InFormativo AMMA ano 3 • nº 32 • dezembro de 2009 Judiciário maranhense renovado O Judiciário maranhense já conta com 31 novos juízes, empossados em solenidade realizada dia 23 de novembro, no Pleno do Tribunal de Justiça. Os magistrados foram aprovados no concurso público iniciado no final de 2008 e concluído em 2009. Coube ao presidente da AMMA, juiz Gervásio Santos, fazer o discurso de saudação, ocasião em que destacou a responsabilidade que recai sobre os ombros dos novos representantes da magistratura do Maranhão. Gervásio lembrou aos novos juízes que a sociedade do novo milênio é ávida por informações e exige transparência, cabendo aos magistrados, com as suas decisões judiciais, a responsabilidade de influenciar nos destinos de toda a sociedade. “Apesar dos esforços, a magistratura brasileira ainda não obteve o reconhecimento da sociedade, mas tem todas as condições necessárias para vencer este abismo, sendo que a maneira mais rápida e eficiente de demonstrar este trabalho é por meio da prestação de contas”, afirmou. Páginas 4 e 5 Obra de Fórum se arrasta há cinco anos em Santa Inês Eleição simulada para a Presidência do TJ A construção do novo Fórum de Santa Inês é o exemplo do descaso com recursos públicos. A obra começou em 2004 e simplesmente está parada, apesar dos reclames dos juízes. Página 3 Em protesto contra a falta de democracia na escolha dos dirigentes dos Tribunais de Justiça, a AMMA realizou eleição simulada, com expressiva participação dos associados. Página 6 Campanha natalina em prol de crianças carentes Está em pleno andamento a campanha “Natal da Criança Carente”, lançada pela AMMA como parte do projeto “Magistratura Solidária”, em parceria com a 1ª Vara da Infãncia. Página 8 EDITORIAL Sejam bem vindos! O Informativo Dia-a-Dia deste mês se destaca pelacobertura da posse dos trinta e um juízes de Direito ocorrida no último dia 23 de novembro, no Plenário do Tribunal de Justiça do Maranhão, oportunidade em que a Presidência da Associação dos Magistrados saudou os empossados, desejando-lhes boas-vindas. Os novos colegas são oriundos do primeiro concurso da história do Judiciário maranhense em que o curso de formação foi etapa obrigatória do certame, o que nos dá a certeza de que esses magistrados estarão aptos a enfrentar as vicissitudes da arte de julgar e cumprirão com destreza a tarefa de distribuir justiça. O ingresso desses jovens juízes e juízas também renova as esperanças de que o exército voltado à construção de um Judiciário democrático, transparente e eficiente recebeu reforços substanciais, garantindo a certeza de que prosseguirá a marcha em direção a novo tempo, com o reconhecimento, pela sociedade, da qualidade do serviço judicial. Aliás, a mudança de paradigmas, sobretudo no âmbito da administração judicial, é uma exigência da sociedade moderna em relação ao Poder Judiciário. Episódios como o da construção do Fórum de Santa Inês, que se arrasta há cinco anos, e que é retratado nesta edição, são frutos da desorganização e da falta de planejamento, e impactam diretamente a prestação jurisdicional. Nesse sentido, a eleição do novo Presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Jamil Gedeon, também escolhido em eleição simulada realizada pela AMMA, é alvissareira. Jamil tem se destacado como um administrador eficiente nos cargos de direção que já ocupou e a suas primeiras declarações de que é necessário priorizar o primeiro grau e dotá-lo de condições de trabalho adequadas vão ao encontro das reivindicações do movimento associativo. Esta edição ainda traz um rápido panorama do que foi o XX Congresso Brasileiro de Magistrados realizado em São Paulo, entre os dias 29 e 31 de outubro; da luta que foi desenvolvida pela AMMA no sentido de garantir junto ao Conselho Nacional de Justiça a manutenção do reajuste do subsídio da magistratura maranhense e a participação na elaboração do planejamento estratégico. dia-a-dia expediente 2 Jornal Dia-a-Dia é o informativo mensal da Associação dos Magistrados do Maranhão - AMMA. Rua do Egito, 351 - Centro - CEP: 65010-190. Fones: (98) 3221- 4414 / 3232 - 1947 / 3231- 8073 E-mails: [email protected] • [email protected] Diretoria Executiva: Gervásio dos Santos Júnior (presidente) José Brígido Lages (1º vice-presidente) Nilo Ribeiro Filho (2º vice-presidente) José Pereira Licar (3º vice-presidente) Lícia Cristina (secretária-geral) Márcio do Carmo (secretário-adjunto) Carlos Henrique Veloso (tesoureiro-geral) Márcia Chaves (tesoureiro-adjunto) Conselho Fiscal - Titulares: Sidarta Gautama Maranhão Rosângela Praseres Roberto Abreu Andrea Permutter Holidice Barros Conselho Fiscal - Suplentes: Antônio Luiz Almeida Vicente Ferreira Lopes Larissa Tupinambá Castro Jornalista Responsável: Jacqueline Barros Heluy - DRT 750 MA Fotos: Biné Morais Projeto Gráfico: Ideia Propaganda & Marketing Diretor de Arte: Márcio Veiga Diagramação: Wemerson Macêdo AMMA participa do planejamento do TJ Reunião com funcionários do Tribunal para planejamento de 2010 A Associação dos Magistrados conquistou a participação de dois representantes na elaboração do Plano Estratégico do Poder Judiciário do Maranhão, cujos primeiros trabalhos foram realizados de 17 a 25 de novembro na Esmam. O juiz Carlos Veloso e o desembargador Paulo Velten foram indicados pela Diretoria Executiva para defender as propostas da entidade na construção desta importante ferramenta de aprimoramento da atividade judiciária do estado. O planejamento estratégico do Judiciário tem por objetivo viabilizar a definição de diretrizes para o estabelecimento de planos de ação, permitindo a identificação de recursos potenciais e o reconhecimento de fraquezas que precisam ser superadas por meio da definição de medidas integradas, com a finalidade de assegurar o sucesso dos resultados planejados. Além de proporcionar o fortalecimento do acesso à Justiça e a otimização da prestação jurisdicional, o Plano Estratégico do Judiciário atende ainda às determinações do Conselho Nacional de Justiça no que tange ao alinhamento das ações dos Tribunais, conforme previsto no art. XX da Resolução 70. A participação dos dois representantes da Asso- ciação dos Magistrados foi garantida em outubro deste ano, por meio de decisão do CNJ, ao julgar o Pedido de Providências nº. 200910000033386, apresentado pelo Sindicato dos Servidores do Judiciário (Sindjus), no qual a AMMA figurou como terceiro interessado. A AMMA preparou um esboço com as principais reivindicações dos magistrados associados para serem incluídas no Plano Estratégico. Um dos tópicos mais importantes é o que trata da inclusão de mecanismos que proporcionem maior segurança aos Fóruns e às unidades judiciárias do estado. Destaca também a necessidade da implantação de um programa que compreenda a recuperação das instalações físicas das unidades judiciárias; a reestruturação do sistema de informática a fim de preparar o ambiente para o processo digital; reestruturação do quadro funcional, de sorte a suprir a carência de servidores nas unidades judiciárias de 1º Grau, observando a demanda processual; descentralização administrativa com a criação de polos no interior do estado e a adoção de um programa de capacitação do magistrado e do servidor no planejamento e gestão estratégica. Fórum inacabado em Santa Inês Fachada do prédio em construção há cinco anos, onde deveria funcionar o novo Fórum de Santa Inês na recuperação do prédio. Dá para perceber que a paralisação produz perda de dinheiro, tempo e posterga a melhoria do serviço jurisdicional na Comarca de Santa Inês. SEGURANÇA Outra evidência do descaso e da falta de gerenciamento do recurso público. A administração do Tribunal contratou a empresa Servisan para prestar segurança ao prédio inacabado. Resultado: um segurança fica plantado noite e dia na área da construção abandonada, enquanto o Fórum onde funciona hoje toda a movimentação jurisdicional da Comarca de Santa Inês permanece exposto, em prejuízo à segurança do patrimônio, dos Segurança mantém a vigilância no Fórum em construção juízes, servidores e usuários em geral. Enquanto aguardam a conclusão da obra do novo prédio, sem qualquer previsão de andamento, os juízes, servidores da Justiça e jurisdicionados têm que trabalhar em um prédio velho sem condições estruturais. O imóvel não possui acessibilidade para portadores de deficiência, é insalubre e tem problemas graves de espaço . A juíza Larissa Tubinambá manteve contato com o setor administrativo do Tribunal, solicitando que a empresa Servisan mantivesse a segurança no Forum atual, mas foi informada que o contrato havia sido “aditado” através de um ofício para permitir que a vigilância fosse realizada na obra. Após constatar in loco a situação, o presidente Gervásio Santos afirmou que o atraso na obra do Fórum de Santa Inês confirma todas as críticas que a AMMA tem feito à administração do Judiciário maranhense quanto à falta de planejamento e gestão, o que acarreta, além de desperdício de recurso público, prejuízos à própria prestação jurisdicional. “Diante do problema, a AMMA encaminhará expediente ao Tribunal pedindo providências imediatas para a sua resolução e consequente conclusão da obra, e se não for oferecida uma solução em tempo razoável, não tergiversaremos em levar o caso a outras esferas para apurar as eventuais responsabilidades”, disse. O Fórum em atividade não tem vigilância; infraestrutura é precária dezembro/2009 Uma obra inacabada na Comarca de Santa Inês é o retrato fiel do descaso para com os recursos públicos e a falta da escolha de prioridades na gestão administrativa do Judiciário. O fato foi constatado pelo presidente da AMMA, Gervásio Santos, ao visitar a referida comarca. Ele teve a oportunidade de conhecer um prédio em construção há cinco anos, no qual deveria estar sediado o Fórum do Judiciário Estadual. Sem qualquer explicação, a obra simplesmente está paralisada. A construção do novo Fórum de Santa Inês foi iniciada em 2005, com orçamento inicial da ordem de R$ 689.985,00, disponibilizado pelo Fundo Estadual de Reaparelhamento do Judiciário (FERJ). No local, uma placa velha indica que a obra é de iniciativa do Tribunal de Justiça do Maranhão. A maior prova do descaso com os recursos públicos é que com a paralisação dos trabalhos o tempo está se encarregando de destruir o que já foi feito. O telhado foi construído pela metade e com as sucessivas chuvas, as vigas de madeira que sustentam o prédio estão apodrecendo. Quanto mais chuvas fortes, maior será a destruição e mais dinheiro será gasto 3 Magistratura renovada Marco Adriano Ramos Fonseca 20 de abril de 1983, São Luís (MA). Graduou-se em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 2005. Pós-graduado em Processual pela Universidade do Amazonas, em Belém (PA). Marcela Santana Lobo Maranhense, nasceu em 28 de fevereiro de 1984. É formada em Direito pela UFMA, com pós-graduação em Direito Tributário, Civil e Processo Civil. Antonio Elias de Queiroga Filho Natural de João Pessoa (PB), cursou Direito na Universidade Federal da Paraíba, onde colou grau em 2004. Possui título de especialização em Ciências Criminais. Daniela de Jesus Bonfim Ferreira Nasceu em São Luís (MA), em 7 de julho de 1977. Graduou-se em Direito na UFMA em 7 de julho de 2000. Possui títulos de pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela FACAM. Marcelo Silva Moreira Maranhense de São Luís, nascido em 30/06/1976. Colou grau em Direito na UFMA em 1996. É especialista em Processo Civil e Direito Civil pela Fundação Getúlio Vargas e Uniceuma. Mirella Cezar Freitas Nasceu em 5 de fevereiro de 1979 em São Luís (MA), graduando-se no Uniceuma. Possui pósgraduação em Direito Civil e Processo Civil. Clenio Lima Correa Natural de Esperantinópolis (MA), nasceu em 7 de março de 1975 e colou grau na UFMA em 1997. José Augusto Sá Costa Leite Nasceu em São Luís (MA), em 26 de novembro de 1981. Graduou-se em Direito pela UFMA em 2006. Possui especialização em Ciências Criminais pela Unisul. João Paulo Melo Maranhense de São Luís, tem 28 anos e graduou-se em Direito pelo Uniceuma em 2003. dia-a-dia Paulo Roberto Brasil Teles de Menezes Nasceu em 23 de fevereiro de 1982, em São Luís (MA). Formou-se em Direito na UFMA em 2006. É pós-graduado em Direito Processual pela UNAMA. 4 Iran Kurban Filho É natural de Blumenau (SC), tem 29 anos e graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina.Possui especialização em Direito Tributário e Processo Civil. Duarte Henrique Ribeiro de Souza Nasceu em 12 de junho de 1972 no estado do Espírito Santo, onde cursou Direito até o ano de 2004 na Unesc. Possui especialização em Direito Público pela Unise. Artur Gustavo Azevedo do Nascimento Natural de Blumenau (SC), nasceu em 23 de junho de 1979 e graduou-se em 2001 pela Fundação Universidade Regional de Blumenau. É pós-graduado em Direito Penal Econômico pela PUC (PR). As novas juízas que ingressaram na magistratura maranhense O Maranhão já conta com 31 novos juízes de direito. A posse foi realizada no dia 23 de novembro, na sala das sessões plenárias do Tribunal de Justiça. Os novos magistrados foram aprovados em concurso iniciado no final de 2008 e concluído em 2009. Coube ao presidente da AMMA, juiz Gervásio Santos, o discurso de saudação, ocasião em que destacou a responsabilidade que recai sobre os ombros dos novos membros do Judiciário. O presidente da AMMA lembrou aos novos juízes que a sociedade do novo milênio é ávida por informações e exige transparência, cabendo aos magistrados, com as suas decisões judiciais, a responsabilidade de influenciar nos destinos de toda a sociedade. De acordo com Gervásio, apesar dos esforços, a magistratura brasileira ainda não obteve o reconhecimento da sociedade, mas tem todas as condições necessárias para vencer este abismo, sendo que a maneira mais rápida e eficiente de demonstrar este trabalho é por meio da prestação de contas. Finalizando o seu discurso, Gervásio Santos leu trecho do poema “Quem Morre”, de Pablo Neruda, onde o poeta ressalta que os sonhos nunca devem ser abandonados, sob pena de morrer-se lentamen- Frederico Feitosa de Oliveira Natural de São Luís (MA), nasceu em 22 de março de 1978. Graduou-se em Direito pela UFMA em 2000 e é pós-graduado em Direito Civil e Processo Civil. Glender Malheiros Guimarães É maranhense de São Luís, graduou-se em Direto pela UFMA em 2004. Tem pós-graduação em Direito Público pela Faculdade Cândido Mendes. Leila Regina de Brito Andrade É paraibana de João Pessoa, tem 28 anos e graduada em Direito com especialização em Processo Civil pela EBEC. a com 31 novos juízes Valtair Lemos Loureiro Nasceu em Vitória (ES) em 27 de outubro de 1968 e graduou-se em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo. Possui pós-graduação em Direito Civil, Processo Civil, Penal e Processo Penal. Clecia Pereira Monteiro Natural de Patos (PB), formou-se em Direito em 2001 pela Universidade Federal da Paraíba, com pós-graduação em Ciências Jurídicas. Odete Maria Pessoa Mota Nasceu em 2 de dezembro de 1978 em Fortaleza (CE), mas mora há 28 aos em São Luís. Formou-se em Direito em 2003 na UFMA. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Marcelo Santana Farias Nasceu em 21 de julho de 1981 em Salvador (BA). Graduou-se em Direito em 2005, com pós-graduação em Direito do Estado pelo Jus Podium. Grupo de Juízes que tomaram posse no Tribunal de Justiça época em que ingressou na magistratura e de como está agora. Disse que deixará a Presidência com 107, das 108 comarcas existentes, interligadas ao banco de dados do TJ. Lembrou que não chegavam a 30 nesta condição, quando assumiu. Raimundo Cutrim listou outros avanços da gestão, como cursos de capacitação para juízes e servidores, e se dirigiu aos novos magistrados, dos quais afirmou ter tido a melhor das impressões. “Tenham receio ante o desconhecido e, jamais, o medo de acertar. Quem se esconde por medo ao erro, erra duas vezes ou mais”, frisou. Dennys Carneiro Rocha dos Santos Nasceu em João Pessoa (PB) em 30 de agosto de 1981. Cursou Direito na Universidade Federal da Paraíba, em 2005. Elaile Silva Carvalho Nasceu em São Luís (MA) em 4 de julho de 1979. Graduou-se em Direito na UFMA em 2003. Possui especialização em Direito Constitucional pelo Instituto Luís Flávio Gomes (LFG). Franklin Silva Brandão Junior Natural de Goiânia (GO), tem 27 anos e cursou Direito na Universidade Federal de Goiás, colando grau em 2005. Possui especialização em Direito Público. David Mourão Guimarães de Moraes Menezes Natural de Teresina (PI), nasceu em 21 de junho de 1982, com graduação em Direito pelo Instituto Camilo Filho, no Piauí, em 2005. Pós-graduado em Função Social do Direito pela Unisul (SC). Jorge Antonio Sales Leite Nasceu em 12 de março de 1969 em Teresina (PI). Colou grau em Direito em 2000, na Universidade Estadual da Paraíba. Pós-graduação em Direito Administrativo/Gestão Processual pela UNIP (PB). Silvio Alves Nascimento Nasceu em 4 de março de 1972, em Mararosa (GO). Cursou Direito na Faculdade de Direito de Anápolis, concluído em 1996. Possui pós-graduação em Direito Tributário pela Universidade de Tocantins. Flavia Ferreira da Silva Barçante Natural do Rio de Janeiro (RJ) e criada no Piauí, cursou Direito na UFPI, colando grau no ano de 2003. Possui cursos de especialização em Direito Público e Direito Privado pela Esmapi. Aureliano Coelho Ferreira Nasceu em Imperatriz (MA) em 18/04/1979 e graduou-se em Direito pela UFMA em 2003. Possui especialização em Ciências Penais pela Unisul. Welline de Souza Coelho Nasceu em 25 de julho de 1980 em São Luís (MA) e graduou-se no Uniceuma em 2003. Possui título de especialização em Processo Civil pela Universidade de Mato Grosso do Sul. Carolina de Sousa Castro É maranhense, nascida em São Luís em 4 de maio de 1986. Formou-se em Direito em 2006, pela UFMA. Possui título de especialização em Direito Civil pela Universidade Cândido Mendes. Paulo Vital Souto Montenegro Nasceu em 5 de março de 1980, em João Pessoa (PB). Cursou Direito na Universidade Federal de Campina Grande, formando-se em 2003. Tem pós-graduação em Direito Público. dezembro/2009 te. Ele pediu aos novos juízes que nunca deixem apagar a chama da justiça que acalenta os sonhos e as esperanças. Primeiro colocado no concurso, Marco Adriano Ramos Fonseca falou em nome dos novos magistrados, que têm idade entre 25 e 41 anos. Expressou o sentimento de felicidade e realização do grupo pela conquista, após tantos esforços e dedicação. “Reafirmamos o compromisso com a boa e justa prestação jurisdicional”, acrescentou. Em discurso, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Raimundo Cutrim, traçou um paralelo de como era o Judiciário na 5 Democracia e participação na AMMA Em um gesto democrático e participativo, a AMMA realizou eleição simulada para a escolha do novo presidente do Tribunal de Justiça, sagrando-se vitorioso, pela vontade da maioria dos associados, o desembargador Jamil Gedeon, que obteve 31 votos, seguido do desembargador Stélio Muniz, com 24 votos, e do desembargador Cleones Cunha, com 8. Foi a mais expressiva participação de associados em uma eleição simulada, com 91 votantes. A vontade da maioria dos magistrados associados à AMMA foi revelada um dia após a eleição simulada, com a escolha oficial, pelo Pleno, do desembargador Jamil Gedeon à Presidência do Tribunal de Justiça durante o biênio 2010/2011. A vice-presidência será exer- cida pela desembargadora Cleonice Freire e foi eleito corregedor geral de Justiça o desembargador Guerreiro Júnior. Segundo colocado na eleição simulada da AMMA, o desembargador Stélio Muniz encaminhou ofício ao Tribunal no dia da eleição oficial, justificando a sua ausência devido ao nascimento de uma neta e agradecendo a votação que recebeu dos juízes. A eleição simulada ocorreu pelo site da AMMA e teve a participação de 91 associados, sendo a mais expressiva desde que o processo foi instituído pela entidade, em 2001. Na avaliação do presidente Gervásio Santos, a manifestação da maioria dos votantes em favor do desembargador Jamil Gedeon demonstrou a confiança da classe para com o escolhido. O processo instituído pela AMMA foi coberto de total transparência e os resultados estão à disposição de qualquer associado que queira analisá-lo. Gervásio destacou que, embora cientes das dificuldades que aguardam o no- vo presidente do Tribunal de Justiça, os associados da AMMA esperam que o desembargador Jamil Gedeon dê passos concretos no sentido de melhorar as condições de trabalho da magistratura maranhense e, consequentemente, o serviço jurisdicional prestado à sociedade. RESULTADO DA ELEIÇÃO SIMULADA JAMIL GEDEON 31 STÉLIO MUNIZ 24 CLEONES CUNHA 8 LOURIVAL SEREJO 7 PAULO VELTEN 3 MÁRIO LIMA REIS 3 JOSÉ BERNARDO 3 JAIME FERREIRA ARAÚJO 2 ANTONIO GUERREIRO JÚNIOR 2 JOSÉ JOAQUIM F. DOS ANJOS 1 RAIMUNDO NONATO DE SOUZA 1 NELMA SARNEY 1 BENEDITO BELO 1 CLEONICE FREIRE 1 JORGE RACHID 1 RAIMUNDO MAGALHÃES MELO 1 MARCELO CARVALHO SILVA 1 Juízes de Zé Doca prestam contas dia-a-dia Gisele Rondon apresenta balanço das atividades na Comarca 6 A juíza Gisele Rondon, titular da 1ª Vara da Comarca de Zé Doca, e o juiz Rogério Pelegrini Rondon, da 2ª Vara, reuniram, no dia 26 de novembro, os representantes da comunidade para prestar contas dos serviços realizados pelo Poder Judiciário. A solenidade foi realizada no plenário da Câmara Municipal, com a presença do presidente da Associação dos Magistrados (AMMA), juiz Gervásio Santos, que destacou a iniciativa dos dois magistrados em abrir diálogo com a sociedade, prestando contas do seu trabalho. Gervásio Santos afirmou que “o Poder Judiciário do Maranhão precisa de um choque de gestão, no sentido de assegurar aos juízes maranhenses condições adequadas de trabalho, de modo a permitir a melhora do serviço jurisdicional prestado”. Ele também assinalou que o juiz tem a obrigação de dialogar com a sociedade, esclarecendo as suas dificuldades e limitações, inclusive para evitar que as deficiências estruturais sejam creditadas à pessoa do magistrado. A juíza Gisele Rondon fez um histórico da Comarca de Zé Doca desde a sua instalação, ocorrida em 22 de dezembro de 1997, esclarecendo que além do município sede, possui dois termos judiciários, que são os municípios de Araguanã e Governador Newton Belo, contando a Comarca com 65.828 habitantes, o que dá uma média de habitantes por juiz inferior ao recomendado pela ONU, além de ser inferior também à média nacional. Gisele Rondon informou que tomou posse na Comarca quando ela ainda possuía uma única Vara, em 18 de dezembro de 2003, e que recebeu um grande acervo de processos, considerando que Zé Doca se encontrava sem juiz titular. Informou que, à época, a distribuição anual da Comarca era de 406 ações e que hoje, só na 1ª Vara, a distribuição anual alcança o número de 424 ações. Nos últimos 12 meses foram prolatadas 928 sentenças. Por fim, informou que a 1ª Vara de Zé Doca cumprirá a Meta 2 fixada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O juiz Rogério Pelegrini Rondon, que assumiu a 2º Vara de Zé Doca em 8 de novembro de 2007, também prestou contas do seu trabalho, informando que a sua distribuição alcança 669 ações distribuídas anualmente e que em razão do seu afastamento, não cumprirá integralmente a Meta 2, mas acredita que ficarão poucos processos pendentes de julgamento. Ambos os juízes informaram aos presentes que não dispõem de condições adequadas de trabalho, uma vez que o número de funcionários é insuficiente. A 2ª Vara atualmente só conta com dois funcionários, uma vez que duas funcionárias estão de licença gestante, os equipamentos são obsoletos e o sistema de informática deixa a desejar. AMMA garante reajuste de subsídio CNJ manteve o realinhamento do subsídio de magistrados do MA pelo presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão nos termos do art. 77 da Lei Complementar 14/91, alterando os subsídios dos magistrados Reduzido o percentual de diferença entre entrâncias Outra importante conquista para a magistratura, fruto do trabalho realizado pela AMMA, foi a publicação da Lei Complementar Estadual n° 127/2009, que reduziu de 7% para 5% a diferença do subsídio entre as entrâncias do Judiciário Estadual maranhense. O Projeto de Lei Complementar foi aprovado pela Assembleia no dia 4 de novembro. Ao tomar ciência da publicação da referida lei, a AMMA encaminhou ofício ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Raimundo Cutrim, solicitando a readequação imediata do subsídio dos juízes, com a devida implementação aos vencimentos do mês de novembro, conforme o disposto na nova redação do § 2° do art. 77 do Código de Divisão e Organização Judiciárias do Estado do Maranhão. A redução da diferença do subsídio entre entrâncias é fruto de reivindicação encaminhada pela AMMA em agosto de 2008, e reiterada por meio de ofícios ao TJ nos meses de setembro de 2008 e maio de 2009. No requerimento, a Diretoria Executiva da AMMA solicitou ao presidente Raimundo Cutrim que encaminhasse um Projeto de Lei à Assembléia Legislativa, estipulando a redução da diferença dos subsídios entre entrâncias, conforme os percentuais sugeridos. Na ocasião, a AMMA arguiu que o atual patamar de diferença de subsídio entre entrâncias utilizado no Maranhão é pouco usual. Citou como exemplos os estados do Rio de Janeiro, Amapá e Distrito Federal, que já utilizam o percentual de 5%. Desde que o requerimento foi encaminhado ao Tribunal, a AMMA mantevese vigilante no sentido de que o pleito fosse atendido pela Presidência, fato que se consolidou no dia 4 de novembro, com a aprovação do projeto pela Assembleia Legislativa. Além da redução do percentual entre entrâncias, o projeto do Judiciário aprovado pelo Legislativo também estabeleceu a criação de mais três vagas de desembargadores no TJ. em conformidade com a Lei Federal nº 12.041/2009, que majorou os subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Após analisar os termos do Recurso Administrativo da AMMA, o conselheiro Marcelo Neves não apenas revogou a liminar que ele mesmo havia concedido uma semana antes, como também não conheceu o PCA proposto pelo Sindjus, determinando o seu arquivamento. O conselheiro Marcelo Neves acatou a tese arguida no Recurso Administrativo interposto pela AMMA, considerando que houve omissão de informação no PCA apresentado pelo Sindjus acerca da jurisdicionalização da matéria no âmbito do Supremo Tribunal Federal. CNJ determina redistribuição de policiais militares do Tribunal O Conselho Nacional No mérito, o CNJ deterde Justiça (CNJ) determi- minou ainda que qualquer nou ao Tribunal de Justiça outra destinação dada aos do Maranhão a retirada policiais militares deverá de todos os policiais mi- ser autorizada, de forma litares que se encontram expressa, fundamentada trabalhando na residên- e excepcionalmente, pelo cia dos desembargado- presidente do Tribunal de res. A decisão foi conce- Justiça, com a comunicadida no julgamento do ção do fato à CorregedoPP 200910000036399 da ria Nacional de Justiça. AMMA, que teve como re- Portanto, ficam sem efeilator o conselheiro Jorge to a autorização da PresiHélio Chaves de dência do TJ para Oliveira. A decisão foi a permanência O relator dedos policiais nas concedida terminou a alteresidências dos ração, no prazo no julgamento desembargadores de 10 dias, do que compõem as de PP artigo 2º da PorCâmaras Crimitaria 3323/2009 da AMMA nais ou de qualeditada no dia 9 quer outro memde junho deste ano pelo bro da Corte. Tribunal de Justiça. Os A instauração do PCA, policiais militares à dispo- pelo próprio CNJ, decorsição do Tribunal deverão reu após o Auto Circunsser designados exclusiva- tanciado de Inspeção Premente para a proteção ventiva na Justiça Comum dos prédios do Poder Judi- Estadual do Maranhão ciário, do desembargador (Portaria 83/2008), com o presidente e do correge- intuito de regularizar a sidor geral de Justiça, du- tuação dos policiais milirante o período dos seus tares colocados à disposimandatos, em cumpri- ção do Tribunal de Justiça mento à Lei 8.874/2008. do Maranhão. dezembro/2009 A rapidez e a eficiência da AMMA foram os dois principais fatores que garantiram a revogação da liminar concedida pelo CNJ em 29 de outubro, suspendendo o reajuste do subsídio dos magistrados do Maranhão. Quinze dias depois, ao apreciar Recurso Administrativo interposto pela AMMA, o conselheiro Marcelo Neves revogou a liminar, tornando sem efeito a suspensão. O Recurso Administrativo foi interposto pela AMMA em face do Procedimento de Controle Administrativo (PCA) 200910000059200 no qual o Sindjus havia solicitado ao CNJ a anulação do Ato nº 03/2009, editado 7 xx cbm coroado de pleno êxito Um dos maiores encontros já promovidos pela AMB mereceu uma festa de encerramento à sua altura. Foi em clima de sucesso e congraçamento que terminou a vigésima edição de mais um Congresso Brasileiro de Magistrados, realizado em São Paulo, de 29 a 31 de outubro. Os participantes foram recebidos com uma grande festa no Credicard Hall, cuja atração principal foi a banda Titãs. Mas não só as festas e shows garantiram o absoluto sucesso do XX CBM, que este ano esteve sob a coordenação do juiz Gervásio Santos. As atividades científicas, com palestrantes renomados do mundo jurídico, também estiveram à altura do maior evento da magistratura brasileira, no qual estiveram presentes mais de 1.500 magistrados de todo o país. Todas as explanações durante os dois dias de congresso tiveram como foco principal os desafios para uma nova gestão no Judiciário. Um dos pontos altos do congresso foi a votação de teses, última etapa da programação científica do evento. Das 43 teses inscritas, 35 foram aprovadas e oito foram rejeitadas pela plenária. As teses aprovadas eram relativas aos quatro temas centrais - Democratização do Judiciário; Planejamento Estratégico do Judiciário; Autonomia e Gestão do Poder Judiciário; e Procedimentos Judiciários – elas entrarão para os anais do Congresso e tornar-se-ão lutas institucionais da AMB. No encerramento da programação científica, houve o lançamento da Carta de São Paulo, um documento que garante o compromisso da magistratura na busca por eficiência e duração razoável do processo. Na Carta, a magistratura é chamada a assumir seu papel, fazendo uso da gestão e do planejamento estratégico. O conteúdo da Carta foi muito aplaudido após a leitura, contendo, também, as conclusões do XX CBM aprovadas por unanimidade. O documento também apresentou a campanha “Gestão Democrática do Judiciário”, lançada pela AMB durante o evento. dia-a-dia Gestão democrática no Judiciário 8 “Gestão Democrática do Poder Judiciário.” Este é o tema da mais nova campanha lançada pela AMB, que tem por objetivo diagnosticar problemas e apontar soluções para as falhas na gestão do Judiciário, chamando cada juiz a participar ativamente da administração e gerenciamento dos recursos de suas unidades de trabalho. Coordenada pelo juiz Gervásio Santos a campanha foi apresentada no XX Congresso Brasileiro de Magistrados e será conduzida em todo o país com o auxílio de uma cartilha que contém orientações acerca dos principais pontos frágeis da gestão judiciária. O manual foi elaborado a partir da análise das Resoluções 70 e 75 do CNJ. A AMB aponta que atualmente as prioridades administrativas e orçamentárias do Judiciário são estabele- cidas pelos tribunais. Contudo, cerca de 99% dos juízes desconhecem a verba destinada à sua unidade porque não participa da elaboração e distribuição do orçamento. Isso provoca uma série de distorções na aplicação dos recursos e aprofunda problemas como ausência de segurança nos fóruns, carência de pessoal devidamente capacitado, pouca informatização e falta de materiais básicos de escritório. Para mostrar que os problemas de gestão interferem no desempenho da prestação jurisdicional, a professora Maria Tereza Sadek fez uma pesquisa, a pedido da AMB, que traça um cenário atual do Judiciário brasileiro. O estudo é uma interpretação dos dados divulgados pelo CNJ, publicados anualmen- te nos relatórios do Justiça em Números. A AMB entende que a transparência na aplicação dos recursos e o estabelecimento de prioridades dos gastos e investimentos é o caminho para melhorar a prestação jurisdicional e acabar com a morosidade no julgamento dos processos, a maior reclamação da sociedade em relação ao Judiciário. Além de dar ao cidadão maior qualidade e celeridade no atendimento às suas demandas, a melhoria na gestão vai garantir ao juiz condições de trabalho dignas. A AMB pretende conscientizar os magistrados sobre a importância de participar da administração dos recursos das unidades judiciárias e treiná-los para desempenhar bem a gestão.