Pontifícia Universidade Católica de Goiás Engenharia Civil Infiltração e Água no Solo Professora: Mayara Moraes • Definição: Passagem da água através da superfície do solo, passando pelos poros e atingindo o interior, ou perfil, do solo. • Importâncias: – Crescimento da vegetação; – Abastecimento dos aquíferos (reservatórios de água subterrânea); – Armazenamento da água que mantém o fluxo nos rios durante as estiagens; – Redução do escoamento superficial; – Redução das cheias; – Diminuição das erosões. • Processo difícil de quantificar. – Física não muito complicada, mas fortemente dependente da variabilidade espacial das propriedades do solo. – Estimativas por equações empíricas ajustadas para reproduzir dados medidos no campo. • O solo é uma mistura de materiais sólidos, líquidos e gasosos. • Na mistura também encontram-se muitos organismos vivos (bactérias, fungos, raízes, insetos, vermes) e matéria orgânica, especialmente nas camadas superiores, mais próximas da superfície. Conteúdos de ar e água variáveis! O restante é composto por poros, que podem ser preenchidos por ar ou água. Aproximadamente 50% do solo é composto de material sólido. • Parte sólida mineral do solo: – Normalmente, analisada do ponto de vista do diâmetro das partículas. • • • • • Argila, silte, areia fina, areia grossa cascalhos. • Geralmente, os solos são formados por misturas de materiais das diferentes classes. • Tipo de partículas na composição: – Características do solo – Forma com que a água se movimenta e é armazenada no solo. • Cinco tipos de textura de solo são definidas com base na proporção de materiais de diferentes diâmetros. • Definição: Fração volumétrica de vazios – Volume de vazios dividido pelo volume total do solo. • Solos arenosos: Entre 37 a 50 %. • Solos argilosos: Entre, aproximadamente, 43 a 52%. • Valores bastante variáveis, dependendo de muitos fatores: – Tipo de vegetação; – Grau de compactação; – Quantidade de material orgânico e vivo. • Umidade do Solo: – Solo Saturado: Poros completamente ocupados por água. – Solo seco: Poros completamente ocupados por ar. • Método gravimétrico: – Coleta e pesagem da amostra; – Secagem da amostra e nova pesagem. • Estufa: 105C, 24 horas. • TDR – “Time domain reflectometry” – Existe uma relação entre o conteúdo de umidade e a constante dielétrica do solo. – Mede o tempo de transmissão de um pulso eletromagnético através do solo, entre um par de placas metálicas colocadas no solo. – Permite medições contínuas e não destrutivas. • Outros (nuclear, sensoriamento remoto…). • Umidade do solo varia ao longo do tempo. • Retirar a umidade do solo: – Por gravidade – Por sucção • Curva de retenção de umidade no solo. – Relaciona o conteúdo de umidade do solo e o esforço (em termos de pressão) necessário para retirar a água. Capacidade de campo: Conteúdo de umidade sujeito à força da gravidade. Ponto de murcha: Umidade do solo para a qual as plantas não conseguem mais retirar água e morrem. Ainda há água, mas ela está tão fortemente ligada às partículas de solo que as plantas não conseguem retirá-la. • Umidade do solo variável ao longo do tempo: – Variações sazonais de temperatura, precipitação e evapotranspiração. • Equação de balanço hídrico de uma camada de solo: – – – – – V = Variação de volume de água armazenada no solo; P = Precipitação; Q = Escoamento superficial; G = Percolação ET = Evapotranspiração. • Fortemente dependente do tipo de material poroso. – Solos arenosos: ± 20 cm/hora. – Solos siltosos: 1,3 cm/hora. – Solos argilosos: 0,06 cm/hora. • A infiltração e a percolação da água no solo são mais intensas e rápidas nos solos arenosos do que nos solos argilosos. • Solo inicialmente seco; • Absorção da chuva quase total: – Muitos poros vazios – preenchidos com ar. • À medida que os poros vão sendo preenchidos, a infiltração tende a diminuir. – Limite: Condutividade hidráulica (capacidade do solo de transferir a água para as camadas mais profundas – percolação). – Próximo da saturação, a capacidade de infiltração permanece constante e aproximadamente igual à condutividade hidráulica. • Equação empírica: 𝑓 = 𝑓𝑐 + (𝑓𝑜 − 𝑓𝑐 ) ∙ 𝑒 −𝛽𝑡 – f = Capacidade de infiltração num instante qualquer (mm/hora); – fc = Capacidade de infiltração em condição de saturação (mm/hora); – fo = Capacidade de infiltração quando o solo está seco (mm/hora); – t = Tempo (horas); – 𝛽 = Parâmetro que deve ser determinado a partir de medições no campo (hora-1). • Parâmetros estimados a partir de experimentos em campo. – Exemplo: Medição de capacidade de infiltração com o método do infiltômetro de anéis concêntricos. Dois anéis metálicos cravados verticalmente no solo de modo a restar uma pequena altura livre. Aplica-se água em ambos os cilindros, mantendo uma lâmina líquida de 1 a 5 cm e, no cilindro interno, mede-se o volume aplicado e o nível da água em intervalos fixos de tempo. A finalidade do cilindro externo é manter verticalmente o fluxo de água do cilindro interno, onde é feita a medição da capacidade de campo.