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DA MULHER PORTUGUESA
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MULHER ANGOLANA
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DMmovimento democrático de mulheres
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O QUE É A O.M.A.
A Organização da· Mulher de Angola (OMA) , integrada no Movimento
Popular de Libertação de Angola (MPLA), tem como objectivo a emanci pação da mulher.
Durante a guerra colonialista e imperialista desencadeada contra o povo
angolano, a acção da OMA tem-se afirmado no sentido do esclarecimento
e consciencialização e organização das mulheres, na luta pela libertação da
sua Pátria do jogo da· exploração e opressão, visando a criação de condições que permitam que os direitos da mulher e o bem estar das crianças,
a democracia, a paz, a independência nacional e o progresso social, sejam
uma realidade para todos.
Condenada desde séculos pela dominação colonialista aos trabalhos
mais pesados, a mulher angolana foi chamada a ocupar um lugar de responsabilidade ao lado dos seus companheiros no combate contra o in imigo.
Quer na retaguarda , nas tarefas mais necessárias: preparação de alimentos. cuidando das crianças e enfermos, alfabetização das mulheres. politização e educação do seu povo; quer na vanguarda, defendendo, de armas
na mão, a sua terra, a mulher angolana deu provas da maior coragem
e firme determinação, demonstrando estar pronta para combater em qualquer ponto e por todos os meios. contra os agressores e opressores imperialistas.
Uma combatente da OMA, definindo os objectivos da sua organização, referia -se numa entrevista concedida em Dezembro de 1973, à necessidade da permanente politização dos soldados. a fim de, numa guerra tão
complexa, se aperceberem das razões da sua luta e conhecerem quais
os seus verdadeiros inimigos. Só em verdadeira unidade o ·p ovo conseguiu
enfrentar com êxito as manobras divisionista do inimigo. A OMA, mantendo-se vigilante e activa, confiante na vitória. final. dava apoio material
e moral às guerrilhas e contribuía com o seu trabalho para melhorar as
condições de vida, difíceis em certas zonas de combate, permanentemente
ameaçadas de invasão.
O comportamento das mulheres angolanas nos duros tempos da luta
é revelada numa carta dirigida à OMA, pela jornalista americana Melba
Sm ithe que, vivendo algum tempo em Angola, acompanhou de perto
a luta aí travada.
Em certa passagem da sua longa carta, ·onde mostra o maior entusiasmo e admiração pelas companheiras com quem conviveu · mais frequentemente, declara: «Du~ante o mês em que estive convosco, em que
comi na vossa companhia e compartilhei das vossas ansiedades e alegrias,
as experiências da minha vida passada perderam qualquer relevo ao pé
da lu.ta em que vos vejo empenhadas contra a dominação estrangeira, ao
pé da firme decisão de consegui.rem o controlo da vossa própria terra
e do vosso destino.»
«Além disso, com os aviões inimigos sobrevoando as vo~sas cabeças
e sob a constante ameaça da apro·x imação do exército inimigo, nunca senti
medo, porque vós todas não tínheis medo e a vossa calma e bravura
impregnavam o ar.»
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Este testemunho mostra-nos também que as mulheres angolanas, apesar
de terem sofrido ao longo da sua vida muitas violências e de terem sido
afectadas fís ica e psicologicamente pelas condições de uma existência
dominada pela opressão tirânica. encontraram a força suficiente para agirem,
organizando-se, para em conjunto encontrarem a via que as levará à libertação total.
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PERSPECTIVAS ACTUAIS DA O.M.A.
Muito recentemente realizou-se o 1 Seminãrio Regional da OMA com
a presença de numerosos participantes.
Foi vinculada a necessidade da organização abranger o maior número
possível de mulheres, alcançando precisamente aquelas que se encontram
no campo, nos pontos mais distantes, onde é mais difícil serem apoiadas.
Durante o decorrer çlo Seminãrio foi discutido o papel da OMA no contexto
actual da luta do Povo Angolano, e consequentemente analizou-se o papcl
da mulher trabalhadora no momento presente da sociedade angolana,
o papel da mulher na família, na sociedade que preciste nas suas formas
mais atrasadas, escravizando a mulher.
Conquistada a independência política o povo Angolano tem enormes
tarefas a empreender, conforme se depreende das palavras proferidas por
Agostinho Neto num discurso em 1974: «...A libertação Nacional tem
de ser uma etapa para a realização de uma forma mais vasta de libertação,
que é a libertação do homem.» A OMA empenhada na libertação da mulher
contribui e contribuirã para a libertação do homem, uma vez que os problemas se encontram interligados.
Entre 26 de Dezembro de 1975 e 7 de Janeiro de 1976, a OMA realizou o seu 1 Encontro Nacional nas proximidades de Luanda. Durante
o Encontro foi posto em relevo o papel da organização, onde a mulher
luta em colectivo, pela sua emancipação, encontrando-se na vanguarda da
mulher revolucionãria em Africa. Para levar por diante a luta empreendida,
deve empenhar-se desde jã também na campanha da educação, e da saúde,
pois o desenvolvimento destes dois aspectos levarã a toda a população
os maiores benefícios e progresso. Na sessão de encerramento do 1 Encontro Nacional da OMA foi aprovada uma importante moção, que tem como
objectivo imediato pôr fim à prostituição, e cujo teor é o seguinte:
«1 - Que o Governo crie urgentemente centros de recuperação para
melhor ajudar o combate à prostituição;
2 - Que seja feita uma lei em que os homens poderão ter apenas uma
mulher, para destruição mãxima da prostituição, da poligamia e da exploração da mulher pelo homem;
3 - O encerramento urgente de todas as bases americanas, cabarés
ainda em funcionamento no nosso país e expulsão das prostitutas estrangeiras para os seus países.
4 - Que sejam severamente punidos todos os cidadãos angolanos que
forem encontrados a prostituirem-se, uma vez que todos estamos empenhados no combate à prostituição.
5 - Que sejam punidos severamente todos os casados que abandonem
os seus lares sem motivo justificativo.
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A Organização da mulher de Angola, assume as suas responsabilidades
no contexto actual da defesa do país, procurando dar o seu contributo
à grande luta do povo angolano e que o Presidente do MPLA em tempos
definiu :
«A luta do povo pelo poder político, pela independência económica,
pelo restabelecimento da vida cultural. pela desalienação, pelas relações
com todos os povos, numa base de igualdade e de fraternidade, tais são
objectivos da nossa luta.»
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ACTIVIDADES INTERNACIONAIS DA O.M.A.
Esta organização, filiada na Federação Democrática Internacional das
Mulheres (FDIM). tem participado em congressos e conferências internacionais relativas aos problemas da mulher. Assim, esteve presente num
Seminário da UNESCO sobre alfabetização funcional , realizado em Togo,
como representante da FDIM . Participou na Conferência das mulheres pan
-africanas durante a 10.' feira internacional da Argélia. Participou igualmente em vários seminários sobre educação e promoção feminina, que
foram preparatórios do Ano Internacional da Mulher e esteve presente
através das suas delegadas no Congresso Mundial de Mulheres realizado
em Berlim, em 1975.
Integrada na delegação da FDIM tomou parte no Congresso Mundial
da Paz realizado em Moscovo, em 1973.
Duas representantes da OMA seguiram igualmente para Moscovo, integradas na própria delegação do MPLA a fim de participarem no referido
Congresso.
Durante o 7.º Congresso da FDIM em 26 de Outubro de 1975, a OMA
tal como o Movimento Democrático das Mulheres Portuguesas e algumas
outras, organizações de outros países foi eleita para o secretariado da FDIM.
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Dar-es-Salaaa,17/5/74.
Ao Movimento,dae Mulheres
Democratioas Portusuesae.
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Poatale 13 53
EL: 49 15
JUGOSLAVIA
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St.1' 5 11000
TEL' 339-941
SWEDEN
Stoclc.holm 19
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P.O. Box 10793
TEL: 14 29 1 or
50003
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16 hdy Stretl, 118, Ft.t 1
Z4MALEK
TEL: 80 31 60
ZAMBIA
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P.O. Box 1595
TEL:7 47 83
ITALIA
Roma
Viale Giutio Culre, 71
TEL: 17544.5
Queridas Amigas,
Recebemos as vossas mensagens, uma para o
MPLA e a outra, para as mulheres das ooloniae portuguesas, Pedimos que agradeçam as amigas da Comissão
do Porto do Movimento Democratico das Mulheres Portuguesas,
~11111 para nos grande significado o facto de
estas mensagens terEll sido aprovadas no 4 de Fevereiro
inicio da luta armada do Povo angolano e das colónias
portuguesas, Sentimo-nos felizes por terdes celebrado
este dia e de connosco lembrar os herÓie que tombaram
e que abriram novos horizontes aos nossos povoe,
Para o derrubamento do fascismo em Portugal
contribuiram os ncesoe eeforpoe comuna. E sentimos uma
alegria imensa por Portugal estar libra duma ditadura
queddurava ha cerca de'50 anos! Esperamos que tambem ncs
num f'utero breve o possamos ser e que em paz e fraterum mundo melhor
do
A VITORIA E CERTA! UNIDAS VENC
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TELEGRAMA ENVIADO A O. M. A .• PELO M. D. M .• NO DIA 2 DE MARÇO
- DIA DA MULHER ANGOLANA Pela passagem 2 Março MDM saúda mulheres angolanas sob direcção
OMA desempenharam papel destacado luta libertação combatentes frente
retaguarda hoje primeiras filas expulsar invasores estrangeiros construir
vida nova afirmando incondici~ apoio RPA justa luta independência
tibertação nacional contra intervenção imperialista. Saudações revolucionárias.
Movimento Democrático das Mulheres Portuguesas
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"À bela pátria angolana
nossa terra, nossa mãe
havemos de voltar
Á Angola libertada
Angola independente."
Agostinho Neto
Cadeia do Aljube. (Outubro 1960)
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Solidariedade da Mulher Portuguesa à Mulher - Primeira