UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CAMPUS ANÁPOLIS DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS – HENRIQUE SANTILLO ENGENHARIA AGRÍCOLA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO IRRIGADO POR PIVÔ CENTRAL NO MUNICÍPIO DE SILVÂNIA - GO Hiago Felipe Lopes de Farias ANÁPOLIS – GO 2015 HIAGO FELIPE LOPES DE FARIAS VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO IRRIGADO POR PIVÔ CENTRAL NO MUNICÍPIO DE SILVÂNIA - GO Monografia apresentada à Universidade Estadual de Goiás – CCET, para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agrícola. Área de concentração: Engenharia de Água e Solo. Orientadora: Profª. Drª. Sandra Máscimo da Costa e Silva. ANÁPOLIS – GO 2015 AGRADECIMENTO Agradeço a Deus em primeiro lugar, pois sem a sua ajuda, a sua direção e o seu agir, eu não teria capacidade para estar aqui, por se fazer presente em todos os momentos, por me ter dotado de saúde, sabedoria e disposição para alcançar mais uma vitória em minha vida. Agradeço aos meus pais que com toda humildade e simplicidade ensinou-me a ser uma pessoa decente a respeitar e buscar meus sonhos de forma honesta ainda que seja com muito trabalho, mas sem nunca passar por cima de nenhum semelhante. Ao meu irmão, pelas palavras de apoio na hora que mais precisei, que sempre acreditou do que eu era capaz. Agradeço muito ao meu sogro e minha sogra pela hospedagem em sua casa, pelo carinho, amor, pela paciência, e por tudo o que vocês fizeram por mim eu vou ser sempre grato a vocês. A minha amiga e eterna namorada Elaine Freitas, pelo amor, força, coragem, apoio, companheirismo, e por me acordar todos os dias cedo, o que não foi fácil. Pela enorme ajuda que você prestou durante a execução dos testes, sei que não foram fáceis. Obrigado por tudo o que você tem feito por mim, sempre serei grato. A Universidade Estadual de Goiás, pela oportunidade de fazer um curso superior e a bolsa de iniciação cientifica. A minha orientadora de TCC, Sandra Máscimo da Costa e Silva, por todas as palavras de apoio, pela orientação, paciência, e pela grande amizade construída. Ao meu co-orientador Sebastião Avelino Neto, pela ajuda, paciência, e seus ensinamentos, tanto no TCC quanto em sala de aula. Agradeço também ao gerente da fazenda Adalberto pelo espaço concedido na fazenda que sempre se dispôs a me ajudar, pelos conhecimentos passados, pelas ferramentas de trabalho, pela paciência, pela amizade, pelas brincadeiras, e por tudo isso e muito mais meu sincero muito obrigado, e que Deus continue sempre iluminando seu caminho, sua família, e seu serviço. Eu não posso me esquecer também de sua esposa Marina por ter me acolhido. Agradeço a todos os funcionários da fazenda que ajudaram direto e indiretamente no meu conhecimento, e na minha formação. São eles Audir, João Bosco, Marcos, Miguel, Leandro, Dionattas, Sr. Josa, Heraldo, Camila e principalmente ao Fabio Junio, que me ajudou muito nesses dias de trabalho. iii Aos professores que contribuíram para a minha formação como acadêmico e como Engenheiro Agrícola, Alzirene Vasconcelos, Sueli Freitas, Rodney Couto, Neander Berto, Sandra Máscimo, Roberta Passini, Ricardo Resende, Elto Fialho e ao André Campos. Aos meus amigos de sala e universidade, Elaine Freitas, Lucas Rodrigues, Micaelle Lula, Mayara Paiva, Andriele Dantas, Hallley Regis, Matheus Fagundes, André Luiz, Bruna Barros, Cíntia Cristina, Hugo Fernando, Loane Oliveira, José Maria, Gabriela Goulart, Luana Lima, Marcos Paulo e Jéssica Fernandes. Agradeço a toda a minha família e todos os meus amigos que sempre me incentivaram, e nunca me deixaram desistir dos meus sonhos, e de uma forma direta ou indireta contribuíram para que mais um trabalho se realizasse, e também por confiarem e acreditarem que eu seria capaz. iv Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não têm alicerces. Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades e corra riscos para executar seus sonhos. Melhor é errar por tentar do que errar por se omitir! Augusto Cury v SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS......................................................................................................... VIII LISTA DE TABELAS ........................................................................................................... IX RESUMO.................................................................................................................................. X 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11 2. OBJETIVOS ................................................................................................................... 13 2.1. GERAL ...................................................................................................................... 13 2.2. ESPECÍFICOS ........................................................................................................... 13 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 14 3.1. VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO BÁSICA EM IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO. ......................................................................................................................... 14 3.2. INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO E CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA ....... 15 3.2.1. Análise física do processo de infiltração .................................................. 17 3.2.2. Taxa de infiltração e capacidade de infiltração ...................................... 20 3.3. FATORES QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO DE INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO ................................................................................................................ 22 3.3.1. Fatores relacionados à superfície ............................................................. 22 3.3.2. Fatores relacionados ao solo ..................................................................... 24 3.4. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO ................................................................................................................ 29 3.4.1. Infiltrômetro de duplo anel ....................................................................... 29 3.4.2. Simuladores de chuva ................................................................................ 30 3.4.3. Permeâmetro .............................................................................................. 31 3.4.4. Infiltrômetro de tensão .............................................................................. 31 3.4.5. Infiltrômetro de pressão ............................................................................ 32 3.5. MODELOS MATEMÁTICOS DE DETERMINAÇÃO DA INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO ................................................................................................................ 32 4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 37 vi 4.1. LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL ............................. 37 4.2. LEVANTAMENTOS DOS DADOS EXPERIMENTAIS ........................................... 37 4.2.1. Determinação das propriedades físico-hídricas ...................................... 38 4.2.2. Determinação da velocidade de infiltração da água no solo .................. 40 4.3. ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................ 42 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 43 6. CONCLUSÕES................................................................................................................... 49 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 50 vii LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Perfil de umedecimento do solo durante a infiltração (θi é a umidade inicial do solo e θs , a umidade do solo corresponde à saturação).............................................................18 FIGURA 2 - Variação da taxa de infiltração com o tempo sob condições de intensidade de precipitação constante (ip)........................................................................................................21 FIGURA 3 - Curvas de capacidade e taxa de infiltração......................................................... 22 FIGURA 4 - Coleta de amostras de solo utilizando dois trados (tipo caneca e Uhland) e anéis volumétricos..............................................................................................................................38 FIGURA 5 - Cravação dos anéis até a sua metade de sua altura (15 cm)................................40 FIGURA 6 - Calibração dos anéis para o teste de infiltração da água no solo.........................40 FIGURA 7 - Infiltração acumulada da água no solo, em mm, em quatro vãos de um pivô central, determinada através do método do infiltrômetro de duplo anel, Fazenda Ponte Alta, Município de Silvânia – GO.....................................................................................................44 FIGURA 8 - Velocidade de Infiltração da água no solo, em mm.h-1, em quatro vãos de um pivô central determinada através do método do infiltrômetro de duplo anel, Fazenda Ponte Alta, Município de Silvânia – GO............................................................................................45 viii LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Estimativa dos quadrados médios (QM) das análises de variância, para quatro variáveis relacionadas às características físicas do solo, em quatro níveis de profundidade (010 cm, 10-20 cm, 20-30 cm, 30-40 cm), em um pivô central no município de Silvânia - GO ...................................................................................................................................................42 TABELA 2 - Relação das médias e respectivas diferenças pelo teste de Tukey para quatro variáveis relacionadas às características físicas do solo para quatro níveis de profundidade (010 cm, 10-20 cm, 20-30 cm, 30-40 cm) em um pivô central no município de Silvânia – GO ...................................................................................................................................................43 ix RESUMO A infiltração da água no solo é um processo dinâmico de penetração vertical da água através da superfície do solo. O conhecimento da taxa de infiltração da água no solo é importante para definir técnicas de conservação do solo, planejar e delinear sistemas de irrigação e drenagem, bem como auxiliar na composição de uma imagem mais real da retenção da água e aeração no solo. E as propriedades físicas do solo têm ação direta com a infiltração da água no solo. A determinação da infiltração de água no solo deve ser feita por métodos simples e capazes de representar, adequadamente, as condições em que se encontra o solo. Para tanto, torna-se necessário adotar métodos, cuja determinação baseia-se em condições semelhantes àquelas observadas durante o processo ao qual o solo é submetido. O objetivo geral desse trabalho foi estimar a velocidade de infiltração básica (VIB) pelo método de infiltrômetro de anéis concêntricos e avaliar as propriedades físicas do solo. Os resultados encontrados mostraram que não houve diferença significativa entre as profundidades avaliadas para os atributos densidade do solo, densidade de partículas e porosidade total. Provavelmente a presença da cobertura vegetal e de palhada fizeram com que houvesse uma maior facilidade de infiltração da água no solo em determinados vãos, nos caminhos preferenciais formados pelas raízes, possibilitando uma maior velocidade de infiltração. A velocidade inicial de infiltração da água para cada um dos vãos foi de 79 mm.h-1, 71 mm.h-1, 49 mm.h-1, 55 mm.h-1 respectivamente, e gradativamente este valor foi diminuindo lentamente no decorrer do tempo, e alcançou um valor constante de 2 mm.h-1, sendo então este o valor denominado de VIB (Velocidade de Infiltração Básica do solo), classificando o solo como textura franco-argilosa. O resultado da VIB de um solo é uma ferramenta importante, pois o conhecimento da velocidade de infiltração básica (VIB) em um tipo de solo proporciona a definição da escolha dos aspersores ou emissores, cuja intensidade de aplicação de água (IA) seja menor ou igual à VIB. Palavras-chaves: Infiltrômetro de anéis, propriedades físicas, plantio direto. x 1. INTRODUÇÃO A infiltração da água no solo é um processo dinâmico de penetração vertical da água através da superfície do solo. O conhecimento da taxa de infiltração da água no solo é importante para definir técnicas de conservação do solo, planejar e delinear sistemas de irrigação e drenagem, bem como auxiliar na composição de uma imagem mais real da retenção da água e aeração no solo (BRANDÃO et al., 2009). É considerado um dos mais importantes processos que compõem o ciclo hidrológico, determinante para disponibilizar água para as culturas, na recarga dos lençóis freáticos, no escoamento superficial e no manejo do solo e água (CECÍLIO et al., 2003). Dentre os atributos físicos do solo, a taxa de infiltração de água, caracteriza-se como um dos mais importantes para avaliar a qualidade do solo, pois integra várias características como a estabilidade de agregados, selamento superficial, distribuição do tamanho e continuidade de poros, poros biológicos e a cobertura do solo (REICHERT et al., 2009). Partindo de solo seco, inicialmente a infiltração da água no solo é elevada, diminuindo com o tempo, até se tornar constante no momento em que o solo fica saturado. Assim sendo, sob chuva ou irrigação contínua, a taxa de infiltração se aproxima, gradualmente, de um valor mínimo e constante, conhecido por taxa de infiltração básica ou velocidade de infiltração básica (ALVES SOBRINHO et al., 2003). A velocidade de infiltração é muito influenciada pelas condições da superfície, do perfil e conteúdo inicial de água do solo (PANACHUKI et al., 2006) e os processos de erosão hídrica são fortemente afetados pelos materiais de superfície, topografia, sazonalidade das chuvas e cobertura vegetal e podem ser potencializados por alterações na textura, estrutura, porosidade, conteúdo de matéria orgânica, devido ao uso das terras e seus respectivos manejos e presença e/ou construção de estradas (PEREIRA e TEIXEIRA FILHO, 2009; FEITOSA FILHO, 2009). O conhecimento dessas condições é de fundamental importância para a interpretação dos resultados da infiltração. Quanto às características do perfil, Souza e Lobato (2009) mencionam que solos com alta permeabilidade à água, podem ser trabalhados em grande amplitude de umidade. Segundo Brito (1994), no dimensionamento de um projeto de irrigação é indispensável dispor de informações relacionadas às variáveis climáticas, ao solo e à cultura. Relacionada com o solo, a principal característica é a velocidade básica de infiltração (LIMA e SILANS, 1999), pois reflete a capacidade do solo em conduzir a água; no caso da irrigação por aspersão, a velocidade básica de infiltração determina a intensidade de precipitação 11 máxima que poderá ser aplicada ao solo, evitando o escoamento superficial (COELHO et al., 2000). Para Cichota et al. (2003) ela tem importância agronômica pelo seu papel na formação de enxurrada, agente erosivo, e na determinação de taxas viáveis de irrigação. Em irrigação, a velocidade de infiltração básica (VIB) é que vai determinar se o solo suporta a intensidade de aplicação imposta por determinado tipo de emissor. Ela deve ser levada em conta na escolha do emissor, principalmente nas irrigações por aspersão (MANTOVANI et al., 2009). De acordo com Araújo Filho e Ribeiro (1996), na elaboração de projetos de irrigação, a magnitude da velocidade de infiltração básica serve de referência para a escolha dos métodos e sistemas de irrigação a adotar, sendo, portanto, uma variável relevante para a definição do manejo agrícola em sistemas irrigados. A determinação da infiltração de água no solo deve ser feita por métodos simples e capazes de representar, adequadamente, as condições em que se encontra o solo. Para tanto, torna-se necessário adotar métodos, cuja determinação baseia-se em condições semelhantes àquelas observadas durante o processo ao qual o solo é submetido (PRUSKI et al., 1997). 12 2. OBJETIVOS 2.1. GERAL Estimar a velocidade de infiltração básica (VIB) do solo, em uma área irrigada por pivô central no município de Silvânia – GO. 2.2. ESPECÍFICOS Determinar a velocidade de infiltração básica (VIB) pelo método de infiltrômetro de anéis concêntricos; Determinar as principais características físicas (porosidade total, densidade do solo, densidade de partículas, e umidade) do solo relevantes ao processo de infiltração da água no solo e Determinar se a VIB está de acordo com o valor de intensidade de aplicação de água do aspersor, estabelecida pelo catálogo do fabricante do pivô central. 13 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1. VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO BÁSICA EM IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO Valores de VIB são fundamentais no dimensionamento de projetos agrícolas de irrigação, drenagem e conservação do solo e da água (PRUSKI, 1993; ALVES SOBRINHO, 1997) e importante na caracterização da estrutura do solo. A quantificação da velocidade de infiltração da água no solo, em projetos de irrigação por aspersão, tem como objetivo estabelecer a taxa máxima de aplicação de água dos aspersores que serão instalados no campo, para que não ocorram perdas por escoamento superficial. Cuenca (1989) sugere que, para solos de textura argilosa com declividade entre 5 e 8% a taxa de aplicação máxima de sistemas de irrigação por aspersão esteja entre 3,0 e 6,0 mm h-1. Pruski (1993) obteve equações que possibilitam determinar, em regiões onde a relação intensidade-duração-freqüência das precipitações é conhecida, a lâmina e a vazão máxima de escoamento superficial em solos sob condições agrícolas, a partir do conhecimento da velocidade de infiltração básica da água no solo. São necessários, entretanto, equipamentos práticos adequados para determinação da velocidade de infiltração básica em condições de campo, considerando os efeitos de precipitação sobre o solo. Araújo Filho e Ribeiro (1996) relatam a importância dos valores de velocidade de infiltração básica na escolha de métodos e sistemas de irrigação. Vários métodos de campo têm sido utilizados para determinar a VI de um solo, dentre eles pode-se destacar o método do infiltrômetro de anel, por ser simples e de fácil execução. Entretanto, cabe ressaltar que a escolha do método deve ser condizente com o tipo de irrigação que será utilizada naquela área. Mantovani et al. (2009) destacam que em irrigação, mais importante do que a VI é a velocidade de infiltração básica (VIB), sendo ela quem vai dizer se o solo suporta a intensidade de aplicação imposta por determinado tipo de emissor, ou seja, ela deve ser levada em conta na escolha, por exemplo, dos aspersores no método de irrigação por aspersão. Em condições onde o solo apresenta grande susceptibilidade à erosão hídrica, as medições de infiltração deveriam ser avaliadas sob condições de precipitação (SIDIRAS e ROTH, 1987). Métodos que não consideram o impacto da gota da chuva podem superestimar a infiltração da água, originando problemas no dimensionamento de projetos de irrigação e 14 drenagem, bem como o subdimensionamento de projetos conservacionistas, gerando problemas de erosão do solo. Alguns trabalhos têm encontrado menores valores de VIB determinados com infiltrômetros de aspersão, quando comparados com outros métodos (SIDIRAS e ROTH, 1987; BOERS et al., 1992; BRITO et al., 1996). No entanto, tem-se a necessidade de saber como os diferentes métodos de determinação da VIB atuam de acordo com o tipo de solo no sistema plantio direto, uma vez que os métodos podem interagir diferentemente em relação aos atributos do solo. Segundo Cabeda (1984) a taxa de infiltração de água no solo é isoladamente a propriedade que melhor reflete as condições físicas do solo, sua qualidade e estabilidade estrutural. Islan e Weil (2000) indicam a permeabilidade do solo à água como um atributo para avaliação da qualidade do solo e Arzeno (1990) destaca a capacidade de infiltração de água no solo como um atributo eficaz para avaliação de manejos de solo. 3.2. INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO E CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA Segundo Amerman (1983), a definição de infiltração de água no solo foi feita por Horton em 1933 como sendo o processo pelo qual a água penetra no solo, umedecendo-o. Amerman (1983) registra que, atualmente, a infiltração é expressa como o processo pelo qual a água atravessa a interface ar-solo. O processo de infiltração ocorre porque a água da chuva ou da irrigação, na superfície do solo tem potencial total aproximadamente nulo e a água do solo tem potencial negativo, potencial este tanto mais negativo quanto mais seco estiver o solo. É estabelecido então um gradiente de potencial total, que é a soma dos potenciais gravitacional e matricial. No início da infiltração, quando o solo está relativamente seco, o potencial matricial é relativamente grande em relação ao potencial gravitacional. Ao longo do tempo de infiltração, com o umedecimento do solo e redução do potencial matricial, o gradiente de potencial total passa a ser igual ao potencial gravitacional (REICHARDT, 1990). Por isso o processo de infiltração é um processo desacelerado (REICHARDT, 1990; BERTONI e LOMBARDI NETO, 1990; LIBARDI, 1995; ARAÚJO FILHO e RIBEIRO, 1996) que assume um valor constante após um determinado tempo, denominado de velocidade de infiltração básica (VIB). Durante uma chuva, parte da água pode infiltrar e parte pode escorrer sobre a superfície do solo (LIBARDI, 1995). Bertoni e Lombardi Neto (1990) afirmam que quanto 15 maior a velocidade de infiltração, menor a intensidade de enxurrada na superfície, e conseqüentemente, menor a erosão do solo. Roth et al. (1985) relatam que, a determinação da infiltração é de fundamental importância, pois existe uma relação direta entre erosão e infiltração de água no solo. A cobertura e os tipos de uso do solo, além de seus efeitos sobre as condições de infiltração da água no solo, exercem importante influência na interceptação da água advinda da precipitação. Ao atingir o solo descoberto, a gota da chuva promove a formação de uma microcratera compactada que pode ser de até quatro vezes o tamanho da gota, diminuindo com isso a infiltração da água no solo. Além disso, este impacto rompe os agregados do solo, desprendendo/individualizando e transportando argila, matéria orgânica, silte e areia fina, estas partículas podem ser deslocadas em até 1,0 m de altura e 1,5 m de distância de onde a gota caiu e, estando dispersas, causam a obstrução dos poros do solo, sob condições de intensa precipitação e em solos com predominância de partículas finas (FIORIN, 2008). Para Reichardt (1990), o conhecimento da infiltração da água no solo é imprescindível para elaboração de um projeto de irrigação, voltado para proporcionar maior rendimento às culturas. É uma determinação que tem sido amplamente estudada e ainda não existe um consenso geral e bem estabelecido sobre qual é a melhor técnica para a sua determinação. Dentre as conhecidas propriedades físicas existentes do solo, a infiltração é uma das mais importantes quando se estudam fenômenos que estão ligados ao seu movimento, entre estes se destacam a infiltração e redistribuição de água no perfil do solo (CARVALHO, 2000). Em se tratando de avaliações dos atributos físicos do solo, a condutividade hidráulica é uma das avaliações mais importantes para os estudos ligados ao movimento da água no solo (GUBIANI et al., 2008). Assim, no contexto agrícola, a condutividade hidráulica tem especial importância em estudos que envolvam a infiltração da água no solo (WOLFE et al., 1988), o seu deslocamento e redistribuição em nível de perfil do solo e na questão da disponibilidade de água nas raízes das plantas. A condutividade hidráulica do solo é um parâmetro que representa a facilidade com que o solo transmite água, e seu valor é máximo quando o solo se encontra saturado, sendo denominada de condutividade hidráulica saturada (REICHARDT, 1990). A composição mineralógica, o tamanho e a distribuição das partículas do solo, os vazios do solo e as características dos fluídos percolantes são fatores que influenciam a condutividade hidráulica do solo, ou permeabilidade. Outro fator importante de influência na velocidade de percolação 16 dos fluídos no solo é a presença de matéria orgânica, a qual pode diminuir a permeabilidade do solo quando encontrada em quantidades menores e totalmente decomposta, ou pode aumentar a permeabilidade quando encontrada em grande quantidade no solo e pouco decomposta. A condutividade hidráulica em solo saturado é uma das propriedades de maior relevância para estudos de movimento de água e solutos no solo (MESQUITA e MORAES, 2004). Sua determinação em laboratório e campo produz resultados com elevada dispersão, o que indica que esta propriedade é altamente variável. A condutividade hidráulica saturada em solo saturado é também dependente dos demais atributos do solo, principalmente da densidade do solo, densidade de partículas, porosidade total, macro e microporosidade. A caracterização e um maior entendimento desta dependência tornam-se fundamental para permitir melhores conclusões sobre os processos físicos que ocorrem nos solos. 3.2.1. Análise física do processo de infiltração A água atinge o solo, seja pela precipitação natural ou por um método de irrigação e conforme ocorre à infiltração, as camadas superiores do perfil vão se umedecendo no sentido de cima para baixo, alterando sucessivamente a umidade do solo. Assim com a entrada de água, o perfil de umidade tende à saturação em toda a profundidade, sendo a camada superficial, naturalmente a primeira a saturar. Normalmente, a infiltração proveniente de precipitações naturais não é capaz de saturar o solo, restringindo-se a saturar, quando consegue , apenas as camadas próximas à superfície, conformando um perfil típico onde o teor de água decresce com a profundidade (BRANDÃO et al., 2009). A distribuição da água em um perfil de solo uniforme, submetido a uma pequena carga hidráulica na superfície (H0), pode ser representada esquematicamente pela Figura 1. No perfil de umedecimento do solo, distinguem-se quatro zonas: de saturação, de transição, de transmissão e de umedecimento, as quais são descritas subseqüentemente. 17 FIGURA 1 - Perfil de umedecimento do solo durante a infiltração (θi é a umidade inicial do solo e θs , a umidade do solo correspondente à saturação). Fonte - BRANDÃO et al. (2009). A zona de saturação localiza-se imediatamente abaixo da superfície do solo e é normalmente uma camada estreita, com espessura de aproximadamente 1,5 cm, em que o solo se encontra saturado. A zona de transição é uma camada caracterizada pelo decréscimo acentuado da umidade, com espessura em torno de 5 cm. Já zona de transmissão é a região do perfil através da qual a água é transmitida. Enquanto todas as outras zonas permanecem com espessura praticamente constante, esta é aumentada continuamente com a aplicação de água. Esta camada é também caracterizada por pequena variação da umidade em relação ao espaço e tempo. A zona de umedecimento estreita, mas com grande redução na umidade com o aumento da profundidade. A frente de umedecimento é o limite visível da movimentação de água no solo, na qual existe elevado gradiente hidráulico devido à variação abrupta da umidade, sendo este mais acentuado em solos inicialmente muito secos. Se a umidade inicialmente presente no perfil do solo for conhecida, a infiltração, acumulada (I), que é o volume de água infiltrado no solo por unidade de área, conforme a equação 1: I= z 0 θ − θi dz (1) Em que: z é a distância na direção do fluxo, (L); 18 θ é a umidade volumétrica ao longo da profundidade z, (L3.L-3); θi é a umidade volumétrica presente no perfil do solo antes do início da infiltração, (L3.L-3). A umidade inicial do solo pode não ser uniforme ao longo do perfil. Neste caso, é necessário subdividir a camada considerada em segmentos em que a umidade possa ser considerada uniforme. O movimento da água no solo não-saturado pode ser descrito pela equação de Darcy, que, na forma de diferentes finitas, é assim expressa pela equação 2: q = −K θ ∆ψ t ∆z (2) Em que: q é o fluxo, (L.T-1); K θ é a condutividade hidráulica para meio não-saturado, (L.T-1); ψt é o potencial total de água no solo, (L); ∆ψ t ∆z é o gradiente hidráulico, (L.L-1). O gradiente hidráulico representa a taxa de variação do potencial total ao longo da distância percorrida pelo escoamento. Dessa forma, a força responsável pela infiltração da água é o gradiente do potencial total desta no solo. O sinal negativo na equação de Darcy indica que o escoamento se estabelece do maior para o menor potencial. O potencial total de água no solo é dado por (REICHARDT, 1996), equação 3: ψt = ψp + ψg + ψos + ψm (3) Em que: ψp é o potencial de pressão, que surge quando a pressão que atua sobre a água no solo é maior que atmosférica, (L); ψg é o potencial gravitacional, que surge devido à presença do campo gravitacional terrestre, (L); ψos é o potencial osmótico, que surge quando a água no solo for uma solução de sais minerais e outros, (L); 19 ψm é o potencial matricial, que está associado à interação entre a matriz sólida do solo e a água, levando a pressões menores que a pressão atmosférica, (L). A componente osmótica não é importante no estudo do movimento da água, a não ser quando existe alguma membrana semipermeável no sistema, como é o caso das membranas celulares (REICHARDT, 1996). A equação de Darcy é valida somente para condições em que há uma relação linear entre o fluxo e o gradiente hidráulico, o que só é verificado no regime de escoamento laminar. Esta relação deixa de ser linear quando o movimento da água através dos poros apresenta um regime de escoamento turbulento ou quando o fluxo é muito pequeno e, conseqüentemente, as forças de atração eletrostática entre a água e a matriz do solo se tornam mais expressivas que as forças gravitacionais. 3.2.2. Taxa de infiltração e capacidade de infiltração A taxa de infiltração (i) é definida como a lâmina de água (volume por unidade de área) que atravessa a superfície do solo, por unidade de tempo, representando, portanto, a taxa de variação da infiltração acumulada ao longo do tempo, de acordo com a equação 4: i= dI dt (4) Em que: i é a taxa de infiltração, (L.s-1); I é a infiltração acumulada, (L); e t é o tempo, (s). O conceito de capacidade de infiltração é aplicado para diferenciar o potencial que o solo tem de absorver água pela superfície, em termos de lâmina por tempo, da taxa real de infiltração que acontece quando há disponibilidade de água para penetrar no solo. Hillel (1980) define capacidade de infiltração como sendo a taxa de infiltração, em volume de água por unidade de área e de tempo, que poderia ocorrer caso um excesso de água fosse aplicado ao solo. A curva de taxa de infiltração de água no solo só coincide com a curva de capacidade de infiltração quando ocorre precipitação na superfície com intensidade igual ou superior à capacidade de infiltração. 20 Precipitações com intensidade (ip) menor que a capacidade de infiltração, toda a água penetra no perfil a uma taxa igual à intensidade da precipitação, reduzindo a capacidade de infiltração devido ao umedecimento do solo. Persistindo a precipitação, a partir de um tempo t = tp (tempo de empoçamento), representado na Figura 2 a taxa de infiltração iguala-se à capacidade de infiltração, passando a decrescer com o tempo e tendendo a um valor constante após grande período de tempo, caracterizando como a taxa de infiltração estável (Tie). FIGURA 2- Variação da taxa de infiltração com o tempo sob condições de intensidade de precipitação constante (ip). Fonte- BRANDÃO et al., (2009). Apresentada por Brandão et al. (2009), a Figura 3 mostra as curvas de variação temporal da taxa de infiltração e da capacidade de com a ocorrência de uma precipitação. A partir do inicio da precipitação, representado pelo tempo t= A, o solo começa a aumentar seu teor de umidade e, e assim, a capacidade de infiltração diminuir. Com a intensidade de precipitação (ip) é menor do que a capacidade de infiltração, o processo de infiltração determinado pela intensidade de precipitação e, assim a taxa de infiltração é igual à própria intensidade de precipitação. No tempo t=B, a taxa de infiltração iguala-se à capacidade de infiltração, que continua decrescendo mesmo após este instante, e inicia o escoamento superficial, cujo volume é representado pela área hachureada. No tempo t=C, a chuva termina e o solo perde umidade por evaporação com isso, a capacidade de infiltração começa a aumentar até que outra precipitação ocorra e o processo descrito se repita. 21 FIGURA 3- Curvas de capacidade e taxa de infiltração. Fonte- BRANDÃO et al., (2009). 3.3. FATORES QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO DE INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO O processo de infiltração depende, em maior ou menor grau, de diversos fatores. Rawls et al., (1996) classificam em quatro categorias os fatores que interferem a infiltração, sendo eles: os fatores ligados ao solo, que incluem a textura do solo (SILVA e KATO, 1997; BERTONI e LOMBARDI, 1990), massa específica (SALES et al., 1999), teor de matéria orgânica, porosidade (PERROUX e WHITE, 1988; EVERTS e KANWAR, 1992) e tipo de argila e químicas, além da umidade (ARAÚJO FILHO e RIBEIRO, 1996), capacidade de retenção e a condutividade hidráulica. Todos os fatores que influenciam na infiltração de água no solo, interferem também no escoamento superficial resultante (PRUSKI et al., 2003). O escoamento superficial tende a crescer com o aumento da intensidade e a duração da precipitação e da área abrangida pela mesma (FIORIN, 2008). Segundo Rawls et al. (1996), o processo de infiltração de água no solo se torna uma fenômeno muito difícil de modelar em função do mesmo depender de características do solo, de sua superfície e do manejo do mesmo. 3.3.1. Fatores relacionados à superfície Os fatores relacionados à superfície interferem no movimento da água através da interface ar-solo. O manejo do solo afeta a capacidade de infiltração à medida que interfere 22 nas propriedades do solo e nas condições da superfície (cultivos agrícolas e irrigação) e nos fatores naturais que incluem precipitação, mudança de estação, umidade e temperatura (CECILIO, 2002). O tipo de cobertura da superfície do solo é fator determinante no processo de infiltração. Áreas urbanizadas apresentam menores taxas de infiltração que áreas agrícolas, por terem altas percentagens de impermeabilização da superfície do solo, o que limita a sua capacidade de infiltração. Além disso, o sistema radicular das plantas cria caminhos preferenciais que favorecem o movimento da água (PRUSKI et al., 1997). Tem-se ressaltado em várias pesquisas a importância de práticas como a manutenção de cobertura vegetal para a conservação do solo (DULEY, 1939; McINTYRE, 1958a; BERTOL et al., 1989; FARIA et al., 1998; SILVA et al., 2001). A cobertura vegetal é responsável pelo aumento da macroporosidade da camada superficial, aumentando a condutividade hidráulica do solo. Também protege os agregados do impacto direto das gotas de chuva, reduzindo assim o encrostamento superficial. Dessa forma, a cobertura vegetal é capaz de manter altas taxas de infiltração e diminuir consideravelmente as perdas de água e solo. Duley (1939) verificou que solos descobertos apresentam reduções da taxa de infiltração de até 85% em relação àqueles protegidos por palha. Segundo Moraes (1993), a decomposição das raízes das plantas forma canalículos no solo, aumentando a infiltração de água, melhorando sua estrutura pela adição de matéria orgânica, elevando a capacidade de retenção de água e redução da velocidade de escoamento da enxurrada. No entanto, pastagens nativas perenes apresentaram baixa capacidade de infiltração de água no solo (PINHEIRO et al., 2009). Alves e Cabeda (1999) determinaram a capacidade de infiltração em um Argissolo Vermelho-escuro, submetido ao preparo convencional e ao sistema plantio direto, usando chuva simulada com duas intensidades. Os resultados mostraram que o preparo convencional favoreceu o selamento superficial do solo, refletindo, assim, uma maior taxa de decréscimo da infiltração, menor infiltração acumulada e menor taxa constante de infiltração. O preparo convencional apresentou capacidade de infiltração 41% inferior à encontrada para o plantio direto. Com o tempo, o solo cultivado com preparo mecânico tende a ter sua estrutura alterada pelo fracionamento dos agregados, com redução do volume de macroporos e promove o aumento da densidade do solo (PANACHUKI et al., 2006). Desta forma ocorre 23 diminuição da taxa de infiltração de água no solo e, conseqüentemente, aumento no escoamento superficial. 3.3.2. Fatores relacionados ao solo Dentre os fatores relacionados ao solo incluem suas características e propriedades físicas, químicas e mineralógicas. A textura e a estrutura, que são determinantes da quantidade, forma e continuidade dos macroporos, são as características físicas que influenciam mais expressivamente a condutividade hidráulica e a estabilidade dos agregados do solo. Como a condutividade hidráulica depende do espaço poroso, ela varia enormemente de solo para solo e mesmo dentro de um mesmo solo, com variações estruturais, compactação, etc. (REICHARDT, 1996). Tal variação pode ser causada por uma carga externa podendo mudar a estrutura do solo (compactação) e por efeito da expansividade das argilas ou adensamento das camadas do solo provocado pelas partículas mais finas conduzidas pelo movimento da água (BEAR, 1979). Ingaramo (2003) cita algumas das principais propriedades e fatores físicos considerados adequados para descrever a qualidade do solo, sendo elas a densidade, porosidade, distribuição dos poros por tamanho, condutividade hidráulica, distribuição e tamanho de partículas e profundidade em que as raízes crescem. a) Densidade do solo e de partículas Várias propriedades do solo podem interferir no processo de infiltração, entre as quais se destacam a densidade do solo e a distribuição do tamanho dos poros (CHEN e WAGENET, 1992). A densidade do solo é um atributo que reflete primariamente o arranjo das partículas do solo, que, por sua vez, define as características de seu espaço poroso. Assim, qualquer ação que possa influenciar o arranjo das partículas refletirá diretamente nos valores da densidade do solo. Resumindo, a densidade, em todos os aspectos, é extremamente dependente da estrutura (JONG VAN LIER, 2010). Com relação à densidade, verifica-se que quanto mais denso for o solo, menores serão as taxas de infiltração, o que deve à redução tanto da porosidade total quanto da macroporosidade do solo. Alterações de propriedades físicas do solo podem manifestar-se de várias maneiras, influenciando o desenvolvimento das plantas. Assim, o solo submetido ao cultivo tende a 24 perder a estrutura original, pelo fracionamento dos agregados em unidades menores, com conseqüente redução no volume de macroporos e aumentos no volume de microporos e na densidade do solo (TISDALL e OADES, 1980; CARPENEDO e MIELNICZUK, 1990). SILVA e KATO (1997) verificaram que o solo de Cerrado virgem teve redução da macroporosidade de 0,39 para 0,20 cm3 cm-3 quando cultivado no sistema de plantio direto; a infiltração de água no solo passou de 26 para 1,3 mm h-1, respectivamente. Salton et al. (1999), avaliando a infiltração de água em solo em sistema de plantio direto sob diferentes coberturas do solo, verificaram que em solo no qual a soja foi implantada após Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha foram obtidos valores superiores aos dos solos em que as culturas de nabo forrageiro, aveia ou milho antecederam a soja. Esses autores concluem que a agregação do solo provocada pelas raízes das forrageiras influenciou positivamente a infiltração de água no solo. Existem diversos métodos de determinação da densidade, que podem ser separados em métodos destrutivos e não destrutivos. Os métodos destrutivos são aqueles que necessitam da retirada das amostras do solo para se efetuar a análise, sendo esta retirada realizada com o mínimo de perturbação possível, de modo que se conserve sua condição natural. Os métodos não destrutivos são realizados em campo, sem a necessidade da coleta das amostras, sendo estes métodos que utilizam técnicas especiais e onerosas, que inclusive podem exigir a aplicação de energia nuclear, absorção de raios gama e raios X. Cada método tem suas vantagens e desvantagens, que são determinantes no momento das avaliações nos trabalhos de pesquisa (BARBOSA, 2012). A densidade de partículas é definida como a relação entre a massa de sólidos de um solo seco e o volume de partículas do solo (CARTER, 1993). A densidade de partículas não difere grandemente entre os solos, pois é dependente da constituição mineralógica dos mesmos. Seus valores variam de 2,6 a 2,75 g cm-3 para a maioria dos solos, pois os principais minerais constituintes do solo possuem densidades compreendidas nessa faixa. b) Textura e estrutura do solo A textura do solo é uma característica pouco variável no tempo e pouco afetada pelo manejo (REINERT et al., 2001). Dessa forma, as modificações físicas dos solos são associadas a sua estrutura. A textura e a estrutura são características que influenciam expressivamente a movimentação da água no solo, uma vez que determinam a quantidade de macroporos presentes em seu perfil, os quais são de extrema importância na condutividade 25 hidráulica do solo. Também interferem expressivamente na infiltração a forma dos poros e a sua continuidade. Segundo Reichert et al. (1992) a textura do solo afeta o salpico de partículas provocado pelo impacto das gotas de chuva, contribuindo para uma redução da porosidade da camada superficial do solo. Além do impacto da gota, Morin e Van Winkel (1996) citam a dispersão físico-química das argilas do solo como causa da formação do selamento superficial e, conseqüentemente, da redução da taxa de infiltração. Brandão et al. (2009) salientam que nas condições de clima tropical e dos solos do Cerrado brasileiro, em que predominam os óxidos de ferro e alumínio em relação às argilas silicatadas, a estrutura do solo tem mais influência na infiltração do que a textura. Embora os solos do Cerrado do Brasil apresentem naturalmente boas condições físicas, o manejo pode alterar as suas propriedades físicas (VEZZANI, 2001; PAGOTTO, 2001), ocasionando redução na infiltração de água no solo. Portanto, para as condições brasileiras, a taxa de infiltração sofre uma forte influencia da estrutura preponderantemente maior que da textura, ratificando a afirmativa que quanto maior a macroporosidade dos solos (solos arenosos e Latossolos argilosos) apresentam maior infiltração que solos com predomínio de microporos (solos argilosos, excetuando-se os Latossolos). A infiltração de água no perfil do solo sofre redução em sua taxa quando um mesmo perfil de solo possuir camadas com diferentes texturas e estruturas. As camadas de argilas e areia podem ter comportamentos semelhantes, embora por motivos diferentes. Pela baixa condutividade hidráulica saturada, a camada de argila dificulta o movimento da água no solo, enquanto a camada de areia, em função da sua baixa condutividade hidráulica sob condições não saturadas, pode retardar a frente de umedecimento (PRUSKI et al., 1997). c) Porosidade do solo Entre as partículas do solo ou mesmo entre agregados existem espaços porosos oriundos do arranjo, distribuição e orientação das partículas do solo, que podem armazenar água e ar, necessários para o crescimento e desenvolvimento do sistema radicular das plantas, dos microrganismos e animais do solo. O volume total de poros é denominado de porosidade total do solo. A porosidade total do solo pode ser dividida em microporosidade e macroporosidade. O movimento do ar e da água no solo ocorre através dos macroporos. 26 Enquanto que, nos microporos, o movimento do ar é dificultado, e o da água fica restrito principalmente a capilaridade (HILLEL, 1980). A quantidade e a maneira como os poros estão distribuídos no solo afetam diretamente a infiltração de água no solo (ELTZ et al., 1989). A distribuição do tamanho de poros afeta a capacidade de armazenamento e o movimento da água no solo (HILLEL, 1980). Esta distribuição depende da textura e estrutura do solo, e pode ser obtida através da curva característica de água no solo. A água presente nos macroporos é facilmente drenada pela ação da gravidade e, parte da água retida nos microporos não é disponível às plantas. O preparo convencional do solo envolve aração e gradagens, com incorporação de restos culturais, com intensa mobilização, expondo-o à ação dos agentes erosivos. Sob essas condições, quando da incidência de chuvas intensas, pode-se formar um selo superficial com redução da porosidade total (principalmente da macroporosidade), diminuindo a taxa de infiltração de água no solo e, conseqüentemente, facilitando o processo erosivo (DALLA ROSA, 1981). Normalmente, as determinações de densidade e de porosidade do solo são as avaliações mais comuns e difundidas para identificar camadas compactadas no solo, porém a resistência mecânica deste à penetração, expressa pelo índice de cone, também está diretamente relacionada com o estado de compactação do solo e pode ser uma medida mais sensível para identificar a compactação, especialmente em camadas pouco espessas (ABREU et al., 2004). A infiltração de água no solo é considerada uma avaliação adequada para estimar sua qualidade física e estrutural (LEONARDO, 2003), sendo fortemente influenciada pelo grau de compactação do solo, diminuição da porosidade e tamanho e continuidade de poros (MORAES, 1984). d) Preparo e manejo do solo Em geral, quando se prepara o solo, a capacidade de infiltração tende a aumentar, em razão da quebra da estrutura da camada superficial. No entanto, se as condições de preparo e manejo forem inadequadas, sua capacidade de infiltração poderá tornar-se inferior à de um solo sem preparo, principalmente se a cobertura vegetal for removida. Uma vez formado o encrostamento superficial (em muitos casos, este é estabelecido muito rapidamente após as primeiras precipitações), a taxa de infiltração da água no solo é consideravelmente (PRUSKI et al., 1997). 27 Conforme Bertol et al. (2001), os diferentes tipos de manejo e de cultivo do solo alteram as propriedades físicas e podem manifestar-se de várias maneiras, influenciando no crescimento e desenvolvimento das plantas. Assim, o solo cultivado tende, com o tempo, a ter a estrutura original alterada pelo fracionamento dos agregados em unidades menores, com conseqüente redução no volume de macroporos e aumentos no volume de microporos e na densidade do solo. Em decorrência disso, observou-se diminuição na taxa de infiltração de água no solo, com conseqüente aumento das taxas de escoamento superficial. Comparando diferentes métodos de manejo de solo, Wu et al. (1992) relataram que no sistema plantio direto os poros conduzem água mais eficientemente do que no preparo convencional. Assim, no sistema plantio direto, o solo, apesar de menor porosidade total, apresenta condutividade hidráulica igual ou superior à do preparo convencional. O manejo do solo na região de Cerrado, sobretudo em áreas irrigadas pelo sistema pivô central, tem-se caracterizado pelo preparo e revolvimento excessivos causados pelo uso intensivo de arados e grades, associado a outras práticas de cultivo, levando à pulverização da camada arável e à compactação da camada superficial (FREITAS, 1992). Bertol et al. (2001) verificaram redução de infiltração de água no solo sob pastagens compactadas pelo pisoteio animal em relação ao solo com vegetação natural, atribuída ao aumento da densidade e redução da macroporosidade do solo. Câmara e Klein (2005), estudando o efeito da escarificação nas propriedades de um Latossolo Vermelho Distrófico típico, constataram que a capacidade inicial, bem como a final de infiltração, aos 120 minutos, foi afetada pelo manejo do solo, observando-se uma diferença na capacidade inicial de infiltração a favor do plantio direto escarificado de 2,2 vezes e na taxa final de 3,77 vezes. O plantio direto apresentou uma taxa final de infiltração de 26,49 mm h-1 e o plantio direto escarificado de 99,99 mm h-1, sendo que o efeito da escarificação é constatado pela maior capacidade de infiltração. Centurion et al. (2000) observaram que todas as formas de uso e manejo empregadas em seu trabalho (milho, cana-de-açúcar e pastagem) induziram, em ordem crescente a degradação das propriedades físicas do solo em relação ao solo natural (mata). Esta degradação foi quantificada através de maiores valores de resistência do solo à penetração e menores valores de velocidade de infiltração de água. 28 3.4. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO A infiltração de água no solo deve ser determinada por métodos simples e capazes de representar, adequadamente, as condições em que se encontra o solo. Para tanto, torna-se necessário adotar métodos cuja determinação se baseia em condições semelhantes às observadas durante o processo ao qual o solo é submetido. Uma vez que a taxa de infiltração é muito influenciada pelas condições de superfície e conteúdo de umidade do solo, o conhecimento dessas condições é importante para a interpretação dos resultados (PRUSKI et al., 1997). Vários são os métodos para determinação dos valores de VIB no campo. Entre eles tem-se os infiltrômetros de aspersão ou simuladores de chuva (ROTH et al., 1985; CHAVES et al., 1993; ALVES SOBRINHO, 1997), os permeâmetros (ELRICK et al., 1989; REYNOLDS et al., 1992; VIEIRA, 1995-1998), os infiltrômetros de tensão ou permeâmetros de disco (PERROUX e WHITE, 1988; REYNOLDS e ELRICK, 1991; BORGES et al., 1999), os infiltrômetros de pressão (REYNOLDS e ELRICK, 1990; ELRICK e REYNOLDS, 1992; CASTRO, 1995) e os infiltrômetros de anéis concêntricos (SIDIRAS e ROTH, 1987; ANJOS et al., 1994; ARAÚJO FILHO e RIBEIRO, 1996; BRITO et al., 1996). Brito et al. (1996) analisaram dois métodos de determinação da velocidade de infiltração básica, usando infiltrômetros de aspersão e de anéis concêntricos, em condições de solo nu e cobertura morta. Os resultados obtidos mostram infiltração superior no método do infiltrômetro de anéis concêntricos, em relação ao infiltrômetro de aspersão. A maior velocidade de infiltração com o infiltrômetro de anéis no solo descoberto, foi devida à não desagregação do solo pelo impacto da gota, não formando selamento superficial. 3.4.1. Infiltrômetro de duplo anel Consiste de dois anéis que são posicionados de forma concêntrica no solo. O interno deve apresentar diâmetro da ordem de 300 mm e o externo, diâmetro de 600 mm, sendo ambos com altura de aproximadamente 300 mm. Os anéis, cujas bordas devem ser bizeladas, são cravados verticalmente no solo, deixando-se uma borda livre ligeiramente superior a 150 mm. O anel externo tem como finalidade reduzir o efeito da dispersão lateral da água infiltrada do anel interno. Assim, a água do anel interno infiltra n perfil do solo em uma direção predominantemente vertical, o que evita superestimativa da taxa de infiltração. (BRANDÃO et al., 2009). 29 Os anéis duplos concêntricos possuem vantagem, por serem relativamente pequenos, leves, de fácil transporte, sendo mais utilizados, porém também apresentam o inconveniente de possuírem grande variabilidade espacial e elevado tempo de determinação (BRANDÃO et al., 2009). A taxa de infiltração de água no solo é geralmente determinada com o método do infiltrômetro de anéis. Contudo, segundo Sidiras e Roth (1987), devido à alta suscetibilidade à erosão hídrica dos solos brasileiros, o método do infiltrômetro de anéis concêntricos pode gerar resultados contraditórios de infiltração, podendo-se obter melhores resultados por meio de um simulador de chuva. Sidiras e Roth (1987) verificaram que os valores da velocidade de infiltração, determinados por meio de infiltrômetros de anéis concêntricos, os quais não levam em consideração a energia de impacto das gotas de água sobre a superfície do solo, são maiores do que os valores obtidos pela aplicação de água por aspersão. 3.4.2. Simuladores de chuva Os simuladores de chuva ou infiltrômetros de aspersão são equipamentos que aplicam água por aspersão, apresentando intensidade de precipitação constante e superior à velocidade de infiltração da água no solo, exceto durante um curto período de tempo logo após o início do ensaio. Alguns simuladores permitem controlar a intensidade de precipitação, tamanho e velocidade de impacto das gotas sobre a parcela de solo em que se deseja estudar as características de infiltração, escoamento superficial e produção de sedimento (ALVES SOBRINHO, 1997). Os simuladores de chuva foram desenvolvidos para simular condições típicas de chuvas naturais, como velocidade de impacto e distribuição do tamanho das gotas de chuva, intensidade de precipitação, ângulo de impacto das gotas e capacidade de reproduzir a intensidade e a duração das chuvas intensas (MEYER, 1994). Irurtia e Mon (1994) comentam que quando são utilizados aparelhos que aplicam a água em forma de gota, assemelhando-se às condições da chuva natural, ocorre a formação de crostas superficiais, as quais diminuem consideravelmente a infiltração. De acordo com Lombardi Neto et al. (1979), Roth et al. (1985) e Alves Sobrinho (1997), um infiltrômetro de aspersão deve atender alguns critérios: (a) produzir gotas de diâmetro médio similar àquele da chuva natural; (b) apresentar velocidade de impacto das gotas no solo o mais próximo possível da velocidade terminal das gotas de chuva; (c) produzir 30 precipitação com energia cinética próxima a da chuva natural; (d) possibilitar o controle da intensidade de precipitação; (e) promover distribuição uniforme da precipitação sobre a parcela experimental em estudo; (f) aplicar água de modo contínuo numa parcela experimental com área adequada ao processo em estudo; (g) ser portátil e fácil de operar no campo. 3.4.3. Permeâmetro O permeâmetro é um equipamento para determinação da infiltração de água no solo, da condutividade hidráulica saturada, do potencial matricial e da sortividade (REYNOLDS e ELRICK, 1985; ELRICK et al., 1989, ELRICK e REYNOLDS, 1992; VIEIRA, 1998). VIEIRA (1998) relata que medições com o permeâmetro podem ser usadas para avaliar os efeitos do manejo do solo. Castro (1995) ressalta a possibilidade da utilização de um grande número de determinações com o permeâmetro, principalmente devido à simplicidade e rapidez do método. Wu et al. (1992), comparando diferentes sistemas de manejo do solo, avaliando a infiltração de água no solo através de um Permeâmetro de Guelph, observaram que no sistema plantio direto os poros conduzem água mais eficientemente do que no preparo convencional. Mesmo assim, o sistema plantio direto apresentando menor porosidade total, pode apresentar condutividade hidráulica igual ou superior à do preparo convencional. 3.4.4. Infiltrômetro de tensão O Infiltrômetro de tensão ou permeâmetro de disco é um equipamento que além da determinação da infiltração e da condutividade hidráulica do solo saturado pode determinar o movimento da água no solo não saturado (ELRICK e REINOLDS, 1992; BORGES et al., 1999). Segundo Perroux e White (1988), o infiltrômetro de tensão ou permeâmetro de disco é uma promissora alternativa para quantificação de macroporos do solo. Ghiberto (1999) avaliou diferentes métodos para obtenção da infiltração: método do permeâmetro de carga constante, condutividade hidráulica a partir da curva de retenção de água no solo, método do perfil instantâneo, métodos de avaliação da umidade e o método do infiltrômetro de tensão. O autor verificou que o infiltrômetro de tensão mostrou-se útil em baixas tensões, onde os outros métodos foram mais problemáticos. Por sua simplicidade instrumental e infra-estrutura necessária, o infiltrômetro de tensão mostrou-se uma ferramenta satisfatória para o levantamento dos parâmetros dos modelos de infiltração. 31 3.4.5. Infiltrômetro de pressão Os infiltrômetros de pressão são equipamentos que medem a infiltração de água no solo por meio de um único anel cilíndrico, com carga hidráulica controlada (ELRICK e REYNOLDS, 1992). Esse método ainda é pouco utilizado. Geralmente é utilizado o infiltrômetro de anéis concêntricos, onde há alguma variação da carga hidráulica durante o processo de infiltração. Essa variação da carga hidráulica, porém, influencia os resultados obtidos (REYNOLS e ELRICK, 1990). Além da VIB, este equipamento também permite determinar a condutividade hidráulica do solo saturado no campo (REYNOLDS e ELRICK, 1990; ELRICK e REYNOLDS, 1992). Vieira (1998) recomenda a utilização de um permeâmetro modelo IAC para controlar a carga hidráulica dentro do anel do infiltrômetro de pressão. Castro (1995) utilizou um infiltrômetro de pressão (com auxílio de um permeâmetro na superfície do solo) para avaliar diferentes sistemas de manejo em um Latossolo Roxo. O autor verificou maior taxa de infiltração de água no solo com o infiltrômetro de pressão do que quando realizadas medições de infiltração nas profundidades de 20 e 40 cm com o permeâmetro. 3.5. MODELOS MATEMÁTICOS DE DETERMINAÇÃO DA INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO Os modelos que descrevem a infiltração da água no solo podem ser teóricos ou empíricos (BRANDÃO et al., 2009). Os empíricos têm a vantagem de permitir relacionar os parâmetros do modelo às características do solo, sem que estes obrigatoriamente tenham significado físico, e englobar na determinação de suas constantes fatores que são difíceis de ser considerados nos modelos teóricos, por exemplo, a heterogeneidade do solo. A principal desvantagem do emprego de equações empíricas é que os dados ajustados somente são válidos para as condições em que eles foram determinados, ou seja, não podem ser adotados para outros tipos de solo. Já, os modelos teóricos são baseados na teoria física do escoamento em meios porosos, que é descrito pela equação de Richards ou mesmo pela equação de Darcy, a partir da qual a equação de Richards foi desenvolvida. A equação de Darcy é válida somente para condições em que há uma relação linear entre o fluxo e o gradiente hidráulico, o que só é verificado no regime de escoamento laminar. Esta relação deixa de ser linear quando o movimento da água através dos poros apresenta um regime de escoamento turbulento ou quando o fluxo é muito pequeno e, conseqüentemente, as 32 forças de atração eletrostática entre a água e a matriz do solo tornam-se mais expressivas que as forças gravitacionais. A equação de Darcy, para solos não-saturados é descrita na seção 3.2.1 e assim combinando a equação de Darcy para meios não-saturados com a equação da continuidade chega-se a uma equação diferencial parcial não-linear de segunda ordem que explica o escoamento em meios porosos não-saturados, também denominada equação de Richards (1949), expressa pela seguinte equação 5: 𝐝𝛉 𝐝𝐭 = 𝐝 𝐝𝐳 𝐊 𝛉 𝐝𝐇 𝐝𝐳 (5) Em que: K(θ) é a condutividade hidráulica do solo (cm.dia-1) em função de sua umidade θ, (cm3.cm-3); H é o potencial total da água no solo, (cm); z é a coordenada vertical de posição, (cm); e t é o tempo, dia. Dentre as equações empíricas, uma das mais utilizadas para fins de dimensionamento de sistemas de irrigação é a desenvolvida por Kostiakov em 1932. Este pesquisador propôs a seguinte equação (6) para calcular a infiltração acumulada e a taxa de infiltração de água no solo: I=aTb (6) Em que: I é a lâmina infiltrada no tempo T; a é o parâmetro do modelo depende do tipo de solo; b é o parâmetro do modelo depende do tipo de solo. Derivando a equação 6 obtém-se a equação 7: VI = a b T b-1 (7) Em que: VI é a taxa de infiltração da água no solo. Os coeficientes a e b foram determinados por regressão linear entre os valores da infiltração acumulada de água e o tempo acumulado. T = 600 B (8) Em que: 33 T é o tempo estimado para a VI ser igual a CI (Capacidade de infiltração de água no solo). O emprego do modelo de Kostiakov é limitado à situação em que há disponibilidade de dados de infiltração observados para a determinação dos parâmetros a e b da equação, pois tais não tem significado físico próprio e são avaliados a partir de dados experimentais, podendo ser determinados estatisticamente. Não podendo ser aplicada a outros tipos de solo e condições diferentes das condições em que seus parâmetros foram determinados (BRANDÃO et al., 2009). O modelo de Kostiakov, apesar de estritamente empírico, apresenta valor de taxa de infiltração inicial tendendo para o infinito e taxa de infiltração para longos valores de tempo tendendo a um valor próximo a zero, e não a um valor constante. Este valor constante corresponde à taxa de infiltração estável, ou mesmo a condutividade hidráulica do meio saturado (BRANDÃO et al., 2009). Isto poderia ser irrelevante para a infiltração no sentido horizontal, mas torna a equação completamente deficiente para o caso de infiltração vertical. No entanto, para a maior parte dos intervalos de tempo de interesse para a irrigação representa adequadamente o processo de infiltração da água no solo (HILLEL, 1980). Para eliminar a deficiência da taxa de infiltração de tender a zero quando o tempo tende a infinito, foi proposta a equação (9) de Kostiakov-Lewis ou Kostiakov modificada, (BRANDÃO et al., 2009) que pode ser assim representada. I = kt α + if t dI i = dt = kαt α−1 + if (9) (10) Nesta nova equação (10), quando t tende para o infinito, a taxa de infiltração tende para if. De acordo com Santana (1996) e Santana et al. (1997) os coeficientes da equação de Kostiakov-Lewis dependem, além da textura e da estrutura do solo, de sua condição física no momento da simulação de chuva ou irrigação, como por exemplo, a existência de fendas (caminhos preferenciais) e o conteúdo de umidade inicial. Paixão et al. (2009) observaram que quando se compara os modelos de Kostiakov e Kostiakov-Lewis entre si, verifica-se desempenhos semelhantes no cálculo da velocidade de 34 infiltração. Também se verificam que os dois modelos, Kostiakov e Kostiakov-Lewis, tendem a superestimar valores baixos no início da infiltração. Outro modelo empírico muito utilizado é o desenvolvido por Horton em 1940. Segundo Brandão et al. (2009), para esse modelo a redução de infiltração com o tempo é fortemente controlada por fatores que ocorrem na superfície do solo, como encrostamento superficial devido ao impacto das gotas de chuva, fenômenos de expansão e contração do solo, dentre outros. Ele também concluiu que a taxa de infiltração se aproxima de um valor constante, mas freqüentemente é menor que a condutividade hidráulica em solo saturado. Ele justificou que essa diferença decorre da presença de ar aprisionado no solo e da incompleta saturação do solo em condições de campo. A taxa de infiltração, segundo o modelo de Horton, é expressa pela equação 11: i = if + ii − if e−βt (11) Em que: i é a taxa de infiltração da água no solo; if é o valor constante corresponde a taxa de infiltração estável; ii é a taxa de infiltração inicial; β é a constante de decaimento; e t é o tempo, em minutos. A infiltração acumulada é dada pela equação 12: Ia = ift + i i −i f β 1 − e−βt (12) Sendo que if , ii e β foram parâmetros determinados empiricamente a partir de pares de valores simultâneos de I e t ou i e t, caso a infiltração seja acumulada equação (12) ou instantânea equação (11), respectivamente. A equação de Smith foi desenvolvida, tomando como base a equação de Richards (1931), e considerava que o escoamento inicia assim que ocorre o empoçamento de água na superfície do solo (ALVES e CABEDA, 1999). Entretanto, em condições de campo, normalmente isto não ocorre, em decorrência da rugosidade e da cobertura da superfície, que retarda o início do escoamento da água. Por este motivo, Alves e Cabeda (1999) fizeram a 35 substituição, na equação (12), do tempo de empoçamento de água pelo tempo de início do escoamento. A taxa de infiltração de água no solo foi obtida pela diferença entre a taxa de escoamento superficial e a taxa constante de aplicação da precipitação. O modelo matemático usado para descrever a taxa de infiltração foi o de Smith modificado por Cabeda (ALVES e CABEDA, 1999) conforme equação 13: i = R − ic te b t + ic para t > te (13) Em que: i é a taxa de infiltração em um tempo t, (mm.h-1); R é a intensidade constante de chuva, (mm.h-1); ic é a taxa constante de infiltração, (mm.h-1); te é o tempo de início do escoamento da água sobre a superfície do solo, em (min); t é o tempo após o início do escoamento, em (min); e b é o parâmetro de ajuste da equação. 36 4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1. LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL O presente trabalho foi conduzido na Fazenda Ponte Alta (Granol), localizada no município de Silvânia- GO, cujo ponto central apresenta latitude de 16°38’35’’ Sul, longitude de 48°36’15’’ Oeste e altitude média de 877 m. O solo é classificado como Franco-argiloarenosa e o relevo é suavemente ondulado. O clima, segundo Koppen e Geiger, é do tipo Aw, com duas estações bem definidas, com verão chuvoso e inverno seco. A temperatura média anual é de 22,5 °C e a média anual de pluviosidade é 1370 mm (SEPIN, 2009). 4.2. LEVANTAMENTOS DOS DADOS EXPERIMENTAIS O teste de velocidade de infiltração da água no solo, assim como a determinação das suas características físicas ocorreram em uma área irrigada por pivô central, composto por 6 torres, distanciadas umas das outras em 54,6 m e um vão em balanço de 27,1 m, com um raio irrigado de 355,2 m abrangendo uma área total irrigada de 39,65 ha. As torres foram enumeradas, contando-as a partir do ponto pivô, de 1 até 6, considerando-se, também, o vão em balanço, onde os testes de velocidade de infiltração da água e as amostragens para a caracterização física do solo, ocorreram nos seguintes locais: 1 – Vão em balanço; 2 – Vão 6; 3 – Vão 4 e 4 – Vão 2, totalizando assim quatro pontos. Em cada ponto ocorreram três repetições espaçadas linearmente, tomando-se como direção a base do pivô central, sendo que o espaçamento entre cada repetição foram os comprimentos dos vãos divididos em três partes. As coletas das amostras de solo foram na metade do comprimento de cada ponto, ou seja, no local da segunda repetição do teste de infiltração da água no solo. O plano amostral do presente estudo foi uma área com o cultivo de milho grão sob sistema de plantio direto, ressaltando-se que as plantas estavam na fase de enchimento de grãos. No plantio direto, em que a semeadura é realizada sob os restos da cultura anterior, as camadas superficiais do perfil do solo, quando comparadas ao preparo convencional, geralmente apresentam, após três a quatro anos de cultivo, maior estabilidade estrutural, maiores valores de densidade e de microporosidade e menores valores de macroporosidade e de porosidade total (Stone e Silveira, 1999). Para Resende et al. (1990) a profundidade efetiva do sistema radicular do milho, até os 30 dias após a germinação, é de 20 cm, e de 40 cm após esse período. 37 Diante disto as amostras foram coletadas em quatro profundidades 0 – 10 cm, 10 – 20 cm, 20 – 30 cm e de 30 – 40 cm. As análises físicas do solo de cada parcela seguiram a metodologia proposta pela EMBRAPA (1997). As determinações da densidade do solo, da densidade das partículas, da porosidade total e da umidade do solo ocorreram no Laboratório de Mecânica dos Solos do Campus Anápolis de Ciências Exatas e Tecnológicas – Henrique Santillo, da Universidade Estadual de Goiás, CCET – UEG, em Anápolis - GO. Figura 4 – Coleta de amostras de solo utilizando dois trados (tipo caneca e Uhland) e anéis volumétricos. 4.2.1. Determinação das propriedades físico-hídricas Para a determinação da densidade do solo (Ds) foram utilizados anéis volumétricos de capacidade de 100 cm3, para a determinação da densidade do solo foi utilizada a equação 14 e 15, segundo (CAPUTO, 2011): Dw = Mu Ds = Dw V (1 + θ) (14) (15) Em que: Ds é a Densidade do solo, (g.cm-3); Mu é a Massa úmida do cilindro, (g); Dw é a Densidade do solo úmido, (g.cm-3); V é o Volume do anel, (cm3); θ é a Umidade do solo, (cm-3.cm-3). 38 Para a determinação da densidade de partículas (Dp) foi utilizado o método do Balão Volumétrico descrito por (EMBRAPA, 1997), conforme a equação 16: MSS Dp = 50 −Va (16) Em que: Dp é a densidade de partículas, (g.cm-3); MSS é a massa da amostra seca a 105ºC, (g); Va é a volume de álcool gasto, (cm3). A porosidade total foi calculada pela relação entre a densidade do solo e a densidade de partículas (CAMARGO et al., 1986) conforme a equação 17: PT% = 1 − Ds Dp x 100 (17) Em que: PT % é a porosidade total, (%); Dp é a Densidade de partículas, (cm3); Ds é a Densidade do solo, (cm3). A umidade do solo foi determinada pelo método padrão da estufa. Temos que o teor de umidade (θ) de uma amostra de solo como a razão entre o peso da água (Pa) contida em certo volume de solo e o peso da parte sólida (Ps) existente nesse mesmo volume, expressa em porcentagem, segundo a EMBRAPA (1997), de acordo com as equações 18 e 19: Pa = Pt − Ps θ= Pa Ps x 100 (18) (19) Em que: θ é a umidade do solo, (%); Ps é o peso da amostra seca, (g); Pa é o peso da água, (g); Pt é o peso total da amostra, (g). 39 4.2.2. Determinação da velocidade de infiltração da água no solo A velocidade de infiltração básica (VIB), foi determinada seguindo metodologia de Bernado et al. (2008), utilizando-se o método do infiltrômetro de anel, que consiste em dois anéis, colocados concentricamente, sendo um menor com diâmetro de 25 cm e o outro maior com 50 cm, ambos com 30 cm de altura. O anel externo teve como finalidade reduzir o efeito da dispersão lateral da água infiltrada do anel interno. Assim, a água do anel interno infiltra no perfil do solo em direção predominantemente vertical, o que evitou a superestimativa da taxa de infiltração. Após a instalação dos anéis, os mesmo foram enterrados no solo até a aproximadamente metade de sua altura (15 cm), depois os anéis foram calibrados colando água até a borda, em ambos os anéis permanecendo assim por 24 horas. Após o tempo de calibração o anel interno foi revestido com plástico e, posteriormente foi colocada água, ao mesmo tempo, nos dois anéis. Retirou-se o plástico e com o auxílio de uma régua, foi acompanhada a infiltração vertical no cilindro interno, em intervalos de tempo iniciados a um minuto. Observando-se em um cronômetro, simultaneamente, esse tempo foi aumentando, sendo variável com o tempo de infiltração do volume de água. Nos dois cilindros, foi mantida a altura da lamina de água máxima de aproximadamente 10 cm, permitindo oscilação máxima de 5 cm. Assim, as leituras foram realizadas em tempos de 0, 1, 1, 1, 2, 2, 2, 5, 5, 5, 10, 10, 10, 20, 20, 20, 30, 30 e 30 totalizando 204 minutos a contar do instante zero, com o passar do tempo pré-determinado foram realizadas reposições de água nos anéis, de acordo com que a água infiltrava no solo. Figura 5 – Cravação dos anéis até a sua metade de sua altura (15 cm). Figura 6 – Calibração dos anéis para o teste de infiltração da água no solo. 40 As leituras iniciaram nos tempos de um minuto sendo anotadas em uma planilha, cujos valores serão utilizados para construir as curvas de infiltração acumulada (I) e de velocidade de infiltração (VI). O critério adotado neste trabalho para condição de taxa de infiltração constante foi quando o valor de leitura da carga de água no cilindro interno se repetiu por pelo menos três vezes. Com os resultados da lâmina de água acumulada no solo (I), em função do tempo de infiltração (t) foram obtidos, por regressão linear, conforme a equação 20: I = a Tn (20) Em que: I é a infiltração acumulada, (cm); a é a constante dependente do solo; n é a constante dependente do solo, variando entre 0 e 1. Para se determinar a regressão linear houve a transformação logarítmica dos dados, pois se I = a Tn, log I = I = log a + n log T, à qual corresponde à equação da reta da forma Y = A + BX, conforme as equações 21, 22, 23, 24: Y é o log I (21) A é o log a (22) Béob (23) X é o log T (24) Na regressão linear equações 25, 26, sabe-se que: B= ∑X .∑Y N ∑X 2 ∑XY − ∑X 2 − (25) N A = Y − B. X (26) Assim, as equações de infiltração acumulada e velocidade de infiltração instantânea foram encontradas aplicando-se a transformação logarítmica nos dados de tempo acumulado e infiltração acumulada. 41 4.3. ANÁLISE ESTATÍSTICA Os resultados foram submetidos à análise de variância para avaliar o comportamento da infiltração da água no solo e as diferentes profundidades sobre as características físicas do solo e velocidade de infiltração básica (VIB). Foi utilizado o teste de F, a 5 % de significância. Para a realização da comparação das médias, foi utilizado o teste de Tukey a 5 % de probabilidade através do programa estatístico SISVAR 5.3 (FERREIRA, 2011). 42 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise de variância das propriedades físico-hídricas do solo (Densidade do solo, Densidade de partículas, Umidade do solo e Porosidade Total do solo) estão apresentadas na Tabela 1. Tabela 1 - Estimativa dos quadrados médios (QM) das análises de variância, para quatro variáveis relacionadas às características físicas do solo, em quatro níveis de profundidade, em um pivô central no município de Silvânia - GO. Quadrado Médio das Variáveis Analisadas FV GL Ds Dp U (a) PT Profundidade 3 0,027ns 0,007ns 72,179* 42,198ns Resíduo 12 0,008ns 0,022ns 11,016* 45,330ns Total Médias CV (%) 15 - 0,191 1,393 6,700 0,287 2,344 6,320 348,741 22,838 14,770 670,559 39,780 16,810 * significativo a 5% de probabilidade; ns: não significativo a 5% de probabilidade. U (a) Umidade gravimétrica (%); Ds: Densidade do solo (g.cm-3); Dp: Densidade das partículas (g.cm-3); PT: Porosidade total (%). Analisando-se a Tabela 1, verifica-se que para Ds, Dp e PT não houve diferença significativa considerando-se as quatro profundidades avaliadas. Na área de estudo, tem-se um histórico de plantio direto há mais de 5 anos, utilizando-se a rotação de culturas entre milho e soja. Nesta mesma área faz-se a subsolagem a cada 5 anos. A qualidade física de solos agrícolas pode ser afetada pelo sistema de manejo, sendo a magnitude das alterações dependente do tempo de uso do solo e das condições edafoclimáticas (BERTOL et al., 2004). Como a densidade do solo possui relação inversa com os outros atributos físicos do solo o aumento da mesma está associado à diminuição da porosidade total, macroporosidade, condutividade hidráulica e absorção iônica, assim como ao conseqüente aumento da microporosidade e da resistência mecânica à penetração (MENDES et al., 2006). Estas alterações na qualidade física do solo desencadeiam, no geral, a diminuição da produtividade agrícola (SECCO et al., 2005). A umidade do solo apresentou diferença significativa para as diferentes profundidades, isso pode ser justificado pelo aumento da Ds e diminuição da PT, com o aumento da profundidade. Dois fatores principais podem ter contribuído para a maior umidade na camada superficial do solo: a maior infiltração de água no solo, decorrente da não-formação de selo superficial (DEXTER, 1988), e a menor evaporação de água, decorrente da cobertura do solo por resíduos (SALTON e MIELNICZUK, 1995). 43 Avaliando as alterações que o manejo do solo provoca nas propriedades físicas do solo, Klein e Libardi (2002) concluíram que o manejo do solo irrigado, comparado ao solo de mata e sequeiro, aumentou a densidade do solo até a profundidade de 40 cm, alterando, conseqüentemente, a distribuição do diâmetro dos poros e a porosidade de aeração. Analisando-se as propriedades físico-hídricas do solo (Tabela 2), observa-se que as médias da Ds e Dp encontram-se dentro dos intervalos encontrados em solos de textura franca. Tabela 2 - Médias e respectivas diferenças, para quatro variáveis relacionadas às características físicas do solo para quatro níveis de profundidade em um pivô central no município de Silvânia - GO. Profundidade Ds(a) Dp U PT (cm) 0 – 10 1,310 a 2,272 a 27,759 a 42,390 a 10 – 20 1,365 a 2,326 a 24,343 ab 41,330 a 20 – 30 1,420 a 2,410 a 21,333 b 38,230 a 30 – 40 1,495 a 2,361 a 19,265 b 36,375 a Médias 1,393 2,344 22,838 39,780 As médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a nível de 5% de significância. (a) Ds: Densidade do solo (g.cm-3); Dp: Densidade das partículas (g.cm-3); U: Umidade gravimétrica (%); PT: Porosidade total (%). Pode-se observar (Tabela 2) que com o aumento da profundidade do solo houve um acréscimo na Ds e o inverso ocorreu para a PT, provavelmente, devido à compactação causada pelo trânsito de máquinas e implementos agrícolas utilizados no plantio direto. Já a diminuição da Ds em subsuperfície indica uma melhoria na qualidade física do solo decorrente possivelmente da atividade da fauna edáfica e de raízes, as quais atuam na formação de bioporos. Estes resultados são semelhantes aos obtidos por Albuquerque et al. (1995) e Bertol et al. (2000), mas discordam dos apresentados por Abrão et al. (1979), que verificaram maior densidade do solo em subsuperfície sob plantio direto. Os valores de Dp não diferiram significativamente com o aumento da profundidade Tabela 2. Esses resultados eram esperados, já que, de acordo com Reichardt (1975) verificou não ser a densidade de partículas influenciada por alterações mecânicas de preparo do solo e estar sua variação associada à constituição mineralógica e ao conteúdo de matéria orgânica, bem como serem os atributos mineralógicos os mesmos entre os sistemas e a densidade do solo afetada pelos teores de matéria orgânica incorporados ao solo pelos sistemas de manejo, confirmando os resultados encontrados por Abrão et al. (1979). Para PT observou-se que na camada superficial (0 – 20 cm) a quantidade de poros foi significativamente maior em relação às demais (20 – 40 cm), assim como Dalmago et al. 44 (2009), que encontraram porosidade total cerca de 17 % mais alta em plantio direto em comparação ao tratamento onde o solo foi mobilizado. A determinação da infiltração acumulada (Ia) e da velocidade de infiltração (VI) do solo pelo método do infiltrômetro de duplo anel foram obtidas a partir de dados coletados em campo. Elaborou-se um gráfico de Infiltração acumulada (Ia) e de Velocidade de Infiltração da água no solo (VI), nos respectivos pontos: Vão em balanço, Vão 6, Vão 4, Vão 2. Percebeu-se que ao longo do teste, a infiltração acumulada (Ia) aumentou com o tempo (Figura 7), o que era esperado, mas percebeu-se graficamente que à medida que vai se afastando da base do pivô central o volume de água infiltrada aumenta com o tempo, apesar da área de estudo apresentar a mesma textura (franco-argilo-arenosa), percebeu-se um comportamento diferente nas curvas de infiltração acumulada, isso é devido a maior quantidade de lamina de água infiltrada no solo. Infiltração Acumulada Infiltração Acumulada (mm) 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 30 60 90 120 150 180 210 Tempo (min) Vão em Balanço Vão 6 Vão 4 Vão 2 Figura 7 - Infiltração acumulada da água no solo, em mm, em quatro vãos de um pivô central, determinada através do método do infiltrômetro de duplo anel, Fazenda Ponte Alta, Município de Silvânia – GO. A taxa de infiltração de água é um dos melhores parâmetros para se avaliar a qualidade estrutural do solo. Ela reflete o efeito de todas as propriedades do solo que influem combinadamente sobre a infiltração da água, que é controlada pela propriedade com maior grau de limitação (FORSYTHE, 1975). 45 À medida que se adiciona água no solo, a taxa de infiltração vai se reduzindo substancialmente até um valor praticamente constante, característico de cada tipo de solo e que recebe o nome de taxa de infiltração estável ou velocidade de infiltração básica (VIB). Portanto, a taxa de infiltração depende diretamente da textura e estrutura do solo e, para um mesmo solo, depende do teor de umidade na época da chuva ou irrigação, da sua porosidade e da existência de camada menos permeável (camada compactada) ao longo do perfil (BRANDÃO et al., 2009), conforme a Figura 7. A infiltração da água no solo observada em todos os vãos, demonstra que as maiores taxas obtidas de infiltração de água no solo, após a estabilização, ocorreram no Vão em Balanço e Vão 6, apresentando uma taxa de infiltração média de 12 mm.h-1 para ambos os vãos, e para os vãos 4 e 2, as taxas de infiltração foram menores, sendo de 8 mm.h-1 para ambos. Verificou-se que os valores de velocidade de infiltração foram maiores para os seguintes vãos: Vão em Balanço e Vão 6, respectivamente (Figura 8). Essa observação pode ser confirmada por Tucci (2009) que afirma que a velocidade de infiltração de água no solo inicialmente é alta e vai diminuindo gradativamente até um valor quase constante chamado de VIB. Velocidade de Infiltração Velocidade de Infiltração (mm.h-1) 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 30 60 90 120 150 180 210 Tempo (min) Vão em Balanço Vão 6 Vão 4 Vão 2 Figura 8 – Velocidade de Infiltração da água no solo, em mm.h-1, em quatro vãos de um pivô central determinada através do método do infiltrômetro de duplo anel, Fazenda Ponte Alta, Município de Silvânia – GO. 46 As equações de infiltração acumulada e velocidade instantânea para cada vão em estudo, após a regressão linear, foram respectivamente: Vão em balanço (Ia = 0,734 x T0,179, VI = 78,832 x T-0,821), Vão 6 (Ia = 0,685 x T0,174, VI = 71,514 x T-0,826), Vão 4 (Ia = 0,545 x T0,151, VI = 49,377 x T-0,849) e Vão 2 (Ia = 0,497 x T0,185, VI = 55,167 x T-0,815). Observou-se uma velocidade inicial de infiltração da água no solo, para cada um dos vãos, sendo: Vão em Balanço de 79 mm.h-1, Vão 6 de 71 mm.h-1, Vão 2 de 49 mm.h-1, Vão 4 de 55 mm.h-1, e gradativamente este valor foi diminuindo lentamente no decorrer do tempo, e alcançou um valor constante de 2 mm.h-1, sendo então este o valor denominado de VIB (Figura 8). De acordo com Bernardo et al. (2008), o solo pode ser classificado de acordo com a sua velocidade de infiltração básica em: > 30 mm.h-1 (VIB muito alta), de 15 - 30 mm.h-1 (VIB alta), 5 - 15 mm.h-1 (VIB média) e < 5 mm.h-1 (VIB baixa). O valor para a VIB encontrado classifica o solo com uma VIB baixa já que é menor que 5 mm.h-1. Os valores de VIB segundo a textura do solo podem ser: arenosa quando de 25 a 250 mm.h-1; franco-arenosa de 13 a 76 mm.h-1; franco-arenosa-argilosa de 5 a 20 mm.h-1 e francoargilosa: 2,5 a 15 mm.h-1 (BERNARDO et al., 2006). Esses resultados sugerem que o solo do presente estudo é classificado como franco-argiloso. Entretanto, o resultado da análise física do solo indicou que a classificação textural do mesmo é franco-areno-argiloso. Para Lima (2008), a grande influência do solo sobre a velocidade de infiltração e sua relação com atributos físicos como textura formada pelos elementos sólidos contidos no solo (areia, silte e argila) é a estrutura formada pela organização dos elementos que compõem a textura. De acordo com Carlesso e Zimmermann (2000), uma camada mais argilosa, limita a infiltração à medida que o solo vai saturando. O resultado da VIB de um solo é uma ferramenta importante, pois o conhecimento da velocidade de infiltração básica (VIB) em um tipo de solo proporciona a definição da escolha dos aspersores ou emissores, cuja intensidade de aplicação de água (IA) seja menor ou igual a VIB. Comparando-se os vãos em estudo (Figura 8) verificou-se que, à medida que se distancia da base do pivô central, a velocidade de infiltração inicial aumenta, conseqüentemente apresentando maior infiltração acumulada ao longo do tempo. Provavelmente, a presença da cobertura vegetal e a palhada na superfície do solo fizeram com que houvesse um maior tempo de oportunidade para a água se infiltrar no solo em determinados vãos possibilitando uma maior velocidade de infiltração. A diferença de 47 estrutura física pode ocorrer além da presença de raízes, também pela presença de matéria orgânica, que serve como estabilizador dos agregados, formando assim agregados maiores e mais estáveis (SALTON et al., 2008). 48 6. CONCLUSÕES As propriedades físicas do solo (densidade do solo, densidade de partículas e porosidade) não apresentaram diferenças significativas para as diferentes profundidades analisadas. A umidade do solo apresentou diferença significativa entre os diferentes níveis de profundidade. A velocidade de infiltração básica foi classificada como baixa, menor que 5 mm.h-1. De acordo com o catálogo do fabricante a intensidade de aplicação de água (Ia) para cada aspersor é de 26 mm.h-1, sendo este valor superior ao da VIB encontrada no presente estudo de 2 mm.h-1, assim a escolha do aspersor está superestimando a aplicação de água pelo projeto do pivô central. 49 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRÃO, P. U. R.; GOEPFERT, C. F.; GUERRA, M.; ELTZ, F. L. F.; CASSOL, E. A. Efeitos de sistemas de preparo do solo sobre características de um Latossolo Roxo distrófico. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.3, p.169-172, 1979. ALBUQUERQUE, J. A.; REINERT, D. J.; FIORIN, J. E.; RUEDELL, J. PETRERE, C. FONTINELLI, F. Rotação de culturas e sistemas de manejo do solo: efeito sobre a forma da estrutura do solo ao final de sete anos. 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