Universidade
Estadual de Londrina
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
É POSSIVEL SEGUIR AS RECOMENDAÇÕES DO
ACSM (2009) E REALIZAR PELO MENOS TRÊS
SÉRIES DE SEIS A 12 REPETIÇÕES COM 80% DA
CARGA DE 1RM?
Thiago Bonanato da Silva
LONDRINA – PARANÁ
2011
THIAGO BONANATO DA SILVA
É POSSIVEL SEGUIR AS RECOMENDAÇÕES DO
ACSM (2009) E REALIZAR PELO MENOS TRÊS
SÉRIES DE OITO A 12 REPETIÇÕES COM 80% DA
CARGA DE 1RM?
Trabalho apresentado como requisito
parcial para a Conclusão do Curso de
Bacharelado em Educação Física do
Centro de Educação Física e Esporte da
Universidade Estadual de Londrina.
COMISSÃO EXAMINADORA
Londrina, ____ de____________ de 20__
DEDICATÓRIA
A Deus, por sempre me dar força...
E a minha família por sempre me apoiar...
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Ms. Orientador Ademar Avelar, braço amigo de todas as etapas deste
trabalho.
A minha família, pela confiança e motivação.
Aos amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada.
Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de
nossas vidas.
EPÍGRAFE
“Ama-se mais o que se conquista com esforço”
Benjamin Disraeli
SILVA, Thiago Bonanato. É POSSIVEL SEGUIR AS RECOMENDAÇÕES DO ACSM
(2009) E REALIZAR PELO MENOS TRÊS SÉRIES DE OITO A 12 REPETIÇÕES
COM 80% DA CARGA DE 1RM? 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de
Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte.
Universidade Estadual de Londrina, 2011.
RESUMO
A prescrição de carga para o treinamento com pesos (TP), por meio da utilização de
valores percentuais do teste de uma repetição máxima (1RM) vem sendo
amplamente utilizada na literatura, inclusive sendo incorporada as recentes
recomendações propostas pelo ACSM (2009). Porém, apesar de vários estudos
publicados relatarem a prescrição em seus programas de treinamento a partir de
percentuais de 1RM, em geral 80%, são insuficientes os dados publicados que
poderiam elucidar se a recomendação proposta pelo ACSM (2009) sobre
intensidade (80% de 1RM) e volume (três séries de 6-12 repetições) para o
desenvolvimento de força e hipertrofia muscular, são passíveis de serem alcançadas
por mulheres, principalmente aquelas que não praticam TP. Assim, o objetivo deste
estudo foi verificar se a uma intensidade de 80% de 1RM, mulheres sem experiência
prévia
em
TP
conseguem manter o número
de
repetições
dentro
das
recomendações do ACSM (2009). Participaram deste estudo 28 mulheres (20,18 ±
2,94 anos; 165,34 ± 5,82 cm; 21,27 ± 2,78 kg/m2) sem experiência prévia em TP. O
teste de 1RM foi aplicado nos exercícios supino em banco horizontal, agachamento
no smith e rosca direta de bíceps, na ordem respectiva. Após um intervalo de 48
horas, foi realizado um teste de repetições máximas nos mesmos exercícios e ordem
do teste de 1RM. Neste teste as participantes tiveram que realizar quatro séries
máximas com uma carga de 80% daquela encontrada no teste de 1RM. Em todos os
exercícios investigados as participantes conseguiram manter o número de repetições
recomendados pelo ACSM somente na primeira série. Com base nos resultados
podemos concluir que aparentemente mulheres sem experiência prévia em TP não
conseguem manter o número de repetições preconizados pelas recomendações do
ACSM (2009) a uma intensidade de 80% de 1RM.
Palavras-chave: Treinamento com pesos; Uma repetição máxima (1RM); número
de repetições máximas;.
SILVA, Thiago Bonanato. É POSSIVEL SEGUIR AS RECOMENDAÇÕES DO ACSM
(2009) E REALIZAR PELO MENOS TRÊS SÉRIES DE OITO A 12 REPETIÇÕES
COM 80% DA CARGA DE 1RM? 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de
Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte.
Universidade Estadual de Londrina, 2011.
ABSTRACT
The prescription charge for the weight training (WT), through the use of percentage
values of the one repetition maximum (1RM) has been widely used in the literature,
including being incorporated recent recommendations proposed by the ACSM
(2009). However, despite several published studies reporting the prescription in their
training programs from the percentage of 1RM, 80% in general, are insufficient
published data that could elucidate the recommendation proposed by the ACSM
(2009) on intensity (80% 1RM) and volume (three sets of 6-12 repetitions) for the
development of strength and muscle hypertrophy are likely to be achieved by women,
especially those who do not TP. The objective of this study was to examine whether
an intensity of 80% of 1RM, women with no previous experience in TP can keep the
number of repetitions within the recommendations of the ACSM (2009). The study
included 28 women (20.18 ± 2.94 years, 165.34 ± 5.82 cm, 21.27 ± 2.78 kg/m2)
without previous experience in PD. The 1RM test was applied to the exercise bench
press, squat in the smith and arm curl, in its order. After an interval of 48 hours, a test
was performed for maximum repetitions in the same order of exercises and 1RM test.
In this test participants had to perform four sets with a maximum load of 80% of that
found in the 1RM test. In all exercises investigated the participants managed to keep
the number of repeats by the ACSM recommended only in first grade. Based on the
results we can conclude that apparently women with no prior experience in labor can
not keep the number of repetitions of the recommendations advocated by the ACSM
(2009)
at
an
intensity
of
80%
of
1RM.
Keywords: Weight training, 1RM, maximum number of repetitions, resistance to
fatigue.
1
SUMÁRIO
RESUMO
v
ABSTRACT
vi
1
INTRODUÇÃO...............................................................................................
08
2
Objetivos.......................................................................................................
09
2.1 Objetivo Geral................................................................................................
09
2,2 Objetivo Específico........................................................................................
09
3
REVISÃO DA LITERATURA.........................................................................
10
4
MÉTODOS......................................................................................................
12
4.1 Amostra .........................................................................................................
12
4.2 Antropometria ................................................................................................
12
4.3 Avaliação da Força........................................................................................
13
4.4 Teste de Resistência da Força ......................................................................
13
4.5 Análise Estatística...........................................................................................
14
5
RESULTADOS................................................................................................
15
6
DISCUSSÃO ..................................................................................................
17
7
CONCLISÃO.................................................................................................... 19
REFERÊNCIAS...............................................................................................
20
ANEXO I .........................................................................................................
23
8
1 INTRODUÇÃO
O treinamento com pesos (TP), se tornou uma modalidade de exercício
físico muito praticado na atualidade, isso se deve ao fato dessa prática promover
inúmeros
benefícios,
como:
modificações
morfológicas,
neuromusculares,
fisiológicas e o aumento da força muscular devido às adaptações neurais e
hipertrofia muscular (DIAS et al., 2005; OKANO et al.; 2008). Algumas variáveis
devem ser consideradas na montagem de um programa de TP como o número de
repetições, número de séries, intervalo entre séries e exercícios, ordem dos
exercícios, freqüência semanal, amplitude do movimento e a intensidade do
exercício (AZEVEDO et al., 2007; RHEA et al., 2003).
Por ser uma das mais importantes, dentre estas variáveis, a intensidade
tem ganhado um amplo destaque na literatura especializada da área (SHIMANO et
al., 2006). Aparentemente os efeitos do TP estão diretamente relacionados com a
intensidade do treino, porém a forma como a intensidade, especificamente no TP, é
determinada ainda é passível de muitas discussões.
Geralmente a intensidade no TP é baseada nos valores percentuais do
teste de uma repetição máxima (1RM). O teste de 1RM é frequentemente utilizado
como uma maneira de diagnosticar a força muscular, mas também, seu resultado
pode ser utilizado como parâmetro para a prescrição e monitoramento do
treinamento (ACSM, 2009; MARTEKO; SANTOS, 2009; FLECK; KRAEMER, 2004).
O teste de 1RM é determinado como a quantidade máxima de peso que pode ser
levantada, num determinado exercício, em apenas uma única repetição (SILVA et
al., 2002; DIAS et al., 2005).
O American College of Sports Medicine (ACSM, 2009) tem apontado que
na intensidade de esforço para ganhos de hipertrofia e força (6-12 repetições
máximas) a carga de treinamento deve variar de 60% a 80% de 1RM, sendo que
frequentemente é relatado em diversos estudos a prescrição utilizando uma
intensidade correspondente a 80% de 1RM (CHAGAS; BARBOSA; LIMA, 2005;
SHIMANO et al., 2006; SIMÃO et al., 2007). Vale ressaltar que esta recomendação
diferencia-se somente de acordo com a experiência do indivíduo com o TP (iniciante,
intermediário e avançado), não levando em consideração fatores que teoricamente
poderiam influenciar no desempenho do indivíduo, como a composição corporal, o
grupamento muscular envolvido no exercício, assim como o gênero do indivíduo.
9
Como a grande maioria dos estudos envolvendo TP disponíveis na
literatura utiliza homens, em geral treinados, em suas amostras, são insuficientes
dados publicados que poderiam elucidar se a recomendação proposta pelo ACSM
(2009) sobre intensidade (80% de 1RM) e volume (três séries de 6-12 repetições)
para o desenvolvimento de força e hipertrofia muscular, são passíveis de serem
alcançadas por mulheres, principalmente aquelas que não praticam TP.
2 Objetivos
2.1 Objetivo Geral
Verificar se a uma intensidade de 80% de 1RM, mulheres sem experiência prévia em
TP conseguem manter o número de repetições dentro das recomendações do
ACSM (2009).
2.2 Objetivos Específicos
•
Verificar se o grupo muscular (exercícios diferentes) envolvido pode
alterar a resistência a fadiga na mesma intensidade de esforço;
10
3 REVISÂO DE LITERATURA
No TP, a prescrição da intensidade é frequentemente realizada através
dos métodos de percentuais de 1RM, onde as cargas do treinamento são prescritas
utilizando os percentuais de carga máxima de cada indivíduo. Segundo as
recomendações da ACSM para o aumento de força a intensidade do treinamento
deve ser acima de 80% de 1RM e o número de repetições máximas deve variar
entre seis a 12 repetições (ACSM, 2009). No entanto, o número de repetições
máximas em um determinado percentual de 1RM, pode variar de acordo com o nível
de treinamento dos sujeitos e os exercícios utilizados (CHAGAS; BARBOSA; LIMA,
2005; HOEGER et al., 1987).
Hoeger et al. (1987), realizaram um estudo verificando que em um
percentual de 80% de 1RM homens treinados em força, realizaram em média 12
repetições no exercício supino, com a mesma intensidade no exercício leg press
realizaram uma média de 19 repetições. Apesar dos exercícios serem realizados na
mesma intensidade, ocorreu adaptações diferentes em cada um deles. O exercício
de supino foi executado em uma zona de repetições que promovem a hipertrofia
muscular, enquanto no leg press a zona de repetições provem a resistência
muscular localizada.
Em outro estudo, Hoeger et al. (1990) compararam pessoas treinadas
e destreinadas, de ambos os sexos, compararam o número de repetições máximas
realizadas com 40%, 60% e 80% de 1RM, em sete exercícios diferentes para
membros superiores e inferiores. Foram verificadas diferenças significativas no
número de repetições máximas para o mesmo percentual de 1RM entre os
exercícios, para homens treinados e destreinados e também para as mulheres
treinadas e destreinadas.
Já Shimano et al. (2006), verificaram algumas variações entre os
diferentes exercícios no número máximo de repetições realizados com o mesmo
percentual de 1RM. Neste estudo sujeitos treinados e destreinados, realizaram
repetições máximas em percentuais de 60%, 80% e 90% de 1RM. Diferentemente
do estudo de Hoeger et al. (1990) o número de repetições máximas não foi
influenciado pelo nível de treinamento dos sujeitos, já no exercício de agachamento
foi realizado um número maior de repetições que os outros exercícios em todos os
percentuais. Isto se deve ao fato de no exercício de agachamento, uma maior massa
11
muscular esta envolvida na execução do exercício, segundo os autores, a
capacidade de alternar o recrutamento das unidades motoras devido à elevada
quantidade de ativação em exercícios multiarticulares foi o que possibilitou esse
maior numero de repetições.
No estudo realizado por Chagas, Barbosa e lima (2005), avaliando o
número de repetições máximas que homens e mulheres treinados realizam nos
percentuais de 40% e 80% de 1RM, no exercício supino e leg press, fazendo o
controle da velocidade de execução, foi observado que homens treinados realizaram
no exercício supino, no percentual de 40 % de 1RM, uma média de 17 repetições
máximas. No percentual de 80% de 1RM, no exercício supino foi realizada uma
média de quatro repetições máximas. Esses dados são bem diferentes quando
comparados com os do estudo de Hoeger et al. (1990), os homens realizaram uma
média de 38 repetições máximas no percentual de 40% e no percentual de 80% foi
realizado uma média de 12 repetições máximas. Essa diferença nos resultados pode
ser explicada pelo fato de que no estudo de Chagas, Barbosa e Lima (2005), a
velocidade de execução foi controlada em seis segundos na fase concêntrica e seis
segundos na fase excêntrica, isso pode ter contribuído para a diferença no número
de repetições máximas dos dois estudos.
Em outro estudo, Simão, Poly e Lemos (2004) avaliaram o número de
repetições máximas realizadas no percentual de 80% de 1RM, em homens
treinados, nos exercícios para os grupos musculares superiores e inferiores, os
sujeitos foram testados no exercício de supino horizontal, agachamento e puxada
alta frente. Foi observado que no exercício agachamento, os sujeitos realizaram uma
média de 20 repetições. Esses dados vão de encontro ao estudo de Hoeger et al.
(1990), apesar do exercicio leg press, utilizado por Hoeger et al. (1990) ser diferente
do agachamento, a uma similaridade dos grupamentos musculares e articulações,
isso pode ter contribuído para os resultados terem se aproximados.
12
4 MÉTODOS
4.1 Amostras
A amostra foi composta por vinte oito mulheres, estudantes
universitárias da Universidade Estadual de Londrina, que participaram do estudo
voluntariamente.
Como critérios iniciais de inclusão, elas deveriam ter idade entre 18 e
30 anos e não poderiam ser classificadas como fisicamente ativas (atividade física
regular > 2 vezes na semana) durante os últimos seis meses. Além disso, foram
excluídas do estudo aquelas participantes usuárias de esteróides anabólicos ou
suplementos alimentares e aquelas portadoras de lesões que comprometam a
prática do exercício.
Após
receberem as informações e
esclarecimentos
sobre os
procedimentos aos quais seriam submetidas, foi solicitado que todas as participantes
assinem o termo de consentimento livre e esclarecido. Vale ressaltar que este
estudo faz parte de um estudo maior que foi submetido e aprovado pelo comitê de
ética em pesquisa da Universidade Estadual de Londrina e está de acordo com a
resolução 196/96 sobre pesquisa em seres humanos.
4.2 Antropometria
A massa corporal (MC) foi obtida por meio de uma balança de
plataforma digital, da marca Filizola, com carga máxima de 150Kg e resolução de 0,1
kg. A estatura (EST) foi medida em um estadiômetro de madeira, com resolução de
0,1 cm, de acordo com as recomendações de Gordon et al. (1982). Para a
realização das medidas todas as participantes estavam descalças e vestindo apenas
shorts e top.
Após a coleta da MC e EST o índice de massa corporal (IMC) foi
calculado pela divisão da MC pelo quadrado da estatura em metros (kg/m2).
13
4.3 Avaliação da força
Para avaliação da força máxima, foi empregado o teste de 1RM. Para
tanto, com intervalo de 72 horas entre cada teste. O teste de 1-RM foi realizado em
três exercícios para diferentes grupos musculares. A ordem dos exercícios
executados foi a seguinte: supino em banco horizontal, agachamento no smith e
rosca direta de bíceps. Os avaliados realizaram uma série de seis a 10 repetições,
no próprio aparelho, com 50% da carga estimada para a primeira tentativa do teste
como aquecimento.
Após o aquecimento, houve um intervalo de dois minutos e os testes
foram iniciados. Cada avaliada teve três tentativas. Elas foram orientadas a
realizarem duas repetições e, quando não conseguiram realizar sequer uma
repetição, a carga foi diminuída e, nos casos em que foi possível realizar duas
repetições, a carga foi aumentada para a próxima tentativa, após um intervalo de
recuperação de 3 a 5 minutos.
Uma terceira tentativa foi realizada nos mesmos moldes das tentativas
anteriores. O tempo de intervalo entre os exercícios foi de três a cinco minutos, a
forma de execução foi padronizada e constantemente monitorada. A carga de 1RM
foi aquela em que a avaliada realizou apenas uma repetição. Todas as participantes
foram submetidas a quatro sessões de testes de 1RM.
4.4 Teste de resistência de força
Foi realizado um teste de resistência de força após 48 horas do término
da última sessão dos testes de 1-RM. A ordem e os exercícios utilizados para o teste
de resistência de força foi a mesma do teste de 1RM. O protocolo de teste consistiu
na realização de quatro séries em cada exercício com 80% da carga obtida no teste
de 1RM, até a voluntária exaustão. As avaliadas executaram uma série de seis a 10
repetições como aquecimento no próprio aparelho a ser utilizado no teste com 50%
da carga que foi utilizada no teste. Após dois minutos de intervalo, as avaliadas
foram instruídas a realizarem o maior número de repetições máximas (RM) em cada
série. Houve um intervalo de descanso entre as séries de dois minutos. O intervalo
entre cada exercício foi de três a cinco minutos.
14
4.5 Análise Estatística
Inicialmente foi verificada a distribuição dos dados mediante o teste de
Shapiro-Wilk. Após a confirmação da distribuição paramétrica dos dados as
informações relativas a caracterização da amostra foram descritas em valores de
média, desvio-padrão, mínimo e máximo. As informações quanto ao número de
repetições realizadas em cada série de cada exercício estão expostas em valores
médios e desvio-padrão. Todas as informações foram tratadas no software SPSS
versão 17.0.
15
5 Resultados
Resultados
A tabela 1 apresenta os dados de caracterização da amostra.
Tabela 1 - Características iniciais das 28 participantes do estudo.
IDADE (anos)
ESTATURA (cm)
IMC (kg/m2)
%GORD
Média
20,18
165,34
21,27
23,75
Desvio-Padrão
2,94
5,82
2,78
4,44
Mínimo
17,00
157,00
16,36
12,97
Máximo
30,00
178,50
28,86
32,40
As figuras 1, 2 e 3 apresentam o desempenho no teste de resistência
de força (80% de 1-RM) nos exercícios, supino em banco horizontal, agachamento e
rosca direta de bíceps, respectivamente.
Figura 1 – Desempenho no exercício supino em banco horizontal (n=28).
Na Figura 1 estão apresentados os resultados referente ao exercício Supino em
banco horizontal, na primeira série do exercício foram realizadas oito repetições,
mas nas séries subseqüentes as participantes não conseguiram manter um
desempenho, havendo um declínio no número de repetições. Na Figura 2 estão
expressos os resultados do exercício Agachamento no smith, as participantes
conseguiram realizar nove repetições na primeira série, de acordo com o
preconizado pelo ACSM (2009), porem o desempenho também não foi mantido ao
longo das séries. Na Figura 3 estão expressos os resultados do exercício Rosca
direta de bíceps, nesse exercício as participantes também não conseguiram manter
o desempenho em todas as séries.
16
Figura 2 – Desempenho no exercício agachamento (n=28).
Figura 3 – Desempenho no exercício rosca direta de bíceps (n=28).
17
6 Discussão
As recomendações para o aumento de força e hipertrofia, são de que o
percentual de 1RM seja sempre superior a 60% de 1RM, na maioria dos estudos é
utilizada uma intensidade de 80% de 1RM, sendo possível realizar entre oito a 12RM
para iniciante e intermediários (ACSM, 2009). Estudos vêm indicando algumas
limitações para a prescrição do TP baseando-se nesses percentuais de 1RM, sendo
que o numero de repetições máximas podem variar a partir do grupo muscular,
exercício utilizado e gênero.
Simão et al. (2002) demonstraram em seu estudo, que o número de
repetições variam de acordo com o exercício para o mesmo percentual de 1RM,
essa diferença pode ser explicada pelo fato das características das articulações
envolvidas, tamanho dos grupos musculares e nível de treinamento do praticante,
podendo influenciar na realização do exercício.
No presente estudo utilizamos uma intensidade considerada elevada
(80% de 1RM), porém que está inserida nas recentes recomendações do ACSM
(2009). Dessa forma, os indivíduos conseguiram realizar o número de repetições (612) preconizadas pelo ACSM somente na primeira série de cada exercício. Nas
demais séries, em todos os três exercícios, as participantes apresentaram uma
incapacidade de manter o desempenho desejado dentro da intensidade proposta.
Em nosso estudo foi possível realizar uma média de oito RM no
exercício supino horizontal na primeira série. O resultado deste estudo corrobora
com o estudo de Hoeger et al. (1990), onde foi possível realizar em média 10RM no
exercício supino horizontal. A diferença no nosso estudo foi que as participantes não
conseguiram manter as recomendações nas séries subseqüentes.
No presente estudo foi verificado que as mulheres realizaram uma
média de nove RM no exercício agachamento. No estudo de Chagas, Barbosa e
Lima (2005), foram realizadas no exercício leg press uma média de sete RM,
conseguindo manter as recomendações da ACSM. Apesar do leg press e
agachamento serem exercícios diferentes eles tem o mesmo padrão motor e
envolvem a mesma porção muscular. Já no estudo realizado por Hoeger et al.
(1990), verificaram que no exercício leg press, na mesma intensidade foram
realizadas uma média de 22RM em mulheres treinadas, e médias de 11RM em
mulheres não treinadas, verificando uma diferença considerável no número de RM,
18
sugerindo haver diferenças entre o nível de treinamento do praticante. Comparando
os resultados dos estudos de Hoeger et al. (1990) e Chagas, Barbosa e Lima (2005),
com as outras séries do nosso estudo, também não foi possível manter as
recomendações para hipertrofia na intensidade de 80% de 1RM no exercício
agachamento.
No exercício rosca direta foi realizado em média sete RM na primeira
série do exercício, ocorrendo também o declínio no número de RM nas series
subseqüentes. Os resultados do nosso estudo corroboram com o estudo de Simão
et al. (2009), onde foi encontrada a média de 10RM no exercício rosca direta,
havendo também o declínio no número de RM a partir da segunda série, porém
nesse estudo as participantes conseguiram manter as recomendações de hipertrofia
da ACSM até a terceira série.
19
7 Conclusão
Com base nos resultados podemos concluir que aparentemente
mulheres sem experiência prévia em TP não conseguem manter o número de
repetições preconizados pelas recomendações do ACSM (2009) a uma intensidade
de 80% de 1RM.
Adicionalmente, foi possível observar que este comportamento é,
supostamente, independente do grupamento muscular envolvido no exercício.
20
REFERÊNCIAS
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position stand on progression
models in resistance training for healthy adults. Medicine Science Sports Exercise,
v.41, n.3, p.687-708, 2009.
AZEVEDO, Paulo H.S.M.; DEMAMPRA, Thiago H.; BALDISSERA, Vilmar.;
MENDONÇA, Marcos B.; ALEXANDRE, Marques T et al. Efeito de quatro semanas
de treinamento resistido de alta intensidade e baixo volume na força máxima,
endurance muscular e composição corporal de mulheres moderadamente treinadas.
Brazilian Journa of Biomotricity, Bauru, v.1, n.1, p. 76-85, 2007.
BARQUILHA, Gustavo.; SIMÃO, Roberto.; FELÍCIO, Jefferson M.F.; OLIVEIRA, João
C.; AZEVEDO, Paulo H.S.M. Hipotensão pós-exercício resistido: comparação entre
homens e mulheres. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São
Paulo, v.3, n.18, p.572-579, 2009. ISSN 1981-9900.
CHAGAS, Mauro H.; BARBOSA, Jucimar R.M.; LIMA, Fernando V. Comparação do
número máximo de repetições realizadas a 40% e 80% de uma repetição máxima
em dois diferentes exercícios na musculação entre os gêneros masculino e feminino.
Revista Brasileira de Educação Física Esporte, São Paulo, v.19, n.1, p.5-12, 2005.
DOI 612.76/ 613.7
DIAS, Rafael M. R; CYRINO, Edilson S.; SALVADOR, Emanuel. P.; CALDEIRA,
Lúcio F. S.; NAKAMURA, Fabio Y.; PAPST, Rafael R.; BRUNA, Nelson.; GURJÃO,
Andre L. D. Influência do processo de familiarização para a avaliação da força
muscular em testes de 1-RM. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo,
v.11, n.1, p.39-42 , 2005.
DIAS, Rafael M. R; CYRINO, Edilson S.; SALVADOR, Emanuel. P.; NAKAMURA,
Fabio Y.; PINA, Fábio L.C.; OLIVEIRA, Arli R. Impacto de oito semanas de
treinamento com pesos sobre a força muscular de homens e mulheres. Revista
Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v.11, n.4, p.224-228, 2005.
21
FLECK, Steven J.; KRAEMER, Willian J. Designing resistance training programs. 2ª
edição, Champaign: Human Kinetics. 2004.
Gordon, C. C; Chumlea, W. C; Roche, A. F. Stature, recumbent length, and Wright.
In: Lohman, T. G; Roche, A. F; Martorell, R; editors. Anthropometric standardization
reference manual. Champaign: Humam Kinetics, p. 3-8, 1988.
HOEGER, Werner W.K.; BARETTE, Sandra L.; HALE, Douglas F.; HOPKINS, David
R. Relationship between repetitions and selected percentagens of one repetition
maximum. Journal of Applied Sports Science Research, Lincoln, v.1, p.3-11, 1987.
HOEGER, Werner W.K.; HOPKINS, David R.; BARETTE, Sandra L.; HALE, Douglas
F. Relationship between repetitions and selected percentages of one repetition
maximum: a comparison between untrained and trained males and females. Journal
of Applied Sport Science Research, v.4, n. 2, p.47-54, 1990.
MAERTEKOA, Wollner.; SANTOS, Edil L. Prediction o one repetition maximum
strength (1RM) base don a submaximal strength in adult males. Isokinetics and
Exercise Science, v.17, p.189–195, 2009.
OKANO, Alexandre H.; CYRINO, Edilson S.; NAKAMURA, Fabio Y.; GUARIGLIA,
Débora A.; NASCIMENTO, Matheus A.; AVELAR, Ademar.; MORAES, Antonio C.
Comportamento da força Muscular e da área muscular do braço durante 24 semanas
de treinamento com pesos. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho
Humano, v.10, n.4, p.379-385, 2008.
RHEA, Matthew R.; ALVAR, Brent A.; BURKETT, Lee N.; BALL, Stephen D. A metaanalysis to determine the dose response for strength development. Medicine e
Sciencein Sports e Exercise, v.35, n.3, p. 456-464, 2003.
SALVADOR, Emanuel P.; CYRINO, Edilson S.; GURJÃO, André L.D.; DIAS, Rafael
M. R; NAKAMURA, Fabio Y.; OLIVEIRA, Arli R. Comparação entre o desempenho
motor de homens e mulheres em séries múltiplas de exercícios com pesos. Revista
Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v.11, n.5, p.257-261, 2005.
22
SALVADOR, Emanuel P.; DIAS, Rafael M. R; GURJÃO, André L.D.; AVELAR,
Ademar.; PINTO, Luiz G.; CYRINO, Edilson S. Effect of eight weeks of strength on
fatigue resistance in men and women. Isokinetics and Exercise Science, v. 17, p.
101-106, 2009.
SHIMANO, Tomoko.; KRAEMER, William J.; SPIERING, Barry A.; VOLEK, Jeff S.;
HATFIELD, Disa L.; SILVESTRE, Ricardo.; VINGREN, Jacob L. et al. Relationship
between the number of repetitions and selected percentages of one repetition
maximum in free weight exercises in trained and untrained men. Journal of Strength
and Conditioning Research, v.20, n.4, p.819-823, 2006.
SILVA, Carlos H.; REZENDE, Leonardo S.; FONSECA, Maria A.P.V.B.; PIRES,
Nádia M.S. Critérios de prescrição de exercícios através de 1 RM. Revista Digital
Vida e Saúde, v. 1, n. 2, p.1-6, 2002.
SIMÃO, Roberto; FONSECA, Tatiana; MIRANDA, Fabrício; LEMOS, Adriana;
POLITO, Marcos D. Comparação entre séries múltiplas nos ganhos de força em um
mesmo volume e intensidade de treinamento. Fitness e Performance Journal, v.6,
n.6, p. 362-366, 2007
SIMÃO, Roberto; POLY, Marcos A.; LEMOS, Adrina. Prescrição de exercícios
através do teste de 1 RM em homens treinados. Fitness e Performance Journal, v.3,
n.1, p.47-51, 2004.
SIMÃO, Roberto; POLITO, Marcos D.; VIVEIROS, Luís; FARINATTI, Paulo T.
Influência da manipulação na ordem dos exercícios de força em mulheres treinadas
sobre o número de repetições e percepção de esforço. Revista Brasileira de
Atividade Física Saúde, v.7, n.2, p.53-61, 2002.
23
ANEXOS I
TERMO DE CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO
Responsáveis:
Thiago Bonanato da Silva
Ademar Avelar
Este é um convite especial para você participar voluntariamente do estudo É POSSIVEL SEGUIR AS
RECOMENDAÇÕES DO ACSM (2009) E REALIZAR PELO MENOS TRÊS SÉRIES DE OITO A 12
REPETIÇÕES COM 80% DA CARGA DE 1RM? .” Por favor, leia com atenção as informações abaixo
antes de dar seu consentimento para participar do estudo. Qualquer dúvida pode ser esclarecida
diretamente com o pesquisador Thiago Bonanato Da Silva (Fone: 43 9162 -53 62).
OBJETIVO E BENEFÍCIOS DO ESTUDO
Verificar o número de repetições máximas que podem ser realizadas em mulheres não
treinadas em força no percentual de 80% de 1RM e verificar ao índice de resistência a fadiga. Este
estudo é importante para saber se o percentual de 1RM é um método efetivo na prescrição da
intensidade no treinamento com pesos.
PROCEDIMENTOS
Os sujeitos irão passar por uma avaliação antropométrica, após essa avaliação os sujeitos
irão realizar 4 sessões de teste de uma repetição máxima , com intervalo de 72 horas entre cada
teste. Após 48 da realização dos testes de força, os sujeitos realizarão um teste de resistência a
fadiga nos mesmos exercícios do teste de 1RM, com percentual de 80%.
DESPESAS/ RESSARCIMENTO DE DESPESAS DO VOLUNTÁRIO
Todos os sujeitos envolvidos nesta pesquisa são isentos de custos
PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA
A sua participação neste estudo é voluntária e ele (a) terá plena e total liberdade para
desistir do estudo a qualquer momento, sem que isso acarrete qualquer prejuízo para ele (a).
GARANTIA DE SIGILO E PRIVACIDADE
As informações relacionadas ao estudo são confidenciais e qualquer informação divulgada
em relatório ou publicação será feita sob forma codificada, para que a confidencialidade seja mantida.
O pesquisador garante que seu nome não será divulgado sob hipótese alguma.
Diante do exposto acima eu, ___________________________________________, declaro que fui
esclarecido sobre os objetivos, procedimentos e benefícios do presente estudo. Participo de livre e
espontânea vontade do estudo em questão. Foi-me assegurado o direito de abandonar o estudo a
qualquer momento, se eu assim o desejar. Declaro também não possuir nenhum grau de
dependência profissional ou educacional com os pesquisadores envolvidos nesse projeto (ou seja, os
pesquisadores desse projeto não podem me prejudicar de modo algum no trabalho ou nos estudos),
não me sentindo pressionado de nenhum modo a participar dessa pesquisa.
Londrina, ______ de ______________ de _________.
________________________________
Responsável RG __________________
___________________________________
Pesquisador RG ____________________
Download

baixe aqui