www.brasileconomico.com.br
mobile.brasileconomico.com.br
PUBLISHER RICARDO GALUPPO
DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA
DIRETOR ADJUNTO OCTÁVIO COSTA
Uma arte e duas gerações
Duas marcas e um líder
SP Arte/Foto reúne mestres e jovens
talentos da fotografia, com obras cujos
valores vão de R$ 3 mil a R$ 100 mil. ➥ P28
Smartphone da Samsung, Galaxy S3,
ultrapassa o iPhone, da Apple, e lidera
vendas no 3º trimestre do ano. ➥ P25
Fotos: Bloomberg
SEXTA-FEIRA E FIM DE SEMANA, 9, 10 E 11 DE NOVEMBRO, 2012
O
ANO 4 | N 807 | R$ 3,00
Dilma diz que não decidirá sobre
o projeto de royalties sob pressão
Presidente afirma que fará uma “análise exaustiva” do texto aprovado na Câmara. Ela vai usar os 15 dias regimentais para
buscar saídas que reduzam as perdas dos estados produtores. O governador Sérgio Cabral confia no veto do Planalto. ➥ P6
JP Morgan
expandirá
atuação na AL
Murillo Constantino
BSH vai gerir
hotelaria no
porto de Suape
Após criar área de tesouraria para
clientes globais no Brasil e México,
banco americano agora mira Chile,
Argentina e Colômbia. Investimento
é de US$ 50 milhões. ➥ P31
Queiroz Galvão contrata grupo
para selecionar o operador
do primeiro hotel no complexo
industrial de Pernambuco,
apurou o BRASIL ECONÔMICO. ➥ P18
LucrodoBanco
doBrasilcai6%
em12meses
Maisconsumo
naChinavai
favorecerBrasil
Seguindo tendência do setor,
resultados sofreram por calotes
e queda do ganho com crédito.
Estratégia, agora, é diversificar
as fontes de receitas. ➥ P30
Estímulo ao mercado interno é uma
das prioridades de novos dirigentes
chineses, o que provocará aumento
nas importações da segunda
maior economia do mundo. ➥ P4
Copa de 2013
será disputada
em seis sedes
Obamanão
teráGeithnere
Hillary Clinton
Fifa confirma a presença do
Recife na Copa das Confederações,
mas ressalta que só estão dentro
do cronograma os estádios de
Fortaleza e Belo Horizonte. ➥ P11
Presidente reeleito prepara a
substituição de seus principais
auxiliares. Além do secretário do
Tesouro, ex-primeira-dama também
deve deixar o governo. ➥ P36
Dormir bem é
garantia também
de bons negócios
Um em cada 10 executivos tem
insônia, diz pesquisa. Executivos
adotam terapia, meditação e
até personal para se livrar dos
distúrbios de sono. ➥ P35
MMX investirá R$ 2 bi
na mina de Serra Azul
Mineradora do grupo de Eike Batista já desembolsou R$ 400 mi;
projeto entrará em operação em 2014. “Grande parte dos recursos
virá do BNDES, diz Guilherme Escalhão, CEO da empresa. ➥ P14
INDICADORES
TAXAS DE CÂMBIO
8.11.2012
COMPRA
VENDA
Dólar comercial (R$/US$)
2,0380
Euro (R$/€)
2,5951
2,5959
META
EFETIVA
JUROS
Selic (ao ano)
BOLSAS
7,25%
VAR. %
2,0400
7,14%
ÍNDICES
Bovespa — São Paulo
-1,70
Dow Jones — Nova York
-0,94
12.811,32
FTSE 100 — Londres
-0,27
5.776,05
57.524,45
2 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
Avanço
CARTAS
A tramitação de um processo em qualquer
dos segmentos do Judiciário é sempre
problemática. Quem já apelou para a Justiça
sabe bem dos problemas que enfrentou.
E o advogado, que tem como meio de
sobrevivência os honorários, passa
dificuldades ainda maiores. Qual a solução?
Esta é uma questão que não pode ficar
limitada a organismos que administram o
Judiciário. A OAB, as associações de servidores
e os legislativos podem e devem se unir na
busca de elaboração de orçamentos adequados
e de investimentos em equipamentos
modernos. Sem esquecer a ocupação
dos cargos em todos os níveis, com uma
remuneração adequada. Assim serão
evitados os movimentos paredistas,
como agora ameaçam os Juízes Federais.
Mesmo porque justiça que atrasa a solução
de um processo é justiça injusta, por certo.
Uriel Villas Boas
Santos (SP)
ROBERTO FREIRE
Valter Campanato/ABr
Presidente do PPS
Rafael Barbosa
Secretário de Saúde do Distrito Federal
A Secretaria de Saúde do DF vai promover um
mutirão com o objetivo de zerar a fila de espera
para fazer exames de ressonância magnética.
Cerca de 12 mil pacientes aguardam o exame.
Serão contratadas clínicas particulares.
Retrocesso
David Paul Morris/Bloomberg
Quanto à matéria “PT chega a consenso
e decide que Dilma será candidata”
(publicada em 5/11/2012), a isso chamamos
de planejamento estratégico.
Parabéns ao PT pela iniciativa e
amadurecimento na gestão política,
pois escolhendo seus líderes antecipadamente
evita possíveis rachas e disputas internas.
Quanto à formação da chapa para 2014,
entendo que Dilma é o nome certo,
por oportunidade e por merecimento;
seu trabalho é exemplar! Pela indicação do
PMDB para vice também acertou o partido,
pois se ilude quem acha que o PSB
é de esquerda. O PSB é um “centro móvel”
que pode ser esquerda, direita, centro,
ou até mesmo “nada”. O presidente
do PSB não se intitula com nada (esquerda
ou direita); aliás, ele só usa roupa
branca, em alusão a neutralidade da
cor, e ao mesmo o branco é básico de tudo.
Portanto, o PSB pode servir para
muita coisa, mas pode não servir
para nada. O PMDB é melhor.
Fabio Fernando
Olinda (PE)
OPINIÃO
Tim Cook
CEO da Apple
Os smartphones da companhia americana
perderam a liderança de vendas para o
concorrente Samsung Galaxy S3 no terceiro
trimestre deste ano, segundo pesquisa da
consultoria Strategy Analytics. O Galaxy ficou
com 10,7% das vendas, ante 9,7% do iPhone.
CONECTADO
[email protected]
Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia
Home Design 3D
InstaCover
Life360 Family Locator
Eis um aplicativo para quem
está planejando mudar ou
reformar a casa. Com ele é
possível desenhar os ambientes
internos de maneira bem
realista e profissional, como se
fosse uma planta baixa elaborada
por um arquiteto. O programa
dispensa o uso da internet e
dispõe de versão em português.
Com interface elegante
e fácil de usa, apresenta
comandos simples e intuitivos.
O programa tem uma finalidade
bem divertida: a de colocar o
usuário nas capas das principais
publicações de sucesso do
mundo. Com ele qualquer
pessoa pode ver sua imagem
estampada em uma revista, bem
ao estilo das celebridades do
show business. O conteúdo do
aplicativo dispõe de 100 opções
de capas. Em seguida, é possível
compartilhar o resultado com
os amigos pelas redes sociais.
O aplicativo transforma seu
gadget em um dispositivo de
segurança. Com ele é possível
saber onde estão os membros
da família pelo GPS do celular.
Para tanto, basta cadastrar
todos os aparelhos de casa no
programa e monitorar a posição
de cada um deles por mapas.
Serviço pago indica lugares
suspeitos da cidade, localização
de hospitais e delegacias
e números de emergência.
US$ 7,99
iPad e iPhone
US$ 1,99
iPad, iPhone e iPod Touch
Grátis
Android, iPad, iPhone e iPod
Texto alinhado à sfdfesquerda, sem hifenização,
Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP).
falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda,
E-mail: [email protected]
texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto
As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura.
falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX
Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas.
Mais cartas em www.brasileconomico.com.br
Uma década de PT:
desastre na infraestrutura
No próximo dia 1º de janeiro, o PT completará uma década de poder na Presidência da República. É tempo suficiente para uma avaliação de seu modo de governar e as consequências das escolhas
dos presidentes Lula e Dilma. A década não foi inteiramente perdida porque houve o crescimento chinês que alavancou nosso setor
exportador de matérias-primas. A indústria recuou, saúde e educação não tiveram avanços significativos, nossa infraestrutura foi
inteiramente sucateada. Avançamos muito pouco. Infraestrutura
é a questão mais crítica porque vivemos um verdadeiro apagão:
de combustíveis, de energia elétrica, de estradas, de portos, de aeroportos, de ferrovias e de telecomunicações. Faltaram os necessários investimentos na última década. O retrato do país no setor é a
escuridão que afetou boa parte do país no último apagão.
A perda de confiabilidade do sistema elétrico decorre da falta
de investimentos no passado. No entanto, o futuro do setor é ainda mais preocupante devido às novas regras que o governo quer
impor. Reduzir tarifas por decreto é a melhor forma de afastar a
iniciativa privada do setor e é exatamente o que a presidente Dilma está fazendo. A perda de valor das empresas na bolsa retrata a
expectativa de baixos retornos ou prejuízos com o novo modelo.
Sem perspectiva de retorno lucrativo, não haverá novos investimentos, num setor em que estes já são insuficientes há uma década. O possível racionamento dos combustíveis, noticiado pela Folha de São Paulo, nos remete ao começo da década de 90. Numa
triste volta ao passado, observamos que a falta de planejamento
não só nos retirou a autossuficiência em petróleo como nos deixou dependentes de importação de gasolina, para a qual agora falta sistema logístico de portos, tanques e dutos para abastecer o
mercado doméstico. A gasolina para a viagem de verão não está
garantida. A Petrobras amarga prejuízos imensos, o que lhe retira
capacidade de investimento para aumentar sua produção. Gastamos preciosos anos discutindo o regime de exploração do pré-sal,
agora que precisamos do petróleo, ele jaz no fundo do mar.
A mudança frequente do marco legal faz
com que o risco regulatório seja fator de
inibição de entrada de recursos privados
Na área de telecomunicações, o desastre é regulatório. A Anatel
não consegue fiscalizar a contento a qualidade da oferta dos serviços ao usuário. Ligações não são completadas ou são interrompidas. A banda larga é lenta se comparada aos países desenvolvidos
e pequena é sua cobertura para um país continental. A universalização dos serviços de telecomunicações é apenas um sonho distante, no setor que mais recebeu investimentos privados na última década. A logística de portos, aeroportos, estradas, ferrovias e
hidrovias é componente do chamado Custo Brasil, que nos retira
competitividade. Os repetidos anúncios do governo de novos investimentos não se materializam. Novamente, a mudança frequente do marco legal faz com que o risco regulatório seja fator de
inibição de entrada de recursos privados. O exemplo gritante é da
modificação do modelo de concessão dos aeroportos poucos meses após as primeiras concessões. Para a infraestrutura, a última
década foi desastrosa. Mas preocupa ainda mais o futuro que está
sendo comprometido pelas decisões do presente. ■
NESTA EDIÇÃO
Só para os professores
Uma nova ferramenta lançada na web, a ProfCerto, está
cadastrando e aplicando testes para professores de língua
estrangeira para atender à demanda crescente de cursos. ➥ P12
Adidas reduz previsão de crescimento
A suspensão da temporada do National Hockey League foi um dos
fatores responsáveis pela mudança nos cálculos por ter provocado
queda nas vendas das marcas Reebok e da Rockport. ➥ P26
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 3
MOSAICO POLÍTICO
PAULO RABELLO DE CASTRO
Presidente do Conselho de Economia da
Fecomercio e do Lide Economia
[email protected]
PEDRO VENCESLAU
[email protected]
Murillo Constantino
A pauta de Obama para
o segundo mandato
Obama ganhou mais quatro anos para entregar sua promessa de mudança. Desta vez, num discurso de vitória tão emocionado quanto
vazio de conteúdo, ele fez o comentário-chave do próximo mandato: “Vocês (povo) podem vencer na América, desde que tentem”.
Em bom inglês, jogou para cima da classe média os ônus (e bônus)
de darem a volta por cima. O que não ficou explicado no discurso é
como chegar lá. Pela primeira vez em várias décadas, colho opiniões dos próprios americanos, não de desânimo, mas de grande
preocupação pela falta de alternativas claras de lidar com imensos
problemas. Embora espertíssimo no seu discurso político, Obama
está blefando quando diz que na América basta tentar para conseguir. Os EUA não são mais a terra da promissão, embora persistam
como uma grande nação de oportunidades. Basta olhar as estatísticas migratórias recentes para comprovar que as coisas não vão bem
num país que distribui ajuda alimentar mensal ( “food stamp program”) para mais de 46 milhões de carentes! Para comparar, pouco
mais de 110 milhões votaram nesta eleição.
Qual será a pauta de Obama, agora que completou seu curso pósuniversitário de quatro anos como presidente? Está graduado. Terá
enxergado, por exemplo, que os banqueiros de Wall Street já gastaram, e continuam gastando, muitas centenas de bilhões para serem
resgatados de uma crise financeira que está longe de acabar. Mudar,
no caso, é não contemporizar com a política monetária frouxa e vazia
do Fed, que enche as reservas dos bancos de munição especulativa,
mas não acrescenta um só tostão à base do crédito produtivo. O mercado imobiliário, que se noticia em recuperação, está de língua de fora e ainda se arrastando no chão. As maiores empresas americanas
têm caixa ocioso. Por quê? Por não enxergarem rentabilidade nos investimentos em que poderiam empregar esse caixa parado. Não é
com palavras soltas que Obama ajudará a mudar esta realidade. No
centro de tudo está o descontrole fiscal. Duras negociações ocorrerão
com a maioria republicana na Câmara, sobre o “precipício fiscal”, como assim chamam os especialistas, ao projetarem o déficit orçamentário dos anos do segundo mandato e as necessidades de cortes.
Mas Obama tem um trunfo inesperado, se tiver ( e tem) a cara de
pau de adotar a proposta de aumento de impostos do seu ex-rival
Mitt Romney. Romney propôs algo muito mais democrata do que se
imagina, no sentido de cortar subsídios e vantagens fiscais justamente dos mais abastados, e nivelar a carga com alíquotas módicas
para a classe média. Basta encampar a proposta de Romney e avançar nas negociações políticas. A outra pauta é internacional: segurar
os israelenses que sonham em atacar o Irã — esta é a última coisa
que Obama deveria patrocinar — e, por outro lado, focar o comércio
nas nações emergentes, do Next 11, a começar pelo México, vizinho
que Obama esnoba. Os emergentes poderiam significar mercados
crescentes para a indústria americana e, de quebra, segurar o avanço enorme da China, especialmente, na África. É um absurdo que,
logo no espaço africano, Obama esteja perdendo de braçada para a
China. Para não falar da América do Sul, que Obama finge não existir no mapa político. ■
“Não sou político profissional”
Depois de perder sua primeira disputa eleitoral, em Campinas, onde concorreu à prefeitura da cidade e chegou ao segundo turno, o economista e ex-presidente do Ipea, Márcio Pochmann encontrou-se com seu padrinho político, o ex-presidente Lula, em São Paulo. A conversa começou com
uma avaliação positiva do resultado das urnas (apesar da derrota) e passou pelo futuro do ex-candidato. Pochmann prefere não entrar em detalhes, mas reconheceu à coluna que não descarta mudarse para a capital e integrar o time de governo do prefeito eleito, Fernando Haddad. “Não sou um
político profissional, mas estou pensando no encaminhamento da minha vida política. Ter sido
candidato foi uma experiência interessante”, diz o economista. Enquanto não define os próximos
passos, Pochmann retoma sua vida acadêmica com pesquisa e extensão na Unicamp (Universidade
de Campinas). “Não tenho pressa”, conclui. ■
Economista foi segundo
"poste" de Lula
Eleito, Arthur Virgilio
volta a usar o “h” no nome
Márcio Pochmann foi o segundo "poste"
escolhido pelo ex-presidente Lula para debutar
na campanha eleitoral de 2012. O primeiro,
Fernando Haddad, conseguiu se eleger.
A ideia do partido é que o economista da Unicamp
tenha uma vida mais orgânica na legenda.
Tucano de altíssima plumagem e ex - inimigo de
Lula, o prefeito eleito de Manaus, Arthur Virgilio,
fez ontem um périplo em Brasília. Seu mote nas
conversas foi a cooperação com o governo federal.
Em tempo: agora que a campanha terminou,
ele voltou a usar o "h" no meio do nome Arthur.
CURTAS
➤
●
O PSD assinou um
acordo de cooperação
com o Partido Proposta
Republicana (PRO), da
Argentina. A partir de 2013, as
siglas “hermanas” promoverão
foros e debates. O documento
foi assinado por Kassab e
pelo presidente honorário
do PRO, Mauricio Macri,
prefeito de Buenos Aires.
➤
●
Mais perto do público-alvo
Estar bem próxima de seu público-alvo e contar com a participação
do consumidor nas ações de marketing é a estratégia da Enox para
se fortalecer no mercado. ➥ P27
Números do Poder Judiciário
O articulista Guilherme Abdalla avalia o resultado de novas
pesquisas sobre o movimento do Judiciário e o peso das
políticas públicas no desenvolvimento da área. ➥ P39
A relação do PSDB
com o PT é ao mesmo
tempo de ódio e amor
platônico. Os dois partidos se
atacam em campanha mas,
programaticamente, têm mais
coisas em comum do que com
seus respectivos aliados.
Em 2013, tucanos e petistas
devem se unir em torno da
eleição para a presidência da
Câmara Municipal de São Paulo.
➤
●
O objetivo é um só: isolar
os “kassabistas” e o grupo
chamado “centrão” do poder.
➤
●
A presidente Dilma
anunciará hoje uma
série de convênios para
obras de prevenção à seca.
PRONTO, FALEI
“Nosso partido
é mais orgânico
que o PMDB”
➤
●
O ex-delegado e deputado
federal Protógenes Queiroz
anda se estranhando com
a cúpula do PCdoB paulista.
Ele gostaria de ter sido ouvido
nas negociações de cargo
com o prefeito eleito da
capital, Fernando Haddad.
Cid Gomes
Governador do Ceará,
que é do PSB, em
entrevista ao portal iG
➤
●
Já os cantores bons
de voto Netinho e Leci
Brandão foram ouvidos e
estão tranquilos com o PCdoB.
➤
●
Elza Fiuza/ABr
Os emergentes poderiam significar
mercados crescentes para a indústria
americana e segurar o avanço da China
O Brasil oficializou ontem
dois novos embaixadores.
O ministro de primeira classe
Ricardo Neiva Tavares foi
confirmado pelo Senado para o
cargo de embaixador brasileiro
em Roma. A ministra de segunda
classe Wanja Campos da Nóbrega
será enviada para Bangladesh.
4 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
DESTAQUE
Editado por: Cláudia Bredarioli [email protected]
Maior consumo interno
chinês beneficiará o Brasil
China muda de dirigentes, deve se voltar para o mercado local e poderá ampliar suas importações
Carlos Barria/Reuters
Prioridade
para as
exportações
perde lugar
Juliana Garçon
[email protected]
Com mudança de dirigentes, a
China ganha ainda mais contornos de caixinha — ou melhor,
caixona — de surpresas. Um
ponto, contudo, é unanimidade: apesar das expectativas diante do novo governo, a política
cambial do país permanecerá
agressiva, dificultando a vida
de quem concorre com os produtos de lá.
“Se sentirem que a situação
de mercado vai apertar, por
exemplo, com mais retração na
Europa, que é seu grande comprador, eles podem até desvalorizar ainda mais a moeda para
estimular as vendas”, analisa José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio
Exterior do Brasil (AEB).
“O yuan, que está algo como
60% desvalorizado, deve continuar no mesmo patamar, que é
nocivo para a indústria brasileira”, diz Joseph Coury, presidente do Simpi (Sindicato da Micro
e Pequena Indústria), lembrando que a grande maioria das empresas consideram desleal a concorrência com os asiáticos. “E
não há sinalização de avanços
nas questões trabalhistas de lá,
o que mantém a grande diferença nas condições de produção.”
Exportadores
Já os exportadores brasileiros,
motivados pelas expectativas de
elevação do consumo interno,
mostram grande otimismo diante das mudanças na gestão da política chinesa. “Uma eventual alteração nas estratégias econômicas por lá teria grande impacto
aqui, por conta de nossas exportações de minério, soja e petróleo. Contudo, não acreditamos
em retração. Até hoje, eles de-
Previsão é de que a elevação da
renda da população impulsione o
consumo na economia chinesa
Congresso do Partido Comunista Chinês ocorre a cada dez anos e define a sucessão no país
ram prioridade a investimentos
em infraestrutra. Agora, podem
importar mais”, torce Castro.
“A estrutura de poder dificilmente vai mudar estratégias
que deram certo — ainda que à
moda local —, levando o país a
crescer”, diz Francisco Turra,
presidente da União Brasileira
de Avicultura (Ubabef). O setor vem batendo recordes nas
exportações para lá. O embarque de frango, que começou
no ano 2000 com 28 mil toneladas, bateu 195 mil em 2011 e
passará de 250 mil toneladas
neste ano.
Para os exportadores de minério de ferro, o panorama também é auspicioso. “Com a elevação da renda e a urbanização, a
China continuará demandando
minério em grandes volumes
por ao menos uma década”, afir-
ma Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de assuntos mineirais do Instituto Brasileiro de Mineração
(Ibram). As expectativas, por isso, são de manutenção dos níveis atuais de preços das commodities, considerados altos.
Mas parceiros de negócios da
China, como o Brasil, também
devem olhar para novos temas,
como a exportação de empresas
do país. “Antes, mandavam produtos. Agora, estão colocando
fábricas em outros países”, diz
Eduardo Sampaio, diretor-gerente da FTI Consulting. É o caso da JAC Motors, que anunciou
projeto de uma fábrica na Bahia. Com ou sem a realização do
projeto, os chineses conseguem
ampliar as vendas de carros e
autopeças, apoiados nos benefícios fiscais garantidos a empresas instaladas no Brasil. ■
Xi Jinping
GIGANTE NA BERLINDA
Enquanto quer manter-se como
a segunda economia global,
China ainda enfrenta o desafio
de alimentar sua população
PIB
US$ 8,06 tri
Economia cresceu, em média, 10%
anualmente durante a gestão Hu Jintao
Registrou desaceleração nos últimos
7 trimestres
CRESCIMENTO EM 2011
9,2%
POPULAÇÃO
1,3 bilhão
DESEMPREGO URBANO
4,1%
150 milhões de chineses vivem com
menos de US$ 1 (R$ 2) por dia
Feng Li/AFP
O homem com a missão de mudar a China
● Idade: 59 anos
● Vice-presidente do
Estado chinês desde 2008.
● Desconhecido do grande público.
● Sucessor de Hu Jintao,
dez anos mais velho do que ele.
● É um dos 82 milhões
de membros do Partido
Comunista Chinês (PCC).
● Sua esperada nomeação
como secretário-geral do Partido
Comunista Chinês (PCC) o
converterá no próximo presidente
da República Popular.
● Herda a China em plena
mudança com o desafio de
manter o país na posição de
segunda economia mundial.
CORRENTE DE COMÉRCIO COM O BRASIL
(JAN-SET 2012)
Exportações
US$ 32,3 bi
Importações
US$ 25,0 bi
Fontes: Brasil Econômico, Banco
Mundial, agências
Após três décadas norteada pela conquista do mundo via exportações, a China deve entrar
num período de maior consumo interno, apoiado na elevação da renda da população e nos
investimentos já realizados,
sem deixar de ser decisiva no comércio global.
“A China veio investindo
40% do PIB em capacidade
produtiva por um longo período. Agora, essa supercapacidade precisa ser desovada”, afirma André Nassif, economista
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e professor da
Universidade Federal Fluminense. “Mesmo que o mundo
não estivesse em crise, o mercado não seria capaz de absorver toda a produção chinesa.
E, com a desaceleração iniciada em 2008, esse quadro só se
agrava. A saída é atrair mão de
obra rural para as cidades e
apostar no desenvolvimento
local”, diz.
Assim, o incremento de renda per capita levará o país à transição, característica de nações
em desenvolvimento, a passar
da fase de demanda por alimentos e insumos para um estágio
mais avançado, de consumo de
produtos de maior valor agregado e apropriação de maior qualidade de serviços essenciais.
Os novos dirigentes deverão
se preocupar com questões internas, como as disputas entre
as províncias, o controle sobre
as migrações e os protestos por
melhores condições de vida. “O
país é palco de cinco mil manifestações por ano. Embora não
tenham um sistema democrático, os chineses têm uma classe
média crescente”, diz Eduardo
Sampaio, diretor-gerente da
FTI Consulting. ■ J.G.
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 5
Andrew Harrer/Bloomberg
EM RECUPERAÇÃO
Presidente do BC chinês vê sinais de melhora
A economia da China está mostrando sinais de melhora e a
configuração da política monetária irá garantir continuidade e
flexibilidade em 2013, afirmou ontem o presidente do Banco do Povo do
China, banco central do país, Zhou Xiaochuan. “Dados de outubro estão
mostrando sinais de melhora. A tendência da economia doméstica está
evoluindo numa direção boa”, disse Zhou. Dados que serão divulgados
hoje podem cimentar as expectativas de uma recuperação.
Governo brasileiro vai
incrementar negócios
Ministério do Desenvolvimento
já identificou novas demandas
para ampliar venda para a China
Simone Cavalcanti
[email protected]
O mercado consumidor chinês
faz brilhar os olhos de qualquer
país do mundo e o Brasil não foge à regra. Principalmente agora
que está em curso uma nova estratégia de crescimento mais voltada ao aumento da renda da população, o que ampliará o potencial de consumo na China. Atento ao movimento, o governo brasileiro busca conquistar espaço
para incrementar os negócios.
Ontem, em mais uma negociação para tentar elevar a compra de produtos brasileiros pelo
seu principal parceiro comercial, a secretária de Comércio
Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Tatiana Lacerda Prazeres, se reuniu com
representantes do Conselho Empresarial Brasil-China, em São
Paulo. “Identificamos que a demanda chinesa por mais produtos, em que nossas exportações
podem crescer, deve aumentar
nos próximos anos”, disse ao
BRASIL ECONÔMICO.
Segundo ela, recentemente,
a China demonstrou interesse
em adquirir mais produtos do
mercado internacional, com
potencial para aumento das
vendas brasileiras de milho,
açúcar, algodão, máquinas e
equipamentos. Para especialistas, a nova conjuntura chinesa
é um celeiro de oportunidades
e uma situação que o Brasil tem
de saber aproveitar para diversificação de suas exportações.
Afinal, a pauta brasileira é muito concentrada, principalmente em commodities, como minério de ferro e soja. Dados do
Mdic indicam que, entre janeiro e setembro deste ano, o volume apurado no embarque apenas desses dois produtos representou cerca de 70% do total
das vendas verde-amarelas ao
parceiro comercial.
“Eles têm uma estratégia muito clara e nós temos de aproveitar para vender em certos nichos nos quais possamos encaixar produtos com maior valor
agregado”, disse Welber Barral,
sócio da Barral M Jorge Consultores Associados e ex-secretá-
rio de Comércio Exterior do
Mdic. Para ele, há espaço para
calçados mais elaborados e aços
especiais, como o magnésio metálico — metal muito leve para
carros e aeronaves, de maior valor agregado e que tem uma indústria competitiva no Brasil.
“O que tira a competitividade
desse material é o custo tributário e de logística do país”, diz.
“Não é a indústria brasileira
que não é competitiva, mas,
sim, a estrutura brasileira que
não tem a competitividade que
há na China”, complementa Josefina Guedes, diretora da Associação de Comércio Exterior do
Brasil (AEB) e sócia da consultoria de comércio exterior Guedes, Bernardo e Imamura.
Na sua avaliação, a nova liderança chinesa está mais ligada
aos grupos empresariais e isso
poderá fazer com que o país
queira aproveitar muito mais
sua capacidade produtiva para
suprir o mercado interno e fortalecer o crescimento do seu
Produto Interno Bruto (PIB).
Por isso mesmo, diz, será preciso ser mais firme nas negociações de agora em diante para
conseguir vender. ■
China é líder em
ações antidumping
Maioria das investigações
refere-se a concorrência desleal
de preços na área de siderurgia
Dos 58 processos de investigação antidumping em curso no
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), 20 são contra produtos chineses. “E esse número
tende a aumentar”, garante Welber Barral, sócio da Barral M Jorge Consultores Associados. “A
China é campeã de audiência no
Brasil e no mundo. Hoje exporta
tudo e é líder em quase todos os
produtos industriais”.
A lista do Mdic é bem variada,
mas é na área de siderurgia que
a gigante asiática vem se destacando. Até 2007, a China era importadora desse tipo de mercadoria, mas, atualmente, tornouse grande exportadora, chegando a criar sobreoferta em inúmeros países. Das ações contra os
chineses, oito investigam concorrência desleal de preços de
produtos siderúrgicos, como laminados planos de aço. “Em
muitos casos, a China exporta
bens acabados em valores muito
baixos que chegam a ser menores até do que o preço do insumo”, diz o consultor. ■ S.C.
COMÉRCIO GLOBAL
Das 58 ações antidumping,
20 são contra produtos chineses
Talheres
Tubos de cobre
Tubos com costura de aço inoxidável
Laminados planos de aços inoxidáveis
austeníticos a frio
Laminados planos de aço ao silício
Laminados planos de baixo carbono
e baixa liga
Tubos de condução
Pneumáticos para motocicleta
Ferros elétricos
Refratários básicos
Fios de náilon
Ventiladores de mesa
Talhas manuais de capacidade de carga
até 3 toneladas, sem alavanca
Pneus de automóveis
Pneus novos de borracha para bicicleta
Chapas pré-sensibilizadas de alumínio
Armações de óculos
Pedivelas
Dióxido de silício precipitado
Índigo blue reduzido
Fonte: MDIC
Tomohiro Ohsumi/Bloomberg
DE SAÍDA
Escolha do presidente
ocorre a portas fechadas
Xi Jinping se tornará o homem
mais poderoso do país durante
Congresso em Pequim
A China irá realizar reformas para tornar seu câmbio e taxa de juros mais baseados no
mercado, impulsionar investimentos e injetar mais fundos estatais na indústria como
parte dos planos para dobrar o PIB até 2020, disse o presidente Ju Hintao ontem. Ele
reafirmou o compromisso com as metas que irão dobrar a renda das famílias em todo o
país em uma década, no discurso de abertura do Congresso do Partido Comunista da
China. Hu deve deixar o cargo de líder do partido durante o Congresso.
Último gigante de um mundo
comunista que desapareceu
no século passado, o Partido
Comunista Chinês (PCC) sobrevive graças a fortes doses
de esquizofrenia acrobática,
que alterna a mão de ferro em
uma sociedade que abraça o capitalismo e o culto ao nacionalismo obscurantista. O XVIII
Congresso do PCC — que nomeará o novo presidente do
país — acontece em uma capital na qual o número de Ferraris, Lamborghinis, Maseratis e
Porches Cayenne não tem parâmetro em nenhuma outra
parte do mundo.
Verdadeira “aristocracia vermelha”, os “filhos dos príncipes” — seus pais foram os revolucionários de ontem — surfam
na onda de um capitalismo quase selvagem, no qual a opacidade dos mercados públicos e as
relações com as poderosas empresas estatais permitem a formação de rápidas fortunas.
Na parte mais pobre do país,
operários cada vez menos dóceis se somam a uma “população flutuante” de 260 milhões
de temporários, cidadãos de segunda classe, sem direito a residência nas cidades, procedentes de uma massa de 650 milhões de camponeses. Todos se
beneficiaram de diferentes
graus de crescimento sob a presidência de Hu Jintao.
Xi Jinping nunca disputou
uma eleição. Pouco se sabe sobre suas opiniões acerca da
economia mundial ou do aquecimento global. Para muitos
chineses, é mais fácil reconhecê-lo como marido de uma popular cantora folk. Apesar disso, está prestes a se tornar o
homem mais poderoso da China. As transferências de poder
no país, ainda feitas sob extremo sigilo, têm provocado tensão e incertezas. ■ AFP
6 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
BRASIL
Subeditora: Patrycia Monteiro Rizzotto [email protected]
Dilma adverte que não vai
tomar decisão sob pressão
Presidente diz que examinará “exaustivamente” o projeto sobre a nova repartição dos royalties do petróleo
Ueslei Marcelino/Reuters
Ruy Barata Neto
Educação
[email protected]
A base do governo no Senado
também já articula uma nova estratégia para vincular as receitas do petróleo aos investimentos em educação, o que ficou de
fora do texto aprovado na Câmara. A solução será por meio de
mudanças no projeto de lei do
Plano Nacional de Educação
(PNE) que define 10% do PIB para investimento em educação.
Segundo Braga, o governo deve
editar uma emenda ao PNE para
vincular as receitas dos royalties aos investimentos em educação. A emenda deve ser incluída pelo próprio relator do projeto do PNE no Senado, José Pimentel (PT-CE).
Ontem o ministro da educação, Aloizio Mercadante, voltou
a defender a utilização dos
royalties para o setor. “Não temos fonte nova para cumprir a
meta ambiciosa do que foi aprovado no PNE”, afirmou.
Para Braga, a iniciativa de incluir a emenda no PNE pressupõe a sanção ao projeto de lei da
Câmara, que se não vincula os recursos à educação de maneira explícita, pelo menos prevê que os
recursos dos royalties sejam aplicados na área. “A solução que,
no fundo queremos encaminhar, é a ação coordenada em
um conjunto de temas diferentes que sirvam para diminuir os
desequilíbrios do pacto federativo no país”, afirma Braga. ■
Disposta a se manter longe das
pressões pelo veto ao projeto
de lei de distribuição dos royalties, aprovado nesta semana na
Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff avisou
que usará todo o tempo a que
tem direito — 15 dias a partir
da chegada do projeto ao Palácio do Planalto — para decidir
sob o encaminhamento que dará ao tema. “Não vou decidir
nada sobre pressão”, disse a
presidente a interlocutores.
Conforme nota divulgada no
blog do Planalto, Dilma fará
uma “exaustiva análise” do projeto antes de concluir pela sanção, veto total ou parcial.
Fontes do Palácio do Planalto afirmam que Dilma achou
exagerado o tom das declarações do governadores após a
aprovação do texto. O projeto
de lei aprovado ainda terá que
passar por correções antes de
ser enviado para o governo. A
principal delas diz respeito a
uma soma de 101% para um
dos percentuais definidos na
divisão de recursos dos royalties. O erro deve ser corrigido
na redação final do projeto pela própria Câmara dos Deputados, mas este encaminhamento ainda enfrentará resistências. Parlamentares do Rio de
Janeiro apontam erro de con-
Fontes do Palácio dizem que Dilma achou “exageradas” as declarações do governador Sérgio Cabral
teúdo na proposta com o objetivo de inviabilizar o texto.
Além disso, Dilma também estuda uma série de alternativas
que podem ser viabilizadas após
uma possível sanção presidencial para compensar possíveis
perdas para os estados e municípios produtores. O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), aponta pelo menos uma das soluções que pode-
rão ser analisadas. Trata-se da
tributação na origem do petróleo distribuído para o resto do
país. Hoje o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é cobrado no destino
e não na origem. A ideia seria estabelecer uma nova lei que permitisse a cobrança de 4% de
ICMS na origem. “Esse é um dos
mecanismos entre uma série de
outros que podem ser usados pe-
la presidente”, afirma Braga.
O líder do governo descarta
veto presidencial ao projeto apesar das pressões dos governadores carioca e capixaba. “Depois
da decisão soberana do Senado
e da Câmara, a presidente deve
se posicionar com zelo e sancionar o projeto”, diz. “É a vontade do povo uma nova regra de
distribuição do petróleo e a presidente respeitará isso.”
Rodada de licitações de petróleo está garantida
Polêmica sobre novo modelo de
distribuição dos recursos não
atrapalha leilão de maio de 2013
O imbróglio em torno da distribuição dos royalties do petróleo não deve impedir o governo de realizar a 11ª rodada de licitação de novos blocos de exploração de petróleo, segundo
avaliação de fontes do Palácio
do Planalto. A presidente Dilma Rousseff marcou a licitação
das novas áreas para maio do
ano que vem, mas se não estiver resolvido todo o impasse as
concessões poderão ser feitas
sob a vigência das regras atuais
de distribuição de recursos.
A licitação é possível porque
os percentuais de royalties devidos pelos vencedores da licitação em cada um dos campos
continuarão os mesmos sendo a
forma de distribuição dos recursos entre os entes da federação
definidos de forma separada
dos contratos.
Esta avaliação vai de encontro
com a perspectiva da diretorageral da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis
(ANP), Magda Chambriard. Segundo ela, para que as licitações
ocorram dentro do previsto, é
preciso que uma definição sobre
o imbróglio ocorra ainda este
ano. Magda afirma que a ANP
precisará de pelo menos 120
dias para preparar as diferentes
etapas do leilão, o que significa
preparar a minuta do contrato, o
edital e colocá-lo em consulta
pública. Isso significa que o ideal
seria que a questão dos royalties
esteja resolvida, no máximo até
janeiro. A previsão é que o governo faça licitações de 170 blocos
de exploração de petróleo, e que
ainda não fazem parte da camada pré-sal. As primeiras licitações de pré-sal devem ocorrer
apenas em novembro, segundo
estimativas do governo. ■
PERDAS SOB PL 2.565/11 (APROVADO NA CÂMARA)
Projeção do prejuízo dos estados e municípios
do RJ, ES e SP, em R$ mil*
ROYALTIES
UNIÃO
ESTADOS CONFRONTANTES
RIO DE JANEIRO
ESPÍRITO SANTO
SÃO PAULO
MUNICÍPIOS CONFRONTANTES
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
2013
2020
2013
2020
1.445.400
903.375
605.393
91.225
40.763
1.626.075
3.482.100
1.380.699
1.060.639
140.208
220.043
7.566.851
1.007.791
1.151.761
1.030.843
63.848
45.569
719.851
1.387.349
6.936.743
6.208.484
384.537
274.451
2.081.023
Fonte: governo do Estado do Rio de Janeiro
Os cálculos baseados na curva de produção projetada pela Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), com base em barril a US$ 90 e câmbio de R$ 2,00
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 7
Divulgação
ANP
Produção de petróleo do Brasil recua 8,4%
A produção de petróleo brasileira no mês de setembro foi 8,4%
menor do que o volume registrado no mesmo período do ano passado,
atingindo 1,924 milhão de barris diários em média, ante os 2,099
milhões de barris/dia em 2011. A informação foi divulgada ontem
pela Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis (ANP).
Em comparação com o volume bombeado em agosto, de 2,004 milhões
de barris/dia, houve redução de 4% em setembro. Reuters
Governador do Rio, Sérgio Cabral,
afirma confiar no veto da presidente
Felipe O’Neill/O Dia
tas”, disse o governador a uma
plateia de cerca de 100 empresários fluminenses durante o almoço da entidade Lide - Grupo de Líderes Empresariais, no
Aurélio Gimenez
Hotel Copacabana Palace.
O Dia
Cabral admitiu, no entanto,
O governador do Rio de Janeique a presidente possa vetar parro, Sérgio Cabral, reafirmou oncialmente o texto aprovado. “Estem que confia na presidente
te projeto pode ser dividido em
Dilma Rousseff e que acredita
duas partes. Uma, fala de uma
que ela irá vetar o projeto apronova distribuição do que já foi livado na Câmara dos Deputados
citado. Isso é ilegal e deve ser vena terça-feira, criando nova retado. E a presidente Dilma teria
gra para a distribuição dos royalcondição de sancionar a parte
ties de petróleo. Caque diz respeito ao
bral também voltou
Cabral diz que novo marco legal
a dizer que, sem os
(aos campos ainda
recursos dos contra- com a redução não foram licitados
da receita dos do pré-sal). Para estos atuais, será obrigado a fechar as porroyalties não sa nova divisão (de
tas de metade dos
campos não licitaterá como
serviços públicos
dos) devemos respagar dívida peitar o Congresso
do estado.
“Pelos nossos
Nacional, embora
cálculos, com esse projeto, o
também discordemos do trataestado do Rio perderá R$ 77 bimento dispensado ao Rio”, exlhões até 2020. Não é uma figuplicou. Cabral voltou a afirmar
ra de retórica, não estou exageque está tranquilo pois, segunrando. Quando falo que não
do ele, presidenta Dilma declatem Olimpíada, não tem Copa
rou publicamente em entrevisdo Mundo, não estou exagerantas e, até mesmo, em palestras
do. Não contem com o govercom prefeitos, que respeitas os
no do estado, pois não terei cocontratos e os marcos legais. “É
mo pagar a dívida da União e
um princípio básico do governo
nem como pagar os pensionisbrasileiro”, argumentou.
Contudo, mantém argumento de
que faltará verba para
realização da Copa e Olimpíada
Cabral espera que novas regras vigorem sobre poços não licitados
Ao ser indagado sobre uma
possível compensação do governo federal, caso o projeto não seja vetado, Cabral disse que não
fala sobre conjecturas. “Nós não
estamos atrás de especulação, estamos atrás do respeito ao marco legal. A presidente Dilma não
falou sobre isso, ela tem compromisso, primeiro, com os princípios legais, que ela tem condições de vetar a parte que diz respeito aos contratos já assinados,
ao que já foi leiloado. E, segundo, pode sancionar a parte que
diz respeito a uma distribuição a
partir do novo marco legal da
partilha”, complementou.
Cabral disse que avaliou o
projeto aprovado com as equipes técnica e jurídica e, segundo ele, o texto aprovado tem
dois momentos: “tem um momento em que ele fala de uma
nova distribuição do já licitado, que é ilegal; e tem um momento que fala de uma distribuição a partir do novo regime.
Essa até eu posso discordar, como discordei, lutei por isso,
mas essa a gente tem que respeitar o Congresso Nacional. Ele
tem autonomia”, disse.
O governador explicou que
no projeto de lei que define nova regras de distribuição dos
royalties é mencionada uma
compensação financeira para o
Rio de Janeiro — conforme está
previsto no artigo 20º da Constituição. Mas, na opinião de Cabral, essa compensação não esttá numa proporção justa. “Nós
vamos perder dinheiro, o estado vai perder recursos. Primeiro, porque o regime de partilha
acaba com a Participação Especial. Já perdemos 60% do que recebemos hoje. E vamos dividir
numa outra proporção com os
demais estados brasileiros e municípios brasileiros”, frisou. ■
Governo investirá R$ 2,7 bilhões em alfabetização
Alan Marques/Folhapress
Novo pacto nacional visa que
crianças saibam português e
matemática antes dos 8 anos
O governo federal vai investir
R$ 2,7 bilhões nos próximos
dois anos para que as crianças
brasileiras sejam plenamente alfabetizadas em língua portuguesa e matemática até os 8 anos de
idade, ao final do terceiro ano
do ensino fundamental. O investimento faz parte do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa lançado ontem pela
presidente Dilma Rousseff no
Palácio do Planalto.
De acordo com o ministro
da Educação, Aloizio Mercadante, a média nacional de
crianças não alfabetizadas aos
oito anos chega a 15,2%. Essa
taxa alcança índices ainda
maiores e chega a dobrar em estados como Maranhão (34%) e
Alagoas (35%). A menor taxa é
registrada na Região Sul, com
o índice de 4,9% de crianças
não alfabetizadas.
Mercadante diz que programa é uma das prioridades do MEC
“Considero esse programa a
prioridade das prioridades do
MEC. É o maior desafio histórico e que esse país deveria colocar no topo da agenda de todos
os gestores do Brasil”, disse
Mercadante.
O ministro destacou que 8 milhões de crianças estão inseridas nesse primeiro ciclo de alfabetização. Ainda segundo ele, o
prejuízo de uma criança que
não é alfabetizada no período
certo pode se estender a outras
etapas do ensino. Entre os objetivos da pasta está o de garantir
a alfabetização e evitar a futura
reprovação de alunos. Segundo
o ministro, o impacto da reprovação de alunos, em toda a educação básica, vai de R$ 7 bilhões
a R$ 9 bilhões.
Ao todo, 5.270 municípios e
todas as 27 unidades federativas já aderiram ao pacto, que
envolve a capacitação de 360
mil professores alfabetizadores. Trinta e seis universidades
públicas vão preparar cursos
de 200 horas para uniformizar
procedimentos educacionais
em todo o país. Os recursos investidos no pacto também vão
garantir uma bolsa de R$ 750
mensais aos orientadores, que
vão capacitar os professores alfabetizadores.
Com o pacto, o Ministério da
Educação vai distribuir 26,5 milhões de livros didáticos nas escolas de ensino regular e do
campo, além de 4,6 milhões de
dicionários, 10,7 milhões de
obras de literatura e 17,3 milhões de livros paradidáticos.
Para mensurar os resultados
do pacto entre as crianças brasileiras, o MEC vai implementar
duas avaliações. Ao final do 2º
ano, será aplicada a nova versão da Provinha Brasil, realizada pelos próprios professores
dentro de sala de aula para avaliar os conhecimentos sobre o
sistema alfabético da escrita e
quais habilidades de leitura as
crianças dominam.
No final do 3º ano, será aplicada uma nova prova, ainda sem
nome, regras ou datas definidas. Essa avaliação ficará a cargo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep).
Além das medidas anunciadas, a pasta vai investir R$ 500
milhões em premiação para as
melhores experiências de alfabetização. Para Mercadante, as
ações do pacto estimulam os
professores a voltarem a atuar
na profissão. ■ ABr
8 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
Henrique Manreza
BRASIL
FAO
Preços dos alimentos caíram 8% no mundo
Os preços dos alimentos no mundo sofreram uma queda média de
8%, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO). Os dados se referem ao período de janeiro a outubro
de 2012 em comparação com o mesmo período de 2011. As maiores
quedas registradas foram os cereais, o azeite e o óleo. Lácteos e o
açúcar também aumentaram. A FAO calcula que o gasto mundial com
a importação de alimentos deva chegar a US$ 1,14 bilhão em 2012. ABr
Elétricas colocam em risco plano de
Dilma para reduzir conta de energia
Especialistas afirmam que, se empresas não renovarem seus contratos, metas oficiais não serão atingidas
Adriano Machado/Bloomberg
A resistência de grandes empresas do setor elétrico em renovar
suas concessões nos termos propostos pelo governo federal
ameaça a promessa da presidente Dilma Rousseff de reduzir a
conta de luz em 2013 e pode ter,
inclusive, efeitos sobre a política monetária.
A estatal mineira Cemig já deixou fora da lista de prorrogações
três hidrelétricas que somam potência de 2,5 mil megawatts
(MW). Somente nesse caso,
uma fonte do governo calcula
um impacto de menos 1 ponto
porcentual na redução média da
tarifa anunciada ao usuário final, que foi de 20%.
Além das três usinas da Cemig, analistas do setor elétrico
são praticamente unânimes ao
afirmar que a geradora Cesp e a
transmissora Cteep devem rejeitar a renovação antecipada e condicionada de suas concessões.
“Obviamente, se as usinas
não renovarem, aquela meta fixada pela presidente da República certamente vai ficar comprometida”, disse o coordenador do
Grupo de Estudos do Setor de
Energia Elétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), Nivalde de Castro.
Segundo fonte do governo,
que preferiu se manter sob anonimato, as autoridades acreditam
que a maioria das companhias
vai optar por manter os ativos
por mais algumas décadas. A concessionária que não aceitar a renovação antecipada continua
Impacto da geração de energia no cálculo da tarifa depende da efetiva produção das hidrelétricas
com o empreendimento até o
vencimento dos contratos atuais,
entre 2015 e 2017, cobrando um
preço maior pela geração e transmissão da energia — daí a dificuldade de se diminuir a conta de
luz na proporção pretendida pelo
governo já no início de 2013.
A Cesp, controlada pelo governo de São Paulo, informou que
vai contestar as novas tarifas e a
indenização oferecida pela
União pelo investimento não
amortizado em suas usinas no
processo de renovação antecipada das concessões.
Se a Cesp não renovar as concessões das usinas de Ilha Solteira, Três Irmãos e Jupiá, poderá
subtrair uma potência total de
quase 5,8 mil megawatts (MW)
do portfólio de ativos de geração
que é alvo da medida provisória
579, que trata do assunto e está
no Congresso.
Somando a isso, as três usinas
da Cemig excluídas e outras pequenas hidrelétricas fora da lista
do governo (algumas até desativadas), o universo das renovações na geração de energia cairia
de 25,5 mil MW para 16,8 mil
MW — o que significa que um ter-
ço da capacidade prevista não teria a concessão renovada.
A fonte do governo ressaltou,
porém, que o impacto da geração de energia no cálculo da tarifa depende mais da efetiva produção das hidrelétricas do que
de sua capacidade instalada.
Já a não renovação das concessões pela Cteep impediria o governo de retirar da conta de luz
dos consumidores o montante
de 1,7 bilhão de reais, em base
anual, até 2015, quando a concessão termina e os ativos voltariam
à União para nova licitação.
O valor representa a diferença
entre a receita anual que a Cteep
tem garantida com os ativos pelos contratos vigentes — de 2,2 bilhões de reais — e o valor do faturamento proposto pelo governo
para renovação antecipada — de
516 milhões de reais por ano.
Procurada, a Cteep informou
que não fará comentários sobre
a decisão que tomará. Na quartafeira, a agência de classificação
de risco Fitch disse ser pouco
provável que a empresa aceite a
renovação antecipada.
Para a consultoria LCA, o governo ainda tem como buscar
um reajuste negativo próximo
do anunciado mesmo sem a renovação integral das concessões. “Essa margem está no fato de ainda haver alguns encargos setoriais passíveis de serem
retirados da conta de energia
elétrica e serem repassados para o Tesouro Nacional”, segundo a LCA. ■ Reuters
Descumprimento terá impacto na meta da inflação
Queda estimada pelo governo na
tarifa de luz garantiria desconto
de 0,5% no IPCA de 2013
Dilma prometeu em rede nacional o corte médio de 20% na
conta de luz no Brasil no ano
que vem, como forma de melhorar a competitividade da indústria e dar um impulso adicional
à economia.
Além de arranhar a imagem
da presidente, não entregar a
redução da tarifa de energia teria impacto na inflação projetada pelo Banco Central em 2013.
A queda estimada pelo governo
na conta de luz garantiria um
desconto de 0,5% no IPCA do
ano que vem, segundo o BC.
A autoridade monetária trabalha com perspectiva de que o
IPCA no próximo ano fique em
4,9%. Sem a queda planejada
do preço da energia, a inflação
subiria e se afastaria mais do
centro da meta do governo, que
é de 4,5%. Isso poderia ter implicações também sobre a taxa
básica de juro Selic.
Contra o tempo
O prazo para as empresas elétricas assinarem os aditivos aos
contratos para renovação —
até 4 de dezembro — é tido como apertado, e a pressa do governo vem sendo criticada por
empresários e representantes
do setor elétrico.
A própria MP 579 não deve
Empresários também
se queixam dos
prazos estabelecidos
pelo governo
para as assinaturas
de contratos
ser votada no Congresso Nacional até o início do mês que
vem, ou seja, as novas regras
poderão mudar depois que os
documentos forem assinados
pelas concessionárias.
Segundo outra fonte do governo, mais próxima das negociações com o Congresso, Dilma assumiu o comando das
conversas com deputados e senadores para garantir a aprovação da MP sem alterações.
Mesmo diante do cenário de
contestações à MP, o governo
descarta mudar o valor das indenizações e das novas tarifas.
O Ministério de Minas e Energia já informou que vai relicitar
adiante os ativos que não forem renovados nos mesmos termos que estão sendo oferecidos aos atuais concessionários,
com a mesma redução nas receitas. No caso da Cemig, o governo federal está realizando
uma força-tarefa de negociações com a empresa e o governo de Minas Gerais, acionista
controlador da companhia, para que a elétrica volte atrás e encaminhe pedido de renovação
da concessão das suas três usinas hidrelétricas. ■ Reuters
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 9
Ty Wright/Bloomberg
AGRONEGÓCIOS
IBGE reduz previsão para a safra de 2012
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de outubro, divulgado
ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
reduziu a estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas
para este ano. Em setembro, a previsão era fechar 2012 com 163,7
milhões de toneladas, mas, agora, em outubro a estimativa passou
para 162,6 milhões de toneladas, ou seja, 0,7% menor. Mesmo assim, a
expectativa é chegar a resultado 1,5% superior ao obtido em 2011. ABr
STF conclui penas de sócios de Valério
Cristiano Paz foi punido com 25
anos de prisão, mais pagamento
de multa de R$ 2,5 milhões
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) concluíram ontem a indicação das penas dos
dois sócios do empresário Marcos Valério na ação penal do mensalão. Até o fechamento desta
edição, eles iniciaram também a
análise da pena de Rogério Tolentino, advogado de Valério.
Ramon Hollerbach e Cristiano
Paz foram condenados por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculato e corrupção ativa na participação do esquema
de compra de apoio político no
Congresso durante o primeiro
mandato do ex-presidente Lula.
Hollerbach foi condenado a
29 anos, 7 meses e 20 dias de reclusão (ver matéria a baixo). Já
Paz foi condenado a 25 anos, 11
meses e 20 dias de prisão, como
propôs inicialmente o relator,
Joaquim Barbosa, além de multa de R$ 2,5 milhões.
As penas do publicitário correspondem às fixadas ao réu Ramon Hollerbach, seu ex-sócio,
para os crimes coincidentes. A semelhança de condutas entre os
réus permitiu que as penas de
Paz fossem fixadas mais rapidamente, em poucas horas, enquanto a discussão sobre Hollerbach
levou dois dias e meio na Corte.
A soma final da pena de Paz é
menor que a de Hollerbach porque o primeiro réu não foi condenado pelo crime de evasão de
divisas, envolvendo o publicitário Duda Mendonça e a sócia Zilmar Fernandes.
Antes do recesso de 12 dias
no julgamento, retomado na
quarta-feira (7), os ministros já
haviam condenado Marcos Valério a 40 anos de prisão. Essa punição deve ser revista e, segundo nova metodologia para definição das penas adotada do relator Joaquim Barbosa, seria au-
mentada a 47 anos de reclusão.
Já Tolentino, advogado de Valério, teve pena no crime de formação de quadrilha indicada por
Barbosa de dois anos de reclusão,
o que, segundo o próprio ministro, representaria a prescrição (o
que ocorre neste caso com penas
de até dois anos, já que se passaram sete anos do crime).
O voto foi vencido porque os
ministros Marco Aurélio, Celso
de Mello e Ayres Britto indicaram pena de 2 anos e 3 meses,
para evitar prescrição. Luiz Fux
e Gilmar Mendes mudaram o voto e acabaram por acompanhar
Marco Aurélio, garantindo a validade da pena.
Os ministros ainda têm de definir quais serão as penas para
Tolentino em outros crimes pe-
los quais foi condenado na ação
penal do mensalão.
Os ministros voltaram a lembrar que as penas podem ser alteradas até o final do julgamento. O valor das multas também
não são definitivos, pois são
consideradas quantias aproximadas que ainda precisam passar por atualização monetária. ■ iG e Reuters
Hollerbach é condenado a 29 anos
Ministros ainda aplicaram
multa de R$ 3 milhões contra
ex-sócio de Marcos Valério
O Supremo Tribunal Federal
(STF) concluiu ontem a pena do
réu Ramon Hollerbach na Ação
Penal 470, o processo do mensalão. A punição para o ex-sócio
de Marcos Valério, que ainda pode ser alterada até o final do julgamento, é 29 anos, sete meses e
20 dias de prisão e multa que se
aproxima de R$ 3 milhões.
A pena de Hollerbach começou a ser discutida no dia 25 de
outubro, com a fixação das punições para os crimes de formação
de quadrilha, além das acusações de corrupção e peculato envolvendo o deputado federal
João Paulo Cunha (PT-SP) e o
Banco do Brasil.
As discussões foram suspensas devido ao recesso de quase
duas semanas.
Na quarta-feira (7), a Corte definiu as penas de Hollerbach para
os crimes de lavagem de dinheiro
e corrupção envolvendo os parlamentares da base aliada. A sessão
foi suspensa porque os ministros
não conseguiam se entender sobre a pena de evasão de divisas.
Empresário foi
considerado culpado
pelos mesmos crimes
do publicitário
Marcos Valério
O conflito foi resolvido apenas
na sessão de hoje, com proposta
do ministro Celso de Mello. A pena para o crime foi três anos e oito meses de prisão, mas os ministros não proclamaram o valor definitivo da multa neste caso.
O STF começou, em seguida,
a definir as penas do publicitário Cristiano Paz. O primeiro crime analisado foi formação de
quadrilha, e os ministros já fixaram pena de dois anos e três meses de prisão. ■
Amigo de
Cachoeira
volta ao
Senado
Ataídes Oliveira (PSDB-TO),
assumirá posto do parlamentar
João Ribeiro (PR-TO)
O Senado ganhará em breve
um novo integrante próximo
ao bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O
suplente Ataídes Oliveira (PSDB-TO) deve assumir o lugar
do senador João Ribeiro (PRTO), que pedirá licença médica
após ter confirmado na última
segunda-feira (5), em exames
no Hospital Sírio-Libanês, em
São Paulo, o avanço de uma
doença rara que impede a produção de plaquetas brancas pelo sangue. Oliveira pode ocupar a cadeira da bancada do Tocantins por tempo indeterminado devido à necessidade de Ribeiro passar por um transplante de medula óssea. O suplente
tocantinense aparece em gravação telefônica da Operação
Monte Carlo, deflagrada pela
Polícia Federal (PF), autodeclarando-se “amigo” de Carlinhos Cachoeira .
Oliveira teria encomendado
reportagens no jornal O Estado
de Goiás, controlado indiretamente por Cachoeira, segundo
relatório da PF. Em conversa
gravada no dia 4 de julho de
2011, o tucano afirmava ter
“umas notas (notícias) interessantes a nível Brasil” para publicar no jornal.
O diálogo segue com Oliveira afirmando que gostaria que
Cachoeira lhe “desse ou pedisse a alguém” para lhe dar acesso ao jornal. “Se tiver algum
custo é comigo mesmo, viu
amigo?”, prossegue a gravação. Cachoeira concorda: “Na
hora, manda cobrir lá, manda
cobrir lá”.
A posse do suplente ainda
não tem data marcada. Isso porque Ribeiro não se decidiu pelo
afastamento até o recesso, marcado para 18 de dezembro. O senador é titular da segunda secretaria do Senado e pretende
renová-la nas eleições internas
da Casa em fevereiro, o que garantiria espaço para PR no primeiro pelotão do Senado.
O cargo permite acomodar
indicações de aliados políticos
para cargos comissionados, a
exemplo da recente nomeação
da namorada do ex-diretor do
Dnit Luiz Antônio Pagot como
assessora parlamentar pelo suplente de Blairo Maggi, o senador Cidinho Santos (PR-MT). ■
iG (www.ig.com)
10 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
Marcos Issa/Bloomberg
BRASIL
PESQUISA
Produção industrial cai em 12 estados
A produção industrial medida pela Pesquisa Industrial Mensal Produção
Física — Regional caiu em 12 dos 14 locais pesquisados em setembro.
Os dados, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), apontam que as quedas mais acentuadas foram
registradas em Goiás (-2,9%), eliminando parte do avanço de 10,2% do
mês anterior, Rio de Janeiro (-2,7%), Paraná (-2,6%), Santa Catarina
(-2,2%), Espírito Santo (-1,9%), Ceará (-1,6%) e Minas Gerais (-1,4%). ABr
Estados reclamam das dificuldades
em implementar a Resolução 13
Secretários de Fazenda dizem que não têm departamentos específicos para fiscalizar conteúdo nacional
Gustavo Machado
[email protected]
Apesar das definições do Conselho de Política Fazendária (Confaz) sobre a regulamentação da
Resolução 13, que tenta acabar
com a guerra dos portos, os secretários continuam a reclamar
sobre as dificuldades que preveem para implementar as novas regras.
A nova forma de cobrança de
Impostos sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS)
interestadual para importados,
segundo eles não prejudica apenas os empresários, mas tam-
bém os estados. Há poucas semanas para a virada do ano, quando a resolução entra em vigor,
eles dizem que ainda não possuem departamentos definidos
para fiscalizar o conteúdo nacional das indústrias locais, o principal ponto de dúvida.
Segundo a resolução, caso
um produto industrializado tedos — alcançado ontem em reunha mais de 40% de conteúdo
nião entre os secretários estaimportado, 4% do ICMS interesduais e o secretário-executivo
tadual será cobrado pelo estado
do Ministério da Fazenda, Nelde origem, e os 14% restantes
son Barbosa — facilitará a troca
pelo de destino.
de experiências entre as unidaPara Cláudio Trinchão, coordedes da Federação.
nador do Confaz e secretário da
“São milhões de operações peFazenda do Maranhão, 2013 será
las quais passam um item indusum ano de adaptação. “As duas
trializado. No início, será feito
partes (estados e empresários) souma mágica grande para acomfrerão as consequências de uma
panhar tudo isso. Estamos nos
redação que não foi
preparando, mas só
discutida com o Conna prática saberePara
faz. Somos tão vítiquais serão os
coordenador mos
mas quanto os converdadeiros probledo Confaz,
tribuintes”, alarma
mas com a resoluo secretário.
ção”, afirma.
estados são
Segundo ele, ao
Na última quartavítimas das
longo do próximo
feira, o Confaz definovas regras niu pontos imporano serão criados
em seu estado novos
tantes sobre a regudispositivos de controle e equilamentação da resolução. Será
pes especializadas na fiscalizaconsiderado conteúdo importação da indústria. “A Receita Fededo apenas o valor registrado na liral irá ajudar as equipes técnicas
cença importação, ou seja, cusa fiscalizar os certificados de contos adicionais referentes à importrole e as notas fiscais eletrônitação, como frete e desembaracas. Serão nossos instrumenço, serão considerados valor
tos”, explica Trinchão.
agregado. Além disso, a nova forCom discurso semelhante, seu
ma de cobrança do ICMS será feicolega do Paraná afirma que os
ta em todas as movimentações
problemas só aparecerão após a
interestaduais da carga, e não
resolução começar a vigorar.
apenas na primeira. A regulaLuiz Carlos Hauly afirma tammentação ainda pode ser modifibém que o consenso entre os estacada até ser publicada. ■
Divulgação
Luiz Carlos Hauly: “No início, será feita uma mágica para acompanhar todo o processo produtivo”
Apenas 12% da importação recebem benefícios
Estados cujos programas
incentivaram mudança no ICMS
detêm pequena participação
Até o nono mês de 2012, apenas
12% das mercadorias importadas passaram pelos estados considerados responsáveis pela
guerra dos portos. Portos e aeroportos de Santa Catarina e Espírito Santo desembarcaram cargas que somaram US$ 19,1 bilhões neste ano.
A soma não chega à metade
do que o Porto de Santos, o
maior do país, registra de importações. Neste ano, o terminal
paulista já supera a marca de
US$ 42 bilhões em importação,
um recorde alcançado apesar
dos registros de queda dos desembarques em geral.
Os programas de desenvolvimento dos estados são responsáveis pelos créditos obtidos pelos importadores, que, segundo o governo e senadores que
aprovaram a Resolução 13, é
responsável pelo desequilíbrio
da indústria e das contas de outros estados.
No entanto, segundo o próprio coordenador do Conselho
de Política Fazendária (Confaz),
Claudio José Trinchão, o custo
de implementação da resolução
parece ser alto demais para acabar com um problema relativamente pequeno.
A maior parte da importação
feita por esses portos também
desmerecem tamanha movimentação dos estados. Nos três
principais portos dos estados,
Itajaí e São Francisco do Sul, em
Santa Catarina, e Vitória, no Espírito Santo, a maior parte dos
produtos desembarcados são de
insumos industriais.
Apenas no caso de automóveis de passeio, que possuem
participação relevante na pauta
de importação de Vitória, há a
justificativa de barrar bens de
FLUXO
Menos de 12% das importações passam por Espírito Santo
e Santa Catarina em 2012, em US$ bilhões
42,15
SANTOS - PORTO - SP
PARANAGUÁ - PORTO - PR
11,08
CAMPINAS - AEROPORTO - SP
10,93
RIO DE JANEIRO - PORTO - RJ
8,82
SAO PAULO - AEROPORTO - SP
RIO DE JANEIRO - PORTO
DE SEPETIBA - RJ
ITAJAÍ - PORTO - SC
8,35
6,78
VITÓRIA - PORTO - ES
6,57
7,13
MANAUS - PORTO - AM
5,47
SÃO SEBASTIÃO - PORTO - SP
5,41
SÃO FRANCISCO DO SUL - PORTO - SC
4,76
IMBITUBA - PORTO - SC 0,49
VITÓRIA - AEROPORTO - ES 0,47
Fonte: Secex
0
10
20
30
40
50
consumo duráveis que concorrem com a indústria nacional.
Os desembarques pelo Espírito Santo representam 23% da
importação total de veículos
com cilindrada superior a 1500.
Para Trinchão, a discussão sobre os benefícios fiscais fornecidos por estes estados serão deixados de lado após a definição
sobre a nova forma de cobrança
do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS)
interestadual, que está em discussão no Palácio do Planalto.
“A guerra dos portos é apenas a
ponta do iceberg. O correto seria discutir todo o problema, e
não apenas o das importações”,
diz o coordenador do Confaz.
“Na verdade, este problema é
tão pequeno, que a resolução só
trará dificuldades enquanto o todo ICMS não for modificado”,
afirma Trinchão, que também é
secretário da Fazenda do estado
do Maranhão. ■ G.M.
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 11
PODER ONLINE
>>> Leia mais em www.ig.com/poderonline
FERNANDO MOLICA
[email protected]
Gilberto Nascimento/Ag. Camara
CURTAS
➤
●
Sérgio Cabral ainda
acredita que Dilma
Rousseff dará uma solução
favorável ao Rio no caso dos
royalties. Mas sua confiança já
foi maior — teme que o problema
vá parar no Supremo Tribunal
Federal. O governador do
Rio ficou meio macambúzio
depois da conversa que teve
ontem, por telefone, com a
presidente. Ela se comprometeu
a defender o estado, mas não
garantiu que vetará o projeto
aprovado pelo Congresso.
➤
●
Liderança na Câmara
O PMDB-RJ está de olho na liderança do partido na Câmara dos Deputados — o lugar ficará vago com a provável eleição de Henrique
Eduardo Alves (RN) para a presidência da Casa. Um dos integrantes da bancada fluminense, o deputado Eduardo Cunha não nega
que é candidato à vaga de Alves, mas seu nome não é consensual.
Parte dos peemedebistas do Rio articula a candidatura de Leonardo Picciani. Ex-secretário estadual de Habitação, Picciani é ligado
ao govenador Sérgio Cabral e é filho do presidente estadual do partido, o ex-deputado Jorge Picciani. ■
O deputado Jean Wyllys
(PSOL-RJ) representará
a Câmara dos Deputados no
encontro de parlamentares gays
que a Comissão de Direitos
Humanos (CIDH) da Organização
dos Estados Americanos (OEA)
promoverá em Bogotá,
nos próximos dias 19 e 20 de
novembro. O encontro tem o
objetivo de reunir deputados e
senadores gays ou defensores
da causa do mundo inteiro.
➤
●
➤
●
Não convidem para a
mesma mesa o deputado
Alessandro Molon (PT-RJ)
e o ministro das Comunicações,
Paulo Bernardo. Enquanto
o ministro pregava que
a neutralidade da rede no
novo Marco Civil da internet
deve ser definida pela Agência
Nacional de Telecomunicações
(Anatel), o deputado quer
que as regras sejam
explicitadas pelo Executivo
por decreto da presidente
Dilma Rousseff. A votação
do projeto, que deveria
ocorrer nesta quarta-feira,
foi adiada mais uma vez.
➤
●
A Juventude do PSDB
fará neste sábado uma
reunião na Assembleia
Legislativa de São Paulo.
A exemplo do que caciques
do PSDB defenderam depois
da derrota de José Serra (PSDB)
na eleição municipal,
a pauta do encontro será
a renovação do partido.
O DEM mato-grossense
iniciou discreta articulação
que vai dar o que falar:
interlocutores do partido
sonham em convencer o ministro
Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal, a entrar na
disputa pelo governo do Mato
Grosso em 2014. A sugestão é
que Gilmar Mendes renuncie ao
mandato no STF às vésperas do
período de desincompatibilização,
e assuma a candidatura com
apoio do DEM, PMDB, PSDB e
com a possibilidade de atrair
outros partidos, como o PDT.
“Se ele aceitar, será um nome
de consenso entre as forças
políticas de Mato Grosso.
Com o fim do mandato do
atual governador abre-se um
boqueirão enorme para um
novo projeto político em Mato
Grosso”, diz um dos entusiastas
da ideia, o deputado (DEM-MT)
e ex-governador Júlio Campos.
➔
Colaboraram Vasconcelo
Quadros e Marcel Frota
Fifa define seis sedes de 2013
A presente Instituição aderiu ao Código
ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas
para a Atividade de Private Banking no
Mercado Doméstico.
Pedro Ladeira/AFP
Marin: “Copa das Confederações é uma oportunidade imperdível”
Copa das Confederações será
em Recife, Fortaleza, Rio, Belo
Horizonte, Brasília e Salvador
A Fifa anunciou ontem que a Copa das Confederações será disputada em seis sedes, incluindo
Recife, que esteve em dúvida
para o torneio devido a atrasos
nas obras, mas a federação internacional voltou a demonstrar preocupação com o ritmo
dos preparativos do Brasil.
As outras cidades confirmadas para o torneio de 2013, que
serve como principal teste para
a Copa do Mundo de 2014, são
Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro e Salvador.
Walter De Gregorio, diretor
de comunicação da Fifa e representante da entidade no evento
em que as sedes foram confirmadas, ressaltou que apenas dois es-
tádios estão dentro do cronograma inicial: Belo Horizonte e Fortaleza, já que a Fifa havia determinado dezembro deste ano como limite para a entrega das arenas da Copa das Confederações.
“Pela primeira vez postergamos o prazo em dois meses, para o final de fevereiro”, disse.
“Mas estamos preocupados,
pois os estádios não serão entregues como planejados desde o
início... Chegamos a um ponto
que não há retorno, e temos
pouco tempo”, disse.
A Arena Pernambuco está
com 70,5% de seus trabalhos concluídos, segundo estimativa da
construtora responsável pelas
obras, após a instalação da cobertura da Ala Sul e da fixação de
três módulos da estrutura superior. O prazo de conclusão é fevereiro de 2013, quatro meses antes
da Copa das Confederações.
A Fifa já havia selecionado as
seis cidades para a competição,
mas o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, colocou em dúvida se os seis estádios estariam
prontos a tempo, e a arena de Recife era a que mais preocupava.
O governo e o comitê organizador local (COL), por outro lado, sempre mostraram confiança na manutenção da capital
pernambucana no torneio.
“A Copa das Confederações é
uma oportunidade que nenhuma sede, o COL e a Fifa gostariam de deixar escapar. Pela primeira vez metade dos estádios
da Copa do Mundo serão entregues e testados um ano antes”,
disse o presidente do COL, José
Maria Marin. No entanto, ele admitiu atrasos nos preparativos
para o torneio, que será um teste para o Mundial de 2014. “Ao
analisar os relatórios técnicos, a
Fifa, o COL e o governo federal
identificaram que em alguns casos o cronograma é apertado”.
A Copa das Confederações será disputada de 15 a 30 de junho
e é considerada um teste para o
Mundial de 2014. Os ingressos
serão vendidos a partir de 3 de
dezembro. Estão confirmadas
para o torneio as seleções de Brasil, Espanha, Itália, Uruguai, México, Japão e Taiti. Falta apenas
definir o representante africano,
que sairá da Copa Africana de Nações. O Brasil vai abrir o torneio
em Brasília, no dia 15 de junho,
e a final será disputada no Maracanã, no dia 30 de junho. ■
Ser cliente Banco do Brasil
Private é poder contar com
a expertise e a capacitação
internacional de
profissionais CFP.
Banco do Brasil Private.
Bom para você
que é único.
Patricia Calori, CFP ®
Gerente Private
A marca CFP®
pertence ao Financial
Planning Standards Board Ltd. para uso
fora do território norte-americano. No Brasil,
entidade autorizada pelo FPSB para
6$& ‡ 2XYLGRULD %% ‡ EEFRPEUSULYDWH
12 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
INOVAÇÃO & TECNOLOGIA
Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]
ProfCerto usa a internet para
melhorar ensino de idiomas
Idealizadores da plataforma esperam atender à demanda dos cursos cadastrando professores na rede
Carolina Marcelino
[email protected]
O mercado de idiomas está
aquecido. No último ano, cresceu 11% e a expectativa é que alcance o mesmo percentual neste ano. De olho nisso e nos estrangeiros que devem desembarcar no Brasil nos próximos
anos, foi lançado na internet o
ProfCerto, ferramenta cujo objetivo é criar um banco de dados
com professores que estejam à
procura de emprego.
Semelhante ao conceito da
Catho e Infojobs, o ProfCerto
funcionará como uma plataforma multilateral. Ou seja, é preciso ter o profissional e os interessados em seus serviços.
Uma das empreendedoras do
projeto, Rosangela Souza explica que a ideia surgiu após a identificarem uma queda no número de profissionais qualificados
disponíveis no mercado. “Com
o aumento das escolas de idiomas e suas franquias, o número
de professores bons e disponíveis diminuiu”, desabafa. Foi aí
que ela e sua sócia na empresa
“Cia de Idiomas” tiveram a
ideia deste projeto. Elas então
se juntaram a dois outros dois
sócios, empresários do ramo de
comunicação e publicidade, para lançar o ProfCerto.
Lançada em outubro, a ferramenta está disponível em um
primeiro momento apenas para
os candidatos, que podem se inscrever gratuitamente. Na primeira etapa, eles preenchem um cadastro, respondem a um teste escrito, depois um teste psicológico e por último gravam um vídeo respondendo 30 perguntas
No último ano, o
mercado de idiomas
cresceu 11% e a
expectativa é que
alcance o mesmo
percentual em 2012
na língua em que dominam.
O ProfCerto espera reunir até
o fim do ano pelo menos 5 mil
cadastros no seu banco de dados. Serão aceitos professores
de inglês, espanhol, francês, aleFotos: divulgação
Empresária Rosangela Souza sentiu falta de bons profissionais disponíveis no mercado para lidar com estudantes de todas as idades
mão, russo, mandarim e português. “Os professores já estão
sendo convidados a preencher
um cadastro e a realizar teste escrito, pedagógico e comportamental, além de convidar colegas a postar referências e ainda
postar um vídeo falando o idioma que ensina. Tudo de graça.
Depois, é só esperar pelas ofertas de trabalho de escolas de
idiomas e/ou alunos particulares”, afirma a empresária.
A receita da nova empresa virá da demanda dos alunos particulares e das escolas interessadas. Para acessar os testes dos
candidatos, os interessados terão de pagar. “Vai funcionar como uma espécie de crédito. Por
exemplo, você compra R$ 100
de crédito e ele vai acabando
conforme você for visualizando
os perfis dos candidatos”, acrescenta. O valor médio para comprar é de R$ 25.
“Um dos diferenciais do ProfCerto é que ele otimiza o tempo
do recrutador, minimiza os investimentos com recrutamento e seleção (análise de currículos, testes e entrevistas) e ainda contribui consideravelmente para uma
contratação acertada, ou seja,
mais alinhada com as necessidades e expectativas do contratante. Além disso, foi possível subsidiar a participação do professor,
deixando o serviço grátis para
ele. Com isso, conseguimos atrair
milhares de professores e, consequentemente, também atrair milhares de escolas e alunos que querem contratar professores particulares”, explica Rosangela. ■
Brasil Mais TI faz curso de introdução à tecnologia
Mais de 10 mil alunos já estão
inscritos na capacitação on-line
de projeto que tem apoio do MEC
O projeto Brasil Mais TI oferece
vagas gratuitas em cursos on-line de introdução à Tecnologia
da Informação (TI) para jovens
a partir de 16 anos. São nove
cursos livres com o objetivo de
oferecer profissionalização em
TI, como Aplicativos BrOffice,
Programação de Páginas Web e
Sistemas de Conectividade. As
vagas são ilimitadas e não há
processo seletivo para participação nos cursos.
Com início em Setembro de
2012, o projeto já possui mais
de 10 mil alunos cadastrados
nos cursos livres em todos os estados, principalmente na região Sudeste. Os principais cursos acessados pelos estudantes
são Programação de Páginas
Web, Arquitetura de Computa-
dores, Aplicativos BrOffice e
Sistemas Operacionais.
“Desenvolvemos o projeto
com o objetivo de despertar talentos em tecnologia, pois o setor enfrenta carência de profissionais qualificados. Oferecemos aos estudantes cursos livres em TI para que eles se familiarizem com o setor e possam
utilizar conhecimentos de informática em outras atividades cotidianas”, afirma Sergio Sgobbi,
Diretor de Educação e Recursos
Humanos da Brasscom.
Para os estudantes e profissionais com conhecimentos prévios em TI, o projeto oferece
cursos de programação em JAVA, .NET e Cobol.
O projeto conta ainda com
um Portal de Vagas gratuito,
em que os candidatos podem divulgar currículos e se concorrer a mais de 70 vagas que já estão sendo ofertadas. Qualquer
empresa de TI pode cadastrar
suas vagas gratuitamente e pesquisar candidatos entre os mais
de 5 mil currículos cadastrados
no Brasil Mais TI.
O Brasil Mais TI é uma iniciativa da Associação Brasileira das
Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), financiada pelo Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e apoiada pelo Ministério da Educação (MEC). ■ C.M.
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 13
SÉRGIO FALSARELLA JR.
Sócio-fundador da SER, empresa especializada
em soluções para Human Capital Management
O papel da TI para a retenção de talentos na era do pleno emprego
O Brasil tem muitos motivos
para comemorar por ter alcançado o marco histórico de 6%
ou menos de desemprego em
relação à população economicamente ativa, o chamado
“Pleno Emprego”. Essa estatística significa que uma parcela
cada vez maior da população
brasileira tem poder de consumo, o que movimenta a economia e gera crescimento. Mais
do que isso, é uma prova de
que a economia brasileira mantém-se forte, mesmo em um
momento de crise econômica
mundial.
Já para os profissionais e departamentos de Recursos Humanos das empresas, o cenário de pleno emprego se torna
uma realidade preocupante pela dificuldade em encontrar
mão de obra qualificada e
preencher suas vagas.
Se há dez anos as grandes
corporações conviviam naturalmente com um turnover
que atingia 30% ou 40% ao
ano (algumas chegavam a trocar até 90% de seus quadros
de funcionários) por existir
mão de obra abundante para
suprir essa troca, hoje em dia
contratar profissionais que efetivamente resolvam o problema das empresas não é só uma
dificuldade, mas também um
gargalo para o crescimento. Algumas empresas vêm rebaixando os requisitos de contratação, e ao invés de exigir formação fundamental, estão
aceitando profissionais que
não foram além do 5º ou 6º
anos completos.
Para dificultar ainda mais o
cenário, alguns setores da atividade econômica vivem uma explosão de abertura de vagas. O
de tecnologia da informação,
por exemplo, encerrará o ano
de 2012 com aproximadamente
70 mil vagas não preenchidas
em todo o país.
As áreas de Mineração, Pe-
A verdade é que,
a partir do momento
em que a empresa
se torna grande
a ponto de os
diretores não
conhecerem mais
todas as pessoas
pelo nome, fica
cada vez mais difícil
gerir o capital
humano sem
tecnologia
tróleo e Gás também são muito
promissoras e a estimativa é
de que 400 mil posições de trabalho sejam abertas nos próximos três anos.
É por isso que as palavras de
ordem dentro dos departamentos de RH atualmente são re-
ter, reter e reter. Ainda mais
quando estamos falando dos
principais talentos, que fazem
a diferença no resultado da empresa. E é por isso também que
as empresas estão investindo
cada vez mais em processos para gerir seu capital humano,
com o objetivo de conhecer
melhor seus colaboradores, saber quem são seus principais
talentos e mantê-los concentrados para trazer os melhores
resultados possíveis.
Diante desse cenário, a tecnologia da informação para a
gestão do Capital Humano, as
chamadas soluções de Human
Capital Management, nunca foram tão importantes. Mais do
que garantir que a empresa tenha as informações históricas
de cada funcionário à mão, ela
auxilia o gestor de Recursos
Humanos em duas tarefas difíceis, porém vitais para a empresa: saber quem são os talentos que devem ser retidos e
prover ferramentas de gestão
à liderança.
A verdade é que, a partir do
momento em que a empresa se
torna grande a ponto de os diretores não conhecerem mais todas as pessoas pelo nome, fica
cada vez mais difícil gerir o capital humano sem tecnologia.
As soluções modernas permitem um nível de conhecimento
tão grande sobre as equipes e
as pessoas, que possibilita à liderança retirar de seus liderados o melhor resultado.
No fim das contas, são essas
lideranças que identificarão
quem são os talentos que devem e merecem ser valorizados, desenvolvidos e sucederão
as lideranças atuais no futuro,
garantindo ao departamento de
RH de uma grande empresa seu
principal papel, ou seja, o de
criar políticas e modelos de gestão de pessoas para que as empresas consigam realizar sua estratégia corporativa. ■
14 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
EMPRESAS
Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected]
Subeditoras: Rachel Cardoso [email protected]
Patrícia Nakamura [email protected]
MMX vai investir R$ 2 bi em
Serra Azul no ano que vem
Mina receberá maior parte dos investimentos, de R$ 4,8 bilhões, em 2013 para iniciar as operações em 2014
Murillo Constantino
Ana Paula Machado
[email protected]
A mina de Serra Azul, da MMX,
em Minas Gerais será prioridade da companhia no próximo
ano. A empresa deverá investir
no projeto cerca de R$ 2 bilhões
para por a mina em operação. A
expectativa é que a extração de
minério comece em 2014.
“Este ano, já investimos R$ 400
milhões nesse projeto, que está
seguindo o cronograma”, disse
o presidente e diretor de relações com investidores, Guilherme Escalhão.
Segundo ele, a companhia
aguarda a liberação da linha de
financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para depois buscar recursos em instituições financeiras internacionais.
O valor total do investimento
da companhia será de R$ 4,8 bilhões. No início deste mês, o
projeto foi enquadrado no BNDES e a liberação de recursos deve ocorrer até julho de 2013.
“Vamos em busca de linhas
de crédito de instituições europeias e asiáticas. Mas grande
parte do projeto será financiado
via BNDES”, disse Escalhão.
A mina de Serra Azul terá capacidade de produção de 29 milhões de toneladas de minério
de ferro por ano. A previsão é
que a nova planta de beneficiamento esteja em operação em
2014. A usina será a primeira do
Brasil com capacidade para beneficiar, em larga escala, itabirito compacto, material rochoso
abundante na região. Para o escoamento da produção, a nova
planta de beneficiamento de minério de ferro contará com mineroduto de aproximadamente
7 quilômetros de extensão interligando a mina ao terminal ferroviário da MMX Sudeste Mineração, a ser construído ao lado
da ferrovia da MRS Logística. O
projeto ainda contempla a construção de adutoras e estrutura
para transmissão de energia.
“Os equipamentos já foram
comprados e no ano que vem
EM RECUPERAÇÃO
Desempenho da MMX no terceiro trimestre deste ano
3º TRI/2012
3º TRI/2011
PRODUÇÃO
2,2 MILHÕES DE TONELADAS
2 MILHÕES DE TONELADAS
VENDAS
1,9 MILHÃO
2,11 MILHÕES DE TONELADAS
PREJUÍZO LÍQUIDO
R$ 112,1 MILHÕES
R$ 305,7 MILHÕES
RECEITA
R$ 245 MILHÕES
R$ 273 MILHÕES
Fonte: empresa
vamos começar as obras civis
na mina. Por isso, acredito que
2013 será o ano em que desembolsaremos a maior parte dos
investimentos”, afirmou o executivo.
Antes da mina entrar em operação, a MMX conclui as obras
do Superporto do Sudeste, em
Itaguaí, no Rio de Janeiro. Lá a
empresa terá capacidade para
movimentar 50 milhões de toneladas por ano. Segundo Escalhão, a companhia já recebeu
os equipamentos para o pátio
ferroviário, como os viradores
de vagão. Além disso, a infraestrutura para a instalação do sistema de correias transportadoras também está em fase de
conclusão.
“2013 é o ano de entrada em
operação do Porto. Em dois ou
três anos, teremos a capacidade
instalada com a produção da Mina de Serra Azul, o contrato
com a Usiminas e a Mina de Pau
de Vinho, que também é da Usiminas. Mas, até a entrada em
operação desses projetos haverá janelas que poderão ser
preenchidas com contratos de
exportação de minério de outras companhias”, comentou o
executivo.
Segundo ele, a Mina de Serra
Azul será responsável pela movimentação de 29 milhões de toneladas por ano, a Usiminas 12
milhões e a Mina de Pau Vinho,
outros 7 milhões de toneladas
de minério.
Para este ano, Escalhão acredita que a companhia vai conse-
Escalhão: “Vamos em busca de financiamento externo em 2013”
guir atingir as metas de produção de minério de ferro. Segundo ele, no terceiro trimestre a
MMX recuperou as perdas apuradas nos trimestres anteriores.
A produção da companhia foi
de foi de aproximadamente 2,2
milhões de toneladas de minério de ferro, quantidade 13%
mais alta na comparação com o
mesmo período do ano passado.
A produção do Sistema Sudeste
(Minas) foi de 1,7 milhão de toneladas, recorde da MMX. ■
Greves afetam ganhos da Anglo Gold
Terceira maior produtora de
ouro do mundo registrou lucro
de US$ 235 milhões
Carlo Cooke
Bloomberg
A Anglo Gold Ashanti, terceira
maior produtora de ouro do mundo, registrou lucro de US$ 235
milhões no terceiro trimestre,
uma queda de 6,2% em comparação com o mesmo período do
ano passado. A paralisação de
funcionários em jazidas na África do Sul prejudicou o desempenho da companhia. Em Gana, a
empresa também teve problemas na produção.
No Brasil, a companhia possui operações nos estados de Minas Gerais e Goiás.
Greves de funcionários das jazidas de platina na África do Sul
se disseminaram para as operações de ouro, carvão e cromo
em 10 de agosto, enfraquecendo a atividade mineral do país.
O ministro das Finanças, Pravin
Gordhan, cortou a previsão de
aumento no Produto Interno
Bruto sul-africano de 2,7% para
2,5% este ano. O preço do ouro,
Alta de 2,5% na
cotação do ouro
compensou
atrasos na produção
das jazidas
sul-africanas
que avançou 2,5% no trimestre,
ajudou a conter as perdas.
De acordo com a Anglo Gold,
quase todas as jazidas voltaram
ao funcionamento normal em
25 de setembro. Por conta das
paralisações, houve uma queda
de 4% no volume total de produção. A Standard & Poor’s disse
em relatório no dia 18 que poderá cortar a classificação de risco
da companhia.
A produtora de ouro, que tem
como principais concorrentes a
Barrick Gold Corp. e a Newmont Mining Corp., extrai um
terço de sua produção na África
do Sul, onde tem 25 mil funcionários. No trimestre, a onçatroy do ouro (pouco mais de 35
gramas) encerrou o trimestre
valendo US$ 1.653, levemente
acima dos US$ 1.612 no trimestre anterior. Entre julho e setembro, a companhia produziu
1,07 milhão de onças-troy de
ouro, uma queda de 1% em comparação com o ano anterior. ■
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 15
Herb Swanson/Bloomberg
ALIMENTOS
Green Mountain lança máquina de expresso
A companhia de café Green Mountain está lançando uma máquina
de café expresso, a Keurig Rivo, que vaporiza leite fresco. Enquanto a
máquina de expresso Verismo, da Starbucks, e a Tassimo, da Kraft Foods,
utilizam leite em pó ou concentrado para produzir cafés especiais,
a Keurig Rivo aceita leite fresco mantido no refrigerador. O preço
inicial da nova máquina da Green Moutain será de US$ 299,99. A Green
Moutain é fabricante das máquinas Keurig e da tecnologia K-Cup.
Divulgação
Produção
de açúcar
supera a do
ano anterior
Cosan foca
em energia
e logística e
cresce 348%
tá concluída. Na ocasião, a
transação rendeu R$ 454 milhões à produtora de açúcar e
álcool. “Não temos interesse
de nos desfazer de novos atiJuliana Ribeiro
vos, porque o portfólio já está
[email protected]
adequado à nossa estratégia”,
Mesmo em um momento em
explicou.
que o setor sucroenergético enNa parte de logística, a Rufrenta os desafios de menor demo cresceu 2% em receita no
manda, queda de preços e properíodo, saltando dos R$ 213,7
dução abaixo do esperado, a Comilhões no mesmo período/sasan registrou lucro líquido
fra do ano passado, para R$
348,1% superior ao seu primei217,9 milhões. O resultado é
ro trimestre do atual ano safra e
reflexo, em parte, dos investifechou o período com R$ 283,2
mentos de R$ 1,4 bilhão que o
milhões. No mesmo período, a
grupo vem fazendo em logístireceita líquida da companhia
ca e infraestrutura desde
cresceu 3,4% e ficou em R$ 7,03
2010, com previsão de conclubilhões. Desse total, R$ 5,4 bisão em 2015.
lhões foram faturados com as
Em outubro, a companhia
operações da Raízen combustíinaugurou em Itirapina (SP)
veis. “Estamos satisfeitos com o
um novo terminal para carregatrimestre, resultado dos esformento de açúcar, com capaciços da companhia em aperfeidade para movimentar 12 miçoar operações, reduzir custos e
lhões de toneladas do produto
aumentar a eficiência”, declapor ano e investimentos da orrou Marcos Lutz, presidente do
dem de R$ 200 milhões.
grupo Cosan.
As operações da Radar, subO anúncio dos resultados da
sidiária da companhia criada
companhia foi feito três dias
no final de 2008 para atuar no
depois de confirmada a conclumapeamento e administração
são do processo de aquisição
das terras da empresa, tiveram
da Comgás, depois que o Concrescimento de 10,1% na receiselho de Administração e Defeta, embora seu desempenho
sa Econômica (Cade), aprovou
ainda não conste nos resultaa transação. “A aquisição desdos gerais da companhia.
sa companhia faz parte do traO volume saltou de R$ 19 mibalho de forçarmos nosso porlhões no mesmo período de
tfólio em energia e infraestru2011 para R$ 20,9 milhões no setura”, expligundo trimescou Lutz.
tre da safra
Nesse senti- RESULTADOS
2012/13.
do, o executiA participavo lem b rou Desempenho do grupo Cosan,
ção societária
que a venda de em R$ bilhões
da Cosan no ne100% da Cogócio, que tem
8
2º Tri safra 11/12
san Alimenfundos de in2º Tri safra 12/13
6,8 7,0
7
tos, incluindo
vestimentos coa marca União
mo sócios, sal6
— cujo desemtou de 18,9%
penho ainda
para 37,7%.
5
aparece nos re“Vemos a possi4
sultados desse
bilidade de chetrimestre — no
gar próximo
3
final de maio,
de 50%, mas
2
com o grupo
não nos interesCamil foi parte
sa um IPO”,
1
0,68 0,72
0,63
da estratégia
disse Marcelo
0,28
0
para focar esMartins, CFO e
RECEITA
LUCRO
EBITIDA
forços nos dois
diretor de RelaLÍQUIDA
LÍQUIDO
segmentos de
ções com Invesatuação e já es- Fonte: empresa
tidores. ■
Condições climáticas favoráveis
e mais empresas em atividade
favoreceram desempenho
Reuters
Reuters
Lucro da companhia chegou a
R$ 283 milhões no trimestre,
fruto do plano de investimentos
Marcos Lutz, da Cosan: mercado em 2013 será desafiador
Raízen se destaca
em cenário difícil
Ações da Cosan chegaram
a valorizar 3,51% ao meio-dia
com resultados positivos
O desempenho da Raízen tanto
nas operações de combustíveis
quanto na frente de geração de
energia se destacaram na soma
dos resultados do grupo Cosan.
Com a receita total no período quadruplicada, as ações da
companhia estiveram entre as
que mais subiram nesta quintafeira. Por volta das 12h11, minutos após a conferência de resultados, os papeis subiam 3,51%,
a R$ 39,85. No final, os papéis
da Cosan fechou o pregão com
ganho de 2,26%, negociados a
R$ 39,37.
A companhia registrou crescimento de 4,8% nas vendas de
combustíveis, no período, saltando de 5,3 bilhões de litros no
ano passado, para 5,5 bilhões de
litros. A receita teve alta de
10,1% e ficou em 10,9 bilhões.
Questionado sobre o interesse em operações de aquisições
nos Estados Unidos - onde a Copersucar anunciou na segundafeira, o início de suas operações
a partir de compra da distribuidora Eco-Energy, Marcos Lutz,
presidente da Cosan, afirmou
não ter interesse em movimento semelhante naquele mercado, já que as características não
condizem com a forma de atuação e planos da companhia.
Na frente de energia, o volume de cana-de-açúcar moída
saltou de 26,3 milhões de toneladas para 27,3 milhões de toneladas. A produção de açúcar teve
crescimento mais tímido, de
1%, saltando de 2,13 milhões de
toneladas para 2,15 milhões de
toneladas. “Isso significa que incrementamos na área plantada,
mas o ATR — concentração de
açúcar na planta, ainda está em
níveis baixos”, explicou Lutz.
Segundo o executivo, a próxima safra deverá ter maior volume de cana para moagem,
“mas o adicional será para compensar a baixa produção de açúcar, o que deve manter o volume do produto”. Ele acredita
que a safra 2013/14 será difícil
tanto para açúcar quanto para
o álcool, com dificuldade de
rentabilidade. “Por isso estamos focando na eficiência operacional e redução de custos, a
fim de minimizar os impactos
desse cenário”. ■ J.R.
A produção de açúcar do Centro-sul do Brasil atingiu 29,34
milhões de toneladas até 1º de
novembro, superando pela primeira vez neste ano o volume
produzido na mesma época do
ciclo anterior, com alta de
0,13%, mostraram dados da
União da Indústria de Cana-deAçúcar (Unica).
“Além das condições climáticas favoráveis à colheita, a moagem verificada nos últimos 15
dias de outubro foi favorecida
também pelo maior número de
empresas em operação relativamente a igual período de 2011”,
informou a Unica.
Levantamento da Unica indica que até o final de outubro
deste ano apenas 19 usinas haviam encerrado a safra, contra
97 unidades até a mesma data
do ano anterior.
Já a produção de
etanol no acumulado
da safra até 1º de
novembro recuou
4,65%, para 18,24
bilhões de litros
Chuvas atípicas entre no início desta temporada atrasaram
o início da safra nesta temporada, com a Unica apontando
uma queda de 40 na moagem de
cana em 30 de abril, primeiro
mês do ciclo, na comparação
com o ciclo anterior.
Salto na quinzena
Na segunda quinzena de outubro, a produção de açúcar teve
um salto de 73, somando 2,55
milhões de toneladas. A moagem no período avançou 56,5,
para 36,2 milhões de toneladas, ante igual intervalo de
2011. No acumulado do ano,
no entanto, a moagem ainda
apresentou pequena retração
de 1, somando 455,5 milhões
de toneladas.
Já a produção de etanol no
acumulado da safra até 1º de novembro, recuou 4,65%, para
18,24 bilhões de litros. Na quinzena, a produção total de etanol
avançou 54,5%. ■
16 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
Reprodução
EMPRESAS
TURISMO
Decolar.com lança site para aluguel de carros
A Decolar.com anunciou ontem o lançamento de um novo serviço,
a plataforma Carros. Pela nova área do site é possível que
os usuários pesquisem preços e realizem reservas em algumas das
maiores locadoras de carros de todo o mundo, como Avis, Budget,
Hertz e Unidas. Na página da Decolar.com, há opções de locação
tanto para viagens nacionais como para internacionais,
com carros disponíveis nos maiores aeroportos do mundo.
Murillo Constantino
Braskem deve
investir com
maior cautela
durante 2013
Mesmo com melhora no câmbio e maior
participação no mercado, prejuízo no
terceiro trimestre foi de R$ 124 milhões
Gabriel Ferreira
[email protected]
A Braskem, maior petroquímica das Américas, apresentou
prejuízo de R$ 124 milhões no
terceiro trimestre deste ano.
Apesar de negativo, o número é
melhor do que o resultado obtido no trimestre anterior, quando o prejuízo da companhia foi
de R$ 1 bilhão, mesmo valor registrado no terceiro trimestre
de 2011. “Os prejuízos estão
muito ligados à questão cambial, já que nosso endividamento é em dólar. Por isso, apesar
da melhora da situação, não temos condições de dizer se vamos apresentar lucro no próximo período”, diz Carlos Fadigas, presidente da companhia.
Além das questões cambiais,
contribuiu para a redução no
prejuízo da Braskem o aumento
da demanda interna por resinas, combinado com um crescimento da participação da fabricante no mercado interno. “Gostaria que o aumento da demanda fosse um sinal de aquecimento do mercado, mas na verdade
isso é um fator sazonal”, diz Fadigas. O mercado brasileiro de
resinas no terceiro trimestre
REAÇÕES QUÍMICAS
Os resultados trimestrais
da Braskem
Fadigas, da Braskem: governo precisa estudar medidas de estímulo para setor voltar a investir no país
RECEITAS, EM R$ BILHÕES
3º TRI/2011
10,3
4º TRI/2011
10,3
1º TRI/2012
9,8
2º TRI/2012
10,8
3º TRI/2012
11,2
0
2
4
6
8
10
12
LUCRO, EM R$ BILHÃO
3º TRI/2011
-1,0
4º TRI/2011
-0,2
1º TRI/2012
1,5
2º TRI/2012
-1,0
3º TRI/2012
-0,1
-1,5
3,0
DIVISÃO DOS NEGÓCIOS, NO 3º TRI/2012
MERCADO DOMÉSTICO
EXPORTAÇÕES
59%
22%
NEGÓCIOS INTERNACIONAIS 14%
REVENDA 5%
0 10 20 30 40 50 60
Fonte: empresa
deste ano chegou a 1,3 milhão
de toneladas, um crescimento
de 18% em comparação com o
registrado no trimestre anterior
e de apenas 1% em relação ao
mesmo período de 2011.
A participação da Braskem
no mercado brasileiro de resinas no trimestre foi de 70%, um
aumento de 5 pontos percentuais na comparação com o que
registrava no terceiro trimestre
de 2011. “Temos feito um esforço para aumentar o market share, mas ainda é muito cedo para
falarmos qual será nosso limite”, afirma o executivo. As vendas para o mercado doméstico
representam 59% dos negócios
da Braskem. Com o crescimento da participação da Braskem
no mercado nacional, a empresa conseguiu aumentar a receita bruta para R$ 11,2 bilhões,
um crescimento de 8% na comparação com o terceiro trimestre de 2011.
Para o próximo ano, o executivo prevê um cenário macroeconômico um pouco mais tranquilo, com estabilização da economia americana e um início de solução para a crise da dívida europeia. “Vou me permitir ser um
pouco otimista.”
Mesmo com essa perspectiva, ele acredita que plano de investimentos para o próximo
ano, que ainda está em estudo
pela direção da Braskem deve
ser mais conservador do que o
realizado em 2012. “Tudo indica
que os investimentos serão
mais cautelosos do que os deste
ano”, diz. Até o fim do terceiro
trimestre, a Braskem investiu
R$ 1,4 bilhão. A previsão é que
até o fim do ano sejam investidos mais R$ 300 milhões, de
acordo com o planejamento traçado no início de 2012.
Para 2013, boa parte dos investimentos deve ser concentrada no projeto de construção de
uma nova planta da Braskem no
México. “O projeto está em fase
de conclusão dos contratos, que
devem ser assinados dentro de
poucas semanas”, afirma Marcela Drehmer, vice-presidente de
finanças da companhia.
Ajuda do governo
Para que o setor petroquímico
volte a intensificar os investimentos no Brasil, Fadigas acredita que é importante que haja
incentivo do governo. “Representamos o terceiro maior PIB
industrial do país. Somos um setor tão importante quanto outros que costumam ser beneficiados pelas medidas de estímulo do governo”, diz. As propostas do setor, agrupado em um
plano apresentado no primeiro
semestre deste ano, têm como
eixos fundamentais as desonerações das matérias-primas e
dos investimentos e o estímulo
à inovação. ■
Murillo Constantino
WTorre formaliza parceria
Construtora vai investir
em complexos logísticos
com a australiana Goodman
O grupo australiano Goodman e
a WTorre firmaram ontem uma
joint venture, que se chamará
WTGoodman, com objetivo de
investir em complexos logísticos e industriais.
Pelo acordo, a WTorre contribuirá com empreendimentos já existentes e a Goodman
aportará recursos para o desenvolvimento dos projetos, in-
cluindo as obras de infraestrutura e construção até o valor de
US$ 177,5 milhões australianos
(R$ 341 milhões).
A joint venture buscará desenvolver projetos logísticos e
industriais de primeira linha e
contribuir para que esses empreendimentos se tornem parte
de uma parceira de investimento patrocinada por investidores
globais de private equity.
O portfólio de lançamento inclui Cajamar e Itupeva, em São
Paulo; e o International Busi-
ness Park (IBP) e Nova Índia,
no Rio de Janeiro.
O Conselho da nova empresa
será composto por quatro representantes, sendo dois da WTorre, Paulo Remy e Walter Torre
Junior, e dois da Goodman, Gregory Goodman e Danny Peeters. Cesar Nasser foi nomeado
o diretor presidente da WTGoodman. O Banco BTG Pactual
atuou como assessor financeiro
exclusivo da WTorre e seus acionistas controladores nesta transação. ■ Redação
Walter Torre: projetos logísticos no Rio de Janeiro e São Paulo
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 17
Mario Anzuoni/Reuters
TECNOLOGIA
Sony produzirá PlayStation 3 no Brasil
O presidente da Sony no Brasil, Osamu Miura, confirmou que a
empresa pretende iniciar a produção do PlayStation 3 na
Zona Franca de Manaus no primeiro semestre de 2013. A Sony Brasil
tem intenção de investir cerca de R$ 100 milhões para produzir
o produto no Brasil. O projeto foi aprovado no último dia 17 de outubro
pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).
O PlayStation 3 no Brasil custa hoje cerca de R$ 1.399.
Daniel Acker/Bloomberg
Positivo tem receita
trimestral 8% maior
de 2011. Do total, foram vendidos 127,7 mil desktops e 491,8
mil notebooks, representando
79,4% das vendas.
“A evolução da representatiRedação
vidade dos portáteis no mix é
[email protected]
resultado da entrega de maior
A Positivo Informática inforquantidade de laptops educamou ontem que registrou lucro
cionais para um projeto de golíquido de R$ 5,5 milhões no terverno, bem como da crescente
ceiro trimestre de
preferência pela
2012, valor 73,9%
No trimestre, mobilidade por parsuperior ao ganho
dos consumidoa companhia te
de R$ 3,2 milhões
res finais” diz a emproduziu 491,8 presa. O preço mévisto um ano antes.
Em seu demons- mil notebooks
dio dos computadotrativo financeiro, a
res, diminuiu 5,5%
e 127,7 mil
companhia esclareante o terceiro tridesktops
ce que os números
mestre de 2011, pareferentes às contas
ra R$ 893,90.
de receita líquida, lucro e ao
Parceria
Ebitda foram ajustados neste
A Estácio Participações e a Podocumento.
sitivo Informática firmaram,
A estas contas foi somada a
parcela referente à subvenção
para investimentos que foi contabilizada como passivo circulante e que será reconhecida
no resultado à medida que os investimentos obrigatórios em
pesquisa e desenvolvimento sejam amortizados.
“O intuito desse ajuste é comunicar ao investidor como seriam os resultados considerando a totalidade da subvenção para investimentos incorrida no
período”, pondera a Positivo.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (no conceito Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 21,8 milhões, o que representa uma
queda de 12,1% em relação ao
terceiro trimestre de 2011.
Fabricante de equipamentos de
informática produziu 619,6 mil
unidades entre julho e setembro
no mês passado, uma parceria
para ofertar tablets aos alunos
da instituição.
A expectativa da Estácio,
uma dos maiores conglomerados de ensino superior do país,
é entregar quase 8,5 mil tablets
Positivo modelo Ypy 10 para os
estudantes, economizando
anualmente seis milhões de páginas de papel.
O produto da Positivo utiliza
o sistema operacional Android
3.2 customizado para o português. Além disso, conteúdos exclusivos para atender aos alunos da Estácio, como a Lousa Digital e a Loja Estácio. Segundo a
empresa, entre os recursos oferecidos pelo tablet está o acesso
a todos os livros do material didático do semestre, biblioteca
virtual da Estácio, simulados e
planos de aula. ■
Divulgação
Receita em alta
Já a receita líquida cresceu 8%
na base de comparação anual,
para R$ 528,3 milhões.
No trimestre, as vendas de
computadores totalizaram 619,6
mil unidades, caracterizando
uma queda de 11,3% frente ao
período entre julho e setembro
Linha de produção da Positivo: parceria com Estácio para tablets
Loescher, da Siemens: ”sabemos o que temos que fazer e faremos”
Siemens planeja
economizar ¤ 6 bi
Analistas esperavam que a
empresa cortasse entre ¤ 2 bilhões e ¤ 4 bilhões em custos ao
longo dos próximos dois anos.
A Siemens não disse ainda
Maria Sheahan
quantos empregos podem ser
Reuters
eliminados como parte do plaA Siemens pretende economino de se reestruturar.
zar ¤ 6 bilhões (aproximada“Sabemos o que temos que
mente US$ 7,7 bilhões) até o fifazer e estamos fazendo”, disse
nal do ano fiscal de 2014, valor
o presidente-executivo, Peter
superior ao esperado, em uma
Loescher, em comunicado diestratégia de esforço do conglovulgado nesta quinta-feira.
merado alemão de engenharia
No quarto trimestre fiscal da
para se manter comcompanhia, o lucro
petitivo em meio a
líquido de operaLucro da
uma economia glocontínuas caiu
empresa caiu ções
bal fraca.
2%, para ¤ 1,48 biafetado, em
A empresa, uma
lhão, afetado em
das mais valiosas da
parte por impacto
parte, por
Alemanha e conside ¤ 327 milhões
perdas com
derada um termôem negócios de pemetro industrial do petróleo no Irã tróleo e gás no Irã,
país, tem estado
devido a novas sansob pressão para cortar custos e
ções impostas ao país.
se concentrar em suas divisões
Apesar disso, o resultado
mais rentáveis, ao passo que a
veio acima da previsão em méeconomia global leva mais temdia de analistas, de ¤ 1,34 bipo para se recuperar do que o eslhão, em parte porque as uniperado, particularmente no condades de energia solar deficitátinente europeu. os esforços da
rias colocadas à venda no final
União Europeia para reativar a
do trimestre foram registradas
economia têm dado resultados
como “operações descontinuainsatisfatórios.
das”. ■
Estratégia, para readequar
suas finanças, inclui venda
de unidades pouco rentáveis
Receita doméstica da Portugal Telecom cai 6,7% atingida por recessão
Apesar da piora, receita da
empresa, de ¤ 692 milhões,
ficou acima das previsões
Felipe Alves
Reuters
A Portugal Telecom(PT) teve
queda de 6,7% na receita em
seu mercado doméstico no ter-
ceiro trimestre, atingida pela
profunda recessão no país. Apesar disso, o faturamento ficou
acima de estimativas divulgadas por analistas, graças ao bom
desempenho de serviço de TV
por assinatura.
As receitas da Portugal Telecom em Portugal, entre julho e
setembro deste ano , somaram
¤ 692 milhões, resultado acima
da previsão em média de ¤ 678
milhões feita por nove analistas
consultados pela Reuters.
“Este desempenho refletiu a
diminuição das receitas nos segmentos pessoal e de empresas,
em um contexto econômico difícil e em deterioração, efeitos
que mais que compensaram o
aumento de 4,1%no segmento
residencial”, informou comunicado da companhia.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês)
ficou em ¤ 300,9 milhões de euros, o que representa uma queda de 8,8% na comparação
anual, mas ligeiramente acima
dos ¤ 300 milhões previstos por
analistas.
Diferente do inicialmente
previsto, a Portugal Telecom
vai divulgar os resultados consolidados do terceiro trimestre
apenas no dia 30 de novembro,
depois da publicação dos números da Oi, marcados para 13 de
novembro. ■
18 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
Divulgação
EMPRESAS
INDÚSTRIA
SKF investe R$ 9,2 mi em rolamentos
A SKF do Brasil inaugurou sua primeira linha de produção
de rolamentos voltados para o segmento de veículos pesados.
A nova linha de produção, instalada na cidade paulista de Cajamar,
terá capacidade de produzir 1,8 milhão de rolamentos por ano para
atender a demanda dos mercados interno e externo. A perspectiva é que
em 2013, 60% dessa capacidade já seja atingida. Foram necessários
investimentos de R$ 9,2 milhões para a concretização do plano.
BSH International vai gerir
projeto hoteleiro em Suape
Lucro da
Iochpe no
3º trimestre
cai 68,5%
Chico Ludermir/Divulgação
Empresa foi
contratada pela
Queiroz Galvão,
que desenvolve
zona de serviços
Companhia sofre os impactos da
queda de produção de veículos
comerciais no Brasil e na Europa
Redação
[email protected]
Regiane de Oliveira
[email protected]
A BSH International foi contratada pela Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário para desenvolver, selecionar o
operador hoteleiro e administrar o investimento do primeiro hotel do Complexo Industrial Portuário de Suape, que será construído na Zona Central
de Serviços (ZCS), cujo lançamento foi feito em maio. O hotel de Suape terá cerca de 250
quartos e será desenvolvido no
formato de condo-hotel, onde
os apartamentos são vendidos
para investidores privados.
Com estimativa de entrega
para 2014, o hotel é parte integrante de um polo de serviços
que está sendo construído em
Suape, próximo à região de Ipojuca (PE). O foco é atender à demanda de negócios do porto e
também os municípios vizinhos. “Há cerca de R$ 40 bilhões sendo investidos em várias empresas diferentes em
Pernambuco e o melhor restaurante da região de Suape fica
em um posto de gasolina”, lembra José Ernesto Marino, fundador da BSH International, que,
inclusive, vai participar do projeto como investidor.
Os aportes para a construção
do hotel ainda não foram divulgados, mas, segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, a primeira etapa de
construção do centro administrativo, tem um valor contratual de R$ 34 milhões.
A secretaria informou ainda
que o investimento será feito
pela Queiroz Galvão, uma vez
que a licitação foi realizada em
formato de permuta: a troca da
área pela construção do novo
edifício da administração, chamado Edifício Suape, que está
sendo implantado em uma área
de 22,8 mil metros quadrados,
onde hoje encontra-se o heliponto da região portuária. O
edifício terá 11 andares, além
do um heliponto.
Além do Edifício Suape e do
hotel, a ZCS também terá bancos, escritórios, estabelecimen-
Complexo Industrial de Suape: desenvolvimento
com foco nas demandas previstas para 2030
PLANO DIRETOR
RETOR DO CENTRO
EMPRESARIAL
RIAL DE SUAPE
Mapa da primeira
meira etapa do projeto
Área empresarial
ÁREA TOTAL
25.440 m2
LOCAL
PERNAMBUCO
CO
Área empresarial,
hotelaria e shopping
RECIFE
Administração
ÁREA TOTAL
11.500 m2
ÁREA TOTAL
47.275 m2
tos comerciais, centros educacionais e de saúde. “Para atender essa demanda, o hotel terá
um centro de eventos e também um restaurante”, afirma
Marino. Todos estes investimentos estão vislumbrando a
demanda do porto para 2030,
conforme o Plano Diretor.
Mesmo com a antecipação, o
projeto mais parece correr contra o tempo. “O número de pessoas que vai todos os dias à Suape é tão grande, que a distância
de 25km de Recife, demora
duas horas para ser concluída”,
conta o empresário.
Segundo dados da secretaria
de desenvolvimento, a Zona Cen-
tral de Serviços possui área total de 350 hectares e seu
desenvolvimento será feito em
várias fases. Na primeira fase, em
uma área de 14,4 hectares em
permuta, será construído todos
os empreendimentos para suporte ao setor empresarial, com seis
torres de escritórios, um shopping, praças de alimentação e
um hotel. Está prevista, ainda, a
construção de 822 vagas de esta-
cionamento. A
primeira etapa deve
ser construída até 2020.
A região de Ipojuca, próximo
à Suape, está recebendo mais de
R$ 5 bilhões em investimentos
para a construção de um bairro
planejado, feito em parceria entre a Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário e a Cyrela Brazil Realty. Nos próximos dez
anos, o bairro deve ter uma circulação de 50 mil habitantes. ■
A Iochpe-Maxion, companhia
dos setores automotivo e ferroviário, reportou lucro líquido
de R$ 20,76 milhões no terceiro
trimestre de 2012, o que representa uma queda de 68,5% frente aos R$ 65,831 milhões obtidos em igual período do ano passado. No acumulado de janeiro
a setembro, o lucro da empresa
recuou 82,7%, para R$ 30,938
milhões.
Para ajudar a entender os fatores que levaram a esse tombo, a
companhia informou em seu demonstrativo financeiro que a
produção de veículos comerciais, no acumulado do ano, recuou 34,7% no Brasil, e 8,8%
na Europa, ainda que seja compensada pelo aumento de
17,9% nos países da Nafta.
Entre os comerciais leves, no
país, a queda é de 3%, e na Europa, de 6,2%. Já na Nafta há um
crescimento de 19%.
Já entre no mercado brasileiro de equipamentos ferroviários, segundo estimativas da
AmstedMaxion, a produção de
vagões de carga recua 48% no
ano, a de rodas ferroviárias desce 20,4%, e a de fundidos ferroviários retrai 49,8%.
Também contribuiu para a
queda no lucro o endividamento bancário líquido da IochpeMaxion, que encerrou o nono
mês deste ano em R$ 2,539 bilhões, ante R$ 529,7 milhões no
mesmo período de 2011.
Esse aumento no endividamento se deve à conclusão das
aquisições do Grupo Galaz e
Hayes Lemmerz durante o primeiro semestre de 2012.
Por sua vez, a receita líquida
da Iochpe-Maxion, nos três meses findos em setembro, totalizou R$ 1,533 bilhão, alta de
85,5%. Para esse salto, a companhia aponta como motivo a consolidação dos resultados das adquiridas. Em nove meses, a receita da companhia avança
93,4%, para R$ 4,231 bilhões. Já
o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
(Ebitda, na sigla em inglês) alcançou R$ 150,838 milhões no
trimestre, crescimento de
23,9%. No ano, o Ebitda da Iochpe-Maxion aumentou 4,9%, para R$ 347,501 milhões. ■
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 19
Marcos Issa
RESULTADOS
Lucro da Ultrapar cresce 29% no trimestre
A Ultrapar divulgou ontem os resultados do terceiro trimestre deste
ano. O lucro líquido da companhia no período foi de R$ 291 milhões,
um crescimento de 29% na comparação com o mesmo período do ano
anterior. O Ebitda também apresentou alta, de 21%, tendo atingido
resultados positivos por 25 trimestres consecutivos. “[Isso é]fruto
dos benefícios decorrentes dos investimentos para maior escala de
operações”, afirmou Pedro Wongtschowski, presidente da companhia.
Microsoft investirá R$ 200 mi no Rio
Marcelo Sadio
Empresa terá aceleradora de
negócios com base tecnológica
na região do Porto Maravilha
Gabriela Morno
[email protected]
A Microsoft confirmou ontem,
em evento no Rio, a revitalização de edifício histórico na região do Porto Maravilha, zona
portuária da capital fluminense. O local vai abrigar uma aceleradora de negócios, que na prática cria uma ponte entre empreendedores e investidores; a
bancada científica, a indústria e
o mercado.
Chamada Acelera Rio, a iniciativa vai reunir 15 empresas
emergentes de base tecnológica, a cada dois anos; um Laboratório de Tecnologia Avançada
(ATL, da sigla em inglês) da Microsoft Research, o quarto do
mundo; e um centro de desenvolvimento da plataforma de
busca da companhia, o Bing. As
obras terão início em janeiro e
devem ser concluídas até dezembro de 2013.
A aceleradora, porém, deve
começar a operar no início do
a construção do ATL está alinhaano que vem, em um espaço
da com o plano TI Maior. “Quetemporário cedido pela Univerremos colocar o país como posidade Estácio de Sá. A empresa
tência da economia digital. O
planeja investir R$ 200 milhões
Rio oferece condições e tem que
no Brasil em quatro anos.
aproveitar este potencial”, disSegundo Michel Levy, presise. O Laboratório será o primeidente da Microsoft Brasil, as
ro dos quatro centros de pesquicondições econômicas e regulasa de multinacionais do setor de
tórias foram essenciais para
tecnologia da informação preque a companhia optasse por
vistos no plano do governo fedetrazer os investimentos para a
ral. “O objetivo é criar tecnolocidade. “Vamos tragia brasileira que sezer pesquisas cientíIniciativa da ja exportável”, comficas e tecnológicas
pletou Almeida.
gigante dos
de ponta, que trasoftwares é
gam inovações rápiEditais
Será lançado no inídas com benefícios
considerada
cio do ano que vem
para a comunidaâncora para
um edital para bolde”, completou Henrique Salvar, cientis- novos projetos sas de doutorado e
pós-doutorado volta-chefe mundial
tado para centros de desenvolvida Microsoft Research.
mento e pesquisa de empresas
Para Marcelo Haddad, diretor
privadas. Com orçamento de
executivo da Rio Negócios a
até R$ 7 milhões, serão 80 bolagência de promoção a a iniciasas oferecidas. Será também lantiva da Microsoft é “uma âncora
çado outro edital de R$ 40 mipara novos projetos”.
lhões para a seleção de cinco
Segundo Virgílio Almeida, seaceleradoras. Os recursos serão
cretário de políticas de informáinvestidos diretamente em oito
tica do Ministério da Ciência,
empresas de cada escolhida. ■
Tecnologia e Inovação (MICT),
Twitter
admite falha
de segurança
PRA MIM, NÃO É SÓ
UMA BRAÇADA
DECISIVA NOS ÚLTIMOS
INSTANTES
QUE MUDA TUDO.
O QUE MUDA TUDO
É A DETERMINAÇÃO
PARA IR MAIS LONGE.
Rede social muda por engano as
senhas de grande número dos
mais de 140 milhões de usuários
O Twitter disse ontem que mudou por engano as senhas de
“um grande número” de seus
mais de 140 milhões de usuários
ativos, enquanto conduzia uma
análise rotineira para identificar contas que podem ter sido
comprometidas.
“Em ocasiões em que acreditamos que uma conta pode ter
sido comprometida, mudamos
a senha e enviamos um e-mail
avisando o usuário que isso
aconteceu”, disse o Twitter em
seu blog.
“Nesse caso, mudamos por
engano as senhas de um grande
número de contas, além daquelas que acreditávamos terem sido comprometidas”.
Uma porta-voz da rede social, Carolyn Penner, se recusou
a precisar quantas contas foram
afetadas. Ela disse que não houve falha de segurança.
Usuários também reclamaram de ter tido postagens apagadas no site. A companhia não comentou o assunto. ■ Reuters
Michel Levy, da Microsoft Brasil: condições essenciais para aporte
A mesma coisa que move os
melhores atletas do Brasil
também move o SEDEX.
Não é à toa que a gente sempre
se supera para continuar sendo
líder no País inteiro.
Ana Marcela,
bicampeã mundial
de Maratonas
Aquáticas
SÓ ANA MARCELA É ANA MARCELA. SÓ SEDEX É SEDEX.
20 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 21
22 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
Robyn Beck/AFP
EMPRESAS
VAREJO
Walmart fracionará horários do Black Friday
A Walmart Stores, maior rede de supermercados do mundo,
informou que fracionará as ofertas do “Black Friday”, principal data
de descontos do varejo americano. As ofertas terão início na noite
de Ação de Graças, na quinta-feira, dia 22. Outras promoções serão
realizadas na sexta-feira a partir das 5 da manhã e às 10 da noite.
Entre os itens em liquidação, estão TVs de LCD a US$ 200,
iPad2 com vale-presente e um aparelho blu-ray por US$ 38.
Gigante americana AutoZone desenha
expansão para o mercado brasileiro
Varejista especialista em produtos para carros abrirá até 15 lojas no estado São Paulo no período de um ano
Murillo Constantino
ro”, diz Rhodes. A estratégia é
considerada arriscada por [email protected]
listas de varejo, principalmente
Vestidos com calça e camisa da
por se tratar de um mercado tão
AutoZone, os executivos da vacompetitivo como São Paulo.
rejista americana de autopeças
Além disso, o comércio brasimais parecem vendedores da releiro passa por um intensa oncém-inaugurada loja de Sorocada de fusões e aquisições. Quanba (SP), a primeira do grupo no
do entrou na capital paulista,
Brasil. Normalmente, eles vesem 2008, o Magazine Luiza, retem uniformes em todas as sede de móveis e eletroeletrônigundas-feiras, quando visitam
cos, abriu quase 50 pontos de
algumas de suas mais de 4,6 mil
venda em um só dia. As lojas de
lojas nos Estados Unidos.
bairro formam o grosso da conMas ontem, no hall do prédio
corrência que a empresa terá
escolhido como escritório, no
de enfrentar. Mas também exisbairro paulista Vila Olímpia, o
tem varejistas de peso neste segobjetivo de Bill Rhodes, presimento. A Dpaschoal, uma das
dente do grupo, e de Maurício
mais tradicionais do país, posBraz, principal executivo da
sui 500 pontos de vendas, enoperação brasileira, não era motre próprios e credenciados.
tivar os vendedores, mas sim
A ideia da AutoZone é crescer
anunciar os planos da compaorganicamente, ou seja, com a
nhia no Brasil.
abertura de lojas, mas aquisiSe nos Estados Unidos a Auto
ções não estão descartadas. “Se
Zone é uma giacharmos comgante, por aqui
petidores cujos
a expansão co- PRESENÇA
pontos de venmeça de forma
da sejam similaA AutoZone no mundo
tímida. Em um
res aos nossos
ano, a expectapodemos comFATURAMENTO
tiva é inauguprá-los. Mas esrar de 12 a 15 lotá não é nossa
US$
bilhões
jas próprias no
p r i o r i da d e ” ,
estado de São
afirma Rhodes.
Paulo. “Vamos
A varejista
NÚMERO DE LOJAS
entrar devatem em seu
ESTADOS UNIDOS
4.685
gar. Neste primix mais de 14
meiro momenmil produtos
MÉXICO
321
to nossa intenpara manutenção não é gação, reparo e
PORTO RICO
1
nhar escala.
embelezamenQueremos coto de automóBRASIL
1
nhecer o merveis. Além de
cado brasilei- Fonte: empresa
comercializar
Cintia Esteves
8,6
Rhodes (esq.) e Braz querem introduzir no mercado de autopeças o conceito de “faça você mesmo”
marcas como Cofapi e Fras-le, a
companhia também tem duas
marcas próprias. A Duralast é especializadas em peças mecânicas como cabos de vela e pastilhas de freio. Já a marca AutoZone vende produtos para a conservação de veículos como ceras e esponjas para lavagem.
Espalhados por uma área de
vendas de cerca de 700 metros
quadrados, os produtos ficam
ao alcance dos clientes na loja
de Sorocaba. Os vendedores interagem fornecendo dicas de
utilização. Também há um estacionamento para que os clientes possam levar seus carros e
receber orientações de como
consertar seus veículos. “Assim
como acontece nos Estados Unidos, a empresa espera reforçar
no Brasil o conceito do ‘faça você mesmo’, no qual o cliente é
capaz de realizar pequenos reparos em seu carro”, conta Braz.
Para ajudar na tarefa, a loja
emprestará as ferramentas que
o consumidor precisar durante
a reparação do seu veículo. “O
cliente pagará um valor pelo empréstimo do material. No momento da devolução das ferramentas, a loja restituirá a quantia paga por ele”, diz Braz. Além
de Estados Unidos e Brasil, a varejista, que fatura US$ 8,6 bilhões, está presente no México
e em Porto Rico. ■
Simon Dawson/Bloomberg
Bosch se desfaz de parceria
Maior autopeças do mundo
vende sua participação de
5,4% na Denso por ¤ 1,1 bilhão
Ma Jie e Alex Webb
Bloomberg
Fábrica da Bosch: empresa busca diversificação fora de autopeças
A Bosch, maior fabricante de
autopeças do mundo, vendeu
sua participação na japonesa
Denso por ¤ 1,1 bilhão, encerrando uma parceria formalizada há quase 60 anos. A companhia alemã era dona de 5,4%
das ações da Denso. Os novos
donos da companhia de autope-
ças são fundos de investimentos. Apesar da dissolução da sociedade, as duas empresas continuarão com a cooperação tecnológica, informaram ontem.
De acordo com a Bosch, a
Denso estava entre os ativos
que eram considerados “não estratégicos”. Por outro lado, a
companhia quer diversificar
seus negócios e está em busca
de aquisições.
A companhia alemã, cuja
maior parte do faturamento depende do segmento de autopeças, procura empresas das mais
diversas áreas de atuação — de
tecnologia de embalagens a cuidados com a saúde.
Desde que as duas companhias assinaram seus primeiros acordos de licenciamento,
em 1953, o parceiro japonês se
transformou num competidor
de peso dentro do setor automotivo, sendo um dos principais fornecedores da Toyota e
da Honda.
A Bosch deve decidir nos próximos meses o destino de sua
unidade de energia solar, que
não é lucrativa. ■
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 23
Jerome Favre/Bloomberg
MINERAÇÃO
Noble Group busca aquisições de jazidas
A Noble Group, uma das maiores tradings de commodities minerais
e agrícolas do mundo, está buscando fazer aquisições no segmento
de mineração para obter vantagens dos preços em queda das jazidas,
de acordo com o presidente da empresa, Yusuf Alireza. De acordo
com o executivo, entre janeiro e setembro, a companhia teve
US$ 10 bilhões em vendas no negócio de mineração, um aumento
de 20% em comparação com o ano passado. Bloomberg
Airbus acelera entregas no 4º
trimestre para cumprir metas
Fabricante de jatos respondeu
por 68% das vendas da
Airbus entre julho e setembro
Reuters e Bloomberg
[email protected]
A European Aeronautic, Defence & Space Co (EADS) apresentou resultados acima do esperado para o terceiro trimestre, favorecida pelas operações da fabricante de jatos Airbus, e reiterou as metas financeiras após a
tentativa de fusão com a britânica BAE ter fracassado.
O presidente-executivo da segunda maior empresa aeroespacial depois da Boeing, Tom Enders, ressaltou a “forte ênfase”
na geração de caixa e em garantir que as entregas de jatos de
transporte de passageiros da Airbus sigam em curso no último
trimestre do ano.
A EADS manteve a previsão
de aumento de pelo menos 10%
na receita e de lucro operacional de ¤ 2,7 bilhões em 2012.
A companhia registrou alta
de 67% no lucro operacional do
terceiro trimestre, para ¤ 537
milhões, com vendas de 12,324
bilhões, crescimento de 15%.
Analistas previam lucro operacional de ¤ 454 milhões e receita de ¤ 11,853 bilhões.
A empresa contabilizou um
encargo de ¤ 76 milhões pela falência da fabricante norte-americana Hawker Beechcraf.
A companhia europeia informou que seu caixa teve uma queda de um terço de seu valor entre janeiro e setembro por conta
do atraso na entrega de pelo menos uma dúzia de A380, o maior
avião comercial do mundo. A
empresa geralmente recebe entre 70% e 80% do pagamento
da encomenda no ato da entrega da aeronave. O caixa da companhia fechou o terceiro trimestre em ¤ 3,28 bilhões, cerca de
um terço a menos do que o observado no mesmo período do
ano passado. “É um caixa muito
fraco”, disse Nick Cunningham,
analista da Agency Partners em
Londres. Para desovar os estoques, a Airbus poderá contar
com a ajuda do governo alemão
para liderar financiamentos aos
compradores dessas aeronaves.
Os problemas da Airbus não
param por aí. A companhia também tem sofrido para dar conta
da produção de 42 aviões de cor-
redor único por mês. Além disso, a fabricante está concentrando esforços para colocar em produção do A350, que será o
maior avião de corredor único
do mundo, já no ano que vem, e
tem aplicado bastante dinheiro
para tirar o papel o projeto do
avião de transporte militar
A400M. Já a divisão de segurança militar Cassidian foi bastante
prejudicada com a redução de
encomendas militares.
Atingir o equilíbrio financeiro antes do financiamento dos
compradores de aviões e a desova dos 30 aviões A380 até o fim
do ano são as principais metas
da companhia em 2012, disse a
EADS em nota.
No terceiro trimestre, a Airbus contribuiu com 68% da receita da EADS e com 53% do lucro operacional no período.
“No resto do ano, daremos ênfase na geração de caixa. As entregas são o fator chave para conseguirmos nossos objetivos”, disse Enders em relatório.
A fabricante de aviões manteve sua previsão de lucro para
2012. Os lucros antes de juros e
impostos e excluindo itens extraordinários serão de ¤ 2,7 bilhões e o lucro bruto por ação
deve chegar a ¤ 1,95. ■
Munshi Ahmed/Bloomberg
Reuters
[email protected]
As exportações brasileiras de
carne de frango do Brasil somaram 345,5 mil toneladas em outubro, incremento de 2,3 % ante o mesmo mês de 2001, informou a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) ontem.
Retração de outubro tem como
base relação de mesmas lojas,
na primeira baixa em 9 anos
Reuters
[email protected]
O McDonald’s divulgou ontem
queda de 1,8% nas vendas mundiais em seus restaurantes em
outubro com base na comparação de mesmas lojas, na primeira redução mensal desde março
de 2003, em um ambiente de
forte competição e fraqueza
econômica. Analistas já esperavam declínio nas lojas abertas
há pelo menos 13 meses, porém
menor — de 1,07%—, de acordo com a Consensus Metrix.
As vendas nos restaurantes
abertos há pelo menos 13 meses tiveram retração de 2,2%
nos Estados Unidos e na Europa, e cederam 2,4% na Ásia/Pacífico, Oriente Médio e África.
Os resultados foram divulgados também depois que a
maior rede de fast-food do
mundo divulgou seu pior crescimento trimestral nas vendas
em nove anos.
Rede de fast-food
divulgou
recentemente lucro
trimestral menor,
puxado pela fraca
economia global
Tom Enders, da Airbus: corrida contra o tempo para não atrasar cronograma do avião A350
Exportações de frango crescem 2,3%
Volume maior em outubro
ajudou a puxar a receita da
indústria, que subiu 1,4%
McDonald’s
tem queda
de 1,8%
nas vendas
O volume maior ajudou a puxar a receita com as vendas externas, que atingiu US$ 717 milhões, um aumento de 1,4 %.
No acumulado do ano, as exportações tiveram pequeno incremento de 1% em volume,
para 3,26 milhões de toneladas. No acumulado do ano até
outubro, a receita recuou 6%,
totalizando US$ 6,33 bilhões.
Insumos
A indústria vem sentindo o efei-
to do salto de 40% nos custos
com insumos, que reduziu as
margens do setor neste ano,
mas tem se apoiado nos volumes maiores para compensar a
alta registrada.
“As exportações de carne de
frango vêm equilibrando o setor em meio ao cenário hostil
que ainda afeta as agroindústrias, já que o mercado interno
absorveu somente a metade do
aumento dos nossos custos”,
disse Francisco Turra, presiden-
te executivo da Ubabef.
O executivo acrescentou que
diante deste cenário, a Ubabef
tem empenhado esforços para
abrir novos mercados, como o
Panamá, Malásia e Índia, além
de expandir os negócios em locais onde já vem operando.
O aumento dos custos teve
impactos significativos no setor, e a indústria já trabalha
com a expectativa de primeiro
recuo na produção de frangos
desde 2000. ■ Reuters
O McDonald's divulgou lucro trimestral menor, com a fraqueza da economia global e o
dólar mais forte pressionando
os resultados, que ficaram abaixo das estimativas de analistas
pelo segundo período consecutivo. A lenta economia nos Estados Unidos e o aperto de cintos
na Europa estão afetando até as
redes de restaurantes mais resistentes, com consumidores
contendo gastos com refeições
fora de casa.
A empresa também informou que as vendas globais comparáveis estão em queda em outubro, em meio ao cenário de
crise econômica e à pressão de
concorrentes.
O lucro da companhia caiu
para US$ 1,46 bilhão no terceiro trimestre, ante US$ 1,51 bilhão, bem abaixo das expectativas. As vendas totais recuaram
para US$ 7,15 bilhões, contra
US$ 7,17 um ano antes. ■
24 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
Dreamstime
EMPRESAS
TECNOLOGIA
Comtac investe R$ 10 mi em nova fábrica
A fabricante de acessórios e componentes para computadores Comtac
inaugura hoje sua segunda fábrica no país, a Comtac Bahia, no Polo de
Informática de Ilhéus (BA). A operação contou com um investimento
inicial de R$ 10 milhões para a produção local de fontes de energia para
notebooks, placas Wi-Fi para computadores e modems ADSL e de fibra
ótica para acesso à internet. A nova fábrica inicia as operações com a
produção de 10 mil fontes de energia ao mês e 15 funcionários.
Venda fraca põe em xeque estratégia
da T4F de recuperação no 4º trimestre
Analista acredita que redução do preço para o show da Lady Gaga não deve afetar receita da companhia
Rafael Palmeiras
[email protected]
A Time For Fun (T4F) tem enfrentado duros problemas nos
últimos meses e que já somam
no ano um redução de R$ 20,8
milhões no volume de mercado, atualmente em R$ 772,6 milhões. A empresa que perdeu o
contrato do Cirque du Soleil, responsável por 12% da receita da
companhia, para a IMX Arts, do
empresário Eike Batista, agora
enfrenta um cenário de fracas
vendas dos ingressos das cantoras Lady Gaga e Madonna.
É que de acordo com informações do jornal O Dia, até o momento cerca de 14 mil ingressos
teriam sido vendidos para o
show de Lady Gaga que acontecerá hoje no Parque dos Atletas, no Rio de Janeiro, local que
tem capacidade para 90 mil pessoas. Um pouco mais à frente,
Madonna, que se apresentará
no mesmo local, em dezembro,
vendeu até o momento 15 mil.
Fernando Alterio, presidente
da T4F, chegou a afirmar no início de outubro ao BRASIL ECONÔMICO que os eventos realizados
no quarto trimestre serão responsáveis por quase 60% da receita anual da empresa. “Estamos tentando diminuir o efeito
da sazonalidade que enfrentamos, principalmente com os
meses de janeiro e fevereiro
apresentando pouca receita.”
A empresa registrou um lucro líquido de R$ 12,5 milhões
no terceiro trimestre, com um
recuo de 29% ante o mesmo período do ano anterior (veja box
abaixo).
Mesmo com o fraco desempenho das vendas dos ingressos,
a equipe de analistas da XP Investimentos tem uma visão otimista da empresa e acredita
que o preço alto dos shows,
que varia entre
DRAMA DAS
R$ 90 a R$ 850,
pode ter sido
uma estratégia
da companhia de
CAPACIDADE
90 MIL
atingir receita
INGRESSOS
VENDIDOS
15 MIL
acima do esperaPREÇO
DO
INGRESSO
R$ 100 A R$ 850
do, acreditando
em uma demanSegunda turnê que apresenta
da forte pelo prino país e na mais recente teve
as vendas suspensas pelo Procon-SP
meiro show de
Gaga no Brasil.
“Caso o valor do
ticket médio não seja tão
expressivo quanto a empresa espera, ele pelo menos
deve atingir patamares semelhantes ao visto no mesmo período do ano anterior”, destaca o analista Diego Muniz que mesmo assim
não acredita em perdas de
margens. No quarto trimestre
de 2011, a T4F viu o tíquete médio no segmento música ao vivo ficar em R$ 124.
E para não ficar com os ingressos na mão, a T4F utilizou
de diversas estratégias comerciais, como parcelamento dos
convites, venda por meio de sites de compras coletivas e até o
“pague um e leve dois”.
Para João Luiz Figueiredo,
DIVAS
Desempenho da venda dos ingressos no Rio de Janeiro
MADONNA
LADY GAGA
CAPACIDADE
90 MIL
INGRESSOS VENDIDOS 14 MIL
PREÇO DO INGRESSO R$ 90 A R$ 750
Murillo Constantino
Fontes: empresa e jornal O Dia
Fernando Alterio
presidente da
Time For Fun
"Estamos tentando diminuir o
efeito da sazonalidade que
enfrentamos, com janeiro e
fevereiro com pouca receita”
coordenador do núcleo de economia criativa da ESPM-RJ, um
dos fatores que podem penalizar a receita da empresa é a proximidade entre os shows das artistas que não chega a 30 dias
de diferença.
“Isso fez com que o público tivesse que escolher entre os
Primeira vez no Brasil e tem venda
de ingressos disponíveis em sites de
compras coletivas
eventos.” Porém Figueiredo
afirma que na disputa por ingressos, Madonna leva a melhor. “O público da cantora é
mais velho e tem condições de
pagar o valor cobrado, diferente daqueles que tem a intenção
de ir na Lady Gaga, e que na
maioria são jovens.”
Mesmo assim, o coordenador da ESPM ressalta que a venda de ingressos não é o único fator decisivo em eventos de grande porte. “Existe a receita de patrocínio que tem fator importante para a companhia.” Procurada a T4F não quis comentar o assunto. ■
Lucro líquido cai 29% entre julho e setembro
No terceiro trimestre, a
empresa realizou 304
eventos, uma queda de 14%
A Time For Fun registrou no
terceiro trimestre deste ano
um lucro líquido de R$ 12,5 milhões, o que representa uma
queda de 29% ante o mesmo
período do ano anterior. O valor apurado pela empresa de
entreterimento ficou abaixo da
previsão do mercado, que esperava um resultado de R$ 15,6
milhões.
De acordo com a empresa a
queda é “devido aos impactos
por menor volume de receitas fi-
nanceiras e também variação
cambial sobre saldos de empréstimos com subsidiárias”.
No período, a empresa realizou 304 eventos, entre eles Liza Minelli, Scorpions e Alanis
Morissete, que mesmo assim
indicaram uma queda de 14%.
Já o total de ingresso vendidos
no período somaram 500.
Na soma dos noves meses do
ano, o lucro líquido da companhia totaliza R$ 27 milhões, o
mesmo valor visto no acumulado do ano anterior.
No sentido oposto, a receita
líquida ficou em R$ 137 milhões, com alta de 23%. Já o
Ebitda (lucros antes de juros,
impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 22,6 milhões com avanço de 7%.
O preço médio por ingresso
no segmento de música ao vivo
ficou em R$ 101, enquanto na
área de eventos família e teatro
o valor ficou em R$ 173. ■ R.P.
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 25
Doug Kanter/Bloomberg
BALANÇO
Lenovo registra lucro de US$ 162 milhões
A Lenovo divulgou um aumento de 12,6% no lucro líquido trimestral,
chegando a US$ 162 milhões, o menor crescimento em mais de dois
anos, apesar de superar a previsão de analistas de US$ 156,3 milhões.
No período de seis meses encerrado em setembro, a receita de PCs da
Lenovo foi responsável por quase 90% da receita total, de 16,7 bilhões
de dólares, e cresceu 14%. A receita da divisão de internet móvel e
itens digitais mais que dobrou, para US$ 1,3 bilhão no período. Reuters
SeongJoon Cho/Bloomberg
Google leva
serviço de
web móvel a
emergentes
Samsung
passa Apple
e lidera em
smartphones
Avanço da coreana ocorreu,
principalmente, tirando
mercado das empresas menores
Gabriel Ferreira
[email protected]
A Apple parece já não ser tão hegemônica no mercado de smartphones como era até pouco
tempo. Uma pesquisa divulgada ontem pela consultoria Strategy Analytics indica que os
aparelhos da companhia americana deixaram de ser os mais
vendidos do mundo no terceiro
trimestre, perdendo a liderança para o Samsung Galaxy S3.
O aparelho coreano deteve
10,7% das vendas do período,
contra 9,7% do iPhone 4S. No
trimestre anterior, o smartphone da Apple era responsável
por 12,7% do mercado, contra
3,5% do Galaxy S3.
A Strategy Analytics estimou
que a Samsung vendeu 18 milhões de modelos S3 no trimestre passado, comparado a vendas do iPhone 4S de 16,2 milhões de unidades. “O Galaxy
S3 provou-se amplamente popular junto a consumidores e
operadoras na América do Norte, Europa e Ásia”, disse o analista Neil Mawston. Mas a disputa continua acirrada. Ele acrescenta que o novo iPhone 5 deve
levar a Apple ao topo no trimestre atual.
Essa é a primeira vez que um
produto da Samsung assume a
liderança do segmento de smartphones. Somando todos os
seus modelos, porém, a coreano já era a maior vendedora
deste tipo de aparelho desde o
primeiro semestre deste ano.
Outro levantamento, feito
pela consultoria IDC apontou
que o sistema operacional Android, desenvolvido pelo Google e utilizado em aparelhos de
diversas fabricantes, inclusive
da Samsung, aumentou bastante a liderança que já desfrutava
há alguns trimestres sobre o sistema da Apple, o iOS. No terceiro trimestre de 2012, o Android
foi responsável por 75% das
vendas de smartphones, sendo
responsável por 136 milhões de
aparelhos comercializados dentre os mais de 181 milhões comercializados nesse período.
Apesar de os números indica-
Free Zone será lançado
inicialmente nas Filipinas para
celulares conexão limitada
O Google lançou ontem um serviço que, espera, ajude milhões
de pessoas nos países em desenvolvimento a acessar a internet
- e seus anúncios - por meio de
celulares simples.
Batizado Free Zone, o serviço
será lançado inicialmente nas Filipinas, em parceria com a operadora local de telefonia móvel
Globe Telecom. Ele permitirá
que celulares que possuem conexão com a internet com funcionalidade online limitada acessem serviços do Google como
buscas, e-mail e a rede social
Google+, gratuitamente.
Vendas do S3 ajudaram Samsung a registrar lucro de US$ 7,3 bi
rem o fim do reinado da Apple
no segmento de smartphones,
não é a companhia comanda
por Tim Cook quem mais deve
se preocupar com os números
apurados pelas empresas de
consultoria.
Boa parte do crescimento
das vendas da Samsung e dos
aparelhos Android em geral
não foi conquista roubando
clientes da Apple. A fabricante
americana, inclusive, continuou crescendo no trimestre
(as vendas de aparelhos com sistema iOS representaram 14,9%
do mercado, contra 13,8% registrado no trimestre anterior).
A queda das vendas dos aparelhos Blackberry, Nokia e de
outras fabricantes menores foram os maiores responsáveis
pela consolidação da Samsung
e do Android como líderes dos
mercados de aparelhos e sistemas operacionais, respectivamente.
Segundo o estudo da Strategy Analytics, sobre o mercado
de aparelhos, as vendas de outros produtos que não o Galaxy
S3 ou o iPhone foi responsável
por 76% das entregas do setor
no terceiro trimestre, contra
83,8% que representavam no
período anterior.
Mudança ainda maior foi sentida entre os sistemas operacionais. Os dados apresentados pelo IDC indicaram que as vendas
de celulares com sistema Symbian, da Nokia, e Blackberry,
da Rim, somadas representaram 11,8% do mercado no terceiro trimestre deste ano. Há
um ano, esses produtos respondiam por 29,9% do segmento. ■ com Reuters
Objetivo é atingir o
próximo bilhão de
potenciais usuários
da internet que terão
acesso pela primeira
vez sem comprar PC
Autorização de segurança
permite que a plataforma seja
usada pelas agências do governo
Euan Rocha
[email protected]
A Research In Motion anunciou
ontem ter obtido uma cobiçada
autorização de segurança do governo americano para a plataforma BlackBerry 10, uma linha de
aparelhos que serão lançados
em 2013. A companhia informou que a plataforma BlackBerry 10 obteve a certificação FIPS
140-2, que permitirá que agências do governo utilizem os aparelhos, bem como a plataforma
de administração que os controla, assim que os novos smartphones forem lançados.
A RIM, uma das pioneiras no
setor de celulares inteligentes,
vem perdendo espaço nos últimos anos diante de rivais mais
ágeis como Apple e Samsung
Electronics, que roubaram mercado da empresa com seus aparelhos mais rápidos e sofisticados. O destino da RIM, sob comando de Thorsten Heins, agora depende quase exclusivamente do desempenho da muito
aguardada linha de aparelhos
BB10. No mês passado, a RIM
anunciou o início de testes em
novas linhas de telefonia móvel
com sua base de aparelhos, com
a qual a empresa espera reconquistar parte do mercado perdido para rivais como o iPhone,
da Apple, e os celulares acionados pelo sistema operacional Android, do Google.
A empresa informou que esta
é a primeira vez que os produtos BlackBerry obtêm certificação FIPS antes de lançados.
“Obter certificação FIPS para
uma plataforma inteiramente
nova, em curto prazo e antes de
seu lançamento, é uma realização notável”, afirmou o diretor
de certificações de segurança
da RIM, David McFarlane, em
comunicado.
A certificação FIPS é um dos
critérios mínimos estipulados
para os produtos usados em
agências do governo dos Estados Unidos e setores regulamentados que recolham, armazenem e compartilhem e disseminem informações.
A aprovação garante a organizações preocupadas com a segurança que os dados em celulares
BB10 estão seguros. ■ Reuters
Peter Foley/Bloomberg
BlackBerry 10 obtém licença dos EUA
Thorsten Heins
Presidente da RIM
No mês passado, a empresa
anunciou o início de testes em
novas linhas de telefonia móvel
com sua base de aparelhos,
com a qual a empresa espera
reconquistar parte do mercado
perdido para rivais como a Apple
Os usuários terão acesso aos
sites que surjam em resultados
de busca do Google gratuitamente, mas qualquer site que
não conste desses resultados
acionaria um convite para assinar o plano de dados da operadora. “O objetivo é atingir o próximo bilhão de potenciais usuários da internet, muitos dos
quais estarão em países emergentes e terão acesso à web pela
primeira vez em seus celulares,
sem que nunca tenham comprado um computador”, disse AbdelKarim Mardini, gerente de
produto do Google.
O Google e a Globe esperam
que, ao oferecer serviços iniciais gratuitos, atraiam os usuários de celulares de segunda linha a usá-los para mais que telefonemas e mensagens de texto,
e os levem a assinar para acesso
a serviços de internet.
Esses serviços são mais lucrativos para as operadoras. O Google obtém a maior parte de seu
faturamento com anúncios vinculados a resultados de busca. A
empresa informou que pretende lançar o serviço em outros
países em breve. Embora países
em desenvolvimento tenham
adotado os celulares, ainda há
milhões de usuários que dispõem apenas de celulares básicos demais. ■ Reuters
26 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
ENCONTRO DE CONTAS
3.800
é o número de empresários,
políticos e personalidades que já
foram entrevistados por João
Doria Jr. no programa Show
Business, que completa 20 anos
na próxima segunda-feira, 12.
FÁBIO SUZUKI
[email protected]
Gol de Letra no campo dos negócios
Divulgação
Executivos de empresas como Brookfield, Amil, Coca-Cola e Mobil entrarão em campo no início de dezembro para disputar um torneio de futebol realizado pela Fundação Gol de Letra, dos ex-jogadores
Raí e Leonardo. Sob uma taxa de inscrição de R$ 23
mil por “time”, é esperada a participação de 20
companhias no campeonato, o que deve render à
instituição um total de R$ 460 mil, valor que será
utilizado em projetos socioculturais. Além do jogo
final ser disputado no estádio do Engenhão, no Rio
de Janeiro, a iniciativa tem como atrativo a formação de uma seleção do torneio cujos executivos escolhidos disputam um jogo contra ex-craques da
bola como Zico, Bebeto, Zinho e o próprio Raí.
“Além de ser uma ação social, esse torneio serve como um network dentro das próprias empresas”,
diz Beatriz Pantaleão, diretora da Fundação Gol de
Letra no Rio de Janeiro, que prevê fechar as últimas
quatro vagas na próxima semana. ■
GIRO RÁPIDO
➤
●
Os erros que os brasileiros milionários cometem
ao cuidar de suas fortunas serão abordados
na palestra que Ernesto Leme, sócio responsável
pela área de gestão de riquezas da Claritas, fará
na conferência Private Banking Latin America,
que ocorre hoje, em Miami. Atualmente, Leme
cuida de R$ 1 bilhão em patrimônio de 50 famílias.
➤
●
Dentro das estratégias em comemoração aos
seus 100 anos, a fabricante de chocolates Lacta
terá duas novidades em seu portfólio para este fim
de ano: o lançamento do Lacta Bombom, caixa com 16
unidades para presente, e renovação da embalagem
da caixa com os principais sucessos da marca.
Beatriz Pantaleão, diretora
da Fundação Gol de Letra
LeSportsac pretende abrir seis lojas no país em 2013
Recém-chegada ao mercado brasileiro, a marca americana LeSportsac tem planos de
atuar em todo o país já no próximo ano. A empresa pretende abrir seis unidades próprias
espalhadas pelas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, além de reforçar a atuação nos
estados do Sudeste. Com um investimento de R$ 2 milhões, a marca abriu recentemente
sua primeira loja brasileira no Shopping Vila Olímpia, em São Paulo, e no final deste mês
inaugurará mais uma unidade, dessa vez no Galeria Shopping, na cidade de Campinas.
FRASE
“A Fifa pode não
ter ideia da dimensão
do Corinthians,
mas nós temos e
é isso que importa”
Tite, sobre os mais de 15 mil
corintianos que devem ir para o
Mundial no Japão torcer pelo time,
número que surpreendeu a Fifa.
Alan Morici/O Dia
●
O Shopping Leblon, no Rio, fará um
➤ investimento de cerca de R$ 2 milhões em
sua decoração para o Natal deste ano, cujo tema é
“O Natal dos sonhos luminosos”. A principal atração
será uma árvore tridimensional de 14 metros de
altura e que terá 100 mil microlâmpadas em LED.
➤
●
Ter ao menos uma unidade em todas as
12 cidades sedes da Copa no Brasil, até 2014.
Esse é o objetivo da Liga Retrô, especializada em
réplicas de uniformes esportivos do passado. Já com
presença no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, a
rede terá mais três lojas até março de 2013 sendo
uma delas a primeira na região Norte do país.
Reebok afeta desempenho da Adidas,
que prevê queda nos lucros neste ano
Marca controlada pela companhia alemã registrou faturamento 25% menor no terceiro trimestre de 2012
Jochen Eckel/Bloomberg
do com o relatório da empresa,
as vendas da Reebok tiveram
queda de 25% sem efeito cambial. A queda na receita com
produtos licenciados e os “impactos negativos da unidade indiana por causa de irregularidades na política de comercialização” prejudicaram o desempenho da companhia.
Julie Cruz
Bloomberg
A Adidas, segunda maior fabricante de artigos esportivos do
mundo, anunciou ontem que
cortou as estimativas de lucros
para o ano fiscal de 2012 por conta da queda nas vendas de suas
marcas Reebok e Rockport e
por causa da suspensão da temporada do National Hockey League, nos Estados Unidos.
O faturamento deverá subir a
um “único e alto dígito” em
2012, de acordo com a companhia, sediada na cidade alemã
de Herzogenaurach. Na previsão anterior, a companhia apostava em um aumento até 10%
maior nas receitas.
A nova previsão fez com que
as ações da companhia fechassem em queda de 3,2%, a ¤
63,20 na Bolsa de Frankfurt. Este foi o menor preço da ação desde 13 de setembro.
Subsidiária problema
A Reebok, comprada pela Adidas em 2006, também tem pesado nos resultados da companhia alemã. A marca inglesa
tem apresentado um ritmo tímido de vendas nos últimos três
Faturamento
Apesar da estimativa menor de lucro, companhia prevê que faturamento tenha alta entre 15% e 17%
anos consecutivos. A situação
se agravou por causa do cancelamento da liga de hóquei nos Estados Unidos, da qual a Reebok
é patrocinadora oficial. Em 16
de setembro, os times resolveram não entrar em campo por
conta de brigas com os organiza-
dores do campeonato por causa
de divergências no pagamento
de direitos de imagem.
“As vendas nos Estados Unidos no terceiro trimestre foram
realmente fraca, provavelmente por conta a Reebok”, disse Sebastian Frericks, analista do
Bankhaus Metzler em Frankfurt. A expectativa de queda nas
vendas “pode ter um impacto levemente negativo, mas não estamos completamente preocupados porque a empresa ainda
terá crescimento sobre 2011”.
No terceiro trimestre, de acor-
Apesar de projetar um lucro
mais magro, a companhia disse
que manterá sua estimativa de
crescimento de vendas de 15%
a 17% neste ano graças às vendas obtidas nos países emergentes e com o reajuste de preços
de suas linhas.
No terceiro trimestre, a companhia teve lucro líquido de ¤
344 milhões, uma alta de 14%
em comparação com o ano passado. As vendas entre julho e
setembro foram de US$ 4,17 bilhões, alta de 11% sobre o ano
anterior. Enquanto a receita na
América do Norte teve uma
queda de 5%, nos chamados
países europeus emergentes o
faturamento subiu 9%. Na China, o crescimento das marcas
controladas pela companhia
alemã foi de 11%. ■
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 27
EMPRESAS
2 mil
É o número de amigos que a
cachorrinha maltês Emily
Bonates, da novela Salve Jorge,
possui no Facebook. Na trama,
ela é a nova integrante
da família Flores Galvão.
CRIATIVIDADE E MÍDIA
Enox ganha destaque com a
mídia em tarefas do cotidiano
Fotos: divulgação
Carolina Marcelino
[email protected]
A Enox tem apostado boa parte
de suas fichas para se consolidar como um dos maiores veículos de mídia do país no conceito
On-life — no qual as campanhas são realizadas com a participação do consumidor e no seu
habitat natural. Ou seja, as
ações são realizadas nas academias, lojas de departamento, bares e demais estabelecimentos.
O esforço tem surtido efeito.
O projeto tem ganhado adeptos
de vários segmentos. A marca
Activia, por exemplo, foi até as
melhores academias, hipermercados e salões de beleza em Curitiba, no Paraná.
Para ativar a comunicação, a
Enox utilizou diversos estímulos de mídia On-life, entre eles,
esteiras, bikes, armários, salas
de aula em academias, espelhos,
além capas de revistas.
De acordo com o sócio-fundador da Enox, Ernesto Villela, esse tipo de abordagem é uma tendência. “Hoje as pessoas possuem milhares de opções na tanto na TV quanto na internet. Os
consumidores controlam o que
eles querem ver”, observa.
Outback promove
concurso na internet
COM A PALAVRA...
A rede Outback Steakhouse
no Brasil levará um cliente
para conhecer a Austrália.
Para participar, os internautas
precisam compartilhar no
Facebook fotos de momentos de
celebração de suas vidas por
meio de um aplicativo exclusivo
do Outback na fanpage. A foto
mais votada será a vencedora.
DM9DDB e NBS
atendem BRFoods
A DM9DDB e NBS ganharam
a concorrência pelas contas
publicitárias da BRFoods.
A F/Nazca S&S e Talent foram
escolhidas para cuidar de marcas
como Sadia e Perdigão. Desta
forma, as antigas parceiras, DPZ
e Y&R, que também participaram
da concorrência, deixaram de
atender a empresa.
O case da marca Tresemmé,
da Unilever, é destacado pelo
empresário. O conceito On-life
foi aplicado meses antes da primeira campanha na TV. “Nós fizemos uma forte ação dentro
das lojas C&A de todo Brasil”,
lembra Villela.
A Tam Linhas Aéreas foi em
bares de São Paulo e Rio de Janeiro para instalar espelhos interativos, com sensores de movimento, nos acessos aos toaletes
dos estabelecimentos. Quando
PARA LEMBRAR
os frequentadores se aproximavam, aparecia a mensagem da
Tam: “Que vontade de uma
praia”, incentivando-os a viajar e a procurar ofertas especiais
da empresa.
Vale dizer que a Enox não trabalha com promotores nos pontos das ações. Ou seja, todo o
conteúdo publicitário é passado
de maneira sutil, mas que na
maioria das vezes proporciona
certo entretenimento para os
clientes da marcas. ■
Johnson & Johnson
faz ação para jovens
A Johnson & Johnson Medical
Brasil lançou a campanha
“Em Suas Mãos”. A meta é
arrecadar dinheiro para
promover um acampamento
educativo para crianças e
adolescentes carentes com
diabetes. Informações estão na
página da marca no Facebook.
NO MUNDO DIGITAL
Paixão premia com transformação de beleza
A marca Paixão lançou a sua
página oficial no Facebook —
www.facebook.com/vivacompaixao.
A ideia é abordar temas do
universo feminino e as paixões
que a mulher tem em sua vida.
Para o lançamento da página,
a marca preparou um concurso
com o tema “Uma Paixão para
2013”. Os participantes
responderão à pergunta: “Qual a
sua dica para começar o ano apaixonada?”. As sete frases mais
criativas ganharão uma transformação para o ano novo.
VAIVÉM
➤
●
Atrevidinha
Em 1984, a Grendene encomendou à DPZ a criação
de uma campanha para lançar a marca Melissa no
mercado. A história mostrava uma menina bem
atrevida que mantinha um diálogo impertinente com a
professora. A campanha se manteve no ar por 10 anos,
quando a Grendene decidiu apostar no público adulto.
PASCHOAL SAMORA
Novo diretor de cena
da Conspiração
A Conspiração anuncia a
contratação de Paschoal
Samora, novo diretor de cena
que vem reforçar a equipe da
produtora e ficará baseado na
unidade de São Paulo. Paschoal,
que há três anos trabalha com
projetos que misturam histórias
reais com publicidade, é diretor
de filmes com especialização
em documentários. Seu último
trabalho foi na Mixer, onde criou
e dirigiu formatos de branded
content para clientes como
HSBC, Bradesco, Telefônica,
Pão de Açúcar e Banco do Brasil.
...ALEXANDRE MARQUESI
Professor da pós-graduação em
Gestão e Marketing Digital da ESPM
A marca e a sua inevitável
condição de refém do
sentimento digital
As mídias sociais são um
ambiente baseado em sentimento
digital, no qual a construção da
identidade da marca se origina
de um grupo social ou mesmo de
um único indivíduo denominado
blogueiro, que é identificado
em seu grupo como líder e que
pode mobilizar a massa, aquela
supracitada, e potencializar
o resultado de uma marca
ou mesmo prejudicá-la se for
de interesse único.
O sentimento digital originado
na pulsão de Freud se tornou
uma arma poderosa nas mãos de
pessoas e ou instituições (sejam
blogueiros, marcas, etc.) que a
cargo de uma missão constroem
ou destroem momentaneamente
valores e significados de marca.
Ou seja, o impacto do sentimento
digital é uma forma de atuação
momentânea e que provoca
reflexos de mesma magnitude,
porém, se não contínuo,
se torna inerte aos valores
fundamentados da marca.
Criação e cocriação de textos,
vídeos ou artigos são fatores
perenes. Solidificam-se, criam
um rastro de sentimento digital
e a sua identidade, seja positiva
ou negativa. A qualquer
momento esses documentos
são encontrados nos sites
denominados "buscadores",
tornando cada vez mais complexa
a gestão de uma marca em redes
sociais. O sentimento em mídias
sociais é percebido e precisa de
uma resposta da marca. Em um
momento quase que instantâneo,
podemos perceber que o mundo
das redes sociais aplicado em
mídias sociais tornou a marca
refém de sentimentos digitais,
que sem regra e ou mesmo
sem "sentido" - aqui sentido
significa razão - levam uma
marca do inferno ao céu
em uma fração de segundo.
28 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
EMPRESAS
CULTURA
SP Arte reúne mestres e
jovens talentos da fotografia
Galeriais
nacionais e
internacionais
se reúnem
para expor e
vender fotos
Cintia Esteves
[email protected]
A sexta edição da SP-Arte/
Foto reúne na capital paulista os cliques de experientes
fotógrafos como German
Lorca, de 90 anos, a uma
nova geração, que inclui
a também brasileira Sofia
Borges, de 28. Ao todo serão 20 galerias
nacionais e internacionais, com
uma seleção de fotos cujo preço
varia de R$ 3 mil e R$ 100 mil.
“A exposição mostra a liberdade da fotografia. Teremos trabalhos mais tradicionais, com foco, clicando o momento e também imagens desfocadas cujo
objetivo é passar uma mensagem”, afirma Fernanda Feitosa,
organizadora do evento.
Entre as novidades desta edição está a estreia da galeria mineira Celma Albuquerque e da
paranaense Sim, além do retorno das paulistas Vermelho, Mendes Wood e Millan.
Nos quatro dias de duração
da feira serão lançados seis livros sobre fotografia. Uma publicação assinada por Maureen
Bisilliat e o livro Caminhando
com Portinari, de Alan Nielsen,
estão entre os destaques. Também serão lançadas obras do
norte-americano Loren McIntyre e dos brasileiros Edu Simões, Claudia Jaguaribe e Roberto Linsker.
Mais atrações
Paralelamente à exposição acontecerão debates em torno do tema fotografia. Nesta sexta-feira, os fotógrafos Caio Resewitz
e Lorenzo Mammì armam uma
discussão em torno do tema O
sertão não é mais sertão — a construção da paisagem brasileira.
No dia seguinte é a vez de Mauro Restiffe e Agnaldo Farias falarem sobre Cidade em crise - arte
e política na documentação urbana. E no domingo Um outro ponto de vista — as experimentações
dos anos 60 e 70 será o tema que
embalará a conversa entre Claudia Andujar e Augusto Massi.
Após cinco edições realizadas no shopping Iguatemi, a SPArte/Foto acontecerá pela primeira vez no JK Iguatemi, um
dos empreendimentos mais recentes da mesma empresa desenvolvedora de shoppings, o
qual se tornou um dos cartões
postais da cidade. A própria vista que se tem a partir do terraço
onde ficarão alguns trabalhos já
é uma bela fotografia de São Paulo para os olhos dos visitantes.
O local permite uma vista panorâmica da cidade. ■
SERVIÇO
SP-Arte/Foto 2012
Quando: até 11 de novembro; Onde:
Shopping JK Iguatemi (Av. Presidente
Juscelino Kubitschek, 2.041, Vila Olímpia,
SãoPaulo, SP); Entrada: gratuita
“Sem título” (2007) é uma fotografia de Nino Cais, um dos participantes da exposição
Foto “No desfile”, de German Lorca, um dos mais experientes da mostra
Artistas dançam para discutir modelos de relações
Jonia Guimaraes/Corponafoto
Espetáculo de dança traz ao
Brasil as esculturas de
espuma do artista Duda Paiva
Provavelmente você se relaciona com chefes e colegas de trabalho de uma maneira e com
pessoas da família de outra. É
sobre estas “máscaras sociais”
que o espetáculo de dança Objeto Gritante, em cartaz na Caixa Cultural São Paulo, quer discutir.
Para esta missão, o coreógrafo Maurício de Oliveira conta
com a parceria de Duda Paiva,
artista brasileiro radicado na
Holanda que é atualmente um
dos grandes nomes do teatro de
tegrantes praticam Hatha Yoga, balé clássico e se interessam pelas mais variadas técnicas corporiais.
objetos europeu. A dupla projetou em bonecos de espuma os
movimentos do corpo humano. Em uma determinada cena,
os dançarinos Ivan Bernardelli
e Natalia Fernandes se entrelaçam nestes bonecos formando
uma escultura viva com muitas
caras, bocas e mãos. “Queremos discutir as razões pelas
quais as pessoas usam diferentes condutas nas mais variadas
situações de suas vidas”, afirma Oliveira.
Serviço
O grupo
O estudo do corpo é a especialidade da companhia Maurício
de Oliveira & Siameses. Seus in-
Junto com os dançarinos, os bonecos formam esculturas vivas
O espetáculo fica em cartaz na
Caixa Cultural São Paulo (Praça
da Sé, 111 - São Paulo) de 09 a
11 de novembro (sexta e sábado
às 19h e domingo às 18h). Os ingressos são gratuitos e podem
ser retirados na bilheteria com
uma hora de antecedência. No
dia 11 haverá um workshop sobre dança aberto ao público,
das 15h30 às 17h.
Para mais informações ligue:
(11) 3321-4400. ■
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 29
Fotos: divulgação
HISTÓRIA
Arquivo de cineasta russo vai a leilão
Um arquivo com cartas e fotografias que pertenceram a um dos
maiores cineastas da Rússia, Andrei Tarkovsky, será colocado à venda
na casa de leilão Sotheby’s. A coleção abrange os últimos 20 anos de
vida do diretor e inclui uma carta ao líder soviético Leonid Brezhnev
solicitando que ele permitisse a exibição de seu filme “Andrei Rublyev”.
Mostra exibe 37 filmes
em todas as capitais
Evento reúne trabalhos da
América do Sul relacionados
aos direitos humanos
Em dezembro, o músico pernambucano completaria 100 anos
Uma homenagem
a Luiz Gonzaga
Exposição no Palácio do
Planalto reúne obras
inspiradas no Rei do Baião
usadas por Gonzaga, além de fotografias do músico, cd’s e livros sobre sua vida.
Esculturas, xilogravuras relacionadas à vida e à obra do compositor popular e instrumentista Luiz
Gonzaga estão entre os itens da
exposição O Imaginário do Rei Visões Sobre o Universo de Luiz
Gonzaga em cartaz no Palácio do
Planalto, em Brasília. A mostra é
uma homenagem aos 100 anos de
nascimento do artista que ficou
conhecido como Rei do Baião.
Sob a curadoria do artista
plástico paraense Bené Fonteles, quase todas as obras foram
criadas especialmente para a
mostra. Haverá também roupas
Serviço
Organizada pelo Ministério da
Cultura, via Fundação Nacional
de Artes (Funarte) a exposição
fica em cartaz até dia 5 de dezembro, no térreo do Palácio do
Planalto, e tem entrada gratuita. A visitação pode ser feita de
segunda a sexta-feira, das 9h às
18h, e aos domingos, das 9h30
às 14h30.
Antes de chegar a Brasília, O
Imaginário do Rei - Visões Sobre
o Universo de Luiz Gonzaga passou por Salvador (BA), Fortaleza
(CE) e João Pessoa (PB). ■ ABr
Em São Paulo, coreanos
unem acrobacia e culinária
O espetáculo Cookin’ Nanta é
o maior sucesso da história do
entretenimento na Coreia do Sul
A inusitada combinação entre
acrobacias e culinária transformou o espetáculo Cookin’ Nanta no maior sucesso da história
do entretenimento na Coreia
do Sul. Em uma celebração de
ritmos, a tradicional percussão
coreana ganha nova cara com
facas, colheres, panelas e outros utensílios transformados
pelos artistas em instrumentos
musicais.
Em cartaz há 15 anos em Seul,
a montagem também já percorreu 41 países, atingindo um pú-
blico total de mais de 7 milhões
de pessoas.
Nos dias 14 e 15 de novembro, o espetáculo poderá ser visto pela primeira vez no Brasil. O
show faz parte da programação
do Festival da Coreia, que trará
ao país eventos culturais, musicais, exposições e filmes, além
de palestras e seminários. Tudo
para festejar os 50 anos da imigração coreana no Brasil.
Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro
Geo (Av. Faria Lima, 201, Pinheiros, São Paulo (SP), por telefone (4003-9949) ou pelo site www.showcard.com.br.Preço: R$ 60. ■ Redação
A edição deste ano da Mostra Cinema e Direitos Humanos na
América do Sul exibirá gratuitamente 37 filmes em todas as capitais brasileiras. O homenageado do festival, que começou esta semana em Natal (RN), é o documentarista brasileiro Eduardo Coutinho. Entre os critérios
usados para seleção dos filmes,
está a capacidade de promover
reflexão sobre os assuntos ligados a direitos humanos.
“Em todos os filmes nós buscamos uma reflexão sobre direitos humanos, não necessariamente falando diretamente do
tema, mas com uma mensagem
que provoque reflexão”, afirma
o chefe de gabinete da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Bruno Monteiro.
Os filmes foram escolhidos
entre 255 inscritos e tratam principalmente de três assuntos: direito à memória e à verdade;
combate à tortura e atenção à
população em situação de rua.
São curtas, médias e longas metragens do Brasil e de outros países da América do Sul.
Esta edição privilegia títulos
que não entraram no circuito comercial, como os longas-metragens Hoje, de Tata Amaral, e O
Dia Que Durou 21 Anos, de Camilo Tavares. Também poderão ser
vistos Cabra Marcado Para Morrer (1984), Santo Forte (1999) e
O Fio da Memória (1991), de
Eduardo Coutinho. O cineasta,
Em “Batismo de Sangue”, (2006) frades lutam contra a ditadura
que completa 80 anos em 2013,
foi escolhido para ser homenageado por causa do foco em direitos humanos de seus filmes.
A forma como Cabra Marcado
SERVIÇO
Destaques internacionais
da mostra:
Chocó (Colômbia, 2012);
Estruturas Metálicas
(Chile, 2011); O Garoto que
Mente (Venezuela, 2011);
Justiça (Bolívia, 2010);
Saia se Puder (Argentina,
2012); Acesse a programação
completa em:
cinedireitoshumanos.org.br
para Morrer aborda o enfrentamento da ditadura militar pelos
camponeses é um exemplo de
seu engajamento. “A arte é uma
forma de ampliar o contato da
população com esses temas”,
afirma Monteiro.
Para ampliar o público da
mostra, que em 2011 chegou a
30 mil espectadores, serão feitas exibições em pontos alternativos das cidades, como escolas, associações culturais e até
ao ar livre. A expectativa é que
50 mil pessoas participem da
programação. Na região metropolitana de São Paulo, por
exemplo, os filmes também poderão ser vistos em locais normalmente fora do roteiro das
mostras como o Cine Eldorado,
em Diadema. ■ ABr
ESTREIAS - CINEMA
Diplomatas e reféns
Uma dupla diferente
Com base em fatos reais Argo, dirigido e estrelado
por Ben Affleck, mostra o resgate de seis diplomatas americanos refugiados na embaixada canadense no turbulento Irã, em 1980. Para o espectador
entender o contexto, Affleck oferece no início da
projeção uma narrativa em quadrinhos sobre como os EUA ajudaram o xá Mohammad Reza Pahlavi a governar até sua deposição em 1979 pelo célebre aiatolá Khomeini.
O asilo político oferecido a Pahlavi nos EUA enfureceu a população iraniana, que via nele um criminoso a ser julgado. Após a negativa do pedido
de extradição do xá, os iranianos invadiram a embaixada dos EUA em Teerã. Seguidores de Khomeini mantiveram presos, por 444 dias, 52 americanos em retaliação à presença do antigo xá nos
EUA. Argo conta o que aconteceu com os diplomatas que conseguiram escapar à invasão.■ Reuters
Marcados para Morrer sofre de uma crise existencial: por um lado é o típico filme policial, mas,
por outro, subverte algumas regras da cartilha. E,
se não revigora o gênero, ao menos não é mais do
mesmo. Escrito e dirigido por David Ayer, a primeira coisa que se nota no longa é a recusa por estabelecer uma narrativa convencional, em que cada cena é um avanço na história. O filme mais parece uma crônica do cotidiano de dois policiais.
Eles são Brian (Jake Gyllenhaal) e Mike (Michael Peña). A dupla só quer fazer cumprir seu
trabalho, ou seja, proteger o cidadão de bem. Os
inimigos são vários, mas uma gangue latina se
destaca. Se por um lado a dupla da polícia é bem
explorada, com personalidades psicológica e
emocionalmente bem delineadas, os vilões são
clichês ambulantes contra os quais é muito fácil
sentir raiva. ■ Reuters
30 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
FINANÇAS
Editora: Léa De Luca [email protected]
Subeditora: Priscila Dadona [email protected]
Lucro do BB cai 6% em 12
meses, para R$ 2,7 bilhões
Bruno Stuckert
Inadimplência e juro menor prejudicaram
resultado, e banco busca diversificação
Marília Almeida
[email protected]
A busca por diversificação de receitas e maiores volumes ainda
não compensou spreads menores registrados no Banco do Brasil, cujo lucro líquido no terceiro trimestre foi de R$ 2,728 bilhões, redução de 5,6% em comparação há um ano.
O resultado negativo foi influenciado pelo aumento de
15,5% das provisões para perdas com crédito nos últimos doze meses, direcionadas em parte para a carteira de crédito para veículos do banco Votorantim, no qual o BB detém fatia de
49,9%, apesar do aumento de
sofisticação desta carteira.
Ivan Monteiro, vice-presidente de gestão financeira e relações com investidores, aponta que o banco pretende sanar a
operação do Votorantim até o segundo trimestre do ano que
vem. O Votorantim registrou
prejuízo de R$ 497 milhões no
terceiro trimestre.
A inadimplência em operações vencidas há mais de 90
dias atingiu 2,17% da carteira
de crédito total do banco, ante
2,15% no segundo trimestre. O
número está abaixo da média
do mercado, de 3,77%, e a qualidade da carteira aumentou.
Mas taxas de juros menores e
seletividade do crédito, com foco em linha com spreads menores, também contribuíram para
a piora no desempenho.
Sob o efeito da baixa de juros,
o resultado de intermediação financeira teve queda de 12,4%
com relação ao trimestre anterior e 17,1% nos últimos doze
meses, atingindo R$ 25 bilhões.
Por outro lado, a carteira de
crédito ampliada atingiu R$ 532,3
bilhões, alta de 4,7% em relação
ao trimestre anterior e 20,5%
nos últimos doze meses. “Queremos compensar a queda dos juros com volume, mas não sabemos quanto tempo esse processo irá levar”, diz Monteiro.
O avanço foi maior na carteira de pessoas jurídicas, com des-
Cenário persiste no
próximo trimestre
Aumento da concorrência e das
receitas de crédito continuarão
reduzindo rentabilidade do setor
Carla Falcão e Danielle Brant
www.ig.com.br
O aumento da inadimplência e
a desaceleração do ritmo de
crescimento do crédito seguirão pressionando a rentabilidade dos maiores bancos brasileiros de varejo no próximo trimestre, avaliam especialistas do setor. Encerrada a divulgação dos
resultados financeiros dos principais bancos no terceiro trimestre do ano – último a apresentar
o balanço trimestral, o Banco
do Brasil reportou, nesta quintafeira, queda de 6% no lucro –,
as perspectivas para os próximos três meses ainda são de
ajuste à nova realidade de Selic
e spreads menores e de maior ri-
gor na concessão de novos financiamentos. O Itaú já havia
reportado queda de 13,4% no lucro e o Santander, redução de
8,5% . O Bradesco teve uma pequena alta de 1% .
A pressão do governo para
que os bancos reduzissem os juros do crédito e as taxas de administração de fundos contribuíram para frear a rentabilidade. Para o economista-chefe da
corretora Souza Barros, Clodoir
Vieira, BB e Caixa seguirão forçando a concorrência a reduzir
spreads. Em seus relatórios sobre o setor, o Goldman Sachs
vem destacando a necessidade
de os bancos brasileiros buscarem maior eficiência operacional a fim de manter um nível de
rentabilidade sustentável no
médio prazo. Investimentos em
tecnologia e em ganhos de escala estão entre as medidas. ■
Caffarelli: investimentos relevantes sacrificaram eficiência
UM ANO PIOR
Indicadores dos quatro maiores bancos brasileiros, em R$ milhões
CARTEIRA DE CRÉDITO
BB
600
480
360
240
120
0
442.000
3º TRI/11
LUCRO LÍQUIDO
BB
532.300
3º TRI/12
ITAÚ
600
480
360
240
120
0
382.236
417.603
3º TRI/11
3º TRI/12
2.573
2.657
332.335
3º TRI/11
188.390
3º TRI/11
Fonte: bancos
4,0
33,55
33,00
22,55
22,00
11,55
11,00
00,55
00,00
371.674
3º TRI/12
3,0
22,55
22,00
11,55
11,00
00,55
00,00
3º TRI/11
3º TRI/12
207.330
3º TRI/12
0
2,11%
2,17%
3º TRI/11
3º TRI/12
ITAÚ
3.800
3º TRI/11
3.410
3º TRI/12
2.864
6
5
4
3
2
1
0
4,70%
3º TRI/11
5,10%
3º TRI/12
BRADESCO
2.893
6
4
3,80%
4,10%
3º TRI/11
3º TRI/12
2
3º TRI/11
3º TRI/12
SANTANDER
1000
800
600
400
200
0
6
4
2
BRADESCO
SANTANDER
600
480
360
240
120
0
4
3
2
1
0
INADIMPLÊNCIA
BB
ITAÚ
BRADESCO
600
480
360
240
120
0
taque para operações para micro e pequenas empresas, que
aumentaram 6,2% com relação
ao segundo trimestre do ano e
28,4% nos últimos doze meses.
"Temos priorizado linhas de investimento, com a baixa da Selic", afirma Monteiro.
A renda de tarifas do banco
foi de R$ 5,2 bilhões, aumento
de 0,4% sobre o trimestre anterior e de 11,9% com relação ao
mesmo período do ano passado. Apesar de ainda não ser representativa, a receita com prestação de serviços evolui no banco e pode ajudar a reforçar o desempenho futuro do banco. Porém, cortes de tarifas realizados
recentemente terão impacto
nos próximos balanços.
O índice de retorno sobre patrimônio líquido médio caiu para 18,6%, ante 21,4% no segundo trimestre, e seu índice de eficiência se deteriorou com relação ao trimestre anterior.
“Preferimos fazer investimentos altos e relevantes a registrar impactos no atendimento aos clientes. Isso teve impacto no índice”, conclui Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente de atacado, negócios internacionais e private bank. ■
866
0
SANTANDER
6
591
4
4,30%
5,10%
2
3º TRI/11
3º TRI/12
0
3º TRI/11
3º TRI/12
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 31
Andrew Harrer/Bloomberg
AÇÕES
Banco poderá recomprar até US$ 3 bi
O JPMorgan informou ontem que reguladores americanos aprovaram
no último dia 5 um plano para o banco usar seu capital para
recomprar até US$ 3 bi de suas ações no primeiro trimestre de 2013.
O banco suspendeu as recompras de ações em maio e apresentou um
novo plano de capital em agosto, após conter perdas com derivativos
de cerca de US$ 6,2 bi. O presidente do banco, Jamie Dimon, suspedeu
a recompra de ações para reconstruir sua base de capital e a liquidez.
JP Morgan investe US$ 50 milhões
para reforçar área de tesouraria na AL
Depois de Brasil e México, banco
segue passos de clientes rumo
ao Chile, Argentina e Colômbia
Natália Flach
[email protected]
Seguindo os passos dos grandes
clientes, o J.P. Morgan colocou
a América Latina na planilha de
investimentos. Desde o ano passado, o banco americano vem
investindo na abertura da área
de serviços de tesouraria, que é
responsável pela gestão de caixa, comércio, liquidez, cartão
comercial e serviços judiciais.
O aporte chega a US$ 50 milhões. Depois de Brasil e México, no ano que vem, será a vez
da Argentina e do Chile contarem com esses produtos. O próximo da lista é a Colômbia, de
acordo com Andy Rodriguez Lubary, responsável por Serviços
de Tesouraria para a América
Latina, em entrevista exclusiva
ao BRASIL ECONÔMICO. A expectativa é que até 2013 a área conte
com mais de 300 funcionários.
“Os clientes daqui estão expandindo as suas operações regionalmente e pelo mundo, enquanto os clientes de países de-
senvolvidos estão de olho na região”, afirma o executivo, sem
especificar o quanto a América
Latina deve gerar de receita.
“Não detalhamos o nosso faturamento nesse nível, mas a expectativa é grande. É uma grande
oportunidade”, acrescenta Martin Nonna, diretor de serviços
de tesouraria corporativa para a
América Latina. No terceiro trimestre, os serviços de tesouraria do banco apuraram receita
de quase US$ 1,1 bilhão.
O Brasil vai dar apoio para os
vizinhos, já que os principais
executivos da América Latina ficarão no país. “Mas cada um terá sua área própria com gerentes regionais”, reitera Lubary.
“Por ser a maior economia, o
Brasil também é onde vemos a
mais oportunidades de ganhos”, acrescenta o executivo.
Sobre a interferências dos governos na regulação, Lubary
diz que isso afeta marginalmente os clientes, mas não impede a
vinda deles. “Estamos aqui para
ajudá-los da melhor forma possível. Não é uma aposta de seis
meses. Pretendemos ficar aqui
por uns 100 anos. Isso vai além
de questões cambiais ou interfe-
rências do governo e eles pensam da mesma forma.”
Nonna afirma que no portfólio de produtos existem os que
são globalmente ofertados,
mas também aqueles que são regionalmente adaptados. “Cada
região tem demandas específicas, assim como cada cliente
O Banco Central aumentou o valor do patrimônio de referência
dos bancos que podem ser beneficiados por compras de carteiras de crédito que geram descontos no recolhimento dos
compulsórios a prazo. A medida também ajuda a estimular as
operações com Letras Financeiras e, segundo o BC, não mexe
na liquidez do sistema.
De acordo com a Circular
3.613 publicada ontem, o patrimônio de referência dos bancos
que podem vender carteiras e
outros ativos que gerem o benefício passa a ser de até R$ 3,5 bilhões, acima dos até R$ 2,2 bilhões estipulados há dois anos.
Segundo o BC, essa mudança
ocorre para apenas se adaptar
ao “crescimento natural” do
mercado, e não soube informar
quantos bancos poderiam ser
beneficiados com o novo parâmetro. “É uma adequação do pa-
nário da economia dos Estados
Unidos ficará mais positivo, assim como o da América Latina,
puxado pelo interesse dos investidores e desempenho do Brasil
e México”, acrescenta Lubary.
“Apresentamos planos de contingência caso a situação seja
pior do que a prevista.” ■
Rodrigo Capote
Nonna (esq.) e Lubary: por ser a maior economia, Brasil é o que oferece mais oportunidades de ganhos
Compulsório fica menor
Bancos que compram carteiras
de crédito de seus pares
pagarão menos a partir de hoje
também.”
Um dos tópicos que estão na
pauta de reuniões com clientes
são os possíveis cenários por
causa da crise econômica.
“Acho que teremos o mesmo número de países na Zona do Euro, apesar de o futuro da Grécia
ainda ser uma dúvida. Mas o ce-
râmetro ao crescimento natural
do medidas para estimular as
do patrimônio líquido das instigrandes instituições a compratuições financeiras, levando em
rem carteiras dos pequenos e
conta sua rentabilidade nos últimédios bancos porque podem
mos dois anos”, informou o BC,
deduzir os valores dos depósiacrescentando ainda que não
tos compulsórios a prazo.
existe problemas de liquidez
No final de dezembro passadentro do sistema financeiro.
do, o BC fez modificações mais
A medida do BC também
significativas nos compulsórios
manteve a exigência de que os
a prazo que, na época, tinham
bancos vendedores
potencial para injede carteira de créditar cerca de R$ 30
A medida
to a outras instituino mercatambém ajuda bilhões
ções tenham 20%
do. Naquele moa estimular
de seus ativos em
mento, a autoridaoperações de crédias operações de monetária anunto, mas fez mudanciou que havia reducom Letras
ças nas regras de paszido o percentual
Financeiras
sivo: até então, 20%
de compulsório a
tinha de represenprazo com renditar depósitos a prazo e, agora,
mento pela Selic, que era de
também terá de incluir Letras Fi100%, para 64%, num movinanceiras. Com isso, acredita a
mento escalonado até abril.
autoridade monetária, estará
O BC não alterou a alíquota
ajudando a melhorar a liquidez
de 20% dos depósitos a prazo
desses papéis de longo prazo
que tem de ir ao compulsório
que, no final de setembro, chebancário, que é a parcela dos
gavam a R$ 220 bilhões.
depósitos dos bancos que fica
Desde 2008, no auge da crise
presa na autoridade monetáinternacional, o BC tem adotaria. ■ Reuters
Captação no
exterior fica
em US$ 7,1 bi
Puxadas por Petrobras,
operações deslancham em
outubro; no ano, são US$ 44 bi
EM ALTA
Recursos captados no exterior
em outubro, em US$ milhões
BANCOS
ABC 100
BB
1.925
0
As captações externas continuaram aquecidas em outubro.
Dados preliminares divulgados
ontem pela Anbima indicam
que foram levantados US$ 7,1 bilhões em recursos no mercado
internacional, todos com títulos de dívida (renda fixa). As
captações foram concentradas
em títulos corporativos de cinco companhias que somaram
US$ 5 bilhões, lideradas pela
emissão da Petrobras com volume de US$ 3,3 bilhões.
As duas emissões de instituições financeiras no período somaram US$ 2 bilhões. Este foi o
perfil observado em todo o ano
de 2012: dos US$ 44,6 bilhões levantados no período, 61,3% foram para empresas. Houve apenas US$ 106 milhões emitidos
em ações no exterior no mês. ■
500
1000
1500
2000
EMPRESAS
PETROBRAS
3.313
RODOPA
100
ALIMENTOS
OAS
500
BR MALLS 175
SAMARCO
1.000
0
500
TOTAL EM
OUTUBRO
1000
1500
2000
2500
3000
3500
7.100
EM 2012*
44.521
EM 2011*
32.027
0
Fonte: Anbima
10000
20000
30000
40000
50000
* até 31/10
32 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
Allison Joyce/AFP
FINANÇAS
ADRs
BrasilAgro estreia na Bolsa de Nova York
Controladores, conselheiros e diretores da BrasilAgro participaram
ontem da cerimônia de estreia das negociações de ADRs (American
Depositary Receipts) do Nível II na Bolsa de Valores norte-americana.
“Estamos satisfeitos com mais este passo para o nosso crescimento.
Com a operação, o segmento de agronegócio brasileiro passa a ser
mais bem visto no Exterior, além de estarmos levando a Companhia
a um novo nível”, explica Julio Toledo Piza, CEO da BrasilAgro.
Rodrigo Capote
Senior Solutions
planeja lançar suas
ações até janeiro
Presidente da empresa diz que não vai esperar o anúncio das
medidas de estímulo para acesso das PMEs à BM&FBovespa
Vanessa Correia
[email protected]
A Senior Solutions, segunda
empresa a se listar no Bovespa
Mais sem emitir ações, não irá
aguardar a divulgação das medidas de incentivo a pequenas
e médias empresas (em estudo
por um grupo de trabalho) para levar adiante sua oferta de
ações. “Claro que qualquer incentivo para fomentar esse
mercado vai nos ajudar. Mas estamos preparados para jogar o
jogo de acordo com as regras
atuais”, afirma Bernardo Gomes, presidente da provedora
de tecnologia para o mercado
financeiro.
Ainda não há um prazo definido pela companhia para captar
recursos na BM&FBovespa.
Mas, a partir do momento que a
decisão for tomada, o executivo
espera que a operação seja concluída em, no máximo, três meses. “Tomamos a decisão de quebrar o processo de abertura de
capital em duas etapas e nos
mantivemos fiel a ela”, diz.
De acordo com o executivo, a
oferta da companhia tem características diferentes das usualmente feitas pelas empresas brasileiras: não contará com investidores estrangeiros — os locais
são menos suscetíveis às oscilações externas. A Senior Solutions acredita também que será
SEM AÇÕES
Custo do processo de abertura de capital no Bovespa Mais
da Senior Solutions
CUSTOS DO PROJETO (EM R$ MIL)
Advogados
Assessoria de abertura
de capital
Assessoria
de desenvolvimento
de website
Assessoria de relações
com imprensa
TOTAL
120
CUSTOS ANUAIS DA MANUTENÇÃO DA
LISTAGEM (EM R$ MIL)
Equipe de RI
126,6
Auditoria
121,5
11,0
Advogados
21,6
18,0
Publicações legais
42,6
Taxas de fiscalização
9,94
Escrituração de ações
5,2
150,0
299,5
TOTAL
327,5
Fonte: Senior Solutions
beneficiada pela queda recente
da taxa básica de juros (Selic).
Gomes considera as medidas
avaliadas por entidades do mercado financeiro e de capitais
são de suma importância. “Sabemos que nossa oferta será destinada aos investidores que buscam rentabilidade no médio e
longo prazo e que não priorizam liquidez”, acredita Gomes,
citando uma das medidas sugeridas no início da semana por um
grupo de trabalho que avalia essas medidas.
“Uma das propostas oferece
incentivo fiscal aos investidores de acordo com o tempo de
permanência no ativo, similar
aos fundos de previdência privada. Faz todo sentido, já que pequenas e médias empresas precisam de um tempo maior para
executar seu plano”, diz.
Outro ponto discutido na reunião — da qual o executivo participou — são os custos de realização de uma oferta de ações. Na
sua opinião, isso não é um impeditivo. Para a listagem no Bovespa Mais, os custos fixos somaram R$ 299,5 mil, ou 0,7% da
receita bruta anual, e os custos
anuais da manutenção da listagem somam R$ 327,5 mil.
Resultados trimestrais
A despeito do momento adverso pelo qual o setor financeiro
passa, os resultados trimestrais da Senior Solutions foram
bastante positivos. O lucro líquido entre julho e setembro
deste ano totalizou R$ 2,4 mi-
Gomes, presidente: listagem na bolsa custa R$ 327,5 mil ao ano
lhões, crescimento de 135%
em relação a igual período do
ano anterior. A lucratividade,
medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações (Ebitda), seguiu
a mesma direção: saltou de R$
1,8 milhão para R$ 2,8 milhões
ao final do trimestre.
Os resultados, segundo Gomes, devem-se à expansão de
27% da receita líquida entre o
terceiro trimestre do ano passado e o mesmo período deste
ano, e ao avanço dos custos
em velocidade inferior a da receita, de 23%.
“A busca por eficiência por
parte das instituições financeiras em função da queda da taxa de juros e aumento da
inadimplência neste ano impulsionou os resultados da unidade de consultoria, que apresen-
tou crescimento de 33,6%”,
destaca o presidente.
A listagem no Bovespa Mais,
segmento de acesso de pequenas e médias empresas à bolsa
brasileira, ainda não impactou
os números da companhia. Segundo o executivo, isso já era esperado. “O ingresso no Bovespa
Mais tem efeito institucional,
no sentido de que nossos clientes nos diferenciam em relação
aos concorrentes, tanto no que
diz respeito à transparência
quanto à divulgação de resultados”, completa Gomes.
Ainda assim, esse é o terceiro
trimestre consecutivo desde a
abertura de capital que a provedora de tecnologia para o setor
financeiro registra crescimento, com receita trimestral recorde desde o início de suas operações, em 1996. ■
Ritmo de crescimento da Cetip está mais lento
Receita bruta cresceu 18% no
ano, até setembro, ante avanço
de 25% nos últim os anos
Natália Flach
[email protected]
Se por um lado, o cenário adverso na concessão de crédito
afetou o desempenho da área
de financiamentos da Cetip no
terceiro trimestre do ano, por
outro, o fato de os estoques representarem 45% da receita da
unidade de títulos e valores mobiliários permitiu certa resiliência no balanço da companhia. Francisco Carlos Gomes,
diretor vice-presidente executivo corporativo, financeiro e
de RI, diz que a companhia continua crescendo, apesar de o
ritmo estar mais lento que no
passado. “Nos últimos anos, a
receita bruta crescia 25%, mas
de janeiro a setembro cresceu
18%”, afirma, acrescentando
que, no terceiro trimestre, a receita bruta consolidada totalizou R$ 234,4 milhões.
“Mas o segmento de financiamento já mostra retomada no
trimestre com crescimento de
5% ante o segundo trimestre.
Gradativamente, vai haver a retomada do crédito. Não estamos preocupados no curto prazo, até por isso, a gente não parou de investir em novos produtos e plataformas.”
A receita líquida do terceiro trimestre atingiu R$ 200,9 milhões, avanço de 4,7% em relação ao mesmo período do ano
passado. Já o lucro líquido ajustado foi de R$ 100,7 milhões, enquanto o Ebitda ajustado para o
atingiu R$ 144,2 milhões, 1,2%
superior ao segundo trimestre.
Outro destaque está no volume
médio dos ativos de renda fixa
sob custódia, cujo estoque valorizado atingiu R$ 3,3 bilhões no terceiro trimestre, 11,2% superior
ao volume do ano passado. ■
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 33
Divulgação
SEGUROS
Mapfre registra ¤ 16,6 bi em prêmios no ano
A seguradora Mapfre registrou ¤ 16,6 bilhões em prêmios emitidos no
ano, até setembro, alta de 13% ante igual período de 2011. Os negócios
não vida somaram ¤ 11,9 bilhões, com alta de 9,8% em prêmios e os
produtos de vida avançaram 22,3% para ¤ 4,66 bilhões no período.
O lucro atribuível chega a ¤ 655,9 milhões, 14,3% menos que no ano
passado, devido às provisões e deteriorações por conta da crise. O
lucro recorrente, entretanto, cresceu 9,1%, alcançando ¤ 737,8 milhões.
BOLSAS
Ibovespa cai pelo
2º dia seguido
Pressionado por incertezas nos
Estados Unidos, índice recua
1,70%, aos 57.524 pontos
Priscilla Arroyo
[email protected]
Após a vitória de Barack Obama, o déficit fiscal dos Estados
Unidos volta ao radar e os investidores mostram aversão ao risco. O clima de cautela se espalhou pelos mercados mundiais e
os principais índices fecharam
no vermelho. Por aqui, Ibovespa caiu 1,70%, aos 57.524 pontos. O giro financeiro ficou em
R$ 6,6 bilhões.
A bolsa brasileira abriu em alta, mas perdeu força após o início das negociações em Wall
Street. “Hoje houve leilão de títulos de 30 anos nos Estados
Unidos. Mesmo com juro baixo, a demanda foi enorme, o
que indica aversão a qualquer
ativo de risco”, afirma André
Perfeito, economista-chefe da
Gradual Investimentos.
A incerteza sobre como Obama vai se posicionar diante do
Congresso neste início de mandato teve mais importância que
os indicadores positivos.
Cetip (CTIP3) liderou
os ganhos, com
avanço de 2,68%.
Na ponta negativa,
Vanguarda Agro
recuou 5,55%
“A tendência predominante é
de aversão ao risco”, diz o economista-chefe da Planner Corretora, Eduardo Velho. “Ninguém sabe o que vai acontecer nos EUA e
deixará os mercados bem mais
cautelosos daqui para frente.”
O presidente terá de enfrentar resistência dos republica-
nos para aprovar orçamento do
país em meio a ameaça de um
abismo fiscal.
Em Wall Street, o Dow Jones
caiu 0,94%, o S&P 500 recuou
1,22% e o Nasdaq registrou queda de 1,42%.
Na Europa, o parlamento da
Grécia aprovou as medidas de
austeridade impostas em troca
de um novo pacote de socorro
no valor de ¤ 1,5 bilhões. Agora,
os membros do Banco Central
Europeu (BCE) vão analisar o relatório da situação fiscal grega e
o montante deve ser liberado
no final de novembro.
Além disso, o presidente do
BCE, Mario Draghi , declarou
que a economia da Zona do Euro continua enfraquecida.
Neste contexto, os mercados
acionários europeus fecharam
no vermelho o FTSE-100, de Londres, recuou 0,27%; o CAC-40,
de Paris, perdeu 0,06%; e o
DAX, de Frankfurt teve queda de
0,39%. ■ Com Reuters
MOEDAS
Pessimismo externo
eleva dólar a R$ 2,04
Preocupação com Europa levou
moeda a subir 0,29%; DIs
também avançaram com BC
O pessimismo que voltou a prevalecer nos mercados de bolsa
ontem gerou a segunda sessão
seguida de valorização do dólar
frente ao real.
Após a alta de 0,10% na véspera, desta vez a moeda americana encerrou os negócios frente à brasileira com valorização
de 0,29%, a R$ 2,040 na venda.
“O câmbio seguiu o movimento externo. Apesar de a
Grécia ter aprovado as medidas de austeridade para receber nova ajuda, os ministros
das finanças da Europa disseram que terá de haver um estudo para averiguar se as medidas tornam a Grécia elegível
para receber a ajuda”, diz Luciano Rostagno, estrategistachefe do Banco WestLB.
As declarações feitas pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mário Draghi, contribuíram para a maior busca dos
investidores por ativos de risco
na sessão, nota o especialista.
“A atividade econômica de
uma maneira geral está fraca e
deve permanecer assim no curto prazo”, ponderou a autoridade.
Draghi disse ainda que a Alemanha, maior economia do velho continente, que até agora
permanecia imune às dificuldades enfrentadas por seus pares,
começa a dar os primeiros sinais dos efeitos da crise.
Nesta quinta foi informado
que a produção industrial germânica caiu 1,8% em setembro,
após a queda de 0,4% na aferição anterior.
Juros
A alteração de algumas regras
do depósito compulsório a prazo feitas pelo Banco Central
(BC) deve incrementar o crédito no mercado doméstico, o que
permitiu uma abertura da curva
de juros futuros da BM&FBovespa, a despeito do ambiente negativo dos demais mercados.
Mais negociado, com giro de
R$ 23,649 bilhões, o contrato
de Depósito Interfinanceiro
(DI) com vencimento em janeiro de 2014 subiu de 7,32% para
7,35%, enquanto o para janeiro de 2015 avançou de 7,85%
para 7,88%, com volume de
R$ 9,095 bilhões.
“O movimento da curva ficou atrelado a medida do BC.
Apesar de o Carlos Hamilton
(Araújo, diretor de política econômica do BC) dizer que a medida não deve proporcionar mais
liquidez, algumas análises indicam que a disponibilidade de
crédito deve sim aumentar”,
afere Rostagno.
Os bancos, quando compram
carteiras de outras instituições,
podem abater o valor da aquisição do compulsório do depósito
a prazo. No entanto, essa operação só é permitida caso o vendedor da carteira se enquadre em
uma série de critérios, e esses
critérios é que foram alterados
pela autoridade monetária. ■
Lucas Bombana
CENTRAIS ELÉTRICAS
MATOGROSSENSES S.A. - CEMAT
CNPJ/MF nº 03.467.321/0001-99 - NIRE nº 51.300.001.179
Companhia Aberta
Ata da Assembleia Geral de Debenturistas da 4ª Emissão Pública de Debêntures não
Conversíveis em Ações da Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT
Realizada em 1º de outubro de 2012
1. Data, Hora e Local: 1º de outubro de 2012, às 12h, na sede da Centrais Elétricas Matogrossenses
s.a. - cemat (“Emissora” ou “Companhia”), localizada na Cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso,
na Rua Manoel dos Santos Coimbra, 184. 2. Presença: Debenturistas titulares da totalidade
das debêntures em circulação emitidas nos termos do “Instrumento Particular de Escritura de
Emissão Pública de Debêntures Não Conversíveis em Ações da Quarta Emissão de Centrais
Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT”, registrado na Junta Comercial do Estado de Mato
Grosso (“JUCEMAT”) sob o nº ED000230000, aditada em 1º de novembro de 2011 pelo Primeiro
Aditamento registrado sob o nº ED000230001, em 18 de maio de 2012 pelo Segundo Aditamento
registrado sob o nº ED000230002 e em 30 de agosto de 2012 pelo Terceiro Aditamento registrado
sob o nº ED000230003. (“Debenturistas”, “Debêntures” e “Escritura de Emissão”, respectivamente)
conforme se verificou pelas assinaturas na Lista de Presença de Debenturistas e pela Planner
Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”). Presentes, ainda,
os representantes da Companhia, Interventor, Dr. Jaconias de Aguiar, e Diretor Vice-Presidente de
Operações, Joubert Meneguelli. 3. Composição da Mesa: Presidente: Rafaela Junqueira de Oliveira;
e Secretária: Rejane Carvalho Assis. 4. Edital de Convocação: Dispensada a convocação tendo
em vista a presença de Debenturistas titulares da totalidade das Debêntures em circulação, nos
termos do artigo 124, § 4º, da Lei nº 6.404/76. 5. Ordem do Dia: Autorizar o Agente Fiduciário
a não declarar o vencimento antecipado e/ou aplicação de qualquer penalidade à Emissora, em
decorrência da intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL na Companhia, nos
termos da Resolução Autorizativa nº 3.647 publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, Edição
Extra em 31 de agosto de 2012. 6. Deliberações: Tendo em vista a presença dos Debenturistas
titulares da totalidade das Debêntures em circulação e do Agente Fiduciário, foi aprovado por
unanimidade e sem ressalvas, (i) que os Debenturistas se reunirão em nova assembleia em até
90 (noventa) dias contados da presente data para deliberar sobre autorizar o Agente Fiduciário
a não declarar o vencimento antecipado das Debêntures, previsto na Cláusula 6.26, Inciso IX da
Escritura de Emissão; (ii) eximir o Agente Fiduciário, até a data de realização de nova assembleia,
da responsabilidade de declarar o vencimento antecipado das Debêntures; e (iii) autorizar o Agente
Fiduciário a encerrar a presente assembleia nesta data e, observado o prazo do item (i), convocar
nova assembleia tão logo solicitado por qualquer dos Debenturistas, sendo certo que o presente
encerramento não prejudicará o direito dos Debenturistas de cobrar e receber os valores devidos
pela Emissora, nos termos da Escritura de Emissão. 7. Encerramento: Nada mais havendo a tratar,
o Presidente da AGD suspendeu os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura desta ata que,
após lida e aprovada, foi assinada pelos presentes. Cuiabá, 1º de outubro de 2012. Presidente
- Rafaela Junqueira de Oliveira. Secretária - Rejane Carvalho Assis. Debenturistas: FUNDAÇÃO
CARLOS CHAGAS, neste ato representada por Rafaela Junqueira de Oliveira; V2 YELD FI RENDA
FIA CRÉDITO PRIVADO, neste ato representado por Rafaela Junqueira de Oliveira; CAPITÂNIA
INFLATION CRÉDITO PRIVADO FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA (anterior M899 FUNDO
DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO), neste ato representado por Rafaela Junqueira de Oliveira;
CAPITÂNIA PORTFÓLIO CRÉDITO PRIVADO FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO,
neste ato representado por Rafaela Junqueira de Oliveira; CAPITÂNIA MAP CRÉDITO PRIVADO
FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO, neste ato representado por Rafaela Junqueira
de Oliveira; CAPITÂNIA PLUS CRÉDITO PRIVADO FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA
(Anterior M839 FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO), neste ato representado por Rafaela
Junqueira de Oliveira; CAPITÂNIA FIX CRÉDITO PRIVADO FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA
FIXA (anterior M982 FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO), neste ato representado
por Rafaela Junqueira de Oliveira; Agente Fiduciário: Planner Trustee Distribuidora de Títulos e
Valores Mobiliários Ltda., neste ato representada por Rejane Carvalho Assis. Representantes da
Companhia: Interventor, Dr. Jaconias de Aguiar, e Diretor Vice-Presidente de Operações, Joubert
Meneguelli. Declaro que a presente é cópia fiel extraída do livro próprio. Rafaela Junqueira de
Oliveira - Presidente. Rejane Carvalho Assis - Secretária. JUCEMAT nº 20120981270, em sessão de
18/10/2012. João Gilberto Calvoso Teixeira - Secretário Geral.
34 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
Divulgação
FINANÇAS
MEMÓRIA
Morre Silvio Guerra, diretor de RI da Localiza
SIlvio Guerra, 56 anos, diretor de relações com investidores da
Localiza, foi encontrado morto ontem na sede da empresa, em BH.
Vencedor por três anos consecutivos do prêmio de melhor profissional
de RI do Brasil, o executivo trabalhava há 15 anos na Localiza e era
diretor adjunto do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores
de Minas. Segundo colegas seus ouvidos pelo Brasil Econômico,
seu dinamismo e liderança farão falta ao mercado de capitais.
MRV ON (MRVE3)
(fechamento em R$)
16 15,0
15,0
BR Properties aprova emissão
de R$ 500 mi em debêntures
A operação prevê a emissão de
até 50 mil títulos, com valor
nominal unitário de R$ 10 mil
13,5
13,5
12,0
12,0
11,15
11,09
10,92
10,5
10,5
10,53
9,73
Stop
9,09,0
31/JUL/12
Resistência
3/SET
Objetivo
1/OUT
8/NOV
Fontes: Carlos Martins, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico
O conselho de administração da
BR Properties, empresa de investimento em imóveis comerciais de renda, aprovou a realização da segunda emissão de debêntures simples, em série única, não conversíveis em ações,
no valor de até R$ 500 milhões,
segundo comunicado enviado
ontem à Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).
A operação prevê a emissão
de até 50 mil debêntures, com
valor nominal unitário de R$
10 mil. Os ativos terão prazo de
dois anos.
De acordo com o comunicado da empresa, os papéis não
estarão sujeitos à atualização
monetária e sobre o saldo devedor do valor nominal de cada
uma das debêntures incidirão
juros remuneratórios correspondentes a 100% da variação
acumulada das taxas médias
diárias dos Depósitos Interfinanceiros (DI) de um dia.
A remuneração será paga semestralmente a partir de 10 de
dezembro deste ano, data de
emissão, ocorrendo o primeiro
pagamento em 10 de junho de
2013 e o último, em 10 de dezembro de 2014.
Dados do mercado
Dados divulgados ontem pela
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e
de Capitais (Anbima) revelam
que o mercado secundário de
debêntures, excluindo as emissões de leasing, registrou recorde de operações em outubro.
Foram registradas 2.595 operações, frente a 1.975 no mês anterior. O valor supera o recorde
anterior, de agosto deste ano,
quando foram registradas 2.178
operações. O volume financeiro médio de outubro, contudo,
foi de R$ 172 milhões, 36% inferior frente à média registrada
em setembro.■
MRV em ponto de venda rumo a R$ 9,73
As ações da construtora MRV Engenharia (MRVE3) estão em
tendência de queda na bolsa de valores brasileira e a indicação
do analista gráfico Carlos Martins é de venda para os papéis.
Ontem, as ações fecharam com queda de 4,27%, para R$ 10,53
— o Ibovespa, principal indicador da BM&FBovespa caiu 1,70%.
“Essa indicação de venda tem um objetivo em R$ 9,73, quando
o investidor deve comprar novamente os papéis, o que remete
a cerca de 7,5% de queda", afirma. A operação foi estruturada
porque os papéis romperam um suporte (ponto que, se rompido,
indica tendência de forte queda das ações) em R$ 10,92 no pregão
de ontem. "Esse suporte havia sido rompido no dia 26 de outubro,
o que era um sinal de venda, mas o papel voltou ao mesmo nível
nesta semana e ontem conseguiu perder de novo, confirmando
a operação de venda", destaca o analista. Agora, esse mesmo
patamar de R$ 10,92 é considerado uma resistência (ponto que,
se superado, indica tendência forte de alta das ações).
Neste caso, o stop da operação fica em R$ 11,09. Isso significa que
se o investidor alugou os papéis para venda e precisa recomprar
para devolvê-los ao proprietário, o mais interessante é que não
faça isso depois que superar o patamar de R$ 11,09, para evitar
perdas maiores para o portfólio. No pregão de hoje, as ações da
construtora devem reagir à divulgação de resultados do terceiro
trimestre, ocorrida ontem depois do fechamento do mercado. F.F.
SIDERÚRGICAS
XP Investimentos indica operação de Long & Short com ações de Gerdau e de Usiminas
PERSPECTIVAS SÃO
POSITIVAS PARA A
GERDAU NA BOLSA,
AO CONTRÁRIO
DA USIMINAS
FUNDOS DE INVESTIMENTO
A XP Investimentos recomenda
operação de Long & Short entre
ações de Gerdau e da Usiminas.
A transação proposta consiste em
montar uma posição de compra
(long) e outra de venda (short)
com ativos diferentes, para lucrar
na diferença da rentabilidade.
Neste caso, a corretora sugere
a compra de Gerdau (GGBR4)
e a venda de Usiminas (BBAS3),
segundo relatório de William
Castro Alves. Após os balanços,
a corretora avalia que o setor
siderúrgico seguiu pressionado
com custos elevados, fraca
atividade econômica interna,
resultando em números fracos
no terceiro trimestre. “Ficou
mais uma vez clara a diferença
operacional das duas empresas,
com a Gerdau apresentando
rentabilidade superior, melhores
margens, menor endividamento
e sendo negociada a múltiplos
inferiores aos da Usiminas”,
destaca. Apesar das ações da
Gerdau terem caído muito, pela
desistência de um parceiro para o
desenvolvimento de seu braço de
mineração, a empresa anunciou
reservas maiores que as previstas
Por isso, a XP sugere a exposição
no papel. Já Usiminas, mesmo
com a melhora do mix de vendas,
apresentou números fracos no
trimestre. “Os fracos volumes de
vendas em siderurgia e a queda
no preço do minério pesaram
forte”, concluiu Castro Alves.
OPÇÕES DE AÇÕES
Renda fixa índice tem o maior retorno Bolsa seleciona
no mês de outubro, revela Anbima
formadores de mercado
Os fundos de renda fixa índices
— que aplicam em títulos públicos — registraram a maior rentabilidade dentre os fundos de
investimento no mês de outubro, com alta de 2,67%, acumulando também o maior retorno
do ano (19,19%) e em 12 meses
(21,72%).
Os dados são da Associação
Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e foram divulgados ontem.
Esses fundos, classificados
pela entidade, têm como referência a rentabilidade do IMAGeral, índice que acompanha o
desempenho de uma carteira
de papéis do Tesouro. Segundo
a Anbima, a alta rentabilidade
desses títulos reflete o bom desempenho das Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), papéis corrigidos pela inflação.
Já o mercado acionário, ao
contrário dos meses anteriores, teve desempenho negativo, influenciado, em parte, pela divulgação de resultados corporativos. Contudo, dentre os
fundos de ações que tiveram desempenho positivo, teve destaque o Small Caps, que avançou
1,79%, acumulando alta de
16,33% no ano.
Na categoria Multimercados,
a maior alta, de 1,25%, foi alcançada pelo tipo Macro, que
acumula a terceira maior rentabilidade da indústria no ano e
em 12 meses.
O setor de fundos de investimento registrou captação líquida em outubro de R$ 8,3 bilhões, liderada pela categoria
Multimercados.
Com ingressos líquidos de
R$ 4,5 bilhões, patamar próximo ao observado nos meses anteriores, a categoria mantémse como a segunda de maior
captação no ano, atrás, apenas,
da categoria Previdência. ■
A BM&FBovespa abriu ontem o
processo de concorrência para
selecionar três formadores de
mercado para opções de ações
do Banco Bradesco (BBDC4),
Gerdau (GGBR4), Banco do Brasil (BBAS3) e sobre o Índice Bovespa (IBOV).
Os interessados, inclusive as
residentes no exterior, têm até
o dia 7 de dezembro para entregar as propostas, sendo que a
sessão de abertura dos documentos ocorrerá em 18 de dezembro, quando serão conhecidas as instituições pré-selecionadas.
As instituições vencedoras
serão conhecidas em 18 de janeiro do próximo ano, após assinatura do contrato.
Serão consideradas vencedoras, para cada objeto da concorrência as três propostas que indicarem os menores spreads,
cotados em pontos no caso das
opções sobre o Índice Bovespa
e em reais no caso das opções
sobre ações.
O programa de formador de
mercado da BM&FBovespa tem
por objetivo incentivar a negociação de opções, elevando a liquidez sobre outros ativos subjacentes do segmento Bovespa,
além de Petrobras e Vale. ■
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 35
ESTILO DE VIDA
R$ 70
Mais o valor do deslocamento,
é quanto custa o trabalho de um
‘personal do sono’, profissional
que vai até a casa dos clientes
para analisar se eles estão
dormindo de forma correta.
DORMIR
Garanta um bom sono para o
trabalho não virar pesadelo
De cada dez executivos, um tem insônia, diz pesquisa: terapia, respiração e ‘personal do sono’ podem ajudar
Daniel Wainstein
Flávia Furlan
[email protected]
A economista Flávia David, 34
anos, conquistou antes dos 30
um emprego que proporcionava reconhecimento no mercado, alto salário e um apartamento na beira da praia com aluguel
pago pela empresa. Mas este é
apenas um lado da história.
Com a pressão por metas, passava a maior parte das noites em
claro e, nas que dormia, o período durava três horas, insuficientes para descansar.
“Acordava acabada, com dor
de cabeça e enjoo. Ficava muito
irritada e as relações interpessoais se tornaram difíceis”, conta. A única providência foi começar a tomar remédio e, mesmo assim, o problema persistia,
rotina que durou dois anos.
Foi só ao ser demitida, quando a empresa foi vendida, que
decidiu buscar ajuda. Neste período, o estresse já tinha deixado suas marcas: teve de retirar
a tireoide pela presença de nódulos e detectou duas doenças
autoimunes.
“Quando fui demitida, um colega me indicou um curso de gerenciamento de estresse e fui
aprendendo a lidar com as emoções pela técnica de respiração
e meditação, trazendo a mente
para o momento presente. Faz
três anos que durmo todas as
noites”, comemora. O curso citado pela executiva custa em
torno de R$ 350, dura quatro
dias e marcou o início de uma vida mais leve para ela.
Alienados do próprio bem-estar pela pesada rotina de trabalho, grande parte dos executivos não procura resolver problemas do sono. Pesquisa da operadora de saúde Omint, feita com
15 mil profissionais entre média
gerência e alto escalão, mostra
que um em cada dez tem insônia. Outros 16,5% tem dor de cabeça, que pode ser derivada de
problema do sono, enquanto
18,2% tem ansiedade, que pode
causar os distúrbios.
São problemas cada vez mais
presentes em pessoas com até
30 anos de idade. “Com o ritmo
de vida corrido e muitas horas
de trabalho, estamos dando preferência por resolver os problemas de imediato, e isso invade
No caso de Souza, alimentação saudável e exercícios foram suficientes para superar noites em claro
a hora do sono”, diz Luís Fabiano Marin, neurologista do Hospital São Camilo.
A indicação é que a pessoa
que sinta excessivo cansaço durante o dia, dificuldades para
dormir e dores de cabeça frequentes investigue o sono e procure um médico. A mudança de
hábitos, porém, já é um grande
passo. A pesquisa da Omint revela que 95,5% dos executivos
não mantêm alimentação equilibrada, 44% são sedentários e
31,7% têm elevado estresse.
A mudança da alimentação e
prática de exercícios foi o que
ajudou João Márcio Souza, 35
anos, diretor de uma empresa
de recrutamento, a superar os
períodos de noites em claro
quando estava sobre alta pressão no trabalho. Ele conseguiu
contornar a situação antes que
a insônia se tornasse permanente. “Nunca deixará de haver
pressão, então é uma questão
de saber administrar isso”, destaca. Em cargos de maior confiança o problema é mais contundente, dada a responsabilidade e as decisões a serem tomadas. “Mas não estar disposto para analisar situações é pre-
DO SONHO AO PESADELO
Saiba mais sobre os distúrbios do sono
DESCRIÇÃO
CAUSAS
Insônia
Dificuldade de dormir,
voltar a dormir após
despertar no meio da noite
ou de completar o período
necessário para descanso
Estresse, ansiedade,
depressão, uso de
medicamentos e de
bebida alcoólica
Apineia
Interrupção ou diminuição
do fluxo de ar, que leva à
queda de oxigenação no
sangue e a despertares
Problemas como
obesidade e estruturais
da garganta
Sonolência diurna, por vezes
com ataques de sono e
perda súbita dos sentidos
(cataplexia)
Principalmente pela
falta da proteína
hipocretina no cérebro
o paciente range
os dentes
durante o sono
sem causa
completamente
definida
falar, sentar ou andar
durante o sono
sem causa ainda
totalmente definida
irresistível necessidade
de movimentar as
pernas durante a noite
deficiência de vitaminas,
ferro, cálcio e magnésio,
doenças renais e fatores
genéticos
Narcolepsia
Bruxismo
Sonambulismo
Síndrome das
pernas inquietas
Fontes: especialistas entrevistados e instituto do sono
judicial para os negócios. É
uma bola de neve.”
Os médicos também têm indicado terapia para resolver os
problemas com sono. “Muitas
vezes o indivíduo não associa o
distúrbio com a vida profissional, familiar ou afetiva. Uma
pessoa com grau elevado de ansiedade se mantém em estado
de alerta e não relaxa, apesar do
cansaço. Com acompanhamento terapêutico, será mais fácil
mudar alguns hábitos, administrar estados emocionais e aprender a relaxar”, diz a psicoterapeuta Clarice Barbosa.
Prestar atenção ao momento
de dormir também é fundamental. Álvaro Pentagna, neurologista do Hospital São Luiz, recomenda a chamada higiene do sono: ter horário para deitar e levantar, evitar bebidas com cafeína depois das cinco da tarde,
evitar dietas pesadas à noite,
usar o quarto apenas para dormir — e não para estudo, leitura
ou assistir TV —, praticar exercícios pela manhã e criar um ambiente agradável. “Essas regras
devem ser seguidas por quem
tem transtornos”, ressalta.
O momento de dormir era o
vilão para as dores cervicais de
Alessandra Figueiredo, 42 anos.
Por sete anos, ela seguiu orientações médicas em busca de tratamentos para a dor, mas não
via resultados. Só resolveu
quando encontrou um personal
do sono, que corrigiu a forma
como ela dormia. “Vivia à base
de remédio para dor de cabeça
e isso afetava meu humor no trabalho. Há três anos, sinto dores
raramente.”
A fisioterapeuta Silmara Rodrigues Bueno se tornou ‘personal do sono’ porque percebeu
que os tratamentos para dores
que fazia no consultório eram
paliativos. Agora, ela vai até a
casa dos clientes e analisa como
dormem, a R$ 70 por consulta
mais deslocamento. “O sono
serve para recuperar energias e,
se estou desconfortável, mudo
de posição à noite toda e não relaxo”, diz. “As pessoas dormem
muito de bruços ou de lado e encolhidas. O certo é dormir de lado, usando um travesseiro que
preencha o espaço entre ombro
e cabeça e evitando atrito de joelhos e calcanhares”. ■
36 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
MUNDO
Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]
Nova equipe de Obama não
terá Hillary nem Geithner
Jewel Samad/AFP
Presidente reeleito prepara a troca dos principais colaboradores
e um acordo com republicanos sobre medidas contra a recessão
Stephen Collison, AFP
Washington
O presidente Barack Obama,
de retorno à Casa Branca após a
sua reeleição, deve se dedicar
rapidamente a uma reformulação de seu governo com mudanças previsíveis no Departamento de Estado, no Pentágono e no Tesouro. O presidente
dos Estados Unidos não tinha
compromissos públicos em sua
agenda nesta quinta, mas nos
bastidores sua equipe se esforçava para projetar o gabinete
que acompanhará o mandatário durante seu mandato, até o
início de 2017.
Entre os membros mais eminentes da equipe de Obama
que anunciaram a saída está Hillary Clinton, que passou quatro anos no comando da diplomacia da maior potência mundial. O Departamento de Estado reiterou na quarta-feira
que Hillary, cujo marido, o expresidente Bill Clinton, fez
campanha para a reeleição de
Obama, partirá após a segunda posse do presidente, em 20
de janeiro.
Enquanto em Washington circula rumores sobre sua possível
candidatura à presidência em
2016, Hillary, de 65 anos, tem
repetidamente assegurado que
iria se despedir da política. Os
nomes do ex-candidato democrata à presidência em 2004, o
senador John Kerry, e da embaixadora na ONU, Susan Rice, são
frequentemente citados como
seu sucessor.
O secretário de Defesa Leon
Panetta também quer descansar. Aos 74 anos, ele dirige desde o verão de 2011 o Pentágono, após reinar na Central de
Inteligência (CIA) no início do
primeiro mandato de Obama.
No entanto, ele poderá permanecer por algum tempo para
gerenciar questões de orçamento no início de 2013. Entre
seus possíveis substitutos está
a ex-número três do Pentágono, Michele Flournoy, que seria a primeira mulher a ocupar
o cargo. Outro potencial candidato é Ash Carter, o atual número dois e especialista em assuntos fiscais.
As questões orçamentárias e
crise econômica e também pefiscais serão o centro das preolas duras negociações com o
cupações de Obama até final
Congresso em 2011, quando os
de dezembro, com a ameaça
Estados Unidos chegou à beira
do “abismo fiscal” que se manido default de pagamentos.
festa, fruto da expiração das inO secretário-geral da Casa
senções fiscais e da entrada em
Branca, Jack Lew, um conhecevigor dos cortes automáticos
dor dos assuntos orçamentádas despesas, sem falar da nerios e parlamentares, poderia
cessidade de elevar novamente
ser escolhido para sucedê-lo. O
o teto da dívida.
nome de Erskine
Logo após a reeBowles, um líder
Agenda de
leição, o presidengoverno Clinton
Obama pode do
te entrou em contae co-presidente de
incluir uma
to com os líderes
uma comissão criademocratas e repu- entrevista com da pelo presidente
blicanos do Conpara combao adversário Obama
gresso, onde o equiter o déficit, tamMitt Romney bém é mencionado.
líbrio não foi modificado pelas eleiO programa das
ções legislativas de terça-feipróximas semanas de Obama,
ra: a Câmara de Representanalém de negociações com o
tes continua republicana e o SeCongresso, poderia incluir
nado democrata.
uma entrevista com o seu adO nome do substituto do seversário Mitt Romney. O presicretário do Tesouro, Timothy
dente afirmou na noite de terGeithner, terá, portanto, uma
ça-feira que gostaria “trabaimportância particular, depois
lhar” com o republicano para
de quatro anos marcados pela
levar o país para frente. ■
Obama desembarca com a família em Washington: governo renovado
Jonathan Ernst/Reuters
O TEA PARTY NÃO ACABOU
Os candidatos do movimento conservador
Tea Party atrapalharam os esforços do Partido
Republicano para conquistar o controle do
Senado dos EUA, mas o grupo deve manter sua
influência em Washington a respeito de questões
fiscais, mas não sociais. Se não fosse pelo mau
desempenho de alguns candidatos a senador
apoiados pelo Tea Party nas eleições de 2010 e
2012, o Partido Republicano poderia ter maioria
no Senado. Na eleição de terça-feira, Todd Akin,
do Missouri, e Richard Mourdock, em Indiana,
simbolizaram a derrocada do movimento.
Enquanto isso, na Câmara, a líder da bancada
do Tea Party, Michelle Bachmann, escapou por
pouco de não ser derrotada, mas colegas seus
como Allen West e Joe Walsh não tiveram a
mesma sorte. “O Tea Party acabou”, celebrou o
Comitê de Campanha Parlamentar Democrata.
Mas a declaração pode ter sido precipitada,
já que os republicanos dão todos os sinais de que
manterão seus esforços para impedir a elevação
de impostos, inclusive para os ricos, e limitar
os gastos públicos - filosofias centrais que o
partido partilha com o Tea Party. Reuters
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 37
Sajjad Safari/AP
CRISE NUCLEAR
Solução bilateral para a questão iraniana
O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, declarou ontem na
Indonésia que a questão nuclear iraniana deve ser resolvida com os
Estados Unidos. “Todos os Estados membros da Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA) e até mesmo países membros do Grupo 5+1 nos
dizem claramente que o Irã deve abordar esta questão com os Estados
Unidos”, insistiu. Ahmadinejad também criticou a eleição presidencial
americana, chamando-a de “campo de batalha para os capitalistas”. AFP
Saul Loeb/AFP
Bancos vão
liberar ¤ 30 bi
para a Europa
emergente
Suprema
Corte dos EUA
tende a ficar
mais liberal
nin Scalia e Anthony Kennedy,
ambos de 76 anos — são conservadores. A maior mudança viria
se um desses dois últimos sair.
Uma mudança na direção liJoan Biskupic, Reuters
beral poderia promover uma
Washington
nova receptividade à regulaA reeleição do presidente Baramentação do financiamento de
ck Obama, pode dar a ele a oporcampanha, por exemplo. A
tunidade de aprofundar sua
maioria conservadora de cinco
marca liberal na Suprema Corte
juízes, liderada pelo presidente
do país. Formado em Direito em
do tribunal, John Roberts, deciHarvard e ex-professor de direidiu contra tal regulamentação
to constitucional, Obama noem 2010. A chance de maior pemeou dois liberais
so para os liberais
para a Suprema CorA maioria dos no futuro poderia
te durante o primeiinfluenciar os juízes
juízes deve
ro mandato de quaconservadores, lecontinuar
tro anos. Com sua
vando-os a ser mais
reeleição, e a possíduros ou, ao contráapoiando os
vel aposentadoria
rio, mais dispostos a
direitos de
de um ou mais juífirmar acordo com
zes nos próximos gays e lésbicas
os liberais.
quatro anos, ele poO professor de Dide optar por preservar o atual
reito de Harvard Mark Tushnet
equilíbrio ideológico ou pender
prevê que os conservadores separa a esquerda.
riam mais agressivos se soubesOs nove juízes do tribunal
sem que suas chances de prevapermanecem no cargo até relecer podem diminuir se Obanunciarem, e suas nomeações
ma fizer novas nomeações.
estão entre os legados mais duraO advogado de Washington
douros de um presidente. QuaMichael Carvin, que argumenta
tro estão na casa dos 70 anos.
regularmente perante o tribuDois — Ruth Bader Ginsburg, de
nal, disse que a possibilidade de
79 anos, e Stephen Breyer, de
uma mudança para a esquerda
74 — são liberais. Dois — Antonão deve afetar os votos dos
Banco Europeu de Investimento
vai liberar ¤ 20 bilhões, Bird,
¤ 6,5 bilhões e Berd, ¤ 4 bilhões
Obama, que indicou dois juízes
liberais para o órgão, pode
repetir a dose no novo mandato
Juízes da Suprema Corte costumam ficar no cargo por décadas
conservadores, mas pode leválos a procurar resolver casos polêmicos mais cedo do que mais
tarde. “Se houver alguma coisa,
(a mudança) iria torná-los mais
ansiosos para resolver questões
contenciosas, em vez de empurrá-las para frente”, disse.
Carvin, que representa um
conjunto de adversários a uma
importante lei de direitos de voto, afirmou que os conservadores podem estar mais dispostos a
aceitar agora casos protestando
contra a exigência de que os Estados com uma história de discriminação obtenham aprovação federal para mudanças eleitorais.
Renúncias na Suprema Corte,
assim como muitos de seus casos,
desafiam as previsões. Não é incomum que juízes permaneçam em
seus postos de trabalho em seus
80 anos ou mais. A última aposentadoria foi em 2010, quando o juiz
John Paul Stevens, então com 90
anos, deixou o cargo. Durante décadas, as especulações sobre sua
aposentadoria alimentaram o noticiário em anos eleitorais.
Não importa quem sai e quem
entra, a expectativa é de que o tribunal possa continuar bem dividido em muitos dilemas de políticas sociais. A maioria provavelmente deve continuar apoiando
os direitos dos gays e lésbicas, embora seja impossível prever como
os juízes se pronunciariam sobre
o casamento homossexual. ■
Três dos maiores bancos internacionais de desenvolvimento,
o Banco Mundial (Bird), o Banco Europeu de Investimento
(BEI) e o Banco Europeu para
Reconstrução e Desenvolvimento (Berd) anunciaram ¤ 30,5 bilhões para estimular o crescimento econômico no Centro e
no Sudeste da Europa, ao longo
de 2013 e 2014. Os bancos disseram que o investimento é uma
resposta direta ao contínuo impacto dos problemas da Eurozona nas economias emergentes
da Europa.
O foco dos investimentos será o suporte aos setores públicos e privados, incluindo infraestruturas, investimento corporativo e no setor financeiro,
assim como um programa anterior fez pela Europa central.
O BEI se comprometeu a providenciar ¤ 20 bilhões para o novo plano em empréstimos de
longo prazo endereçados a
áreas prioritárias como empresas de pequeno e médio porte,
de energia renovável e de eficácia energética, além de empresas de inovação e convergência.
Outros ¤ 6,5 bilhões virão do
Banco Mundial, que ressaltou o
quanto a crise da dívida continua
a desafiar o crescimento e a criação de empregos, “principalmente no Centro e Sudeste”. O Berd
oferecerá ¤ 4 bilhões. ■ AFP
Prejuízos causados por Sandy chegam a US$ 50 bi
Spencer Platt/AFP
Região nordeste dos EUA voltou
a ser atingida, dessa vez por
uma tempestade de inverno
Daniel Trotta e Barbara Goldberg,
Reuters, Nova York
A supertempestade Sandy provocou estimados US$ 50 bilhões em prejuízos materiais e
financeiros ao longo do nordeste dos Estados Unidos, sendo
US$ 30 bilhões só no Estado de
Nova York, afirmou, ontem, o
governador nova-iorquino Andrew Cuomo. “Esse é um número impressionante, especialmente com a situação financeira em que estamos”, disse Cuomo em entrevista coletiva, refe-
rindo-se à crise que afeta os Estados Unidos.
Ainda empenhada em se recuperar da devastação provocada
por Sandy, a cidade de Nova
York e boa parte do nordeste
dos Estados Unidos limpavam,
ontem, a neve deixada por uma
tempestade que atingiu a região.
A tempestade de inverno fora de
época deixou mais de 30 centímetros de neve em partes de
Connecticut e chegou à região
com ventos de 80 quilômetros
por horas, deixando centenas de
residências e estabelecimentos
comerciais no escuro e criando
um novo pesadelo no trânsito.
O frio intenso, a chuva, a neve
e ventos fortes levaram mais difi-
culdades às vítimas do desastre,
cujas casas foram destruídas ou ficaram sem energia com a Sandy,
que atingiu o continente em 29
de outubro e causou enchentes.
“Deus nos odeia!”, publicou
o New York Post em sua manchete de primeira página. Cerca
de 8 a 15 centímetros de neve
caíram sobre a cidade, que acordou com um tempo seco.
O governador Andrew Cuomo, demitiu o diretor do serviço de emergências do Estado,
Steven Kuhr, por ter enviado
funcionários do governo para a
casa de Kuhr em Long Island para tirar uma árvore derrubada
pela Sandy, de acordo com informações da imprensa. ■
Tempestade de inverno fora de época deixou mais de 30 cm de neve
38 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
Gabriel Bouys/AFP
MUNDO
PODER FEMININO
Francesa será a primeira diretora da Interpol
Pela primeira vez, uma mulher, a francesa Mireille Ballestrazzi,
foi eleita diretora da Interpol, anunciou a organização internacional
de cooperação policial reunida em cúpula, em Roma. Ballestrazzi,
de 58 anos, já atuava na Interpol como vice-diretora para a Europa
do Comitê Executivo da organização. Especialista em investigação,
comissária desde 1975, foi uma das primeiras mulheres a execer
altos cargos de responsabilidade dentro da polícia. AFP
Desemprego na Grécia sobe pelo 39º
mês seguido e atinge recorde de 25,4%
Em agosto, 1,27 milhão de gregos estavam sem trabalho; na população entre 15 e 24 anos, índice chega a 58%
Yorgos Karahalis/Reuters
A taxa de desemprego na Grécia
subiu pelo 39º mês consecutivo
e atingiu a marca recorde de
25,4% em agosto, mais que o dobro da média de 11,5% da Zona
do Euro, disse o serviço de estatísticas grego ELSTAT. A taxa de
desemprego mais que triplicou
desde a retração da economia
do país, iniciada em 2008. O desemprego agora atinge 58% da
população entre 15 e 24 anos,
ante 20% em agosto de 2008.
Em agosto, 1,27 milhão de
gregos estavam desempregados
em agosto, alta de 38% em relação ao mesmo mês de 2011.
Estima-se que economia
grega tenha encolhido em
20% desde então. A queda deve continuar em 2013, quando
o governo se prepara para novos cortes orçamentários e aumentos de impostos na faixa
de ¤ 9,4 bilhões como condições para receber mais fundos
de resgate internacional.
Deveres a cumprir
Líderes europeus advertiram on-
tem que a Grécia ainda tem deveres a cumprir para receber o
próximo lote de resgate financeiro e evitar o default, no dia seguinte à aprovação no Parlamento de um pacote de cortes e reformas, cuja votação gerou uma
greve geral e manifestações em
Atenas e em outras cidades.
Horas depois de o Parlamento aprovar o projeto de lei que
busca economizar ¤ 18,1 bilhões, a Alemanha, a Comissão
Europeia (CE) e o Banco Central
Europeu (BCE) se mostraram
muito exigentes com a Grécia,
que acreditava que iria satisfazer às exigências de seus sócios.
Desde o mês de junho, o governo grego espera receber os ¤ 31,2
bilhões do próximo lote da assistência acordada com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Caso o país não receba esses
fundos, a nação será obrigada a
declarar default no final deste
mês, já que no próximo dia 1 haverá vencimentos de ¤ 5,5 bilhões em bônus do Tesouro.
Tempo de crise: desemprego na Grécia é mais grave entre a população jovem, de 15 a 24 anos
A CE felicitou a aprovação
das novas medidas, mas destacou que agora espera que seja
aprovado também o orçamento grego para 2013. “Há outra
votação no domingo. A aprovação (do orçamento) é crucial,
disse o porta-voz comunitário
Simon O'Connor.
Essa aprovação norteará os
rumos da próxima reunião dos
ministros de Economia da Eurozona, em Bruxelas, na próxima
segunda-feira.
Contudo, o porta-voz da CE
explicou que, para que Atenas
se entenda com seus credores,
“será preciso um acordo sobre
outros dois elementos fundamentais: a análise da viabilidade da dívida e um acordo sobre as necessidades financeiras futuras” do país mediterrâneo. ■ Agências
FMI alerta para os riscos da Metade dos
austeridade na Zona do Euro ingleses quer
sair da UE
Em sua assembleia anual do
Medidas podem se tornar
politicamente insustentáveis
em países que pediram resgate
O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu em um relatório que os programas de austeridade impostos por alguns países europeus podem se tornar
insustentáveis politicamente ante os crescentes protestos em
países como Grécia e Portugal.
No relatório preparado para a
reunião do G20 na semana passada, e publicado ontem, em
Washington, alerta que a situação financeira na Eurozona continua sendo “frágil” e que há riscos de que os países que pediram um resgate externo não poderão cumprir com as condições impostas em troca.
O Fundo disse que existe “o
risco de que a austeridade se torne política e socialmente insustentável para países da periferia” da Eurozona (Grécia, Portugal e Espanha) quando faltam
anos para completar as reformas estruturais.
início de outubro celebrada em
Tóquio, a instituição já havia reconhecido que subestimou o impacto dos planos de austeridade
sobre o crescimento nos países
europeus que receberam um resgate financeiro.
Recuperação sólida
Ao contrário do alerta feito pelo
FMI, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse ontem que a recuperação da Zona do Euro “será lenta, mas progressiva e sólida”,
graças aos bons alicerces de sua
economia. Esses alicerces são
“mais equilibrados” que os dos
Estados Unidos, da Grã-Bretanha e do Japão, declarou Draghi
durante uma coletiva de imprensa mensal em Frankfurt.
“Contudo, o desemprego está deploravelmente elevado”,
disse Draghi. "Além disso, a atividade econômica de uma maneira geral está fraca e deve permanecer assim no curto prazo”,
completou. ■ AFP
Pesquisa mostra que 49% são
favoráveis à saída, 28% querem
ficar e os demais estão indecisos
Quase metade dos britânicos votaria em um referendo pela saída da União Europeia e menos
de um terço defenderia a permanência do país no bloco, de acordo com uma pesquisa que expôs
as divisões enfrentadas pelo primeiro-ministro David Cameron. O instituto de pesquisas
YouGov disse que 49% foram favoráveis à saída da UE, 28% votariam pela permanência no bloco
de 27 nações, 17% estavam indecisos e o restante não votaria.
O líder britânico enfrenta uma
pressão crescente por parte dos
rebeldes dentro do partido dele
para que adote uma posição mais
dura com Bruxelas quando participar de conversações sobre o orçamento da UE. Os resultados
do YouGov estão em linha com
outras pesquisas e têm sido
constantes este ano. ■ Reuters
Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012 Brasil Econômico 39
PONTO DE VISTA
Buenos Aires fica às escuras
Uma falha no sistema de alta tensão da região de Buenos Aires, na
Argentina, deixou parte da população sem energia por várias horas.
A região metropolitana da capital tem cerca de 13 milhões de habitantes.
A falha atingiu 18 subestações, provocando engarrafamentos e
tumultos. A pane no abastecimento de energia ocorreu no momento
em que os termômetros da cidade marcavam 33 graus Celsius,
agravando a situação, e em meio à greve no recolhimento de lixo. ABr
IDEIAS/DEBATES
[email protected]
GUILHERME ABDALLA
JOÃO DORIA JR.
Advogado, mestre em filosofia e teoria geral do direito
pela Universidade de São Paulo (USP)
Presidente do Lide - Grupo de Líderes Empresariais
Os números da Justiça
no mercado brasileiro
Empreender, um talento que
não pode ser desperdiçado
Na semana passada, palestrantes do “V Seminário Justiça em Números —
2012” — promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) — e liderados
pelo presidente da entidade e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro
Ayres Britto, ressaltaram a essencialidade do Poder Judiciário e a dimensão
da responsabilidade do sistema judicial na preservação da democracia.
Nesse mesmo seminário, foram comentados os números de relatório que
leva o mesmo nome (Justiça em Números 2012) e traz um abrangente panorama da estrutura e da atuação do Poder Judiciário, inclusive com novos recursos infográficos que facilitam a assimilação visual do leitor, a partir de informações referentes ao ano de 2011. Trata-se, nas palavras do ministro Ayres
Britto, de “um novo paradigma de acesso à informação”.
A Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) do Brasil foi de
17,5%, segundo a última pesquisa Global Entrepreneurship Monitor
(GEM), divulgada pelo Sebrae em 2011. Isso quer dizer algo em torno de
21,1 milhões de brasileiros exercendo atividade empreendedora nesse período, o maior índice entre os países do G20 e do Bric. Desbancamos até
a gigante e prolífica China. Diante dessa perspectiva, como criar um Brasil mais favorável aos diversos empreendedores de ontem, hoje e amanhã? Empreender não é uma iniciativa de resultados automáticos. Aventurar-se no próprio negócio exige uma visão que antecipe sabiamente o
que pode dar certo ou errado em seus investimentos. Mas também não se
deve ter medo de arriscar.
Um bom empreendedor é aquele que joga com as questões macro e microeconômicas. Seu prazer está em chegar ao que havia sido colocado como meta, aceitando os desafios independentemente se eles vêm como ganhos ou perdas nesta imprevisível jornada. Porém, o mais importante:
seu espírito deve estar aguçado à conquista sadia, senão o jogo não avança. Não se trata de dinheiro — não mesmo. Ele é um retorno natural dessa aventura. Trata-se do prazer em desenvolver, em alimentar transformações e projeções.
As políticas públicas democráticas
estão intimamente imbricadas
ao desenvolvimento do Judiciário
Num breve resumo, tramitaram, ao longo de 2011, quase 90 milhões de
processos no Brasil, sendo que, desse quantitativo, 71% (63 milhões) já
estavam pendentes desde o início do ano e os restantes 26 milhões ingressaram durante o ano. Por outro lado, foram arquivados aproximadamente 26 milhões de processos (aumento de 7,4% em relação a 2010), quase
o mesmo número de novos processos instaurados, e foram proferidas
23,7 milhões de sentenças e decisões.
Quanto à despesa total da Justiça, alcançou-se a cifra de R$ 50,4 bilhões, 90% dos quais se referem a gastos com recursos humanos, incluídos ativos, inativos, auxílios e demais encargos. E o trabalho não é pouco: nos Tribunais Superiores, a título de exemplo, cada juiz julgou, em
média, 6.955 processos no Superior Tribunal de Justiça, 6.299 processos
no Tribunal Superior do Trabalho, 1.160 processos no Superior Tribunal
Eleitoral e 54 processos no Tribunal Superior Militar (cada um desses tribunais tem suas próprias competências e a comparação entre eles é descabida). Realmente não é pouco.
Enfim, afora a louvável transparência trazida pelo estudo, os dados
apresentados ajudarão todo e qualquer juiz — principalmente aqueles
das comarcas mais longínquas — a pensar e repensar métodos modernos
de planejamento e avaliar sua própria gestão de desempenho. Não se trata de pesquisa informativa para mera observância da publicidade inerente aos três poderes da República, trata-se sim de medida instrutiva, construtiva, ou melhor, uma avaliação formativa.
Com razão, pois, muito além de mera profissão, ser juiz no Brasil é assumir um estilo de vida, um código de conduta, um compromisso íntimo
a raciocinar sempre na primeira pessoa do plural, a admitir de uma vez
por todas o plano do “nós” enquanto membros de uma mesma comunidade social.
Independentemente das interpretações otimistas e pessimistas apresentadas, como não poderia deixar de ser, a pesquisa é, por si só, a comprovação de que as políticas públicas democráticas estão intimamente
imbricadas ao desenvolvimento do Judiciário. Trata-se de uma verdadeira fotografia existencial do passado a justificar revisões evolutivas no futuro. O desafio está posto. ■
Apostar na educação fundamental voltada à
melhor percepção da macroeconomia levaria
a uma geração de brasileiros mais preparados
Nossa história tem um caso emblemático, o de Irineu Evangelista de Souza: o Barão de Mauá. De origem pobre, e autodidata, o Barão ergueu bancos,
ferrovias, estaleiros, tendo inaugurado no Brasil o que é conhecido por progresso industrial. Sem dúvida, ele abriu portas para nos tornamos hoje a sexta maior economia do mundo. Alguns dos protagonistas do desenvolvimento conquistado pelo nosso país ao longo dos anos são pauta do 3º Fórum de
Empreendedores, evento anual realizado pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais. Grandes nomes do empresariado brasileiro, que demonstraram
coragem e inovação nos negócios e hoje representam o Brasil internacionalmente, contam seus cases de sucesso e o que o brasileiro precisa ter e enfrentar para ser vencedor.
E se as pesquisas apontam para uma população inclinada a empreender,
seria interessante que essa característica também fosse cultivada e desenvolvida formalmente na educação básica. O potencial criativo e a ousadia do
brasileiro empreendedor mostra-se uma tendência, quem sabe mais uma ligação em nosso DNA cultural tão difícil de ser compreendido. Mas, para crescer com vigor, essa energia precisa ser fomentada.
Contamos, lógico, com desenvolvedores incontestes do empreendedorismo por aqui. Sebrae e Endeavor são brilhantes em suas ações para a formação qualitativa de empreendedores brasileiros. Contudo, o foco parece se
manter restrito ao nível superior.
Talvez falte por parte dos governos esse espírito visionário, mas nem tanto aventureiro, já que apostar na educação fundamental voltada à melhor
percepção da macroeconomia e discussão das cargas tributárias e fiscais levaria diretamente a uma geração de brasileiros mais preparados e dispostos a
conquistar o mercado com novas ideias, novas empresas e novos rumos. ■
Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos
Diretor-Presidente José Mascarenhas
Diretor Executivo Ricardo Galuppo
Publisher Ricardo Galuppo
Diretor de Redação Joaquim Castanheira
Diretor Adjunto Octávio Costa
Editores Executivos Adriana Teixeira,
Gabriel de Sales, Jiane Carvalho
[email protected]
BRASIL ECONÔMICO
é uma publicação da Empresa
Jornalística Econômico S.A.
CONTATOS:
Redação - Fone (11) 3320-2000 - Fax (11) 3320-2158
Administração - Fone RJ (21) 2222-8050 - SP (11) 3320-2128
Publicidade - Fone RJ (21) 2222-8151 - SP (11) 3320-2182
Condições especiais para pacotes e projetos corporativos
[email protected]
Fone (11) 3320-2017
(circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais)
Redação - Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar
CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP)
Atendimento ao assinante/leitor
Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100
São Paulo e demais localidades - Fone 0800 021-0118
De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30
Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h
www.brasileconomico.com.br/assine
[email protected]
Central de Atendimento ao Jornaleiro
Fone (11) 3320-2112
Sede - Rua Joaquim Palhares, 40
Torre Sul - 7º andar - Cidade Nova – CEP 20260-080
Rio de Janeiro (RJ)
Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707
Impressão
Editora O Dia S.A. (RJ)
Diário Serv Gráfica & Logística (SP)
40 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 9, 10 e 11 de novembro, 2012
Brasil Econômico é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A.,
o
com sede à Rua Joaquim Palhares, 40, Torre Sul, 7 andar, Cidade Nova - CEP 20260-080
Rio de Janeiro (RJ) - Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707
Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118
Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 - [email protected]
É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A.
Daniel Garcia/AFP
APAGÃO NA ARGENTINA
Foto de Buenos Aires, que sofreu um apagão na madrugada de
ontem e deixou mais de 450 mil residências sem luz. Segundo
o jornal “Clarín”, a falta de luz afetou, direta e indiretamente,
3 milhões de pessoas. O periódico classificou o blecaute como
“gigantesco” e afirmou que o problema provocou um caos na
capital do país. O fornecimento de energia voltou ao normal após
duas horas e meia. Não foram divulgadas as causas do problema.
Os maiores
blecautes
no Brasil
Um apagão ocorrido no dia 10
de novembro de 2009 é considerado o maior da história do Brasil, atingido mais de 60 milhões de pessoas. Além de deixar 18 estados brasileiros sem
luz, o blecaute afetou também
87% do território do Paraguai.
A causa do problema foi uma falha no Sistema Integrado de Distribuição de energia elétrica do
país. Entretanto, o primeiro registro de um grande apagão no
país é de 1984, quando um incêndio ocorreu na usina hidrelétrica Jaguara, localizada entre Minas Gerais e São Paulo. Esse blecaute afetou 12 milhões
de pessoas nos quatros estados
da região Sudeste, além de partes dos estados do Mato Grosso
do Sul e de Goiás. ■
NO ESCURO
Primeiro apagão de grandes
proporções no país ocorreu
na década de 80
1984
12 milhões de pessoas nos estados de SP,
RJ, MG, ES, MS e GO
1985 Nove estados atingidos, incluindo
todos das regiões Sul e Sudeste
1999 60 milhões de pessoas ficaram sem luz
2009
por quatro horas
Mais de 60 milhões de pessoas de 18 estados
brasileiros e grande parte do Paraguai
RICARDO GALUPPO — Publisher
[email protected]
Falta uma discussão mais séria
em torno da questão dos royalties
É fácil adivinhar o que acontecerá diantado que representa os eleitores de Catote da hipótese de a presidente Dilma
lé do Rocha, na Paraíba, está mais preoRousseff atender ao pedido dos governacupado com o que acontecerá no Rio de
dores do Rio de Janeiro e do Espírito
Janeiro durante esses eventos ou com a
Santo (estados que, juntos, têm 56 depuponte que pretende construir em sua batados e seis senadores) e vetar o texto
se? O problema todo é que, assim como
da divisão dos royalties do petróleo
aconteceu na votação do Código Floresaprovado esta semana pela Câmara dos
tal, a minoria quer impor sua vontade à
Deputados. O texto em questão, como
maioria valendo-se não da força da nese sabe, agrada as outras 25 unidades da
gociação e da persuasão — mas do apelo
federação (que, somados, contam com
ao recurso autoritário do veto.
457 deputados e 75 senadores). Se DilA verdade é que, desde que os então
ma preferir agradar aos políticos flumideputados Ibsen Pinheiro (RS) e Humnenses e capixabas (o que significa conberto Souto (MG) deram início ao questrariar todos os detionamento do critémais) e vetar o texto,
rio de distribuição
Assim como no
ele voltará para o
dos royalties, no já
Código Florestal,
Congresso e o veto sedistante ano de 2009,
rá derrubado. Haveos estados produtoa minoria quer
rá uma nova tentatires jamais demonstraimpor sua vontade
va de se chegar a um
ram flexibilidade paà maioria valendo-se
acordo e, no final, sera negociar com as derá aprovado um texto
mais unidades os crido apelo ao recurso
muito parecido com
térios de distribuição
autoritário do veto
esse que os governado dinheiro. A base
dores Sérgio Cabral e
da argumentação que
Renato Casagrande desejam que a presios dois parlamentares utilizaram três
dente vete. Assim como tem acontecido
anos atrás é a de que o petróleo é extraícom o Código Florestal, esse é o tipo da
do em alto-mar — e o mar territorial
matéria que expõe toda a fragilidade do
não pertence aos estados, mas à União.
modelo de distribuição de recursos soSendo assim, não há o menor sentido
bre a exploração do petróleo como, tamem considerar o Rio de Janeiro e o Espíribém, revela a falta de uma discussão
to Santo mais produtores do que, por
mais séria a respeito do modelo que deexemplo, Mato Grosso do Sul e Tocanve ser adotado em seu lugar.
tins. A discussão ainda vai longe e, caso
O governador do Rio de Janeiro, Séro Rio de Janeiro e o Espírito Santo queigio Cabral, utilizou no dia da votação o
ram, por direito adquirido, ficar com
argumento de que a mudança de critéuma parte maior do que os demais, derios na distribuição dos royalties comvem sentar, negociar e ceder. E estar
prometeria a realização da Copa do
prontos para abrir mão de uma parte do
Mundo e dos Jogos Olímpicos no Rio de
dinheiro. Do contrário, poderão ficar
Janeiro. A pergunta é: será que o depucom menos do que poderiam. ■
PODER ECONÔMICO
Rodrigo Paiva/Folhapress
pela tarifa social. “Estamos apoiando
todos os ganhos de competitividade.
Fazemos isso por meio do ICMS que
tem alíquota zero. O governo federal
deveria fazer pelo PIS/Cofins.”
JORGE FELIX
[email protected]
>>> Leia mais em www.ig.com/poder-economico
Calabi: “Investidor foi vilipendiado”
O conselho da Companhia Energética de
São Paulo (Cesp) fez, na manhã de ontem,
uma de suas mais importantes reuniões,
na sede da Secretaria de Energia, na região
da paulista. O clima foi de total perplexidade entre os dez participantes a cada uma
das 27 questões — ou incertezas — de uma
lista apresentada pelo conselheiro Mauro
Arce, ex-secretário de Energia e grande especialista no setor. Nos próximos dias, o
governador Geraldo Alckmin receberá um
panorama sobre o impacto da Medida Provisória 579 para decidir sobre a renovação
ou não da concessão da Cesp. O estudo se-
rá apresentado a ele pelo secretário de
Energia e presidente do conselho da Cesp,
José Aníbal, e pelo secretário de Fazenda,
Andrea Calabi. Ainda é incerto o desfecho — renovação ou não —, mas, logo depois da reunião, Calabi expôs, com exclusividade ao Poder Econômico, a visão geral sobre as novas regras estabelecidas pelo governo federal: “A MP castra a capacidade de investimento do setor de energia. Não só em relação à Cesp, mas também de Cemig, Copel, Chesf, Furnas. Os
investidores do setor no país, grandes
players globais, foram vilipendiados. ■
➤
●
➤
●
Calabi destacou que “todos” são
favoráveis à redução da tarifa de
energia. Mas lembrou que a classe C,
a baixa renda e os moradores de áreas
rurais já estão atendidos por reduções
www.brasileconomico.com.br
Ele relata que, anteontem,
na reunião do Confaz, em Brasília,
verificou-se uma “insatisfação coletiva”
com um “quadro dúbio” na economia.
Calabi relaciona como pontos levantados
“por quase todos os governadores”,
além da MP 579, a questão dos royalties
do petróleo, entraves de financiamento
e licenciamento, que impedem a
execução de projetos, entre outros:
“Incluir o setor elétrico piorou
o quadro. O setor elétrico foi revirado,
como se tivessem feito um aborto.”
➤
●
E o Índio da Costa, hein? Era o
banqueiro BBB e ninguém sabia.
Download

Dilma diz que não decidirá sobre o projeto de royalties sob pressão