III FISIOTRAB Congresso Brasileiro de Fisioterapia do Trabalho Curitiba, Paraná – Brasil 29 e 30 de junho de 2006 LOMBALGIA EM CRIANÇAS NA IDADE ESCOLAR: A MOCHILA COMO FATOR CAUSAL MARÇAL, M A; AMORIM, A P; FLAVIANE, D; MARQUES, F; REIS, F; AUGUSTEN, G; AZEVEDO, M; MOTA, P CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE (UNI-BH), BELO HORIZONTE, MG Resumo Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar se o uso da mochila no período escolar pode ser considerado um fator causal da lombalgia em crianças. Materiais e métodos: Um total de quatorze crianças participaram deste estudo. Todas as crianças foram submetidas à avaliação do peso corporal, assim como as mochilas que foram pesadas através da balança, mensuração da altura através de fita métrica, avaliação subjetiva da dor através da escala análoga visual de dor e avaliação postural da coluna vertebral. Resultados: A população estudada foi constituída de Crianças de ambos os sexos sendo 8 meninas e 6 meninos, com idade média de ±8,9 anos, altura média de ±1,38 m e peso médio de ±32,57 Kg, sendo que 7 crianças usavam mochila sem rodinha e 7 usavam mochila com rodinha. Foram analisadas diferenças entre, o tipo de mochila e o peso da mesma comparando com a escala analógica visual de dor. As crianças avaliadas não apresentaram nenhum desvio postural, porem 43% queixaram de dor na região tóraco-lombar ao carregar a mochila. A média do peso das mochilas sem rodinhas foi de 4,14 kg e do grupo com rodinha foi de 4,07kg não havendo diferença significativa do peso entre os dois grupos. A incidência de dor tóraco-lombar foi significativamente maior (P>0,005) nas crianças que carregam mochilas sem rodinha quando comparada com as que usam mochila com rodinhas. Discussão: Estudos recentes mostram que a dor na coluna em crianças existe e a sua prevalência é alta, o que também foi observado neste estudo em que 43% das crianças queixaram de dor. O peso das mochilas pode ser apontado como um dos fatores de risco para o surgimento de problemas osteo-musculares. Estudos científicos relatam que o peso da mochila não deve exceder 10% do peso da criança (Jones 2001). Neste estudo observou-se que a media de peso das crianças foi de 32,6 e o peso das mochilas foi de 4,14 kg estando acima do valor recomendado. Às vezes as crianças não precisão levar todos os livros e cadernos mas elas costumam esquecer de retirar da mochila os matérias que não são necessários. Observou-se também que a maioria dos pais das crianças não olham o conteúdo das mochilas e nem sabem o peso que as crianças estão carregando. O ato de carregar a mochila nas costas também atua como um fator mecânico alterando o equilíbrio da criança levando a um sobrecarga músculoesqueletica. Este fato se agrava quando a criança precisa caminhar longas distâncias até a escola. Conclusão: Os resultados nos mostram que o peso e o tipo de mochila (com ou sem rodinhas) podem influenciar no aparecimento da dor lombar em crianças e pode sim, ser considerada como um fator causal de tal. Além disso, os estudos nos confirmam que a participação dos pais, educadores e das próprias crianças são importantes no papel preventivo da lombalgia precoce.