eisa) e
Superpesa. Em 2010, a indústria naval
fluminense empregou cerca de 25 mil
pessoas, segundo dados do Sindicato
Nacional da Indústria de Construção
e Reparo Naval (Sinaval).
viele Möglichkeiten und die Aussichten für Fachkräfte sind
sehr gut“, meint Fábio Ribeiro, Präsident des Fachverbands
für Human Resources (ABRH-RJ).
Schifffahrtsindustrie
So hat die Schifffahrtsbranche in Rio, die bereits über die
größten nationalen Werften und Schifffahrtsgesellschaften
verfügt, neuen Auftrieb bekommen. Allein in den nächsten
drei Jahren sind Investitionen in der Höhe von R$ 5 Mrd.
geplant. Nach Jahrzehnten der Krise, wurde die Schifffahrtsindustrie in Rio de Janeiro durch das Programm zur
Modernisierung und Ausweitung der Transpetro-Flotte
wiederbelebt. Das Transportunternehmen Transpetro ist
eine 100%ige Tochter der Petrobras. Von den 49 geplanten
Schiffen wurden elf in Rio de Janeiro in Auftrag gegeben,
weitere acht befinden sich der Endphase der Ausschreibung, in der noch zwei Werften des Bundesstaates um
den Zuschlag ringen. In Rio de Janeiro wurden durch das
Programm die Werften Mauá, Ilha SA (Eisa) und Superpesa
aktiviert. Laut Angaben der Branchengewerkschaft Sinival,
hat die Schifffahrtsindustrie des Bundesstaates Rio de Janeiro in 2010 rund 25.000 Menschen beschäftigt.
Setembro 2011
MEGAEVENTOSMEGAEVENTS
Luiza Reis/Divulgação
As obras de reforma do Maracanã, o mais importante estádio do
Rio, já estão em andamento. O local poderá sediar o encerramento
da Copa de 2014. / Die Modernisierungsarbeiten am MaracanãStadion, dem wichtigsten Stadion in Rio, haben bereits begonnen. Hier
soll das Finale der Fußball-WM 2014 stattfinden.
Preparando-se para
receber o mundo
Eventos esportivos atrairão um grande número de turistas
Gustavo Fernandes
De todos os projetos em andamento no Rio de Janeiro, as Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo
de 2012 são os que os cariocas se
lembram primeiro. Isso porque,
além de visibilidade internacional, a
cidade deve receber cerca de R$ 55
bilhões em investimentos e gerar 95
mil empregos diretos por conta das
competições, segundo estudo da consultoria PricewaterwouseCoopers. O
estudo também aponta que, em 2014,
a cidade deve receber 3,2 milhões de
turistas estrangeiros. Para 2016, são
esperados 4 milhões de visitantes
de outros países, que juntos devem
gastar algo em torno de R$ 14,4 bilhões. Os potenciais apontados pela
consultoria revelam grandes oportunidades de parcerias para empresas
nacionais e estrangeiras. No entanto,
de acordo com Hazem Galal, sócio da
PwC Brasil, para fazer dos jogos um
legado, o Brasil ainda precisa avançar
Setembro 2011
em várias áreas, principalmente em
infraestrutura, telecomunicações,
tecnologia e turismo.
O estudo da consultoria revela ainda que, até 2016, as principais vagas
de emprego estarão nos setores de
infraestrutura, indústrias inovativa
e criativa, em especial no ramo de
publicidade; e no setor de serviços
financeiros, que engloba seguros e
resseguros. Com experiência em estudos de países que sediaram grandes
competições esportivas, o consultor
explica que é preciso avançar em questões ainda tímidas entre os brasileiros,
como construções verdes, mobilidade
urbana e qualidade no atendimento a
turistas. “ E é aí que estão as grandes
oportunidades para os investidores”,
alerta Hazem Galal, garantindo que,
por conta disso, o mundo está de olho
no Brasil neste momento.
Obras olímpicas
Para sediar o maior evento esportivo
do planeta – as Olimpíadas – e ser
o mais importante centro da Copa
do Mundo de 2014, a cidade fará
de uma só vez relevantes obras de
infraestrutura, que irão transformá-la rapidamente e podem deixar um
precioso legado para a população. Há
anos abandonada, a Zona Portuária da
cidade receberá o Museu do Amanhã,
projeto de R$ 130 milhões desenhado
pelo premiado arquiteto espanhol
Santiago Calatrava.
O setor de hotelaria é um que corre
contra o tempo para atender às demandas. Há hoje na cidade cerca de 30 mil
quartos. A meta é construir 4.500 novos
quartos até a Copa e outros 5.500 até
a Olimpíada.
Carlos Arthur Nuzman, presidente
do Comitê Organizador dos Jogos
Olímpicos e Paraolímpicos Rio
2016, diz que muito já se fez em
relação ao evento, como o lançamento da marca dos Jogos Olímpicos,
a montagem da equipe do Comitê
Organizador, a indicação dos nomes que comandarão a Autoridade
Pública Olímpica (APO) e a definição das estratégias comercial e de
comunicação. Durante apresentação
aos membros do Comitê Olímpico
Internacional (COI), em julho passado, Nuzman ressaltou que há um
“modelo de governança definido,
que nos permite monitorar o progresso do projeto, ao mesmo tempo
em que proporciona uma estrutura
para a solução de problemas”.
Na ocasião, ele apresentou ainda o
estágio adiantado de obras e projetos
relacionados ao metrô e ao ônibus
de trânsito rápido; à Vila Olímpica
e Paraolímpica; à revitalização do
porto; ao Sambódromo; ao Estádio
do Maracanã; ao concurso do Plano
Geral Urbanístico do Parque Olímpico; e ao programa das Unidades de
Polícia Pacificadora (UPP). “Cerca de
700 dias já se passaram desde que nos
foram dadas a honra e a responsabilidade de receber os Jogos Olímpicos
de 2016. Estamos tão orgulhosos
hoje quanto naquele momento. E,
também posso garantir, continuamos
determinados a cumprir as promessas
feitas aos senhores, ao esporte e a
milhões de jovens em todo o mundo”,
concluiu Nuzman.
BRASILALEMANHA11
MEGAEVENTOSMEGAEVENTS
Vorbereitungen die Welt zu empfangen
Touristenzustrom bei sportlichen Großereignissen erwartet
Gustavo Fernandes
Bei anstehenden Ereignissen in Rio de Janeiro denken
die Cariocas (Bewohner Rios de Janeiros) als erstes an die
Olympiade 2016 und die WM 2014. Zum Einen wegen der
internationalen Aufmerksamkeit, andererseits, weil die Stadt
mit Investitionen von rund R$ 55 Mrd. rechnen kann sowie
mit 95.000 neuen Arbeitsplätzen, laut dem Beratungsunternehmen PricewaterwouseCoopers (PwC). Die Studie geht von
3,2 Mio. Besuchern in Rio aus. Für 2016 erwartet man 4 Mio.
ausländische Gäste, die gemeinsam etwa R$ 14,4 Mrd. ausgeben werden. Dennoch ist Hazam Galal, Partner der PwC, der
Meinung, dass Brasilien noch in vielen Bereichen Fortschritte
machen muss. Für bleibende Veränderungen auch nach den
Großveranstaltungen. Dies gilt insbesondere für Infrastruktur,
Telekommunikation, Technologie und Tourismus.
Der Unternehmensberater weiß aus Erfahrungen mit
Studien in Ländern, die bereits internationale Wettkämpfe
ausgetragen haben, dass es noch an Entwicklung in den
Bereichen Ökologisches Bauen, Städtische Mobilität und an
Qualität in der Touristenbetreuung fehlt. Themen, die Brasilien bisher eher zögerlich behandelt. „Und genau daraus
ergeben sich die großen Chancen für die Investoren“, betont
Hazem Galal, deshalb schaue die Welt gerade auf Brasilien.
Im Hotelsektor arbeitet man gegen die Zeit, um die Nachfrage zu decken. Es gibt in der Stadt derzeit ungefähr 30.000
Zimmer. Ziel ist es bis zur WM weitere 4.500 zur Verfügung
zu stellen und bis zur Olympiade nochmal 5.500 Zimmer.
Carlos Arthur Nuzman, Präsident des Brasilianischen Olympischen Komitees, erklärt, dass viele Dinge bereits angestoßen
oder umgesetzt wurden. Während des Vortrags vor dem Internationalen Olympischen Komitee im vergangenen Juli berichtete
er auch über den fortgeschrittenen Stand der Bauarbeiten und
Projekte, wie die U-Bahn und das Schnellbussystem, das Olympische und Paraolympische Dorf, die Revitalisierung des Hafens
und des Sambodroms, das Fußballstadion Maracanã und die
Ausschreibung für den Bebauungsplan des Olympiaparks. „Es
sind rund 700 Tage ins Land gezogen, seit wir die verantwortungsvolle Aufgabe die Olympischen Spiele 2016 auszutragen
erhalten haben. Wir sind heute immer noch genauso stolz, wie
zum Zeitpunkt der Verkündung. Ich kann versichern, dass wir
weiterhin zielstrebig daran arbeiten werden unsere Versprechen
gegenüber dem Sport und Millionen von jungen Leuten auf der
ganzen Welt zu halten“, sagt Nuzmann abschließend.
Novas linhas do metrô estão sendo construídas para atender
os turistas que virão para os megaeventos. / In Erwartung der
Touristen, die zu den Mega-Events nach Rio kommen, werden neue
U-Bahn-Linien gebaut.
Luiza Reis/Divulgação
Bauvorhaben für Olympia
Um die Olympiade auszurichten und der wichtigste Austragungsort der Fußball-Weltmeisterschaft 2014 zu sein,
wird die Stadt auf einen Schlag eine ganze Reihe großer
Infrastrukturprojekte umsetzen. Das wird die Stadt verändern und kann eine wunderbare Hinterlassenschaft für die
Bevölkerung bedeuten.
Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha / Deutsch-Brasilianische Industrie- und Handelskammern:
ESPECIAL Rio2011 é um suplemento da revista
BRASILALEMANHA, órgão de comunicação da
Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, produzida e editada pelo Departamento de Comunicação Social / ESPECIAL RIO2011
ist eine Sonderbeilage der Zeitschrift BRASILALEMANHA, Veröffentlichung der Deutsch-Brasilianischen Industrie- und Handelskammern,
die von der Abteilung Öffentlichkeitsarbeit
erstellt und herausgegeben wird
REDAÇÃO / REDAKTION
Gustavo Fernandes (reportagens e textos /
Reportagen und Texte); Gardaia von Bothmer
(tradução / Übersetzungen); Regina Helena
Caetano, Thomas Tünnemann e Gardaia von
Bothmer (revisão / Lektorat)
CONSELHO EDITORIAL / HERAUSGEBER
Dr. Guilherme Stüssi Neves (Presidente Câmara Rio de Janeiro) e Hanno Erwes (DiretorExecutivo Câmara Rio de Janeiro / Hauptgeschäftsführer der AHK Rio de Janeiro)
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12BRASILALEMANHA
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Os conceitos emitidos nas matérias não representam necessariamente a opinião oficial das Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.
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BRASILALEMANHA45
Divulgação
Governador Sérgio Cabral - Personalidade Brasil-Alemanha 2011 / Gouverneur Sérgio Cabral - Deutsch-Brasilianische Persönlichkeit 2011
“O Rio vive um momento único
em sua história”
Sérgio Cabral, Governador do Rio de Janeiro
e Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha 2011,
concedeu uma entrevista exclusiva à Revista
BRASILALEMANHA, na qual fala sobre o potencial de seu Estado e as oportunidades para
o empresariado alemão
BA – O Sr. é o primeiro governador brasileiro
a receber o Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha. Como recebeu a homenagem?
Governador Sérgio Cabral – Com muito
orgulho e também com humildade, por saber
que temos feito um trabalho acertado à frente
do Governo do Estado, mas que ainda resta
um longo caminho pela frente. Acho que esse
reconhecimento é não só a mim como também
ao nosso governo, e é fruto de um trabalho
de estreitamento e fortalecimento dos laços
com a Alemanha, uma relação bilateral que
se solidifica cada vez mais. Temos um compromisso com o povo do nosso Estado, e esse
32BRASILALEMANHA
reconhecimento internacional, das nossas
ações de políticas públicas, como a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora
(UPP), por exemplo, demonstra que estamos
no caminho certo.
BA – Em 2008, o Sr. esteve na Alemanha
acompanhado por uma comitiva de secretários e empresários. Desde então, como avalia
a evolução desse relacionamento?
Governador Sérgio Cabral – Quando fizemos
essa viagem, visitamos cinco cidades em cinco
dias, com uma agenda de trabalho muito
produtiva. Lembro na ocasião de ter sentido o
respeito, a admiração e a crença dos alemães
no Brasil e, particularmente, no Rio de Janeiro, tanto por parte dos empresários com das
autoridades. E o fato é que nós não paramos
de receber investidores estrangeiros. Segundo
a Federação das Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro (Firjan), serão investidos US$ 102
bilhões, entre recursos públicos e privados, nos
próximos três anos.
O Rio de Janeiro se consolida na área de
petróleo e gás, não só na exploração e produção, mas também nos setores da indústria
naval e de pesquisa. Estamos nos tornando o
maior centro mundial de pesquisas em águas
profundas. Não há outra cidade no mundo
que tenha, como nós temos, na Ilha do Fundão, uma ilha do conhecimento, onde já funciona o maior centro de pesquisas individual
do mundo para a área, que é da Petrobras.
Essa ilha do conhecimento vem atraindo
grandes empresas globais, como a British
Gas, a General Electric, a Schlumberger, a
Baker Huges e a FMC, com investimentos que
superam R$ 1 bilhão.
O Estado do Rio tem atualmente uma política
de recepção de negócios que antes não existia.
Hoje, os líderes dos governos estadual, federal
e municipal dialogam permanentemente. Essa
integração gera mais oportunidades para quem
quer investir. E ter os três níveis de governo em
sintonia é fundamental para o desenvolvimento
do nosso Estado.
Setembro 2011
Divulgação
BA – MAN Latin America, CSA Thyssen Krupp,
Laboratórios B.Braun, Merck, Schulz, Lanxess, Knauf , Bayer e Schott são alguns
nomes de empresas alemãs atuantes no
Rio de Janeiro. Qual a importância dessa
presença para a economia do Estado?
De que forma elas contribuem para o seu
desenvolvimento?
Governador Sérgio Cabral – A Alemanha é
uma importante parceira do Brasil e do Rio de
Janeiro. Somente entre 2001 e 2009, a Alemanha investiu mais de US$ 10 bilhões no Brasil,
tornando-se o sétimo país em investimentos na
nossa economia. E ainda há muito espaço para
crescimento, já que o nosso Estado responde
por apenas 6% do relacionamento comercial
Brasil e Alemanha.
O Brasil ficou durante 30 anos sem uma
nova planta siderúrgica integrada. Esse hiato
foi rompido com a recente inauguração da
ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico,
em Santa Cruz, na zona oeste. A ThyssenKrupp
fez o maior investimento da sua história, com
O Estado do Rio tem uma política de recepção de negócios que gera mais oportunidades para
quem quer investir / Der Bundesstaat Rio de Janeiro verfolgt eine geschäftsfördernde Politik
und schafft so neue Investitionsmöglichkeiten
„Rio erlebt einen historischen Moment“
Sérgio Cabral, Gouverneur des Bundesstaats Rio de Janeiro und
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeit 2011, sprach in einem
Exklusivinterview mit der BRASILALEMANHA über das Potential
in Rio de Janeiro und die Geschäftsmöglichkeiten für deutsche
Unternehmern
BA - Sie sind der erste brasilianische Gouverneur, dem die DeutschBrasilianische Persönlichkeitsehrung verliehen wird. Was bedeutet
das für Sie?
Gouverneur Sérgio Cabral - Ich bin sehr stolz darauf. Zugleich bin
ich mir bewusst, dass wir in der Regierung von Rio zwar gute Arbeit
geleistet haben, aber auch noch einen langen Weg vor uns haben. Ich
sehe die Ehrung nicht nur als persönliche Anerkennung, sondern als
Anerkennung unserer Regierungsarbeit und als Ergebnis der engeren
Zusammenarbeit mit Deutschland. Unsere bilateralen Beziehungen
gewinnen zunehmend an Substanz. Wir sind der Bevölkerung unseres
Bundesstaats verpflichtet, und diese internationale Anerkennung
unserer politischen Arbeit wie beispielsweise der Einrichtung von
Polizeieinheiten, die permanente Präsenz in den Favelas zeigen
(Unidades de Polícia Pacificadora - UPP), zeigt, dass wir auf dem
richtigen Weg sind.
BA - Im Jahr 2008 haben Sie ein Komitee von Ministern und
Unternehmern nach Deutschland begleitet. Wie haben sich die
bilateralen Beziehungen seitdem entwickelt?
Gouverneur Sérgio Cabral - Auf dieser Reise haben wir an fünf Tagen
fünf Städte besucht und sehr ergiebige Gespräche geführt. Damals
habe ich gespürt, wie viel Respekt und Bewunderung die Deutschen
für Brasilien und besonders für Rio de Janeiro haben und wie sehr sie
an dieses Land glauben, und zwar sowohl die Unternehmer als auch
die Behördenvertreter. Und es wurde deutlich, dass ausländische
Investoren auch weiterhin nach Rio kommen. Nach Angaben des
Setembro 2011
Industrieverbandes des Bundesstaats Rio de Janeiro (FIRJAN) sollen
in den nächsten drei Jahren öffentliche und private Investitionen in
Höhe von US$ 102 Mrd. getätigt werden.
Rio de Janeiro festigt seine Marktposition in der Petrochemie,
und zwar nicht nur in der Exploration und Produktion, sondern auch
in der Forschung sowie im Schiffbau. Wir werden zum weltgrößten
Standort für Tiefseeforschung der Welt. Keine andere Stadt hat etwas Vergleichbares zu unserer Insel Ilha do Fundão, wo das größte
alleinstehende Forschungszentrum bereits in Betrieb ist, das Zentrum von Petrobras. Diese „Wissensinsel“ lockt große internationale
Unternehmen an wie beispielsweise British Gas, General Electric,
Schlumberger, Baker Hughes und FMC. Insgesamt liegen die Investitionen bei über R$ 1 Mrd.
Der Bundesstaat Rio betreibt heute im Gegensatz zu früher eine
aktive Standortpolitik. Die Regierungen auf Ebene des Bundes, der Bundesstaaten und der Gemeinden stehen in ständigem Dialog. Dadurch
entstehen mehr Investitionsmöglichkeiten. Für die Entwicklung unseres
Bundesstaats ist es sehr wichtig, dass die drei Regierungsebenen an
einem Strang ziehen.
BA - MAN Latin America, CSA ThyssenKrupp, Laboratórios B. Braun,
Merck, Schulz, Lanxess, Knauf, Bayer und Schott gehören zu den
deutschen Unternehmen, die in Rio de Janeiro präsent sind. Welche
Bedeutung hat diese Präsenz für die Wirtschaft des Bundesstaats?
Wie tragen die Unternehmen zu seiner Entwicklung bei?
Gouverneur Sérgio Cabral - Deutschland ist ein wichtiger Partner von
Brasilien und von Rio de Janeiro. Allein in den Jahren 2001 bis 2009 hat
Deutschland über US$ 10 Mrd. in Brasilien investiert und war damit der
siebtgrößte Investor. Und es gibt noch viel Luft nach oben, denn Rio
de Janeiro hat nur einen Anteil von 6% an den deutsch-brasilianischen
Handelsbeziehungen.
Seit 30 Jahren wurde in Brasilien kein neues integriertes Hüttenwerk
gebaut. Aber jetzt wurde ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico
BRASILALEMANHA33
Interview
a construção dessa planta de € 5 bilhões e
com capacidade de produção de 5 milhões de
toneladas de aço por ano.
Todas essas empresas instaladas aqui têm
grande representatividade em nossa indústria e
contribuem para o desenvolvimento econômico
do Estado. Elas pertencem à indústria de transformação, que é grande geradora de empregos e
de divisas para o Estado, o que nos abre espaço
para aumentar investimentos em infraestrutura,
por exemplo, e atrair novos negócios.
Outro destaque é a MAN, na Região do
Médio Paraíba, que vai duplicar em breve a sua
produção de ônibus e caminhões e, juntamente
com projetos de outros grupos, abrirá espaço
para que uma cadeia de fornecedores de autopeças se instale no Estado. Na outra ponta
do Estado, posso citar a Schulz, que montou
três fábricas em Campos dos Goytacazes, no
norte fluminense, para suprir o mercado com
conexões tubulares. O investimento foca, principalmente, as oportunidades de negócios nos
setores offshore e petroquímico.
BA–O Rio de Janeiro está passando por grandes transformações econômicas. Nesse contexto, quais áreas oferecem oportunidades
para os empresários alemães? O Governo
está adotando alguma medida para atrair a
presença desses empresários?
Governador Sérgio Cabral – O Estado do Rio
de Janeiro está sempre de portas abertas para
que as empresas alemãs conheçam a qualidade
da nossa mão de obra e do nosso mercado
consumidor. Hoje, somos um Estado com uma
ótima saúde fiscal, graças ao nosso trabalho
firme de modernização da gestão pública. O Rio
vive um momento único em sua história. Nos
últimos quatro anos, passamos do 20o lugar no
recebimento de repasses de recursos federais,
Para Cabral, “a Alemanha é
uma importante parceira do
Brasil e do Rio de Janeiro” /
Für Cabral ist Deutschland „ein
wichtiger Partner von Brasilien
und von Rio de Janeiro“
Divulgação
Entrevista
entre todos os Estados do Brasil, para a primeira
posição. Adotamos um choque de gestão,
demos uma nova dinâmica ao serviço público,
arrumamos a casa e, assim, aumentamos consideravelmente a nossa capacidade de investir.
As principais áreas de oportunidade de negócios no Rio são setor primário (produção de
frutas, rochas ornamentais e desenvolvimento
florestal), indústria (automotiva, siderúrgica,
estaleiros, petroquímica, petróleo e gás e celulose), serviços (resseguros, turismo, hotéis,
tecnologia da informação, entretenimento,
produção de filmes, shows) e infraestrutura
in Santa Cruz im Westen der Stadt Rio de Janeiro in Betrieb genommen.
Für den Bau dieses Werkes, das pro Jahr bis zu 5 Mio. Tonnen Stahl
produzieren kann, hat ThyssenKrupp mit € 5 Mrd. die größte Investition
der Unternehmensgeschichte getätigt.
Alle hier niedergelassenen deutschen Unternehmen sind wichtig für
unsere Industrie und leisten einen Beitrag zur wirtschaftlichen Entwicklung des Bundesstaats. Sie gehören zur verarbeitenden Industrie, die
viele Arbeitsplätze schafft und Devisen nach Rio holt. Das verschafft
uns Spielraum für die Erhöhung der Investitionen beispielsweise in die
Infrastruktur, was wiederum neue Unternehmen anzieht.
Ebenfalls wichtig ist MAN am Mittellauf des Paraíba. Das Unternehmen wird die Produktion von Bussen und Lkw bald verdoppeln; dies
und die Projekte anderer Unternehmensgruppen sind gute Gründe für
Kfz-Zulieferer, sich im Bundesstaat niederzulassen. Am anderen Ende des
Bundesstaats wäre das Unternehmen Schulz zu nennen, das in Campos
dos Goytacazes im Norden Rios drei Fabriken gebaut hat, um den Markt
mit Rohrverbindungen zu versorgen. Die Investitionen konzentrieren
sich v.a. auf die Geschäftsmöglichkeiten auf dem Offshore-Markt und
in der Petrochemie.
34BRASILALEMANHA
(imobiliário, saneamento, trem de alta velocidade e aeroportos).
Temos uma política contínua de incentivos
para empresários nacionais e estrangeiros. Recentemente, reduzimos o ICMS de 4% para 2%
para o ramo de bares e restaurantes, como forma
de estimular o turismo, entre outros setores que
também recebem incentivos, como o ferroviário,
o de bens de capital, o têxtil, o químico.
Um resultado desse trabalho foi termos
alcançado o Investment Grade, o Grau de
Investimento, da agência de classificação de
riscos Standard & Poors. O Rio de Janeiro foi o
BA - In Rio de Janeiro finden derzeit große wirtschaftliche Veränderungen statt. In welchen Branchen bieten sich Möglichkeiten für
deutsche Unternehmen? Trifft die Regierung Maßnahmen, um diese
Unternehmen nach Rio zu holen?
Gouverneur Sérgio Cabral - Der Bundesstaat Rio de Janeiro empfängt
deutsche Unternehmen, die die Qualität unserer Arbeitskräfte und
unseren Binnenmarkt kennenlernen wollen, stets mit offenen Armen.
Der Haushalt von Rio ist in bestem Zustand, da wir entschlossen an
der Modernisierung der öffentlichen Verwaltung gearbeitet haben.
Rio erlebt einen historischen Moment. Heute erhalten wir von allen
brasilianischen Bundesstaaten die meisten Mittel des Bundes; vor vier
Jahren standen wir noch auf Platz 20. Wir haben den Haushalt radikal
saniert, den öffentlichen Dienst dynamischer gestaltet und so unsere
Investitionskapazitäten beträchtlich erhöht.
Geschäftsmöglichkeiten bieten sich besonders im Primärsektor
(Obstbau, Ziersteine und Forstentwicklung), in der Industrie (Automobilindustrie, Stahlindustrie, Werften, Petrochemie und Zellstoff),
im Dienstleistungssektor (Rückversicherungen, Tourismus, Hotels,
Informationstechnologie, Unterhaltung, Filmproduktion, Shows) und
Setembro 2011
Setembro 2011
BRASILALEMANHA35
Entrevista
Interview
BA – Quais as expectativas em relação às
parcerias que estão sendo estabelecidas
entre o Rio de Janeiro e duas cidades alemãs
– Colônia e Hamburgo?
Governador Sérgio Cabral – Durante a
nossa missão à Alemanha foram levantadas
algumas opções de cooperação em diversas
áreas, como tecnologia da informação, educação, urbanismo. Com a prefeitura de Hamburgo, por exemplo, nossa intenção é somar
esforços com a prefeitura do Rio de Janeiro e
com o governo federal para revitalizar a área
portuária do Rio.
Já com o governo do estado da Renânia,
onde fica a cidade de Colônia, o programa de
cooperação está voltado para a área do ensino
técnico e profissionalizante. Uma delegação
alemã de professores e autoridades vem rea­
lizando alguns encontros com a direção da
Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado
do Rio de Janeiro (Faetec) para troca de experiências bilaterais e cumprimento de metas na
área da educação. No momento, o convênio
encontra-se em estudo e passa por ajustes de
algumas questões técnicas e operacionais para
a celebração do programa, que tem como foco
o aperfeiçoamento de professores em benefício
dos nossos alunos. (CD)
Divulgação
primeiro Estado da América do Sul a receber,
em março de 2010, esse atestado de solidez
fiscal e que, inclusive, foi renovado este ano.
E, é lógico, não poderia deixar de ressaltar o
extraordinário calendário de grandes eventos
internacionais que o Rio de Janeiro vai sediar:
a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de
2016, além da conferência ambiental Rio+20
(2012), a Copa das Confederações (2013),
a Jornada Mundial da Juventude (2013) e o
Mundial de Judô (2013).
“Na área de petróleo e gás, estamos nos tornando o maior centro mundial de pesquisas
em águas profundas” / „Im Öl- und Gassektor werden wir zum weltgrößten Standort für
Tiefseeforschung der Welt.“
Infrastruktur (Immobilien, Siedlungswasserbau, Hochgeschwindigkeitszüge und Flughäfen).
Wir geben brasilianischen und ausländischen Unternehmen stabile
Investitionsanreize. Kürzlich haben wir die Mehrwertsteuer ICMS für
Kneipen und Restaurants von 4% auf 2% gesenkt, um den Tourismus
anzukurbeln. Auch in anderen Branchen wie z.B. dem Schienenverkehr,
der Investitionsgüterindustrie, der Textilindustrie und der Chemieindustrie haben wir Anreize geschaffen.
Dank dieser Bemühungen haben wir es geschafft, von der Ratingagentur Standard & Poor’s in den Investment Grade hochgestuft zu werden.
Rio de Janeiro war der erste Bundesstaat in ganz Lateinamerika, der
es in diese Kategorie geschafft hat - eine Bestätigung unserer stabilen
Haushaltslage. Das war im März 2010, und die Einstufung wurde in
diesem Jahr erneuert.
Und natürlich muss ich auch die großen internationalen Veranstaltungen erwähnen, die in Rio de Janeiro stattfinden werden: die Fußball-WM
2014 und die Olympischen Spiele 2016 sowie der Umweltgipfel Rio+20
(2012), der Confederations Cup (2013), der Weltjugendtag (2013) und
die Judo-WM (2013).
36BRASILALEMANHA
BA - Welche Erwartungen bestehen hinsichtlich der Partnerschaft zwischen Rio de Janeiro und zwei deutschen Städten
- Köln und Hamburg?
Gouverneur Sérgio Cabral - Auf unserer Reise nach Deutschland
wurden einige Optionen zur Zusammenarbeit in verschiedenen Bereichen besprochen, wie beispielsweise in der Informationstechnologie,
in der Bildung und in der Stadtplanung. So wollen wir uns mit der
Stadtverwaltung von Hamburg, der Stadtverwaltung von Rio und der
brasilianischen Bundesregierung zusammentun, um das Hafengebiet
von Rio zu sanieren.
Mit der Regierung von Nordrhein-Westfalen wollen wir in der
technischen Bildung und in der Berufsbildung zusammenarbeiten.
Eine deutsche Delegation aus Dozenten und Behördenvertretern hat
einige Gespräche mit der Stiftung zur Förderung der technischen
Schule des Bundeslandes Rio de Janeiro (FAETEC) vereinbart, um
Erfahrungen auszutauschen und Bildungsziele zu erreichen. Derzeit
werden noch einige fachliche und praktische Fragen geklärt. Das
Abkommen soll durch die berufliche Weiterbildung von Lehrkräften
unseren Schülern zugutekommen. (CD)
Setembro 2011
Setembro 2011
BRASILALEMANHA37
Relações Brasil-Alemanha
Deutsch-Brasilianische Beziehungen
Brasil, um oásis de crescimento
Oliver Döhne, Germany Trade & Invest
A importância do Brasil como parceiro
da economia alemã tem aumentado muito. Favorecidas pelo câmbio, as importações brasileiras de produtos germânicos
crescem, alcançando um volume recorde
Como um dos poucos mercados em
desenvolvimento restantes no mundo,
o Brasil, estável e dinâmico, finalmente recebe a atenção internacional
que merece. O mercado consumidor
transformou-se, graças ao aumento da
renda, do emprego e dos créditos, em
um motor conjuntural permanente.
A infraestrutura está em expansão e,
como fator adicional para impulsionar o
crescimento, o Brasil conta com grandes
reservas de commodities tanto no setor
agrário quanto na mineração.
A forte situação do real faz com que
principalmente as empresas estrangeiras se beneficiem com essa prosperidade. Por um lado, porque bens de capital
mais almejados passam a ser acessíveis
para compradores brasileiros. Por
outro, porque hoje as empresas brasileiras dão mais atenção à qualidade
das máquinas e dos insumos. Só assim
os seus próprios produtos podem ter
38BRASILALEMANHA
alguma chance diante da concorrência
asiática, sempre mais barata. Em alguns
setores de máquinas, as importações já
alcançam 70%.
As importações de produtos alemães
realizadas pelo Brasil aumentaram
25% entre janeiro e julho de 2011 e a
tendência é que continuem crescendo.
Os produtos alemães mais visados
são máquinas, automóveis e químicos.
A balança comercial brasileira mostra
que, no primeiro semestre de 2011, nos
setores de máquinas e produtos químicos, a Alemanha conseguiu reprimir até
mesmo os chineses, fortes concorrentes.
A Mercedes, a BMW e a Audi tiveram
um incremento no volume de vendas de
automóveis de até 100% ao ano.
Importações de produtos alemães realizadas pelo Brasil (em bilhões de US$)
Brasilianischer Import aus Deutschland (in Mrd. US$)
16
15,0
14
12,6
12,0
12
9,9
10
8,7
8
6,1
6
6,5
5,1
4,2
4
2
0
2003
2004
2005
Fonte / Quelle: Germany Trade & Invest
2006
2007
2008
2009
2010
2011*
*Previsão/Prognose
Setembro 2011
Importações de produtos alemães realizadas pelo Brasil em 2010
Brasilianischer Import aus Deutschland 2010
Setembro 2011
8,5%
Automóveis / Kfz 14,1%
ic
Quím
Brasiliens Rolle als Partner der deutschen Wirtschaft
nimmt stark zu. Der Import steigt mit Rekordwerten. Der
Wechselkurs hilft zusätzlich.
Als einer der wenigen verbliebenen Wachstumsmärkte
im Ausland bekommt das stabile und dynamische Brasilien
endlich die internationale Aufmerksamkeit die es verdient.
Der Konsum hat sich infolge von mehr Einkommen, Beschäftigung und Krediten zum dauerhaften Konjunkturmotor entwickelt. Auch in den Infrastrukturausbau kommt
Schwung und als zusätzliche Wachstumsquelle verfügt
Brasilien über große Commodity-Reserven in Landwirtschaft und Bergbau.
Die starke brasilianischen Währung sorgt dafür, dass
von diesem Aufschwung insbesondere ausländische Unternehmen profitieren. Zum einen, weil anspruchsvolle
Kapitalgüter für brasilianische Abnehmer erschwinglicher
werden und zum anderen, weil brasilianische Unternehmen
bei Maschinen und Vorprodukten neuerdings wesentlich
mehr auf Qualität achten, um mit ihren Fertigprodukten
gegen die asiatischen Billigkonkurrenz überhaupt noch eine
es /
Fertilizant 6%
ittel 3,
Düngem os /
tic
%
Plás ffe 4,0
o
stst
n
u
K
Máquinas / Maschinen 26,5%
lien
mika
Che
os /
Oliver Döhne, Germany Trade & Invest
Outros / Andere 24,0%
Ele Eletr
ktr oté
ote cn
ch ica
nik /
6, 4
%
Medic
a
Medik mentos /
amente
8,2%
Wachstumsoase Brasilien
Tecnologia de medição, avaliação e controle /
Mess-, Prüf- und Kontrolltechnik 4,7%
Fonte / Quelle: Germany Trade & Invest
Chance zu haben. In manchen Maschinensektoren macht
der Import bereits fast 70% aus.
Der Import aus Deutschland wuchs zwischen Januar und
Juli 2011 um 25%, Tendenz steigend. Beliebteste deutsche
Importgüter sind Maschinen, Kfz und Chemikalien. Bei Maschinen und chemischen Produkten hielt Deutschland im
1. Halbjahr 2011 sogar die stark expandierenden Chinesen
in Schach. Beim Kfz-Absatz erzielen Mercedes, BMW und
Audi ein Umsatzwachstum bis zu 100% pro Jahr.
BRASILALEMANHA39
Relações Brasil-Alemanha
Deutsch-Brasilianische Beziehungen
Uma sólida parceria
Relações bilaterais desenvolvem-se com base na complementaridade de suas economias
Tradicionalmente a Alemanha tem
sido um dos maiores parceiros do Brasil.
Nos últimos anos, o volume de trocas
comerciais entre os dois países tevem
uma grande expansão.
Balança comercial Brasil/Alemanha 2000/2011 (US$ FOB bi )
Exportações para a Alemanha
15
Balança Comercial
A Alemanha ocupa a 4ª posição entre os
mais importantes parceiros comerciais
do Brasil. O Brasil, por sua vez, ocupa
o 20º lugar no ranking dos parceiros
comerciais da Alemanha.
Importações da Alemanha
15
12,6
12,0
12
9,9
9
9,1
8,9
8,7
8,1
7,2
6,5
5,7
6,2
6
6,1
5,1
5,0
4,2
4,0
Investimentos
• Volume acumulado de investimentos e reinvestimentos alemães no
Brasil é de aproximadamente US$
25 bilhões.
Saldo
3,1
3
4,4
2,5
4,8
2,5
4,4
2,5
0
-0,8
-1,5
-3
-3,7
-1,1
-1,1
-1,1
-1,9
-2,3
-1,9
-3,1
-4,5
• Há 1.300 empresas alemãs no País.
Aproximadamente 800 delas estão
sediadas na Grande São Paulo,
tornando-a a região com maior
concentração de empresas alemãs
no mundo.
• As empresas alemãs no Brasil são
responsáveis por aproximadamente
10% do PIB industrial do País.
• As empresas alemãs no Brasil empregam 250.000 funcionários.
• A Alemanha é um dos maiores investidores estrangeiros no Brasil.
40BRASILALEMANHA
-6
-5,9
2011* 2010
Fonte: MDIC
2009 2008 2007 2006
2005 2004 2003 2002
2001
2000
*Previsão com base em resultados de janeiro/julho de 2011
• Projeção com base em resultados de jan/jul 2011
Balança comercial Brasil/Alemanha: jan/jul 2011/2010 ( US$ FOB bi )
Período Exportações % Variação Importações da % Variação Saldo US$
para a
Alemanha US$
Alemanha US$
jan/jul/11
5,3
+ 20,5
8,4
25,4
- 3,1
Jan/jul/10
4,4
-
6,7
-
- 2,3
Fonte: Secex – Mdic
Setembro 2011
Investimentos Alemães no Brasil
Ano
IED da Alemanha no Brasil US$ bi
% do IED total
20092.459,228,1
20081.036,572,4
20071.756,785,2
2006848,33,8
20051.269,35,9
2004794,73,9
2003507,63,9
2002638,33,3
20011.047,55,0
Fonte: Banco Central do Brasil
Maiores empresas alemãs no Brasil em termos de vendas
Volkswagen
R$ 30,9 bi
Autoindústria
Mercedes-Benz
R$ 15,6 bi
Autoindústria
Autoindústria
Volkswagen Caminhões e ônibus R$ 9,3 bi
Basf
R$ 6,4 bi
Química e petroquímica
Robert Bosch
R$ 5,2 bi
Autoindústria
R$ 4,2 bi
Indústria química/farma
Bayer
Siemens
R$ 3,5 bi
Eletroeletrônico
Panarello (Panpharma + Celesio)
R$ 4,5 bi
Farmacêutico/atacado
ThyssenKrupp
R$ 3,45 bi
Siderurgia, metalurgia, autoindustria
Aliança Navegação
R$ 2,4 bi
Transporte
Allianz Seguros (prêmios)
R$ 2,2 bi
Seguros
Mahle Metal
R$ 2,0 bi
Autoindústria
R$ 2,1 bi
Autoindústria
ZF América do Sul
Lanxess
US$ 695,0 mi
Química e Petroquímica
Grupo Voith
R$ 2,5 bi
Máquinas e equipamentos
R$ 961,2
Farmacêutico
Merck SAP R$ 1,1 bi
Indústria digital
R$ 1,5 bi
Autoindústria
Scania
Fonte: revista Exame – Edição Melhores e Maiores 2011
Setembro 2011
Maiores investimentos alemães
no Brasil na atualidade
Volkswagen
R$ 6,2 (de 2010 a 2014)
Thyssen Krupp:
€ 5,2 bilhões na implantação da
Companhia Siderúrgica do Atlântico
– CSA (Sepetiba, RJ), inaugurada em
julho de 2010
BASF
€ 500 milhões na primeira fábrica
de ácido acrílico e superabsorventes
da América Latina que será
construída no Polo de Camaçari (BA)
€ 200 milhões (2010 – 2014) no site
de Guaratinguetá
Continental
US$ 210 milhões em sua planta na Bahia
MAN
€ 400 milhões até 2013
Mercedes-Benz
R$ 1,2 bilhões na fábrica de São
Bernardo do Campo
Siemens
R$ 945 milhões até 2016
TÜV Rheinland
R$ 810 milhões até 2016
Grupo Linde
R$ 200 milhões
Fonte: AHK Brasil e empresas associadas
BRASILALEMANHA41
Energia
Energie
A Europa e a energia eólica
Na União Europeia, a Alemanha é o país com a maior capacidade de gerar energia a partir do vento
Tatiana Lemos
Disponibilidade de energia eólica na União Europeia em MW
• No final de 2010, a capacidade total
de energia eólica instalada no mundo era de 196.682 MW. Desse total, a
Europa (EU-27) era responsável por 84.278 MW (43%) e a Alemanha, por
27.214 MW(14%). MW
90.000
• Em 2010, a energia eólica instalada na
UE (84.278 MW) representava 9,6%
de toda a energia produzida na região
( 876.023 MW) .
50.000
• Registrou-se um crescimento de 12,2% no volume de energia eólica disponível na UE em 2010, sobre os resultados
de 2009 (75.090 MW).
• Os investimentos da UE em fazendas
de energia eólica foram de € 12,7 bilhões, em 2010. A área onshore atraiu
€ 10,1 bilhões, ficando os restantes
€ 2,6 bilhões para a área offshore.
• Somente em 2010, foram instalados 9.918 MW de energia eólica adicional
em todo o território europeu. Desse
total, 9.295 MW estão localizados em países da União Europeia.
42BRASILALEMANHA
84,3
80.000
70.000
60.000
40,5
40.000
30.000
20.000
10.000
0
12,9
2,5
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Fonte: The European Wind Energy Association – EWEA – Fev/2011
• Nos últimos 15 anos, a capacidade adicional de energia eólica instalada
na UE apresentou um crescimento
médio de 17,6%. Em 1995, foram 814
MW e, em 2010, 9.295 MW.
• O setor de energia eólica offshore festejou um ano recorde em 2010. Foram
883 MW de capacidade instalada, isto
é, 9,5% de todas as novas instalações
europeias de energia eólica.
• Em um ano de ventos normais, as fazendas de energia eólica instaladas
até o final de 2010 podem produzir
181 TW de eletricidade, o que cor-
Setembro 2011
responde a 5,3% do consumo bruto
final da EU.
Alemanha
• A Alemanha é o país com a maior
capacidade instalada de energia eólica
na Europa, seguida pela Espanha,
Itália, França e Reino Unido.
• A Dinamarca é o país com a mais
alta taxa de participação da energia
eólica no consumo de eletricidade
(24%), seguida por Portugal (14,8%),
Espanha (14,4%), Irlanda (10,1%) e
Alemanha (9,3%). • A indústria de energia eólica alemã é
a maior do mundo e também ocupa
uma posição de liderança global em
relação ao desenvolvimento tecnológico. Para isso, conta com o suporte
das áreas de engenharia mecânica
e eletrônica do país, fortemente
desenvolvidas. O setor emprega 85
mil pessoas.
• Até 2030 estão previstos investimentos da ordem de € 45 bilhões em
energia eólica na Alemanha – a maior
parte desses recursos será destinada a
projetos offshore.
• Conforme cálculos do Ministério
alemão de Meio Ambiente, para atingir a meta de recursos renováveis da
Alemanha, será preciso acrescentar
10.000 MW à capacidade instalada
de energia eólica offshore, até 2020.
Setembro 2011
Capacidade total de energia eólica instalada no mundo (%)
1.2
0.9
0.5
Europa
Ásia
24.2
43
América do Norte
Austrália & Pacífico
30.2
América Latina
África
Fonte: WWEA, com base em dados de 2009
Capacidade total instalada de energia eólica nos países europeus
Capacidade total instalada em MW em 2010 Participação %
Alemanha27,214 32%
Espanha20.67624%
Itália 5.7977%
França 5.6607%
Reino Unido
5.204
6%
Portugal3.8985%
Dinamarca3.752 4%
Holanda2.2373%
Suécia 2.1633%
Irlanda 1.4282%
Grécia 1.2081%
Outros 2.9164%
Total EU-27
84.278
100%
Fonte: EWEA – The European Wind Energy Association Fev/2011
BRASILALEMANHA43
Energia
Energie
Força dos ventos
Exploração do potencial de energias renováveis ainda enfrenta entraves.
Vladimir Goitia
44BRASILALEMANHA
Siemens
As perspectivas de geração de energia
a partir de fontes alternativas – usinas
eólicas, termelétricas a partir de biomassa e pequenas centrais hidrelétricas – no
Brasil são tão boas que o governo estima que a participação delas na matriz
energética do país, chamada de Sistema
Interligado Nacional (SIN), dobrará
ainda nesta década, passando de 8%
para 16%. Atualmente, a capacidade
instalada do SIN é de 110.000 MW. Em
2020, deve chegar a 171.000 MW.
O destaque nessas estimativas é a
geração eólica, que passaria de apenas
1% nesse bolo todo para 7% em dez
anos. Isso quer dizer que os moinhos de
vento responderiam por algo em torno
de 12.000 MW de energia já em 2020.
É bom lembrar que hoje os 44 parques
eólicos em operação geram apenas 1.436
MW (1,3% da matriz), capacidade instalada duas vezes e meia menor do que
gera a Dinamarca com a força dos ventos
(3.752 MW), de acordo com o ranking
da Global Wind Estatistics (GWEC), no
qual a China aparece em primeiro lugar,
com mais de 42.000 MW.
Mas o objetivo do Brasil em termos
de energias renováveis não para aí.
Cálculos que vêm sendo refeitos pelo
Ministério de Minas e Energia devem
levar o Brasil para um novo patamar
gerador de energia eólica num futuro
não muito distante. O potencial de
143.000 MW projetados para o país há
uma década, com torres de 50 metros de
altura, pularia para a faixa de 300.000
MW a 400.000 MW. Ou seja, de três a
quatro vezes a mais em relação à matriz
energética instalada atualmente, que inclui todas as fontes de energia. E isso só
por causa da altura atual das torres dos
aerogeradores, entre 80 e 110 metros.
Outro setor com amplas perspectivas
de expansão é o de biomassa. Dos quase
15.000 MW de energia que poderão ser
gerados a mais por meio de fontes alter-
Até 2020, segundo estimativas
do governo brasileiro, 16% da
geração de energia no País terá
origem em fontes alternativas / Bis
2020 kommen nach Einschätzung
der brasilianischen Regierung
16% der Energie in Brasilien aus
alternativen Quellen
nativas até a Copa do Mundo de 2014, o
equivalente a pouco mais de três usinas
hidrelétricas de Belo Monte, 5.400 MW
(36%) devem vir da geração de biomassa. Assim, se igualaria à energia eólica
(36%) e superaria a das PCH (27%), de
acordo com estimativas apontadas no
último Plano Decenal de Energia (PDE)
do governo para daqui a quatro anos.
Mas, por enquanto, trata-se apenas de
números, estimativas e projeções, já que
nem tudo parece ser tão factível como
pinta o governo. Para alcançar o patamar
projetado e chegar às metas ambiciosas de
expansão traçadas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), serão necessários investimentos de pelo menos R$ 190 bilhões
nos próximos anos. A EPE informa que
metade desse montante (R$ 90 bilhões) se
refere a empreendimentos já autorizados,
que incluem grandes hidrelétricas.
Os restantes R$ 100 bilhões ainda
precisam ser contratados. Desse mon-
tante, 45% são necessários para fontes
renováveis que não sejam hidrelétricas,
que devem absorver os outros 55%. A
questão é, entretanto, de onde sairá
todo esse dinheiro ou como será possível convencer e seduzir investidores,
principalmente num momento em que
empresas do setor eólico começam a
mostrar preocupação com a ameaça
da competitividade diminuída e com a
ausência de perspectivas futuras no programa de leilões de energia do governo.
“Precisamos de [programas] que
permitam competitividade mais justa,
[regras que permitam concorrer] de
igual para igual [com outras fontes de
geração]”, diz Eduardo Lopes, diretor
comercial da Wobben Windpower.
De acordo com ele, também diretor de
Indústria da Associação Brasileira de
Energia Eólica (ABEEólica), seria necessário que o governo definisse “leilões
exclusivos” de pelo menos 2.000 MW
Setembro 2011
Setembro 2011
BRASILALEMANHA45
Energie
por ano nesta década capazes de manter
e expandir a cadeia produtiva do setor
de energia eólica.
Em 2009, por exemplo, as fontes
alternativas não entraram no leilão de
energia. E, em agosto deste ano, os produtores de energia eólica concorreram
com os de gás natural, biomassa e termelétricas nas mesmas condições. “Isso
não é justo”, diz Lopes, que defende a
adoção do modelo europeu (Feed-in
Tarif), no qual o governo define uma
tarifa por um valor “x” e se compromete
a comprar a energia produzida. Ou seja,
o governo garante que vai comprar o
MW por um preço definido. “Esse é o
sonho dourado do setor. Mas, como
parece impossível, um meio termo já
seria bom”, diz Lopes.
A Siemens, uma das líderes globais
em tecnologia de aerogeradores, discorda. “Não acredito que o modelo do tipo
Feed-in Tarif seja solução para a consolidação de novas tecnologias no Brasil”,
diz Eduardo Ângelo, diretor da área de
Atualmente, existem no país 44 parques eólicos
responsáveis pela geração de 1.436 MW /
Heute gibt es in Brasilien 44 Windparks, die
zusammen 1.436 MW erzeugen
Dida Sampaio/AE
Energia
Energias Renováveis da empresa. Ele
explica que, com a crise financeira mundial ao final de 2008, a primeira medida
dos governos dos países que adotaram
esse modelo foi suspender os subsídios.
“Incentivar a fonte A ou B com tarifa
subsidiada não se sustenta ao longo do
tempo, principalmente no Brasil, que
dispõe de uma diversidade invejável
em fontes de energia”, explica Ângelo.
Na opinião dele, os investimentos
em novas tecnologias serão realidade
Die Kraft des Windes
Bei der Nutzung erneuerbarer Energiequellen gibt es noch Engpässe.
Vladimir Goitia
Die Aussichten für alternative Energiequellen - Windkraftanlagen, Biomasse und kleine Wasserkraftanlagen sind in Brasilien ausgezeichnet. Die Regierung geht davon
aus, dass sich ihr Anteil im Energiemix des Landes noch in
diesem Jahrzehnt verdoppeln wird. Bisher liegt der Anteil
bei 8%, er soll auf 16% ansteigen. Das öffentliche Netz,
das sogenannte Sistema Interligado Nacional (SIN), verfügt
derzeit über eine installierte Leistung von 110.000 MW, in
2020 rechnet man mit 171.000 MW.
Besonderer Augenmerk liegt auf der Windkraft. Sie soll
in nur 10 Jahren einen Sprung von 1% auf 7% machen.
Das bedeutet, dass in 2020 die Windräder bereits für ungefähr 12.000 MW verantwortlich wären. Die 44 aktiven
Windparks heute erzeugen gerade mal 1.436 MW (1,3%
des Energiemixes). Damit kommt Brasilien, laut Ranking
der Global Wind Estatistics (GWEC) auf zweieinhalb Mal
weniger Energie durch Windkraft als Dänemark (3.752
MW). An erster Stelle steht China mit 42.000 MW.
Das ist aber längst nicht alles was sich Brasilien in Sachen
erneuerbare Energien zum Ziel gesetzt hat. Neue Berechnungen vom brasilianischen Ministerium für Bergbau und
46BRASILALEMANHA
Energie zeigen das Land in nicht allzu ferner Zukunft auf
einer neuen Stufe der Windenergieerzeugung. Vor zehn
Jahren wurde ein Potential von 143.000 MW errechnet, auf
der Basis von Windrädern mit einer Höhe von 50 Metern.
Heute kann man von einem Potential von 300.000 MW bis
400.000 MW ausgehen. Das bedeutet einen drei bis vier
Mal höheren Anteil an der derzeit installierten Leistung der
Energiematrix. Dieser Umstand ist einzig auf die heutige
Höhe der Türme zurückzuführen, die zwischen 80 und
110 Metern liegt.
Ein weiterer Bereich mit besten Wachstumschancen ist
die Biomasse. Bis zur WM 2014 können durch alternative
Energiequellen zusätzlich rund 15.000 MW Energie erzeugt
werden. Das entspricht ein wenig mehr als drei Wasserkraftwerken in der Größe des Belo Monte Kraftwerks. Davon
dürften 5.400 MW oder 36% aus der Energieerzeugung mit
Biomasse gewonnen werden. Damit steht die Energiequelle
auf einer Stufe mit der Windenergie mit ebenfalls 36% und
überholt die kleinen Wasserkraftwerke mit 27%. Dies sind
Schätzungen der Regierung aus dem Energieplan Plano Decenal de Energia (PDE) für einen Zeitpunkt in vier Jahren.
Aber bisher sind all das nur Zahlen, Schätzungen und
Prognosen. Anscheinend ist es nicht so einfach, wie die
Setembro 2011
Complexidade:
obstáculo ou oportunidade?
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mantemos altos padrões de integridade,
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Assim como o Brasil: mais forte,
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kpmg.com/BR
Setembro 2011
BRASILALEMANHA47
Energia
Energie
quando houver um ambiente regulatório vigente e compromisso de longo
prazo dos principais atores: governo,
investidores, órgãos de financiamento.
“O parque industrial de produtos e serviços se consolidará automaticamente
nesse cenário e, consequentemente, será
criado um ambiente de alta competitividade”, afirma o executivo da Siemens.
Biomassa
A geração de energia a partir da biomassa também enfrenta críticas. A
União da Indústria de Cana-de-Açúcar
(Unica) avalia que o momento aponta
apenas para reformas e modernizações
de usinas existentes, e não para novos
projetos, já que isso exigiria soluções urgentes para uma série de entraves relacionados à conexão, à sustentabilidade
e a questões fiscais e de financiamento.
Atualmente, das 434 usinas de açúcar
e de álcool em operação no país, apenas
100 (23%) exportam energia para o
SIN. Em São Paulo, Estado mais importante no cenário sucroalcooleiro, esse
percentual é um pouco maior. De 182
usinas, 54 (30%) exportam sua energia
Niels Andreas
Atualmente, apenas 23% das usinas de açúcar e álcool que operam no país exportam energia
para o Sistema Interligado Nacional (SIN) / Derzeit exportieren nur 23% der Zucker- und
Alkoholfabriken in Brasilien Strom in das gesamtbrasilianische Verbundnetz (SIN)
Regierung es gerne darstellt. Um die ehrgeizigen Wachstumsziele zu erreichen, die die brasilianische Energieplanungsbehörde EPE vorhat, müssen in den nächsten Jahren
mindestens R$ 190 Mrd. investiert werden. Die EPE erklärt,
dass die Hälfte dieser Summe (90 Mrd.) für Projekte ist, die
bereits grünes Licht bekommen haben, einschließlich der
Bau großer Wasserkraftwerke.
Die übrigen 100 Mrd. stehen noch aus, wobei 55% dieser Summe in Wasserkraft investiert werden müssen und
die übrigen 45% in andere erneuerbare Energiequellen.
Die Frage bleibt, wo das ganze Geld herkommen soll und
wie man Investoren überzeugen kann. Und das zu einem
Zeitpunkt, wo die Unternehmen aus dem Windkraftsektor
sich anfangen Sorgen zu machen, weil ihre Wettbewerbsfähigkeit bedroht ist und es nur wenige Auktionen für sie im
Energieprogramm der Regierung gibt. In Brasilien werden
Stromerzeugungskapazitäten unter der Aufsicht des Ministeriums für Bergbau und Energie in Auktionen versteigert.
“Wir brauchen Programme, die einen fairen Wettbewerb ermöglichen und Regeln, die dafür sorgen, dass wir
auf Augenhöhe mit anderen Energiequellen konkurrieren
können”, sagt Eduardo Lopes, Verkaufsleiter von Wobben
48BRASILALEMANHA
para o sistema. Ainda é muito pouco,
diante do que poderia ser produzido e
exportado, de acordo com a Unica. A
própria EPE reconhece que, em relação
ao volume total de bagaço produzido no
Brasil, a quantidade de energia elétrica
excedente comercializada a partir desse
insumo ainda é muito pequena.
Da capacidade instalada hoje, que é
de 6.325 MW, que representa 5,5% da
matriz energética do país, o setor está
exportando apenas 1.100 MW médios,
o equivalente ao atendimento anual a 5
milhões de consumidores residenciais.
Embora essa exportação tenha crescido de 126 MW médios, em 2005, para
1.110 MW médios no ano passado, essa
quantidade significa apenas 2% a 3% do
consumo nacional.
A Unica estima que o potencial de
bioeletricidade excedente com utilização
de bagaço de cana e palha possa chegar
a 8.158 MW médios em 2015/2016 e a
13.158 MW médios em 2020/2021. Ou
seja, seria possível quintuplicar a participação (15%) na matriz elétrica brasileira
até esse período. Mas, de acordo com
a entidade, para isso seria necessário
que o governo promovesse também um
programa de inserção para a bioenergia
através da definição de leilões anuais e
regulares capazes de manter e expandir
a cadeia produtiva da bioeletricidade.
Windpower. Eduardo Lopes, der gleichzeitig Industriebeauftragter des brasilianischen Windkraftverbands (ABEEólica) ist, meint außerdem, dass die Regierung in diesem Jahrzehnt “Exklusivauktionen” für mindestens 2.000 MW pro
Jahr bereitstellen sollte, damit die Windkraftbranche ihre
Produktion aufrechterhalten und weiterentwickeln kann.
In 2009 zum Beispiel gab es keine Versteigerungen für
alternative Energien. Und im August dieses Jahres traten
die Energieerzeuger von Windkraft, Erdgas, Biomasse und
Wärmekraft in der gleichen Versteigerung gegeneinander
an. „Das ist nicht fair“ sagt Lopes, der die Einführung des
europäischen Modells der Einspeisevergütung vertritt.
Dabei verpflichtet sich die Regierung zu einem bestimmten Preis die erzeugte Energie abzunehmen. „Das ist der
Wunschtraum der Branche. Aber da das wohl unmöglich
ist, wäre ein Mittelweg schon gut“, so Lopes.
Siemens, einer der weltweiten Marktführer von Windenergietechnologie, ist anderer Meinung. „Ich denke nicht,
dass die Einspeisevergütung die neuen Technologien in Brasilien gleichstellt,“ sagt Eduardo Ângelo, Leiter Erneuerbare
Energien bei Siemens. Er erklärt, dass als erste Maßnahme
in der weltweiten Finanzkrise 2008 die Subventionen
Setembro 2011
für solche Modelle gestrichen wurden. „Anreize durch
Subventionen halten sich auf lange Sicht nicht, besonders
nicht in Brasilien, wo es eine beneidenswerte Vielfalt von
Energiequellen gibt,“ erklärt Ângelo.
Er denkt, es wird Investitionen in neue Technologien
geben, wenn von politischer Seite die Rahmenbedingungen
geschaffen sind und die Hauptakteure - Regierungen, Investoren und Finanzierungsinstitute – sich auf lange Sicht
dem Thema verpflichten. „Der Industriepark von Gütern
und Dienstleistung wird sich automatisch an die Rahmenbedingungen anpassen und wettbewerbsfähig werden“,
betont der Siemensmanager.
Biomasse
Bei Erzeugung von Energie aus Biomasse läuft auch noch
nicht alles rund. Der Industrieverband für Zuckerrohr
(Unica) ist der Meinung, dass nur Reformen und Modernisierungen der bestehenden Kraftwerke anstehen, nicht
aber neue Projekte. Denn das würde schnelle Lösungen
für Probleme wie Anschlüsse, Nachhaltigkeit, Steuern und
Finanzierung erfordern.
Von den 434 produzierenden Zucker-Ethanolkraftwerken
in Brasilien, liefern gerade mal 100 (23%) an das öffentliche Netz. In São Paulo, dem wichtigsten Bundesstaat des
Setembro 2011
Industriezweigs, liegt dieser Prozentsatz etwas höher. Hier
wird Strom von 54 (30%) der insgesamt 182 Kraftwerke in
das Netz eingespeist. Das ist laut dem Fachverband Unica
immer noch sehr wenig, gemessen an dem vorhandenen Potenzial. Selbst die Energieplanungsbehörde EPE räumt ein,
dass die Menge an erzeugter Energie aus Zuckerrohr immer
noch sehr gering ist, bedenkt man das große Volumen, der
in Brasilien produzierten Zuckerrohrbagasse.
Von der installierten Leistung von 6.325 MW, was 5,5%
der Energiematrix Brasiliens entspricht, werden aus dem
Sektor durchschnittlich nur 1.100 MW eingespeist, eine
Menge die jährlich 5 Mio. Haushalte bedient. Obwohl das
Volumen von durchschnittlich 126 MW in 2005 auf 1.100
MW im letzten Jahr angestiegen ist, entspricht dies gerade
mal 2% - 3% des Binnenkonsums.
Die Unica schätzt, dass das Potenzial überschüssiger Bioenergie aus Zuckerrohrbagasse und -blättern bis 2015/2016
auf 8.158 MW ansteigen kann und bis 2020/2021 auf ca.
13.158 MW. Das heißt, der Anteil am Energiemix könnte
sich in dieser Zeit verfünffachen (15%). Laut dem Fachverband muss die Regierung allerdings zum Erreichen
dieser Zahlen die erneuerbaren Energien durch jährliche
Auktionen für Bioenergiekapazitäten stärken, damit die
Produktion erhalten und ausgebaut werden kann.
BRASILALEMANHA49
Infrastruktur
Quadro de caos pede
internacionalização
Situação dos portos e aeroportos brasileiros requer uma rápida
modernização na infraestrutura e tecnologia
Vladimir Goitia
Filas de caminhões carregados para
escoar a safra de grãos chegam a 30
quilômetros ou mais todos os anos.
Na outra ponta, centenas de navios
ancorados no mar aguardando vaga
para atracar. Essa tem sido, nas últi­
mas décadas, a fotografia dos efeitos
da falta de infraestrutura no sistema
portuário brasileiro. Pior é que a situa­
ção também tem contribuído com o
colapso das estradas.
Mesmo com esse quadro, a carga
movimentada nos portos brasileiros
não para de crescer. No ano passado,
foram 833 milhões de toneladas entre
exportações e importações, volume
13,6% maior do que no ano anterior
e mais de 80% acima do apurado dez
anos atrás, de acordo com a Associa­
ção Brasileira de Terminais Portuários
(ABTP). A estimativa para os próximos
quatro anos é movimentar pelo menos
1 bilhão de toneladas por ano no siste­
ma portuário nacional, ainda segundo
cálculos da ABTP.
Ou seja, as perspectivas para quem
quer investir no sistema portuário bra­
sileiro e apresentar soluções, tecnologia
e know-how parecem muito boas,
não fossem os problemas apontados
insistentemente pelo setor privado,
principalmente em relação à interfe­
rência política das várias instâncias
governamentais, além de outros órgãos
públicos. Em meados deste ano, por
exemplo, o governo federal não só deci­
diu intervir na gestão e no planejamento
de 16 portos delegados a Estados ou
municípios, como criou uma série de
normas e regras que ameaçam o boom
de investimentos privados.
50BRASILALEMANHA
Os pedidos de novos arrendamentos
de áreas nos últimos anos, por exemplo,
aumentaram significativamente, mas as
exigências burocráticas para aprovar as
ampliações de terminais e o acompa­
nhamento das licitações pelo Tribunal
de Contas da União (TCU) também,
e em proporção maior. “Quem quer
construir ou ampliar [armazéns], por
exemplo, precisa esperar anos para
conseguir uma autorização”, critica o
presidente da ABTP, Wilen Manteli. “Há
mais de 30 instâncias governamentais,
uma se sobrepondo à outra, regulando a
atividade de forma não compatível e ge­
rando insegurança jurídica”, acrescenta
Manteli. Segundo ele, essa interferência
traz riscos competitivos aos negócios e
atrasa o aumento da oferta de capacida­
de para atender o forte crescimento do
comércio exterior do País.
Para a Confederação Nacional da
Indústria (CNI), o governo precisa dar
maior agilidade ao programa de licita­
ção de arrendamento das áreas portuá­
rias à iniciativa privada. “É uma medida
necessária e importante para impulsio­
nar esse setor, tão vital para a economia.
Também é preciso resolver o problema
do acesso terrestre aos grandes portos
nacionais. Em suma, para impulsionar
os investimentos é necessário conceder
as administrações portuárias à iniciativa
privada”, afirma José Augusto Fernan­
des, diretor-executivo da CNI.
As empresas engrossam o coro nes­
sas reclamações. “O cenário para os
investimentos em portos é promissor.
No entanto, para que essas projeções
se concretizem, é necessário criar con­
dições estáveis que deem confiabilidade
de longo prazo aos investidores priva­
dos”, emenda Nuno Neves, presidente
da Embraport, empresa controlada
pela Odebrecht e pela Dubai Ports
World, dos Emirados Árabes. Para
Neves, o fator que limita e restringe os
investimentos é a própria identificação
de áreas disponíveis com condições
físicas adequadas para a implantação
dos novos terminais.
Por exemplo, um navio parado à es­
pera de atracar, dependendo da época
do ano, pode custar entre US$ 30 mil e
US$ 80 mil por dia. Esses e outros pro­
blemas de infraestrutura em aeroportos,
rodovias e ferrovias fazem com que os
custos logísticos no país consumam
aproximadamente 15% do Produto In­
terno Bruto (PIB) por ano. Nos Estados
Unidos, que estão longe de ser exemplo
em logística, como Holanda, Bélgica
ou Alemanha, o custo é de 8% do PIB.
O volume de cargas movimentadas pelos portos brasileiros cresceu mais de 80% nos
últimos dez anos. / Die Umschlagsmengen in den brasilianischen Häfen sind in den
letzten zehn Jahren um mehr als 80% gewachsen.
Divulgação
Infraestrutura
Setembro 2011
Setembro 2011
BRASILALEMANHA51
Infrastruktur
A CNI avalia que a Alemanha é,
sem dúvida, um ótimo parâmetro
para o Brasil na área de logística. “Um
fator capaz de incrementar o interesse
pelos portos é profissionalizar sua
gestão. Além disso, é preciso modi­
ficar o Decreto 6.620/08 para atrair
investimentos em novos terminais de
uso privativo misto, inclusive para
movimentação de contêineres”, diz
Fernandes, da CNI, ao se referir à lei
que obriga o investidor a reverter à
União o porto concedido terminado
o prazo de 25 anos, com prorrogação
única pelo mesmo período.
O Brasil conta hoje com 134 ter­
minais portuários de uso privativo,
340 áreas arrendadas (armazéns) e 34
portos organizados. Baseado em dados
do Instituto de Pesquisas Econômicas
(Ipea), o setor portuário, responsável
por 75% a 85% do total das expor­
tações e das importações brasileiras
em termos de valor, avalia que serão
necessários pelo menos R$ 43 bilhões
José Patrocínio/AE
Infraestrutura
Aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília: finalmente, em novembro de 2011, o governo
brasileiro publicará o edital de licitação para a sua concessão / Guarulhos, Viracopos und Brasília:
Im November 2011 wird die brasilianische Regierung endlich den Betrieb der Flughäfen ausschreiben
para atacar os gargalos do sistema. Mas
apenas R$ 5,1 bilhões, ou aproxima­
damente 12% desse montante, estão
previstos no Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC2) para amplia­
ções, modernizações e recuperação de
apenas 21 portos. Ou seja, ainda faltam
R$ 38 bilhões, montante que terá de ser
desembolsado pela iniciativa privada,
para melhorar instalações, reduzir tem­
po e custos e dar resposta à crescente
movimentação portuária.
Aeroportos
Demorou, mas agora é para valer. Os
aeroportos brasileiros começam a ser
privatizados em novembro deste ano,
quando o governo federal publicará o
Privatisierung gegen die Überlastung
Die Häfen und Flughäfen in Brasilien müssen dringend modernisiert werden
Vladimir Goitia
Die Lastwagen, die die Getreideernte transportieren, stehen
30 Kilometer oder mehr im Stau. Hunderte von Schiffen ankern
vor den Häfen und warten auf einen Liegeplatz. So wirken sich
die Defizite in der Infrastruktur schon seit Jahrzehnten auf die
brasilianischen Häfen aus. Und noch schlimmer ist, dass die
Situation auch zur völligen Überlastung der Straßen beiträgt.
Dennoch werden in den brasilianischen Häfen immer mehr
Waren umgeschlagen. Im letzten Jahr beliefen sich die Im- und
Exporte nach Daten des Verbandes der Hafenterminalbetrei­
ber (ABTP) auf 833 Mio. Tonnen, 13,6% mehr als im Vorjahr
und 80% mehr als noch vor zehn Jahren. Für die nächsten vier
Jahre rechnet die ABTP mit einem Warenumschlag von min­
destens 1 Mrd. Tonnen pro Jahr in den brasilianischen Häfen.
Die Aussichten für potentielle Investoren, die Lösungen,
Technologien und Know-how anzubieten haben, könnten
also sehr gut sein, wären da nicht die Probleme, auf die die
Privatwirtschaft immer wieder aufmerksam macht, besonders
hinsichtlich der Politik auf verschiedenen Regierungsebenen.
So hat die Bundesregierung Mitte dieses Jahres nicht nur be­
schlossen, in das Management der 16 Häfen einzugreifen, die
von Bundesstaaten oder Städten und Gemeinden verwaltet
werden, sondern sie hat auch eine Reihe von Vorschriften ver­
abschiedet, die einen Investitionsboom verhindern könnten.
52BRASILALEMANHA
In den letzten Jahren wurden z.B. immer mehr Anträge
auf neue Areale gestellt. Aber die bürokratischen Hürden
zur Genehmigung für den Ausbau von Terminals sind eben­
falls höher geworden, und zwar in überproportionalem Aus­
maß. Der brasilianische Rechnungshof (TCU) hat außerdem
ein strenges Auge auf den Ablauf der Ausschreibungen.
„Wer beispielsweise Lagerhallen bauen oder ausbauen will,
muss jahrelang auf eine Genehmigung warten“, klagt ABTPPräsident Wilen Manteli. „Mehr als 30 Regierungsstellen,
die sich untereinander nicht einig werden können, erlassen
widersprüchliche Regeln und schaffen Rechtsunsicherheit“,
fügt Manteli hinzu. So würde die Wettbewerbsfähigkeit aufs
Spiel gesetzt, und die Erhöhung der Kapazitäten könne nicht
mit dem kräftigen Wachstum des Außenhandels mithalten.
Der brasilianische Industrieverband (CNI) ist der Ansicht,
die Regierung müsse die Vergabe von Hafenarealen an Privat­
unternehmen flexibilisieren. „Das ist notwendig und wichtig,
um diesen für die Wirtschaft so wichtigen Sektor zu fördern.
Außerdem muss dafür gesorgt werden, dass die großen brasi­
lianischen Häfen auf dem Landweg besser zu erreichen sind.
Kurz, um Investitionsimpulse zu geben, muss die Verwaltung
der Häfen der Privatwirtschaft überlassen werden“, erklärt José
Augusto Fernandes, geschäftsführender Direktor des CNI.
Auch die Unternehmen klagen. „Die Häfen bieten vielver­
sprechende Investitionsmöglichkeiten. Damit Investitionen
Setembro 2011
Setembro 2011
BRASILALEMANHA53
Infraestrutura
Infrastruktur
edital de licitação para a concessão de
três deles – Governador André Franco
Montoro (Guarulhos-SP), Viracopos
(Campinas-SP) e Presidente Juscelino
Kubitschek (Brasília). Se tudo correr
bem, o leilão será realizado pouco antes
do Natal e a gestão desses aeroportos
será entregue aos vencedores até feverei­
ro de 2012. Com isso, espera-se resolver,
em parte, os problemas, os desequilíbrios
e os gargalos nesse setor considerado
crucial na infraestrutura do País.
“Da mesma forma que no setor por­
tuário, o ingresso da iniciativa privada
na administração aeroportuária deverá
melhorar a gestão desse serviço. Mas é
importante que, além dos problemas de
gestão, seja aprimorada a coordenação
entre os vários órgãos públicos de fis­
calização que atuam nos aeroportos”,
afirma Fernandes, da CNI.
O Galeão (RJ) e Confins (MG) tam­
bém devem ser incluídos na lista. A
meta de investimentos na concessão dos
aeroportos até 2014 é de R$ 2,6 bilhões.
O modelo de concessão em estudo pre­
vê que a Infraero tenha até 49% do capi­
tal da concessionária e 51% para o setor
privado. As concessões serão feitas por
meio de SPE (Sociedades de Propósito
Específico), a serem constituídas pelos
investidores privados e pela Infraero.
Para a CNI, há um grande potencial
de mercado para o serviço aeroportuá­
rio no Brasil. De acordo com a entidade,
entre 2003 e 2011, a taxa de cresci­
mento no número de passageiros em
todo o Brasil foi de 111%. De janeiro a
maio deste ano, a expansão foi de 20%.
“Esses são números capazes de atrair o
empreendedor que queira participar do
processo de desestatização dos aeropor­
tos brasileiros”, diz Fernandes.
Ele lembra que o Encontro Econô­
mico Brasil-Alemanha, evento progra­
mado para setembro no Rio de Janeiro,
será uma boa oportunidade para os
investidores conhecerem as opções de
investimentos nas áreas de portos e
aeroportos.
O objetivo é que as concessões sejam
fontes de renda para a estatal gerir os
aeroportos restantes e incrementar a
estrutura dos mesmos.
A Empresa Brasileira de Infraestrutu­
ra Aeroportuária (Infraero) administra
66 aeroportos em todo o País e, de
acordo com especialistas da área, entre
aber tatsächlich getätigt werden, müssen stabile Voraus­
setzungen geschaffen werden, die den privaten Investo­
ren langfristige Sicherheit geben“, ergänzt Nuno Neves,
Präsident von Embraport, einem Unternehmen, das vom
Odebrecht-Konzern und von Dubai Ports World aus den
Vereinigten Arabischen Emiraten kontrolliert wird. Was
die Investitionen seiner Meinung nach einschränkt, ist die
Tatsache, dass für die Einrichtung neuer Terminals nicht
genügend geeignete Flächen zur Verfügung stehen.
Das Hafenministerium (SEP) war nicht bereit, dazu Stel­
lung zu nehmen, wie auf die Bedenken der Privatwirtschaft
eingegangen werden soll und wie die Regierung potentiellen
Investoren ein positiveres Bild vermitteln will. Offen blieb
auch, welche Maßnahmen das Ministerium ergreifen will,
um die Investitionen zu ermöglichen, die schon so lange
notwendig wären, um den sogenannten „Custo Brasil“, die
Standortnachteile Brasiliens, zu reduzieren.
Ein Schiff, das auf einen Liegeplatz wartet, erzeugt je nach
Jahreszeit Kosten von US$ 30.000 bis US$ 80.000 pro Tag,
um nur ein Beispiel zu nennen. Wegen dieser und anderer
Infrastrukturprobleme auf den Flughäfen, auf den Straßen
und auf der Schiene verschlingen die Logistikkosten in
Brasilien jedes Jahr etwa 15% des Bruttoinlandsprodukts.
In den USA, die im Gegensatz zu den Niederlanden, Belgien
oder Deutschland in diesem Bereich alles andere als ein
Vorbild sind, liegt dieser Anteil bei 8%.
54BRASILALEMANHA
15 e 20 são passíveis de passar para a
iniciativa privada. O que significaria
que pelo menos 50 estariam ainda sob
teto da Infraero. No PAC2, o governo
destinou R$ 3 bilhões para a expansão
da capacidade de apenas 14 deles.
Os contratos vão obrigar as concessio­
nárias a realizar os investimentos necessá­
rios para garantir atendimento adequado
e serviços de qualidade aos usuários dos
aeroportos e às aeronaves, sobretudo na
Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016.
Somente neste primeiro semestre de 2011,
a demanda de passageiros cresceu 19%.
Na China, esse incremento foi de 7,7% no
mesmo período.
Em 2010, apontam os dados da
Infraero, o aeroporto de Guarulhos
teve crescimento de 23% no volume
de passageiros sobre o ano anterior,
recebendo 26,8 milhões de pessoas.
No primeiro semestre deste ano, a
alta acumulada foi de 16% sobre a
movimentação do mesmo intervalo de
2010. A previsão é que 31,5 milhões de
passageiros passem pelo aeroporto até
dezembro. Sua estrutura atual, no en­
tanto, suporta no máximo 26 milhões
de passageiros por ano.
Der CNI ist der Ansicht, Brasilien solle sich im Logistik­
bereich auf jeden Fall ein Beispiel an Deutschland nehmen.
„Wenn Investitionen in die Häfen attraktiver gemacht
werden sollen, muss die Hafenverwaltung professionalisiert
werden. Außerdem muss das Dekret Nr. 6.620/08 geändert
werden, um Investitionen in neue Terminals und Contai­
nerterminals anzuziehen, die von privaten Unternehmen
betrieben werden und auch Dienstleistungen für Dritte
anbieten“, erklärt Fernandes vom CNI. Das genannte De­
kret verpflichtet Investoren, einen Hafen nach Ablauf der
25-jährigen Frist - die ein einziges Mal um weitere 25 Jahre
verlängert werden kann - an den Bund zurückzugeben.
In Brasilien gibt es heute 134 privatwirtschaftlich genutzte
Hafenterminals, 340 konzessionierte Flächen (Lagerhallen)
und 34 Häfen unter öffentlicher Verwaltung. Auf Grundlage
von Daten des Instituts für angewandte Wirtschaftsforschung
(IPEA) schätzt Fernandes, dass in die Häfen, über die (nach
dem Warenwert) 75% bis 85% der brasilianischen Im- und
Exporte abgewickelt werden, mindestens R$ 43 Mrd. inves­
tiert werden müssen, um die Engpässe zu beseitigen. Aber
in der zweiten Auflage des Wachstumsbeschleunigungspro­
gramms (PAC2) sind nur R$ 5,1 Mrd., also etwa 12% des
genannten Betrags, für den Ausbau, die Modernisierung
und die Instandsetzung von nur 21 Häfen vorgesehen. Es
fehlen also noch R$ 38 Mrd. Dieser Betrag muss von der
Privatwirtschaft kommen, um die Hafenanlagen zu verbes­
Setembro 2011
sern, Wartezeiten und Kosten zu kürzen und den steigenden
Umschlagsmengen gerecht zu werden.
Flughäfen
Es hat lange gedauert, aber jetzt ist es so weit. Im November
dieses Jahres wird mit der Privatisierung der brasilianischen
Flughäfen begonnen. Dann veröffentlicht die Regierung die
erste Ausschreibung für die Konzessionierung von drei Flug­
häfen: der Flughafen Governador André Franco Montoro
(in Guarulhos im Bundesstaat São Paulo), der Flughafen
Viracopos (in Campinas, ebenfalls im Bundesstaat São
Paulo) und der Flughafen Presidente Juscelino Kubitschek
(in Brasília im Bundesdistrikt). Wenn alles gut läuft, findet
die Versteigerung kurz vor Weihnachten statt, und die
Verwaltung der Flughäfen geht im Februar 2012 an die
erfolgreichen Bieter über. Davon erhofft man sich, dass die
Probleme in diesem für die Infrastruktur so entscheidenden
Sektor teilweise gelöst und die Engpässe beseitigt werden.
„Wie auch bei den Häfen sollte die Privatisierung der
Flughafenverwaltung zu Verbesserungen führen. Neben
der Verwaltung muss aber auch die Koordination zwischen
den verschiedenen öffentlichen Kontrollbehörden verbes­
sert werden, die für die Flughäfen zuständig sind“, erklärt
Fernandes vom CNI.
Die Flughäfen Galeão (im Bundesstaat Rio de Janeiro)
und Confins (Minas Gerais) werden voraussichtlich eben­
falls privatisiert. Das Investitionsziel liegt bei R$ 2,6 Mrd.
bis 2014. Der staatliche Flughafenbetreiber Infraero soll
49% am Kapital des Konzessionärs halten, private Unter­
nehmen 51%. Die Konzessionierung läuft über Zweckge­
sellschaften (SPE), die von den privaten Investoren und
Infraero zu gründen sind.
Der CNI sieht in Brasilien ein großes Marktpotential für
Flughafendienstleistungen. Nach Angaben des Verbandes
ist die Zahl der Passagiere von 2003 bis 2011 um 111%
gestiegen. Allein von Januar bis Mai dieses Jahres lag das
Wachstum bei 20%. „Diese Zahlen machen die Privati­
sierung der brasilianischen Flughäfen für Unternehmer
interessant“, so Fernandes.
Die Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage, die im
September in Rio de Janeiro stattfinden, seien eine gute
Möglichkeit für Investoren, sich über die Investitionsmög­
lichkeiten in Häfen und Flughäfen zu informieren.
Durch die Konzessionen sollen Einnahmen für den
staatlichen Betreiber Infraero erzielt werden, der damit die
übrigen Flughäfen verwalten und strukturell verbessern soll.
Infraero verwaltet derzeit 66 Flughäfen in ganz Brasilien,
und nach Einschätzung von Fachleuten könnten 15 bis 20
dieser Flughäfen privatisiert werden. Dann würden immer
noch mindestens 50 Flughäfen von Infraero verwaltet. Im
PAC2 sieht die Regierung R$ 3 Mrd. vor, um die Kapazitä­
ten von nur 14 dieser Flughäfen auszubauen.
Die Verträge werden die Konzessionäre verpflichten,
die notwendigen Investitionen zu tätigen, um eine ange­
messene und hochwertige Betreuung von Passagieren und
Flugzeugen zu gewährleisten, und zwar vor allem während
der Fußball-WM 2014 und den Olympischen Spielen 2016.
Allein im ersten Halbjahr 2011 ist die Zahl der Passagiere
um 19% gestiegen. In China wurde im gleichen Zeitraum
ein Anstieg von 7,7% verzeichnet.
Nach Daten von Infraero ist die Zahl der Passagiere
am Flughafen Guarulhos im Jahr 2010 im Vergleich zum
Vorjahr um 23% gestiegen und lag bei 26,8 Mio. Im ersten
Halbjahr dieses Jahres war bereits ein Anstieg von 16% im
Vergleich zum selben Vorjahreszeitraum zu verzeichnen.
Bis Dezember wird mit insgesamt 31,5 Mio. Passagieren in
Guarulhos gerechnet. Die Flughafenstruktur ist allerdings
auf höchstens 26 Mio. Passagiere im Jahr ausgerichtet.
Setembro 2011
BRASILALEMANHA55
BRASILALEMANHA55
Opinião Econômica
Kommentar zur Wirtschaft
Antônio Corrêa de Lacerda
Brasilien und die internationale Krise
D
Die Verschärfung der Krise in den USA
und Europa bedeutet für Brasilien kurzfristig größere Schwankungen auf den
Aktienmärkten, bei den Zinsen und im
Wechselkurs. Trotz der Unsicherheiten auf
dem Weltmarkt kann Brasilien auf einen
starken Binnenmarkt setzen. Von 2008, als
die Krise von Lehman Brothers begann, bis
2011 hat sich das brasilianische BIP jedes
Jahr in den zwölf Monaten bis März um
R$ 2,7 Billionen auf ca. R$ 3,8 Billionen
erhöht. Das zeigt, dass der Absatzmarkt
gewachsen ist, und entspricht ungefähr
den Volkswirtschaften von Argentinien,
Peru und Uruguay zusammen. Die Arbeitslosenquote ist von 8,5% im Jahr 2008 auf
etwa 6,0% im Jahr 2011 zurückgegangen.
Die wichtigsten makroökonomischen
Kennzahlen zeigen eine bessere Wirtschaftslage als während der Krise 2008. Die Devisenreserven haben bereits ein Rekordhoch
von US$ 350 Mrd. erreicht. Das Defizit in
der Zahlungsbilanz ist zwar stark gestiegen,
von US$ 17,7 Mrd. im Jahr 2008 auf US$ 49,0
Mrd. in den letzten zwölf Monaten, liegt aber
immer noch bei wenig mehr als 2% des BIP.
Trotzdem sind Verbesserungen notwendig,
und zwar besonders in der Geldpolitik. Der
Leitzinssatz ist immer noch übermäßig hoch,
was sich negativ auf die Investitionen auswirkt, die auch weiterhin bei nur 20,0% des BIP
liegen. Außerdem führen hohe Zinsen zu einer
Währungsaufwertung und geben Anreize für
sogenannte Carry-Trade-Spekulationen. Der
Wechselkurs, der 2008 bei R$/US$=1,76, liegt
in diesem Jahr bei R$/US$=1,65.
Die Zinserhöhung wurde v.a. mit dem
Inflationsdruck gerechtfertigt, der teilweise auf die gestiegenen Rohstoffpreise zurückzuführen war. Der erwartete Rückgang
der Weltmarktnachfrage sollte zu einem
Rückgang der Marktpreise und damit zu
einer Disinflation führen; dann könnten
die inländischen Zinsen gesenkt werden.
Die brasilianische Regierung trifft einige
Antônio Corrêa de Lacerda
Chef-Volkswirt bei Siemens, Dozent an der Universität
PUC-SP und Autor mehrerer Bücher, darunter „Globalização e Investimento Estrangeiro no Brasil“ (“Globalisierung und ausländische Investitionen in Brasilien“, auf
Portugiesisch erschienen im Saraiva-Verlag)
E-mail: [email protected]
56BRASILALEMANHA
Brasilien und die Krisen
(Lehman Brothers (2008) vs. USA/Europa (2011)
Kennzahlen
2008
2011
BIP insgesamt (in den zwölf Monaten bis März)
in Mrd. R$
2.740
3.779
BIP (reales Wachstum in % in den zwölf Monaten bis März)
Insgesamt
Industrielle Wertschöpfung
6,4
6,1
6,0*
6,5**
Arbeitslosigkeit (Durchschnitt in den zwölf Monaten bis Juni)
in % der Erwerbspersonen
8,5
6,2
Investitionen (in den zwölf Monaten bis März)
BAI (in % des BIP)
18,0
19,0
Leitzinssatz (August)
SELIC
13,0
12,5
Inflation (in % in den zwölf Monaten bis Juli)
Verbraucherpreisindex IPCA
6,4
6,7
Primärer Haushaltsüberschuss (in den zwölf Monaten bis Juni)
In % des BIP
3,5
3,0
Öffentliche Nettoverschuldung (Juni)
In % des BIP
42,0
40,0
Wechselkurs (Juli)
BRL / US$
1,76
1,57
Handelsbilanz (in den zwölf Monaten bis Juni)
in Mrd. US$
30,8
27,2
Leistungsbilanz (in den zwölf Monaten bis Juni)
Mrd. US$
-17,7
-49,0
Devisenreserven (August)
in Mrd. US$ - internationale Liquidität
207,5
349,3
Bruttoauslandsverschuldung (Juni)
In % des BIP
12,0
11,5
Bewertung
* Prognose (Dez. 11): 3,0-4,0%.
** Prognose (Dez. 11): 2,5-3,5%.
Quelle: Statistikinstitut IBGE, Zentralbank, Bundesfinanzministerium, Stiftung für Außenhandelsstudien (FUNCEX)
und Bundesschatzamt. Ausarbeitung: Chefökonom Siemens Brasilien
Der Leitzinssatz ist immer noch
übermäßig hoch, was sich
negativ auf die Investitionen
auswirkt, die auch weiterhin bei
nur 20,0% des BIP liegen
Maßnahmen, um das systemische Umfeld
zu verbessern und die Wettbewerbsfähigkeit zu erhöhen. Auch die öffentlichen
Banken werden voraussichtlich weiterhin
eine wichtige Rolle in der Finanzierung
der Infrastruktur und des öffentlichen
Sektors spielen, insbesondere wenn die
internationale Krise in irgendeiner Form
zum Versiegen der Kreditströme führt.
Deshalb ist es so wichtig, dass die
Wirtschaftspolitik schnell an die neuen
Gegebenheiten angepasst wird. Die fort-
gesetzte Aufwertung des Wechselkurses
sollte natürlich bald unterbrochen werden.
Langfristig muss sich Brasilien jedoch dem
Währungskrieg stellen, der immer härter wird,
da die USA ihre Zinssätze sehr niedrig halten
und ausländisches Kapital ins Land strömt.
Wie stark sich die internationale Krise auf
Brasilien auswirkt, wird nicht nur von der
relativ guten Konjunktur im Land abhängen,
sondern von erfolgreichen Maßnahmen zur
Ankurbelung der Wirtschaft. Das Bild unten
zeigt eine vergleichende Zusammenfassung
der Wirtschaftssituation in Brasilien vor der
Lehman-Brothers-Krise (2008) und heute,
wobei jede Kennzahl bewertet wird. Grün
gekennzeichnete Indikatoren werden als
positiv eingestuft, gelb gekennzeichnete
Indikatoren werden neutral eingestuft,
sollten aber beobachtet werden, und die
größten Risiken sind rot gekennzeichnet.
Setembro 2011
Setembro 2011
BRASILALEMANHA57
Opinião Econômica
Standpunkt zur Wirtschaft
Antônio Corrêa de Lacerda
O Brasil, diante da crise internacional
O
aprofundamento da crise dos EUA e da
Europa representa para o Brasil, no curto
prazo, uma maior volatilidade dos mercados acionários, de juros e de câmbio.
Apesar das incertezas no quadro internacional, a economia brasileira pode contar
com a pujança do mercado interno. Entre
2008, o início da crise Lehman Brothers,
e 2011, o PIB brasileiro acumulado nos 12
meses até março de cada ano aumentou de
R$ 2,7 trilhões para algo em torno de
R$ 3,8 trilhões, o que denota a ampliação
do mercado consumidor, mais ou menos
equivalente a agregar as economias da
Argentina, Peru e Uruguai. A taxa de
desemprego caiu de 8,5%, em 2008, para
aproximadamente 6% em 2011.
Sob a ótica macroeconômica, os principais
indicadores denotam uma economia brasileira em melhor situação, comparativamente à
crise de 2008. O nível de reservas cambiais
já chega ao recorde de US$ 350 bilhões. O
déficit das contas-correntes do Balanço de
Pagamentos, apesar de ter apresentado forte
ampliação no período, de US$ 17,7 bilhões,
em 2008, para US$ 49 bilhões nos últimos 12
meses acumulados, ainda representa apenas
pouco mais de 2% do PIB.
No entanto, prevalece o desafio de
aprimoramentos, especialmente na política monetária. A taxa básica de juros
mantém-se excessivamente elevada, o que
afeta negativamente os investimentos, que
ainda representam apenas 20% do PIB.
Além disso, os juros elevados estimulam a
valorização do câmbio e as operações de
arbitragem (carry-trade). A taxa de câmbio,
que era de R$/US$=1,76 em 2008, apreciou-se para cerca de R$/US$=1,65 em 2011.
O principal fator que justificava a elevação de juros era a pressão inflacionária, em
parte decorrente do crescimento dos preços
das commodities. A esperada queda da
demanda internacional deve implicar queda
dos preços do mercado, o que provocará
uma desinflação, abrindo espaço para a
redução das taxas de juros domésticas.
Antônio Corrêa de Lacerda
Economista-chefe da Siemens, professor-doutor da
PUC-SP e autor do livro “Globalização e Investimento
Estrangeiro no Brasil” (Editora Saraiva).
E-mail: [email protected]
58BRASILALEMANHA
O Brasil em face das crises
Lehman Brothers (2008) versus EUA/Europa (2011)
Indicadores
2008
2011
PIB Total (12 meses até março)
R$ bilhões
2.740
3.779
PIB (crescimento real % 12 meses até março)
Total
Industrial
6,4
6,1
6,0*
6,5**
Desemprego (média 12 meses até junho)
% PEA
8,5
6,2
Investimentos (12 meses até março)
FBCF (% PIB)
18,0
19,0
Taxa Básica de Juros (agosto)
Selic
13,0
12,5
Inflação (% 12 meses até julho)
IPCA
6,4
6,7
Superávit Primário (12 meses até junho)
% PIB
3,5
3,0
Dívida Líquida Pública (junho)
%PIB
42,0
40,0
Taxa de Câmbio (julho)
BRL / US$
1,76
1,57
Balança Comercial (12 meses até julho)
US$ bilhões
30,8
27,2
Transações Correntes (12 meses até junho)
US$ bilhões
-17,7
-49,0
Reservas Internacionais (agosto)
US$ bilhões - Liquidez Internacional
207,5
349,3
Dívida Externa Bruta (junho)
% PIB
12,0
11,5
Avaliação
* Prognóstico (dez-11): 3,0-4,0%. ** Prognóstico (dez-11): 2,5-3,5%.
Fontes: IBGE, BCB, MF, Funcex e Tesouro Nacional. Elaboração: Chief Economist Siemens Brazil
A taxa básica de juros
mantém-se excessivamente
elevada, o que afeta
negativamente os
investimentos, que ainda
representam apenas 20% do PIB
O governo brasileiro vem tomando algumas medidas para melhorar o ambiente
sistêmico, visando o aumento da competitividade. Os bancos públicos também deverão continuar a exercer um papel relevante
para o financiamento da infraestrutura e do
setor produtivo, principalmente se a crise
internacional representar alguma ruptura
nos fluxos de crédito.
Daí a importância de que a política
econômica seja adaptada rapidamente às
novas circunstâncias. A taxa de câmbio,
no curto prazo, naturalmente deverá
interromper o seu processo de contínua
valorização. No entanto, mais à frente, o
Brasil terá de enfrentar o acirramento da
guerra cambial, com os efeitos da manutenção das taxas de juros próximas de zero
nos EUA e os influxos de capitais externos.
O quanto o Brasil irá importar da crise
externa vai depender não apenas da
relativa boa condição do País, mas do
sucesso na adaptação das medidas para
estimular a economia. O quadro acima
traz um resumo comparativo da situação
da economia brasileira, anteriormente à
crise do Lehman Brothers (2008) e a atual,
com uma avaliação de cada indicador. A cor
verde representa que o indicador é positivo,
a cor amarela indica neutralidade/atenção,
enquanto a cor vermelha corresponde aos
principais riscos.
Setembro 2011
Setembro 2011
BRASILALEMANHA59
O Brasil do amanhã precisa
de respostas sustentáveis.
É por isso que nós estamos construindo essas respostas hoje, junto com nossos clientes.
É por isso que desenvolvemos tecnologias que consomem
menos recursos e que vão durar por muito mais tempo.
É por isso que ajudamos nossos clientes a reduzir suas
emissões de CO2. E é por isso que buscamos novas respostas
para os desafios atuais por meio de um dos maiores
portfólios ambientais do mundo.
No entanto, ainda não temos todas as respostas. É por isso
que estamos trabalhando com 190 países, milhares
de cidades e dezenas de milhares de empresas. No Brasil,
contamos com mais de 10 mil colaboradores, 13 fábricas
e 6 centros de pesquisa e desenvolvimento atuando
nos setores de energia, indústria e saúde.
Como resultado, fomos recentemente nomeados a melhor
empresa do nosso setor de negócios pelo Índice Dow Jones
de Sustentabilidade. Também fomos reconhecidos como
a melhor empresa pelo Carbon Disclosure Project, o maior
banco de dados independente do planeta a respeito
de informações corporativas em mudanças climáticas.
Estamos trabalhando juntos, todos os dias, criando
as respostas sustentáveis para o mundo de amanhã.
Setembro 2011
Siemens, respostas para um futuro sustentável.
siemens.com /answers
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Setembro - AHK Brasilien