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O ESTADO DA ARTE DO TRABALHO INFANTO-JUVENIL
NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIROR DA REGIÃO
METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE/RS
X Salão de
Iniciação
Científica
PUCRS
Bolsista: Martina Pereira Gomes. Orientador : Profª Drª. : Laura Souza Fonseca
Faculdade de Educação/UFRGS
Introdução
A presente pesquisa denominada “O Estado da arte do trabalho infanto-juvenil nas
instituições de ensino superior da região metropolitana de Porto Alegre”, sendo um estudo
do tipo estado da arte, constitui um recorte temporal e geopolítico definido, utilizado para
uma sistematização e análise do tema de pesquisa, no nosso caso, o trabalho infanto-juvenil
nas IES. Com o objetivo de reconhecer e analisar a produção acadêmica existente sobre o
assunto, identificar temáticas abordagens dominantes, lacunas e campos abertos a futuras
pesquisas.
Segundo Fonseca (2008), a empiria revelada a partir de pesquisa e extensão junto a
escolas, socioeducativos e conselho tutelar demonstra que, apesar da multiplicidade de
projetos e programas desenvolvidos para o tempo de vida infanto-juvenil, o trabalho
precoce segue mutilando estas vidas e sendo pouco analisado na academia.A pesquisa conta
com uma primeira etapa concluída, a análise quantitativa de trabalhos de extensão,
pesquisa, ensino de graduação, e pós-graduação lato senso e stricto senso nas áreas de
Humanas, Sociais Aplicadas, Saúde e Agrárias, através dos sites das IES, cadastradas no
INEP, da região metropolitana de Porto Alegre.
Metodologia
A partir de uma construção do nosso núcleo de pesquisa, NIEPE-EJA, tomando
como referência Kuenzer(1991), Haddad (1987),Ferreira (2000), define-se Estado da Arte
como estratégia metodológica de pesquisa — associando dados quantitativos e qualitativos
— que permite produzir um quadro de referência da produção acadêmica pela reescrita de
resumos das produções analisadas, sobre uma determinada temática num recorte de tempo e
espaço. Visando desta forma reconhecer e analisar a produção acadêmica, identificar
temáticas e abordagens dominantes e emergentes, lacunas e campos inexplorados abertos a
futuras pesquisas, constituíram-se assim um estudo do tipo estado da arte.
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Como descritores utilizamos: (a) trabalho infanto-juvenil, (b) trabalho precoce, (c)
trabalho do menor, (d) trabalho infantil, (e) trabalho do adolescente, (f) trabalho do jovem,
(g) trabalho e infância, (h) trabalho e adolescência, (i) trabalho e juventude, (j) trabalho de
aprendiz (l) lei do menor aprendiz e (m) estratégia de sobrevivência.
Sistematizamos os dados quantitativos, e nos aspectos qualitativos, principais
conceitos/categorias, referencial teórico-metodológico e empiria. Os procedimentos que
ainda serão executados consistem em: (1) conceituar Estado da Arte (recuperando
concepções das áreas em que houver produção sobre a temática); (2) analisar as produções
selecionadas; (3) sistematizar os tópicos para a análise; (4) produzir novos resumos e
palavras-chaves dos trabalhos selecionados; (5) divulgar e discutir os resultados com os
fóruns que têm interface com o infanto-juvenil, gestores e executores de políticas públicas
para a faixa etária e as instituições pesquisadas. Além de eventos científicos das áreas
pertinentes. As Instituições de Ensino Superior (IES) da Região Metropolitana de Porto
Alegre (RMPA) com bibliotecas eletrônicas cadastradas no site do INEP totalizam seis, são
elas: UFRGS, PUCRS, ULBRA, UNILASALE, UNIRITTER e UNISINOS. Todas já com
a etapa da pesquisa quantitativa finalizadas.
Resultados Parciais
Todas as produções acadêmicas encontradas nas IES da RMPA foram organizadas a
partir de suas área de conhecimento, sub-área do conhecimento segundo CNPq, por tipo de
produção e por descritor. Essas organizações foram feitas para uma melhor visualização da
obras catalogas, já que em pesquisas do tipo estado da arte a parte quantitativa é critério de
análise. A primeira universidade a ter seu levantamento concluído foi a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. A partir da busca nos catálogos eletrônicos foram
encontradas vinte produções a respeito da temática. Sendo a instituição com o maior
número de obras localizadas.
Após conclusão da etapa quantitativa referente a UFRGS, iniciamos esta mesma
busca de dados no portal eletrônico da biblioteca da PUCRS. Na PUCRS foram
encontradas oito produções acadêmicas que tratam do tema trabalho infanto-juvenil, dentro
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dos parâmetros de temporalidade e geopolítico estabelecido para a pesquisa. A terceira
instituição com cadastro eletrônico cadastrado no INEP, onde realizamos a busca de
produções na base eletrônica a respeito do tema foi a UNISINOS. Nesta foi encontrada
somente uma obra. A quarta instituição da RMPA com os dados quantitativos finalizados
foi a UNIRITTER, e assim como na UNISINOS, foi encontrada somente uma obra a
respeito da temática no acervo da universidade. A quinta instituição de ensino superior da
RMPA a ter os dados quantitativos finalizados foi a ULBRA. Nesta foram encontradas
cinco obras que dissertam a respeito do tema trabalho infanto-juvenil. A sexta e última IES
da Região Metropolitana de Porto Alegre, com portal eletrônico cadastrado no INEP, a ter
a sua busca por produções que dissertem a respeito do tema trabalho infanto-juvenil
encerrada foi a UNILASALLE. Nesta foi encontrada uma produção acadêmica que se
inseria em nossa pesquisa.
Conclusões Parciais
A pesquisa está em andamento, com os dados quantitativos das IES da
RMPA com cadastro no INEP já concluídos, mas ainda vamos mapear as instituições que
não possuem catálogos eletrônicos. Com base nos dados apresentados, é possível verificar
quanto o tema trabalho infanto-juvenil vem sendo pouco pesquisado na academia. Visto
que esta temática é algo que faz parte do nosso cotidiano como uma “chaga social”, que
vem gradativamente destruindo vidas e precarizando as condições de sobrevivências dos
sujeitos.
Com esta pesquisa acreditamos que além de reorganizar o que já foi produzido,
identificando lacunas e temas silenciados, ao divulgar os resultados sirvamos de base para a
proposição de políticas públicas que tenham como foco a erradicação da exploração do
trabalho infanto-juvenil. Aí está contidos a grande relevância da nossa pesquisa, e o fator
principal de divulgação dos resultados, afirmando que o conhecimento produzido na
academia deve servir a sociedade.
Referências
FONSECA, Laura Souza. O tempo infanto-juvenil: provocações desde o campo empírico. Porto
Alegre, 2008.
KUENZER, Acácia. Educação e Trabalho no Brasil: o estado da questão. Brasília, INEP, 1991.
FERREIRA, Norma S. A. As pesquisas denominadas estado da arte. Educação e Sociedade ano
XXIII, no 79, p. 257-272, Agosto/2002.
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HADAD, Sérgio. Ensino supletivo no Brasil: o estado da arte. Brasília, INEP, 1987.
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