Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 BOA TARDE! Jorge Humberto Nicola Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Faculdade de Filosofia Ciências e Letras – UFRGS – Bacharel em Ciências – 1963 - 1966 Instituto de Física – UFRGS – Mestre em Ciências – 1970 Instituto de Física – UFRGS – Doutor em Ciências – 1974 (de 1967 a 1976 – Professor do IF / UFRGS) De 1976 a 1994 – Professor do IFGW – UNICAMP Aposentado desde junho de 1994 Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 O FÍSICO Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 O FÍSICO O MÉDICO Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 O FÍSICO O MÉDICO Erro de tradução? “The Physician”, do inglês, significa médico. O tradutor teria confundido physician com physicist, que significa físico. Na verdade, isto foi intencional, já que na Idade Média, época descrita no livro, médicos eram chamados de físicos (“estudiosos da natureza”). Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 ...A organização e profissionalização das ciências é um fenômeno relativamente moderno, tendo sido estabelecido somente no século XIX quando o termo “cientista” passou a ser conhecido. Usava-se: natural historian; natural philosopher; man of science... (“A relação entre as diferentes ciências na antiguidade” - T.E.Rihel) http://fds.oup.com/www.oup.co.uk/pdf/0-19-815248-5.pdf Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 ...No último século o aumento considerável do volume de conhecimento científico e técnico trouxe a necessidade de especializações (grandes áreas, áreas e subáreas ). TABELAS DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO - CAPES/CNPq (27 páginas – 5639 palavras ) http://www.capes.gov.br/avaliacao/tabela-deareas-de-conhecimento Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Física e Interdisciplinaridade: o retorno às origens! Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Física e Interdisciplinaridade: o retorno às origens! Um exemplo: Física e Medicina Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 (...por que este exemplo?) Relacionamento pessoal com a medicina •Casei com uma estudante de medicina Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 (...por que este exemplo?) Relacionamento pessoal com a medicina •Casei com uma estudante de medicina Chefia da oficina mecânica e vácuo do IF •Atendimento à constantes solicitações da medicina Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 (...por que este exemplo?) Relacionamento pessoal com a medicina •Casei com uma estudante de medicina Chefia da oficina mecânica e vácuo do IF •Atendimento à constantes solicitações da medicina Interesse por laser •Construção de laser de HeNe e outros (1968 – 72) •Aquisição de laser de Ar (1972) •Montagem de laboratório de espectroscopia Raman (1972) •Surgimento no Brasil do interesse por laser aplicado à ORL (1972) •Construção de protótipo de laser de CO2 para microcirurgias (1980) •Industrialização de laser de CO2 para uso médico (1981 –83) Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Diagnóstico Tratamento Fisiologia Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Diagnóstico Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Urine analysis by laser Raman spectroscopy Premasiri WR, Clarke RH, Womble ME. Lasers Surg Med 2001;28(4):330-4 Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Espectroscopia Raman, facilitada hoje por CCD e fibras óptica (ex vivo e in vivo): a) Detecção precoce de câncer b) Composição de placas ateroscleróticas c) Identificação da ação de vários agentes na pele d) Identificação rápida de microorganismos patogênicos e) ... Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Fluorescência “nativa” Relacionada a patologias Nicola & Nicola Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Fluorescência “nativa” Relacionada a patologias • Neste caso a fluorescência vermelha é das porfirinas produzidas por bactérias, especialmente “Porphiromona gengivallis. Nicola & Nicola Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Fluorescência “nativa” Relacionada à normalidade • Neste caso a fluorescência vermelha também é de porfirina, Protoporfirina IX (PpIX) produzida na Glândula Harderiana de ratos Wistar. • Obs: também em casos de porfiria (patologia). Luz branca Luz UV Nicola & Nicola Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Sistema simples para aquisição de dados. LEDs 410 nm 5 mw Optical fiber and filter Nicola & Nicola Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Sistema simples para aquisição de dados. LEDs 410 nm 5 mw Optical fiber and filter VENTER OF TONGUE Master Assoalho de boca.Master.Sample Intensity (counts) 4000 3000 500 nm 2000 630 nm 1000 0 400 500 600 700 800 900 1000 Wavelength (nm) Master Mucosa jugal.Master.Sample Intensity (counts) 4000 3000 500 nm 2000 630 nm 1000 0 400 500 600 700 800 900 1000 Wavelength (nm) Nicola & Nicola Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Fluorescência exógena Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Fluorescência exógena • Derivados de Hematoporfirina (HpD), e outras substâncias semelhantes, quando injetadas em animais acumulam-se em tecidos cancerígenos; • Em geral não são tóxicas; • Com excitação no UV próximo (e mesmo no azul) apresentam fluorescência na região do vermelho (630nm). Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 “Fluorescence imaging of MGH human bladder tumor.” (A) White light image of the tumor before drug administration, (B) Ce6-PVP induced red fluorescence in tumor imaged under blue light illumination at 3 h post drug administration. (C) By displaying the fluorescent image in a pseudo color using simple image processing technique. www.biomedcentral.com/1471-2342/9/1 CAM = chick chorioallantoic membrane Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Tratamento Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Terapia Fotodinâmica (PDT - Photo Dynamic Therapy) • • • • • Física Química Biologia Medicina ... Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Terapia Fotodinâmica (PDT - Photo Dynamic Therapy) • • • • • Física Química Biologia Medicina ... A PDT é um exemplo claro de atividade interdisciplinar. Seu estágio atual ainda oferece espaço para a pesquisa pura. Apresenta importância significativa como técnica. Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Oxigênio Molecular na PDT • O oxigênio molecular (O2) é substância de vital importância para a manutenção da vida celular; • Ocorre em duas formas (estados), fisicamente distintas: • Singlete • Triplete • Na natureza se encontra no estado triplete (mais baixa energia); Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Oxigênio Molecular na PDT • O oxigênio molecular (O2) é substância de vital importância para a manutenção da vida celular; • Ocorre em duas formas (estados), fisicamente distintas: • Singlete • Triplete • Na natureza se encontra no estado triplete (mais baixa energia); • O oxigênio singlete é cerca de 1.500 vezes mais oxidante do que o triplete, portanto citotóxico! Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Oxigênio Molecular na PDT MOLÉCULA DE OXIGÊNIO S1 Primeiro excitado Energia To 0,9769 ev Estado fundamental 1 electron volt (ev) = 1.6 x 10-19 joules Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Oxigênio Molecular na PDT MOLÉCULA DE OXIGÊNIO Uma energia de 0,9769 eV S1 Primeiro excitado (equivalente a λ = 1,27 µm no vácuo) é o suficiente para Energia To 0,9769 ev Estado fundamental 1 electron volt (ev) = 1.6 x 10-19 joules propiciar a transição T0 → S1. Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Oxigênio Molecular na PDT MOLÉCULA DE OXIGÊNIO Uma energia de 0,9769 eV S1 Primeiro excitado (equivalente a λ = 1,27 µm no vácuo) é o suficiente para Energia To 0,9769 ev Estado fundamental 1 electron volt (ev) = 1.6 x 10-19 joules propiciar a transição T0 → S1. Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Oxigênio Molecular na PDT O ESPECTRO SOLAR É RICO EM 1,27 µm MAS, SOBREVIVEMOS! 1.27 µm Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Transferência de Energia por Absorção de Fótons λ= 1,27 µm S0 proibida A transição T1 → S0, por absorção de fótons é fisicamente proibida! T1 Molécula de Oxigênio Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Outra forma de Transferência de Energia (Fluorescence resonance energy transfer (FRET)) S1 Vermelho Tn T1 S0 1,27 m S0 Molécula intermediária T1 Oxigênio Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Outra forma de Transferência de Energia (Fluorescence resonance energy transfer (FRET)) S1 Vermelho Tn T1 FOTONS S0 1,27 m S0 Molécula intermediária Oxigênio T1 Oxigênio Molécula intermediária Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 PDT • Derivados de Hematoporfirina (HpD), e outras substâncias, atuam como moléculas intermediárias (fotossensibilizadores); • Em geral não são tóxicas e podem ser injetadas em animais; Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 PDT • Derivados de Hematoporfirina (HpD), e outras substâncias, atuam como moléculas intermediárias (fotossensibilizadores); • Em geral não são tóxicas e podem ser injetas em animais; • Tecidos biológicos normais, em geral, eliminam rapidamente tais fotossensibilizadores de suas células; • Tecidos malignos (câncer), em geral, mantém o fotossensibilizador em suas células. Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 TERAPIA FOTODINÂMICA PARÂMETROS: Tecido • Concentração do fotosensibilizador • Concentração de Oxigênio HPD Oxigênio triplete Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 TERAPIA FOTODINÂMICA PARÂMETROS: Tecido • Concentração do fotosensibilizador • Concentração de Oxigênio Fóton l = 632 nm HPD • Fluência Oxigênio triplete Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 TERAPIA FOTODINÂMICA PARÂMETROS: Tecido • Concentração do fotosensibilizador • Concentração de Oxigênio • Fluência Transferência de energia não radioativa HPD Oxigênio triplete Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 TERAPIA FOTODINÂMICA PARÂMETROS: Tecido • Concentração do fotosensibilizador • Concentração de Oxigênio • Fluência HPD Oxigênio singlete Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 TERAPIA FOTODINÂMICA PARÂMETROS: Tecido • Concentração do fotosensibilizador • Concentração de Oxigênio • Fluência HPD Oxigênio singlete Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 DIFICULDADE TÉCNICA! Luz visível TECIDO (Fluorescence resonance energy transfer (FRET)) Oxigênio Fotossensibilizador Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Infra Vermelho 2 TECIDO Infra Vermelho 1 Fotossensibilizador Oxigênio Molécula conversora de dois fótons (eficiente) Encapsulamento por nano partículas (Nano agregação) – ORMOSIL: Organicaly Modified Silica. Sehoon Kim et al, 2007. Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Rx OUTRA SOLUÇÃO! TECIDO Fotossensibilizador Oxigênio Encapsulamento por nano partículas Partícula luminescente (nano) Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 ... O grande problema para praticar a interdisciplinaridade é o desenvolvimento de uma linguagem de entendimento entre as disciplinas. Porca? Exatas! Biológicas Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 ... O grande problema para praticar a interdisciplinaridade é o desenvolvimento de uma linguagem de entendimento entre as disciplinas. Instituto de Física – UFRGS Porto Alegre,14 de julho de 2009 Muito obrigado! [email protected] Workshop em “Terapia Fotodinâmica: Integração dos Aspectos Moleculares, Tecnológicos e Aplicações na Área de Saúde”, 03 a 06 de junho de 2007, Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro, São Paulo. MAIS UMA SOLUÇÃO! PDT ativada por fosforescência. “Phosphorescent self-lighting photodynamic therapy” Workshop em “Terapia Fotodinâmica: Integração dos Aspectos Moleculares, Tecnológicos e Aplicações na Área de Saúde”, 03 a 06 de junho de 2007, Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro, São Paulo. Fosforescência • A re-emissão de radiação não ocorre imediatamente, como no caso da fluorescência; • Isto ocorre quando há diferença de estados de spin entre os níveis; • O tempo de armazenamento da energia depende de temperatura (entre outros parâmetros). Workshop em “Terapia Fotodinâmica: Integração dos Aspectos Moleculares, Tecnológicos e Aplicações na Área de Saúde”, 03 a 06 de junho de 2007, Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro, São Paulo. Hipotermia terapêutica • De 28 oC a 32 oC é considerado hipotermia moderada. Workshop em “Terapia Fotodinâmica: Integração dos Aspectos Moleculares, Tecnológicos e Aplicações na Área de Saúde”, 03 a 06 de junho de 2007, Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro, São Paulo. Excitação UV PTDEC* co-encapsulado T = 29,5 oC * PTDEC - Phosphorescent temperature dependent energy carrier (Transportador de energia fosforescente, dependente de temperatura) Workshop em “Terapia Fotodinâmica: Integração dos Aspectos Moleculares, Tecnológicos e Aplicações na Área de Saúde”, 03 a 06 de junho de 2007, Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro, São Paulo. Características para o “carrier”: • Não tóxico; • Ponto ótimo de absorção (excitação) de UV em torno de 29 0C; • Temperatura crítica para emissão entre 34 e 35 0C; • Emissão na região do vermelho (ressonante com o fotossensibilizador). Workshop em “Terapia Fotodinâmica: Integração dos Aspectos Moleculares, Tecnológicos e Aplicações na Área de Saúde”, 03 a 06 de junho de 2007, Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro, São Paulo. TECIDO Fotossensibilizador Oxigênio PTDEC Encapsulamento T =T 36=o29,5 C oC Workshop em “Terapia Fotodinâmica: Integração dos Aspectos Moleculares, Tecnológicos e Aplicações na Área de Saúde”, 03 a 06 de junho de 2007, Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro, São Paulo. SOLUÇÃO # 03 PDT ativada por fosforescência. “Phosphorescent self-lighting photodynamic therapy” (Ainda uma ficção!)