2 ■ SÁBADO | 24 de maio de 2008 Saúde CORREIO DO POVO ! Cientistas do Instituto de Pesquisa Médica de Chandigarth, na Índia, avaliaram mais de cem pessoas entre 18 e 45 anos que usavam celular com freqüência. Os que usaram o aparelho durante mais de uma hora diária, após quatro anos, apresentaram dificuldades de ouvir as consoantes s, f, t e z. Os perigos de mochilas pesadas FOTOS CP MEMÓRIA ena comum nas capitais brasileiras, crianças, muitas vezes menores de 7 anos, saem diariamente da escola após as aulas com uma mochila enorme nas costas, carregada de livros e material escolar – agenda, estojo e cadernos. Em todos os começos de aulas, especialistas reforçam os perigos desse excesso de peso sobre as costas para a saúde da criançada. Quem não pensou nisso neste semestre pode pensar para o próximo. Mochilas pesadas podem causar danos graves à postura, como escoliose (desvio da coluna vertebral) ou cifose (aumento anormal da curva dorsal da coluna vertebral). “O esqueleto de criança ainda está em formação, e maleável. Por isso, é preciso tomar cuidado para que o peso da mochila não exceda o recomendado”, diz o ortopedista Horst Wever, professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e consultor de ortopedia do Hospital Israelita Albert Einstein. Para facilitar a vida dos pais e dos pequenos, a fisioterapeuta Susi Mary de Souza Fernandes, mestre em ciências pela Faculdade de Medicina da USP, elaborou orientações para uso da mochila escolar que podem reduzir problemas futuros na coluna. A dissertação de Susi mostrou que educação postural é bemaceita pelas crianças e tem adesão de pais e professores. A pesquisa foi realizada com 99 crianças. “Observei que as crianças transportam carga excessiva, ou seja, superior àquela considerada segura para que não aconteçam danos à coluna vertebral”, diz Susi, lembrando que o peso da mochila, com conteúdo, não deve ultrapassar 10% do peso corporal das crianças. Susi também observou que, na hora de carregar a mochila, as crianças o faziam de modo errado, usando apenas um ombro para isso. “Isto pode acentuar deformidades e causar problemas como a escoliose, caracterizada pelo formato de ‘S’ da coluna vertebral. Por isso, é importante carregar com os dois ombros”, aconselha o professor Horst Wever. Mas, segundo Susi, seus achados já eram esperados. O que muda, aqui, é a intervenção baseada em educação dos pais, professores e das crianças. “Os pais, por questões econômicas, preferem materiais mais resistentes e, conseqüentemente, mais pesados (mochilas estruturadas, cadernos de capa dura e etc.). Muitos também não observam se as crianças carregam materiais além daqueles exigidos pela escola diariamente, ou seja, não fiscalizam as malas”, diz a fisioterapeuta. Eis aí mais uma tarefa para os pais além de checar o caderno do filho: verificar o peso da mochila. Susi ainda diz que as escolas devem colaborar, racionalizando os horários de modo que a criança não precise levar todo o material diariamente e armazenando em armários os materiais de uso diário. C DICAS QUE PRESERVAM Segundo Susi Mary de Souza Fernandes, as pessoas devem tentar transportar a carga de modo simétrico, ou seja, usando as duas alças da mochila. Segundo a fisioterapeuta, essa atitude não forçaria mais um ou outro lado da coluna. Quanto menos compartimentos a mochila tiver, melhor. Muitos compartimentos favorecem a criança a levar mais do que a escola exige. Outra opção é o fichário (que é carregado junto ao corpo e mantém o conceito de simetria) associado a mochila ou bolsa. QUESTÃO DE SEGURANÇA Sob o título “Poder do Leite Materno”, nota publicada aqui no último dia 10, convém esclarecer que existe sim risco no tocante à amamentação quando a mãe é portadora do vírus HIV. O Ministério da Saúde do Brasil, com reconhecidos programas de atenção e tratamento da doença, segue com a recomendação de proibição do aleitamento materno desde o nascimento da criança nessas circunstâncias, fornecendo leite em pó para famílias. Na realidade, o artigo publicado na revista The Lancet, referenciado na nota, indica que, num contexto em que não seja possível a substituição do leite materno por questões financeiras ou logísticas, o risco de infecção pelo aleitamento exclusivo no seio até os seis meses da criança fica em torno de 4%, portanto, ele existe. Terapia O estudo Atac, publicado recentemente no jornal Lancet Oncology, trouxe boas notícias para as usuárias do anastrazol. Este tipo de terapia hormonal contra o câncer de mama, disponível no SUS, previne a recorrência do tumor até quatro anos após o fim do tratamento. O benefício nunca foi alcançado por outro medicamento. As mulheres tratadas com anastrozol apresentaram menor probabilidade de recorrência do câncer em comparação com aquelas que receberam tamoxífeno, terapia padrão usada há duas décadas. Imunologia Um dos grandes segredos para se ter boa saúde é fortalecer o sistema imunológico. Com isso, é possível combater desde pequenas infecções até mesmo se evitar tumores. A médica ortomolecular Sylvana Braga diz que não é difícil garantir o bom funcionamento do organismo. Para Sylvana, quem quer fortalecer o organismo e aumentar a imunidade pode adotar uma dieta diária que inclua iogurte, alho, cenoura, alimentos com zinco: nozes, sementes e cereais integrais. Vinho Pesquisadores do Departamento de Ciências dos Alimentos do Centro Volcani (Israel) descobriram que usar vinho no preparo de alimentos e tomar a bebida moderadamente diminui efeitos nocivos da gordura no organismo. Cientistas compararam amostras de sangue de voluntários que comeram carne de peru preparada com a bebida e sem ela. Exames dos que comeram carne com vinho mostraram menor absorção de substância resultante da digestão das moléculas gordurosas e que está relacionada a males cardiovasculares. Hipertensão O dia 26 de abril foi instituído como Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial e para marcar a data, o Hospital do Coração, alerta sobre os riscos dessa doença. A Organização Mundial da Saúde alerta que a doença pode atingir 3,5 milhões de crianças e adolescentes no país. Para prevenir, é importante evitar o consumo em excesso de alimentos processados, embutidos e industrializados.