EHD703 – Técnicas de Irrigação Água no Solo Prof. Benedito Cláudio da Silva Água do solo x água subterrânea Infiltração Poros ocupados por ar e água (água do solo) Zona não saturada Percolação Zona saturada Camada impermeável Poros ocupados por água (água subterrânea) Água do solo x água subterrânea Água no solo • O solo é uma mistura de materiais sólidos, líquidos e gasosos. • Na mistura também encontram-se muitos organismos vivos (bactérias, fungos, raízes, insetos, vermes) Composição do solo Parte sólida do solo • Normalmente analisada do ponto de vista do diâmetro das partículas que compõe o solo: Diâmetro (mm) Classe 0,0002 a 0,002 Argila 0,002 a 0,02 Silte 0,02 a 0,2 Areia fina 0,2 a 2,0 Areia grossa Textura do solo Textura do solo Textura (português) Textura (inglês) Arenosa areia franca Sand Loamy sand franco arenosa Sandy loam Silt loam Loam franco siltosa franca franco argilo arenosa franco argilo siltosa Sandy clay loam Silty clay loam franco argilosa Clay loam argilo arenosa Sandy clay argilo siltosa Silty clay argila Clay Siltosa Silt dp também é chamada de densidade das partículas sólidas do solo dg também é chamada de densidade aparente do solo Razão de Saturação do Solo – Relação entre o volume de água e o volume de poros. 𝑆= 𝑉𝑤 𝜃 = 𝑉𝑎 𝑃 Solo seco: S = 0 Solo saturado: S = 1 Exercícios ds = dp Método da Estufa Consiste em retirar amostras do solo, na área e profundidade que se deseja saber a umidade, colocá-las em um recipiente fechado, geralmente de alumínio, e trazê-las para o laboratório. Pesa-se o recipiente com a amostra de solo úmido (M1) e coloca-se o recipiente, aberto, em uma estufa a 105-110oC. Após 24 horas, no mínimo, retira-se o recipiente com o solo já seco da estufa e pesa-se novamente (M2). Sendo M3 o peso do recipiente, a umidade em peso será dada por: 𝑀1 − 𝑀2 𝑈= 𝑀2 − 𝑀3 A umidade em volume por ser estimada por: 𝜃= 𝑀1 − 𝑀2 . 𝑑 . 100 𝑀2 − 𝑀3 𝑔 Métodos derivados do método da estufa • Método do Forno de Microondas • Método do álcool • Método da frigideira Método das pesagens Medição de umidade do solo • O método TDR (Time Domain Reflectometry ou reflectometria no domínio do tempo) está baseado na relação entre a umidade do solo e a sua constante dielétrica. • Duas placas metálicas são inseridas no solo e é medido o tempo de transmissão de um pulso eletromagnético através do solo, entre o par de placas. • A vantagem deste método é que não é necessário destruir a amostra de solo para medir a sua umidade, e o monitoramento pode ser contínuo. • A desvantagem é que o método é indireto, e é preciso calibrar uma relação entre a resposta do aparelho de medição e a umidade do solo. Medição da umidade do solo • Moderação de neutrons • O método da moderação de nêutrons está baseado na emissão de nêutrons por uma fonte radioativa inserida no solo através de tubos de acesso. • Os nêutrons sofrem espalhamento pelos átomos de hidrogênio da água presente no solo, e alguns deles podem ser detectados por um detector também inserido no solo por um tubo de acesso. • Quanto maior a contagem de nêutrons no detector, maior é o conteúdo de água na proximidade do equipamento (Libardi, 2012). Usando sonda de neutrons Disponibilidade de água no solo para as plantas Quanto menor a umidade, maior o potencial mátrico DISPONIBILIDADE REAL DE ÁGUA NO SOLO É a fração da disponibilidade total de água no solo que a cultura poderá utilizar sem afetar significativamente sua produtividade 𝐷𝑅𝐴 = 𝐷𝑇𝐴. 𝑓 DTA é a disponibilidade real de água no solo (mm de água/cm de solo) f é o fator de disponibilidade de água no solo (0,2 – 0,8) Valores típicos de f: 0,4 para verduras e legumes 0,5 para frutas e forrageiras 0,6 para grãos e algodão Os valores de f também podem ser definidos com base n evapotranspiração de referencia – Eto (tabela a seguir) CAPACIDADE TOTAL DE ÁGUA NO SOLO (CTA) É a quantidade de água disponível no solo até a profundidade efetiva do sistema radicular da planta a ser irrigada (Z). 𝐶𝑇𝐴 = 𝐷𝑇𝐴. 𝑍 CTA em mm Z em cm CAPACIDADE REAL DE ÁGUA NO SOLO (CRA) É a quantidade de água disponível no solo considerando a profundidade efetiva do sistema e a sensibilidade da planta a ser irrigada. 𝐶𝑅𝐴 = 𝐶𝑇𝐴. 𝑓 ou 𝐶𝑅𝐴 = 𝐷𝑅𝐴. 𝑍 ou 𝐶𝑅𝐴 = 𝐷𝑇𝐴. 𝑓. 𝑍 CRA em mm Profundidades efetivas das raízes IRRIGAÇÃO REAL NECESSÁRIA (IRN) É a quantidade real de água necessária à aplicação por irrigação. Podem ocorrem dois casos: a) Com irrigação total Quando a água da cultura for suprida somente pela irrigação 𝐼𝑅𝑁 ≤ 𝐶𝑅𝐴 𝐼𝑅𝑁 ≤ ou 𝑈𝑐𝑐 − 𝑈𝑝𝑚𝑝 . 𝑑𝑔 . 𝑍. 𝑓 (𝑚𝑚) 10 b) Com irrigação suplementar Quando parte a água da cultura for suprida pela irrigação e o restante pela precipitação efetiva (Pe) 𝐼𝑅𝑁 ≤ 𝐶𝑅𝐴 − 𝑃𝑒 𝑈𝑐𝑐 − 𝑈𝑝𝑚𝑝 . 𝑑𝑔 . 𝑍. 𝑓 𝐼𝑅𝑁 ≤ − 𝑃𝑒 (𝑚𝑚) 10 IRRIGAÇÃO TOTAL NECESSÁRIA (ITN) É a quantidade total de água necessária à aplicação por irrigação. Podem ocorrem dois casos: 𝐼𝑇𝑁 = 𝐼𝑅𝑁 𝐸𝑎 Ea é a eficiência de aplicação da irrigação Exercício a) Calcular a Disponibilidade Total de Água (ITN) para a seguinte condição: - Local: Muqui - irrigação: total - Evapotranspiração de referencia: 7 mm/dia - Solo: Umidade na capacidade de campo = 32%, Umidade no ponto de murcha permanente = 18%, densidade aparente do solo = 1,2 g/cm3 - Cultura: milho, profundidade efetiva das raizes = 50 cm b) Calcular o ITN para a condições do item a, assumindo uma precipitação efetiva de 14mm no período Infiltração de água no solo Equação de Kostiakov Classificação dos solos quanto a VIB O valor de VIB é utilizado para se indicar quais os métodos de irrigação possíveis de serem usados em determinado solo, bem como a intensidade de máxima aplicada na irrigação por aspersão Medição da Infiltração Infiltrômetro de anel Medição da Infiltração Infiltrômetro de anel Infiltrômetro de Anel • Consiste de dois anel concêntrico, o de menor com 25 cm de diâmetro e o maior com diâmetro de 50 cm. Ambos com 30cm de altura. Os anéis devem ser instalados no solo com o auxilio de uma marreta. Coloca-se água, ao mesmo tempo nos dois anéis. Geralmente a lâmina de água no cilindro interno é maior externo, devido a função do cilindro externo que é apenas a orientação das linhas de corrente. Infiltrômetro de Anel E com uma régua graduada acompanha-se a infiltração vertical no cilindro interno para vários intervalos de tempo. • A capacidade de infiltração instantânea é calculada por: h VI t Onde: VI é a velocidade de Infiltração (mm/h) ; ∆h é a variação da lâmina d’água (mm); ∆t é o intervalo de tempo (h); Infiltrômetro de Anel • Resultado gráfico: velocidade (ou capacidade) de infiltração pelo tempo Capacidade de Infiltração 60,00 I (mm/h) 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 t (h) Onde: I é a velocidade de Infiltração (mm/h) ; t é o tempo (h); VIB Equação obtida