www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br PUBLISHER RICARDO GALUPPO DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA DIRETOR ADJUNTO OCTÁVIO COSTA Uma arte e duas gerações Duas marcas e um líder SP Arte/Foto reúne mestres e jovens talentos da fotografia, com obras cujos valores vão de R$ 3 mil a R$ 100 mil. ➥ P28 Smartphone da Samsung, Galaxy S3, ultrapassa o iPhone, da Apple, e lidera vendas no 3º trimestre do ano. ➥ P25 Fotos: Bloomberg SEXTA-FEIRA E FIM DE SEMANA, 9, 10 E 11 DE NOVEMBRO, 2012 O ANO 4 | N 807 | R$ 3,00 Dilma diz que não decidirá sobre o projeto de royalties sob pressão Presidente afirma que fará uma “análise exaustiva” do texto aprovado na Câmara. Ela vai usar os 15 dias regimentais para buscar saídas que reduzam as perdas dos estados produtores. O governador Sérgio Cabral confia no veto do Planalto. ➥ P6 JP Morgan expandirá atuação na AL Murillo Constantino BSH vai gerir hotelaria no porto de Suape Após criar área de tesouraria para clientes globais no Brasil e México, banco americano agora mira Chile, Argentina e Colômbia. Investimento é de US$ 50 milhões. ➥ P31 Queiroz Galvão contrata grupo para selecionar o operador do primeiro hotel no complexo industrial de Pernambuco, apurou o BRASIL ECONÔMICO. ➥ P18 LucrodoBanco doBrasilcai6% em12meses Maisconsumo naChinavai favorecerBrasil Seguindo tendência do setor, resultados sofreram por calotes e queda do ganho com crédito. Estratégia, agora, é diversificar as fontes de receitas. ➥ P30 Estímulo ao mercado interno é uma das prioridades de novos dirigentes chineses, o que provocará aumento nas importações da segunda maior economia do mundo. ➥ P4 Copa de 2013 será disputada em seis sedes Obamanão teráGeithnere Hillary Clinton Fifa confirma a presença do Recife na Copa das Confederações, mas ressalta que só estão dentro do cronograma os estádios de Fortaleza e Belo Horizonte. ➥ P11 Presidente reeleito prepara a substituição de seus principais auxiliares. Além do secretário do Tesouro, ex-primeira-dama também deve deixar o governo. ➥ P36 Dormir bem é garantia também de bons negócios Um em cada 10 executivos tem insônia, diz pesquisa. Executivos adotam terapia, meditação e até personal para se livrar dos distúrbios de sono. ➥ P35 MMX investirá R$ 2 bi na mina de Serra Azul Mineradora do grupo de Eike Batista já desembolsou R$ 400 mi; projeto entrará em operação em 2014. “Grande parte dos recursos virá do BNDES, diz Guilherme Escalhão, CEO da empresa. ➥ P14 INDICADORES TAXAS DE CÂMBIO 8.11.2012 COMPRA VENDA Dólar comercial (R$/US$) 2,0380 Euro (R$/€) 2,5951 2,5959 META EFETIVA JUROS Selic (ao ano) BOLSAS 7,25% VAR. % 2,0400 7,14% ÍNDICES Bovespa — São Paulo -1,70 Dow Jones — Nova York -0,94 12.811,32 FTSE 100 — Londres -0,27 5.776,05 57.524,45 2 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Avanço CARTAS A tramitação de um processo em qualquer dos segmentos do Judiciário é sempre problemática. Quem já apelou para a Justiça sabe bem dos problemas que enfrentou. E o advogado, que tem como meio de sobrevivência os honorários, passa dificuldades ainda maiores. Qual a solução? Esta é uma questão que não pode ficar limitada a organismos que administram o Judiciário. A OAB, as associações de servidores e os legislativos podem e devem se unir na busca de elaboração de orçamentos adequados e de investimentos em equipamentos modernos. Sem esquecer a ocupação dos cargos em todos os níveis, com uma remuneração adequada. Assim serão evitados os movimentos paredistas, como agora ameaçam os Juízes Federais. Mesmo porque justiça que atrasa a solução de um processo é justiça injusta, por certo. Uriel Villas Boas Santos (SP) ROBERTO FREIRE Valter Campanato/ABr Presidente do PPS Rafael Barbosa Secretário de Saúde do Distrito Federal A Secretaria de Saúde do DF vai promover um mutirão com o objetivo de zerar a fila de espera para fazer exames de ressonância magnética. Cerca de 12 mil pacientes aguardam o exame. Serão contratadas clínicas particulares. Retrocesso David Paul Morris/Bloomberg Quanto à matéria “PT chega a consenso e decide que Dilma será candidata” (publicada em 5/11/2012), a isso chamamos de planejamento estratégico. Parabéns ao PT pela iniciativa e amadurecimento na gestão política, pois escolhendo seus líderes antecipadamente evita possíveis rachas e disputas internas. Quanto à formação da chapa para 2014, entendo que Dilma é o nome certo, por oportunidade e por merecimento; seu trabalho é exemplar! Pela indicação do PMDB para vice também acertou o partido, pois se ilude quem acha que o PSB é de esquerda. O PSB é um “centro móvel” que pode ser esquerda, direita, centro, ou até mesmo “nada”. O presidente do PSB não se intitula com nada (esquerda ou direita); aliás, ele só usa roupa branca, em alusão a neutralidade da cor, e ao mesmo o branco é básico de tudo. Portanto, o PSB pode servir para muita coisa, mas pode não servir para nada. O PMDB é melhor. Fabio Fernando Olinda (PE) OPINIÃO Tim Cook CEO da Apple Os smartphones da companhia americana perderam a liderança de vendas para o concorrente Samsung Galaxy S3 no terceiro trimestre deste ano, segundo pesquisa da consultoria Strategy Analytics. O Galaxy ficou com 10,7% das vendas, ante 9,7% do iPhone. CONECTADO [email protected] Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia Home Design 3D InstaCover Life360 Family Locator Eis um aplicativo para quem está planejando mudar ou reformar a casa. Com ele é possível desenhar os ambientes internos de maneira bem realista e profissional, como se fosse uma planta baixa elaborada por um arquiteto. O programa dispensa o uso da internet e dispõe de versão em português. Com interface elegante e fácil de usa, apresenta comandos simples e intuitivos. O programa tem uma finalidade bem divertida: a de colocar o usuário nas capas das principais publicações de sucesso do mundo. Com ele qualquer pessoa pode ver sua imagem estampada em uma revista, bem ao estilo das celebridades do show business. O conteúdo do aplicativo dispõe de 100 opções de capas. Em seguida, é possível compartilhar o resultado com os amigos pelas redes sociais. O aplicativo transforma seu gadget em um dispositivo de segurança. Com ele é possível saber onde estão os membros da família pelo GPS do celular. Para tanto, basta cadastrar todos os aparelhos de casa no programa e monitorar a posição de cada um deles por mapas. Serviço pago indica lugares suspeitos da cidade, localização de hospitais e delegacias e números de emergência. US$ 7,99 iPad e iPhone US$ 1,99 iPad, iPhone e iPod Touch Grátis Android, iPad, iPhone e iPod Texto alinhado à sfdfesquerda, sem hifenização, Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP). falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda, E-mail: [email protected] texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Uma década de PT: desastre na infraestrutura No próximo dia 1º de janeiro, o PT completará uma década de poder na Presidência da República. É tempo suficiente para uma avaliação de seu modo de governar e as consequências das escolhas dos presidentes Lula e Dilma. A década não foi inteiramente perdida porque houve o crescimento chinês que alavancou nosso setor exportador de matérias-primas. A indústria recuou, saúde e educação não tiveram avanços significativos, nossa infraestrutura foi inteiramente sucateada. Avançamos muito pouco. Infraestrutura é a questão mais crítica porque vivemos um verdadeiro apagão: de combustíveis, de energia elétrica, de estradas, de portos, de aeroportos, de ferrovias e de telecomunicações. Faltaram os necessários investimentos na última década. O retrato do país no setor é a escuridão que afetou boa parte do país no último apagão. A perda de confiabilidade do sistema elétrico decorre da falta de investimentos no passado. No entanto, o futuro do setor é ainda mais preocupante devido às novas regras que o governo quer impor. Reduzir tarifas por decreto é a melhor forma de afastar a iniciativa privada do setor e é exatamente o que a presidente Dilma está fazendo. A perda de valor das empresas na bolsa retrata a expectativa de baixos retornos ou prejuízos com o novo modelo. Sem perspectiva de retorno lucrativo, não haverá novos investimentos, num setor em que estes já são insuficientes há uma década. O possível racionamento dos combustíveis, noticiado pela Folha de São Paulo, nos remete ao começo da década de 90. Numa triste volta ao passado, observamos que a falta de planejamento não só nos retirou a autossuficiência em petróleo como nos deixou dependentes de importação de gasolina, para a qual agora falta sistema logístico de portos, tanques e dutos para abastecer o mercado doméstico. A gasolina para a viagem de verão não está garantida. A Petrobras amarga prejuízos imensos, o que lhe retira capacidade de investimento para aumentar sua produção. Gastamos preciosos anos discutindo o regime de exploração do pré-sal, agora que precisamos do petróleo, ele jaz no fundo do mar. A mudança frequente do marco legal faz com que o risco regulatório seja fator de inibição de entrada de recursos privados Na área de telecomunicações, o desastre é regulatório. A Anatel não consegue fiscalizar a contento a qualidade da oferta dos serviços ao usuário. Ligações não são completadas ou são interrompidas. A banda larga é lenta se comparada aos países desenvolvidos e pequena é sua cobertura para um país continental. A universalização dos serviços de telecomunicações é apenas um sonho distante, no setor que mais recebeu investimentos privados na última década. A logística de portos, aeroportos, estradas, ferrovias e hidrovias é componente do chamado Custo Brasil, que nos retira competitividade. Os repetidos anúncios do governo de novos investimentos não se materializam. Novamente, a mudança frequente do marco legal faz com que o risco regulatório seja fator de inibição de entrada de recursos privados. O exemplo gritante é da modificação do modelo de concessão dos aeroportos poucos meses após as primeiras concessões. Para a infraestrutura, a última década foi desastrosa. Mas preocupa ainda mais o futuro que está sendo comprometido pelas decisões do presente. ■ NESTA EDIÇÃO Só para os professores Uma nova ferramenta lançada na web, a ProfCerto, está cadastrando e aplicando testes para professores de língua estrangeira para atender à demanda crescente de cursos. ➥ P12 Adidas reduz previsão de crescimento A suspensão da temporada do National Hockey League foi um dos fatores responsáveis pela mudança nos cálculos por ter provocado queda nas vendas das marcas Reebok e da Rockport. ➥ P26 Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 3 MOSAICO POLÍTICO PAULO RABELLO DE CASTRO Presidente do Conselho de Economia da Fecomercio e do Lide Economia [email protected] PEDRO VENCESLAU [email protected] Murillo Constantino A pauta de Obama para o segundo mandato Obama ganhou mais quatro anos para entregar sua promessa de mudança. Desta vez, num discurso de vitória tão emocionado quanto vazio de conteúdo, ele fez o comentário-chave do próximo mandato: “Vocês (povo) podem vencer na América, desde que tentem”. Em bom inglês, jogou para cima da classe média os ônus (e bônus) de darem a volta por cima. O que não ficou explicado no discurso é como chegar lá. Pela primeira vez em várias décadas, colho opiniões dos próprios americanos, não de desânimo, mas de grande preocupação pela falta de alternativas claras de lidar com imensos problemas. Embora espertíssimo no seu discurso político, Obama está blefando quando diz que na América basta tentar para conseguir. Os EUA não são mais a terra da promissão, embora persistam como uma grande nação de oportunidades. Basta olhar as estatísticas migratórias recentes para comprovar que as coisas não vão bem num país que distribui ajuda alimentar mensal ( “food stamp program”) para mais de 46 milhões de carentes! Para comparar, pouco mais de 110 milhões votaram nesta eleição. Qual será a pauta de Obama, agora que completou seu curso pósuniversitário de quatro anos como presidente? Está graduado. Terá enxergado, por exemplo, que os banqueiros de Wall Street já gastaram, e continuam gastando, muitas centenas de bilhões para serem resgatados de uma crise financeira que está longe de acabar. Mudar, no caso, é não contemporizar com a política monetária frouxa e vazia do Fed, que enche as reservas dos bancos de munição especulativa, mas não acrescenta um só tostão à base do crédito produtivo. O mercado imobiliário, que se noticia em recuperação, está de língua de fora e ainda se arrastando no chão. As maiores empresas americanas têm caixa ocioso. Por quê? Por não enxergarem rentabilidade nos investimentos em que poderiam empregar esse caixa parado. Não é com palavras soltas que Obama ajudará a mudar esta realidade. No centro de tudo está o descontrole fiscal. Duras negociações ocorrerão com a maioria republicana na Câmara, sobre o “precipício fiscal”, como assim chamam os especialistas, ao projetarem o déficit orçamentário dos anos do segundo mandato e as necessidades de cortes. Mas Obama tem um trunfo inesperado, se tiver ( e tem) a cara de pau de adotar a proposta de aumento de impostos do seu ex-rival Mitt Romney. Romney propôs algo muito mais democrata do que se imagina, no sentido de cortar subsídios e vantagens fiscais justamente dos mais abastados, e nivelar a carga com alíquotas módicas para a classe média. Basta encampar a proposta de Romney e avançar nas negociações políticas. A outra pauta é internacional: segurar os israelenses que sonham em atacar o Irã — esta é a última coisa que Obama deveria patrocinar — e, por outro lado, focar o comércio nas nações emergentes, do Next 11, a começar pelo México, vizinho que Obama esnoba. Os emergentes poderiam significar mercados crescentes para a indústria americana e, de quebra, segurar o avanço enorme da China, especialmente, na África. É um absurdo que, logo no espaço africano, Obama esteja perdendo de braçada para a China. Para não falar da América do Sul, que Obama finge não existir no mapa político. ■ “Não sou político profissional” Depois de perder sua primeira disputa eleitoral, em Campinas, onde concorreu à prefeitura da cidade e chegou ao segundo turno, o economista e ex-presidente do Ipea, Márcio Pochmann encontrou-se com seu padrinho político, o ex-presidente Lula, em São Paulo. A conversa começou com uma avaliação positiva do resultado das urnas (apesar da derrota) e passou pelo futuro do ex-candidato. Pochmann prefere não entrar em detalhes, mas reconheceu à coluna que não descarta mudarse para a capital e integrar o time de governo do prefeito eleito, Fernando Haddad. “Não sou um político profissional, mas estou pensando no encaminhamento da minha vida política. Ter sido candidato foi uma experiência interessante”, diz o economista. Enquanto não define os próximos passos, Pochmann retoma sua vida acadêmica com pesquisa e extensão na Unicamp (Universidade de Campinas). “Não tenho pressa”, conclui. ■ Economista foi segundo "poste" de Lula Eleito, Arthur Virgilio volta a usar o “h” no nome Márcio Pochmann foi o segundo "poste" escolhido pelo ex-presidente Lula para debutar na campanha eleitoral de 2012. O primeiro, Fernando Haddad, conseguiu se eleger. A ideia do partido é que o economista da Unicamp tenha uma vida mais orgânica na legenda. Tucano de altíssima plumagem e ex - inimigo de Lula, o prefeito eleito de Manaus, Arthur Virgilio, fez ontem um périplo em Brasília. Seu mote nas conversas foi a cooperação com o governo federal. Em tempo: agora que a campanha terminou, ele voltou a usar o "h" no meio do nome Arthur. CURTAS ➤ ● O PSD assinou um acordo de cooperação com o Partido Proposta Republicana (PRO), da Argentina. A partir de 2013, as siglas “hermanas” promoverão foros e debates. O documento foi assinado por Kassab e pelo presidente honorário do PRO, Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires. ➤ ● Mais perto do público-alvo Estar bem próxima de seu público-alvo e contar com a participação do consumidor nas ações de marketing é a estratégia da Enox para se fortalecer no mercado. ➥ P27 Números do Poder Judiciário O articulista Guilherme Abdalla avalia o resultado de novas pesquisas sobre o movimento do Judiciário e o peso das políticas públicas no desenvolvimento da área. ➥ P39 A relação do PSDB com o PT é ao mesmo tempo de ódio e amor platônico. Os dois partidos se atacam em campanha mas, programaticamente, têm mais coisas em comum do que com seus respectivos aliados. Em 2013, tucanos e petistas devem se unir em torno da eleição para a presidência da Câmara Municipal de São Paulo. ➤ ● O objetivo é um só: isolar os “kassabistas” e o grupo chamado “centrão” do poder. ➤ ● A presidente Dilma anunciará hoje uma série de convênios para obras de prevenção à seca. PRONTO, FALEI “Nosso partido é mais orgânico que o PMDB” ➤ ● O ex-delegado e deputado federal Protógenes Queiroz anda se estranhando com a cúpula do PCdoB paulista. Ele gostaria de ter sido ouvido nas negociações de cargo com o prefeito eleito da capital, Fernando Haddad. Cid Gomes Governador do Ceará, que é do PSB, em entrevista ao portal iG ➤ ● Já os cantores bons de voto Netinho e Leci Brandão foram ouvidos e estão tranquilos com o PCdoB. ➤ ● Elza Fiuza/ABr Os emergentes poderiam significar mercados crescentes para a indústria americana e segurar o avanço da China O Brasil oficializou ontem dois novos embaixadores. O ministro de primeira classe Ricardo Neiva Tavares foi confirmado pelo Senado para o cargo de embaixador brasileiro em Roma. A ministra de segunda classe Wanja Campos da Nóbrega será enviada para Bangladesh. 4 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 DESTAQUE Editado por: Cláudia Bredarioli [email protected] Maior consumo interno chinês beneficiará o Brasil China muda de dirigentes, deve se voltar para o mercado local e poderá ampliar suas importações Carlos Barria/Reuters Prioridade para as exportações perde lugar Juliana Garçon [email protected] Com mudança de dirigentes, a China ganha ainda mais contornos de caixinha — ou melhor, caixona — de surpresas. Um ponto, contudo, é unanimidade: apesar das expectativas diante do novo governo, a política cambial do país permanecerá agressiva, dificultando a vida de quem concorre com os produtos de lá. “Se sentirem que a situação de mercado vai apertar, por exemplo, com mais retração na Europa, que é seu grande comprador, eles podem até desvalorizar ainda mais a moeda para estimular as vendas”, analisa José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). “O yuan, que está algo como 60% desvalorizado, deve continuar no mesmo patamar, que é nocivo para a indústria brasileira”, diz Joseph Coury, presidente do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria), lembrando que a grande maioria das empresas consideram desleal a concorrência com os asiáticos. “E não há sinalização de avanços nas questões trabalhistas de lá, o que mantém a grande diferença nas condições de produção.” Exportadores Já os exportadores brasileiros, motivados pelas expectativas de elevação do consumo interno, mostram grande otimismo diante das mudanças na gestão da política chinesa. “Uma eventual alteração nas estratégias econômicas por lá teria grande impacto aqui, por conta de nossas exportações de minério, soja e petróleo. Contudo, não acreditamos em retração. Até hoje, eles de- Previsão é de que a elevação da renda da população impulsione o consumo na economia chinesa Congresso do Partido Comunista Chinês ocorre a cada dez anos e define a sucessão no país ram prioridade a investimentos em infraestrutra. Agora, podem importar mais”, torce Castro. “A estrutura de poder dificilmente vai mudar estratégias que deram certo — ainda que à moda local —, levando o país a crescer”, diz Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef). O setor vem batendo recordes nas exportações para lá. O embarque de frango, que começou no ano 2000 com 28 mil toneladas, bateu 195 mil em 2011 e passará de 250 mil toneladas neste ano. Para os exportadores de minério de ferro, o panorama também é auspicioso. “Com a elevação da renda e a urbanização, a China continuará demandando minério em grandes volumes por ao menos uma década”, afir- ma Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de assuntos mineirais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). As expectativas, por isso, são de manutenção dos níveis atuais de preços das commodities, considerados altos. Mas parceiros de negócios da China, como o Brasil, também devem olhar para novos temas, como a exportação de empresas do país. “Antes, mandavam produtos. Agora, estão colocando fábricas em outros países”, diz Eduardo Sampaio, diretor-gerente da FTI Consulting. É o caso da JAC Motors, que anunciou projeto de uma fábrica na Bahia. Com ou sem a realização do projeto, os chineses conseguem ampliar as vendas de carros e autopeças, apoiados nos benefícios fiscais garantidos a empresas instaladas no Brasil. ■ Xi Jinping GIGANTE NA BERLINDA Enquanto quer manter-se como a segunda economia global, China ainda enfrenta o desafio de alimentar sua população PIB US$ 8,06 tri Economia cresceu, em média, 10% anualmente durante a gestão Hu Jintao Registrou desaceleração nos últimos 7 trimestres CRESCIMENTO EM 2011 9,2% POPULAÇÃO 1,3 bilhão DESEMPREGO URBANO 4,1% 150 milhões de chineses vivem com menos de US$ 1 (R$ 2) por dia Feng Li/AFP O homem com a missão de mudar a China ● Idade: 59 anos ● Vice-presidente do Estado chinês desde 2008. ● Desconhecido do grande público. ● Sucessor de Hu Jintao, dez anos mais velho do que ele. ● É um dos 82 milhões de membros do Partido Comunista Chinês (PCC). ● Sua esperada nomeação como secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC) o converterá no próximo presidente da República Popular. ● Herda a China em plena mudança com o desafio de manter o país na posição de segunda economia mundial. CORRENTE DE COMÉRCIO COM O BRASIL (JAN-SET 2012) Exportações US$ 32,3 bi Importações US$ 25,0 bi Fontes: Brasil Econômico, Banco Mundial, agências Após três décadas norteada pela conquista do mundo via exportações, a China deve entrar num período de maior consumo interno, apoiado na elevação da renda da população e nos investimentos já realizados, sem deixar de ser decisiva no comércio global. “A China veio investindo 40% do PIB em capacidade produtiva por um longo período. Agora, essa supercapacidade precisa ser desovada”, afirma André Nassif, economista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e professor da Universidade Federal Fluminense. “Mesmo que o mundo não estivesse em crise, o mercado não seria capaz de absorver toda a produção chinesa. E, com a desaceleração iniciada em 2008, esse quadro só se agrava. A saída é atrair mão de obra rural para as cidades e apostar no desenvolvimento local”, diz. Assim, o incremento de renda per capita levará o país à transição, característica de nações em desenvolvimento, a passar da fase de demanda por alimentos e insumos para um estágio mais avançado, de consumo de produtos de maior valor agregado e apropriação de maior qualidade de serviços essenciais. Os novos dirigentes deverão se preocupar com questões internas, como as disputas entre as províncias, o controle sobre as migrações e os protestos por melhores condições de vida. “O país é palco de cinco mil manifestações por ano. Embora não tenham um sistema democrático, os chineses têm uma classe média crescente”, diz Eduardo Sampaio, diretor-gerente da FTI Consulting. ■ J.G. Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 5 Andrew Harrer/Bloomberg EM RECUPERAÇÃO Presidente do BC chinês vê sinais de melhora A economia da China está mostrando sinais de melhora e a configuração da política monetária irá garantir continuidade e flexibilidade em 2013, afirmou ontem o presidente do Banco do Povo do China, banco central do país, Zhou Xiaochuan. “Dados de outubro estão mostrando sinais de melhora. A tendência da economia doméstica está evoluindo numa direção boa”, disse Zhou. Dados que serão divulgados hoje podem cimentar as expectativas de uma recuperação. Governo brasileiro vai incrementar negócios Ministério do Desenvolvimento já identificou novas demandas para ampliar venda para a China Simone Cavalcanti [email protected] O mercado consumidor chinês faz brilhar os olhos de qualquer país do mundo e o Brasil não foge à regra. Principalmente agora que está em curso uma nova estratégia de crescimento mais voltada ao aumento da renda da população, o que ampliará o potencial de consumo na China. Atento ao movimento, o governo brasileiro busca conquistar espaço para incrementar os negócios. Ontem, em mais uma negociação para tentar elevar a compra de produtos brasileiros pelo seu principal parceiro comercial, a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Tatiana Lacerda Prazeres, se reuniu com representantes do Conselho Empresarial Brasil-China, em São Paulo. “Identificamos que a demanda chinesa por mais produtos, em que nossas exportações podem crescer, deve aumentar nos próximos anos”, disse ao BRASIL ECONÔMICO. Segundo ela, recentemente, a China demonstrou interesse em adquirir mais produtos do mercado internacional, com potencial para aumento das vendas brasileiras de milho, açúcar, algodão, máquinas e equipamentos. Para especialistas, a nova conjuntura chinesa é um celeiro de oportunidades e uma situação que o Brasil tem de saber aproveitar para diversificação de suas exportações. Afinal, a pauta brasileira é muito concentrada, principalmente em commodities, como minério de ferro e soja. Dados do Mdic indicam que, entre janeiro e setembro deste ano, o volume apurado no embarque apenas desses dois produtos representou cerca de 70% do total das vendas verde-amarelas ao parceiro comercial. “Eles têm uma estratégia muito clara e nós temos de aproveitar para vender em certos nichos nos quais possamos encaixar produtos com maior valor agregado”, disse Welber Barral, sócio da Barral M Jorge Consultores Associados e ex-secretá- rio de Comércio Exterior do Mdic. Para ele, há espaço para calçados mais elaborados e aços especiais, como o magnésio metálico — metal muito leve para carros e aeronaves, de maior valor agregado e que tem uma indústria competitiva no Brasil. “O que tira a competitividade desse material é o custo tributário e de logística do país”, diz. “Não é a indústria brasileira que não é competitiva, mas, sim, a estrutura brasileira que não tem a competitividade que há na China”, complementa Josefina Guedes, diretora da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) e sócia da consultoria de comércio exterior Guedes, Bernardo e Imamura. Na sua avaliação, a nova liderança chinesa está mais ligada aos grupos empresariais e isso poderá fazer com que o país queira aproveitar muito mais sua capacidade produtiva para suprir o mercado interno e fortalecer o crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB). Por isso mesmo, diz, será preciso ser mais firme nas negociações de agora em diante para conseguir vender. ■ China é líder em ações antidumping Maioria das investigações refere-se a concorrência desleal de preços na área de siderurgia Dos 58 processos de investigação antidumping em curso no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), 20 são contra produtos chineses. “E esse número tende a aumentar”, garante Welber Barral, sócio da Barral M Jorge Consultores Associados. “A China é campeã de audiência no Brasil e no mundo. Hoje exporta tudo e é líder em quase todos os produtos industriais”. A lista do Mdic é bem variada, mas é na área de siderurgia que a gigante asiática vem se destacando. Até 2007, a China era importadora desse tipo de mercadoria, mas, atualmente, tornouse grande exportadora, chegando a criar sobreoferta em inúmeros países. Das ações contra os chineses, oito investigam concorrência desleal de preços de produtos siderúrgicos, como laminados planos de aço. “Em muitos casos, a China exporta bens acabados em valores muito baixos que chegam a ser menores até do que o preço do insumo”, diz o consultor. ■ S.C. COMÉRCIO GLOBAL Das 58 ações antidumping, 20 são contra produtos chineses Talheres Tubos de cobre Tubos com costura de aço inoxidável Laminados planos de aços inoxidáveis austeníticos a frio Laminados planos de aço ao silício Laminados planos de baixo carbono e baixa liga Tubos de condução Pneumáticos para motocicleta Ferros elétricos Refratários básicos Fios de náilon Ventiladores de mesa Talhas manuais de capacidade de carga até 3 toneladas, sem alavanca Pneus de automóveis Pneus novos de borracha para bicicleta Chapas pré-sensibilizadas de alumínio Armações de óculos Pedivelas Dióxido de silício precipitado Índigo blue reduzido Fonte: MDIC Tomohiro Ohsumi/Bloomberg DE SAÍDA Escolha do presidente ocorre a portas fechadas Xi Jinping se tornará o homem mais poderoso do país durante Congresso em Pequim A China irá realizar reformas para tornar seu câmbio e taxa de juros mais baseados no mercado, impulsionar investimentos e injetar mais fundos estatais na indústria como parte dos planos para dobrar o PIB até 2020, disse o presidente Ju Hintao ontem. Ele reafirmou o compromisso com as metas que irão dobrar a renda das famílias em todo o país em uma década, no discurso de abertura do Congresso do Partido Comunista da China. Hu deve deixar o cargo de líder do partido durante o Congresso. Último gigante de um mundo comunista que desapareceu no século passado, o Partido Comunista Chinês (PCC) sobrevive graças a fortes doses de esquizofrenia acrobática, que alterna a mão de ferro em uma sociedade que abraça o capitalismo e o culto ao nacionalismo obscurantista. O XVIII Congresso do PCC — que nomeará o novo presidente do país — acontece em uma capital na qual o número de Ferraris, Lamborghinis, Maseratis e Porches Cayenne não tem parâmetro em nenhuma outra parte do mundo. Verdadeira “aristocracia vermelha”, os “filhos dos príncipes” — seus pais foram os revolucionários de ontem — surfam na onda de um capitalismo quase selvagem, no qual a opacidade dos mercados públicos e as relações com as poderosas empresas estatais permitem a formação de rápidas fortunas. Na parte mais pobre do país, operários cada vez menos dóceis se somam a uma “população flutuante” de 260 milhões de temporários, cidadãos de segunda classe, sem direito a residência nas cidades, procedentes de uma massa de 650 milhões de camponeses. Todos se beneficiaram de diferentes graus de crescimento sob a presidência de Hu Jintao. Xi Jinping nunca disputou uma eleição. Pouco se sabe sobre suas opiniões acerca da economia mundial ou do aquecimento global. Para muitos chineses, é mais fácil reconhecê-lo como marido de uma popular cantora folk. Apesar disso, está prestes a se tornar o homem mais poderoso da China. As transferências de poder no país, ainda feitas sob extremo sigilo, têm provocado tensão e incertezas. ■ AFP 6 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 BRASIL Subeditora: Patrycia Monteiro Rizzotto [email protected] Dilma adverte que não vai tomar decisão sob pressão Presidente diz que examinará “exaustivamente” o projeto sobre a nova repartição dos royalties do petróleo Ueslei Marcelino/Reuters Ruy Barata Neto Educação [email protected] A base do governo no Senado também já articula uma nova estratégia para vincular as receitas do petróleo aos investimentos em educação, o que ficou de fora do texto aprovado na Câmara. A solução será por meio de mudanças no projeto de lei do Plano Nacional de Educação (PNE) que define 10% do PIB para investimento em educação. Segundo Braga, o governo deve editar uma emenda ao PNE para vincular as receitas dos royalties aos investimentos em educação. A emenda deve ser incluída pelo próprio relator do projeto do PNE no Senado, José Pimentel (PT-CE). Ontem o ministro da educação, Aloizio Mercadante, voltou a defender a utilização dos royalties para o setor. “Não temos fonte nova para cumprir a meta ambiciosa do que foi aprovado no PNE”, afirmou. Para Braga, a iniciativa de incluir a emenda no PNE pressupõe a sanção ao projeto de lei da Câmara, que se não vincula os recursos à educação de maneira explícita, pelo menos prevê que os recursos dos royalties sejam aplicados na área. “A solução que, no fundo queremos encaminhar, é a ação coordenada em um conjunto de temas diferentes que sirvam para diminuir os desequilíbrios do pacto federativo no país”, afirma Braga. ■ Disposta a se manter longe das pressões pelo veto ao projeto de lei de distribuição dos royalties, aprovado nesta semana na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff avisou que usará todo o tempo a que tem direito — 15 dias a partir da chegada do projeto ao Palácio do Planalto — para decidir sob o encaminhamento que dará ao tema. “Não vou decidir nada sobre pressão”, disse a presidente a interlocutores. Conforme nota divulgada no blog do Planalto, Dilma fará uma “exaustiva análise” do projeto antes de concluir pela sanção, veto total ou parcial. Fontes do Palácio do Planalto afirmam que Dilma achou exagerado o tom das declarações do governadores após a aprovação do texto. O projeto de lei aprovado ainda terá que passar por correções antes de ser enviado para o governo. A principal delas diz respeito a uma soma de 101% para um dos percentuais definidos na divisão de recursos dos royalties. O erro deve ser corrigido na redação final do projeto pela própria Câmara dos Deputados, mas este encaminhamento ainda enfrentará resistências. Parlamentares do Rio de Janeiro apontam erro de con- Fontes do Palácio dizem que Dilma achou “exageradas” as declarações do governador Sérgio Cabral teúdo na proposta com o objetivo de inviabilizar o texto. Além disso, Dilma também estuda uma série de alternativas que podem ser viabilizadas após uma possível sanção presidencial para compensar possíveis perdas para os estados e municípios produtores. O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), aponta pelo menos uma das soluções que pode- rão ser analisadas. Trata-se da tributação na origem do petróleo distribuído para o resto do país. Hoje o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é cobrado no destino e não na origem. A ideia seria estabelecer uma nova lei que permitisse a cobrança de 4% de ICMS na origem. “Esse é um dos mecanismos entre uma série de outros que podem ser usados pe- la presidente”, afirma Braga. O líder do governo descarta veto presidencial ao projeto apesar das pressões dos governadores carioca e capixaba. “Depois da decisão soberana do Senado e da Câmara, a presidente deve se posicionar com zelo e sancionar o projeto”, diz. “É a vontade do povo uma nova regra de distribuição do petróleo e a presidente respeitará isso.” Rodada de licitações de petróleo está garantida Polêmica sobre novo modelo de distribuição dos recursos não atrapalha leilão de maio de 2013 O imbróglio em torno da distribuição dos royalties do petróleo não deve impedir o governo de realizar a 11ª rodada de licitação de novos blocos de exploração de petróleo, segundo avaliação de fontes do Palácio do Planalto. A presidente Dilma Rousseff marcou a licitação das novas áreas para maio do ano que vem, mas se não estiver resolvido todo o impasse as concessões poderão ser feitas sob a vigência das regras atuais de distribuição de recursos. A licitação é possível porque os percentuais de royalties devidos pelos vencedores da licitação em cada um dos campos continuarão os mesmos sendo a forma de distribuição dos recursos entre os entes da federação definidos de forma separada dos contratos. Esta avaliação vai de encontro com a perspectiva da diretorageral da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard. Segundo ela, para que as licitações ocorram dentro do previsto, é preciso que uma definição sobre o imbróglio ocorra ainda este ano. Magda afirma que a ANP precisará de pelo menos 120 dias para preparar as diferentes etapas do leilão, o que significa preparar a minuta do contrato, o edital e colocá-lo em consulta pública. Isso significa que o ideal seria que a questão dos royalties esteja resolvida, no máximo até janeiro. A previsão é que o governo faça licitações de 170 blocos de exploração de petróleo, e que ainda não fazem parte da camada pré-sal. As primeiras licitações de pré-sal devem ocorrer apenas em novembro, segundo estimativas do governo. ■ PERDAS SOB PL 2.565/11 (APROVADO NA CÂMARA) Projeção do prejuízo dos estados e municípios do RJ, ES e SP, em R$ mil* ROYALTIES UNIÃO ESTADOS CONFRONTANTES RIO DE JANEIRO ESPÍRITO SANTO SÃO PAULO MUNICÍPIOS CONFRONTANTES PARTICIPAÇÃO ESPECIAL 2013 2020 2013 2020 1.445.400 903.375 605.393 91.225 40.763 1.626.075 3.482.100 1.380.699 1.060.639 140.208 220.043 7.566.851 1.007.791 1.151.761 1.030.843 63.848 45.569 719.851 1.387.349 6.936.743 6.208.484 384.537 274.451 2.081.023 Fonte: governo do Estado do Rio de Janeiro Os cálculos baseados na curva de produção projetada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), com base em barril a US$ 90 e câmbio de R$ 2,00 Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 7 Divulgação ANP Produção de petróleo do Brasil recua 8,4% A produção de petróleo brasileira no mês de setembro foi 8,4% menor do que o volume registrado no mesmo período do ano passado, atingindo 1,924 milhão de barris diários em média, ante os 2,099 milhões de barris/dia em 2011. A informação foi divulgada ontem pela Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis (ANP). Em comparação com o volume bombeado em agosto, de 2,004 milhões de barris/dia, houve redução de 4% em setembro. Reuters Governador do Rio, Sérgio Cabral, afirma confiar no veto da presidente Felipe O’Neill/O Dia tas”, disse o governador a uma plateia de cerca de 100 empresários fluminenses durante o almoço da entidade Lide - Grupo de Líderes Empresariais, no Aurélio Gimenez Hotel Copacabana Palace. O Dia Cabral admitiu, no entanto, O governador do Rio de Janeique a presidente possa vetar parro, Sérgio Cabral, reafirmou oncialmente o texto aprovado. “Estem que confia na presidente te projeto pode ser dividido em Dilma Rousseff e que acredita duas partes. Uma, fala de uma que ela irá vetar o projeto apronova distribuição do que já foi livado na Câmara dos Deputados citado. Isso é ilegal e deve ser vena terça-feira, criando nova retado. E a presidente Dilma teria gra para a distribuição dos royalcondição de sancionar a parte ties de petróleo. Caque diz respeito ao bral também voltou Cabral diz que novo marco legal a dizer que, sem os (aos campos ainda recursos dos contra- com a redução não foram licitados da receita dos do pré-sal). Para estos atuais, será obrigado a fechar as porroyalties não sa nova divisão (de tas de metade dos campos não licitaterá como serviços públicos dos) devemos respagar dívida peitar o Congresso do estado. “Pelos nossos Nacional, embora cálculos, com esse projeto, o também discordemos do trataestado do Rio perderá R$ 77 bimento dispensado ao Rio”, exlhões até 2020. Não é uma figuplicou. Cabral voltou a afirmar ra de retórica, não estou exageque está tranquilo pois, segunrando. Quando falo que não do ele, presidenta Dilma declatem Olimpíada, não tem Copa rou publicamente em entrevisdo Mundo, não estou exagerantas e, até mesmo, em palestras do. Não contem com o govercom prefeitos, que respeitas os no do estado, pois não terei cocontratos e os marcos legais. “É mo pagar a dívida da União e um princípio básico do governo nem como pagar os pensionisbrasileiro”, argumentou. Contudo, mantém argumento de que faltará verba para realização da Copa e Olimpíada Cabral espera que novas regras vigorem sobre poços não licitados Ao ser indagado sobre uma possível compensação do governo federal, caso o projeto não seja vetado, Cabral disse que não fala sobre conjecturas. “Nós não estamos atrás de especulação, estamos atrás do respeito ao marco legal. A presidente Dilma não falou sobre isso, ela tem compromisso, primeiro, com os princípios legais, que ela tem condições de vetar a parte que diz respeito aos contratos já assinados, ao que já foi leiloado. E, segundo, pode sancionar a parte que diz respeito a uma distribuição a partir do novo marco legal da partilha”, complementou. Cabral disse que avaliou o projeto aprovado com as equipes técnica e jurídica e, segundo ele, o texto aprovado tem dois momentos: “tem um momento em que ele fala de uma nova distribuição do já licitado, que é ilegal; e tem um momento que fala de uma distribuição a partir do novo regime. Essa até eu posso discordar, como discordei, lutei por isso, mas essa a gente tem que respeitar o Congresso Nacional. Ele tem autonomia”, disse. O governador explicou que no projeto de lei que define nova regras de distribuição dos royalties é mencionada uma compensação financeira para o Rio de Janeiro — conforme está previsto no artigo 20º da Constituição. Mas, na opinião de Cabral, essa compensação não esttá numa proporção justa. “Nós vamos perder dinheiro, o estado vai perder recursos. Primeiro, porque o regime de partilha acaba com a Participação Especial. Já perdemos 60% do que recebemos hoje. E vamos dividir numa outra proporção com os demais estados brasileiros e municípios brasileiros”, frisou. ■ Governo investirá R$ 2,7 bilhões em alfabetização Alan Marques/Folhapress Novo pacto nacional visa que crianças saibam português e matemática antes dos 8 anos O governo federal vai investir R$ 2,7 bilhões nos próximos dois anos para que as crianças brasileiras sejam plenamente alfabetizadas em língua portuguesa e matemática até os 8 anos de idade, ao final do terceiro ano do ensino fundamental. O investimento faz parte do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa lançado ontem pela presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a média nacional de crianças não alfabetizadas aos oito anos chega a 15,2%. Essa taxa alcança índices ainda maiores e chega a dobrar em estados como Maranhão (34%) e Alagoas (35%). A menor taxa é registrada na Região Sul, com o índice de 4,9% de crianças não alfabetizadas. Mercadante diz que programa é uma das prioridades do MEC “Considero esse programa a prioridade das prioridades do MEC. É o maior desafio histórico e que esse país deveria colocar no topo da agenda de todos os gestores do Brasil”, disse Mercadante. O ministro destacou que 8 milhões de crianças estão inseridas nesse primeiro ciclo de alfabetização. Ainda segundo ele, o prejuízo de uma criança que não é alfabetizada no período certo pode se estender a outras etapas do ensino. Entre os objetivos da pasta está o de garantir a alfabetização e evitar a futura reprovação de alunos. Segundo o ministro, o impacto da reprovação de alunos, em toda a educação básica, vai de R$ 7 bilhões a R$ 9 bilhões. Ao todo, 5.270 municípios e todas as 27 unidades federativas já aderiram ao pacto, que envolve a capacitação de 360 mil professores alfabetizadores. Trinta e seis universidades públicas vão preparar cursos de 200 horas para uniformizar procedimentos educacionais em todo o país. Os recursos investidos no pacto também vão garantir uma bolsa de R$ 750 mensais aos orientadores, que vão capacitar os professores alfabetizadores. Com o pacto, o Ministério da Educação vai distribuir 26,5 milhões de livros didáticos nas escolas de ensino regular e do campo, além de 4,6 milhões de dicionários, 10,7 milhões de obras de literatura e 17,3 milhões de livros paradidáticos. Para mensurar os resultados do pacto entre as crianças brasileiras, o MEC vai implementar duas avaliações. Ao final do 2º ano, será aplicada a nova versão da Provinha Brasil, realizada pelos próprios professores dentro de sala de aula para avaliar os conhecimentos sobre o sistema alfabético da escrita e quais habilidades de leitura as crianças dominam. No final do 3º ano, será aplicada uma nova prova, ainda sem nome, regras ou datas definidas. Essa avaliação ficará a cargo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Além das medidas anunciadas, a pasta vai investir R$ 500 milhões em premiação para as melhores experiências de alfabetização. Para Mercadante, as ações do pacto estimulam os professores a voltarem a atuar na profissão. ■ ABr 8 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Henrique Manreza BRASIL FAO Preços dos alimentos caíram 8% no mundo Os preços dos alimentos no mundo sofreram uma queda média de 8%, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Os dados se referem ao período de janeiro a outubro de 2012 em comparação com o mesmo período de 2011. As maiores quedas registradas foram os cereais, o azeite e o óleo. Lácteos e o açúcar também aumentaram. A FAO calcula que o gasto mundial com a importação de alimentos deva chegar a US$ 1,14 bilhão em 2012. ABr Elétricas colocam em risco plano de Dilma para reduzir conta de energia Especialistas afirmam que, se empresas não renovarem seus contratos, metas oficiais não serão atingidas Adriano Machado/Bloomberg A resistência de grandes empresas do setor elétrico em renovar suas concessões nos termos propostos pelo governo federal ameaça a promessa da presidente Dilma Rousseff de reduzir a conta de luz em 2013 e pode ter, inclusive, efeitos sobre a política monetária. A estatal mineira Cemig já deixou fora da lista de prorrogações três hidrelétricas que somam potência de 2,5 mil megawatts (MW). Somente nesse caso, uma fonte do governo calcula um impacto de menos 1 ponto porcentual na redução média da tarifa anunciada ao usuário final, que foi de 20%. Além das três usinas da Cemig, analistas do setor elétrico são praticamente unânimes ao afirmar que a geradora Cesp e a transmissora Cteep devem rejeitar a renovação antecipada e condicionada de suas concessões. “Obviamente, se as usinas não renovarem, aquela meta fixada pela presidente da República certamente vai ficar comprometida”, disse o coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde de Castro. Segundo fonte do governo, que preferiu se manter sob anonimato, as autoridades acreditam que a maioria das companhias vai optar por manter os ativos por mais algumas décadas. A concessionária que não aceitar a renovação antecipada continua Impacto da geração de energia no cálculo da tarifa depende da efetiva produção das hidrelétricas com o empreendimento até o vencimento dos contratos atuais, entre 2015 e 2017, cobrando um preço maior pela geração e transmissão da energia — daí a dificuldade de se diminuir a conta de luz na proporção pretendida pelo governo já no início de 2013. A Cesp, controlada pelo governo de São Paulo, informou que vai contestar as novas tarifas e a indenização oferecida pela União pelo investimento não amortizado em suas usinas no processo de renovação antecipada das concessões. Se a Cesp não renovar as concessões das usinas de Ilha Solteira, Três Irmãos e Jupiá, poderá subtrair uma potência total de quase 5,8 mil megawatts (MW) do portfólio de ativos de geração que é alvo da medida provisória 579, que trata do assunto e está no Congresso. Somando a isso, as três usinas da Cemig excluídas e outras pequenas hidrelétricas fora da lista do governo (algumas até desativadas), o universo das renovações na geração de energia cairia de 25,5 mil MW para 16,8 mil MW — o que significa que um ter- ço da capacidade prevista não teria a concessão renovada. A fonte do governo ressaltou, porém, que o impacto da geração de energia no cálculo da tarifa depende mais da efetiva produção das hidrelétricas do que de sua capacidade instalada. Já a não renovação das concessões pela Cteep impediria o governo de retirar da conta de luz dos consumidores o montante de 1,7 bilhão de reais, em base anual, até 2015, quando a concessão termina e os ativos voltariam à União para nova licitação. O valor representa a diferença entre a receita anual que a Cteep tem garantida com os ativos pelos contratos vigentes — de 2,2 bilhões de reais — e o valor do faturamento proposto pelo governo para renovação antecipada — de 516 milhões de reais por ano. Procurada, a Cteep informou que não fará comentários sobre a decisão que tomará. Na quartafeira, a agência de classificação de risco Fitch disse ser pouco provável que a empresa aceite a renovação antecipada. Para a consultoria LCA, o governo ainda tem como buscar um reajuste negativo próximo do anunciado mesmo sem a renovação integral das concessões. “Essa margem está no fato de ainda haver alguns encargos setoriais passíveis de serem retirados da conta de energia elétrica e serem repassados para o Tesouro Nacional”, segundo a LCA. ■ Reuters Descumprimento terá impacto na meta da inflação Queda estimada pelo governo na tarifa de luz garantiria desconto de 0,5% no IPCA de 2013 Dilma prometeu em rede nacional o corte médio de 20% na conta de luz no Brasil no ano que vem, como forma de melhorar a competitividade da indústria e dar um impulso adicional à economia. Além de arranhar a imagem da presidente, não entregar a redução da tarifa de energia teria impacto na inflação projetada pelo Banco Central em 2013. A queda estimada pelo governo na conta de luz garantiria um desconto de 0,5% no IPCA do ano que vem, segundo o BC. A autoridade monetária trabalha com perspectiva de que o IPCA no próximo ano fique em 4,9%. Sem a queda planejada do preço da energia, a inflação subiria e se afastaria mais do centro da meta do governo, que é de 4,5%. Isso poderia ter implicações também sobre a taxa básica de juro Selic. Contra o tempo O prazo para as empresas elétricas assinarem os aditivos aos contratos para renovação — até 4 de dezembro — é tido como apertado, e a pressa do governo vem sendo criticada por empresários e representantes do setor elétrico. A própria MP 579 não deve Empresários também se queixam dos prazos estabelecidos pelo governo para as assinaturas de contratos ser votada no Congresso Nacional até o início do mês que vem, ou seja, as novas regras poderão mudar depois que os documentos forem assinados pelas concessionárias. Segundo outra fonte do governo, mais próxima das negociações com o Congresso, Dilma assumiu o comando das conversas com deputados e senadores para garantir a aprovação da MP sem alterações. Mesmo diante do cenário de contestações à MP, o governo descarta mudar o valor das indenizações e das novas tarifas. O Ministério de Minas e Energia já informou que vai relicitar adiante os ativos que não forem renovados nos mesmos termos que estão sendo oferecidos aos atuais concessionários, com a mesma redução nas receitas. No caso da Cemig, o governo federal está realizando uma força-tarefa de negociações com a empresa e o governo de Minas Gerais, acionista controlador da companhia, para que a elétrica volte atrás e encaminhe pedido de renovação da concessão das suas três usinas hidrelétricas. ■ Reuters Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 9 Ty Wright/Bloomberg AGRONEGÓCIOS IBGE reduz previsão para a safra de 2012 O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de outubro, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reduziu a estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para este ano. Em setembro, a previsão era fechar 2012 com 163,7 milhões de toneladas, mas, agora, em outubro a estimativa passou para 162,6 milhões de toneladas, ou seja, 0,7% menor. Mesmo assim, a expectativa é chegar a resultado 1,5% superior ao obtido em 2011. ABr STF conclui penas de sócios de Valério Cristiano Paz foi punido com 25 anos de prisão, mais pagamento de multa de R$ 2,5 milhões Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) concluíram ontem a indicação das penas dos dois sócios do empresário Marcos Valério na ação penal do mensalão. Até o fechamento desta edição, eles iniciaram também a análise da pena de Rogério Tolentino, advogado de Valério. Ramon Hollerbach e Cristiano Paz foram condenados por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculato e corrupção ativa na participação do esquema de compra de apoio político no Congresso durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula. Hollerbach foi condenado a 29 anos, 7 meses e 20 dias de reclusão (ver matéria a baixo). Já Paz foi condenado a 25 anos, 11 meses e 20 dias de prisão, como propôs inicialmente o relator, Joaquim Barbosa, além de multa de R$ 2,5 milhões. As penas do publicitário correspondem às fixadas ao réu Ramon Hollerbach, seu ex-sócio, para os crimes coincidentes. A semelhança de condutas entre os réus permitiu que as penas de Paz fossem fixadas mais rapidamente, em poucas horas, enquanto a discussão sobre Hollerbach levou dois dias e meio na Corte. A soma final da pena de Paz é menor que a de Hollerbach porque o primeiro réu não foi condenado pelo crime de evasão de divisas, envolvendo o publicitário Duda Mendonça e a sócia Zilmar Fernandes. Antes do recesso de 12 dias no julgamento, retomado na quarta-feira (7), os ministros já haviam condenado Marcos Valério a 40 anos de prisão. Essa punição deve ser revista e, segundo nova metodologia para definição das penas adotada do relator Joaquim Barbosa, seria au- mentada a 47 anos de reclusão. Já Tolentino, advogado de Valério, teve pena no crime de formação de quadrilha indicada por Barbosa de dois anos de reclusão, o que, segundo o próprio ministro, representaria a prescrição (o que ocorre neste caso com penas de até dois anos, já que se passaram sete anos do crime). O voto foi vencido porque os ministros Marco Aurélio, Celso de Mello e Ayres Britto indicaram pena de 2 anos e 3 meses, para evitar prescrição. Luiz Fux e Gilmar Mendes mudaram o voto e acabaram por acompanhar Marco Aurélio, garantindo a validade da pena. Os ministros ainda têm de definir quais serão as penas para Tolentino em outros crimes pe- los quais foi condenado na ação penal do mensalão. Os ministros voltaram a lembrar que as penas podem ser alteradas até o final do julgamento. O valor das multas também não são definitivos, pois são consideradas quantias aproximadas que ainda precisam passar por atualização monetária. ■ iG e Reuters Hollerbach é condenado a 29 anos Ministros ainda aplicaram multa de R$ 3 milhões contra ex-sócio de Marcos Valério O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu ontem a pena do réu Ramon Hollerbach na Ação Penal 470, o processo do mensalão. A punição para o ex-sócio de Marcos Valério, que ainda pode ser alterada até o final do julgamento, é 29 anos, sete meses e 20 dias de prisão e multa que se aproxima de R$ 3 milhões. A pena de Hollerbach começou a ser discutida no dia 25 de outubro, com a fixação das punições para os crimes de formação de quadrilha, além das acusações de corrupção e peculato envolvendo o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) e o Banco do Brasil. As discussões foram suspensas devido ao recesso de quase duas semanas. Na quarta-feira (7), a Corte definiu as penas de Hollerbach para os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo os parlamentares da base aliada. A sessão foi suspensa porque os ministros não conseguiam se entender sobre a pena de evasão de divisas. Empresário foi considerado culpado pelos mesmos crimes do publicitário Marcos Valério O conflito foi resolvido apenas na sessão de hoje, com proposta do ministro Celso de Mello. A pena para o crime foi três anos e oito meses de prisão, mas os ministros não proclamaram o valor definitivo da multa neste caso. O STF começou, em seguida, a definir as penas do publicitário Cristiano Paz. O primeiro crime analisado foi formação de quadrilha, e os ministros já fixaram pena de dois anos e três meses de prisão. ■ Amigo de Cachoeira volta ao Senado Ataídes Oliveira (PSDB-TO), assumirá posto do parlamentar João Ribeiro (PR-TO) O Senado ganhará em breve um novo integrante próximo ao bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O suplente Ataídes Oliveira (PSDB-TO) deve assumir o lugar do senador João Ribeiro (PRTO), que pedirá licença médica após ter confirmado na última segunda-feira (5), em exames no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o avanço de uma doença rara que impede a produção de plaquetas brancas pelo sangue. Oliveira pode ocupar a cadeira da bancada do Tocantins por tempo indeterminado devido à necessidade de Ribeiro passar por um transplante de medula óssea. O suplente tocantinense aparece em gravação telefônica da Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal (PF), autodeclarando-se “amigo” de Carlinhos Cachoeira . Oliveira teria encomendado reportagens no jornal O Estado de Goiás, controlado indiretamente por Cachoeira, segundo relatório da PF. Em conversa gravada no dia 4 de julho de 2011, o tucano afirmava ter “umas notas (notícias) interessantes a nível Brasil” para publicar no jornal. O diálogo segue com Oliveira afirmando que gostaria que Cachoeira lhe “desse ou pedisse a alguém” para lhe dar acesso ao jornal. “Se tiver algum custo é comigo mesmo, viu amigo?”, prossegue a gravação. Cachoeira concorda: “Na hora, manda cobrir lá, manda cobrir lá”. A posse do suplente ainda não tem data marcada. Isso porque Ribeiro não se decidiu pelo afastamento até o recesso, marcado para 18 de dezembro. O senador é titular da segunda secretaria do Senado e pretende renová-la nas eleições internas da Casa em fevereiro, o que garantiria espaço para PR no primeiro pelotão do Senado. O cargo permite acomodar indicações de aliados políticos para cargos comissionados, a exemplo da recente nomeação da namorada do ex-diretor do Dnit Luiz Antônio Pagot como assessora parlamentar pelo suplente de Blairo Maggi, o senador Cidinho Santos (PR-MT). ■ iG (www.ig.com) 10 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Marcos Issa/Bloomberg BRASIL PESQUISA Produção industrial cai em 12 estados A produção industrial medida pela Pesquisa Industrial Mensal Produção Física — Regional caiu em 12 dos 14 locais pesquisados em setembro. Os dados, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que as quedas mais acentuadas foram registradas em Goiás (-2,9%), eliminando parte do avanço de 10,2% do mês anterior, Rio de Janeiro (-2,7%), Paraná (-2,6%), Santa Catarina (-2,2%), Espírito Santo (-1,9%), Ceará (-1,6%) e Minas Gerais (-1,4%). ABr Estados reclamam das dificuldades em implementar a Resolução 13 Secretários de Fazenda dizem que não têm departamentos específicos para fiscalizar conteúdo nacional Gustavo Machado [email protected] Apesar das definições do Conselho de Política Fazendária (Confaz) sobre a regulamentação da Resolução 13, que tenta acabar com a guerra dos portos, os secretários continuam a reclamar sobre as dificuldades que preveem para implementar as novas regras. A nova forma de cobrança de Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual para importados, segundo eles não prejudica apenas os empresários, mas tam- bém os estados. Há poucas semanas para a virada do ano, quando a resolução entra em vigor, eles dizem que ainda não possuem departamentos definidos para fiscalizar o conteúdo nacional das indústrias locais, o principal ponto de dúvida. Segundo a resolução, caso um produto industrializado tedos — alcançado ontem em reunha mais de 40% de conteúdo nião entre os secretários estaimportado, 4% do ICMS interesduais e o secretário-executivo tadual será cobrado pelo estado do Ministério da Fazenda, Nelde origem, e os 14% restantes son Barbosa — facilitará a troca pelo de destino. de experiências entre as unidaPara Cláudio Trinchão, coordedes da Federação. nador do Confaz e secretário da “São milhões de operações peFazenda do Maranhão, 2013 será las quais passam um item indusum ano de adaptação. “As duas trializado. No início, será feito partes (estados e empresários) souma mágica grande para acomfrerão as consequências de uma panhar tudo isso. Estamos nos redação que não foi preparando, mas só discutida com o Conna prática saberePara faz. Somos tão vítiquais serão os coordenador mos mas quanto os converdadeiros probledo Confaz, tribuintes”, alarma mas com a resoluo secretário. ção”, afirma. estados são Segundo ele, ao Na última quartavítimas das longo do próximo feira, o Confaz definovas regras niu pontos imporano serão criados em seu estado novos tantes sobre a regudispositivos de controle e equilamentação da resolução. Será pes especializadas na fiscalizaconsiderado conteúdo importação da indústria. “A Receita Fededo apenas o valor registrado na liral irá ajudar as equipes técnicas cença importação, ou seja, cusa fiscalizar os certificados de contos adicionais referentes à importrole e as notas fiscais eletrônitação, como frete e desembaracas. Serão nossos instrumenço, serão considerados valor tos”, explica Trinchão. agregado. Além disso, a nova forCom discurso semelhante, seu ma de cobrança do ICMS será feicolega do Paraná afirma que os ta em todas as movimentações problemas só aparecerão após a interestaduais da carga, e não resolução começar a vigorar. apenas na primeira. A regulaLuiz Carlos Hauly afirma tammentação ainda pode ser modifibém que o consenso entre os estacada até ser publicada. ■ Divulgação Luiz Carlos Hauly: “No início, será feita uma mágica para acompanhar todo o processo produtivo” Apenas 12% da importação recebem benefícios Estados cujos programas incentivaram mudança no ICMS detêm pequena participação Até o nono mês de 2012, apenas 12% das mercadorias importadas passaram pelos estados considerados responsáveis pela guerra dos portos. Portos e aeroportos de Santa Catarina e Espírito Santo desembarcaram cargas que somaram US$ 19,1 bilhões neste ano. A soma não chega à metade do que o Porto de Santos, o maior do país, registra de importações. Neste ano, o terminal paulista já supera a marca de US$ 42 bilhões em importação, um recorde alcançado apesar dos registros de queda dos desembarques em geral. Os programas de desenvolvimento dos estados são responsáveis pelos créditos obtidos pelos importadores, que, segundo o governo e senadores que aprovaram a Resolução 13, é responsável pelo desequilíbrio da indústria e das contas de outros estados. No entanto, segundo o próprio coordenador do Conselho de Política Fazendária (Confaz), Claudio José Trinchão, o custo de implementação da resolução parece ser alto demais para acabar com um problema relativamente pequeno. A maior parte da importação feita por esses portos também desmerecem tamanha movimentação dos estados. Nos três principais portos dos estados, Itajaí e São Francisco do Sul, em Santa Catarina, e Vitória, no Espírito Santo, a maior parte dos produtos desembarcados são de insumos industriais. Apenas no caso de automóveis de passeio, que possuem participação relevante na pauta de importação de Vitória, há a justificativa de barrar bens de FLUXO Menos de 12% das importações passam por Espírito Santo e Santa Catarina em 2012, em US$ bilhões 42,15 SANTOS - PORTO - SP PARANAGUÁ - PORTO - PR 11,08 CAMPINAS - AEROPORTO - SP 10,93 RIO DE JANEIRO - PORTO - RJ 8,82 SAO PAULO - AEROPORTO - SP RIO DE JANEIRO - PORTO DE SEPETIBA - RJ ITAJAÍ - PORTO - SC 8,35 6,78 VITÓRIA - PORTO - ES 6,57 7,13 MANAUS - PORTO - AM 5,47 SÃO SEBASTIÃO - PORTO - SP 5,41 SÃO FRANCISCO DO SUL - PORTO - SC 4,76 IMBITUBA - PORTO - SC 0,49 VITÓRIA - AEROPORTO - ES 0,47 Fonte: Secex 0 10 20 30 40 50 consumo duráveis que concorrem com a indústria nacional. Os desembarques pelo Espírito Santo representam 23% da importação total de veículos com cilindrada superior a 1500. Para Trinchão, a discussão sobre os benefícios fiscais fornecidos por estes estados serão deixados de lado após a definição sobre a nova forma de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual, que está em discussão no Palácio do Planalto. “A guerra dos portos é apenas a ponta do iceberg. O correto seria discutir todo o problema, e não apenas o das importações”, diz o coordenador do Confaz. “Na verdade, este problema é tão pequeno, que a resolução só trará dificuldades enquanto o todo ICMS não for modificado”, afirma Trinchão, que também é secretário da Fazenda do estado do Maranhão. ■ G.M. Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 11 PODER ONLINE >>> Leia mais em www.ig.com/poderonline FERNANDO MOLICA [email protected] Gilberto Nascimento/Ag. Camara CURTAS ➤ ● Sérgio Cabral ainda acredita que Dilma Rousseff dará uma solução favorável ao Rio no caso dos royalties. Mas sua confiança já foi maior — teme que o problema vá parar no Supremo Tribunal Federal. O governador do Rio ficou meio macambúzio depois da conversa que teve ontem, por telefone, com a presidente. Ela se comprometeu a defender o estado, mas não garantiu que vetará o projeto aprovado pelo Congresso. ➤ ● Liderança na Câmara O PMDB-RJ está de olho na liderança do partido na Câmara dos Deputados — o lugar ficará vago com a provável eleição de Henrique Eduardo Alves (RN) para a presidência da Casa. Um dos integrantes da bancada fluminense, o deputado Eduardo Cunha não nega que é candidato à vaga de Alves, mas seu nome não é consensual. Parte dos peemedebistas do Rio articula a candidatura de Leonardo Picciani. Ex-secretário estadual de Habitação, Picciani é ligado ao govenador Sérgio Cabral e é filho do presidente estadual do partido, o ex-deputado Jorge Picciani. ■ O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) representará a Câmara dos Deputados no encontro de parlamentares gays que a Comissão de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) promoverá em Bogotá, nos próximos dias 19 e 20 de novembro. O encontro tem o objetivo de reunir deputados e senadores gays ou defensores da causa do mundo inteiro. ➤ ● ➤ ● Não convidem para a mesma mesa o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Enquanto o ministro pregava que a neutralidade da rede no novo Marco Civil da internet deve ser definida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o deputado quer que as regras sejam explicitadas pelo Executivo por decreto da presidente Dilma Rousseff. A votação do projeto, que deveria ocorrer nesta quarta-feira, foi adiada mais uma vez. ➤ ● A Juventude do PSDB fará neste sábado uma reunião na Assembleia Legislativa de São Paulo. A exemplo do que caciques do PSDB defenderam depois da derrota de José Serra (PSDB) na eleição municipal, a pauta do encontro será a renovação do partido. O DEM mato-grossense iniciou discreta articulação que vai dar o que falar: interlocutores do partido sonham em convencer o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, a entrar na disputa pelo governo do Mato Grosso em 2014. A sugestão é que Gilmar Mendes renuncie ao mandato no STF às vésperas do período de desincompatibilização, e assuma a candidatura com apoio do DEM, PMDB, PSDB e com a possibilidade de atrair outros partidos, como o PDT. “Se ele aceitar, será um nome de consenso entre as forças políticas de Mato Grosso. Com o fim do mandato do atual governador abre-se um boqueirão enorme para um novo projeto político em Mato Grosso”, diz um dos entusiastas da ideia, o deputado (DEM-MT) e ex-governador Júlio Campos. ➔ Colaboraram Vasconcelo Quadros e Marcel Frota Fifa define seis sedes de 2013 A presente Instituição aderiu ao Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para a Atividade de Private Banking no Mercado Doméstico. Pedro Ladeira/AFP Marin: “Copa das Confederações é uma oportunidade imperdível” Copa das Confederações será em Recife, Fortaleza, Rio, Belo Horizonte, Brasília e Salvador A Fifa anunciou ontem que a Copa das Confederações será disputada em seis sedes, incluindo Recife, que esteve em dúvida para o torneio devido a atrasos nas obras, mas a federação internacional voltou a demonstrar preocupação com o ritmo dos preparativos do Brasil. As outras cidades confirmadas para o torneio de 2013, que serve como principal teste para a Copa do Mundo de 2014, são Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro e Salvador. Walter De Gregorio, diretor de comunicação da Fifa e representante da entidade no evento em que as sedes foram confirmadas, ressaltou que apenas dois es- tádios estão dentro do cronograma inicial: Belo Horizonte e Fortaleza, já que a Fifa havia determinado dezembro deste ano como limite para a entrega das arenas da Copa das Confederações. “Pela primeira vez postergamos o prazo em dois meses, para o final de fevereiro”, disse. “Mas estamos preocupados, pois os estádios não serão entregues como planejados desde o início... Chegamos a um ponto que não há retorno, e temos pouco tempo”, disse. A Arena Pernambuco está com 70,5% de seus trabalhos concluídos, segundo estimativa da construtora responsável pelas obras, após a instalação da cobertura da Ala Sul e da fixação de três módulos da estrutura superior. O prazo de conclusão é fevereiro de 2013, quatro meses antes da Copa das Confederações. A Fifa já havia selecionado as seis cidades para a competição, mas o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, colocou em dúvida se os seis estádios estariam prontos a tempo, e a arena de Recife era a que mais preocupava. O governo e o comitê organizador local (COL), por outro lado, sempre mostraram confiança na manutenção da capital pernambucana no torneio. “A Copa das Confederações é uma oportunidade que nenhuma sede, o COL e a Fifa gostariam de deixar escapar. Pela primeira vez metade dos estádios da Copa do Mundo serão entregues e testados um ano antes”, disse o presidente do COL, José Maria Marin. No entanto, ele admitiu atrasos nos preparativos para o torneio, que será um teste para o Mundial de 2014. “Ao analisar os relatórios técnicos, a Fifa, o COL e o governo federal identificaram que em alguns casos o cronograma é apertado”. A Copa das Confederações será disputada de 15 a 30 de junho e é considerada um teste para o Mundial de 2014. Os ingressos serão vendidos a partir de 3 de dezembro. Estão confirmadas para o torneio as seleções de Brasil, Espanha, Itália, Uruguai, México, Japão e Taiti. Falta apenas definir o representante africano, que sairá da Copa Africana de Nações. O Brasil vai abrir o torneio em Brasília, no dia 15 de junho, e a final será disputada no Maracanã, no dia 30 de junho. ■ Ser cliente Banco do Brasil Private é poder contar com a expertise e a capacitação internacional de profissionais CFP. Banco do Brasil Private. Bom para você que é único. Patricia Calori, CFP ® Gerente Private A marca CFP® pertence ao Financial Planning Standards Board Ltd. para uso fora do território norte-americano. No Brasil, entidade autorizada pelo FPSB para 6$& 2XYLGRULD %% EEFRPEUSULYDWH 12 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 INOVAÇÃO & TECNOLOGIA Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] ProfCerto usa a internet para melhorar ensino de idiomas Idealizadores da plataforma esperam atender à demanda dos cursos cadastrando professores na rede Carolina Marcelino [email protected] O mercado de idiomas está aquecido. No último ano, cresceu 11% e a expectativa é que alcance o mesmo percentual neste ano. De olho nisso e nos estrangeiros que devem desembarcar no Brasil nos próximos anos, foi lançado na internet o ProfCerto, ferramenta cujo objetivo é criar um banco de dados com professores que estejam à procura de emprego. Semelhante ao conceito da Catho e Infojobs, o ProfCerto funcionará como uma plataforma multilateral. Ou seja, é preciso ter o profissional e os interessados em seus serviços. Uma das empreendedoras do projeto, Rosangela Souza explica que a ideia surgiu após a identificarem uma queda no número de profissionais qualificados disponíveis no mercado. “Com o aumento das escolas de idiomas e suas franquias, o número de professores bons e disponíveis diminuiu”, desabafa. Foi aí que ela e sua sócia na empresa “Cia de Idiomas” tiveram a ideia deste projeto. Elas então se juntaram a dois outros dois sócios, empresários do ramo de comunicação e publicidade, para lançar o ProfCerto. Lançada em outubro, a ferramenta está disponível em um primeiro momento apenas para os candidatos, que podem se inscrever gratuitamente. Na primeira etapa, eles preenchem um cadastro, respondem a um teste escrito, depois um teste psicológico e por último gravam um vídeo respondendo 30 perguntas No último ano, o mercado de idiomas cresceu 11% e a expectativa é que alcance o mesmo percentual em 2012 na língua em que dominam. O ProfCerto espera reunir até o fim do ano pelo menos 5 mil cadastros no seu banco de dados. Serão aceitos professores de inglês, espanhol, francês, aleFotos: divulgação Empresária Rosangela Souza sentiu falta de bons profissionais disponíveis no mercado para lidar com estudantes de todas as idades mão, russo, mandarim e português. “Os professores já estão sendo convidados a preencher um cadastro e a realizar teste escrito, pedagógico e comportamental, além de convidar colegas a postar referências e ainda postar um vídeo falando o idioma que ensina. Tudo de graça. Depois, é só esperar pelas ofertas de trabalho de escolas de idiomas e/ou alunos particulares”, afirma a empresária. A receita da nova empresa virá da demanda dos alunos particulares e das escolas interessadas. Para acessar os testes dos candidatos, os interessados terão de pagar. “Vai funcionar como uma espécie de crédito. Por exemplo, você compra R$ 100 de crédito e ele vai acabando conforme você for visualizando os perfis dos candidatos”, acrescenta. O valor médio para comprar é de R$ 25. “Um dos diferenciais do ProfCerto é que ele otimiza o tempo do recrutador, minimiza os investimentos com recrutamento e seleção (análise de currículos, testes e entrevistas) e ainda contribui consideravelmente para uma contratação acertada, ou seja, mais alinhada com as necessidades e expectativas do contratante. Além disso, foi possível subsidiar a participação do professor, deixando o serviço grátis para ele. Com isso, conseguimos atrair milhares de professores e, consequentemente, também atrair milhares de escolas e alunos que querem contratar professores particulares”, explica Rosangela. ■ Brasil Mais TI faz curso de introdução à tecnologia Mais de 10 mil alunos já estão inscritos na capacitação on-line de projeto que tem apoio do MEC O projeto Brasil Mais TI oferece vagas gratuitas em cursos on-line de introdução à Tecnologia da Informação (TI) para jovens a partir de 16 anos. São nove cursos livres com o objetivo de oferecer profissionalização em TI, como Aplicativos BrOffice, Programação de Páginas Web e Sistemas de Conectividade. As vagas são ilimitadas e não há processo seletivo para participação nos cursos. Com início em Setembro de 2012, o projeto já possui mais de 10 mil alunos cadastrados nos cursos livres em todos os estados, principalmente na região Sudeste. Os principais cursos acessados pelos estudantes são Programação de Páginas Web, Arquitetura de Computa- dores, Aplicativos BrOffice e Sistemas Operacionais. “Desenvolvemos o projeto com o objetivo de despertar talentos em tecnologia, pois o setor enfrenta carência de profissionais qualificados. Oferecemos aos estudantes cursos livres em TI para que eles se familiarizem com o setor e possam utilizar conhecimentos de informática em outras atividades cotidianas”, afirma Sergio Sgobbi, Diretor de Educação e Recursos Humanos da Brasscom. Para os estudantes e profissionais com conhecimentos prévios em TI, o projeto oferece cursos de programação em JAVA, .NET e Cobol. O projeto conta ainda com um Portal de Vagas gratuito, em que os candidatos podem divulgar currículos e se concorrer a mais de 70 vagas que já estão sendo ofertadas. Qualquer empresa de TI pode cadastrar suas vagas gratuitamente e pesquisar candidatos entre os mais de 5 mil currículos cadastrados no Brasil Mais TI. O Brasil Mais TI é uma iniciativa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e apoiada pelo Ministério da Educação (MEC). ■ C.M. Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 13 SÉRGIO FALSARELLA JR. Sócio-fundador da SER, empresa especializada em soluções para Human Capital Management O papel da TI para a retenção de talentos na era do pleno emprego O Brasil tem muitos motivos para comemorar por ter alcançado o marco histórico de 6% ou menos de desemprego em relação à população economicamente ativa, o chamado “Pleno Emprego”. Essa estatística significa que uma parcela cada vez maior da população brasileira tem poder de consumo, o que movimenta a economia e gera crescimento. Mais do que isso, é uma prova de que a economia brasileira mantém-se forte, mesmo em um momento de crise econômica mundial. Já para os profissionais e departamentos de Recursos Humanos das empresas, o cenário de pleno emprego se torna uma realidade preocupante pela dificuldade em encontrar mão de obra qualificada e preencher suas vagas. Se há dez anos as grandes corporações conviviam naturalmente com um turnover que atingia 30% ou 40% ao ano (algumas chegavam a trocar até 90% de seus quadros de funcionários) por existir mão de obra abundante para suprir essa troca, hoje em dia contratar profissionais que efetivamente resolvam o problema das empresas não é só uma dificuldade, mas também um gargalo para o crescimento. Algumas empresas vêm rebaixando os requisitos de contratação, e ao invés de exigir formação fundamental, estão aceitando profissionais que não foram além do 5º ou 6º anos completos. Para dificultar ainda mais o cenário, alguns setores da atividade econômica vivem uma explosão de abertura de vagas. O de tecnologia da informação, por exemplo, encerrará o ano de 2012 com aproximadamente 70 mil vagas não preenchidas em todo o país. As áreas de Mineração, Pe- A verdade é que, a partir do momento em que a empresa se torna grande a ponto de os diretores não conhecerem mais todas as pessoas pelo nome, fica cada vez mais difícil gerir o capital humano sem tecnologia tróleo e Gás também são muito promissoras e a estimativa é de que 400 mil posições de trabalho sejam abertas nos próximos três anos. É por isso que as palavras de ordem dentro dos departamentos de RH atualmente são re- ter, reter e reter. Ainda mais quando estamos falando dos principais talentos, que fazem a diferença no resultado da empresa. E é por isso também que as empresas estão investindo cada vez mais em processos para gerir seu capital humano, com o objetivo de conhecer melhor seus colaboradores, saber quem são seus principais talentos e mantê-los concentrados para trazer os melhores resultados possíveis. Diante desse cenário, a tecnologia da informação para a gestão do Capital Humano, as chamadas soluções de Human Capital Management, nunca foram tão importantes. Mais do que garantir que a empresa tenha as informações históricas de cada funcionário à mão, ela auxilia o gestor de Recursos Humanos em duas tarefas difíceis, porém vitais para a empresa: saber quem são os talentos que devem ser retidos e prover ferramentas de gestão à liderança. A verdade é que, a partir do momento em que a empresa se torna grande a ponto de os diretores não conhecerem mais todas as pessoas pelo nome, fica cada vez mais difícil gerir o capital humano sem tecnologia. As soluções modernas permitem um nível de conhecimento tão grande sobre as equipes e as pessoas, que possibilita à liderança retirar de seus liderados o melhor resultado. No fim das contas, são essas lideranças que identificarão quem são os talentos que devem e merecem ser valorizados, desenvolvidos e sucederão as lideranças atuais no futuro, garantindo ao departamento de RH de uma grande empresa seu principal papel, ou seja, o de criar políticas e modelos de gestão de pessoas para que as empresas consigam realizar sua estratégia corporativa. ■ 14 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 EMPRESAS Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected] Subeditoras: Rachel Cardoso [email protected] Patrícia Nakamura [email protected] MMX vai investir R$ 2 bi em Serra Azul no ano que vem Mina receberá maior parte dos investimentos, de R$ 4,8 bilhões, em 2013 para iniciar as operações em 2014 Murillo Constantino Ana Paula Machado [email protected] A mina de Serra Azul, da MMX, em Minas Gerais será prioridade da companhia no próximo ano. A empresa deverá investir no projeto cerca de R$ 2 bilhões para por a mina em operação. A expectativa é que a extração de minério comece em 2014. “Este ano, já investimos R$ 400 milhões nesse projeto, que está seguindo o cronograma”, disse o presidente e diretor de relações com investidores, Guilherme Escalhão. Segundo ele, a companhia aguarda a liberação da linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para depois buscar recursos em instituições financeiras internacionais. O valor total do investimento da companhia será de R$ 4,8 bilhões. No início deste mês, o projeto foi enquadrado no BNDES e a liberação de recursos deve ocorrer até julho de 2013. “Vamos em busca de linhas de crédito de instituições europeias e asiáticas. Mas grande parte do projeto será financiado via BNDES”, disse Escalhão. A mina de Serra Azul terá capacidade de produção de 29 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A previsão é que a nova planta de beneficiamento esteja em operação em 2014. A usina será a primeira do Brasil com capacidade para beneficiar, em larga escala, itabirito compacto, material rochoso abundante na região. Para o escoamento da produção, a nova planta de beneficiamento de minério de ferro contará com mineroduto de aproximadamente 7 quilômetros de extensão interligando a mina ao terminal ferroviário da MMX Sudeste Mineração, a ser construído ao lado da ferrovia da MRS Logística. O projeto ainda contempla a construção de adutoras e estrutura para transmissão de energia. “Os equipamentos já foram comprados e no ano que vem EM RECUPERAÇÃO Desempenho da MMX no terceiro trimestre deste ano 3º TRI/2012 3º TRI/2011 PRODUÇÃO 2,2 MILHÕES DE TONELADAS 2 MILHÕES DE TONELADAS VENDAS 1,9 MILHÃO 2,11 MILHÕES DE TONELADAS PREJUÍZO LÍQUIDO R$ 112,1 MILHÕES R$ 305,7 MILHÕES RECEITA R$ 245 MILHÕES R$ 273 MILHÕES Fonte: empresa vamos começar as obras civis na mina. Por isso, acredito que 2013 será o ano em que desembolsaremos a maior parte dos investimentos”, afirmou o executivo. Antes da mina entrar em operação, a MMX conclui as obras do Superporto do Sudeste, em Itaguaí, no Rio de Janeiro. Lá a empresa terá capacidade para movimentar 50 milhões de toneladas por ano. Segundo Escalhão, a companhia já recebeu os equipamentos para o pátio ferroviário, como os viradores de vagão. Além disso, a infraestrutura para a instalação do sistema de correias transportadoras também está em fase de conclusão. “2013 é o ano de entrada em operação do Porto. Em dois ou três anos, teremos a capacidade instalada com a produção da Mina de Serra Azul, o contrato com a Usiminas e a Mina de Pau de Vinho, que também é da Usiminas. Mas, até a entrada em operação desses projetos haverá janelas que poderão ser preenchidas com contratos de exportação de minério de outras companhias”, comentou o executivo. Segundo ele, a Mina de Serra Azul será responsável pela movimentação de 29 milhões de toneladas por ano, a Usiminas 12 milhões e a Mina de Pau Vinho, outros 7 milhões de toneladas de minério. Para este ano, Escalhão acredita que a companhia vai conse- Escalhão: “Vamos em busca de financiamento externo em 2013” guir atingir as metas de produção de minério de ferro. Segundo ele, no terceiro trimestre a MMX recuperou as perdas apuradas nos trimestres anteriores. A produção da companhia foi de foi de aproximadamente 2,2 milhões de toneladas de minério de ferro, quantidade 13% mais alta na comparação com o mesmo período do ano passado. A produção do Sistema Sudeste (Minas) foi de 1,7 milhão de toneladas, recorde da MMX. ■ Greves afetam ganhos da Anglo Gold Terceira maior produtora de ouro do mundo registrou lucro de US$ 235 milhões Carlo Cooke Bloomberg A Anglo Gold Ashanti, terceira maior produtora de ouro do mundo, registrou lucro de US$ 235 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 6,2% em comparação com o mesmo período do ano passado. A paralisação de funcionários em jazidas na África do Sul prejudicou o desempenho da companhia. Em Gana, a empresa também teve problemas na produção. No Brasil, a companhia possui operações nos estados de Minas Gerais e Goiás. Greves de funcionários das jazidas de platina na África do Sul se disseminaram para as operações de ouro, carvão e cromo em 10 de agosto, enfraquecendo a atividade mineral do país. O ministro das Finanças, Pravin Gordhan, cortou a previsão de aumento no Produto Interno Bruto sul-africano de 2,7% para 2,5% este ano. O preço do ouro, Alta de 2,5% na cotação do ouro compensou atrasos na produção das jazidas sul-africanas que avançou 2,5% no trimestre, ajudou a conter as perdas. De acordo com a Anglo Gold, quase todas as jazidas voltaram ao funcionamento normal em 25 de setembro. Por conta das paralisações, houve uma queda de 4% no volume total de produção. A Standard & Poor’s disse em relatório no dia 18 que poderá cortar a classificação de risco da companhia. A produtora de ouro, que tem como principais concorrentes a Barrick Gold Corp. e a Newmont Mining Corp., extrai um terço de sua produção na África do Sul, onde tem 25 mil funcionários. No trimestre, a onçatroy do ouro (pouco mais de 35 gramas) encerrou o trimestre valendo US$ 1.653, levemente acima dos US$ 1.612 no trimestre anterior. Entre julho e setembro, a companhia produziu 1,07 milhão de onças-troy de ouro, uma queda de 1% em comparação com o ano anterior. ■ Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 15 Herb Swanson/Bloomberg ALIMENTOS Green Mountain lança máquina de expresso A companhia de café Green Mountain está lançando uma máquina de café expresso, a Keurig Rivo, que vaporiza leite fresco. Enquanto a máquina de expresso Verismo, da Starbucks, e a Tassimo, da Kraft Foods, utilizam leite em pó ou concentrado para produzir cafés especiais, a Keurig Rivo aceita leite fresco mantido no refrigerador. O preço inicial da nova máquina da Green Moutain será de US$ 299,99. A Green Moutain é fabricante das máquinas Keurig e da tecnologia K-Cup. Divulgação Produção de açúcar supera a do ano anterior Cosan foca em energia e logística e cresce 348% tá concluída. Na ocasião, a transação rendeu R$ 454 milhões à produtora de açúcar e álcool. “Não temos interesse de nos desfazer de novos atiJuliana Ribeiro vos, porque o portfólio já está [email protected] adequado à nossa estratégia”, Mesmo em um momento em explicou. que o setor sucroenergético enNa parte de logística, a Rufrenta os desafios de menor demo cresceu 2% em receita no manda, queda de preços e properíodo, saltando dos R$ 213,7 dução abaixo do esperado, a Comilhões no mesmo período/sasan registrou lucro líquido fra do ano passado, para R$ 348,1% superior ao seu primei217,9 milhões. O resultado é ro trimestre do atual ano safra e reflexo, em parte, dos investifechou o período com R$ 283,2 mentos de R$ 1,4 bilhão que o milhões. No mesmo período, a grupo vem fazendo em logístireceita líquida da companhia ca e infraestrutura desde cresceu 3,4% e ficou em R$ 7,03 2010, com previsão de conclubilhões. Desse total, R$ 5,4 bisão em 2015. lhões foram faturados com as Em outubro, a companhia operações da Raízen combustíinaugurou em Itirapina (SP) veis. “Estamos satisfeitos com o um novo terminal para carregatrimestre, resultado dos esformento de açúcar, com capaciços da companhia em aperfeidade para movimentar 12 miçoar operações, reduzir custos e lhões de toneladas do produto aumentar a eficiência”, declapor ano e investimentos da orrou Marcos Lutz, presidente do dem de R$ 200 milhões. grupo Cosan. As operações da Radar, subO anúncio dos resultados da sidiária da companhia criada companhia foi feito três dias no final de 2008 para atuar no depois de confirmada a conclumapeamento e administração são do processo de aquisição das terras da empresa, tiveram da Comgás, depois que o Concrescimento de 10,1% na receiselho de Administração e Defeta, embora seu desempenho sa Econômica (Cade), aprovou ainda não conste nos resultaa transação. “A aquisição desdos gerais da companhia. sa companhia faz parte do traO volume saltou de R$ 19 mibalho de forçarmos nosso porlhões no mesmo período de tfólio em energia e infraestru2011 para R$ 20,9 milhões no setura”, expligundo trimescou Lutz. tre da safra Nesse senti- RESULTADOS 2012/13. do, o executiA participavo lem b rou Desempenho do grupo Cosan, ção societária que a venda de em R$ bilhões da Cosan no ne100% da Cogócio, que tem 8 2º Tri safra 11/12 san Alimenfundos de in2º Tri safra 12/13 6,8 7,0 7 tos, incluindo vestimentos coa marca União mo sócios, sal6 — cujo desemtou de 18,9% penho ainda para 37,7%. 5 aparece nos re“Vemos a possi4 sultados desse bilidade de chetrimestre — no gar próximo 3 final de maio, de 50%, mas 2 com o grupo não nos interesCamil foi parte sa um IPO”, 1 0,68 0,72 0,63 da estratégia disse Marcelo 0,28 0 para focar esMartins, CFO e RECEITA LUCRO EBITIDA forços nos dois diretor de RelaLÍQUIDA LÍQUIDO segmentos de ções com Invesatuação e já es- Fonte: empresa tidores. ■ Condições climáticas favoráveis e mais empresas em atividade favoreceram desempenho Reuters Reuters Lucro da companhia chegou a R$ 283 milhões no trimestre, fruto do plano de investimentos Marcos Lutz, da Cosan: mercado em 2013 será desafiador Raízen se destaca em cenário difícil Ações da Cosan chegaram a valorizar 3,51% ao meio-dia com resultados positivos O desempenho da Raízen tanto nas operações de combustíveis quanto na frente de geração de energia se destacaram na soma dos resultados do grupo Cosan. Com a receita total no período quadruplicada, as ações da companhia estiveram entre as que mais subiram nesta quintafeira. Por volta das 12h11, minutos após a conferência de resultados, os papeis subiam 3,51%, a R$ 39,85. No final, os papéis da Cosan fechou o pregão com ganho de 2,26%, negociados a R$ 39,37. A companhia registrou crescimento de 4,8% nas vendas de combustíveis, no período, saltando de 5,3 bilhões de litros no ano passado, para 5,5 bilhões de litros. A receita teve alta de 10,1% e ficou em 10,9 bilhões. Questionado sobre o interesse em operações de aquisições nos Estados Unidos - onde a Copersucar anunciou na segundafeira, o início de suas operações a partir de compra da distribuidora Eco-Energy, Marcos Lutz, presidente da Cosan, afirmou não ter interesse em movimento semelhante naquele mercado, já que as características não condizem com a forma de atuação e planos da companhia. Na frente de energia, o volume de cana-de-açúcar moída saltou de 26,3 milhões de toneladas para 27,3 milhões de toneladas. A produção de açúcar teve crescimento mais tímido, de 1%, saltando de 2,13 milhões de toneladas para 2,15 milhões de toneladas. “Isso significa que incrementamos na área plantada, mas o ATR — concentração de açúcar na planta, ainda está em níveis baixos”, explicou Lutz. Segundo o executivo, a próxima safra deverá ter maior volume de cana para moagem, “mas o adicional será para compensar a baixa produção de açúcar, o que deve manter o volume do produto”. Ele acredita que a safra 2013/14 será difícil tanto para açúcar quanto para o álcool, com dificuldade de rentabilidade. “Por isso estamos focando na eficiência operacional e redução de custos, a fim de minimizar os impactos desse cenário”. ■ J.R. A produção de açúcar do Centro-sul do Brasil atingiu 29,34 milhões de toneladas até 1º de novembro, superando pela primeira vez neste ano o volume produzido na mesma época do ciclo anterior, com alta de 0,13%, mostraram dados da União da Indústria de Cana-deAçúcar (Unica). “Além das condições climáticas favoráveis à colheita, a moagem verificada nos últimos 15 dias de outubro foi favorecida também pelo maior número de empresas em operação relativamente a igual período de 2011”, informou a Unica. Levantamento da Unica indica que até o final de outubro deste ano apenas 19 usinas haviam encerrado a safra, contra 97 unidades até a mesma data do ano anterior. Já a produção de etanol no acumulado da safra até 1º de novembro recuou 4,65%, para 18,24 bilhões de litros Chuvas atípicas entre no início desta temporada atrasaram o início da safra nesta temporada, com a Unica apontando uma queda de 40 na moagem de cana em 30 de abril, primeiro mês do ciclo, na comparação com o ciclo anterior. Salto na quinzena Na segunda quinzena de outubro, a produção de açúcar teve um salto de 73, somando 2,55 milhões de toneladas. A moagem no período avançou 56,5, para 36,2 milhões de toneladas, ante igual intervalo de 2011. No acumulado do ano, no entanto, a moagem ainda apresentou pequena retração de 1, somando 455,5 milhões de toneladas. Já a produção de etanol no acumulado da safra até 1º de novembro, recuou 4,65%, para 18,24 bilhões de litros. Na quinzena, a produção total de etanol avançou 54,5%. ■ 16 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Reprodução EMPRESAS TURISMO Decolar.com lança site para aluguel de carros A Decolar.com anunciou ontem o lançamento de um novo serviço, a plataforma Carros. Pela nova área do site é possível que os usuários pesquisem preços e realizem reservas em algumas das maiores locadoras de carros de todo o mundo, como Avis, Budget, Hertz e Unidas. Na página da Decolar.com, há opções de locação tanto para viagens nacionais como para internacionais, com carros disponíveis nos maiores aeroportos do mundo. Murillo Constantino Braskem deve investir com maior cautela durante 2013 Mesmo com melhora no câmbio e maior participação no mercado, prejuízo no terceiro trimestre foi de R$ 124 milhões Gabriel Ferreira [email protected] A Braskem, maior petroquímica das Américas, apresentou prejuízo de R$ 124 milhões no terceiro trimestre deste ano. Apesar de negativo, o número é melhor do que o resultado obtido no trimestre anterior, quando o prejuízo da companhia foi de R$ 1 bilhão, mesmo valor registrado no terceiro trimestre de 2011. “Os prejuízos estão muito ligados à questão cambial, já que nosso endividamento é em dólar. Por isso, apesar da melhora da situação, não temos condições de dizer se vamos apresentar lucro no próximo período”, diz Carlos Fadigas, presidente da companhia. Além das questões cambiais, contribuiu para a redução no prejuízo da Braskem o aumento da demanda interna por resinas, combinado com um crescimento da participação da fabricante no mercado interno. “Gostaria que o aumento da demanda fosse um sinal de aquecimento do mercado, mas na verdade isso é um fator sazonal”, diz Fadigas. O mercado brasileiro de resinas no terceiro trimestre REAÇÕES QUÍMICAS Os resultados trimestrais da Braskem Fadigas, da Braskem: governo precisa estudar medidas de estímulo para setor voltar a investir no país RECEITAS, EM R$ BILHÕES 3º TRI/2011 10,3 4º TRI/2011 10,3 1º TRI/2012 9,8 2º TRI/2012 10,8 3º TRI/2012 11,2 0 2 4 6 8 10 12 LUCRO, EM R$ BILHÃO 3º TRI/2011 -1,0 4º TRI/2011 -0,2 1º TRI/2012 1,5 2º TRI/2012 -1,0 3º TRI/2012 -0,1 -1,5 3,0 DIVISÃO DOS NEGÓCIOS, NO 3º TRI/2012 MERCADO DOMÉSTICO EXPORTAÇÕES 59% 22% NEGÓCIOS INTERNACIONAIS 14% REVENDA 5% 0 10 20 30 40 50 60 Fonte: empresa deste ano chegou a 1,3 milhão de toneladas, um crescimento de 18% em comparação com o registrado no trimestre anterior e de apenas 1% em relação ao mesmo período de 2011. A participação da Braskem no mercado brasileiro de resinas no trimestre foi de 70%, um aumento de 5 pontos percentuais na comparação com o que registrava no terceiro trimestre de 2011. “Temos feito um esforço para aumentar o market share, mas ainda é muito cedo para falarmos qual será nosso limite”, afirma o executivo. As vendas para o mercado doméstico representam 59% dos negócios da Braskem. Com o crescimento da participação da Braskem no mercado nacional, a empresa conseguiu aumentar a receita bruta para R$ 11,2 bilhões, um crescimento de 8% na comparação com o terceiro trimestre de 2011. Para o próximo ano, o executivo prevê um cenário macroeconômico um pouco mais tranquilo, com estabilização da economia americana e um início de solução para a crise da dívida europeia. “Vou me permitir ser um pouco otimista.” Mesmo com essa perspectiva, ele acredita que plano de investimentos para o próximo ano, que ainda está em estudo pela direção da Braskem deve ser mais conservador do que o realizado em 2012. “Tudo indica que os investimentos serão mais cautelosos do que os deste ano”, diz. Até o fim do terceiro trimestre, a Braskem investiu R$ 1,4 bilhão. A previsão é que até o fim do ano sejam investidos mais R$ 300 milhões, de acordo com o planejamento traçado no início de 2012. Para 2013, boa parte dos investimentos deve ser concentrada no projeto de construção de uma nova planta da Braskem no México. “O projeto está em fase de conclusão dos contratos, que devem ser assinados dentro de poucas semanas”, afirma Marcela Drehmer, vice-presidente de finanças da companhia. Ajuda do governo Para que o setor petroquímico volte a intensificar os investimentos no Brasil, Fadigas acredita que é importante que haja incentivo do governo. “Representamos o terceiro maior PIB industrial do país. Somos um setor tão importante quanto outros que costumam ser beneficiados pelas medidas de estímulo do governo”, diz. As propostas do setor, agrupado em um plano apresentado no primeiro semestre deste ano, têm como eixos fundamentais as desonerações das matérias-primas e dos investimentos e o estímulo à inovação. ■ Murillo Constantino WTorre formaliza parceria Construtora vai investir em complexos logísticos com a australiana Goodman O grupo australiano Goodman e a WTorre firmaram ontem uma joint venture, que se chamará WTGoodman, com objetivo de investir em complexos logísticos e industriais. Pelo acordo, a WTorre contribuirá com empreendimentos já existentes e a Goodman aportará recursos para o desenvolvimento dos projetos, in- cluindo as obras de infraestrutura e construção até o valor de US$ 177,5 milhões australianos (R$ 341 milhões). A joint venture buscará desenvolver projetos logísticos e industriais de primeira linha e contribuir para que esses empreendimentos se tornem parte de uma parceira de investimento patrocinada por investidores globais de private equity. O portfólio de lançamento inclui Cajamar e Itupeva, em São Paulo; e o International Busi- ness Park (IBP) e Nova Índia, no Rio de Janeiro. O Conselho da nova empresa será composto por quatro representantes, sendo dois da WTorre, Paulo Remy e Walter Torre Junior, e dois da Goodman, Gregory Goodman e Danny Peeters. Cesar Nasser foi nomeado o diretor presidente da WTGoodman. O Banco BTG Pactual atuou como assessor financeiro exclusivo da WTorre e seus acionistas controladores nesta transação. ■ Redação Walter Torre: projetos logísticos no Rio de Janeiro e São Paulo Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 17 Mario Anzuoni/Reuters TECNOLOGIA Sony produzirá PlayStation 3 no Brasil O presidente da Sony no Brasil, Osamu Miura, confirmou que a empresa pretende iniciar a produção do PlayStation 3 na Zona Franca de Manaus no primeiro semestre de 2013. A Sony Brasil tem intenção de investir cerca de R$ 100 milhões para produzir o produto no Brasil. O projeto foi aprovado no último dia 17 de outubro pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). O PlayStation 3 no Brasil custa hoje cerca de R$ 1.399. Daniel Acker/Bloomberg Positivo tem receita trimestral 8% maior de 2011. Do total, foram vendidos 127,7 mil desktops e 491,8 mil notebooks, representando 79,4% das vendas. “A evolução da representatiRedação vidade dos portáteis no mix é [email protected] resultado da entrega de maior A Positivo Informática inforquantidade de laptops educamou ontem que registrou lucro cionais para um projeto de golíquido de R$ 5,5 milhões no terverno, bem como da crescente ceiro trimestre de preferência pela 2012, valor 73,9% No trimestre, mobilidade por parsuperior ao ganho dos consumidoa companhia te de R$ 3,2 milhões res finais” diz a emproduziu 491,8 presa. O preço mévisto um ano antes. Em seu demons- mil notebooks dio dos computadotrativo financeiro, a res, diminuiu 5,5% e 127,7 mil companhia esclareante o terceiro tridesktops ce que os números mestre de 2011, pareferentes às contas ra R$ 893,90. de receita líquida, lucro e ao Parceria Ebitda foram ajustados neste A Estácio Participações e a Podocumento. sitivo Informática firmaram, A estas contas foi somada a parcela referente à subvenção para investimentos que foi contabilizada como passivo circulante e que será reconhecida no resultado à medida que os investimentos obrigatórios em pesquisa e desenvolvimento sejam amortizados. “O intuito desse ajuste é comunicar ao investidor como seriam os resultados considerando a totalidade da subvenção para investimentos incorrida no período”, pondera a Positivo. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (no conceito Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 21,8 milhões, o que representa uma queda de 12,1% em relação ao terceiro trimestre de 2011. Fabricante de equipamentos de informática produziu 619,6 mil unidades entre julho e setembro no mês passado, uma parceria para ofertar tablets aos alunos da instituição. A expectativa da Estácio, uma dos maiores conglomerados de ensino superior do país, é entregar quase 8,5 mil tablets Positivo modelo Ypy 10 para os estudantes, economizando anualmente seis milhões de páginas de papel. O produto da Positivo utiliza o sistema operacional Android 3.2 customizado para o português. Além disso, conteúdos exclusivos para atender aos alunos da Estácio, como a Lousa Digital e a Loja Estácio. Segundo a empresa, entre os recursos oferecidos pelo tablet está o acesso a todos os livros do material didático do semestre, biblioteca virtual da Estácio, simulados e planos de aula. ■ Divulgação Receita em alta Já a receita líquida cresceu 8% na base de comparação anual, para R$ 528,3 milhões. No trimestre, as vendas de computadores totalizaram 619,6 mil unidades, caracterizando uma queda de 11,3% frente ao período entre julho e setembro Linha de produção da Positivo: parceria com Estácio para tablets Loescher, da Siemens: ”sabemos o que temos que fazer e faremos” Siemens planeja economizar ¤ 6 bi Analistas esperavam que a empresa cortasse entre ¤ 2 bilhões e ¤ 4 bilhões em custos ao longo dos próximos dois anos. A Siemens não disse ainda Maria Sheahan quantos empregos podem ser Reuters eliminados como parte do plaA Siemens pretende economino de se reestruturar. zar ¤ 6 bilhões (aproximada“Sabemos o que temos que mente US$ 7,7 bilhões) até o fifazer e estamos fazendo”, disse nal do ano fiscal de 2014, valor o presidente-executivo, Peter superior ao esperado, em uma Loescher, em comunicado diestratégia de esforço do conglovulgado nesta quinta-feira. merado alemão de engenharia No quarto trimestre fiscal da para se manter comcompanhia, o lucro petitivo em meio a líquido de operaLucro da uma economia glocontínuas caiu empresa caiu ções bal fraca. 2%, para ¤ 1,48 biafetado, em A empresa, uma lhão, afetado em das mais valiosas da parte por impacto parte, por Alemanha e conside ¤ 327 milhões perdas com derada um termôem negócios de pemetro industrial do petróleo no Irã tróleo e gás no Irã, país, tem estado devido a novas sansob pressão para cortar custos e ções impostas ao país. se concentrar em suas divisões Apesar disso, o resultado mais rentáveis, ao passo que a veio acima da previsão em méeconomia global leva mais temdia de analistas, de ¤ 1,34 bipo para se recuperar do que o eslhão, em parte porque as uniperado, particularmente no condades de energia solar deficitátinente europeu. os esforços da rias colocadas à venda no final União Europeia para reativar a do trimestre foram registradas economia têm dado resultados como “operações descontinuainsatisfatórios. das”. ■ Estratégia, para readequar suas finanças, inclui venda de unidades pouco rentáveis Receita doméstica da Portugal Telecom cai 6,7% atingida por recessão Apesar da piora, receita da empresa, de ¤ 692 milhões, ficou acima das previsões Felipe Alves Reuters A Portugal Telecom(PT) teve queda de 6,7% na receita em seu mercado doméstico no ter- ceiro trimestre, atingida pela profunda recessão no país. Apesar disso, o faturamento ficou acima de estimativas divulgadas por analistas, graças ao bom desempenho de serviço de TV por assinatura. As receitas da Portugal Telecom em Portugal, entre julho e setembro deste ano , somaram ¤ 692 milhões, resultado acima da previsão em média de ¤ 678 milhões feita por nove analistas consultados pela Reuters. “Este desempenho refletiu a diminuição das receitas nos segmentos pessoal e de empresas, em um contexto econômico difícil e em deterioração, efeitos que mais que compensaram o aumento de 4,1%no segmento residencial”, informou comunicado da companhia. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em ¤ 300,9 milhões de euros, o que representa uma queda de 8,8% na comparação anual, mas ligeiramente acima dos ¤ 300 milhões previstos por analistas. Diferente do inicialmente previsto, a Portugal Telecom vai divulgar os resultados consolidados do terceiro trimestre apenas no dia 30 de novembro, depois da publicação dos números da Oi, marcados para 13 de novembro. ■ 18 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Divulgação EMPRESAS INDÚSTRIA SKF investe R$ 9,2 mi em rolamentos A SKF do Brasil inaugurou sua primeira linha de produção de rolamentos voltados para o segmento de veículos pesados. A nova linha de produção, instalada na cidade paulista de Cajamar, terá capacidade de produzir 1,8 milhão de rolamentos por ano para atender a demanda dos mercados interno e externo. A perspectiva é que em 2013, 60% dessa capacidade já seja atingida. Foram necessários investimentos de R$ 9,2 milhões para a concretização do plano. BSH International vai gerir projeto hoteleiro em Suape Lucro da Iochpe no 3º trimestre cai 68,5% Chico Ludermir/Divulgação Empresa foi contratada pela Queiroz Galvão, que desenvolve zona de serviços Companhia sofre os impactos da queda de produção de veículos comerciais no Brasil e na Europa Redação [email protected] Regiane de Oliveira [email protected] A BSH International foi contratada pela Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário para desenvolver, selecionar o operador hoteleiro e administrar o investimento do primeiro hotel do Complexo Industrial Portuário de Suape, que será construído na Zona Central de Serviços (ZCS), cujo lançamento foi feito em maio. O hotel de Suape terá cerca de 250 quartos e será desenvolvido no formato de condo-hotel, onde os apartamentos são vendidos para investidores privados. Com estimativa de entrega para 2014, o hotel é parte integrante de um polo de serviços que está sendo construído em Suape, próximo à região de Ipojuca (PE). O foco é atender à demanda de negócios do porto e também os municípios vizinhos. “Há cerca de R$ 40 bilhões sendo investidos em várias empresas diferentes em Pernambuco e o melhor restaurante da região de Suape fica em um posto de gasolina”, lembra José Ernesto Marino, fundador da BSH International, que, inclusive, vai participar do projeto como investidor. Os aportes para a construção do hotel ainda não foram divulgados, mas, segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, a primeira etapa de construção do centro administrativo, tem um valor contratual de R$ 34 milhões. A secretaria informou ainda que o investimento será feito pela Queiroz Galvão, uma vez que a licitação foi realizada em formato de permuta: a troca da área pela construção do novo edifício da administração, chamado Edifício Suape, que está sendo implantado em uma área de 22,8 mil metros quadrados, onde hoje encontra-se o heliponto da região portuária. O edifício terá 11 andares, além do um heliponto. Além do Edifício Suape e do hotel, a ZCS também terá bancos, escritórios, estabelecimen- Complexo Industrial de Suape: desenvolvimento com foco nas demandas previstas para 2030 PLANO DIRETOR RETOR DO CENTRO EMPRESARIAL RIAL DE SUAPE Mapa da primeira meira etapa do projeto Área empresarial ÁREA TOTAL 25.440 m2 LOCAL PERNAMBUCO CO Área empresarial, hotelaria e shopping RECIFE Administração ÁREA TOTAL 11.500 m2 ÁREA TOTAL 47.275 m2 tos comerciais, centros educacionais e de saúde. “Para atender essa demanda, o hotel terá um centro de eventos e também um restaurante”, afirma Marino. Todos estes investimentos estão vislumbrando a demanda do porto para 2030, conforme o Plano Diretor. Mesmo com a antecipação, o projeto mais parece correr contra o tempo. “O número de pessoas que vai todos os dias à Suape é tão grande, que a distância de 25km de Recife, demora duas horas para ser concluída”, conta o empresário. Segundo dados da secretaria de desenvolvimento, a Zona Cen- tral de Serviços possui área total de 350 hectares e seu desenvolvimento será feito em várias fases. Na primeira fase, em uma área de 14,4 hectares em permuta, será construído todos os empreendimentos para suporte ao setor empresarial, com seis torres de escritórios, um shopping, praças de alimentação e um hotel. Está prevista, ainda, a construção de 822 vagas de esta- cionamento. A primeira etapa deve ser construída até 2020. A região de Ipojuca, próximo à Suape, está recebendo mais de R$ 5 bilhões em investimentos para a construção de um bairro planejado, feito em parceria entre a Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário e a Cyrela Brazil Realty. Nos próximos dez anos, o bairro deve ter uma circulação de 50 mil habitantes. ■ A Iochpe-Maxion, companhia dos setores automotivo e ferroviário, reportou lucro líquido de R$ 20,76 milhões no terceiro trimestre de 2012, o que representa uma queda de 68,5% frente aos R$ 65,831 milhões obtidos em igual período do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro, o lucro da empresa recuou 82,7%, para R$ 30,938 milhões. Para ajudar a entender os fatores que levaram a esse tombo, a companhia informou em seu demonstrativo financeiro que a produção de veículos comerciais, no acumulado do ano, recuou 34,7% no Brasil, e 8,8% na Europa, ainda que seja compensada pelo aumento de 17,9% nos países da Nafta. Entre os comerciais leves, no país, a queda é de 3%, e na Europa, de 6,2%. Já na Nafta há um crescimento de 19%. Já entre no mercado brasileiro de equipamentos ferroviários, segundo estimativas da AmstedMaxion, a produção de vagões de carga recua 48% no ano, a de rodas ferroviárias desce 20,4%, e a de fundidos ferroviários retrai 49,8%. Também contribuiu para a queda no lucro o endividamento bancário líquido da IochpeMaxion, que encerrou o nono mês deste ano em R$ 2,539 bilhões, ante R$ 529,7 milhões no mesmo período de 2011. Esse aumento no endividamento se deve à conclusão das aquisições do Grupo Galaz e Hayes Lemmerz durante o primeiro semestre de 2012. Por sua vez, a receita líquida da Iochpe-Maxion, nos três meses findos em setembro, totalizou R$ 1,533 bilhão, alta de 85,5%. Para esse salto, a companhia aponta como motivo a consolidação dos resultados das adquiridas. Em nove meses, a receita da companhia avança 93,4%, para R$ 4,231 bilhões. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) alcançou R$ 150,838 milhões no trimestre, crescimento de 23,9%. No ano, o Ebitda da Iochpe-Maxion aumentou 4,9%, para R$ 347,501 milhões. ■ Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 19 Marcos Issa RESULTADOS Lucro da Ultrapar cresce 29% no trimestre A Ultrapar divulgou ontem os resultados do terceiro trimestre deste ano. O lucro líquido da companhia no período foi de R$ 291 milhões, um crescimento de 29% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O Ebitda também apresentou alta, de 21%, tendo atingido resultados positivos por 25 trimestres consecutivos. “[Isso é]fruto dos benefícios decorrentes dos investimentos para maior escala de operações”, afirmou Pedro Wongtschowski, presidente da companhia. Microsoft investirá R$ 200 mi no Rio Marcelo Sadio Empresa terá aceleradora de negócios com base tecnológica na região do Porto Maravilha Gabriela Morno [email protected] A Microsoft confirmou ontem, em evento no Rio, a revitalização de edifício histórico na região do Porto Maravilha, zona portuária da capital fluminense. O local vai abrigar uma aceleradora de negócios, que na prática cria uma ponte entre empreendedores e investidores; a bancada científica, a indústria e o mercado. Chamada Acelera Rio, a iniciativa vai reunir 15 empresas emergentes de base tecnológica, a cada dois anos; um Laboratório de Tecnologia Avançada (ATL, da sigla em inglês) da Microsoft Research, o quarto do mundo; e um centro de desenvolvimento da plataforma de busca da companhia, o Bing. As obras terão início em janeiro e devem ser concluídas até dezembro de 2013. A aceleradora, porém, deve começar a operar no início do a construção do ATL está alinhaano que vem, em um espaço da com o plano TI Maior. “Quetemporário cedido pela Univerremos colocar o país como posidade Estácio de Sá. A empresa tência da economia digital. O planeja investir R$ 200 milhões Rio oferece condições e tem que no Brasil em quatro anos. aproveitar este potencial”, disSegundo Michel Levy, presise. O Laboratório será o primeidente da Microsoft Brasil, as ro dos quatro centros de pesquicondições econômicas e regulasa de multinacionais do setor de tórias foram essenciais para tecnologia da informação preque a companhia optasse por vistos no plano do governo fedetrazer os investimentos para a ral. “O objetivo é criar tecnolocidade. “Vamos tragia brasileira que sezer pesquisas cientíIniciativa da ja exportável”, comficas e tecnológicas pletou Almeida. gigante dos de ponta, que trasoftwares é gam inovações rápiEditais Será lançado no inídas com benefícios considerada cio do ano que vem para a comunidaâncora para um edital para bolde”, completou Henrique Salvar, cientis- novos projetos sas de doutorado e pós-doutorado volta-chefe mundial tado para centros de desenvolvida Microsoft Research. mento e pesquisa de empresas Para Marcelo Haddad, diretor privadas. Com orçamento de executivo da Rio Negócios a até R$ 7 milhões, serão 80 bolagência de promoção a a iniciasas oferecidas. Será também lantiva da Microsoft é “uma âncora çado outro edital de R$ 40 mipara novos projetos”. lhões para a seleção de cinco Segundo Virgílio Almeida, seaceleradoras. Os recursos serão cretário de políticas de informáinvestidos diretamente em oito tica do Ministério da Ciência, empresas de cada escolhida. ■ Tecnologia e Inovação (MICT), Twitter admite falha de segurança PRA MIM, NÃO É SÓ UMA BRAÇADA DECISIVA NOS ÚLTIMOS INSTANTES QUE MUDA TUDO. O QUE MUDA TUDO É A DETERMINAÇÃO PARA IR MAIS LONGE. Rede social muda por engano as senhas de grande número dos mais de 140 milhões de usuários O Twitter disse ontem que mudou por engano as senhas de “um grande número” de seus mais de 140 milhões de usuários ativos, enquanto conduzia uma análise rotineira para identificar contas que podem ter sido comprometidas. “Em ocasiões em que acreditamos que uma conta pode ter sido comprometida, mudamos a senha e enviamos um e-mail avisando o usuário que isso aconteceu”, disse o Twitter em seu blog. “Nesse caso, mudamos por engano as senhas de um grande número de contas, além daquelas que acreditávamos terem sido comprometidas”. Uma porta-voz da rede social, Carolyn Penner, se recusou a precisar quantas contas foram afetadas. Ela disse que não houve falha de segurança. Usuários também reclamaram de ter tido postagens apagadas no site. A companhia não comentou o assunto. ■ Reuters Michel Levy, da Microsoft Brasil: condições essenciais para aporte A mesma coisa que move os melhores atletas do Brasil também move o SEDEX. Não é à toa que a gente sempre se supera para continuar sendo líder no País inteiro. Ana Marcela, bicampeã mundial de Maratonas Aquáticas SÓ ANA MARCELA É ANA MARCELA. SÓ SEDEX É SEDEX. 20 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 21 22 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Robyn Beck/AFP EMPRESAS VAREJO Walmart fracionará horários do Black Friday A Walmart Stores, maior rede de supermercados do mundo, informou que fracionará as ofertas do “Black Friday”, principal data de descontos do varejo americano. As ofertas terão início na noite de Ação de Graças, na quinta-feira, dia 22. Outras promoções serão realizadas na sexta-feira a partir das 5 da manhã e às 10 da noite. Entre os itens em liquidação, estão TVs de LCD a US$ 200, iPad2 com vale-presente e um aparelho blu-ray por US$ 38. Gigante americana AutoZone desenha expansão para o mercado brasileiro Varejista especialista em produtos para carros abrirá até 15 lojas no estado São Paulo no período de um ano Murillo Constantino ro”, diz Rhodes. A estratégia é considerada arriscada por [email protected] listas de varejo, principalmente Vestidos com calça e camisa da por se tratar de um mercado tão AutoZone, os executivos da vacompetitivo como São Paulo. rejista americana de autopeças Além disso, o comércio brasimais parecem vendedores da releiro passa por um intensa oncém-inaugurada loja de Sorocada de fusões e aquisições. Quanba (SP), a primeira do grupo no do entrou na capital paulista, Brasil. Normalmente, eles vesem 2008, o Magazine Luiza, retem uniformes em todas as sede de móveis e eletroeletrônigundas-feiras, quando visitam cos, abriu quase 50 pontos de algumas de suas mais de 4,6 mil venda em um só dia. As lojas de lojas nos Estados Unidos. bairro formam o grosso da conMas ontem, no hall do prédio corrência que a empresa terá escolhido como escritório, no de enfrentar. Mas também exisbairro paulista Vila Olímpia, o tem varejistas de peso neste segobjetivo de Bill Rhodes, presimento. A Dpaschoal, uma das dente do grupo, e de Maurício mais tradicionais do país, posBraz, principal executivo da sui 500 pontos de vendas, enoperação brasileira, não era motre próprios e credenciados. tivar os vendedores, mas sim A ideia da AutoZone é crescer anunciar os planos da compaorganicamente, ou seja, com a nhia no Brasil. abertura de lojas, mas aquisiSe nos Estados Unidos a Auto ções não estão descartadas. “Se Zone é uma giacharmos comgante, por aqui petidores cujos a expansão co- PRESENÇA pontos de venmeça de forma da sejam similaA AutoZone no mundo tímida. Em um res aos nossos ano, a expectapodemos comFATURAMENTO tiva é inauguprá-los. Mas esrar de 12 a 15 lotá não é nossa US$ bilhões jas próprias no p r i o r i da d e ” , estado de São afirma Rhodes. Paulo. “Vamos A varejista NÚMERO DE LOJAS entrar devatem em seu ESTADOS UNIDOS 4.685 gar. Neste primix mais de 14 meiro momenmil produtos MÉXICO 321 to nossa intenpara manutenção não é gação, reparo e PORTO RICO 1 nhar escala. embelezamenQueremos coto de automóBRASIL 1 nhecer o merveis. Além de cado brasilei- Fonte: empresa comercializar Cintia Esteves 8,6 Rhodes (esq.) e Braz querem introduzir no mercado de autopeças o conceito de “faça você mesmo” marcas como Cofapi e Fras-le, a companhia também tem duas marcas próprias. A Duralast é especializadas em peças mecânicas como cabos de vela e pastilhas de freio. Já a marca AutoZone vende produtos para a conservação de veículos como ceras e esponjas para lavagem. Espalhados por uma área de vendas de cerca de 700 metros quadrados, os produtos ficam ao alcance dos clientes na loja de Sorocaba. Os vendedores interagem fornecendo dicas de utilização. Também há um estacionamento para que os clientes possam levar seus carros e receber orientações de como consertar seus veículos. “Assim como acontece nos Estados Unidos, a empresa espera reforçar no Brasil o conceito do ‘faça você mesmo’, no qual o cliente é capaz de realizar pequenos reparos em seu carro”, conta Braz. Para ajudar na tarefa, a loja emprestará as ferramentas que o consumidor precisar durante a reparação do seu veículo. “O cliente pagará um valor pelo empréstimo do material. No momento da devolução das ferramentas, a loja restituirá a quantia paga por ele”, diz Braz. Além de Estados Unidos e Brasil, a varejista, que fatura US$ 8,6 bilhões, está presente no México e em Porto Rico. ■ Simon Dawson/Bloomberg Bosch se desfaz de parceria Maior autopeças do mundo vende sua participação de 5,4% na Denso por ¤ 1,1 bilhão Ma Jie e Alex Webb Bloomberg Fábrica da Bosch: empresa busca diversificação fora de autopeças A Bosch, maior fabricante de autopeças do mundo, vendeu sua participação na japonesa Denso por ¤ 1,1 bilhão, encerrando uma parceria formalizada há quase 60 anos. A companhia alemã era dona de 5,4% das ações da Denso. Os novos donos da companhia de autope- ças são fundos de investimentos. Apesar da dissolução da sociedade, as duas empresas continuarão com a cooperação tecnológica, informaram ontem. De acordo com a Bosch, a Denso estava entre os ativos que eram considerados “não estratégicos”. Por outro lado, a companhia quer diversificar seus negócios e está em busca de aquisições. A companhia alemã, cuja maior parte do faturamento depende do segmento de autopeças, procura empresas das mais diversas áreas de atuação — de tecnologia de embalagens a cuidados com a saúde. Desde que as duas companhias assinaram seus primeiros acordos de licenciamento, em 1953, o parceiro japonês se transformou num competidor de peso dentro do setor automotivo, sendo um dos principais fornecedores da Toyota e da Honda. A Bosch deve decidir nos próximos meses o destino de sua unidade de energia solar, que não é lucrativa. ■ Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 23 Jerome Favre/Bloomberg MINERAÇÃO Noble Group busca aquisições de jazidas A Noble Group, uma das maiores tradings de commodities minerais e agrícolas do mundo, está buscando fazer aquisições no segmento de mineração para obter vantagens dos preços em queda das jazidas, de acordo com o presidente da empresa, Yusuf Alireza. De acordo com o executivo, entre janeiro e setembro, a companhia teve US$ 10 bilhões em vendas no negócio de mineração, um aumento de 20% em comparação com o ano passado. Bloomberg Airbus acelera entregas no 4º trimestre para cumprir metas Fabricante de jatos respondeu por 68% das vendas da Airbus entre julho e setembro Reuters e Bloomberg [email protected] A European Aeronautic, Defence & Space Co (EADS) apresentou resultados acima do esperado para o terceiro trimestre, favorecida pelas operações da fabricante de jatos Airbus, e reiterou as metas financeiras após a tentativa de fusão com a britânica BAE ter fracassado. O presidente-executivo da segunda maior empresa aeroespacial depois da Boeing, Tom Enders, ressaltou a “forte ênfase” na geração de caixa e em garantir que as entregas de jatos de transporte de passageiros da Airbus sigam em curso no último trimestre do ano. A EADS manteve a previsão de aumento de pelo menos 10% na receita e de lucro operacional de ¤ 2,7 bilhões em 2012. A companhia registrou alta de 67% no lucro operacional do terceiro trimestre, para ¤ 537 milhões, com vendas de 12,324 bilhões, crescimento de 15%. Analistas previam lucro operacional de ¤ 454 milhões e receita de ¤ 11,853 bilhões. A empresa contabilizou um encargo de ¤ 76 milhões pela falência da fabricante norte-americana Hawker Beechcraf. A companhia europeia informou que seu caixa teve uma queda de um terço de seu valor entre janeiro e setembro por conta do atraso na entrega de pelo menos uma dúzia de A380, o maior avião comercial do mundo. A empresa geralmente recebe entre 70% e 80% do pagamento da encomenda no ato da entrega da aeronave. O caixa da companhia fechou o terceiro trimestre em ¤ 3,28 bilhões, cerca de um terço a menos do que o observado no mesmo período do ano passado. “É um caixa muito fraco”, disse Nick Cunningham, analista da Agency Partners em Londres. Para desovar os estoques, a Airbus poderá contar com a ajuda do governo alemão para liderar financiamentos aos compradores dessas aeronaves. Os problemas da Airbus não param por aí. A companhia também tem sofrido para dar conta da produção de 42 aviões de cor- redor único por mês. Além disso, a fabricante está concentrando esforços para colocar em produção do A350, que será o maior avião de corredor único do mundo, já no ano que vem, e tem aplicado bastante dinheiro para tirar o papel o projeto do avião de transporte militar A400M. Já a divisão de segurança militar Cassidian foi bastante prejudicada com a redução de encomendas militares. Atingir o equilíbrio financeiro antes do financiamento dos compradores de aviões e a desova dos 30 aviões A380 até o fim do ano são as principais metas da companhia em 2012, disse a EADS em nota. No terceiro trimestre, a Airbus contribuiu com 68% da receita da EADS e com 53% do lucro operacional no período. “No resto do ano, daremos ênfase na geração de caixa. As entregas são o fator chave para conseguirmos nossos objetivos”, disse Enders em relatório. A fabricante de aviões manteve sua previsão de lucro para 2012. Os lucros antes de juros e impostos e excluindo itens extraordinários serão de ¤ 2,7 bilhões e o lucro bruto por ação deve chegar a ¤ 1,95. ■ Munshi Ahmed/Bloomberg Reuters [email protected] As exportações brasileiras de carne de frango do Brasil somaram 345,5 mil toneladas em outubro, incremento de 2,3 % ante o mesmo mês de 2001, informou a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) ontem. Retração de outubro tem como base relação de mesmas lojas, na primeira baixa em 9 anos Reuters [email protected] O McDonald’s divulgou ontem queda de 1,8% nas vendas mundiais em seus restaurantes em outubro com base na comparação de mesmas lojas, na primeira redução mensal desde março de 2003, em um ambiente de forte competição e fraqueza econômica. Analistas já esperavam declínio nas lojas abertas há pelo menos 13 meses, porém menor — de 1,07%—, de acordo com a Consensus Metrix. As vendas nos restaurantes abertos há pelo menos 13 meses tiveram retração de 2,2% nos Estados Unidos e na Europa, e cederam 2,4% na Ásia/Pacífico, Oriente Médio e África. Os resultados foram divulgados também depois que a maior rede de fast-food do mundo divulgou seu pior crescimento trimestral nas vendas em nove anos. Rede de fast-food divulgou recentemente lucro trimestral menor, puxado pela fraca economia global Tom Enders, da Airbus: corrida contra o tempo para não atrasar cronograma do avião A350 Exportações de frango crescem 2,3% Volume maior em outubro ajudou a puxar a receita da indústria, que subiu 1,4% McDonald’s tem queda de 1,8% nas vendas O volume maior ajudou a puxar a receita com as vendas externas, que atingiu US$ 717 milhões, um aumento de 1,4 %. No acumulado do ano, as exportações tiveram pequeno incremento de 1% em volume, para 3,26 milhões de toneladas. No acumulado do ano até outubro, a receita recuou 6%, totalizando US$ 6,33 bilhões. Insumos A indústria vem sentindo o efei- to do salto de 40% nos custos com insumos, que reduziu as margens do setor neste ano, mas tem se apoiado nos volumes maiores para compensar a alta registrada. “As exportações de carne de frango vêm equilibrando o setor em meio ao cenário hostil que ainda afeta as agroindústrias, já que o mercado interno absorveu somente a metade do aumento dos nossos custos”, disse Francisco Turra, presiden- te executivo da Ubabef. O executivo acrescentou que diante deste cenário, a Ubabef tem empenhado esforços para abrir novos mercados, como o Panamá, Malásia e Índia, além de expandir os negócios em locais onde já vem operando. O aumento dos custos teve impactos significativos no setor, e a indústria já trabalha com a expectativa de primeiro recuo na produção de frangos desde 2000. ■ Reuters O McDonald's divulgou lucro trimestral menor, com a fraqueza da economia global e o dólar mais forte pressionando os resultados, que ficaram abaixo das estimativas de analistas pelo segundo período consecutivo. A lenta economia nos Estados Unidos e o aperto de cintos na Europa estão afetando até as redes de restaurantes mais resistentes, com consumidores contendo gastos com refeições fora de casa. A empresa também informou que as vendas globais comparáveis estão em queda em outubro, em meio ao cenário de crise econômica e à pressão de concorrentes. O lucro da companhia caiu para US$ 1,46 bilhão no terceiro trimestre, ante US$ 1,51 bilhão, bem abaixo das expectativas. As vendas totais recuaram para US$ 7,15 bilhões, contra US$ 7,17 um ano antes. ■ 24 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Dreamstime EMPRESAS TECNOLOGIA Comtac investe R$ 10 mi em nova fábrica A fabricante de acessórios e componentes para computadores Comtac inaugura hoje sua segunda fábrica no país, a Comtac Bahia, no Polo de Informática de Ilhéus (BA). A operação contou com um investimento inicial de R$ 10 milhões para a produção local de fontes de energia para notebooks, placas Wi-Fi para computadores e modems ADSL e de fibra ótica para acesso à internet. A nova fábrica inicia as operações com a produção de 10 mil fontes de energia ao mês e 15 funcionários. Venda fraca põe em xeque estratégia da T4F de recuperação no 4º trimestre Analista acredita que redução do preço para o show da Lady Gaga não deve afetar receita da companhia Rafael Palmeiras [email protected] A Time For Fun (T4F) tem enfrentado duros problemas nos últimos meses e que já somam no ano um redução de R$ 20,8 milhões no volume de mercado, atualmente em R$ 772,6 milhões. A empresa que perdeu o contrato do Cirque du Soleil, responsável por 12% da receita da companhia, para a IMX Arts, do empresário Eike Batista, agora enfrenta um cenário de fracas vendas dos ingressos das cantoras Lady Gaga e Madonna. É que de acordo com informações do jornal O Dia, até o momento cerca de 14 mil ingressos teriam sido vendidos para o show de Lady Gaga que acontecerá hoje no Parque dos Atletas, no Rio de Janeiro, local que tem capacidade para 90 mil pessoas. Um pouco mais à frente, Madonna, que se apresentará no mesmo local, em dezembro, vendeu até o momento 15 mil. Fernando Alterio, presidente da T4F, chegou a afirmar no início de outubro ao BRASIL ECONÔMICO que os eventos realizados no quarto trimestre serão responsáveis por quase 60% da receita anual da empresa. “Estamos tentando diminuir o efeito da sazonalidade que enfrentamos, principalmente com os meses de janeiro e fevereiro apresentando pouca receita.” A empresa registrou um lucro líquido de R$ 12,5 milhões no terceiro trimestre, com um recuo de 29% ante o mesmo período do ano anterior (veja box abaixo). Mesmo com o fraco desempenho das vendas dos ingressos, a equipe de analistas da XP Investimentos tem uma visão otimista da empresa e acredita que o preço alto dos shows, que varia entre DRAMA DAS R$ 90 a R$ 850, pode ter sido uma estratégia da companhia de CAPACIDADE 90 MIL atingir receita INGRESSOS VENDIDOS 15 MIL acima do esperaPREÇO DO INGRESSO R$ 100 A R$ 850 do, acreditando em uma demanSegunda turnê que apresenta da forte pelo prino país e na mais recente teve as vendas suspensas pelo Procon-SP meiro show de Gaga no Brasil. “Caso o valor do ticket médio não seja tão expressivo quanto a empresa espera, ele pelo menos deve atingir patamares semelhantes ao visto no mesmo período do ano anterior”, destaca o analista Diego Muniz que mesmo assim não acredita em perdas de margens. No quarto trimestre de 2011, a T4F viu o tíquete médio no segmento música ao vivo ficar em R$ 124. E para não ficar com os ingressos na mão, a T4F utilizou de diversas estratégias comerciais, como parcelamento dos convites, venda por meio de sites de compras coletivas e até o “pague um e leve dois”. Para João Luiz Figueiredo, DIVAS Desempenho da venda dos ingressos no Rio de Janeiro MADONNA LADY GAGA CAPACIDADE 90 MIL INGRESSOS VENDIDOS 14 MIL PREÇO DO INGRESSO R$ 90 A R$ 750 Murillo Constantino Fontes: empresa e jornal O Dia Fernando Alterio presidente da Time For Fun "Estamos tentando diminuir o efeito da sazonalidade que enfrentamos, com janeiro e fevereiro com pouca receita” coordenador do núcleo de economia criativa da ESPM-RJ, um dos fatores que podem penalizar a receita da empresa é a proximidade entre os shows das artistas que não chega a 30 dias de diferença. “Isso fez com que o público tivesse que escolher entre os Primeira vez no Brasil e tem venda de ingressos disponíveis em sites de compras coletivas eventos.” Porém Figueiredo afirma que na disputa por ingressos, Madonna leva a melhor. “O público da cantora é mais velho e tem condições de pagar o valor cobrado, diferente daqueles que tem a intenção de ir na Lady Gaga, e que na maioria são jovens.” Mesmo assim, o coordenador da ESPM ressalta que a venda de ingressos não é o único fator decisivo em eventos de grande porte. “Existe a receita de patrocínio que tem fator importante para a companhia.” Procurada a T4F não quis comentar o assunto. ■ Lucro líquido cai 29% entre julho e setembro No terceiro trimestre, a empresa realizou 304 eventos, uma queda de 14% A Time For Fun registrou no terceiro trimestre deste ano um lucro líquido de R$ 12,5 milhões, o que representa uma queda de 29% ante o mesmo período do ano anterior. O valor apurado pela empresa de entreterimento ficou abaixo da previsão do mercado, que esperava um resultado de R$ 15,6 milhões. De acordo com a empresa a queda é “devido aos impactos por menor volume de receitas fi- nanceiras e também variação cambial sobre saldos de empréstimos com subsidiárias”. No período, a empresa realizou 304 eventos, entre eles Liza Minelli, Scorpions e Alanis Morissete, que mesmo assim indicaram uma queda de 14%. Já o total de ingresso vendidos no período somaram 500. Na soma dos noves meses do ano, o lucro líquido da companhia totaliza R$ 27 milhões, o mesmo valor visto no acumulado do ano anterior. No sentido oposto, a receita líquida ficou em R$ 137 milhões, com alta de 23%. Já o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 22,6 milhões com avanço de 7%. O preço médio por ingresso no segmento de música ao vivo ficou em R$ 101, enquanto na área de eventos família e teatro o valor ficou em R$ 173. ■ R.P. Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 25 Doug Kanter/Bloomberg BALANÇO Lenovo registra lucro de US$ 162 milhões A Lenovo divulgou um aumento de 12,6% no lucro líquido trimestral, chegando a US$ 162 milhões, o menor crescimento em mais de dois anos, apesar de superar a previsão de analistas de US$ 156,3 milhões. No período de seis meses encerrado em setembro, a receita de PCs da Lenovo foi responsável por quase 90% da receita total, de 16,7 bilhões de dólares, e cresceu 14%. A receita da divisão de internet móvel e itens digitais mais que dobrou, para US$ 1,3 bilhão no período. Reuters SeongJoon Cho/Bloomberg Google leva serviço de web móvel a emergentes Samsung passa Apple e lidera em smartphones Avanço da coreana ocorreu, principalmente, tirando mercado das empresas menores Gabriel Ferreira [email protected] A Apple parece já não ser tão hegemônica no mercado de smartphones como era até pouco tempo. Uma pesquisa divulgada ontem pela consultoria Strategy Analytics indica que os aparelhos da companhia americana deixaram de ser os mais vendidos do mundo no terceiro trimestre, perdendo a liderança para o Samsung Galaxy S3. O aparelho coreano deteve 10,7% das vendas do período, contra 9,7% do iPhone 4S. No trimestre anterior, o smartphone da Apple era responsável por 12,7% do mercado, contra 3,5% do Galaxy S3. A Strategy Analytics estimou que a Samsung vendeu 18 milhões de modelos S3 no trimestre passado, comparado a vendas do iPhone 4S de 16,2 milhões de unidades. “O Galaxy S3 provou-se amplamente popular junto a consumidores e operadoras na América do Norte, Europa e Ásia”, disse o analista Neil Mawston. Mas a disputa continua acirrada. Ele acrescenta que o novo iPhone 5 deve levar a Apple ao topo no trimestre atual. Essa é a primeira vez que um produto da Samsung assume a liderança do segmento de smartphones. Somando todos os seus modelos, porém, a coreano já era a maior vendedora deste tipo de aparelho desde o primeiro semestre deste ano. Outro levantamento, feito pela consultoria IDC apontou que o sistema operacional Android, desenvolvido pelo Google e utilizado em aparelhos de diversas fabricantes, inclusive da Samsung, aumentou bastante a liderança que já desfrutava há alguns trimestres sobre o sistema da Apple, o iOS. No terceiro trimestre de 2012, o Android foi responsável por 75% das vendas de smartphones, sendo responsável por 136 milhões de aparelhos comercializados dentre os mais de 181 milhões comercializados nesse período. Apesar de os números indica- Free Zone será lançado inicialmente nas Filipinas para celulares conexão limitada O Google lançou ontem um serviço que, espera, ajude milhões de pessoas nos países em desenvolvimento a acessar a internet - e seus anúncios - por meio de celulares simples. Batizado Free Zone, o serviço será lançado inicialmente nas Filipinas, em parceria com a operadora local de telefonia móvel Globe Telecom. Ele permitirá que celulares que possuem conexão com a internet com funcionalidade online limitada acessem serviços do Google como buscas, e-mail e a rede social Google+, gratuitamente. Vendas do S3 ajudaram Samsung a registrar lucro de US$ 7,3 bi rem o fim do reinado da Apple no segmento de smartphones, não é a companhia comanda por Tim Cook quem mais deve se preocupar com os números apurados pelas empresas de consultoria. Boa parte do crescimento das vendas da Samsung e dos aparelhos Android em geral não foi conquista roubando clientes da Apple. A fabricante americana, inclusive, continuou crescendo no trimestre (as vendas de aparelhos com sistema iOS representaram 14,9% do mercado, contra 13,8% registrado no trimestre anterior). A queda das vendas dos aparelhos Blackberry, Nokia e de outras fabricantes menores foram os maiores responsáveis pela consolidação da Samsung e do Android como líderes dos mercados de aparelhos e sistemas operacionais, respectivamente. Segundo o estudo da Strategy Analytics, sobre o mercado de aparelhos, as vendas de outros produtos que não o Galaxy S3 ou o iPhone foi responsável por 76% das entregas do setor no terceiro trimestre, contra 83,8% que representavam no período anterior. Mudança ainda maior foi sentida entre os sistemas operacionais. Os dados apresentados pelo IDC indicaram que as vendas de celulares com sistema Symbian, da Nokia, e Blackberry, da Rim, somadas representaram 11,8% do mercado no terceiro trimestre deste ano. Há um ano, esses produtos respondiam por 29,9% do segmento. ■ com Reuters Objetivo é atingir o próximo bilhão de potenciais usuários da internet que terão acesso pela primeira vez sem comprar PC Autorização de segurança permite que a plataforma seja usada pelas agências do governo Euan Rocha [email protected] A Research In Motion anunciou ontem ter obtido uma cobiçada autorização de segurança do governo americano para a plataforma BlackBerry 10, uma linha de aparelhos que serão lançados em 2013. A companhia informou que a plataforma BlackBerry 10 obteve a certificação FIPS 140-2, que permitirá que agências do governo utilizem os aparelhos, bem como a plataforma de administração que os controla, assim que os novos smartphones forem lançados. A RIM, uma das pioneiras no setor de celulares inteligentes, vem perdendo espaço nos últimos anos diante de rivais mais ágeis como Apple e Samsung Electronics, que roubaram mercado da empresa com seus aparelhos mais rápidos e sofisticados. O destino da RIM, sob comando de Thorsten Heins, agora depende quase exclusivamente do desempenho da muito aguardada linha de aparelhos BB10. No mês passado, a RIM anunciou o início de testes em novas linhas de telefonia móvel com sua base de aparelhos, com a qual a empresa espera reconquistar parte do mercado perdido para rivais como o iPhone, da Apple, e os celulares acionados pelo sistema operacional Android, do Google. A empresa informou que esta é a primeira vez que os produtos BlackBerry obtêm certificação FIPS antes de lançados. “Obter certificação FIPS para uma plataforma inteiramente nova, em curto prazo e antes de seu lançamento, é uma realização notável”, afirmou o diretor de certificações de segurança da RIM, David McFarlane, em comunicado. A certificação FIPS é um dos critérios mínimos estipulados para os produtos usados em agências do governo dos Estados Unidos e setores regulamentados que recolham, armazenem e compartilhem e disseminem informações. A aprovação garante a organizações preocupadas com a segurança que os dados em celulares BB10 estão seguros. ■ Reuters Peter Foley/Bloomberg BlackBerry 10 obtém licença dos EUA Thorsten Heins Presidente da RIM No mês passado, a empresa anunciou o início de testes em novas linhas de telefonia móvel com sua base de aparelhos, com a qual a empresa espera reconquistar parte do mercado perdido para rivais como a Apple Os usuários terão acesso aos sites que surjam em resultados de busca do Google gratuitamente, mas qualquer site que não conste desses resultados acionaria um convite para assinar o plano de dados da operadora. “O objetivo é atingir o próximo bilhão de potenciais usuários da internet, muitos dos quais estarão em países emergentes e terão acesso à web pela primeira vez em seus celulares, sem que nunca tenham comprado um computador”, disse AbdelKarim Mardini, gerente de produto do Google. O Google e a Globe esperam que, ao oferecer serviços iniciais gratuitos, atraiam os usuários de celulares de segunda linha a usá-los para mais que telefonemas e mensagens de texto, e os levem a assinar para acesso a serviços de internet. Esses serviços são mais lucrativos para as operadoras. O Google obtém a maior parte de seu faturamento com anúncios vinculados a resultados de busca. A empresa informou que pretende lançar o serviço em outros países em breve. Embora países em desenvolvimento tenham adotado os celulares, ainda há milhões de usuários que dispõem apenas de celulares básicos demais. ■ Reuters 26 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 ENCONTRO DE CONTAS 3.800 é o número de empresários, políticos e personalidades que já foram entrevistados por João Doria Jr. no programa Show Business, que completa 20 anos na próxima segunda-feira, 12. FÁBIO SUZUKI [email protected] Gol de Letra no campo dos negócios Divulgação Executivos de empresas como Brookfield, Amil, Coca-Cola e Mobil entrarão em campo no início de dezembro para disputar um torneio de futebol realizado pela Fundação Gol de Letra, dos ex-jogadores Raí e Leonardo. Sob uma taxa de inscrição de R$ 23 mil por “time”, é esperada a participação de 20 companhias no campeonato, o que deve render à instituição um total de R$ 460 mil, valor que será utilizado em projetos socioculturais. Além do jogo final ser disputado no estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, a iniciativa tem como atrativo a formação de uma seleção do torneio cujos executivos escolhidos disputam um jogo contra ex-craques da bola como Zico, Bebeto, Zinho e o próprio Raí. “Além de ser uma ação social, esse torneio serve como um network dentro das próprias empresas”, diz Beatriz Pantaleão, diretora da Fundação Gol de Letra no Rio de Janeiro, que prevê fechar as últimas quatro vagas na próxima semana. ■ GIRO RÁPIDO ➤ ● Os erros que os brasileiros milionários cometem ao cuidar de suas fortunas serão abordados na palestra que Ernesto Leme, sócio responsável pela área de gestão de riquezas da Claritas, fará na conferência Private Banking Latin America, que ocorre hoje, em Miami. Atualmente, Leme cuida de R$ 1 bilhão em patrimônio de 50 famílias. ➤ ● Dentro das estratégias em comemoração aos seus 100 anos, a fabricante de chocolates Lacta terá duas novidades em seu portfólio para este fim de ano: o lançamento do Lacta Bombom, caixa com 16 unidades para presente, e renovação da embalagem da caixa com os principais sucessos da marca. Beatriz Pantaleão, diretora da Fundação Gol de Letra LeSportsac pretende abrir seis lojas no país em 2013 Recém-chegada ao mercado brasileiro, a marca americana LeSportsac tem planos de atuar em todo o país já no próximo ano. A empresa pretende abrir seis unidades próprias espalhadas pelas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, além de reforçar a atuação nos estados do Sudeste. Com um investimento de R$ 2 milhões, a marca abriu recentemente sua primeira loja brasileira no Shopping Vila Olímpia, em São Paulo, e no final deste mês inaugurará mais uma unidade, dessa vez no Galeria Shopping, na cidade de Campinas. FRASE “A Fifa pode não ter ideia da dimensão do Corinthians, mas nós temos e é isso que importa” Tite, sobre os mais de 15 mil corintianos que devem ir para o Mundial no Japão torcer pelo time, número que surpreendeu a Fifa. Alan Morici/O Dia ● O Shopping Leblon, no Rio, fará um ➤ investimento de cerca de R$ 2 milhões em sua decoração para o Natal deste ano, cujo tema é “O Natal dos sonhos luminosos”. A principal atração será uma árvore tridimensional de 14 metros de altura e que terá 100 mil microlâmpadas em LED. ➤ ● Ter ao menos uma unidade em todas as 12 cidades sedes da Copa no Brasil, até 2014. Esse é o objetivo da Liga Retrô, especializada em réplicas de uniformes esportivos do passado. Já com presença no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, a rede terá mais três lojas até março de 2013 sendo uma delas a primeira na região Norte do país. Reebok afeta desempenho da Adidas, que prevê queda nos lucros neste ano Marca controlada pela companhia alemã registrou faturamento 25% menor no terceiro trimestre de 2012 Jochen Eckel/Bloomberg do com o relatório da empresa, as vendas da Reebok tiveram queda de 25% sem efeito cambial. A queda na receita com produtos licenciados e os “impactos negativos da unidade indiana por causa de irregularidades na política de comercialização” prejudicaram o desempenho da companhia. Julie Cruz Bloomberg A Adidas, segunda maior fabricante de artigos esportivos do mundo, anunciou ontem que cortou as estimativas de lucros para o ano fiscal de 2012 por conta da queda nas vendas de suas marcas Reebok e Rockport e por causa da suspensão da temporada do National Hockey League, nos Estados Unidos. O faturamento deverá subir a um “único e alto dígito” em 2012, de acordo com a companhia, sediada na cidade alemã de Herzogenaurach. Na previsão anterior, a companhia apostava em um aumento até 10% maior nas receitas. A nova previsão fez com que as ações da companhia fechassem em queda de 3,2%, a ¤ 63,20 na Bolsa de Frankfurt. Este foi o menor preço da ação desde 13 de setembro. Subsidiária problema A Reebok, comprada pela Adidas em 2006, também tem pesado nos resultados da companhia alemã. A marca inglesa tem apresentado um ritmo tímido de vendas nos últimos três Faturamento Apesar da estimativa menor de lucro, companhia prevê que faturamento tenha alta entre 15% e 17% anos consecutivos. A situação se agravou por causa do cancelamento da liga de hóquei nos Estados Unidos, da qual a Reebok é patrocinadora oficial. Em 16 de setembro, os times resolveram não entrar em campo por conta de brigas com os organiza- dores do campeonato por causa de divergências no pagamento de direitos de imagem. “As vendas nos Estados Unidos no terceiro trimestre foram realmente fraca, provavelmente por conta a Reebok”, disse Sebastian Frericks, analista do Bankhaus Metzler em Frankfurt. A expectativa de queda nas vendas “pode ter um impacto levemente negativo, mas não estamos completamente preocupados porque a empresa ainda terá crescimento sobre 2011”. No terceiro trimestre, de acor- Apesar de projetar um lucro mais magro, a companhia disse que manterá sua estimativa de crescimento de vendas de 15% a 17% neste ano graças às vendas obtidas nos países emergentes e com o reajuste de preços de suas linhas. No terceiro trimestre, a companhia teve lucro líquido de ¤ 344 milhões, uma alta de 14% em comparação com o ano passado. As vendas entre julho e setembro foram de US$ 4,17 bilhões, alta de 11% sobre o ano anterior. Enquanto a receita na América do Norte teve uma queda de 5%, nos chamados países europeus emergentes o faturamento subiu 9%. Na China, o crescimento das marcas controladas pela companhia alemã foi de 11%. ■ Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 27 EMPRESAS 2 mil É o número de amigos que a cachorrinha maltês Emily Bonates, da novela Salve Jorge, possui no Facebook. Na trama, ela é a nova integrante da família Flores Galvão. CRIATIVIDADE E MÍDIA Enox ganha destaque com a mídia em tarefas do cotidiano Fotos: divulgação Carolina Marcelino [email protected] A Enox tem apostado boa parte de suas fichas para se consolidar como um dos maiores veículos de mídia do país no conceito On-life — no qual as campanhas são realizadas com a participação do consumidor e no seu habitat natural. Ou seja, as ações são realizadas nas academias, lojas de departamento, bares e demais estabelecimentos. O esforço tem surtido efeito. O projeto tem ganhado adeptos de vários segmentos. A marca Activia, por exemplo, foi até as melhores academias, hipermercados e salões de beleza em Curitiba, no Paraná. Para ativar a comunicação, a Enox utilizou diversos estímulos de mídia On-life, entre eles, esteiras, bikes, armários, salas de aula em academias, espelhos, além capas de revistas. De acordo com o sócio-fundador da Enox, Ernesto Villela, esse tipo de abordagem é uma tendência. “Hoje as pessoas possuem milhares de opções na tanto na TV quanto na internet. Os consumidores controlam o que eles querem ver”, observa. Outback promove concurso na internet COM A PALAVRA... A rede Outback Steakhouse no Brasil levará um cliente para conhecer a Austrália. Para participar, os internautas precisam compartilhar no Facebook fotos de momentos de celebração de suas vidas por meio de um aplicativo exclusivo do Outback na fanpage. A foto mais votada será a vencedora. DM9DDB e NBS atendem BRFoods A DM9DDB e NBS ganharam a concorrência pelas contas publicitárias da BRFoods. A F/Nazca S&S e Talent foram escolhidas para cuidar de marcas como Sadia e Perdigão. Desta forma, as antigas parceiras, DPZ e Y&R, que também participaram da concorrência, deixaram de atender a empresa. O case da marca Tresemmé, da Unilever, é destacado pelo empresário. O conceito On-life foi aplicado meses antes da primeira campanha na TV. “Nós fizemos uma forte ação dentro das lojas C&A de todo Brasil”, lembra Villela. A Tam Linhas Aéreas foi em bares de São Paulo e Rio de Janeiro para instalar espelhos interativos, com sensores de movimento, nos acessos aos toaletes dos estabelecimentos. Quando PARA LEMBRAR os frequentadores se aproximavam, aparecia a mensagem da Tam: “Que vontade de uma praia”, incentivando-os a viajar e a procurar ofertas especiais da empresa. Vale dizer que a Enox não trabalha com promotores nos pontos das ações. Ou seja, todo o conteúdo publicitário é passado de maneira sutil, mas que na maioria das vezes proporciona certo entretenimento para os clientes da marcas. ■ Johnson & Johnson faz ação para jovens A Johnson & Johnson Medical Brasil lançou a campanha “Em Suas Mãos”. A meta é arrecadar dinheiro para promover um acampamento educativo para crianças e adolescentes carentes com diabetes. Informações estão na página da marca no Facebook. NO MUNDO DIGITAL Paixão premia com transformação de beleza A marca Paixão lançou a sua página oficial no Facebook — www.facebook.com/vivacompaixao. A ideia é abordar temas do universo feminino e as paixões que a mulher tem em sua vida. Para o lançamento da página, a marca preparou um concurso com o tema “Uma Paixão para 2013”. Os participantes responderão à pergunta: “Qual a sua dica para começar o ano apaixonada?”. As sete frases mais criativas ganharão uma transformação para o ano novo. VAIVÉM ➤ ● Atrevidinha Em 1984, a Grendene encomendou à DPZ a criação de uma campanha para lançar a marca Melissa no mercado. A história mostrava uma menina bem atrevida que mantinha um diálogo impertinente com a professora. A campanha se manteve no ar por 10 anos, quando a Grendene decidiu apostar no público adulto. PASCHOAL SAMORA Novo diretor de cena da Conspiração A Conspiração anuncia a contratação de Paschoal Samora, novo diretor de cena que vem reforçar a equipe da produtora e ficará baseado na unidade de São Paulo. Paschoal, que há três anos trabalha com projetos que misturam histórias reais com publicidade, é diretor de filmes com especialização em documentários. Seu último trabalho foi na Mixer, onde criou e dirigiu formatos de branded content para clientes como HSBC, Bradesco, Telefônica, Pão de Açúcar e Banco do Brasil. ...ALEXANDRE MARQUESI Professor da pós-graduação em Gestão e Marketing Digital da ESPM A marca e a sua inevitável condição de refém do sentimento digital As mídias sociais são um ambiente baseado em sentimento digital, no qual a construção da identidade da marca se origina de um grupo social ou mesmo de um único indivíduo denominado blogueiro, que é identificado em seu grupo como líder e que pode mobilizar a massa, aquela supracitada, e potencializar o resultado de uma marca ou mesmo prejudicá-la se for de interesse único. O sentimento digital originado na pulsão de Freud se tornou uma arma poderosa nas mãos de pessoas e ou instituições (sejam blogueiros, marcas, etc.) que a cargo de uma missão constroem ou destroem momentaneamente valores e significados de marca. Ou seja, o impacto do sentimento digital é uma forma de atuação momentânea e que provoca reflexos de mesma magnitude, porém, se não contínuo, se torna inerte aos valores fundamentados da marca. Criação e cocriação de textos, vídeos ou artigos são fatores perenes. Solidificam-se, criam um rastro de sentimento digital e a sua identidade, seja positiva ou negativa. A qualquer momento esses documentos são encontrados nos sites denominados "buscadores", tornando cada vez mais complexa a gestão de uma marca em redes sociais. O sentimento em mídias sociais é percebido e precisa de uma resposta da marca. Em um momento quase que instantâneo, podemos perceber que o mundo das redes sociais aplicado em mídias sociais tornou a marca refém de sentimentos digitais, que sem regra e ou mesmo sem "sentido" - aqui sentido significa razão - levam uma marca do inferno ao céu em uma fração de segundo. 28 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 EMPRESAS CULTURA SP Arte reúne mestres e jovens talentos da fotografia Galeriais nacionais e internacionais se reúnem para expor e vender fotos Cintia Esteves [email protected] A sexta edição da SP-Arte/ Foto reúne na capital paulista os cliques de experientes fotógrafos como German Lorca, de 90 anos, a uma nova geração, que inclui a também brasileira Sofia Borges, de 28. Ao todo serão 20 galerias nacionais e internacionais, com uma seleção de fotos cujo preço varia de R$ 3 mil e R$ 100 mil. “A exposição mostra a liberdade da fotografia. Teremos trabalhos mais tradicionais, com foco, clicando o momento e também imagens desfocadas cujo objetivo é passar uma mensagem”, afirma Fernanda Feitosa, organizadora do evento. Entre as novidades desta edição está a estreia da galeria mineira Celma Albuquerque e da paranaense Sim, além do retorno das paulistas Vermelho, Mendes Wood e Millan. Nos quatro dias de duração da feira serão lançados seis livros sobre fotografia. Uma publicação assinada por Maureen Bisilliat e o livro Caminhando com Portinari, de Alan Nielsen, estão entre os destaques. Também serão lançadas obras do norte-americano Loren McIntyre e dos brasileiros Edu Simões, Claudia Jaguaribe e Roberto Linsker. Mais atrações Paralelamente à exposição acontecerão debates em torno do tema fotografia. Nesta sexta-feira, os fotógrafos Caio Resewitz e Lorenzo Mammì armam uma discussão em torno do tema O sertão não é mais sertão — a construção da paisagem brasileira. No dia seguinte é a vez de Mauro Restiffe e Agnaldo Farias falarem sobre Cidade em crise - arte e política na documentação urbana. E no domingo Um outro ponto de vista — as experimentações dos anos 60 e 70 será o tema que embalará a conversa entre Claudia Andujar e Augusto Massi. Após cinco edições realizadas no shopping Iguatemi, a SPArte/Foto acontecerá pela primeira vez no JK Iguatemi, um dos empreendimentos mais recentes da mesma empresa desenvolvedora de shoppings, o qual se tornou um dos cartões postais da cidade. A própria vista que se tem a partir do terraço onde ficarão alguns trabalhos já é uma bela fotografia de São Paulo para os olhos dos visitantes. O local permite uma vista panorâmica da cidade. ■ SERVIÇO SP-Arte/Foto 2012 Quando: até 11 de novembro; Onde: Shopping JK Iguatemi (Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 2.041, Vila Olímpia, SãoPaulo, SP); Entrada: gratuita “Sem título” (2007) é uma fotografia de Nino Cais, um dos participantes da exposição Foto “No desfile”, de German Lorca, um dos mais experientes da mostra Artistas dançam para discutir modelos de relações Jonia Guimaraes/Corponafoto Espetáculo de dança traz ao Brasil as esculturas de espuma do artista Duda Paiva Provavelmente você se relaciona com chefes e colegas de trabalho de uma maneira e com pessoas da família de outra. É sobre estas “máscaras sociais” que o espetáculo de dança Objeto Gritante, em cartaz na Caixa Cultural São Paulo, quer discutir. Para esta missão, o coreógrafo Maurício de Oliveira conta com a parceria de Duda Paiva, artista brasileiro radicado na Holanda que é atualmente um dos grandes nomes do teatro de tegrantes praticam Hatha Yoga, balé clássico e se interessam pelas mais variadas técnicas corporiais. objetos europeu. A dupla projetou em bonecos de espuma os movimentos do corpo humano. Em uma determinada cena, os dançarinos Ivan Bernardelli e Natalia Fernandes se entrelaçam nestes bonecos formando uma escultura viva com muitas caras, bocas e mãos. “Queremos discutir as razões pelas quais as pessoas usam diferentes condutas nas mais variadas situações de suas vidas”, afirma Oliveira. Serviço O grupo O estudo do corpo é a especialidade da companhia Maurício de Oliveira & Siameses. Seus in- Junto com os dançarinos, os bonecos formam esculturas vivas O espetáculo fica em cartaz na Caixa Cultural São Paulo (Praça da Sé, 111 - São Paulo) de 09 a 11 de novembro (sexta e sábado às 19h e domingo às 18h). Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados na bilheteria com uma hora de antecedência. No dia 11 haverá um workshop sobre dança aberto ao público, das 15h30 às 17h. Para mais informações ligue: (11) 3321-4400. ■ Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 29 Fotos: divulgação HISTÓRIA Arquivo de cineasta russo vai a leilão Um arquivo com cartas e fotografias que pertenceram a um dos maiores cineastas da Rússia, Andrei Tarkovsky, será colocado à venda na casa de leilão Sotheby’s. A coleção abrange os últimos 20 anos de vida do diretor e inclui uma carta ao líder soviético Leonid Brezhnev solicitando que ele permitisse a exibição de seu filme “Andrei Rublyev”. Mostra exibe 37 filmes em todas as capitais Evento reúne trabalhos da América do Sul relacionados aos direitos humanos Em dezembro, o músico pernambucano completaria 100 anos Uma homenagem a Luiz Gonzaga Exposição no Palácio do Planalto reúne obras inspiradas no Rei do Baião usadas por Gonzaga, além de fotografias do músico, cd’s e livros sobre sua vida. Esculturas, xilogravuras relacionadas à vida e à obra do compositor popular e instrumentista Luiz Gonzaga estão entre os itens da exposição O Imaginário do Rei Visões Sobre o Universo de Luiz Gonzaga em cartaz no Palácio do Planalto, em Brasília. A mostra é uma homenagem aos 100 anos de nascimento do artista que ficou conhecido como Rei do Baião. Sob a curadoria do artista plástico paraense Bené Fonteles, quase todas as obras foram criadas especialmente para a mostra. Haverá também roupas Serviço Organizada pelo Ministério da Cultura, via Fundação Nacional de Artes (Funarte) a exposição fica em cartaz até dia 5 de dezembro, no térreo do Palácio do Planalto, e tem entrada gratuita. A visitação pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos domingos, das 9h30 às 14h30. Antes de chegar a Brasília, O Imaginário do Rei - Visões Sobre o Universo de Luiz Gonzaga passou por Salvador (BA), Fortaleza (CE) e João Pessoa (PB). ■ ABr Em São Paulo, coreanos unem acrobacia e culinária O espetáculo Cookin’ Nanta é o maior sucesso da história do entretenimento na Coreia do Sul A inusitada combinação entre acrobacias e culinária transformou o espetáculo Cookin’ Nanta no maior sucesso da história do entretenimento na Coreia do Sul. Em uma celebração de ritmos, a tradicional percussão coreana ganha nova cara com facas, colheres, panelas e outros utensílios transformados pelos artistas em instrumentos musicais. Em cartaz há 15 anos em Seul, a montagem também já percorreu 41 países, atingindo um pú- blico total de mais de 7 milhões de pessoas. Nos dias 14 e 15 de novembro, o espetáculo poderá ser visto pela primeira vez no Brasil. O show faz parte da programação do Festival da Coreia, que trará ao país eventos culturais, musicais, exposições e filmes, além de palestras e seminários. Tudo para festejar os 50 anos da imigração coreana no Brasil. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro Geo (Av. Faria Lima, 201, Pinheiros, São Paulo (SP), por telefone (4003-9949) ou pelo site www.showcard.com.br.Preço: R$ 60. ■ Redação A edição deste ano da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul exibirá gratuitamente 37 filmes em todas as capitais brasileiras. O homenageado do festival, que começou esta semana em Natal (RN), é o documentarista brasileiro Eduardo Coutinho. Entre os critérios usados para seleção dos filmes, está a capacidade de promover reflexão sobre os assuntos ligados a direitos humanos. “Em todos os filmes nós buscamos uma reflexão sobre direitos humanos, não necessariamente falando diretamente do tema, mas com uma mensagem que provoque reflexão”, afirma o chefe de gabinete da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Bruno Monteiro. Os filmes foram escolhidos entre 255 inscritos e tratam principalmente de três assuntos: direito à memória e à verdade; combate à tortura e atenção à população em situação de rua. São curtas, médias e longas metragens do Brasil e de outros países da América do Sul. Esta edição privilegia títulos que não entraram no circuito comercial, como os longas-metragens Hoje, de Tata Amaral, e O Dia Que Durou 21 Anos, de Camilo Tavares. Também poderão ser vistos Cabra Marcado Para Morrer (1984), Santo Forte (1999) e O Fio da Memória (1991), de Eduardo Coutinho. O cineasta, Em “Batismo de Sangue”, (2006) frades lutam contra a ditadura que completa 80 anos em 2013, foi escolhido para ser homenageado por causa do foco em direitos humanos de seus filmes. A forma como Cabra Marcado SERVIÇO Destaques internacionais da mostra: Chocó (Colômbia, 2012); Estruturas Metálicas (Chile, 2011); O Garoto que Mente (Venezuela, 2011); Justiça (Bolívia, 2010); Saia se Puder (Argentina, 2012); Acesse a programação completa em: cinedireitoshumanos.org.br para Morrer aborda o enfrentamento da ditadura militar pelos camponeses é um exemplo de seu engajamento. “A arte é uma forma de ampliar o contato da população com esses temas”, afirma Monteiro. Para ampliar o público da mostra, que em 2011 chegou a 30 mil espectadores, serão feitas exibições em pontos alternativos das cidades, como escolas, associações culturais e até ao ar livre. A expectativa é que 50 mil pessoas participem da programação. Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, os filmes também poderão ser vistos em locais normalmente fora do roteiro das mostras como o Cine Eldorado, em Diadema. ■ ABr ESTREIAS - CINEMA Diplomatas e reféns Uma dupla diferente Com base em fatos reais Argo, dirigido e estrelado por Ben Affleck, mostra o resgate de seis diplomatas americanos refugiados na embaixada canadense no turbulento Irã, em 1980. Para o espectador entender o contexto, Affleck oferece no início da projeção uma narrativa em quadrinhos sobre como os EUA ajudaram o xá Mohammad Reza Pahlavi a governar até sua deposição em 1979 pelo célebre aiatolá Khomeini. O asilo político oferecido a Pahlavi nos EUA enfureceu a população iraniana, que via nele um criminoso a ser julgado. Após a negativa do pedido de extradição do xá, os iranianos invadiram a embaixada dos EUA em Teerã. Seguidores de Khomeini mantiveram presos, por 444 dias, 52 americanos em retaliação à presença do antigo xá nos EUA. Argo conta o que aconteceu com os diplomatas que conseguiram escapar à invasão.■ Reuters Marcados para Morrer sofre de uma crise existencial: por um lado é o típico filme policial, mas, por outro, subverte algumas regras da cartilha. E, se não revigora o gênero, ao menos não é mais do mesmo. Escrito e dirigido por David Ayer, a primeira coisa que se nota no longa é a recusa por estabelecer uma narrativa convencional, em que cada cena é um avanço na história. O filme mais parece uma crônica do cotidiano de dois policiais. Eles são Brian (Jake Gyllenhaal) e Mike (Michael Peña). A dupla só quer fazer cumprir seu trabalho, ou seja, proteger o cidadão de bem. Os inimigos são vários, mas uma gangue latina se destaca. Se por um lado a dupla da polícia é bem explorada, com personalidades psicológica e emocionalmente bem delineadas, os vilões são clichês ambulantes contra os quais é muito fácil sentir raiva. ■ Reuters 30 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 FINANÇAS Editora: Léa De Luca [email protected] Subeditora: Priscila Dadona [email protected] Lucro do BB cai 6% em 12 meses, para R$ 2,7 bilhões Bruno Stuckert Inadimplência e juro menor prejudicaram resultado, e banco busca diversificação Marília Almeida [email protected] A busca por diversificação de receitas e maiores volumes ainda não compensou spreads menores registrados no Banco do Brasil, cujo lucro líquido no terceiro trimestre foi de R$ 2,728 bilhões, redução de 5,6% em comparação há um ano. O resultado negativo foi influenciado pelo aumento de 15,5% das provisões para perdas com crédito nos últimos doze meses, direcionadas em parte para a carteira de crédito para veículos do banco Votorantim, no qual o BB detém fatia de 49,9%, apesar do aumento de sofisticação desta carteira. Ivan Monteiro, vice-presidente de gestão financeira e relações com investidores, aponta que o banco pretende sanar a operação do Votorantim até o segundo trimestre do ano que vem. O Votorantim registrou prejuízo de R$ 497 milhões no terceiro trimestre. A inadimplência em operações vencidas há mais de 90 dias atingiu 2,17% da carteira de crédito total do banco, ante 2,15% no segundo trimestre. O número está abaixo da média do mercado, de 3,77%, e a qualidade da carteira aumentou. Mas taxas de juros menores e seletividade do crédito, com foco em linha com spreads menores, também contribuíram para a piora no desempenho. Sob o efeito da baixa de juros, o resultado de intermediação financeira teve queda de 12,4% com relação ao trimestre anterior e 17,1% nos últimos doze meses, atingindo R$ 25 bilhões. Por outro lado, a carteira de crédito ampliada atingiu R$ 532,3 bilhões, alta de 4,7% em relação ao trimestre anterior e 20,5% nos últimos doze meses. “Queremos compensar a queda dos juros com volume, mas não sabemos quanto tempo esse processo irá levar”, diz Monteiro. O avanço foi maior na carteira de pessoas jurídicas, com des- Cenário persiste no próximo trimestre Aumento da concorrência e das receitas de crédito continuarão reduzindo rentabilidade do setor Carla Falcão e Danielle Brant www.ig.com.br O aumento da inadimplência e a desaceleração do ritmo de crescimento do crédito seguirão pressionando a rentabilidade dos maiores bancos brasileiros de varejo no próximo trimestre, avaliam especialistas do setor. Encerrada a divulgação dos resultados financeiros dos principais bancos no terceiro trimestre do ano – último a apresentar o balanço trimestral, o Banco do Brasil reportou, nesta quintafeira, queda de 6% no lucro –, as perspectivas para os próximos três meses ainda são de ajuste à nova realidade de Selic e spreads menores e de maior ri- gor na concessão de novos financiamentos. O Itaú já havia reportado queda de 13,4% no lucro e o Santander, redução de 8,5% . O Bradesco teve uma pequena alta de 1% . A pressão do governo para que os bancos reduzissem os juros do crédito e as taxas de administração de fundos contribuíram para frear a rentabilidade. Para o economista-chefe da corretora Souza Barros, Clodoir Vieira, BB e Caixa seguirão forçando a concorrência a reduzir spreads. Em seus relatórios sobre o setor, o Goldman Sachs vem destacando a necessidade de os bancos brasileiros buscarem maior eficiência operacional a fim de manter um nível de rentabilidade sustentável no médio prazo. Investimentos em tecnologia e em ganhos de escala estão entre as medidas. ■ Caffarelli: investimentos relevantes sacrificaram eficiência UM ANO PIOR Indicadores dos quatro maiores bancos brasileiros, em R$ milhões CARTEIRA DE CRÉDITO BB 600 480 360 240 120 0 442.000 3º TRI/11 LUCRO LÍQUIDO BB 532.300 3º TRI/12 ITAÚ 600 480 360 240 120 0 382.236 417.603 3º TRI/11 3º TRI/12 2.573 2.657 332.335 3º TRI/11 188.390 3º TRI/11 Fonte: bancos 4,0 33,55 33,00 22,55 22,00 11,55 11,00 00,55 00,00 371.674 3º TRI/12 3,0 22,55 22,00 11,55 11,00 00,55 00,00 3º TRI/11 3º TRI/12 207.330 3º TRI/12 0 2,11% 2,17% 3º TRI/11 3º TRI/12 ITAÚ 3.800 3º TRI/11 3.410 3º TRI/12 2.864 6 5 4 3 2 1 0 4,70% 3º TRI/11 5,10% 3º TRI/12 BRADESCO 2.893 6 4 3,80% 4,10% 3º TRI/11 3º TRI/12 2 3º TRI/11 3º TRI/12 SANTANDER 1000 800 600 400 200 0 6 4 2 BRADESCO SANTANDER 600 480 360 240 120 0 4 3 2 1 0 INADIMPLÊNCIA BB ITAÚ BRADESCO 600 480 360 240 120 0 taque para operações para micro e pequenas empresas, que aumentaram 6,2% com relação ao segundo trimestre do ano e 28,4% nos últimos doze meses. "Temos priorizado linhas de investimento, com a baixa da Selic", afirma Monteiro. A renda de tarifas do banco foi de R$ 5,2 bilhões, aumento de 0,4% sobre o trimestre anterior e de 11,9% com relação ao mesmo período do ano passado. Apesar de ainda não ser representativa, a receita com prestação de serviços evolui no banco e pode ajudar a reforçar o desempenho futuro do banco. Porém, cortes de tarifas realizados recentemente terão impacto nos próximos balanços. O índice de retorno sobre patrimônio líquido médio caiu para 18,6%, ante 21,4% no segundo trimestre, e seu índice de eficiência se deteriorou com relação ao trimestre anterior. “Preferimos fazer investimentos altos e relevantes a registrar impactos no atendimento aos clientes. Isso teve impacto no índice”, conclui Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente de atacado, negócios internacionais e private bank. ■ 866 0 SANTANDER 6 591 4 4,30% 5,10% 2 3º TRI/11 3º TRI/12 0 3º TRI/11 3º TRI/12 Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 31 Andrew Harrer/Bloomberg AÇÕES Banco poderá recomprar até US$ 3 bi O JPMorgan informou ontem que reguladores americanos aprovaram no último dia 5 um plano para o banco usar seu capital para recomprar até US$ 3 bi de suas ações no primeiro trimestre de 2013. O banco suspendeu as recompras de ações em maio e apresentou um novo plano de capital em agosto, após conter perdas com derivativos de cerca de US$ 6,2 bi. O presidente do banco, Jamie Dimon, suspedeu a recompra de ações para reconstruir sua base de capital e a liquidez. JP Morgan investe US$ 50 milhões para reforçar área de tesouraria na AL Depois de Brasil e México, banco segue passos de clientes rumo ao Chile, Argentina e Colômbia Natália Flach [email protected] Seguindo os passos dos grandes clientes, o J.P. Morgan colocou a América Latina na planilha de investimentos. Desde o ano passado, o banco americano vem investindo na abertura da área de serviços de tesouraria, que é responsável pela gestão de caixa, comércio, liquidez, cartão comercial e serviços judiciais. O aporte chega a US$ 50 milhões. Depois de Brasil e México, no ano que vem, será a vez da Argentina e do Chile contarem com esses produtos. O próximo da lista é a Colômbia, de acordo com Andy Rodriguez Lubary, responsável por Serviços de Tesouraria para a América Latina, em entrevista exclusiva ao BRASIL ECONÔMICO. A expectativa é que até 2013 a área conte com mais de 300 funcionários. “Os clientes daqui estão expandindo as suas operações regionalmente e pelo mundo, enquanto os clientes de países de- senvolvidos estão de olho na região”, afirma o executivo, sem especificar o quanto a América Latina deve gerar de receita. “Não detalhamos o nosso faturamento nesse nível, mas a expectativa é grande. É uma grande oportunidade”, acrescenta Martin Nonna, diretor de serviços de tesouraria corporativa para a América Latina. No terceiro trimestre, os serviços de tesouraria do banco apuraram receita de quase US$ 1,1 bilhão. O Brasil vai dar apoio para os vizinhos, já que os principais executivos da América Latina ficarão no país. “Mas cada um terá sua área própria com gerentes regionais”, reitera Lubary. “Por ser a maior economia, o Brasil também é onde vemos a mais oportunidades de ganhos”, acrescenta o executivo. Sobre a interferências dos governos na regulação, Lubary diz que isso afeta marginalmente os clientes, mas não impede a vinda deles. “Estamos aqui para ajudá-los da melhor forma possível. Não é uma aposta de seis meses. Pretendemos ficar aqui por uns 100 anos. Isso vai além de questões cambiais ou interfe- rências do governo e eles pensam da mesma forma.” Nonna afirma que no portfólio de produtos existem os que são globalmente ofertados, mas também aqueles que são regionalmente adaptados. “Cada região tem demandas específicas, assim como cada cliente O Banco Central aumentou o valor do patrimônio de referência dos bancos que podem ser beneficiados por compras de carteiras de crédito que geram descontos no recolhimento dos compulsórios a prazo. A medida também ajuda a estimular as operações com Letras Financeiras e, segundo o BC, não mexe na liquidez do sistema. De acordo com a Circular 3.613 publicada ontem, o patrimônio de referência dos bancos que podem vender carteiras e outros ativos que gerem o benefício passa a ser de até R$ 3,5 bilhões, acima dos até R$ 2,2 bilhões estipulados há dois anos. Segundo o BC, essa mudança ocorre para apenas se adaptar ao “crescimento natural” do mercado, e não soube informar quantos bancos poderiam ser beneficiados com o novo parâmetro. “É uma adequação do pa- nário da economia dos Estados Unidos ficará mais positivo, assim como o da América Latina, puxado pelo interesse dos investidores e desempenho do Brasil e México”, acrescenta Lubary. “Apresentamos planos de contingência caso a situação seja pior do que a prevista.” ■ Rodrigo Capote Nonna (esq.) e Lubary: por ser a maior economia, Brasil é o que oferece mais oportunidades de ganhos Compulsório fica menor Bancos que compram carteiras de crédito de seus pares pagarão menos a partir de hoje também.” Um dos tópicos que estão na pauta de reuniões com clientes são os possíveis cenários por causa da crise econômica. “Acho que teremos o mesmo número de países na Zona do Euro, apesar de o futuro da Grécia ainda ser uma dúvida. Mas o ce- râmetro ao crescimento natural do medidas para estimular as do patrimônio líquido das instigrandes instituições a compratuições financeiras, levando em rem carteiras dos pequenos e conta sua rentabilidade nos últimédios bancos porque podem mos dois anos”, informou o BC, deduzir os valores dos depósiacrescentando ainda que não tos compulsórios a prazo. existe problemas de liquidez No final de dezembro passadentro do sistema financeiro. do, o BC fez modificações mais A medida do BC também significativas nos compulsórios manteve a exigência de que os a prazo que, na época, tinham bancos vendedores potencial para injede carteira de créditar cerca de R$ 30 A medida to a outras instituino mercatambém ajuda bilhões ções tenham 20% do. Naquele moa estimular de seus ativos em mento, a autoridaoperações de crédias operações de monetária anunto, mas fez mudanciou que havia reducom Letras ças nas regras de paszido o percentual Financeiras sivo: até então, 20% de compulsório a tinha de represenprazo com renditar depósitos a prazo e, agora, mento pela Selic, que era de também terá de incluir Letras Fi100%, para 64%, num movinanceiras. Com isso, acredita a mento escalonado até abril. autoridade monetária, estará O BC não alterou a alíquota ajudando a melhorar a liquidez de 20% dos depósitos a prazo desses papéis de longo prazo que tem de ir ao compulsório que, no final de setembro, chebancário, que é a parcela dos gavam a R$ 220 bilhões. depósitos dos bancos que fica Desde 2008, no auge da crise presa na autoridade monetáinternacional, o BC tem adotaria. ■ Reuters Captação no exterior fica em US$ 7,1 bi Puxadas por Petrobras, operações deslancham em outubro; no ano, são US$ 44 bi EM ALTA Recursos captados no exterior em outubro, em US$ milhões BANCOS ABC 100 BB 1.925 0 As captações externas continuaram aquecidas em outubro. Dados preliminares divulgados ontem pela Anbima indicam que foram levantados US$ 7,1 bilhões em recursos no mercado internacional, todos com títulos de dívida (renda fixa). As captações foram concentradas em títulos corporativos de cinco companhias que somaram US$ 5 bilhões, lideradas pela emissão da Petrobras com volume de US$ 3,3 bilhões. As duas emissões de instituições financeiras no período somaram US$ 2 bilhões. Este foi o perfil observado em todo o ano de 2012: dos US$ 44,6 bilhões levantados no período, 61,3% foram para empresas. Houve apenas US$ 106 milhões emitidos em ações no exterior no mês. ■ 500 1000 1500 2000 EMPRESAS PETROBRAS 3.313 RODOPA 100 ALIMENTOS OAS 500 BR MALLS 175 SAMARCO 1.000 0 500 TOTAL EM OUTUBRO 1000 1500 2000 2500 3000 3500 7.100 EM 2012* 44.521 EM 2011* 32.027 0 Fonte: Anbima 10000 20000 30000 40000 50000 * até 31/10 32 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Allison Joyce/AFP FINANÇAS ADRs BrasilAgro estreia na Bolsa de Nova York Controladores, conselheiros e diretores da BrasilAgro participaram ontem da cerimônia de estreia das negociações de ADRs (American Depositary Receipts) do Nível II na Bolsa de Valores norte-americana. “Estamos satisfeitos com mais este passo para o nosso crescimento. Com a operação, o segmento de agronegócio brasileiro passa a ser mais bem visto no Exterior, além de estarmos levando a Companhia a um novo nível”, explica Julio Toledo Piza, CEO da BrasilAgro. Rodrigo Capote Senior Solutions planeja lançar suas ações até janeiro Presidente da empresa diz que não vai esperar o anúncio das medidas de estímulo para acesso das PMEs à BM&FBovespa Vanessa Correia [email protected] A Senior Solutions, segunda empresa a se listar no Bovespa Mais sem emitir ações, não irá aguardar a divulgação das medidas de incentivo a pequenas e médias empresas (em estudo por um grupo de trabalho) para levar adiante sua oferta de ações. “Claro que qualquer incentivo para fomentar esse mercado vai nos ajudar. Mas estamos preparados para jogar o jogo de acordo com as regras atuais”, afirma Bernardo Gomes, presidente da provedora de tecnologia para o mercado financeiro. Ainda não há um prazo definido pela companhia para captar recursos na BM&FBovespa. Mas, a partir do momento que a decisão for tomada, o executivo espera que a operação seja concluída em, no máximo, três meses. “Tomamos a decisão de quebrar o processo de abertura de capital em duas etapas e nos mantivemos fiel a ela”, diz. De acordo com o executivo, a oferta da companhia tem características diferentes das usualmente feitas pelas empresas brasileiras: não contará com investidores estrangeiros — os locais são menos suscetíveis às oscilações externas. A Senior Solutions acredita também que será SEM AÇÕES Custo do processo de abertura de capital no Bovespa Mais da Senior Solutions CUSTOS DO PROJETO (EM R$ MIL) Advogados Assessoria de abertura de capital Assessoria de desenvolvimento de website Assessoria de relações com imprensa TOTAL 120 CUSTOS ANUAIS DA MANUTENÇÃO DA LISTAGEM (EM R$ MIL) Equipe de RI 126,6 Auditoria 121,5 11,0 Advogados 21,6 18,0 Publicações legais 42,6 Taxas de fiscalização 9,94 Escrituração de ações 5,2 150,0 299,5 TOTAL 327,5 Fonte: Senior Solutions beneficiada pela queda recente da taxa básica de juros (Selic). Gomes considera as medidas avaliadas por entidades do mercado financeiro e de capitais são de suma importância. “Sabemos que nossa oferta será destinada aos investidores que buscam rentabilidade no médio e longo prazo e que não priorizam liquidez”, acredita Gomes, citando uma das medidas sugeridas no início da semana por um grupo de trabalho que avalia essas medidas. “Uma das propostas oferece incentivo fiscal aos investidores de acordo com o tempo de permanência no ativo, similar aos fundos de previdência privada. Faz todo sentido, já que pequenas e médias empresas precisam de um tempo maior para executar seu plano”, diz. Outro ponto discutido na reunião — da qual o executivo participou — são os custos de realização de uma oferta de ações. Na sua opinião, isso não é um impeditivo. Para a listagem no Bovespa Mais, os custos fixos somaram R$ 299,5 mil, ou 0,7% da receita bruta anual, e os custos anuais da manutenção da listagem somam R$ 327,5 mil. Resultados trimestrais A despeito do momento adverso pelo qual o setor financeiro passa, os resultados trimestrais da Senior Solutions foram bastante positivos. O lucro líquido entre julho e setembro deste ano totalizou R$ 2,4 mi- Gomes, presidente: listagem na bolsa custa R$ 327,5 mil ao ano lhões, crescimento de 135% em relação a igual período do ano anterior. A lucratividade, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda), seguiu a mesma direção: saltou de R$ 1,8 milhão para R$ 2,8 milhões ao final do trimestre. Os resultados, segundo Gomes, devem-se à expansão de 27% da receita líquida entre o terceiro trimestre do ano passado e o mesmo período deste ano, e ao avanço dos custos em velocidade inferior a da receita, de 23%. “A busca por eficiência por parte das instituições financeiras em função da queda da taxa de juros e aumento da inadimplência neste ano impulsionou os resultados da unidade de consultoria, que apresen- tou crescimento de 33,6%”, destaca o presidente. A listagem no Bovespa Mais, segmento de acesso de pequenas e médias empresas à bolsa brasileira, ainda não impactou os números da companhia. Segundo o executivo, isso já era esperado. “O ingresso no Bovespa Mais tem efeito institucional, no sentido de que nossos clientes nos diferenciam em relação aos concorrentes, tanto no que diz respeito à transparência quanto à divulgação de resultados”, completa Gomes. Ainda assim, esse é o terceiro trimestre consecutivo desde a abertura de capital que a provedora de tecnologia para o setor financeiro registra crescimento, com receita trimestral recorde desde o início de suas operações, em 1996. ■ Ritmo de crescimento da Cetip está mais lento Receita bruta cresceu 18% no ano, até setembro, ante avanço de 25% nos últim os anos Natália Flach [email protected] Se por um lado, o cenário adverso na concessão de crédito afetou o desempenho da área de financiamentos da Cetip no terceiro trimestre do ano, por outro, o fato de os estoques representarem 45% da receita da unidade de títulos e valores mobiliários permitiu certa resiliência no balanço da companhia. Francisco Carlos Gomes, diretor vice-presidente executivo corporativo, financeiro e de RI, diz que a companhia continua crescendo, apesar de o ritmo estar mais lento que no passado. “Nos últimos anos, a receita bruta crescia 25%, mas de janeiro a setembro cresceu 18%”, afirma, acrescentando que, no terceiro trimestre, a receita bruta consolidada totalizou R$ 234,4 milhões. “Mas o segmento de financiamento já mostra retomada no trimestre com crescimento de 5% ante o segundo trimestre. Gradativamente, vai haver a retomada do crédito. Não estamos preocupados no curto prazo, até por isso, a gente não parou de investir em novos produtos e plataformas.” A receita líquida do terceiro trimestre atingiu R$ 200,9 milhões, avanço de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o lucro líquido ajustado foi de R$ 100,7 milhões, enquanto o Ebitda ajustado para o atingiu R$ 144,2 milhões, 1,2% superior ao segundo trimestre. Outro destaque está no volume médio dos ativos de renda fixa sob custódia, cujo estoque valorizado atingiu R$ 3,3 bilhões no terceiro trimestre, 11,2% superior ao volume do ano passado. ■ Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 33 Divulgação SEGUROS Mapfre registra ¤ 16,6 bi em prêmios no ano A seguradora Mapfre registrou ¤ 16,6 bilhões em prêmios emitidos no ano, até setembro, alta de 13% ante igual período de 2011. Os negócios não vida somaram ¤ 11,9 bilhões, com alta de 9,8% em prêmios e os produtos de vida avançaram 22,3% para ¤ 4,66 bilhões no período. O lucro atribuível chega a ¤ 655,9 milhões, 14,3% menos que no ano passado, devido às provisões e deteriorações por conta da crise. O lucro recorrente, entretanto, cresceu 9,1%, alcançando ¤ 737,8 milhões. BOLSAS Ibovespa cai pelo 2º dia seguido Pressionado por incertezas nos Estados Unidos, índice recua 1,70%, aos 57.524 pontos Priscilla Arroyo [email protected] Após a vitória de Barack Obama, o déficit fiscal dos Estados Unidos volta ao radar e os investidores mostram aversão ao risco. O clima de cautela se espalhou pelos mercados mundiais e os principais índices fecharam no vermelho. Por aqui, Ibovespa caiu 1,70%, aos 57.524 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 6,6 bilhões. A bolsa brasileira abriu em alta, mas perdeu força após o início das negociações em Wall Street. “Hoje houve leilão de títulos de 30 anos nos Estados Unidos. Mesmo com juro baixo, a demanda foi enorme, o que indica aversão a qualquer ativo de risco”, afirma André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. A incerteza sobre como Obama vai se posicionar diante do Congresso neste início de mandato teve mais importância que os indicadores positivos. Cetip (CTIP3) liderou os ganhos, com avanço de 2,68%. Na ponta negativa, Vanguarda Agro recuou 5,55% “A tendência predominante é de aversão ao risco”, diz o economista-chefe da Planner Corretora, Eduardo Velho. “Ninguém sabe o que vai acontecer nos EUA e deixará os mercados bem mais cautelosos daqui para frente.” O presidente terá de enfrentar resistência dos republica- nos para aprovar orçamento do país em meio a ameaça de um abismo fiscal. Em Wall Street, o Dow Jones caiu 0,94%, o S&P 500 recuou 1,22% e o Nasdaq registrou queda de 1,42%. Na Europa, o parlamento da Grécia aprovou as medidas de austeridade impostas em troca de um novo pacote de socorro no valor de ¤ 1,5 bilhões. Agora, os membros do Banco Central Europeu (BCE) vão analisar o relatório da situação fiscal grega e o montante deve ser liberado no final de novembro. Além disso, o presidente do BCE, Mario Draghi , declarou que a economia da Zona do Euro continua enfraquecida. Neste contexto, os mercados acionários europeus fecharam no vermelho o FTSE-100, de Londres, recuou 0,27%; o CAC-40, de Paris, perdeu 0,06%; e o DAX, de Frankfurt teve queda de 0,39%. ■ Com Reuters MOEDAS Pessimismo externo eleva dólar a R$ 2,04 Preocupação com Europa levou moeda a subir 0,29%; DIs também avançaram com BC O pessimismo que voltou a prevalecer nos mercados de bolsa ontem gerou a segunda sessão seguida de valorização do dólar frente ao real. Após a alta de 0,10% na véspera, desta vez a moeda americana encerrou os negócios frente à brasileira com valorização de 0,29%, a R$ 2,040 na venda. “O câmbio seguiu o movimento externo. Apesar de a Grécia ter aprovado as medidas de austeridade para receber nova ajuda, os ministros das finanças da Europa disseram que terá de haver um estudo para averiguar se as medidas tornam a Grécia elegível para receber a ajuda”, diz Luciano Rostagno, estrategistachefe do Banco WestLB. As declarações feitas pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mário Draghi, contribuíram para a maior busca dos investidores por ativos de risco na sessão, nota o especialista. “A atividade econômica de uma maneira geral está fraca e deve permanecer assim no curto prazo”, ponderou a autoridade. Draghi disse ainda que a Alemanha, maior economia do velho continente, que até agora permanecia imune às dificuldades enfrentadas por seus pares, começa a dar os primeiros sinais dos efeitos da crise. Nesta quinta foi informado que a produção industrial germânica caiu 1,8% em setembro, após a queda de 0,4% na aferição anterior. Juros A alteração de algumas regras do depósito compulsório a prazo feitas pelo Banco Central (BC) deve incrementar o crédito no mercado doméstico, o que permitiu uma abertura da curva de juros futuros da BM&FBovespa, a despeito do ambiente negativo dos demais mercados. Mais negociado, com giro de R$ 23,649 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 subiu de 7,32% para 7,35%, enquanto o para janeiro de 2015 avançou de 7,85% para 7,88%, com volume de R$ 9,095 bilhões. “O movimento da curva ficou atrelado a medida do BC. Apesar de o Carlos Hamilton (Araújo, diretor de política econômica do BC) dizer que a medida não deve proporcionar mais liquidez, algumas análises indicam que a disponibilidade de crédito deve sim aumentar”, afere Rostagno. Os bancos, quando compram carteiras de outras instituições, podem abater o valor da aquisição do compulsório do depósito a prazo. No entanto, essa operação só é permitida caso o vendedor da carteira se enquadre em uma série de critérios, e esses critérios é que foram alterados pela autoridade monetária. ■ Lucas Bombana CENTRAIS ELÉTRICAS MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179 Companhia Aberta Ata da Assembleia Geral de Debenturistas da 4ª Emissão Pública de Debêntures não Conversíveis em Ações da Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT Realizada em 1º de outubro de 2012 1. Data, Hora e Local: 1º de outubro de 2012, às 12h, na sede da Centrais Elétricas Matogrossenses s.a. - cemat (“Emissora” ou “Companhia”), localizada na Cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso, na Rua Manoel dos Santos Coimbra, 184. 2. Presença: Debenturistas titulares da totalidade das debêntures em circulação emitidas nos termos do “Instrumento Particular de Escritura de Emissão Pública de Debêntures Não Conversíveis em Ações da Quarta Emissão de Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT”, registrado na Junta Comercial do Estado de Mato Grosso (“JUCEMAT”) sob o nº ED000230000, aditada em 1º de novembro de 2011 pelo Primeiro Aditamento registrado sob o nº ED000230001, em 18 de maio de 2012 pelo Segundo Aditamento registrado sob o nº ED000230002 e em 30 de agosto de 2012 pelo Terceiro Aditamento registrado sob o nº ED000230003. (“Debenturistas”, “Debêntures” e “Escritura de Emissão”, respectivamente) conforme se verificou pelas assinaturas na Lista de Presença de Debenturistas e pela Planner Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”). Presentes, ainda, os representantes da Companhia, Interventor, Dr. Jaconias de Aguiar, e Diretor Vice-Presidente de Operações, Joubert Meneguelli. 3. Composição da Mesa: Presidente: Rafaela Junqueira de Oliveira; e Secretária: Rejane Carvalho Assis. 4. Edital de Convocação: Dispensada a convocação tendo em vista a presença de Debenturistas titulares da totalidade das Debêntures em circulação, nos termos do artigo 124, § 4º, da Lei nº 6.404/76. 5. Ordem do Dia: Autorizar o Agente Fiduciário a não declarar o vencimento antecipado e/ou aplicação de qualquer penalidade à Emissora, em decorrência da intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL na Companhia, nos termos da Resolução Autorizativa nº 3.647 publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, Edição Extra em 31 de agosto de 2012. 6. Deliberações: Tendo em vista a presença dos Debenturistas titulares da totalidade das Debêntures em circulação e do Agente Fiduciário, foi aprovado por unanimidade e sem ressalvas, (i) que os Debenturistas se reunirão em nova assembleia em até 90 (noventa) dias contados da presente data para deliberar sobre autorizar o Agente Fiduciário a não declarar o vencimento antecipado das Debêntures, previsto na Cláusula 6.26, Inciso IX da Escritura de Emissão; (ii) eximir o Agente Fiduciário, até a data de realização de nova assembleia, da responsabilidade de declarar o vencimento antecipado das Debêntures; e (iii) autorizar o Agente Fiduciário a encerrar a presente assembleia nesta data e, observado o prazo do item (i), convocar nova assembleia tão logo solicitado por qualquer dos Debenturistas, sendo certo que o presente encerramento não prejudicará o direito dos Debenturistas de cobrar e receber os valores devidos pela Emissora, nos termos da Escritura de Emissão. 7. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Presidente da AGD suspendeu os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura desta ata que, após lida e aprovada, foi assinada pelos presentes. Cuiabá, 1º de outubro de 2012. Presidente - Rafaela Junqueira de Oliveira. Secretária - Rejane Carvalho Assis. Debenturistas: FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS, neste ato representada por Rafaela Junqueira de Oliveira; V2 YELD FI RENDA FIA CRÉDITO PRIVADO, neste ato representado por Rafaela Junqueira de Oliveira; CAPITÂNIA INFLATION CRÉDITO PRIVADO FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA (anterior M899 FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO), neste ato representado por Rafaela Junqueira de Oliveira; CAPITÂNIA PORTFÓLIO CRÉDITO PRIVADO FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO, neste ato representado por Rafaela Junqueira de Oliveira; CAPITÂNIA MAP CRÉDITO PRIVADO FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO, neste ato representado por Rafaela Junqueira de Oliveira; CAPITÂNIA PLUS CRÉDITO PRIVADO FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA (Anterior M839 FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO), neste ato representado por Rafaela Junqueira de Oliveira; CAPITÂNIA FIX CRÉDITO PRIVADO FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA (anterior M982 FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO), neste ato representado por Rafaela Junqueira de Oliveira; Agente Fiduciário: Planner Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., neste ato representada por Rejane Carvalho Assis. Representantes da Companhia: Interventor, Dr. Jaconias de Aguiar, e Diretor Vice-Presidente de Operações, Joubert Meneguelli. Declaro que a presente é cópia fiel extraída do livro próprio. Rafaela Junqueira de Oliveira - Presidente. Rejane Carvalho Assis - Secretária. JUCEMAT nº 20120981270, em sessão de 18/10/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral. 34 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Divulgação FINANÇAS MEMÓRIA Morre Silvio Guerra, diretor de RI da Localiza SIlvio Guerra, 56 anos, diretor de relações com investidores da Localiza, foi encontrado morto ontem na sede da empresa, em BH. Vencedor por três anos consecutivos do prêmio de melhor profissional de RI do Brasil, o executivo trabalhava há 15 anos na Localiza e era diretor adjunto do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores de Minas. Segundo colegas seus ouvidos pelo Brasil Econômico, seu dinamismo e liderança farão falta ao mercado de capitais. MRV ON (MRVE3) (fechamento em R$) 16 15,0 15,0 BR Properties aprova emissão de R$ 500 mi em debêntures A operação prevê a emissão de até 50 mil títulos, com valor nominal unitário de R$ 10 mil 13,5 13,5 12,0 12,0 11,15 11,09 10,92 10,5 10,5 10,53 9,73 Stop 9,09,0 31/JUL/12 Resistência 3/SET Objetivo 1/OUT 8/NOV Fontes: Carlos Martins, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico O conselho de administração da BR Properties, empresa de investimento em imóveis comerciais de renda, aprovou a realização da segunda emissão de debêntures simples, em série única, não conversíveis em ações, no valor de até R$ 500 milhões, segundo comunicado enviado ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A operação prevê a emissão de até 50 mil debêntures, com valor nominal unitário de R$ 10 mil. Os ativos terão prazo de dois anos. De acordo com o comunicado da empresa, os papéis não estarão sujeitos à atualização monetária e sobre o saldo devedor do valor nominal de cada uma das debêntures incidirão juros remuneratórios correspondentes a 100% da variação acumulada das taxas médias diárias dos Depósitos Interfinanceiros (DI) de um dia. A remuneração será paga semestralmente a partir de 10 de dezembro deste ano, data de emissão, ocorrendo o primeiro pagamento em 10 de junho de 2013 e o último, em 10 de dezembro de 2014. Dados do mercado Dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) revelam que o mercado secundário de debêntures, excluindo as emissões de leasing, registrou recorde de operações em outubro. Foram registradas 2.595 operações, frente a 1.975 no mês anterior. O valor supera o recorde anterior, de agosto deste ano, quando foram registradas 2.178 operações. O volume financeiro médio de outubro, contudo, foi de R$ 172 milhões, 36% inferior frente à média registrada em setembro.■ MRV em ponto de venda rumo a R$ 9,73 As ações da construtora MRV Engenharia (MRVE3) estão em tendência de queda na bolsa de valores brasileira e a indicação do analista gráfico Carlos Martins é de venda para os papéis. Ontem, as ações fecharam com queda de 4,27%, para R$ 10,53 — o Ibovespa, principal indicador da BM&FBovespa caiu 1,70%. “Essa indicação de venda tem um objetivo em R$ 9,73, quando o investidor deve comprar novamente os papéis, o que remete a cerca de 7,5% de queda", afirma. A operação foi estruturada porque os papéis romperam um suporte (ponto que, se rompido, indica tendência de forte queda das ações) em R$ 10,92 no pregão de ontem. "Esse suporte havia sido rompido no dia 26 de outubro, o que era um sinal de venda, mas o papel voltou ao mesmo nível nesta semana e ontem conseguiu perder de novo, confirmando a operação de venda", destaca o analista. Agora, esse mesmo patamar de R$ 10,92 é considerado uma resistência (ponto que, se superado, indica tendência forte de alta das ações). Neste caso, o stop da operação fica em R$ 11,09. Isso significa que se o investidor alugou os papéis para venda e precisa recomprar para devolvê-los ao proprietário, o mais interessante é que não faça isso depois que superar o patamar de R$ 11,09, para evitar perdas maiores para o portfólio. No pregão de hoje, as ações da construtora devem reagir à divulgação de resultados do terceiro trimestre, ocorrida ontem depois do fechamento do mercado. F.F. SIDERÚRGICAS XP Investimentos indica operação de Long & Short com ações de Gerdau e de Usiminas PERSPECTIVAS SÃO POSITIVAS PARA A GERDAU NA BOLSA, AO CONTRÁRIO DA USIMINAS FUNDOS DE INVESTIMENTO A XP Investimentos recomenda operação de Long & Short entre ações de Gerdau e da Usiminas. A transação proposta consiste em montar uma posição de compra (long) e outra de venda (short) com ativos diferentes, para lucrar na diferença da rentabilidade. Neste caso, a corretora sugere a compra de Gerdau (GGBR4) e a venda de Usiminas (BBAS3), segundo relatório de William Castro Alves. Após os balanços, a corretora avalia que o setor siderúrgico seguiu pressionado com custos elevados, fraca atividade econômica interna, resultando em números fracos no terceiro trimestre. “Ficou mais uma vez clara a diferença operacional das duas empresas, com a Gerdau apresentando rentabilidade superior, melhores margens, menor endividamento e sendo negociada a múltiplos inferiores aos da Usiminas”, destaca. Apesar das ações da Gerdau terem caído muito, pela desistência de um parceiro para o desenvolvimento de seu braço de mineração, a empresa anunciou reservas maiores que as previstas Por isso, a XP sugere a exposição no papel. Já Usiminas, mesmo com a melhora do mix de vendas, apresentou números fracos no trimestre. “Os fracos volumes de vendas em siderurgia e a queda no preço do minério pesaram forte”, concluiu Castro Alves. OPÇÕES DE AÇÕES Renda fixa índice tem o maior retorno Bolsa seleciona no mês de outubro, revela Anbima formadores de mercado Os fundos de renda fixa índices — que aplicam em títulos públicos — registraram a maior rentabilidade dentre os fundos de investimento no mês de outubro, com alta de 2,67%, acumulando também o maior retorno do ano (19,19%) e em 12 meses (21,72%). Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e foram divulgados ontem. Esses fundos, classificados pela entidade, têm como referência a rentabilidade do IMAGeral, índice que acompanha o desempenho de uma carteira de papéis do Tesouro. Segundo a Anbima, a alta rentabilidade desses títulos reflete o bom desempenho das Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), papéis corrigidos pela inflação. Já o mercado acionário, ao contrário dos meses anteriores, teve desempenho negativo, influenciado, em parte, pela divulgação de resultados corporativos. Contudo, dentre os fundos de ações que tiveram desempenho positivo, teve destaque o Small Caps, que avançou 1,79%, acumulando alta de 16,33% no ano. Na categoria Multimercados, a maior alta, de 1,25%, foi alcançada pelo tipo Macro, que acumula a terceira maior rentabilidade da indústria no ano e em 12 meses. O setor de fundos de investimento registrou captação líquida em outubro de R$ 8,3 bilhões, liderada pela categoria Multimercados. Com ingressos líquidos de R$ 4,5 bilhões, patamar próximo ao observado nos meses anteriores, a categoria mantémse como a segunda de maior captação no ano, atrás, apenas, da categoria Previdência. ■ A BM&FBovespa abriu ontem o processo de concorrência para selecionar três formadores de mercado para opções de ações do Banco Bradesco (BBDC4), Gerdau (GGBR4), Banco do Brasil (BBAS3) e sobre o Índice Bovespa (IBOV). Os interessados, inclusive as residentes no exterior, têm até o dia 7 de dezembro para entregar as propostas, sendo que a sessão de abertura dos documentos ocorrerá em 18 de dezembro, quando serão conhecidas as instituições pré-selecionadas. As instituições vencedoras serão conhecidas em 18 de janeiro do próximo ano, após assinatura do contrato. Serão consideradas vencedoras, para cada objeto da concorrência as três propostas que indicarem os menores spreads, cotados em pontos no caso das opções sobre o Índice Bovespa e em reais no caso das opções sobre ações. O programa de formador de mercado da BM&FBovespa tem por objetivo incentivar a negociação de opções, elevando a liquidez sobre outros ativos subjacentes do segmento Bovespa, além de Petrobras e Vale. ■ Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 35 ESTILO DE VIDA R$ 70 Mais o valor do deslocamento, é quanto custa o trabalho de um ‘personal do sono’, profissional que vai até a casa dos clientes para analisar se eles estão dormindo de forma correta. DORMIR Garanta um bom sono para o trabalho não virar pesadelo De cada dez executivos, um tem insônia, diz pesquisa: terapia, respiração e ‘personal do sono’ podem ajudar Daniel Wainstein Flávia Furlan [email protected] A economista Flávia David, 34 anos, conquistou antes dos 30 um emprego que proporcionava reconhecimento no mercado, alto salário e um apartamento na beira da praia com aluguel pago pela empresa. Mas este é apenas um lado da história. Com a pressão por metas, passava a maior parte das noites em claro e, nas que dormia, o período durava três horas, insuficientes para descansar. “Acordava acabada, com dor de cabeça e enjoo. Ficava muito irritada e as relações interpessoais se tornaram difíceis”, conta. A única providência foi começar a tomar remédio e, mesmo assim, o problema persistia, rotina que durou dois anos. Foi só ao ser demitida, quando a empresa foi vendida, que decidiu buscar ajuda. Neste período, o estresse já tinha deixado suas marcas: teve de retirar a tireoide pela presença de nódulos e detectou duas doenças autoimunes. “Quando fui demitida, um colega me indicou um curso de gerenciamento de estresse e fui aprendendo a lidar com as emoções pela técnica de respiração e meditação, trazendo a mente para o momento presente. Faz três anos que durmo todas as noites”, comemora. O curso citado pela executiva custa em torno de R$ 350, dura quatro dias e marcou o início de uma vida mais leve para ela. Alienados do próprio bem-estar pela pesada rotina de trabalho, grande parte dos executivos não procura resolver problemas do sono. Pesquisa da operadora de saúde Omint, feita com 15 mil profissionais entre média gerência e alto escalão, mostra que um em cada dez tem insônia. Outros 16,5% tem dor de cabeça, que pode ser derivada de problema do sono, enquanto 18,2% tem ansiedade, que pode causar os distúrbios. São problemas cada vez mais presentes em pessoas com até 30 anos de idade. “Com o ritmo de vida corrido e muitas horas de trabalho, estamos dando preferência por resolver os problemas de imediato, e isso invade No caso de Souza, alimentação saudável e exercícios foram suficientes para superar noites em claro a hora do sono”, diz Luís Fabiano Marin, neurologista do Hospital São Camilo. A indicação é que a pessoa que sinta excessivo cansaço durante o dia, dificuldades para dormir e dores de cabeça frequentes investigue o sono e procure um médico. A mudança de hábitos, porém, já é um grande passo. A pesquisa da Omint revela que 95,5% dos executivos não mantêm alimentação equilibrada, 44% são sedentários e 31,7% têm elevado estresse. A mudança da alimentação e prática de exercícios foi o que ajudou João Márcio Souza, 35 anos, diretor de uma empresa de recrutamento, a superar os períodos de noites em claro quando estava sobre alta pressão no trabalho. Ele conseguiu contornar a situação antes que a insônia se tornasse permanente. “Nunca deixará de haver pressão, então é uma questão de saber administrar isso”, destaca. Em cargos de maior confiança o problema é mais contundente, dada a responsabilidade e as decisões a serem tomadas. “Mas não estar disposto para analisar situações é pre- DO SONHO AO PESADELO Saiba mais sobre os distúrbios do sono DESCRIÇÃO CAUSAS Insônia Dificuldade de dormir, voltar a dormir após despertar no meio da noite ou de completar o período necessário para descanso Estresse, ansiedade, depressão, uso de medicamentos e de bebida alcoólica Apineia Interrupção ou diminuição do fluxo de ar, que leva à queda de oxigenação no sangue e a despertares Problemas como obesidade e estruturais da garganta Sonolência diurna, por vezes com ataques de sono e perda súbita dos sentidos (cataplexia) Principalmente pela falta da proteína hipocretina no cérebro o paciente range os dentes durante o sono sem causa completamente definida falar, sentar ou andar durante o sono sem causa ainda totalmente definida irresistível necessidade de movimentar as pernas durante a noite deficiência de vitaminas, ferro, cálcio e magnésio, doenças renais e fatores genéticos Narcolepsia Bruxismo Sonambulismo Síndrome das pernas inquietas Fontes: especialistas entrevistados e instituto do sono judicial para os negócios. É uma bola de neve.” Os médicos também têm indicado terapia para resolver os problemas com sono. “Muitas vezes o indivíduo não associa o distúrbio com a vida profissional, familiar ou afetiva. Uma pessoa com grau elevado de ansiedade se mantém em estado de alerta e não relaxa, apesar do cansaço. Com acompanhamento terapêutico, será mais fácil mudar alguns hábitos, administrar estados emocionais e aprender a relaxar”, diz a psicoterapeuta Clarice Barbosa. Prestar atenção ao momento de dormir também é fundamental. Álvaro Pentagna, neurologista do Hospital São Luiz, recomenda a chamada higiene do sono: ter horário para deitar e levantar, evitar bebidas com cafeína depois das cinco da tarde, evitar dietas pesadas à noite, usar o quarto apenas para dormir — e não para estudo, leitura ou assistir TV —, praticar exercícios pela manhã e criar um ambiente agradável. “Essas regras devem ser seguidas por quem tem transtornos”, ressalta. O momento de dormir era o vilão para as dores cervicais de Alessandra Figueiredo, 42 anos. Por sete anos, ela seguiu orientações médicas em busca de tratamentos para a dor, mas não via resultados. Só resolveu quando encontrou um personal do sono, que corrigiu a forma como ela dormia. “Vivia à base de remédio para dor de cabeça e isso afetava meu humor no trabalho. Há três anos, sinto dores raramente.” A fisioterapeuta Silmara Rodrigues Bueno se tornou ‘personal do sono’ porque percebeu que os tratamentos para dores que fazia no consultório eram paliativos. Agora, ela vai até a casa dos clientes e analisa como dormem, a R$ 70 por consulta mais deslocamento. “O sono serve para recuperar energias e, se estou desconfortável, mudo de posição à noite toda e não relaxo”, diz. “As pessoas dormem muito de bruços ou de lado e encolhidas. O certo é dormir de lado, usando um travesseiro que preencha o espaço entre ombro e cabeça e evitando atrito de joelhos e calcanhares”. ■ 36 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 MUNDO Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] Nova equipe de Obama não terá Hillary nem Geithner Jewel Samad/AFP Presidente reeleito prepara a troca dos principais colaboradores e um acordo com republicanos sobre medidas contra a recessão Stephen Collison, AFP Washington O presidente Barack Obama, de retorno à Casa Branca após a sua reeleição, deve se dedicar rapidamente a uma reformulação de seu governo com mudanças previsíveis no Departamento de Estado, no Pentágono e no Tesouro. O presidente dos Estados Unidos não tinha compromissos públicos em sua agenda nesta quinta, mas nos bastidores sua equipe se esforçava para projetar o gabinete que acompanhará o mandatário durante seu mandato, até o início de 2017. Entre os membros mais eminentes da equipe de Obama que anunciaram a saída está Hillary Clinton, que passou quatro anos no comando da diplomacia da maior potência mundial. O Departamento de Estado reiterou na quarta-feira que Hillary, cujo marido, o expresidente Bill Clinton, fez campanha para a reeleição de Obama, partirá após a segunda posse do presidente, em 20 de janeiro. Enquanto em Washington circula rumores sobre sua possível candidatura à presidência em 2016, Hillary, de 65 anos, tem repetidamente assegurado que iria se despedir da política. Os nomes do ex-candidato democrata à presidência em 2004, o senador John Kerry, e da embaixadora na ONU, Susan Rice, são frequentemente citados como seu sucessor. O secretário de Defesa Leon Panetta também quer descansar. Aos 74 anos, ele dirige desde o verão de 2011 o Pentágono, após reinar na Central de Inteligência (CIA) no início do primeiro mandato de Obama. No entanto, ele poderá permanecer por algum tempo para gerenciar questões de orçamento no início de 2013. Entre seus possíveis substitutos está a ex-número três do Pentágono, Michele Flournoy, que seria a primeira mulher a ocupar o cargo. Outro potencial candidato é Ash Carter, o atual número dois e especialista em assuntos fiscais. As questões orçamentárias e crise econômica e também pefiscais serão o centro das preolas duras negociações com o cupações de Obama até final Congresso em 2011, quando os de dezembro, com a ameaça Estados Unidos chegou à beira do “abismo fiscal” que se manido default de pagamentos. festa, fruto da expiração das inO secretário-geral da Casa senções fiscais e da entrada em Branca, Jack Lew, um conhecevigor dos cortes automáticos dor dos assuntos orçamentádas despesas, sem falar da nerios e parlamentares, poderia cessidade de elevar novamente ser escolhido para sucedê-lo. O o teto da dívida. nome de Erskine Logo após a reeBowles, um líder Agenda de leição, o presidengoverno Clinton Obama pode do te entrou em contae co-presidente de incluir uma to com os líderes uma comissão criademocratas e repu- entrevista com da pelo presidente blicanos do Conpara combao adversário Obama gresso, onde o equiter o déficit, tamMitt Romney bém é mencionado. líbrio não foi modificado pelas eleiO programa das ções legislativas de terça-feipróximas semanas de Obama, ra: a Câmara de Representanalém de negociações com o tes continua republicana e o SeCongresso, poderia incluir nado democrata. uma entrevista com o seu adO nome do substituto do seversário Mitt Romney. O presicretário do Tesouro, Timothy dente afirmou na noite de terGeithner, terá, portanto, uma ça-feira que gostaria “trabaimportância particular, depois lhar” com o republicano para de quatro anos marcados pela levar o país para frente. ■ Obama desembarca com a família em Washington: governo renovado Jonathan Ernst/Reuters O TEA PARTY NÃO ACABOU Os candidatos do movimento conservador Tea Party atrapalharam os esforços do Partido Republicano para conquistar o controle do Senado dos EUA, mas o grupo deve manter sua influência em Washington a respeito de questões fiscais, mas não sociais. Se não fosse pelo mau desempenho de alguns candidatos a senador apoiados pelo Tea Party nas eleições de 2010 e 2012, o Partido Republicano poderia ter maioria no Senado. Na eleição de terça-feira, Todd Akin, do Missouri, e Richard Mourdock, em Indiana, simbolizaram a derrocada do movimento. Enquanto isso, na Câmara, a líder da bancada do Tea Party, Michelle Bachmann, escapou por pouco de não ser derrotada, mas colegas seus como Allen West e Joe Walsh não tiveram a mesma sorte. “O Tea Party acabou”, celebrou o Comitê de Campanha Parlamentar Democrata. Mas a declaração pode ter sido precipitada, já que os republicanos dão todos os sinais de que manterão seus esforços para impedir a elevação de impostos, inclusive para os ricos, e limitar os gastos públicos - filosofias centrais que o partido partilha com o Tea Party. Reuters Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 37 Sajjad Safari/AP CRISE NUCLEAR Solução bilateral para a questão iraniana O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, declarou ontem na Indonésia que a questão nuclear iraniana deve ser resolvida com os Estados Unidos. “Todos os Estados membros da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e até mesmo países membros do Grupo 5+1 nos dizem claramente que o Irã deve abordar esta questão com os Estados Unidos”, insistiu. Ahmadinejad também criticou a eleição presidencial americana, chamando-a de “campo de batalha para os capitalistas”. AFP Saul Loeb/AFP Bancos vão liberar ¤ 30 bi para a Europa emergente Suprema Corte dos EUA tende a ficar mais liberal nin Scalia e Anthony Kennedy, ambos de 76 anos — são conservadores. A maior mudança viria se um desses dois últimos sair. Uma mudança na direção liJoan Biskupic, Reuters beral poderia promover uma Washington nova receptividade à regulaA reeleição do presidente Baramentação do financiamento de ck Obama, pode dar a ele a oporcampanha, por exemplo. A tunidade de aprofundar sua maioria conservadora de cinco marca liberal na Suprema Corte juízes, liderada pelo presidente do país. Formado em Direito em do tribunal, John Roberts, deciHarvard e ex-professor de direidiu contra tal regulamentação to constitucional, Obama noem 2010. A chance de maior pemeou dois liberais so para os liberais para a Suprema CorA maioria dos no futuro poderia te durante o primeiinfluenciar os juízes juízes deve ro mandato de quaconservadores, lecontinuar tro anos. Com sua vando-os a ser mais reeleição, e a possíduros ou, ao contráapoiando os vel aposentadoria rio, mais dispostos a direitos de de um ou mais juífirmar acordo com zes nos próximos gays e lésbicas os liberais. quatro anos, ele poO professor de Dide optar por preservar o atual reito de Harvard Mark Tushnet equilíbrio ideológico ou pender prevê que os conservadores separa a esquerda. riam mais agressivos se soubesOs nove juízes do tribunal sem que suas chances de prevapermanecem no cargo até relecer podem diminuir se Obanunciarem, e suas nomeações ma fizer novas nomeações. estão entre os legados mais duraO advogado de Washington douros de um presidente. QuaMichael Carvin, que argumenta tro estão na casa dos 70 anos. regularmente perante o tribuDois — Ruth Bader Ginsburg, de nal, disse que a possibilidade de 79 anos, e Stephen Breyer, de uma mudança para a esquerda 74 — são liberais. Dois — Antonão deve afetar os votos dos Banco Europeu de Investimento vai liberar ¤ 20 bilhões, Bird, ¤ 6,5 bilhões e Berd, ¤ 4 bilhões Obama, que indicou dois juízes liberais para o órgão, pode repetir a dose no novo mandato Juízes da Suprema Corte costumam ficar no cargo por décadas conservadores, mas pode leválos a procurar resolver casos polêmicos mais cedo do que mais tarde. “Se houver alguma coisa, (a mudança) iria torná-los mais ansiosos para resolver questões contenciosas, em vez de empurrá-las para frente”, disse. Carvin, que representa um conjunto de adversários a uma importante lei de direitos de voto, afirmou que os conservadores podem estar mais dispostos a aceitar agora casos protestando contra a exigência de que os Estados com uma história de discriminação obtenham aprovação federal para mudanças eleitorais. Renúncias na Suprema Corte, assim como muitos de seus casos, desafiam as previsões. Não é incomum que juízes permaneçam em seus postos de trabalho em seus 80 anos ou mais. A última aposentadoria foi em 2010, quando o juiz John Paul Stevens, então com 90 anos, deixou o cargo. Durante décadas, as especulações sobre sua aposentadoria alimentaram o noticiário em anos eleitorais. Não importa quem sai e quem entra, a expectativa é de que o tribunal possa continuar bem dividido em muitos dilemas de políticas sociais. A maioria provavelmente deve continuar apoiando os direitos dos gays e lésbicas, embora seja impossível prever como os juízes se pronunciariam sobre o casamento homossexual. ■ Três dos maiores bancos internacionais de desenvolvimento, o Banco Mundial (Bird), o Banco Europeu de Investimento (BEI) e o Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (Berd) anunciaram ¤ 30,5 bilhões para estimular o crescimento econômico no Centro e no Sudeste da Europa, ao longo de 2013 e 2014. Os bancos disseram que o investimento é uma resposta direta ao contínuo impacto dos problemas da Eurozona nas economias emergentes da Europa. O foco dos investimentos será o suporte aos setores públicos e privados, incluindo infraestruturas, investimento corporativo e no setor financeiro, assim como um programa anterior fez pela Europa central. O BEI se comprometeu a providenciar ¤ 20 bilhões para o novo plano em empréstimos de longo prazo endereçados a áreas prioritárias como empresas de pequeno e médio porte, de energia renovável e de eficácia energética, além de empresas de inovação e convergência. Outros ¤ 6,5 bilhões virão do Banco Mundial, que ressaltou o quanto a crise da dívida continua a desafiar o crescimento e a criação de empregos, “principalmente no Centro e Sudeste”. O Berd oferecerá ¤ 4 bilhões. ■ AFP Prejuízos causados por Sandy chegam a US$ 50 bi Spencer Platt/AFP Região nordeste dos EUA voltou a ser atingida, dessa vez por uma tempestade de inverno Daniel Trotta e Barbara Goldberg, Reuters, Nova York A supertempestade Sandy provocou estimados US$ 50 bilhões em prejuízos materiais e financeiros ao longo do nordeste dos Estados Unidos, sendo US$ 30 bilhões só no Estado de Nova York, afirmou, ontem, o governador nova-iorquino Andrew Cuomo. “Esse é um número impressionante, especialmente com a situação financeira em que estamos”, disse Cuomo em entrevista coletiva, refe- rindo-se à crise que afeta os Estados Unidos. Ainda empenhada em se recuperar da devastação provocada por Sandy, a cidade de Nova York e boa parte do nordeste dos Estados Unidos limpavam, ontem, a neve deixada por uma tempestade que atingiu a região. A tempestade de inverno fora de época deixou mais de 30 centímetros de neve em partes de Connecticut e chegou à região com ventos de 80 quilômetros por horas, deixando centenas de residências e estabelecimentos comerciais no escuro e criando um novo pesadelo no trânsito. O frio intenso, a chuva, a neve e ventos fortes levaram mais difi- culdades às vítimas do desastre, cujas casas foram destruídas ou ficaram sem energia com a Sandy, que atingiu o continente em 29 de outubro e causou enchentes. “Deus nos odeia!”, publicou o New York Post em sua manchete de primeira página. Cerca de 8 a 15 centímetros de neve caíram sobre a cidade, que acordou com um tempo seco. O governador Andrew Cuomo, demitiu o diretor do serviço de emergências do Estado, Steven Kuhr, por ter enviado funcionários do governo para a casa de Kuhr em Long Island para tirar uma árvore derrubada pela Sandy, de acordo com informações da imprensa. ■ Tempestade de inverno fora de época deixou mais de 30 cm de neve 38 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Gabriel Bouys/AFP MUNDO PODER FEMININO Francesa será a primeira diretora da Interpol Pela primeira vez, uma mulher, a francesa Mireille Ballestrazzi, foi eleita diretora da Interpol, anunciou a organização internacional de cooperação policial reunida em cúpula, em Roma. Ballestrazzi, de 58 anos, já atuava na Interpol como vice-diretora para a Europa do Comitê Executivo da organização. Especialista em investigação, comissária desde 1975, foi uma das primeiras mulheres a execer altos cargos de responsabilidade dentro da polícia. AFP Desemprego na Grécia sobe pelo 39º mês seguido e atinge recorde de 25,4% Em agosto, 1,27 milhão de gregos estavam sem trabalho; na população entre 15 e 24 anos, índice chega a 58% Yorgos Karahalis/Reuters A taxa de desemprego na Grécia subiu pelo 39º mês consecutivo e atingiu a marca recorde de 25,4% em agosto, mais que o dobro da média de 11,5% da Zona do Euro, disse o serviço de estatísticas grego ELSTAT. A taxa de desemprego mais que triplicou desde a retração da economia do país, iniciada em 2008. O desemprego agora atinge 58% da população entre 15 e 24 anos, ante 20% em agosto de 2008. Em agosto, 1,27 milhão de gregos estavam desempregados em agosto, alta de 38% em relação ao mesmo mês de 2011. Estima-se que economia grega tenha encolhido em 20% desde então. A queda deve continuar em 2013, quando o governo se prepara para novos cortes orçamentários e aumentos de impostos na faixa de ¤ 9,4 bilhões como condições para receber mais fundos de resgate internacional. Deveres a cumprir Líderes europeus advertiram on- tem que a Grécia ainda tem deveres a cumprir para receber o próximo lote de resgate financeiro e evitar o default, no dia seguinte à aprovação no Parlamento de um pacote de cortes e reformas, cuja votação gerou uma greve geral e manifestações em Atenas e em outras cidades. Horas depois de o Parlamento aprovar o projeto de lei que busca economizar ¤ 18,1 bilhões, a Alemanha, a Comissão Europeia (CE) e o Banco Central Europeu (BCE) se mostraram muito exigentes com a Grécia, que acreditava que iria satisfazer às exigências de seus sócios. Desde o mês de junho, o governo grego espera receber os ¤ 31,2 bilhões do próximo lote da assistência acordada com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Caso o país não receba esses fundos, a nação será obrigada a declarar default no final deste mês, já que no próximo dia 1 haverá vencimentos de ¤ 5,5 bilhões em bônus do Tesouro. Tempo de crise: desemprego na Grécia é mais grave entre a população jovem, de 15 a 24 anos A CE felicitou a aprovação das novas medidas, mas destacou que agora espera que seja aprovado também o orçamento grego para 2013. “Há outra votação no domingo. A aprovação (do orçamento) é crucial, disse o porta-voz comunitário Simon O'Connor. Essa aprovação norteará os rumos da próxima reunião dos ministros de Economia da Eurozona, em Bruxelas, na próxima segunda-feira. Contudo, o porta-voz da CE explicou que, para que Atenas se entenda com seus credores, “será preciso um acordo sobre outros dois elementos fundamentais: a análise da viabilidade da dívida e um acordo sobre as necessidades financeiras futuras” do país mediterrâneo. ■ Agências FMI alerta para os riscos da Metade dos austeridade na Zona do Euro ingleses quer sair da UE Em sua assembleia anual do Medidas podem se tornar politicamente insustentáveis em países que pediram resgate O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu em um relatório que os programas de austeridade impostos por alguns países europeus podem se tornar insustentáveis politicamente ante os crescentes protestos em países como Grécia e Portugal. No relatório preparado para a reunião do G20 na semana passada, e publicado ontem, em Washington, alerta que a situação financeira na Eurozona continua sendo “frágil” e que há riscos de que os países que pediram um resgate externo não poderão cumprir com as condições impostas em troca. O Fundo disse que existe “o risco de que a austeridade se torne política e socialmente insustentável para países da periferia” da Eurozona (Grécia, Portugal e Espanha) quando faltam anos para completar as reformas estruturais. início de outubro celebrada em Tóquio, a instituição já havia reconhecido que subestimou o impacto dos planos de austeridade sobre o crescimento nos países europeus que receberam um resgate financeiro. Recuperação sólida Ao contrário do alerta feito pelo FMI, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse ontem que a recuperação da Zona do Euro “será lenta, mas progressiva e sólida”, graças aos bons alicerces de sua economia. Esses alicerces são “mais equilibrados” que os dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e do Japão, declarou Draghi durante uma coletiva de imprensa mensal em Frankfurt. “Contudo, o desemprego está deploravelmente elevado”, disse Draghi. "Além disso, a atividade econômica de uma maneira geral está fraca e deve permanecer assim no curto prazo”, completou. ■ AFP Pesquisa mostra que 49% são favoráveis à saída, 28% querem ficar e os demais estão indecisos Quase metade dos britânicos votaria em um referendo pela saída da União Europeia e menos de um terço defenderia a permanência do país no bloco, de acordo com uma pesquisa que expôs as divisões enfrentadas pelo primeiro-ministro David Cameron. O instituto de pesquisas YouGov disse que 49% foram favoráveis à saída da UE, 28% votariam pela permanência no bloco de 27 nações, 17% estavam indecisos e o restante não votaria. O líder britânico enfrenta uma pressão crescente por parte dos rebeldes dentro do partido dele para que adote uma posição mais dura com Bruxelas quando participar de conversações sobre o orçamento da UE. Os resultados do YouGov estão em linha com outras pesquisas e têm sido constantes este ano. ■ Reuters Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 39 PONTO DE VISTA Buenos Aires fica às escuras Uma falha no sistema de alta tensão da região de Buenos Aires, na Argentina, deixou parte da população sem energia por várias horas. A região metropolitana da capital tem cerca de 13 milhões de habitantes. A falha atingiu 18 subestações, provocando engarrafamentos e tumultos. A pane no abastecimento de energia ocorreu no momento em que os termômetros da cidade marcavam 33 graus Celsius, agravando a situação, e em meio à greve no recolhimento de lixo. ABr IDEIAS/DEBATES [email protected] GUILHERME ABDALLA JOÃO DORIA JR. Advogado, mestre em filosofia e teoria geral do direito pela Universidade de São Paulo (USP) Presidente do Lide - Grupo de Líderes Empresariais Os números da Justiça no mercado brasileiro Empreender, um talento que não pode ser desperdiçado Na semana passada, palestrantes do “V Seminário Justiça em Números — 2012” — promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) — e liderados pelo presidente da entidade e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto, ressaltaram a essencialidade do Poder Judiciário e a dimensão da responsabilidade do sistema judicial na preservação da democracia. Nesse mesmo seminário, foram comentados os números de relatório que leva o mesmo nome (Justiça em Números 2012) e traz um abrangente panorama da estrutura e da atuação do Poder Judiciário, inclusive com novos recursos infográficos que facilitam a assimilação visual do leitor, a partir de informações referentes ao ano de 2011. Trata-se, nas palavras do ministro Ayres Britto, de “um novo paradigma de acesso à informação”. A Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) do Brasil foi de 17,5%, segundo a última pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada pelo Sebrae em 2011. Isso quer dizer algo em torno de 21,1 milhões de brasileiros exercendo atividade empreendedora nesse período, o maior índice entre os países do G20 e do Bric. Desbancamos até a gigante e prolífica China. Diante dessa perspectiva, como criar um Brasil mais favorável aos diversos empreendedores de ontem, hoje e amanhã? Empreender não é uma iniciativa de resultados automáticos. Aventurar-se no próprio negócio exige uma visão que antecipe sabiamente o que pode dar certo ou errado em seus investimentos. Mas também não se deve ter medo de arriscar. Um bom empreendedor é aquele que joga com as questões macro e microeconômicas. Seu prazer está em chegar ao que havia sido colocado como meta, aceitando os desafios independentemente se eles vêm como ganhos ou perdas nesta imprevisível jornada. Porém, o mais importante: seu espírito deve estar aguçado à conquista sadia, senão o jogo não avança. Não se trata de dinheiro — não mesmo. Ele é um retorno natural dessa aventura. Trata-se do prazer em desenvolver, em alimentar transformações e projeções. As políticas públicas democráticas estão intimamente imbricadas ao desenvolvimento do Judiciário Num breve resumo, tramitaram, ao longo de 2011, quase 90 milhões de processos no Brasil, sendo que, desse quantitativo, 71% (63 milhões) já estavam pendentes desde o início do ano e os restantes 26 milhões ingressaram durante o ano. Por outro lado, foram arquivados aproximadamente 26 milhões de processos (aumento de 7,4% em relação a 2010), quase o mesmo número de novos processos instaurados, e foram proferidas 23,7 milhões de sentenças e decisões. Quanto à despesa total da Justiça, alcançou-se a cifra de R$ 50,4 bilhões, 90% dos quais se referem a gastos com recursos humanos, incluídos ativos, inativos, auxílios e demais encargos. E o trabalho não é pouco: nos Tribunais Superiores, a título de exemplo, cada juiz julgou, em média, 6.955 processos no Superior Tribunal de Justiça, 6.299 processos no Tribunal Superior do Trabalho, 1.160 processos no Superior Tribunal Eleitoral e 54 processos no Tribunal Superior Militar (cada um desses tribunais tem suas próprias competências e a comparação entre eles é descabida). Realmente não é pouco. Enfim, afora a louvável transparência trazida pelo estudo, os dados apresentados ajudarão todo e qualquer juiz — principalmente aqueles das comarcas mais longínquas — a pensar e repensar métodos modernos de planejamento e avaliar sua própria gestão de desempenho. Não se trata de pesquisa informativa para mera observância da publicidade inerente aos três poderes da República, trata-se sim de medida instrutiva, construtiva, ou melhor, uma avaliação formativa. Com razão, pois, muito além de mera profissão, ser juiz no Brasil é assumir um estilo de vida, um código de conduta, um compromisso íntimo a raciocinar sempre na primeira pessoa do plural, a admitir de uma vez por todas o plano do “nós” enquanto membros de uma mesma comunidade social. Independentemente das interpretações otimistas e pessimistas apresentadas, como não poderia deixar de ser, a pesquisa é, por si só, a comprovação de que as políticas públicas democráticas estão intimamente imbricadas ao desenvolvimento do Judiciário. Trata-se de uma verdadeira fotografia existencial do passado a justificar revisões evolutivas no futuro. O desafio está posto. ■ Apostar na educação fundamental voltada à melhor percepção da macroeconomia levaria a uma geração de brasileiros mais preparados Nossa história tem um caso emblemático, o de Irineu Evangelista de Souza: o Barão de Mauá. De origem pobre, e autodidata, o Barão ergueu bancos, ferrovias, estaleiros, tendo inaugurado no Brasil o que é conhecido por progresso industrial. Sem dúvida, ele abriu portas para nos tornamos hoje a sexta maior economia do mundo. Alguns dos protagonistas do desenvolvimento conquistado pelo nosso país ao longo dos anos são pauta do 3º Fórum de Empreendedores, evento anual realizado pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais. Grandes nomes do empresariado brasileiro, que demonstraram coragem e inovação nos negócios e hoje representam o Brasil internacionalmente, contam seus cases de sucesso e o que o brasileiro precisa ter e enfrentar para ser vencedor. E se as pesquisas apontam para uma população inclinada a empreender, seria interessante que essa característica também fosse cultivada e desenvolvida formalmente na educação básica. O potencial criativo e a ousadia do brasileiro empreendedor mostra-se uma tendência, quem sabe mais uma ligação em nosso DNA cultural tão difícil de ser compreendido. Mas, para crescer com vigor, essa energia precisa ser fomentada. Contamos, lógico, com desenvolvedores incontestes do empreendedorismo por aqui. Sebrae e Endeavor são brilhantes em suas ações para a formação qualitativa de empreendedores brasileiros. Contudo, o foco parece se manter restrito ao nível superior. Talvez falte por parte dos governos esse espírito visionário, mas nem tanto aventureiro, já que apostar na educação fundamental voltada à melhor percepção da macroeconomia e discussão das cargas tributárias e fiscais levaria diretamente a uma geração de brasileiros mais preparados e dispostos a conquistar o mercado com novas ideias, novas empresas e novos rumos. ■ Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas Diretor Executivo Ricardo Galuppo Publisher Ricardo Galuppo Diretor de Redação Joaquim Castanheira Diretor Adjunto Octávio Costa Editores Executivos Adriana Teixeira, Gabriel de Sales, Jiane Carvalho [email protected] BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. CONTATOS: Redação - Fone (11) 3320-2000 - Fax (11) 3320-2158 Administração - Fone RJ (21) 2222-8050 - SP (11) 3320-2128 Publicidade - Fone RJ (21) 2222-8151 - SP (11) 3320-2182 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos [email protected] Fone (11) 3320-2017 (circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais) Redação - Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP) Atendimento ao assinante/leitor Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 São Paulo e demais localidades - Fone 0800 021-0118 De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30 Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h www.brasileconomico.com.br/assine [email protected] Central de Atendimento ao Jornaleiro Fone (11) 3320-2112 Sede - Rua Joaquim Palhares, 40 Torre Sul - 7º andar - Cidade Nova – CEP 20260-080 Rio de Janeiro (RJ) Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Impressão Editora O Dia S.A. (RJ) Diário Serv Gráfica & Logística (SP) 40 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A., o com sede à Rua Joaquim Palhares, 40, Torre Sul, 7 andar, Cidade Nova - CEP 20260-080 Rio de Janeiro (RJ) - Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 - [email protected] É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A. Daniel Garcia/AFP APAGÃO NA ARGENTINA Foto de Buenos Aires, que sofreu um apagão na madrugada de ontem e deixou mais de 450 mil residências sem luz. Segundo o jornal “Clarín”, a falta de luz afetou, direta e indiretamente, 3 milhões de pessoas. O periódico classificou o blecaute como “gigantesco” e afirmou que o problema provocou um caos na capital do país. O fornecimento de energia voltou ao normal após duas horas e meia. Não foram divulgadas as causas do problema. Os maiores blecautes no Brasil Um apagão ocorrido no dia 10 de novembro de 2009 é considerado o maior da história do Brasil, atingido mais de 60 milhões de pessoas. Além de deixar 18 estados brasileiros sem luz, o blecaute afetou também 87% do território do Paraguai. A causa do problema foi uma falha no Sistema Integrado de Distribuição de energia elétrica do país. Entretanto, o primeiro registro de um grande apagão no país é de 1984, quando um incêndio ocorreu na usina hidrelétrica Jaguara, localizada entre Minas Gerais e São Paulo. Esse blecaute afetou 12 milhões de pessoas nos quatros estados da região Sudeste, além de partes dos estados do Mato Grosso do Sul e de Goiás. ■ NO ESCURO Primeiro apagão de grandes proporções no país ocorreu na década de 80 1984 12 milhões de pessoas nos estados de SP, RJ, MG, ES, MS e GO 1985 Nove estados atingidos, incluindo todos das regiões Sul e Sudeste 1999 60 milhões de pessoas ficaram sem luz 2009 por quatro horas Mais de 60 milhões de pessoas de 18 estados brasileiros e grande parte do Paraguai RICARDO GALUPPO — Publisher [email protected] Falta uma discussão mais séria em torno da questão dos royalties É fácil adivinhar o que acontecerá diantado que representa os eleitores de Catote da hipótese de a presidente Dilma lé do Rocha, na Paraíba, está mais preoRousseff atender ao pedido dos governacupado com o que acontecerá no Rio de dores do Rio de Janeiro e do Espírito Janeiro durante esses eventos ou com a Santo (estados que, juntos, têm 56 depuponte que pretende construir em sua batados e seis senadores) e vetar o texto se? O problema todo é que, assim como da divisão dos royalties do petróleo aconteceu na votação do Código Floresaprovado esta semana pela Câmara dos tal, a minoria quer impor sua vontade à Deputados. O texto em questão, como maioria valendo-se não da força da nese sabe, agrada as outras 25 unidades da gociação e da persuasão — mas do apelo federação (que, somados, contam com ao recurso autoritário do veto. 457 deputados e 75 senadores). Se DilA verdade é que, desde que os então ma preferir agradar aos políticos flumideputados Ibsen Pinheiro (RS) e Humnenses e capixabas (o que significa conberto Souto (MG) deram início ao questrariar todos os detionamento do critémais) e vetar o texto, rio de distribuição Assim como no ele voltará para o dos royalties, no já Código Florestal, Congresso e o veto sedistante ano de 2009, rá derrubado. Haveos estados produtoa minoria quer rá uma nova tentatires jamais demonstraimpor sua vontade va de se chegar a um ram flexibilidade paà maioria valendo-se acordo e, no final, sera negociar com as derá aprovado um texto mais unidades os crido apelo ao recurso muito parecido com térios de distribuição autoritário do veto esse que os governado dinheiro. A base dores Sérgio Cabral e da argumentação que Renato Casagrande desejam que a presios dois parlamentares utilizaram três dente vete. Assim como tem acontecido anos atrás é a de que o petróleo é extraícom o Código Florestal, esse é o tipo da do em alto-mar — e o mar territorial matéria que expõe toda a fragilidade do não pertence aos estados, mas à União. modelo de distribuição de recursos soSendo assim, não há o menor sentido bre a exploração do petróleo como, tamem considerar o Rio de Janeiro e o Espíribém, revela a falta de uma discussão to Santo mais produtores do que, por mais séria a respeito do modelo que deexemplo, Mato Grosso do Sul e Tocanve ser adotado em seu lugar. tins. A discussão ainda vai longe e, caso O governador do Rio de Janeiro, Séro Rio de Janeiro e o Espírito Santo queigio Cabral, utilizou no dia da votação o ram, por direito adquirido, ficar com argumento de que a mudança de critéuma parte maior do que os demais, derios na distribuição dos royalties comvem sentar, negociar e ceder. E estar prometeria a realização da Copa do prontos para abrir mão de uma parte do Mundo e dos Jogos Olímpicos no Rio de dinheiro. Do contrário, poderão ficar Janeiro. A pergunta é: será que o depucom menos do que poderiam. ■ PODER ECONÔMICO Rodrigo Paiva/Folhapress pela tarifa social. “Estamos apoiando todos os ganhos de competitividade. Fazemos isso por meio do ICMS que tem alíquota zero. O governo federal deveria fazer pelo PIS/Cofins.” JORGE FELIX [email protected] >>> Leia mais em www.ig.com/poder-economico Calabi: “Investidor foi vilipendiado” O conselho da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) fez, na manhã de ontem, uma de suas mais importantes reuniões, na sede da Secretaria de Energia, na região da paulista. O clima foi de total perplexidade entre os dez participantes a cada uma das 27 questões — ou incertezas — de uma lista apresentada pelo conselheiro Mauro Arce, ex-secretário de Energia e grande especialista no setor. Nos próximos dias, o governador Geraldo Alckmin receberá um panorama sobre o impacto da Medida Provisória 579 para decidir sobre a renovação ou não da concessão da Cesp. O estudo se- rá apresentado a ele pelo secretário de Energia e presidente do conselho da Cesp, José Aníbal, e pelo secretário de Fazenda, Andrea Calabi. Ainda é incerto o desfecho — renovação ou não —, mas, logo depois da reunião, Calabi expôs, com exclusividade ao Poder Econômico, a visão geral sobre as novas regras estabelecidas pelo governo federal: “A MP castra a capacidade de investimento do setor de energia. Não só em relação à Cesp, mas também de Cemig, Copel, Chesf, Furnas. Os investidores do setor no país, grandes players globais, foram vilipendiados. ■ ➤ ● ➤ ● Calabi destacou que “todos” são favoráveis à redução da tarifa de energia. Mas lembrou que a classe C, a baixa renda e os moradores de áreas rurais já estão atendidos por reduções www.brasileconomico.com.br Ele relata que, anteontem, na reunião do Confaz, em Brasília, verificou-se uma “insatisfação coletiva” com um “quadro dúbio” na economia. Calabi relaciona como pontos levantados “por quase todos os governadores”, além da MP 579, a questão dos royalties do petróleo, entraves de financiamento e licenciamento, que impedem a execução de projetos, entre outros: “Incluir o setor elétrico piorou o quadro. O setor elétrico foi revirado, como se tivessem feito um aborto.” ➤ ● E o Índio da Costa, hein? Era o banqueiro BBB e ninguém sabia.