ano 1
número 3
fevereiro de 2014
Quando escolher o método
físico de esterilização?
Primeiramente, uma breve explicação sobre o conceito clássico de esterilização.
Entende-se que esterilização é o processo pelo qual os microrganismos são
eliminados, não sendo mais possível detectá-los no meio de cultura padrão onde
previamente haviam proliferado. Considera-se um artigo esterilizado quando a
probabilidade de sobrevivência dos microrganismos que o contaminavam seja
menor que 1:1.000.000.
Entre os métodos de esterilização disponíveis, os estabelecimentos de saúde
utilizam atualmente os físicos, físico-químicos gasosos e químicos líquidos
automatizados. Os métodos físicos têm o calor sob a forma úmida e seca, os
físico-químicos gasosos têm os agentes esterilizantes óxido de etileno, vapor a
baixa temperatura e formaldeído, gás plasma e vapor de peróxido de hidrogênio.
Para o método químico líquido automatizado, há no mercado nacional um
equipamento para esterilização que utiliza o ácido paracético, indicado para
óticas rígidas e flexíveis.
Vale lembrar que desde 2009 a esterilização química manual por imersão de
instrumental cirúrgico e produtos para saúde está proibida, de acordo com a
RDC nº 8, de 27 de fevereiro de 2009, pelo risco de ocorrência de falhas em razão
do mau uso dos esterilizantes líquidos pelo método manual. A RDC nº15/2012
proibiu em todo o território nacional, a esterilização de produtos para saúde pelo
calor seco, por meio de estufas também pelo alto risco de ocorrência de falhas
humanas nos complexos controles necessários para a utilização segura.
Esterilização por vapor saturado sob pressão
Ao escolher o método adequado de esterilização para artigos críticos deve-se
avaliar a característica de termorresistência. Assim, é indicado para materiais
críticos resistentes ao calor a esterilização por vapor saturado sob pressão,
em equipamentos conhecidos como autoclaves. O método é seguro, de fácil
utilização, rápido e não deixa resíduos tóxicos.
A esterilização por vapor saturado sob pressão elimina os microrganismos mais
facilmente, sendo de ação microbicida extremamente rápida e de penetração
satisfatória através do sistema de barreira estéril (embalagem) e lumens de alta
complexidade com embalagens atóxicas, como papel grau cirúrgico e filme, SMS,
papel crepado, tecido de algodão, caixas metálicas perfuradas e contêineres
rígidos. É utilizado para instrumental cirúrgico, tecidos, silicone, cerâmica,
motores blindados, borracha, vidro e líquidos. No caso dos líquidos, só devem
ser esterilizados em ciclo próprios. Não submetê-los às fases de pré-vácuo e de
secagem, pois podem quebrar frascos e provocar transbordamento do conteúdo.
Portanto, a fase após a esterilização dos líquidos deve ser lenta, sem vácuo na
câmara interna com remoção do vapor na proporção do esfriamento dos líquidos
e sem alteração do valor da pressão ao redor do frasco que contém o líquido,
evitando a ebulição.
Práticas recomendadas
Atenção. Os pacotes e as caixas a serem esterilizados devem atender aos
limites de tamanho e peso máximos, que são 55 x 33 x 22 cm e 11 quilos,
respectivamente. No carregamento da autoclave, os pacotes maiores devem ser
colocados embaixo dos menores, os artigos côncavo-convexos, como bacias,
cubas rim e cúpulas, devem ser dispostos na câmara interna em posição vertical e
os artigos como jarros, cálices e frascos, dispostos com a abertura para baixo.
A água utilizada no processo também merece cuidado. Ela deve atender
às especificações do fabricante da autoclave, em consonância ao padrão
estabelecido pela NBR/ISSO 17.665-1. Utilizar água contaminada, com resíduo
orgânico e inorgânico acima do limite permitido, gera vapor contaminado que
pode alterar a estética do instrumental e acelerar a corrosão do mesmo e da
câmara interna do equipamento.
A combinação do tempo de exposição, o padrão da água utilizada no processo e
a temperatura adotada nos ciclos de esterilização são condições essenciais para a
garantia da eficiência do método.
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Quando escolher o método físico de esterilização?