NÁSSARA 100 ANOS DE UM MESTRE DA CARICATURA Autor de Alá-la-ô, clássico do Carnaval, elefoi apontado como a mais perfeita síntese do Rio por seus desenhos, suas músicas e suascores. PÁGINAS 32 E33 Órgão oficial da Associação Brasileira de Imprensa m Outubro 2010 \ i i I m Aarte reflexiva de Rubem Grilo A volta do Sua criatividade e seu domínio técnico dão-lhe 10, II112 especial destaque na História da xilogravura. PÁGINAS 34, 35 e 36 COMPANHEIRO DE GLÁUBER MOSTRARÁ INÉDITOS DELE UMA NOVA HISTÓRIA JUIZ GARZÓN quer O JB QUE AMÁVAMOS PARA OS QUADRINHOS PUNIR TORTURADORES ATRAI ESTUDANTES CENTENAS DE ALUNOS DE COMUNICAÇÃO ClNEGRAFISTA, ROQUE ARAÚJO SEGUIU A MUDANÇA NO PERFIL DO CONSUMIDOR Autor da ordem de prisão do RECEITA DO CRIADOR DE DEUS E O DIABO E ALTERA ESTRATÉGIA DE LANÇAMENTOS DAS ditador plnochet, ele sustenta LOTARAM A ABI NUM SEMINÁRIO COM A CÂMERA NA MÃO O FLAGROU EM EDITORAS E AMPLIA ESPAÇO NAS LIVRARIAS. que tortura não é crime político REPASSADO DE DOCES LEMBRANÇAS. CENAS JAMAIS EXIBIDAS. PÁGINA 17 PAGINAS 3, 4, 5,6,7 E 8 e não prescreve. página 29 PÁGINAS 13, 14, 15 E 16 Adolfo: Repórter tem de ser rebeldeJ 0 criador da Folha Dirigida diz que as boas matérias estão na rua; o dever do repórter, inconformado, é buscá-las. PÁGINAS 19, 20, 21, 22 E Z _ Aconteceu na ABI Jornal Ex-: histórias da imprensa de vanguarda nos anos 70 por José Reinaldo Marques Um ato de celebração e exaltação do jornalismo de vanguarda praticado no Brasil nos anos 70 foi a solenidade de lan Lançamento da edição fac-simile da publicação enseja depoimentos de alguns dos ases que a fizeram: Dácio Nitrini, sobreascoisas queaconteciamno Brasil. Vale registrar que naquele Mylton Severiano da Silva e Fernando Morais. lefoneera um artigo de luxo. En tempo não existia internet e o te tão era a partir dessas publicações çamento da coleçãodo antigo jornalEx-, quase artesanais, passando de mão realizada em 5 de outubro na sede da ABI. em mão, circulando pelovelho Cor A edição comemorativa é um trabalho con junto da ImprensaOficialdoEstadodeSão Paulo edoInstituto Vladimir Herzog, que reúne 20 ediçõesem fac-simile da publi cação,as 16ediçõesque foram exibidasem bancas eumaespecial inéditaquenaépoca foi censurada e não pôde circular. O Ex- era um jornal de periodicidade mensal, quedevido àspressões quesofreu reio, que aspessoas sabiam oque es- *sl ex ANO l-N!1-NOVEMefiO II tava se passando no País e articulavam o movimento de resistência." Herzog diz que os veículos sindicais também têm uma participação muito JORNAL DE TEXTO, HISTORIA EM QUADRINHO, FOTOS ECOMETAS do Governo militar foi editado no curto período de 1973a 1975.Uma publicação que, em face do seu projeto editorial ou sado, entrou para a História da impren sa do País comouma das mais importan tes publicações independentesque circu importante nesse processo. Por isso o projeto do Instituto inclui a realização de dez documentários para a televisão separados por temas, nos quais se fará uma abordagem sobreas publicaçõesdos sindicalistas e outras que trataram da questão da mulher. "Todos esses seg mentos tinham um grupo significativo de títulos e fizeram um trabalho muito importante", diz Ivo Herzog. laram durante a ditadura militar. A solenidade de lançamento foi com plementada com um debate sobre o tema A imprensa alternativa dos anos 70, do O título O bate-papo sobre imprensa alterna tiva na década de 70 foi realizado na Sala qual participaramjornalistasque traba lharam na Redação do Ex-, como Myl- Belisário de Souza, localizada no 7° an dar da sede da ABI. Entre os assuntos ton Severiano da Silva, Dácio Nitrini e abordados, a platéia ficou sabendo da origem do título Ex-. Foi Mylton Seve riano, conhecidocomoMyltainho, quem Fernando Morais. Entre os debatedores estiveram presentes também o Presiden te do Instituto Vladimir Herzog, Ivo contou para os presentes como nasceu Herzog; o Presidente da ABI, Maurício a idéiade lançamento do jornale o nome Azedo, e os Conselheiros MárioAugusto com o qual ele foi batizado: Jakobskind, Lênin Novaes e Arcírio GouvêaNeto. A platéia era formada por convidados e associados da Casa. "O Ex- é mais um dos brilhantes títu BC.Cnm*.fmhmta los do Sérgio de Souza, um dos funda dores do jornal, que teve a interessante idéia de reunir um grupo que era ex-Bondinho, ex-Realidade, ex-Folhade S.Paulo. fl l>ipi Jipoteã» O projeto A idéia da organização da coleção foi do jornalista Dácio Nitrini, que ingres sou no£x- como estagiário e juntou-se ao time de craquesda imprensa que fun daram o jornal, como Mylton Severia no, Paulo Patarra, Narciso Kalili,Hamil ton AlmeidaFilho,Sérgiode Souza, José Hamilton Ribeiro, José Carlos Marão e o fotógrafo Amâncio Chiodi. Dácio Nitrini disse que se sentia fe liz porter tido maistempo paratocar um projeto que considera uma conquista pessoal, com grande significado para a memória da imprensa alternativa, que hoje já é vista sem barreiras e desperta curiosidade no mundo acadêmico: "A concepção das pautas, o vanguardismo das histórias em quadrinhos, tudo isso desperta o interesse pelos conteú dos que os jornais alternativos publica vam há 35 anos. Hoje os blogs, o twitter e o facebook não contemplam os ní veis de discussão e reflexão como os al ternativos fizeram", afirmou Nitrini. Foi ele quem apresentou a idéia da organização do acervo do Ex- ao Insti tuto VladimirHerzogquando soubeque a instituição se preparava para desenvol ver um trabalho de preservação da His- 10 (Jornal da ABI 359 Outubro de 2010 tória recente da imprensa no Brasil,que é muito pouco conhecida: Distrito Federal. Ofx- é o primeiro pro duto desse projeto maior." "Um dos primeiros projetos que a gente realizou com um bom aproveita mento foia recuperaçãodos exemplares do jornalEx-. Coma parceria da Impren sa Oficial de São Paulo, conseguimos colocar esse acervo disponível para con sulta totalmente digitalizadoatravés do site Memórias Reveladas do Arquivo As décadas de 60 e 70 foram marcan tes na produção de publicações alterna tivas no Brasil. Ivo Herzog analisa esse período como a forma que esse setor da imprensa encontrou para articular a luta de oposição ao autoritarismo: "Ele teve esse estalo de colocar esse tí tulo no jornal, que por sinal é origina líssimo." Contou Myltainho que o grupo que lançou o Ex- tinha trabalhado na revista Realidade e na Folha de S.Paulo, no perí odo de 1959 a 1964. Entre eles estavam também Murilo Felizberto e José Carlos porque não faziam parte da grande mí Azevedo. Todos tinham passagem pela Redação deQuatro Rodas, quenaopinião Nacional (o acervo entrou no ar às 20h dia, eram menores, artesanais e tinham dele "foi o laboratório da Realidade''. dessedia 5 de outubro), para ser consul tado via internet.", disse Ivo Herzog. Informou Ivo Herzog que o Institu to está desenvolvendo outro projetoque queusardemuita criatividade einteligên cia para passar as mensagens burlando os órgãosdecensura.Então,do ponto devis ta ativo, foi um período riquíssimo. Sea pretende reunir toda a História da im prensa no Brasil produzida entre 1964 gente pegar como exemplo o Ex-,vamos verificar que as ilustrações e os textos são Revelou Myltainho que o cerco que os militares impuseram à imprensa aca bou por precipitar o lançamento do Ex-. Segundo ele, a ditadura pressionou a Editora Abril, que resolveu se desfazer e 1979, desde os jornais que iam para as bancas até os que circulavam clandesti fantásticos. Eu as considero verdadeiras "Eles são chamados de alternativos da toda a equipe. Quando veio o AI-5, eles ficaram "queimados no mercado" e semlugarparaexercera profissão, o que os obrigou a criar o seu próprio jornal lho de pesquisa, catalogação, contextu- obras de arte", disse Herzog. Na lista dos jornais irreverentes que circularam no período do autoritarismo, Ivo ressalta aqueles que ficaram mais co nhecidos, comoMovimento, Pasquim, Pif- de Arte da Realidade, e ao Narciso Kali li e fundaram a A&C (Arte e Comunica ção), que lançou OBondinho (1971-1972). Publicação cult, O Bondinho não durou namente e o que era editado no exílio: "Trata-se de um acervo com mais de 300 publicações. Vamos fazer um traba alização de cada uma das edições. Vamos Paf,e os títulos menos conhecidos como editar também um üvro sobre esse acer o FBI, de Frente Brasileira de Informa vo, além da criaçãode um portal que vai reunir todo esse material. Está prevista ainda a realizaçãode exposições, que irão ção, que era editado no exílio: percorrer todas as capitais do Brasil e o encontraram para se manter informados "O FBI era editado no Chile, França e Itália. Foi uma maneira que os exilados para não ficar sem trabalho: "O Sérgio de Souza se juntou com o Eduardo Barreto, que tinha sido editor mais do que dois anos, por falta de anun ciantes. Em 1973, juntamente com o Amâncio Chioti, eles criaram outra edi tora e aí começa a história do Ex-." "Nós enfrentamos muita dificuldade. Eu comi muito sanduíche de pão com Aprincipal proposta editorial erafa zer jornalismo, quadrinhos e humor. A frente do projeto estavam Paulo Patar ra, que foi um dos responsáveis pela sustentação econômica, Hamilton Al mida. A cada edição eram vendidos en tre 7 e 8 mil exemplares. Somente na sua segunda fase - em meida Filho, Palmério Dória, Mylton Severiano e os repórteres-fotográficos Elvira Alegre e Amâncio Chiodi, entre outros "ex-editores". Como o dinheiro era curto, o jornal se sustentava da venda em banca e da aju Diz Myltainho que uma das reporta gens mais interessantes doEx- foi aque relatava o assassinato do jornalista Vla mortadela. O jornaltinha umavendatí dimir Herzog, nos porões do Doi-Codi de SãoPaulo, em 25 de outubro de 1975: "Essafoia definitivaeque determinou o fechamento do jornal. Foi uma repor meados de 1975, já próximo do seu fe chamento - é que o Ex- ganhou um fô lego financeiro, com um investimento do Paulo Patarra, que tirou dinheiro do tagem feita debaixo de medo, mais que isso: era o terror. Mas nós éramos mais jornalistas doquenósmesmos imaginá próprio bolso (a indenização que ele ti ^^ nha recebido quando foi demitido da Abril) para injetar no veículo. Myltainho lembra-se com carinho de da de um amigo que garantia pequenos anúncios. Toda a equipe andava de ôni bus,otelefone daRedação eraumorelhão que ficava na esquina daruaonde selo calizava a Redação.Eramcompradas vá rias fichas e cada repórter recebia a sua cota, como lembra Myltainho: A morte na primeira página uma montagem em va um sósia de Hitler banhando-se nu em vocou a ira dos censores, que passaram a taca a entrevista que Fernando Morais fez com Fidel Castro, que foi capa de pressionar cada vezmais o jornal. uma das edições. umapraia. Nomês seguinte, o jornal pôs que oPresidente Nixon aparecevestido de presidiário. Esse jornalismo satírico pro "Eupergunteia ele: o queo senhorvai "Eraum jornal que atraía militância, mas chamava a atenção também dos jo vens, uma faixa muito grande da contra- Naopinião deFernando Morais, oExeraum jornal"iconoclasta eherege", que se permitia essas ousadias: média, a família enquanto instituição, ou defender o uso de drogas." pessoal dabase doPartidão que eles (agen tes da ditadura) prenderam, comoPaulo horado pau, da tortura, era perguntado: queporr... oFernando Morais foi fazer em Cubai Que m... elefoifazerláque até hoje após três meses em Cuba onde passou três meses sem que tives nãopublicou reportagem nenhuma^ En tãodealguma maneira essacapa do£x-me protegeu dobraço da repressão." Dirigindo-se à platéia, Fernando Mo rais disseque consideravaoEx- uma pu blicação revolucionária, tanto nosentido político quanto do pontodevistaesté cussões sobre sexualidade, entre outros bomba" de alto valor destrutivo de al mento houve um recrudescimento da re derados ultrapassados: Fidel Castro, e que "Eu estava desesperado para tornar depois se transfor mou no livro A Ilha. Na época Fernan do trabalhava na re vista Visão, que re solveu não publicar a matéria e ainda por cima o demitiu. Isso público quea minha ida a Cuba não ti nha sidoparabuscararmas,dinheiro ou fazer curso de guerrilha, mas que era uma viagem profissional empleno exercício do jornalismo. E publicamos a reportagem no Ex-, comigocomo entrevistado." Aediçãoque exibiuessaentrevista pu blicou acapafamosa emqueaatriz Bruna acabou por lhe cau sar um problema po lítico. Como era de conhecimento públi coque elehaviafuradoo bloqueioecon Lombardi aparece mandando Fidel Cas tro raspara barba,desenhadaporJaime seguido chegar a Cuba, osórgãos dese gurança ficaram intrigados tentando descobrir oqueeletinhaidofazer nailha, cubano sobre o que ia fazer no momen to em que sua barba começasse a mos Leão(ao lado). Aidéianasceu de uma per guntaqueFernando Morais fezaolíder trar fios brancos: zíamos um jornalismo que mexia com a cabeça das pessoas. A lição é essa, de que é possível fazer um veículo de re sistência debaixo da ditadura militar, que não era frouxa, que matava as pes soas nas ruas. Mas nós fazíamos essa imprensa de briga, sem nenhum tipo de ditadura militar." que apurou na viagem. Isso deixou-o aflito, porque nesse mo Cuba, entrevistando a impressão dos jornais, no entanto fa ditadura, eles faziam crítica aos valores da sociedadeburguesa,promoviamdis doEx- desde o tempodojornalBondinho, gem que ele fez em vamos. Não havia dinheiro para pagar como o Ex-. Além do enfrentamento da aspectos, quefuncionavam como "uma entrevistado por cau sa da longa reporta "Não tínhamos dinheiro às vezes para pagar oaluguel dos imóveis queutilizá tico. Essa era, na sua opinião, uma das grandesmarcasdos jornaisalternativos do profissionalepoliticamente ao pessoal pressão. MataramVladimir Herzog; to dosos outros colegas jornalistas que iam sendo presos, acusados de comunistas, eram pressionados sobtortura a revelar aos agentes da ditadura o que ele, Mo rais, tinha ido fazer em Cuba: Considera Fernando Morais que o grande legado que osjornais independen tes deixaram paraa prática profissional é o deque é possível fazer bomjornalismo partindo do nada, comzero de recursos: apoio. Não éramos heróis, queríamos fazer um bom jornalismo e derrubar a se publicado uma linha sequer sobre o se deu não como jor nalista, e sim como gueses. Porque uma das maneiras de combate à ditadura era combater a classe Markun e Rodolfo Konder, a todos eles na Como uma entrevista salvou Fernando Morais cultura, pelos ataques aos valores bur Iconoclasta, herege causa da publicaçãodessa matéria, mas o queríamos fazer um quando este retornou do exílio, e des fazer4- E ele me respondeu: 'Ou eu pin to, ou corto'. Mas na verdadeacabouque "Provavelmente eu não fui preso por mas a sua participa ção mais expressiva uma matéria que ele próprio fez com o compositor Geraldo Vandré {Dispara da; Para não dizer que não falei de flores) Uma das coisasque mais chamavam a atenção no Ex- eram as suas capas extra ordinárias.Ado primeironúmero mostra não fez nem uma coisa nem outra." Fernando Morais contou que era liga vamos.Estavano sangueda gente,tínha mosque fazer aquela reportagem." guns valores morais do período, consi "Lição de vida e de adesão ao interesse social u Aodar por encerradoo evento, o Pre sidente da ABI, Maurício Azedo, elogiou "osensinamentos que os depoentes trou xeram nas suas intervenções", e o traba lho de Ivo Herzoge do Instituto Vladi mir Herzog, que "patrocinou e avançou nessaidéiade reproduçãoda coleção do jornal Ex-". Maurício fez um agradecimento espe cial aosjornalistas Dácio Nitrini, Mylton Severiano e Fernando Morais, que na sua opinião apresentaram ao plenário "uma lição de jornalismo, de vidae de adesão ao interesse social como raramente a gente encontra emqualquer reunião". Sobrea sugestãodeFernandoMorais de reunir de novo o grupo para produ zir o tipo de jornalismoque osveículos independentes inauguraram no Brasil, disse o Presidente da ABI: IJornal da ABI 559 Outubro de 2010 11 "Quero assinalar que essa idéia de Fernando Morais pode ser o ponto de partida para a mudançade que se cogi ta e de que "Ex", OBondinho e essas pu blicações foram pioneiras. Penso que poderemos avançar diante do objetivo de todos nós, que é a democratização da informação e da implantação da digni dade da vida humana aqui no Brasil." Lembrou o Presidente da ABI a exis fessora e pesquisadora BeatrizKushnir, organizou para a Editora da Universidade Federal Fluminense sobo tituloMaços na gaveta, que reúne colaboraçõesde jornalis tas e pensadoressobrequestõesda áreade comunicação. Entreos trabalhos publica dos figuraum estudo da ProfessoraSandra Alves HortasobotítuloImprensa Alterna tiva - Comentários ao Acervo: tênciade umacoleção deimprensaalter nativa que foi depositada no Arquivo Geral daCidade doRiodeJaneiro, aqual "O estudocontéminformação preci osa sobreessacoleção da imprensa alter nativa de que é proprietário o Municí pio do Rio de Janeiro. Isto é, o povo ds compreende cerca de 700 títulos reuni cidade através do seu Poder Público. dos durante anos por uma sériede pes quisadores, sob a liderança de Maria AméliaMello,queatualmente é Diretora da Editora José Olympio. DisseMaurícioque as informaçõesso bre esse acervo figuram emumlivro que a Diretora doArquivoGeral daCidade, pro Aofinaldoencontro,dirigindo-se aos debatedores, o Presidente da ABI afir mou que vai torcer para que sejam cria das outras oportunidades "para que a gente possa reproduzir, em conjunto ou individualmente, essaliçãode jornalis Os ex-editores: naprimeira fila, apartir da esquerda, José Trajano; Luiz Fernando Vitral e Palmério Dória; atrás, Cláudio Faviere, Armindo Machado, Mylton Severiano, Hilton Libos, Alex Solnik, Márcia Guedes, Luiz Herrero, Hamilton Almeida Filho e Ivo Patarra (encoberto). mo e de vida que vocês nos ofereceram". rumandoo cintodascalças. Ou seja, 'de sarmado' e se imaginando protegido, aplicaram em seu traseiro um 'pé na bunda'. Na campanha de 2010, jamais Um estímulo à reflexão sobre a mídia atual Por Paulo Chico Atual Diretor de Jornalismo da TV Gazeta, de São Paulo, Dácio Nitrini, 58 anos, considera que o lançamento do Exno Rio de Janeiro não só lançou luz so bre o passado, resgatando a história de um marco da chamada imprensa alter za, colega morto em 2008 e que foi Edi tor do Ex-. Porém, acho que o olhar dos que querem ser independentes deve se deslocar do papel paraa telado compu tador. A saída está no mundo web, no meio digital. Épreciso reorganizar asre des sociais em busca de um espaço co mum para publicações." nativa dos anos 1970, como também permitiu, na revisita às páginas do jor Nova forma de censura nal, uma reflexão sobre a mídia atual. Também membro da equipe do Ex-, Afinal, um dos temas políticos mais no qual chegou a exercer a função de Editor-Executivo, Mylton Severiano tem uma visão menos positiva em relação à explorados nas eleiçõesdeste ano foi exa tamente a liberdade de imprensa e a re laçãoda imprensa com o poder. "O lançamento da coleçãodo£x- éuma imprensa no Brasil: feliz coincidência com o debate que se "Para a grande imprensa, ou mídia gorda, como eu a chamo, há total liber travanessemomento.Os termos freqüen tementeutilizados paraqualificaro jornal (nanico, alternativo, pequena imprensa...) são,na verdade, merasmetáforas imper feitas para a expressãoque nós achamos dade. Ela dizoquequer, publica qualquer barbaridade como se fosse jornalismo. Nos meus 50 anos de profissão, nunca imagineique a nossa imprensa chegaria exata: jornal independente. Espero queo debate atualleve emcontaqueimprensa independentenãoéapenasaquelalivre das pressõesgovernamentais, dos conglome radoseconômicos e igrejas. Quem relera coleção veráqueoúnicocompromisso da publicação eracoma liberdade depensa a tal nível de mediocridade. Sem dúvi da, ela vive atrelada a outros interesses e compromissos, que terminam por re presentar uma nova espécie de censura, uma modalidade de controle. Basta lem brar o recenteepisódio em queoEstadão demitiu sua colaboradora Maria Rita mento, opinião e criação dos jornalistas, Kehl, tão apenas por escrever que o Governo Luladeixará importantes fei quea produziam a partirda realidade que tos sociais como legado." viviam e observavam", diz ele. Myltainho, um dos participantes do evento realizado na ABI, aprofunda sua análise sobre a conturbada relação entre Nitrini reconhece que há, de fato, li berdade total deimprensa edeexpressão no País. Mesmoeventuais compromissos e interesses econômicos da grande im prensa não impedem que os cidadãos sobretudo quando se discute a liberda tenham acesso a outros meios de infor de de imprensa, na medida em que mação. Basta ver a blogosfera,o Twitter ecanaisdetv internacionais, que podem ser acessados por assinatura ou através da internet. Ou mesmopoucas publica nosso jornal circulava durante a pior ditadura que o Brasilenfren tou. Hoje, estamos em democra cia ascendente. Como o Lula res ções impressas. saltou, nunca a imprensa teve tanta "Há, no mercado, alguns veículos se melhantes, comoaCarosAmigos, nãoco incidentemente criada pelo Sérgio deSou- liberdade. Sóparaexemplificar, a Veja 12 (Jornal da ABI 359] poder e mídia nos últimos anos: "O relançamento do£x-éimportante pôs na capa na campanha de 2006 o Pre sidente de costas, numa foto malsã, ar- vi tanto deboche na imprensa contra um candidato do Governo. Sem falar nas calúnias, invencionices e falta de repu blicanismo. Incentivam a acusação de que a Dilma é a favor de matar crianci Alguns episódiosde controle ecensura préviada informação, em respeitoaosin teressesdas própriasorganizações deco municação, chegam a ser escandalosos. "De Santa Catarina, onde vivo, até os confins do RioGrande do Sul,há um mo nopóliodainformaçãonasmãosdafamília Sirotsky.Eveja que curiosa coincidência: há coisade dois ou três meses, um meni nhas! Diante do menor sinal de contra- no de 14 anos, membro dessa mesma fa riedade doPresidente ouda própria can didata, reclamamque o Governo quer atropelar a Überdade de expressão". mília, barbarizou eestuprou umacolega, HonoráveisBandidos, UmRetrato doBrasil na companhiade outros dois rapazesdo colégio. Isso,evidentemente,não saiunos jornais nemnatevê. PauloHenriqueAmorim foio únicoque vi pôr no ar uma ma tériaa respeito, noDomingoEspetacular, na TV Record. Nela, uma mulher humilde, ouvidanasruasdeFlorianópolis, foidireto naEra Sarney - escrito em parceriacom ao ponto: se fosse um filho dela o autordo "Sistema avassalador" Colaborador de várias publicações, Myltainho colhe frutos do sucesso de PalmérioDória, atualmente o título mais vendido da Geração Editorial, e prepa ra livro sobre outra publicaçãohistóri ca: a Realidade, considerada a melhor revista de reportagens já feita no País. Ele vê a extinção das publicações alternati vas como resultado do cerceamento da liberdade nos anos de chumbo. "Essaé mais uma herança maldita da ditadura. Equase impossível lançar um jornal hoje em dia, mediante mexidas no preço do papel, dificuldades de impres são. Aliás, melembro dequeoEstadão cer ta, vez se recusou a imprimir o Ex-.O mes mo jornalão que faz coro com a mídia talestupro, jáestaria enjaulado naFebem", diz Mylton Severiano. Faltou tempo ao Ex- Dácio Nitrini lembra que dos anos 1960 até o final da década de 1970 o Brasil assistiua um boomde publicações contestadoras, com questionamentos comportamentais e, é claro, políticos. "Havia algumas claramente Ügadas a grupospolíticos ou partidosdeesquerda, na época ainda clandestinos. Outras, de perfilanárquico, libertários.Algumas com batiam opreconceito sexual, comoopau- gorda, dizendo queo Governo quercer hst3.noLampião. Outros atuavam no underground, como o carioca Flor doMal. cear a liberdade. Os alternativos e inde Todos unidos contra a ditadura. OEx- não pendentesque resistemnada podemdi ante do sistema avassalador que temos na mídiabrasileira. SeidojornalPequeno, de São Luís/MA, dojornal Pessoal, de Belém/PA, e uns poucos outros. Sãovo zes de estreito alcance,perto da meiadú zia defamílias que desdeo golpemilitar se assenhorearam dos principais canais tevetempodealcançaraestruturaempre sarial conquistada, porexemplo, pelofiisquim. Malchegavaa bancasem outras ca de tevê, dos jornais e das revistas." pitais. Sua presença forte estava em São Paulo, uma cidade de difícil cobertura na distribuição. Ele era lido sobretudo por universitários, intelectuais e artistas. Em borasarcástico ebem-humorado, eramais voltado parareflexões doquePasquim, um jornal satírico por excelência". O Mago de Id:Os quadrinhos tinham espaço no jornal. Como consultar Comobaseparaa reflexão sobreo pa pelda mídia, todaa coleção do£x-, digi talizada, pode servista no portal do Ar quivo Nacional - no site Memórias Re- -p-j— veladas. Basta acessar www.memorias ~l T reveladas.gov.br 157 r>T/— AABI ad<1uiriu exemplar dessa coleção fac-simile de J-T-- Ex-, a qual está à disposição dos associados e usuários da Biblioteca BastosTigre, sediada no 12"andar do Edifício Herbert Moses, diariamente, das 8 às 17 horas. Direitos humanos Tarso Gemo eleito Governador do Rio Grande do Sul, eoMinistro Paulo Vannuchi (à esquerda) vieram ao Rio para prestigiar oJu,z Baltazar Carzón que defendeu na OAB-RJ atese que ambos sustentam: Tortura não écrime político enõo pode ser alcançada pela Lei de Anistia, como entendeu oSupremo Tribunal. Mensaéens Juiz que mandou prender Aplauso de o ditador Pinochet reclama a abertura dos arquivos Thiers à entrevista com Geneton Em mensagem enviada à Casa, o Aconvite da OAB-RJ, Baltazar Garzón faz conferência em que sustenta que tortura não é crime político. Presidente do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, Conselheiro Thiers Montebello, manifestou seu aplauso à Edição Emconferência pronunciada, dia 13 n° 357 dojornal da ABI e especialmente à "excelente deoutubro na OrdemdosAdvogados do Brasil/Seção do Estadodo RiodeJa entrevista com o jornalista neiro,oJuizespanholBaltazarGarzón, conhecido por ter determinado a pri são do ditador chilenoAugusto Pino chet, defendeu aabertura dosarquivos Geneton Moraes Neto sobre a missão de fazer jornalismo". Diz Thiers Montebello: "Agradeçoo envio dojornal da ABI- agosto de 2010-, que traz excelente entrevista com o jornalista Geneton Moraes Neto sobre a missão de fazer jornalismo. Tive oportunidade de assistir à sua entrevista inédita com o compositor Geraldo Vandré, tão ansiada por todos. Quanto à matéria relativa ao TCU, parece-meque a decisãode rever as indenizações determinadas pela Comissão de Anistia refere-se exclusivamenteàquelas convertidas em aposentadoria. O Jornal da ABI enaltece o jornalismo e fortalece a importância do papel exercido pela imprensa. Parabéns por mais essa contribuição. Com meu cordial abraço (a) Thiers Montebello, Presidente" da ditadura militar no Brasil e afirmou que desaparecimentos e crimes de tor tura cometidos por agentes do Estado não podem ser tratados como crimes e o ex-Ministro da Justiça e Governador eleito do Rio Grande do Sul Tarso Gen ro, participantes da mesa, ressaltaram que a visita de Garzón fortalece as cam à época, o Conselho Federal da OAB." Não se estava pedindo a revisão da Lei da Anistia, o que seria inconstitucio nal,masumanovainterpretação dela. panhas em prol da abertura dos arqui O pleito também foi considerado um vos da ditadura rnilitar no Brasil. "Esta visita é um momento de ins ataque às ForçasArmadas, quando o piração eencorajamento paralutasque buscam esclarecer o que exatamente ocorreu no período da ditadura", afir que estava sendo questionado era a punição deagentes civis emilitares que praticaram a tortura", afirmou. Compuseram a mesa do evento, políticos. Énecessário, disse, que as ins mou Vannuchi, lembrandoqueo pro também, os Presidentes da Comissão jeto de lei que cria a Comissão da Ver tituições representativas da sociedade dade, destinada a apurar casosde vio lação de direitos humanos, foi envia do em maio ao Congresso. O ministro afirmou também que de Anistia do Ministério da Justiça, civil saiam dainércia ebusquem aapu ração dos fatos. Integrante da mesa e primeiro ora dor da sessão, o Presidente daOAB/RJ, Wadih Damous, entregou uma placa em homenagem a Garzón e anunciou acriação deumgrupodetrabalhopara organizar campanha em solidariedade ao juiz espanhol, afastado das inves tigações que conduzia sobre os crimes cometidos pelo regime franquista. O Conselho Geral do PoderJudicial da Es PauloAbrão, da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azedo, e da OAB/Pará, Jarbas Vasconcelos. o País aguarda a decisão da Corte In ternacional de Direitos Humanos da Organização dos Estados America- nos-OEAsobre açõesde repressão re alizadas pelas Forças Armadas entre 1972 e 1975 no combateàguerrilha do Araguaia. O ex-Ministro Tarso Genro fez crí panha considerou suas investigações ticas à interpretação do Supremo Tri bunal Federal, emabril,dequea Lei de "ilegais e abusivas". Anistia alcançava os torturadores. Para O Ministro da SecretariaEspecial dosDireitos Humanos, Paulo Vannuchi, ele, a maior parte da mídia propagou uma visãodistorcida do que pleiteava, Desagravo Após a sessão, Garzón viajou para Brasília, onde teria encontro com o Presidente Lula. Ele se reuniria também com estudantes da Universidade de Brasília. No dia 14, Garzón concedeu coletiva na Assembléia Legislativa do Estadodo Rio, onde participou de ato dedesagravo promovido pelo Deputa do Alessandro Molon (PT). Reportagem da Tribuna do Advogado, órgão oficial da OAB-RJ. (jomaldaABI35¥ Outubro de 2010 29 Direitos humanos tem com . ade ambieni gradando ao njdor, que «assostentáví üfcJWg. ma das br? Anistiados e anistiandos pedem "uma atenção mais cidadã" Encontro de entidades de vítimas da ditadura aprova declaração em que expõe 10 aspectos negativos da tramitação dos processos de anistia eformula sete proposições para reversão de um quadro de "omissão, resistência eaté negligência". Sem merecer a atenção da grande mídia, numeroso conjunto de associ ações de perseguidos políticos discutiu em Brasília, em agosto passado, o an damento dos processos de anistia, so breosquaisemitiramextensadeclara ção em que reclamam "uma atenção mais cidadã". O texto da declaração, encaminhado ao Jornal da ABI pelo cumprimento é feito com omissão, re sistência e até negligência. Nossas diligências no decorrer deste período, em que pesetodo o nossoem penho, é frustrante, o que nos obrigou a solicitara atençãodo ConselhoFederal daOrdemdosAdvogados doBrasil, além dejátermos recorrido, emapelo, aoCon gresso, onde assinalamos as seguintes ga, Paraíba, é o seguinte: "Nós, os homens e mulheres que so anomalias, na maioria dos processos em curso na Comissão de Anistia, a saber. 1. os autores de pedido de reparação nhavam com um Brasil mais humano ou seus representantes não recebem e justo, posicionamo-nos pelas refor masedepois lutamos contra aditadu ra. Fomos punidos pelo Estado de en notificações da data de julgamento; tão e continuamos carentes de uma do processo; 3. decisões discrepantes em proces jornalista Paulo Conserva, deItaporan- atenção mais cidadã para recebermos os benefícios concedidos pelo Congres so. Já são transcorridos mais de trinta 2. as decisões são tomadas sem levar em conta as provas contidas nos autos tia cara para o País, pois muito mais cara em vidas, em desarticulação social e financeiramente foi a DITADURA, decujosresponsáveis deveriamserexi gidosos recursosindenizatórios ou re paração ao Estado; 8. se a anistia foi ampla, geral e irres trita para ambos os lados em disputa, como sentencia o STF, que sejam aber tos os arquivos da ditadura e reconhe cidos os responsáveis; 9.declaramos que quanto aos traba lhadores não tem sido considerada pela Comissão de Anistia a situação jurídica das categorias profissionais a que per 10. nos manifestamos contra a limi nar que suspendeu a anistia dos cam poneses do Araguaia e, nessesentido, solicitamos que seja dada atenção es pecial por parte da Comissão da Anis tia do Ministério da Justiça na análise do requerimento e defesa dos campo neses do Araguaia, tendo em vista as dificuldades intelectuais e financeiras de eles contratarem profissionais ho nestos e competentes para a condução dos seus processos. Nos manifestamos também contra as contínuas intromissões do Ministé rio da Defesa buscando suspender a tencia ou pertence o anistiado, escudando-se errônea e propositalmente os anistia dos trabalhadores do Arsenal da Marinha e dos ex-cabos da FAB. parâmetros de "média salarial" da Manifestamos ainda pela continui dade da Ceanisti em perfeita consonân 4. recursos: - Foi julgado apenas um "Data-Folha salários", lesando o anis tiado ao rebaixar salários, não obser anos sem vermos as leis conveniente pequeno número de recursos; alguns vandoo quadrodecarreiras dasempre nos e Minorias da Câmara dos Deputa mente aplicadas ou, no máximo, são lá dormem há mais de seis (£) anos; sas e acima de tudo burlando na repa dos, já que são inúmeras as tentativas de levar ao esquecimento e apagar da memóriado povobrasileiro as lutas dos anistiandos, e anistiados que são verda sos semelhantes; apÜcadas pormetade,reiteradamente. Este período se apresenta em duas etapas: a primeiraaté chegarmos à Lei tegrar os anistiados na sua condição pregressa de trabalho, conformeesta de Anistia - 6.638/79 -, a segunda, a beleceuo Congresso;permanece a dis partir daLei n° 10.559/02, queregula criminação sub-reptícia para com os anistiados na administração militar; menta o art. 8o do ADCT-CF-88, elu 5. há resistência do Estado em rein ração o consubstanciado no princípio e espírito da Lei n° 10.559/2002, que diz: "ovalor da prestação mensal per manente e continuada será igual ao da remuneração que o anistiado político receberia se na ativa estivesse". Sem 6. não estão sendo observados os tergiversação contra ostrabalhadores, terpretações. prazos dereparação econômica confor A legislação pertinente é quase sa tisfatória, porém a correção em sua in terpretação e aplicaçãofoi e está sen do distorcida, ignorada e até mesmo sa me o art. 12,§4o, combinado com o art. dia,a mesma que sustentou o golpe e o valor da prestação deveria ser esta belecido conforme o quadro salarial/ carreiras das empresas públicas, priva dasou empresas mistassobcontrolees tatal a que o anistiado pertencer ou botada. Na melhor das hipóteses o ainda o defende, como sendo uma anis estevevinculado". Éa Lei; cida e acrescenta a abrangência de in 30 (1omaldaABI359 de 2010 18 da referida Lei de Anistia; 7. não aceitamos a pregação da mí cia com a Comissão de Direitos Huma deiros heróis da construção da democra cia do nosso País,restando ainda milha res de processosa serem analisados. Exigimos a imediata abertura dos arquivos militares e civis da ditadura visando à preservação da memória e elucidação dos fatos no sentido de im pedirque parcelas significativas daso ciedade brasileira tenham um discurso democrático, mas ainda mantenham uma postura altamente autoritária e Caravana de Niterói discriminatória. Destas atitudes o Conselho Federal da OAB, em reunião de n° 66 da Dire toria, Protocolo 310045501/2010, so licitou ao Sr.Ministro da Justiça infor mações de que, até à presente data, não temos qualquer notícia. Este é o panorama das dificuldades quetodosestamosenfrentando,eque anistia 19 perseguidos Ato na Faculdade de Direito emocionou aassistência que superlotava seu Salão Nobre. está carecendo de uma UNIÃO NA CIONAL, a fim de buscarmos acolhi Em sessões realizadas em 18 de ou mento pleno de nossas pretensões - Mais do Rio de Janeiro, eÂngelo Ma- tubro na Faculdade de Direito da Uni versidade Federal Fluminense, em Ni sulloReis, representandoo Centro Aca dêmico Evaristo da Veiga, da Faculda terói, RJ, a Comissão de Anistia do Mi deFigueiredo, parcialmente, represen tado por Eliane Pratesde Figueiredo; Adelino Carlos Oliveira, parcialmente, de de Direito. e RafaelFrancisco, parcialmente. legais - obstruídas e torpedeadas soIertemente. Nãonos tratam como ex-persegui dos políticos e, sim, continuamos a ser PERSEGUIDOS, agora pela democra ciapelaqualtanto lutamos eajudamos a estabelecer!!! Que fique claro: buscávamos a de mocracia da Nação, humana, e não a democraciado capital de interesse dos grupos econômicos somente. NOSSA PRETENSÃO: QUE o Governo cumpraasdetermi nações da Lei n° 10.559/02, respeitan do o que está expresso no texto, sem tergiversações; QUE aComissão deAnistia julgue os requerimentos e recursos pendentes nistério da Justiça aprovou a concessão deanistiaa 19perseguidos políticos ra Os anistiados dicados na antiga capitalfluminense, A Comissão de Anistia deferiu os re quefoiumdosmaisimportantescená querimentosdeJoãoPedro deOliveira; rios da resistência ao golpemilitar de Hugo Chor, parcialmente; Jorge Gonçal Iodeabrilde 1964. Entreos processos ves da Silva; Maria Felisberta Baptista figurava o do jornalista Achylles Ar de Andrade; Zélia Leocádia da Trinda mandoJalul Peret, sócio da ABI, que deJardim; Delacy deAlcântara, parcitramita desde2005, cujaapreciação foi . almente; StelaChor, parcialmente; Pau adiada,em razãode pedidodevista. Os loMachado Marques, representado por membros de três Turmas de Conselhei Marilda Medina de Souza Marques; rosdaComissão deAnistia quejulgam Eufrasiano Nunes Galvão, representa processos examinaram no total 29 re doporMaria Edith Maciel Mendes; Aloquerimentos, dos quais um foi indefe ísioJorge Soares Lages, parcialmente; rido e nove adiados. Aldair Leal deCarvalho, parcialmente, A apreciação dos processos consti num prazo compatível com a idade dos representado por EleniceLealde Carva tuiu o clímax da 45a Caravana da Anis requerentes, deferindo ou indeferindo; QUEo tratamento aos requerentes tia organizada pelo Ministério da Jus lho; José Mendonça da Silva, parcial mente; Pedro Izaías de Souza, parcial ou seus representantes volte a ser res peitoso e coerente com o Estado Demo crático de Direito. QUE o Sr. Ministro volte a receber as entidades representativas, dando cumprimento aoqueestabelecem os§§ Io e 2o do art. 12 da Lei, para que os anistiados possamacompanhar os tra tiça,na qualo Presidente daComissão, Paulo Abrão Pires Júnior, ressaltou o empenho do órgão de fazer justiça, pedindo-lhes desculpas em nome do ModestodaSilveira, igualmente mem bro da ABI, o qual defendeu a transfor mação do Estádio Caio Martins em memorial da luta pelo Estado de Direi ção dos que cometeram crimes contra décadas de 60/70, bem como buscarem o ressarcimento ao erário público dos gastos com as indenizações através de ações regressivas contra as pessoas, .políticos eorganizações queparticipa ramdogolpe, quederamsustentação e justificama destruição dasInstituições to, em homenagema centenas decida dãos que ficaram presos em suas de pendências apóso golpe; o advogado Manoel MartinsFilho, de87anos, que emocionou a assistência que superlo tava o Salão Nobre da Faculdade ao relatar as violências sofridas no anti go Estado do Rio por militantes soci ais e pessoascomuns após o Iode abril de1964, ea Professora Vitória Grabois, cujo pai, ex-Deputado Maurício Gra bois, constituinte em 1946, figura en vigentes em 1964; tre osmortos na GuerrilhadoAraguaia, QUE a "Nota da Comissão de Anis tia sobre a Decisão do TCU em Rever cujo corpo não foi descoberto, passa as Anistias às Vítimasdo Regime Mi dos mais de 30 anos. Àmesa quepresidiu asessão tiveram litar" seja inserida no relatório do IV assento o Diretor da Faculdade de Di Seminário Latino-Americano de Anis reito, Professor EdsonAlvisi Neves, are presentante do Governador Sérgio Ca bral, Patrícia Waked Pontes, Assessora tia e encaminhada a organismos inter nacionais de direitos humanos; QUE fique registrado o repúdioà in vestidadoTCU,que,extrapolando suas atribuições constitucionais, se arvora ilegitimamente em submeter revisões deatoslegal elegitimamente decididos pela Comissão deAnistia ematos(por tarias) do Ministério da Justiça. Nossa UNIÃO nos garante confian çanaAPLICAÇÃO DOSBENEFÍCIOS DALEI e nos proporcionará condições para recorrer a outros tribunais. Brasília/DF, 16 de agosto de 2010." Assis Silva Barreto, Valdir Jorge Rodri gues e Mário Rubens Rodrigues. O processo de Carlos Moreira da Rocha foi indeferido; ode Paulo Cezar Duque de Pinho, convertido em diligência. Seis anistiados não viveram o sufi ciente para usufruir da anistia institu ída há maisde 20anos pelaConstitui ção de5 deoutubro de 1988: aolongo da tramitação de seus processos mor reramPaulo Machado Marques, Pedro Izaías deSouza, Roberto Bussinger de Figueiredo, Eufrasiano NunesGalvão, Jorge Gonçalves da Silva e José Men donça da Silva. perseguições da ditadura militar. Tam bém falaram na sessão o advogado QUE o Governo e sua base aliada se comprometam a acionar os tribunais as instituições e de lesa-humanidade nas mes, parcialmente; Roberto Bussinger sessão da Turma 3, também tiveram a apreciação adiada os processos de Elízio Gomes de Souza, Wilson Vieira, José Ventura de Oliveira, Francisco de Estado, a quantos foram vítimas de balho da CA. internacionais paraocumprimento dos tratadosedecisões pararesponsabiliza mente, representado por Maria das Gra ças Nunes de Souza;, Claudionor Go Alémdo processo deAchylles Jalul Peret, emquehouvepedido devistana da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, o advoga do Fernando José Dias, representando a Subseção de Niterói da Ordem dos Ad vogados do Brasil-RJ, o Presidente da ABI, Maurício Azedo,o ex-Vereador Be nedito Joaquim dos Santos, Presidente do Fórum de Anistiados de Niterói e São Gonçalo e ex-Presidente do Sindicato dos Operários Navais do Estado do Rio em abrilde 1964, VitóriaGrabois, VicePresidente do Grupo Tortura Nunca "Arrancaram minha mãe da cama como um embrulho" Jovens de Betim, MG, ouvem com emoção orelato de Herculano Pinto Filho, de 84 anos, que, em cadeira de rodas, narrou seus padecimentos sob aditadura. "Emnome do Estadobrasileiro, o nosso pedidode desculpas". Foi com esta frase que a Vice-Presidente da Comissão de Anistia, Sueli Bellato, concedeu anistia a cada um dos sete ex-perseguidos políticosjulgados na Caravana de Betim no dia 11 de ou Foram julgados também osrequeri mentos de anistia de Maria de Fátima Nolasco, HervêdeMelo,RenatoSantos PereiraeMarydeSouzaMuniz, alémdos casos postmortemcteMariadaSilvaGon çalves e José Deolindo de Oliveira. Estafoia 44aediçãoda Caravana da tubro de 2010. Anistia, a terceira no Estado de Minas A emoção tomou conta de todos os que acompanhavam a Caravana do Mi Gerais. Os julgamentos integraram a nistério daJustiçalogo noprimeiro jul gamento da tarde. Herculano Pinto Fi lho,de84anos, chegou à sessão emca deirade rodas eacompanhado damu lher. Ele erafuncionário público eradi alista na época da ditadura. Fundou e trabalhou em jornais da cidade de La vras, interiordeMinasGerais, efoipre soinúmeras vezes aolongo doregime. "Piordo que ser preso, era a forma comoelesagiam.Lembrodelesentran do na minhacasa, revirando tudo, ar rancando minha mãe da cama como se fosse um embrulho. Passei muitas dificuldades, masgraças a Deusestou aqui hoje",contou Herculano, sob os aplausos de mais de 250 jovens que acompanharam o julgamento. programação do I Encontro Brasileiro de Universitários Cristãos-Ebruc e teve o apoio da Conferência Nacional dos Bisposdo Brasil-CNBB. "Aditadura foi uma duríssima reali dade vivida em nosso País. O controle dasforças derepressão erabrutalevio lento.Os jovensprecisam saberahistó riadaqueles quelutaram pelaliberdade", afirmou o Presidente do CNBB, Dom Geraldo Lyrio, reforçando a importân cia educativa da Caravana da Anistia. "Nós queremos que vocês conhe çam hojeas pessoas que acreditaram em suas convicções e foram capazes dedizerbasta", completou aVice-Presidente da Comissão de Anistia. Fonte: Núcleode Comunicação-Setor de Assessoría e Projetos da Comissão de Anistia. (Jornal da ABÍ35Õ]