1/8 DA MULHER PORTUGUESA 'A 1/8 MULHER ANGOLANA CAD 2/8 M DMmovimento democrático de mulheres 2/8 3/8 O QUE É A O.M.A. A Organização da· Mulher de Angola (OMA) , integrada no Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), tem como objectivo a emanci pação da mulher. Durante a guerra colonialista e imperialista desencadeada contra o povo angolano, a acção da OMA tem-se afirmado no sentido do esclarecimento e consciencialização e organização das mulheres, na luta pela libertação da sua Pátria do jogo da· exploração e opressão, visando a criação de condições que permitam que os direitos da mulher e o bem estar das crianças, a democracia, a paz, a independência nacional e o progresso social, sejam uma realidade para todos. Condenada desde séculos pela dominação colonialista aos trabalhos mais pesados, a mulher angolana foi chamada a ocupar um lugar de responsabilidade ao lado dos seus companheiros no combate contra o in imigo. Quer na retaguarda , nas tarefas mais necessárias: preparação de alimentos. cuidando das crianças e enfermos, alfabetização das mulheres. politização e educação do seu povo; quer na vanguarda, defendendo, de armas na mão, a sua terra, a mulher angolana deu provas da maior coragem e firme determinação, demonstrando estar pronta para combater em qualquer ponto e por todos os meios. contra os agressores e opressores imperialistas. Uma combatente da OMA, definindo os objectivos da sua organização, referia -se numa entrevista concedida em Dezembro de 1973, à necessidade da permanente politização dos soldados. a fim de, numa guerra tão complexa, se aperceberem das razões da sua luta e conhecerem quais os seus verdadeiros inimigos. Só em verdadeira unidade o ·p ovo conseguiu enfrentar com êxito as manobras divisionista do inimigo. A OMA, mantendo-se vigilante e activa, confiante na vitória. final. dava apoio material e moral às guerrilhas e contribuía com o seu trabalho para melhorar as condições de vida, difíceis em certas zonas de combate, permanentemente ameaçadas de invasão. O comportamento das mulheres angolanas nos duros tempos da luta é revelada numa carta dirigida à OMA, pela jornalista americana Melba Sm ithe que, vivendo algum tempo em Angola, acompanhou de perto a luta aí travada. Em certa passagem da sua longa carta, ·onde mostra o maior entusiasmo e admiração pelas companheiras com quem conviveu · mais frequentemente, declara: «Du~ante o mês em que estive convosco, em que comi na vossa companhia e compartilhei das vossas ansiedades e alegrias, as experiências da minha vida passada perderam qualquer relevo ao pé da lu.ta em que vos vejo empenhadas contra a dominação estrangeira, ao pé da firme decisão de consegui.rem o controlo da vossa própria terra e do vosso destino.» «Além disso, com os aviões inimigos sobrevoando as vo~sas cabeças e sob a constante ameaça da apro·x imação do exército inimigo, nunca senti medo, porque vós todas não tínheis medo e a vossa calma e bravura impregnavam o ar.» 3/8 . 4/8 Este testemunho mostra-nos também que as mulheres angolanas, apesar de terem sofrido ao longo da sua vida muitas violências e de terem sido afectadas fís ica e psicologicamente pelas condições de uma existência dominada pela opressão tirânica. encontraram a força suficiente para agirem, organizando-se, para em conjunto encontrarem a via que as levará à libertação total. ~ ~ e o PERSPECTIVAS ACTUAIS DA O.M.A. Muito recentemente realizou-se o 1 Seminãrio Regional da OMA com a presença de numerosos participantes. Foi vinculada a necessidade da organização abranger o maior número possível de mulheres, alcançando precisamente aquelas que se encontram no campo, nos pontos mais distantes, onde é mais difícil serem apoiadas. Durante o decorrer çlo Seminãrio foi discutido o papel da OMA no contexto actual da luta do Povo Angolano, e consequentemente analizou-se o papcl da mulher trabalhadora no momento presente da sociedade angolana, o papel da mulher na família, na sociedade que preciste nas suas formas mais atrasadas, escravizando a mulher. Conquistada a independência política o povo Angolano tem enormes tarefas a empreender, conforme se depreende das palavras proferidas por Agostinho Neto num discurso em 1974: «...A libertação Nacional tem de ser uma etapa para a realização de uma forma mais vasta de libertação, que é a libertação do homem.» A OMA empenhada na libertação da mulher contribui e contribuirã para a libertação do homem, uma vez que os problemas se encontram interligados. Entre 26 de Dezembro de 1975 e 7 de Janeiro de 1976, a OMA realizou o seu 1 Encontro Nacional nas proximidades de Luanda. Durante o Encontro foi posto em relevo o papel da organização, onde a mulher luta em colectivo, pela sua emancipação, encontrando-se na vanguarda da mulher revolucionãria em Africa. Para levar por diante a luta empreendida, deve empenhar-se desde jã também na campanha da educação, e da saúde, pois o desenvolvimento destes dois aspectos levarã a toda a população os maiores benefícios e progresso. Na sessão de encerramento do 1 Encontro Nacional da OMA foi aprovada uma importante moção, que tem como objectivo imediato pôr fim à prostituição, e cujo teor é o seguinte: «1 - Que o Governo crie urgentemente centros de recuperação para melhor ajudar o combate à prostituição; 2 - Que seja feita uma lei em que os homens poderão ter apenas uma mulher, para destruição mãxima da prostituição, da poligamia e da exploração da mulher pelo homem; 3 - O encerramento urgente de todas as bases americanas, cabarés ainda em funcionamento no nosso país e expulsão das prostitutas estrangeiras para os seus países. 4 - Que sejam severamente punidos todos os cidadãos angolanos que forem encontrados a prostituirem-se, uma vez que todos estamos empenhados no combate à prostituição. 5 - Que sejam punidos severamente todos os casados que abandonem os seus lares sem motivo justificativo. 4/8 5/8 A Organização da mulher de Angola, assume as suas responsabilidades no contexto actual da defesa do país, procurando dar o seu contributo à grande luta do povo angolano e que o Presidente do MPLA em tempos definiu : «A luta do povo pelo poder político, pela independência económica, pelo restabelecimento da vida cultural. pela desalienação, pelas relações com todos os povos, numa base de igualdade e de fraternidade, tais são objectivos da nossa luta.» e AD ACTIVIDADES INTERNACIONAIS DA O.M.A. Esta organização, filiada na Federação Democrática Internacional das Mulheres (FDIM). tem participado em congressos e conferências internacionais relativas aos problemas da mulher. Assim, esteve presente num Seminário da UNESCO sobre alfabetização funcional , realizado em Togo, como representante da FDIM . Participou na Conferência das mulheres pan -africanas durante a 10.' feira internacional da Argélia. Participou igualmente em vários seminários sobre educação e promoção feminina, que foram preparatórios do Ano Internacional da Mulher e esteve presente através das suas delegadas no Congresso Mundial de Mulheres realizado em Berlim, em 1975. Integrada na delegação da FDIM tomou parte no Congresso Mundial da Paz realizado em Moscovo, em 1973. Duas representantes da OMA seguiram igualmente para Moscovo, integradas na própria delegação do MPLA a fim de participarem no referido Congresso. Durante o 7.º Congresso da FDIM em 26 de Outubro de 1975, a OMA tal como o Movimento Democrático das Mulheres Portuguesas e algumas outras, organizações de outros países foi eleita para o secretariado da FDIM. pARAA MULHER: PARAº p0vo: NDO" PARAOIVIU . 5/8 6/8 CAD MPLA movimento populer de libert ação de angola RepresentantH : Repr•Hntanh Representatlves ALGERIE ....... r. Dtdouche )8,140 ~~ Organiea~ao da Mulher de Angola VR . • ••.•• / •• •.• ./.. •. .. • P.o ,BOX 20604 NR. EJll. .i.U .L.1Aa Dar-ee-Salaam Tanzania. Dar-es-Salaaa,17/5/74. Ao Movimento,dae Mulheres Democratioas Portusuesae. Mou.rad ::·gi ~me •taae R.P.CONGO BruuYiU• ~°'&e Poatale 13 53 EL: 49 15 JUGOSLAVIA ~:'v1c:eY1 snu St.1' 5 11000 TEL' 339-941 SWEDEN Stoclc.holm 19 KnA&bind.an•ft 1o S - 116 J: ~Ts~en T 1 TANZANIA Dv .. Salaam P.O. Box 10793 TEL: 14 29 1 or 50003 E.A.R. e.;,., 16 hdy Stretl, 118, Ft.t 1 Z4MALEK TEL: 80 31 60 ZAMBIA L...U P.O. Box 1595 TEL:7 47 83 ITALIA Roma Viale Giutio Culre, 71 TEL: 17544.5 Queridas Amigas, Recebemos as vossas mensagens, uma para o MPLA e a outra, para as mulheres das ooloniae portuguesas, Pedimos que agradeçam as amigas da Comissão do Porto do Movimento Democratico das Mulheres Portuguesas, ~11111 para nos grande significado o facto de estas mensagens terEll sido aprovadas no 4 de Fevereiro inicio da luta armada do Povo angolano e das colónias portuguesas, Sentimo-nos felizes por terdes celebrado este dia e de connosco lembrar os herÓie que tombaram e que abriram novos horizontes aos nossos povoe, Para o derrubamento do fascismo em Portugal contribuiram os ncesoe eeforpoe comuna. E sentimos uma alegria imensa por Portugal estar libra duma ditadura queddurava ha cerca de'50 anos! Esperamos que tambem ncs num f'utero breve o possamos ser e que em paz e fraterum mundo melhor do A VITORIA E CERTA! UNIDAS VENC 6/8 7/8 TELEGRAMA ENVIADO A O. M. A .• PELO M. D. M .• NO DIA 2 DE MARÇO - DIA DA MULHER ANGOLANA Pela passagem 2 Março MDM saúda mulheres angolanas sob direcção OMA desempenharam papel destacado luta libertação combatentes frente retaguarda hoje primeiras filas expulsar invasores estrangeiros construir vida nova afirmando incondici~ apoio RPA justa luta independência tibertação nacional contra intervenção imperialista. Saudações revolucionárias. Movimento Democrático das Mulheres Portuguesas 7/8 8/8 "À bela pátria angolana nossa terra, nossa mãe havemos de voltar Á Angola libertada Angola independente." Agostinho Neto Cadeia do Aljube. (Outubro 1960) 8/8