CARACTERIZAÇÃO E ESTUDOS DE AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MODOS DE PREPARAÇÃO DE POLINORBORNENO SINTETIZADO VIA RING-OPENING METATHESIS POLYMERIZATION Valdemiro P. Carvalho Jr.1, Aparecido Jr. de Menezes2, Benedito S. Lima-Neto1* 1 Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo, CEP 13560-970, São Carlos – SP. 2 Universidade Federal de São Carlos, Campus Sorocaba, CEP 18052-780, Sorocaba - SP. *[email protected] Foram estudadas sínteses de polinorborneno (poliNBE) via ring-opening metathesis polymerization (ROMP) usado [RuCl2(PPh3)2(3,5-dimetilpiperidina)] como pré-catalisador, mediante diferentes condições de reação ([EDA]/[Ru], [NBE]/[Ru], temperatura, tempo de reação; EDA é etil diazoacetato). A finalidade é de se obter a melhor conversão do monômero NBE com a melhor razão Mw/Mn. EDA foi utilizado como fonte de carbeno. Reações quantitativas foram obtidas a 50 ºC por 5 min com razão molar [NBE]/[Ru] = 5000 na presença de 5 µL de EDA. Estereoregularidades nas seqüências dos anéis do norborneno nos polímeros foram estimadas por 13 C{1H} RMN, obtendo-se 62% de trans- poliNBE. As propriedades térmicas de trans-polinorborneno foram avaliadas por TGA, DSC e DMTA. Palavras-chave: Polinorborneno; Análises térmicas; Polimerização de metátese, Síntese. Characterization and Evaluation Studies on different preparation of polynorbornene synthesized via Ring-Opening Metathesis Polymerization Syntheses of polynorbornene (polyNBE) via ring-opening metathesis polymerization (ROMP) with [RuCl2(PPh3)2(3,5dimethylpiperidine)] as precatalyst were evaluated under different reaction conditions ([EDA]/[Ru], [NBE]/[Ru], temperature and reaction time; EDA is ethyldiazoacetate). The main aim is to obtain the best monomer conversion with the best Mw/Mn) EDA was used as starting carbene source. Quantitative reactions were obtained at 50 oC for 5 min with [NBE]/[Ru] = 5000 in presence of 5 µL of EDA. The stereoregularities of the norbornene ring sequences in the polymers were estimated from 13C{1H} NMR spectra, obtaining 62% trans-polyNBE. The thermal properties of transpolyNBE were evaluated by TGA, DSC and DMTA. Keywords: Polynorbornene; Thermal analysis; Metathesis polymerization; Synthesis. Introdução A polimerização de olefinas cíclicas via ring-opening metathesis polymerization (ROMP) é uma rota para sintetizar polímeros insaturados [1,2]. É uma reação catalisada por um complexo carbênico de metal de transição, proporcionando a retenção de átomos de carbonos olefínicos [1]. A Reação 1 ilustra a formação de polinorborneno (poliNBE). Embora seja um campo relativamente novo na química de polímeros, ROMP tem sido utilizada como um método importante e amplamente aplicável em sínteses de materiais macromoleculares [1-3]. A importância desse processo foi reconhecida pela “The Nobel Foundation” a qual agraciou Yves Chauvin (Institut Francais du Petrole, France), Robert H. Grubbs (California Institute of Technology, USA) and Richard R. Schrock (Massachusetts Institute of Technology, USA) com o Prêmio Nobel em Química em 2005 “for the development of the metathesis method in organic synthesis”. Grubbs e Schrock desenvolveram catalisadores do tipo metal-carbeno bem-definidos para a reação, seguindo o mecanismo proposto por Chauvin. Reação 1 – Formação do polinorborneno (poliNBE). Uma vantagem deste tipo de polimerização é que o polímero pode ser obtido por um sistema “living”, no qual a razão de término de cadeia e de transferência de cadeia é lenta na escala de tempo da polimerização e a razão de iniciação é aproximadamente igual ou maior que a razão de propagação [1,2]. Tais sistemas são importantes porque permitem um alto grau de controle dos produtos poliméricos. Os polímeros obtidos têm uma estreita distribuição de massa molar, em que a massa molar numérica média (Mn) é diretamente proporcional à conversão. Neste caso, o polímero é essencialmente monodisperso, isto é, o índice de polidispersidade (PDI = Mw/Mn) aproxima-se do valor ideal de 1 [1,2]. Nosso Grupo de pesquisa tem reportado a ROMP de NBE promovida por catalisadores a base de fosfina-Ru(II)-amina e estes demonstraram ser bastantes reativos e comportados, sendo que os polímeros obtidos apresentaram baixa polidispersidade [4-6]. Entretanto, observa-se que pouca atenção tem-se dado às propriedades térmicas dos polímeros obtidos através da ROMP. Assim, descreve-se aqui os resultados da investigação em busca da condição ideal de polimerização e os estudos do comportamento térmico dos poliNBEs obtidos usando [RuCl2(PPh3)2(3,5-Me2pip)] (1) como pré-catalisador na reação de ROMP, onde 3,5-Me2pip é 3,5-dimetilpiperidina. Experimental Procidimentos gerais Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 Foram utilizados reagentes e solventes de graus analíticos mediante atmosfera de argônio. Clorofórmio, metanol, acetona e éter etílico, de procedência Qhemis, foram destilados por fracionamento antes do uso. RuCl3.xH2O, norborneno (NBE), etildiazoacetato (EDA), PPh3 e 3,5- dimethylpiperidine (3,5-Me2pip) foram adquiridos da Aldrich. Usaram-se banhos de silicone para controle das temperaturas de reações (± 1 oC). Instrumentação Medidas de análise elementar foram realizadas no equipamento EA 1110 CHNS-O Carlo Erba Instrument. Medidas de RPE foram feitas à temperatura ambiente (24 ± 1ºC) utilizando o equipamento Bruker ESP 300C aparatus (X-band) equipado com um probe de cavidade, TE102 e um modulador de freqüência HP 52152A. Espectros de infravermelho foram obtidos em um equipamento Bomem FTIR MB 102, em pastilhas de CsI. Espectros de RMN (1H, 31 13 C e P{1H}) foram obtidos em CDCl3 a 25.0 ± 0.1 ºC em um Bruker AC-200 spectrometer. Os deslocamentos químicos são em relação à TMS ou 85% H3PO4. O sistema utilizado para a GPC foi um cromatógrafo Shimadzu CLASS-VPTM, equipado com uma bomba LC-10 AD, um injetor Rheodyne modelo 7725I com um loop de 100 µL, detector de índice de refração RID 10 A e duas colunas Plgel 5 µm MIXED-C (30 cm, ∅ = 7.5 mm). Como eluente foi utilizado clorofórmio grau HPLC em um fluxo de 0,5 mL/min e foram utilizados padrões da Polymer Laboratories de poliestireno monodispersos, com massas molares na faixa de 570 a 1.036.000 g/mol. As análises de TGA foram realizadas em um equipamento da Shimadzu TA-50WSI com módulo TGA50. Utilizou-se porta-amostra de Pt, fluxo de N2 de 50 mL/min e razão de aquecimento de 20 ºC/min da temperatura ambiente à 700 ºC. As análises de DSC foram realizadas em um equipamento DSC Q100 da TA Instruments. As amostras foram aquecidas de 0 a 150 °C a 10 °C min-1 em N2. As análises de DMTA foram realizadas em um equipamento RSA3 da TA Instruments operando em modo de tensão. Os testes foram realizados em condições isocronal a 1 Hz e a temperatura foi variada entre -100 e 200 °C a 5 °C min-1. Sintese de [RuCl2(PPh3)2(3,5-Me2pip)] O complexo inédito foi obtido pela reação entre [RuCl2(PPh3)3] (0.26 mmol) e 3,5dimethylpiperidine (0.34 mmol) em acetona (40 mL) por 2 h à temperatura ambiente, mediante atmosfera de Ar. O sólido verde resultante foi filtrado a vácuo e lavado com metanol e éter etílico. Seco a vácuo. Rendimento de 72%. Análise elementar para RuCl2P2NC43H45 é 63.8 C, 5.5 H e Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 1.7% N; Obtido: 64.4 C, 5.8 H e 1.8% N. FTIR em CsI: 320 cm−1 [w; ν(Ru–Cl)]; 3251 cm−1 [w; ν(3,5-dimetilpiperidina N-H)]. RPE: nenhum sinal foi observado. Reações de polimerização Para as reações de polimerização, 1 mg do complexo (1,1 µmol) foi dissolvido em 2 mL de clorofórmio, sendo então adicionados o NBE e a fonte de carbeno (EDA), mediante agitação magnética. Variou-se a razão [EDA]/[Ru], razão [NBE]/[Ru], tempo de reação e temperatura. Após o período de tempo de reação desejado, adicionou-se 5 mL de metanol à solução para a precipitação do polímero. O polímero formado foi isolado e seco à temperatura ambiente. Os experimentos foram realizados em pelo menos em triplicata, sendo os valores apresentados são médias aritméticas com erro máximo de 10%. Resultados e Discussão Os valores de rendimento, massas molares (Mw; Mn) e caracterizações térmicas dos polímeros obtidos utilizando diferentes condições reacionais para a ROMP de NBE estão discutidos a seguir. Para cada parâmetro estudado, selecionou-se um valor para os estudos seguintes. Efeito da razão molar [EDA]/[Ru] Variando-se a razão [EDA]/[Ru], o rendimento de poliNBE é afetado drasticamente (Figura 1). A reação é favorecida até [EDA]/[Ru] = 48 (5 µL de EDA) com rendimento na ordem de 70%. Utilizando razão [EDA]/[Ru] > 48, a polimerização é afetada negativamente, devido uma provável competição entre o EDA e NBE pelo centro de Ru [6]. A variação da razão [EDA]/[Ru] também afetou as massas molares (Mw e Mn) dos polímeros (Figura 2). Com baixa razão [EDA]/[Ru], a polimerização parece ser bem controlada, considerando os valores baixos de Mw/Mn e elevados valores de Mn. Com elevada razão [EDA]/[Ru], a presença excessiva de EDA provoca um descontrole no processo de ROMP em relação aos sistemas com [EDA]/[Ru] até 5, resultando em baixa conversão, altos valores de Mw/Mn e baixos valores de Mn. Isto pode ser explicado pelo aumento na competição por sítios de Ru entre EDA e NBE, como já comentado acima, retardando a etapa de propagação [1,6] A razão [EDA]/[Ru] = 48 (5 µL de EDA) foi selecionada como melhor valor. Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 80 70 Rendimento (%) 60 50 40 30 20 10 0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 [EDA]/[Ru] Figura 1 – Rendimento de poliNBE em função da razão [EDA]/[Ru] em CHCl3 a 25 ºC por 5 min; [NBE]/[Ru] = 5000. Efeito da razão molar [NBE]/[Ru] A eficiência da polimerização foi sensível ao aumento da razão [NBE]/[Ru], mantendo-se os outros parâmetros constantes (temperatura, tempo, [Ru], [EDA]/[Ru]), que aumentou de 12 ([NBE]/[Ru] = 1000) para 70% ([NBE]/[Ru] = 5000), mas apresentando um resultado relativamente constante com razão [NBE]/[Ru] > 5000 (Figura 3). O aumento gradualmente com o aumento da razão molar [NBE]/[Ru], que representa a variação da concentração do monômero, está em acordo com a literatura [1,2]. Os valores de Mn foram afetados no intervalo entre 1000 e 10.000 de [NBE]/[Ru]; variou de 2 a 84 kg/mol (Figura 3). Para o mesmo intervalo de [NBE]/[Ru], a polidispersidade variou de 2,0 a 2,5. Na razão igual a 1000, o polímero formado apresentou uma distribuição bimodal. Isso ocorreu provavelmente devido a uma grande competição na iniciação da ROMP pela alta concentração de catalisador (Ru) no meio reacional, obtendo-se várias cadeias pequenas (2 kg/mol) e com diferentes tamanhos [1,4-6]. A razão [NBE]/[Ru] = 5000 foi selecionada como melhor valor. Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 5.5 8 5.0 7 4.5 6 5 3.0 4 2.5 2.0 3 1.5 2 4 Mw/Mn 3.5 Mn (10 g/mol) 4.0 1.0 1 0.5 0.0 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 0 500 [EDA]/[Ru] Figura 2 – Valores de Mw/Mn e Mn de poliNBE em função da razão [EDA]/[Ru] a 25 ºC; [NBE]/[Ru] = 5000. 80 4.5 70 4.0 3.5 50 3.0 40 2.5 30 2.0 Mw/Mn Rendimento (%) 60 1.5 20 1.0 10 0.5 0 0.0 0 2000 4000 6000 8000 10000 [NBE]/[Ru] Figura 3 – Valores de rendimento e Mw/Mn de poliNBE em função da razão [NBE]/[Ru] a 25 ºC; 5 µL de EDA. Efeito da temperatura É esperado um aumento da polidispersidade com o aumento da temperatura [7], e isso é observado nos polímeros sintetizados nesse trabalho na faixa de temperatura de -5 a 50 ºC (Figura 4). Os valores de polidispersidade apresentaram um comportamento linear com o aumento da temperatura. Os polímeros isolados a baixas temperaturas (-5 ºC e 0 ºC) apresentaram distribuição bimodal da massas molares (Figura 4), mas isso está associado ao fato de que precisa ocorrer a formação in situ do catalisador. Isso se dá pela troca de um ligante da esfera de coordenação do metal com EDA que não é favorecida à temperatura baixa [1,4-6]. Conseqüentemente, ocorre uma etapa de iniciação ineficiente [1,4-6]. A polidispersidade relativamente alta dos polímeros sintetizado a altas temperaturas sugere que ocorreu um aumento relativo do descontrole na velocidade da etapa de iniciação. Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 Como mostra na Figura 4, a taxa de conversão aumentou gradualmente com o aumento da temperatura, provavelmente devido a um favorecimento na atividade do catalisador. A temperatura de 25 ºC foi selecionada como melhor valor. 100 4.5 90 4.0 3.5 70 3.0 60 2.5 50 2.0 40 Mw/Mn Rendimento (%) 80 1.5 30 20 1.0 10 0.5 0 0.0 -10 0 10 20 30 40 50 60 Temperatura (ºC) Figura 4 – Valores de rendimento e Mw/Mn de poliNBE em função da temperatura; 5 µL de EDA; [NBE]/[Ru] = 5000. Efeito do tempo de reação O efeito do tempo no intervalo de 3 – 60 min foi acompanhado por análises de GPC. A taxa de conversão aumentou gradualmente com o aumento do tempo de polimerização (Figura 5), variando de 60 para 95%. Entretanto os valores de Mn decrescem. Com 5-10 min, a polimerização ocorre de maneira mais comportada, onde os polímeros apresentaram características mais uniformes quando comparado com tempo maior ( ≥ 10 min). Em sistemas de polimerização living, o aumento continuado na conversão sem um aumento no Mn indica a presença de reações secundárias. Observa-se que em longos tempos de polimerização ocorre uma diminuição no Mn; visivelmente após 15 min e mais pronunciado a 50 e 60 min. Tal fato gera um forte indício de reação de transferência de cadeias [1,2]. Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 100 9 80 8 70 7 60 6 4 Mn (10 g/mol) Rendimento (%) 90 50 5 40 4 30 3 20 2 10 1 0 0 10 20 30 40 50 60 Tempo (min) Figura 5 – Valores de rendimento e Mn de poliNBE em função do tempo a 25 ºC; [NBE]/[Ru] = 5000; 5 µL de EDA. A Figura 6 ilustra a distribuição de massa molar acompanhada em função do tempo, retirando alíquotas de uma única reação. No intervalo de tempo de 15 a 60 min de reação ocorre uma redução gradativa da massa molar. Conseqüentemente, as reações secundárias perturbam a polidispersidade do sistema [2]. Foi selecionado o tempo de 5 minutos. 20 min 40 min 60 min 5 min 10 min 15 min 4.0 4.5 5.0 5.5 6.0 6.5 7.0 4.0 log (Massa molar) 4.5 5.0 5.5 6.0 6.5 7.0 log (Massa molar) Figura 6 – Distribuição da massa molar em função do tempo a 25 ºC; [NBE]/[Ru] = 100; 5 µL de EDA. Caracterização do polímero O poliNBE obtido com [EDA]/[Ru] = 48, [NBE]/[Ru] = 5000 a 25 ºC por 5 min em CHCl3 foi caracterizado por espectroscopia de RMN (1H e 13C) e IV. A estrutura geométrica do poliNBE foi determinada por espectroscopia de RMN (1H e 13C) com formação predominante de trans-poliNBE, concordando com dados da literatura [8]. O espectro de RMN de 1H em clorofórmio-d mostra um multipleto a 5,32 ppm, atribuído aos prótons Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 13 olefínicos referente a configuração trans (62%), enquanto o espectro de RMN de C mostra um singleto a 133,1 ppm atribuído aos átomos de carbono da dupla ligação do polímero. O espectro de infravermelho do poliNBE mostra bandas a 960 cm-1, correspondendo as duplas ligações C=C trans-disubstituídas. Análises térmicas do polímero A Figura 7 mostra a curva de TGA de poliNBE. A curva revela um ganho de massa (~ 1%) ao redor de 90 ºC no qual é associado ao pico exotérmico presente na curva de DSC. Entre 150 e 350 ºC, a curva de TGA não sugere mudanças no material. Em 420 ºC, a curva de TGA sofre uma queda brusca na massa do polímero, indicando sua decomposição. 6 Massa (%) 80 0.6 70 0.5 60 0.4 50 40 0.3 30 0.2 20 0.1 10 Derivada primeira (%/ ºC) 0.7 90 5 Fluxo de calor (mW) 100 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 0 100 200 300 400 500 600 700 Temperatura (ºC) 0.0 800 0 20 40 60 80 100 120 140 Temperatura (oC) Figura 7 - Curva de TGA (à esquerda) e curvas de DSC (à direita; linha sólida, primeira corrida; linha tracejada, segunda corrida da mesma amostra.) do poliNBE. A Figura 7 também apresenta as curvas de DSC para amostras de poliNBE sintetizadas em função do tempo. Na primeira corrida observa-se um pico exotérmico ao redor de 90 ºC. Tal evento é supostamente devido à sorção de gás (nitrogênio) nos interstícios das cadeias poliméricas [8]. Na curva de DSC da segunda corrida há uma mudança da linha de base ao redor de 37 ºC, no qual é provavelmente devido à temperatura de transição vítrea do poliNBE, confirmada por DMTA (Figura 8). Este resultado estar em concordância com a Tg observada para o PoliNBE na literatura [8]. Na curva de DMTA observa-se que a região vítrea do material permanece no intervalo de temperatura de -100 ºC a 20 ºC, onde começa a região viscoelástica, iniciando as movimentações dos segmentos das cadeias do polímero. Esta é finalizada a 56 ºC, dando inicio a região borrachuda do material. Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 40 3.0x10 5 2.5x10 5 2.0x10 5 35 30 20 tan δ log E' 25 15 10 1.5x10 5 5 -100 -50 0 50 100 150 0 200 Temperatura (°C) Figura 8 – Curvas de DMTA do poliNBE obtido. Conclusões Com as variações de concentrações dos reagentes (EDA; NBE), temperatura e tempo de reação, foi possível selecionar condições de reação para se obter o melhor rendimento de reação com polímero com alta massa molar e melhor índice de polidispesidade. Isso sugere que com o uso de ligantes simples e baratos coordenados nos précatalisadores, pode-se também direcionar para obtenção de polímeros com características desejáveis, em continuidade aos estudos anteriores [4-7]. Agradecimentos CAPES, CNPQ e FAPESP (Proc. 06/57577-4). Referências Bibliográficas 1. K. J. Ivin; J. C. Mol, Olefin metathesis and metathesis polymerization. Academic Press, New York, 1997. 2. C. W. Bielawski; R. H. Grubbs Prog. Poly Scienc. 2007, 32, 29. 3. R. F. Ohm Chemtech 1980, 10, 183. 4. J. L. S. Sá; B. S. Lima-Neto J. Mol. Catal. A 2009, 304, 187. 5. J. M. E. Matos; B. S. Lima-Neto Catal. Today 2005, 107, 282. 6. J. M. E Matos; B. S. Lima-Neto J. Mol. Catal. A 2004, 222, 81. 7. T. Opstal; F. Verpoot J. Mol. Catal. A 2003, 200, 49. 8. N. Cobo; M. A. Esteruelas; F. González; J. Herrero; A. M. López; P. Lucio; M. Oliván J. Catal. 2004, 223, 319. 9. X. Sheng; J. K. Lee; M. R. Kessler Polymer 2009, 50, 1264 Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009