1521 O ESTADO DA ARTE DO TRABALHO INFANTO-JUVENIL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIROR DA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE/RS X Salão de Iniciação Científica PUCRS Bolsista: Martina Pereira Gomes. Orientador : Profª Drª. : Laura Souza Fonseca Faculdade de Educação/UFRGS Introdução A presente pesquisa denominada “O Estado da arte do trabalho infanto-juvenil nas instituições de ensino superior da região metropolitana de Porto Alegre”, sendo um estudo do tipo estado da arte, constitui um recorte temporal e geopolítico definido, utilizado para uma sistematização e análise do tema de pesquisa, no nosso caso, o trabalho infanto-juvenil nas IES. Com o objetivo de reconhecer e analisar a produção acadêmica existente sobre o assunto, identificar temáticas abordagens dominantes, lacunas e campos abertos a futuras pesquisas. Segundo Fonseca (2008), a empiria revelada a partir de pesquisa e extensão junto a escolas, socioeducativos e conselho tutelar demonstra que, apesar da multiplicidade de projetos e programas desenvolvidos para o tempo de vida infanto-juvenil, o trabalho precoce segue mutilando estas vidas e sendo pouco analisado na academia.A pesquisa conta com uma primeira etapa concluída, a análise quantitativa de trabalhos de extensão, pesquisa, ensino de graduação, e pós-graduação lato senso e stricto senso nas áreas de Humanas, Sociais Aplicadas, Saúde e Agrárias, através dos sites das IES, cadastradas no INEP, da região metropolitana de Porto Alegre. Metodologia A partir de uma construção do nosso núcleo de pesquisa, NIEPE-EJA, tomando como referência Kuenzer(1991), Haddad (1987),Ferreira (2000), define-se Estado da Arte como estratégia metodológica de pesquisa — associando dados quantitativos e qualitativos — que permite produzir um quadro de referência da produção acadêmica pela reescrita de resumos das produções analisadas, sobre uma determinada temática num recorte de tempo e espaço. Visando desta forma reconhecer e analisar a produção acadêmica, identificar temáticas e abordagens dominantes e emergentes, lacunas e campos inexplorados abertos a futuras pesquisas, constituíram-se assim um estudo do tipo estado da arte. 1522 Como descritores utilizamos: (a) trabalho infanto-juvenil, (b) trabalho precoce, (c) trabalho do menor, (d) trabalho infantil, (e) trabalho do adolescente, (f) trabalho do jovem, (g) trabalho e infância, (h) trabalho e adolescência, (i) trabalho e juventude, (j) trabalho de aprendiz (l) lei do menor aprendiz e (m) estratégia de sobrevivência. Sistematizamos os dados quantitativos, e nos aspectos qualitativos, principais conceitos/categorias, referencial teórico-metodológico e empiria. Os procedimentos que ainda serão executados consistem em: (1) conceituar Estado da Arte (recuperando concepções das áreas em que houver produção sobre a temática); (2) analisar as produções selecionadas; (3) sistematizar os tópicos para a análise; (4) produzir novos resumos e palavras-chaves dos trabalhos selecionados; (5) divulgar e discutir os resultados com os fóruns que têm interface com o infanto-juvenil, gestores e executores de políticas públicas para a faixa etária e as instituições pesquisadas. Além de eventos científicos das áreas pertinentes. As Instituições de Ensino Superior (IES) da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) com bibliotecas eletrônicas cadastradas no site do INEP totalizam seis, são elas: UFRGS, PUCRS, ULBRA, UNILASALE, UNIRITTER e UNISINOS. Todas já com a etapa da pesquisa quantitativa finalizadas. Resultados Parciais Todas as produções acadêmicas encontradas nas IES da RMPA foram organizadas a partir de suas área de conhecimento, sub-área do conhecimento segundo CNPq, por tipo de produção e por descritor. Essas organizações foram feitas para uma melhor visualização da obras catalogas, já que em pesquisas do tipo estado da arte a parte quantitativa é critério de análise. A primeira universidade a ter seu levantamento concluído foi a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A partir da busca nos catálogos eletrônicos foram encontradas vinte produções a respeito da temática. Sendo a instituição com o maior número de obras localizadas. Após conclusão da etapa quantitativa referente a UFRGS, iniciamos esta mesma busca de dados no portal eletrônico da biblioteca da PUCRS. Na PUCRS foram encontradas oito produções acadêmicas que tratam do tema trabalho infanto-juvenil, dentro 1523 dos parâmetros de temporalidade e geopolítico estabelecido para a pesquisa. A terceira instituição com cadastro eletrônico cadastrado no INEP, onde realizamos a busca de produções na base eletrônica a respeito do tema foi a UNISINOS. Nesta foi encontrada somente uma obra. A quarta instituição da RMPA com os dados quantitativos finalizados foi a UNIRITTER, e assim como na UNISINOS, foi encontrada somente uma obra a respeito da temática no acervo da universidade. A quinta instituição de ensino superior da RMPA a ter os dados quantitativos finalizados foi a ULBRA. Nesta foram encontradas cinco obras que dissertam a respeito do tema trabalho infanto-juvenil. A sexta e última IES da Região Metropolitana de Porto Alegre, com portal eletrônico cadastrado no INEP, a ter a sua busca por produções que dissertem a respeito do tema trabalho infanto-juvenil encerrada foi a UNILASALLE. Nesta foi encontrada uma produção acadêmica que se inseria em nossa pesquisa. Conclusões Parciais A pesquisa está em andamento, com os dados quantitativos das IES da RMPA com cadastro no INEP já concluídos, mas ainda vamos mapear as instituições que não possuem catálogos eletrônicos. Com base nos dados apresentados, é possível verificar quanto o tema trabalho infanto-juvenil vem sendo pouco pesquisado na academia. Visto que esta temática é algo que faz parte do nosso cotidiano como uma “chaga social”, que vem gradativamente destruindo vidas e precarizando as condições de sobrevivências dos sujeitos. Com esta pesquisa acreditamos que além de reorganizar o que já foi produzido, identificando lacunas e temas silenciados, ao divulgar os resultados sirvamos de base para a proposição de políticas públicas que tenham como foco a erradicação da exploração do trabalho infanto-juvenil. Aí está contidos a grande relevância da nossa pesquisa, e o fator principal de divulgação dos resultados, afirmando que o conhecimento produzido na academia deve servir a sociedade. Referências FONSECA, Laura Souza. O tempo infanto-juvenil: provocações desde o campo empírico. Porto Alegre, 2008. KUENZER, Acácia. Educação e Trabalho no Brasil: o estado da questão. Brasília, INEP, 1991. FERREIRA, Norma S. A. As pesquisas denominadas estado da arte. Educação e Sociedade ano XXIII, no 79, p. 257-272, Agosto/2002. 1524 HADAD, Sérgio. Ensino supletivo no Brasil: o estado da arte. Brasília, INEP, 1987.