UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA UTILIZAÇÃO DO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS EM POSTURA ANDRÉ CARLOS SILVA PIMENTEL Zootecnista RECIFE - PE FEVEREIRO - 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA UTILIZAÇÃO DO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS EM POSTURA ANDRÉ CARLOS SILVA PIMENTEL RECIFE – PE FEVEREIRO - 2013 II ANDRÉ CARLOS SILVA PIMENTEL UTILIZAÇÃO DO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS EM POSTURA Área de Concentração: Nutrição Tese apresentada ao Programa de Animal Doutorado Integrado em Zootecnia, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, do qual participam a Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em zootecnia. Área de Concentração: Nutrição Animal Comitê de Orientação: Prof. Drª. Maria do Carmo Mohaupt Marques Ludke (UFRPE) – Orientador Principal Pesq. Dr. Jorge Vitor Ludke (Embrapa Suínos e Aves) – Co-orientador Prof. Dr. Carlos Bôa-Viagem Rabello (UFRPE) – Co-orientador RECIFE - PE FEVEREIRO – 2013 III Ficha catalográfica P644u Pimentel, André Carlos Silva Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura / André Carlos Silva Pimentel. -- Recife, 2013. 86 f.: il Orientador(a): Maria do Carmo Mohaupt Marques Ludke. Tese (Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Zootecnia, Recife, 2013. Inclui anexo(s) e referências. 1. Nutrição animal 2. Ricinus 3. Ovos I. Ludke, Maria do Carmo Mohaupt Marques, orientadora II. Título CDD 636.0852 IV ANDRÉ CARLOS SILVA PIMENTEL UTILIZAÇÃO DO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS EM POSTURA Tese defendida e aprovada pela Comissão Examinadora em 27 de fevereiro de 2013 Orientador(a): _____________________________________________ Profa. Dra. Maria do Carmo Mohaupt Marques Ludke Universidade Federal Rural de Pernambuco Departamento de Zootecnia Comissão Examinadora: _____________________________________________ Prof. Dr. Ednardo Rodrigues de Freitas Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Agrárias _____________________________________________ Prof. Dr. Wilson Moreira Dutra Júnior Universidade Federal Rural de Pernambuco Departamento de Zootecnia _____________________________________________ Prof. Dr. José Humberto Vilar da Silva Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Agrárias ______________________________________________ Dr. Cláudio José Parro de Oliveira Universidade Federal Rural de Pernambuco Departamento de Zootecnia RECIFE – PE FEVEREIRO – 2013 V Dedico A todos que contribuíram direta e indiretamente a conclusão desta etapa da vida. VI Agradecimentos A Deus que nunca me deixou de lado e tem me ouvido quando necessário. A meus pais, que sempre me apoiam em lutas e conquistas e me ajudam a levantar quando tropeço no meio do caminho. A Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, pela acolhida e oportunidade de fazer parte de sua família, como discente do Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia. A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) pela concessão da bolsa de estudo. A professora Dra. Maria do Carmo Mohaupt Marques Ludke, minha orientadora, que com paciência, dedicação e amizade, contribuiu com seu conhecimento para a concretização deste trabalho. Aos meus co-orientadores professor Dr. Carlos Bôa-Viagem Rabello e ao pesquisador Dr. Jorge Vitor Ludke pelas contribuições dadas na minha formação, com sugestões para o melhor desenvolvimento deste trabalho, além de amizade e respeito. Aos alunos do Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia, especialmente Juliana Santana e Priscila Antão, pela amizade e ajuda na realização deste trabalho. VII Aos alunos da Graduação: Andresa Faria, Brunna Costa, Fernando Petroni, João Luis, Rafaela Souza, Cristiano Lira, Deyvson Oliveira, Cledir Lima, Priscila Santos e demais que contribuíram com amizade, trabalho, ensinamentos e dedicação à realização do nosso trabalho. A seu Biu pela amizade, alegria e dedicação durante a realização deste trabalho. A todos os professores, funcionários, colegas e amigos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho, fico com a saudade e o sentimento do dever cumprido. VIII BIOGRAFIA André Carlos Silva Pimentel, filho de Severino Carlos Pimentel e Maria de Fátima Silva Pimentel, nasceu em Recife – PE, no dia 13 de julho de 1977. Em março de 1996 iniciou a graduação em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Em maio de 2002 obteve o título de Bacharel em Zootecnia e em maio de 2004, concluiu o curso de Licenciatura no Setor de Técnicas Agropecuárias, ambos os cursos pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Em março de 2004 iniciou o Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, na área de concentração em Produção Animal da Universidade Federal Rural de Pernambuco, concluindo em fevereiro de 2006. Em março de 2009, iniciou as atividades como aluno regular do Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia na área de Nutrição de NãoRuminantes na mesma Universidade sob a orientação da Profª Drª Maria do Carmo M. M. Ludke. Em fevereiro de 2013, submeteu-se à defesa de Tese para obtenção do título de Doutor. IX Oração de São Francisco de Assis Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; Compreender, que ser compreendido; Amar, que ser amado. Pois, é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna. X SUMÁRIO LISTA DE TABELAS.............................................................................................. XIII LISTA DE FIGURAS............................................................................................... XIV RESUMO GERAL.................................................................................................... 15 ABSTRACT............................................................................................................... 17 CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................... 19 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................... 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 37 DESEMPENHO PRODUTIVO E QUALIDADE DOS OVOS DE CODORNAS JAPONESAS ALIMENTADAS COM RAÇÕES CONTENDO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO........................................................ 43 RESUMO......................................................................................................... 44 ABSTRACT..................................................................................................... 45 INTRODUÇÃO................................................................................................ 46 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................. 47 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 52 CONCLUSÃO.................................................................................................. 64 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 64 DESEMPENHO CODORNAS PRODUTIVO JAPONESAS E QUALIDADE ALIMENTADAS DOS COM OVOS DE RAÇÕES CONTENDO FARELO DE MAMONA SEM E COM ENZIMAS................. 68 RESUMO......................................................................................................... 69 ABSTRACT..................................................................................................... 70 INTRODUÇÃO................................................................................................ 71 XI MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................. 73 RESULTADO E DISCUSSÃO........................................................................ 79 CONCLUSÃO.................................................................................................. 83 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 84 XII LISTA DE TABELAS FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO NA RAÇÃO DE POSTURA PARA CODORNAS JAPONESAS Tabela 1 – Composição bromatológica dos ingredientes das rações de codornas em postura... Tabela 2 – Composição percentual e calculada das rações experimentais de acordo com o nível de inclusão do farelo de mamona autoclavado................................................. Tabela 3 – Médias de consumo de ração (CMR), porcentagem de postura (Postura), peso de ovo (PO), massa de ovo (MO), conversão alimentar por massa de ovo (CAMO) e por dúzia de ovos (CADZ) de codornas alimentadas com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado (FMA)................................................................. Tabela 4 – Médias de peso (PO), gravidade específica (GE), espessura de casca (Esp), Unidade Haugh (UH) e coloração da gema (CG) de ovos de codornas alimentadas com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado................................. Tabela 5 – Médias para peso e percentuais da gema, albúmen e casca dos ovos de codornas alimentadas com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado............. 49 50 53 57 61 ADIÇÃO DE ENZIMAS EM RAÇÕES DE POSTURA PARA CODORNAS CONTENDO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO Tabela 1 – Composição bromatológica dos ingredientes das rações das codornas em postura........................................................................................................................ Tabela 2 – Composição percentual e calculada das rações experimentais de acordo com o nível de inclusão do farelo de mamona autoclavado................................................. Tabela 3 – Médias de consumo de ração (CMR), porcentagem de postura (Postura), peso de ovo (PO), massa de ovo (MO), conversão alimentar por massa de ovo (CAMO) e por dúzia de ovos (CADZ) de codornas alimentadas com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado, com e sem enzimas............................................ Tabela 4 – Médias de peso (PO), gravidade especifica (GE), espessura de casca (Esp), unidade Haugh (UH) e coloração da gema (CG) de ovos de codornas alimentadas com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado, sem e com enzimas Tabela 5 - Médias para peso e percentuais da gema, albúmen e casca dos ovos de codornas alimentadas com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado, sem e com enzimas............................................................................................................... 75 76 79 81 83 XIII LISTA DE FIGURAS FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO NA RAÇÃO DE POSTURA PARA CODORNAS JAPONESAS Figura 1 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a conversão alimentar (g de ração/g de ovo) em ovos de codornas e sua respectiva equação........................... Figura 2 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a conversão alimentar (g de ração/dúzia de ovos) em ovos de codornas e sua respectiva equação................... Figura 3 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a produção de massa de ovo (g/dia) em ovos de codornas e sua respectiva equação....................................... Figura 4 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a porcentagem de postura (%) em ovos de codornas e sua respectiva equação...................................... Figura 5 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso do ovos (g) em ovos de codornas e sua respectiva equação............................................................... Figura 6 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o índice de cor da gema em ovos de codornas e sua respectiva equação......................................................... Figura 7 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso da casca (g) em ovos de codornas e sua respectiva equação............................................................... Figura 8 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso da gema (g) em ovos de codornas e sua respectiva equação............................................................... Figura 9 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso do albúmen (g) em ovos de codornas e sua respectiva equação......................................................... Figura 10 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a porcentagem da casca (%) em ovos de codornas e sua respectiva equação 54 54 55 55 56 58 61 62 62 63 XIV Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. RESUMO GERAL: Os experimentos foram realizados com o objetivo de avaliar a utilização do farelo de mamona autoclavado (FMA) na alimentação de codornas japonesas. Dois experimentos foram realizados. No primeiro foram selecionadas duzentas e dez codornas pela produção e uniformidade de peso e distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado com cinco tratamentos e sete repetições de seis aves cada. Foi avaliado qual o melhor nível (0, 7, 14, 21 e 28%) de FMA com óxido de cálcio em rações de codornas japonesas em postura, durante três ciclos de 21 dias, para caracterizar o desempenho e a qualidade dos ovos. Os efeitos dos níveis de inclusão de FMA foram avaliados e quando significativo às médias foram comparadas e avaliadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade e posteriormente análise de regressão para determinar o melhor nível. Para os parâmetros de desempenho, as variáveis, porcentagem de postura, massa de ovo e conversão alimentar por massa de ovo apresentaram um comportamento linear platô com a inclusão de FMA até 28%. Quando verificado a qualidade dos ovos, as variáveis, peso do ovo apresentou um efeito linear platô e a gravidade específica apresentaram efeito linear conforme se aumentava o FMA nas dietas e a cor da gema apresentou um efeito cúbico com a participação do FMA nas rações. Os dados de peso de albúmen e gema diminuíram de forma linear e o peso de albúmen e porcentagem de casca um linear platô conforme aumentava a quantidade de FMA nas rações. Níveis de até 7% são recomendados para a inclusão em dietas de codornas em postura. Para o segundo experimento foram selecionadas duzentas e dezesseis codornas pela produção e uniformidade de peso e distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos e seis repetições de seis aves cada. Foi avaliado a inclusão do farelo de mamona autoclavado com hidróxido de cálcio no nível de 21% (FMA21%) sem e com complexos enzimáticos (CE) sendo o CE1 constituído por xilanase, β-glucanase, celulase, pectinase, protease (atuação secundária) e o CE2 por xilanase, amilase e protease, em 15 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. rações de codornas japonesas em postura, durante três ciclos de 21 dias, com o objetivo de caracterizar o desempenho e a qualidade dos ovos. Os efeitos dos níveis de inclusão de FMA foram avaliados através de análise de variância e quando significativo às médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para os parâmetros de desempenho variáveis consumo de ração, porcentagem de postura, massa de ovo, conversão alimentar por massa de ovo e por dúzia não apresentaram diferenças significativas. O FMA21% ao ser incluído na ração afetou significamente o peso dos ovos, apresentando resultado semelhante ao testemunha ao adicionar o CE1. A cor e o peso da gema apresentaram dados superiores quando adicionado o CE1 nas dietas com FMA21%, a adição deste nível de FMA. Os resultados indicam que a adição de 21% de FMA em dietas contendo complexo enzimático com xilanase, β-glucanase, celulase, pectinase, protease (atuação secundária) proporciona, às codornas em postura, desempenho tão bom quanto quando alimentadas com dietas contendo milho e farelo de soja. 16 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. ABSTRACT: The experiments were performed in order to evaluate the use of castor meal autoclaved (FMA) in the diet of Japanese quails. Two experiments were conducted. In the first two hundred and ten were selected for quail production and weight uniformity and distributed in a completely randomized design with five treatments and seven replications of six birds each. Which was rated the best level (0, 7, 14, 21 and 28%) of AMF with calcium oxide in diets of Japanese quail during three cycles of 21 days, to characterize the performance and egg quality. The effects of inclusion levels of AMF were evaluated and significant when the averages were compared and evaluated by Tukey test at 5% probability and later regression analysis to determine the best level. For performance parameters, variables, egg production, egg mass and feed conversion by egg mass showed a linear plateau with the inclusion of FMA by 28%. When checked the quality of eggs, variables, egg weight had an effect linear plateau and specific gravity as a linear effect is increased the FMA in the diets and yolk color presented a cubic effect on the participation of the FMA in the rations. Weight data albumen and yolk decreased linearly and weight of albumen and shell percentage one linear plateau with increase in the amount of FMA rations. Levels of up to 7% are recommended for inclusion in diets of laying quails. For the second experiment were selected by two hundred and sixteen quail production and weight uniformity and distributed in a completely randomized design with six treatments and six replicates of six birds each. We evaluated the inclusion of castor autoclaved bran with calcium hydroxide in the level of 21% (FMA21%) with and without enzymatic complexes (EC) and the CE1 consisting of xylanase, β-glucanase, cellulase, pectinase, protease (acting secondary) and CE2 by xylanase, amylase and protease in diets of Japanese quail during three cycles of 21 days, in order to characterize the performance and egg quality. The effects of inclusion levels of AMF were evaluated using analysis of variance and significant when the means were compared by Tukey test at 5% probability. For the 17 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. performance parameters of feed intake, egg production, egg mass, feed conversion and egg mass per dozen showed no significant differences. The FMA21% to be included in the diet significantly affected egg weight, presenting results similar to the control by adding the CE1. The color and yolk weight data showed higher when added to the diets CE1 FMA21%, the addition of this level of FMA. The results indicate that the addition of 21% of AMF in diets containing enzyme complex with xylanase, β-glucanase, cellulase, pectinase, protease (acting secondary) provides, in the quail posture, perform as well as when fed diets containing corn and soybean meal. 18 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 2 3 Nos últimos anos, os avanços tecnológicos têm contribuído para a melhoria dos 4 principais índices zootécnicos como a conversão alimentar, diminuição da idade de abate e 5 mortalidade das aves. O milho e a soja, principais matérias-primas, também tiveram 6 aumentos na produção com expansão de novas áreas e abertura de fronteiras. 7 Na avicultura, um dos ramos com notável potencial zootécnico é a coturnicultura, 8 sendo esta atividade uma alternativa interessante, tendo em vista que possibilita uma rápida 9 conversão e retorno de capital investido. A criação de codornas tem apresentado 10 desenvolvimento bastante acentuado nos últimos anos. Entre os principais fatores que 11 contribuem para isto podemos citar a rapidez com que as codornas iniciam a postura 12 (aproximadamente 40 dias de idade) e o sabor exótico de sua carne (Villela, 2006). Além 13 disso, apresentam alta produtividade (média de 300 ovos/ano), grande longevidade e alta 14 produção (14 a 18 meses) (Pinto et al., 2002). 15 Segundo Moraes e Ariki (2000) o ovo de codorna é bem aceito pelos consumidores 16 e representa aproximadamente um quinto do tamanho do ovo de galinha, variando de 7 a 17 15 gramas, com uma média de 10 gramas de peso para os ovos, representando em média, 18 8% do peso da codorna. 19 O crescimento constante do consumo dos ovos de codorna dos últimos anos pode 20 estar relacionado a fatores como: mudanças sociais e de hábitos da população, aumento da 21 produção, melhor conhecimento da qualidade do produto e comercialização. Atualmente, 22 aproximadamente 28% dos ovos de codornas consumidos são em conserva, 71% in natura 23 e apenas 1% em outras formas de consumo (Bertechini, 2010). 24 Com as oscilações sazonais nos preços dos alimentos, os nutricionistas tendem a 25 buscar constantemente alternativas para que possam substituir de forma equilibrada e 19 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 26 viável economicamente os ingredientes utilizados nas formulações das rações (Murakami 27 et al., 2008). O farelo de soja, principal ingrediente proteico em dietas para monogástricos 28 no Brasil, apresenta ampla variação de preço, o que causa grande impacto nos custos de 29 produção de codornas. Sendo necessário avaliar a viabilidade da utilização de alimentos 30 alternativos ao uso do farelo de soja. 31 Bandeira et al. (2004) comentaram que existe uma grande necessidade em aumentar 32 a produção e a produtividade das atividades agrícolas e pecuária em face a demanda de 33 alimentos pela população humana. Entretanto, em regiões como o semiárido Brasileiro, a 34 exploração de animais domésticos é limitada pelas condições naturais e pelo baixo grau de 35 tecnologia aplicado. 36 Neste intuito, pesquisas têm surgido para viabilizar o uso do farelo de mamona, um 37 subproduto da extração do biodiesel, em virtude das suas qualidades bromatologicas com 38 potencial de substituir parcialmente o farelo de soja nas rações. A extração do óleo de 39 mamona, segundo Lima et al. (2009), resulta em grande quantidade de resíduos que 40 quando dispostos em locais inadequados podem ocasionar poluição do ambiente. 41 Entretanto, quando utilizado na formulação de compostos de uso agrícola, podem 42 contribuir para a melhoria da fertilidade do solo e do aumento da produtividade das 43 culturas. 44 O farelo de mamona apresenta princípios tóxicos (ricina e ricinina) e alergênicos 45 (CB-1A) e que para seu uso como ingrediente na ração animal é necessário fazer o 46 processamento para inativar estes fatores antinutricionais. Além disso, é um ingrediente 47 com alto teor de fibra insolúvel (celulose, hemicelulose e lignina) que pode reduzir o 48 aproveitamento de nutrientes e o consumo de ração (Santana, 2010). 49 Os efeitos antinutricionais dos polissacarídeos não amiláceos (PNA) em não 50 ruminantes são distintos, geralmente associados à viscosidade, efeitos fisiológicos e 20 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 51 morfológicos no sistema digestório, afetando o tempo de trânsito intestinal e mudanças na 52 estrutura da mucosa intestinal. As enzimas produzidas colaboram na minimização destes 53 problemas, melhorando a digestibilidade e o aproveitamento dos PNAs, hidrolisando e 54 promovendo melhorias na utilização dos nutrientes. 55 Deste modo, a realização deste estudo foi avaliar o desempenho e a qualidade dos 56 ovos de codornas em postura utilizando farelo de mamona autoclavado com óxido de 57 cálcio incluídos em diferentes níveis nas dietas e testar um dos níveis sem e com adição de 58 complexo enzimático. 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 21 CAPÍTULO 1 REFERENCIAL TEÓRICO UTILIZAÇÃO DO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS EM POSTURA Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1 1. Coturnicultura 2 3 A criação de codornas é um ramo da avicultura que tem despertado o interesse de 4 produtores pelo seu rápido retorno econômico. A atividade possui dois atrativos 5 compreendidos pela produção de carne e de ovos e ainda com a participação de uma 6 renda extra com a produção de codornas de um dia. 7 Entre as aves de produção, as codornas são as mais precoces e produtivas, pois 8 iniciam sua postura por volta do 40º dia de idade e produz, em média, 300 ovos no seu 9 primeiro ano de vida (Moura et al., 2008). São originárias do norte da África, da Europa e 10 da Ásia, pertencendo à ordem Galiniformes e à família dos Fasianídeos. Foi criada 11 inicialmente na China e Coréia e posteriormente no Japão. Com sua introdução no Japão 12 pelos colonizadores, as características produtivas se destacaram e, através de cruzamentos 13 surgiu a subespécie Coturnix coturnix japonica, apresentando baixo peso, alta eficiência 14 na postura e baixo consumo alimentar (Villela, 2006). 15 Na década de 1990 foram utilizados três tipos de codornas em explorações 16 industriais: a Coturnix coturnix coturnix, ou codorna europeia, a Coturnix coturnix 17 japonica ou codorna japonesa e a Bobwhite Quail ou codorna americana. Essas aves 18 possuem diferentes características de tamanho, peso, precocidade, tipo de ovo (branco ou 19 pintado), taxa de postura, coloração das penas, caracterizando, deste modo, a aptidão de 20 cada uma para carne ou ovos (Pinto et al., 2002). 21 Na coturnicultura brasileira, a produção de ovos é mais representativa que a 22 produção de carne. Atualmente, a coturnicultura se apresenta como atividade rentável e 23 com boas perspectivas de crescimento para os próximos anos, o efetivo de codornas 24 segundo o IBGE (2010) foi de 12.992 milhões de cabeças com uma produção de 232.398 25 milhões de dúzias. A Região Sudeste é a maior produtora, participando com 78,58%, 23 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 26 sendo o Estado de São Paulo o maior produtor (59,3% do total nacional). A Região 27 Nordeste contribui com 16.203 milhões de dúzias, estando o Estado de Pernambuco em 28 maior contribuição com 38,19%. 29 Importante observar que, as regiões de maior produção de ovos de codornas, 30 também são polos tradicionais na produção de ovos de galinhas. Uma possibilidade para 31 este fato pode ser o resultado de crises sofridas na historia da avicultura, devido ao baixo 32 valor do produto. Deste modo, produtores visualizaram a possibilidade de investir na 33 coturnicultura, como forma de diversificar a produção de ovos ou expansão de uma nova 34 área, com baixo custo de implantação (Pastore et al., 2012). 35 Como a alimentação constitui 60 a 70% do investimento da criação, torna-se 36 necessário fornecer rações balanceadas com proporções adequadas em nutrientes para se 37 alcançar o sucesso. Neste contexto, existe uma preocupação por parte dos nutricionistas 38 em oferecer às aves rações com níveis nutricionais mais adequados, que propiciem o 39 melhor desempenho e, consequentemente, o maior retorno financeiro (Freitas et al., 40 2005). 41 Anteriormente mencionado, a alimentação afeta os custos de produção das 42 codornas desde a base, a indústria do melhoramento genético, até o topo da cadeia 43 produtiva, os abatedouros e frigoríficos. Considerando que as rações de codornas contêm 44 mais proteína que as rações de frangos e poedeiras, o custo de alimentação das codornas 45 por unidade de produto carne ou ovos, é provavelmente mais elevado (Silva, 2011). 46 47 2. Farelo de mamona 48 49 A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma planta que pertence à família das 50 Euforbiáceas, originária provavelmente da África ou da Índia, cultivada em diversos 24 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 51 países do mundo, sendo a Índia, a China e o Brasil, os maiores produtores mundiais. É 52 um arbusto exótico de clima tropical, encontrado em todo território nacional, conforme a 53 sua localização geográfica, recebe outros nomes como mamoneira, carrapateira, boieira, 54 rícino ou palma-de-cristo (Garcia et al., 2009). 55 No Brasil a mamona foi trazida pelos portugueses com a finalidade de utilizar seu 56 óleo para iluminação e lubrificação dos eixos das carroças. O clima tropical facilitou sua 57 propagação, de modo que hoje podemos encontrar a mamoneira em quase toda extensão 58 territorial, confundindo-se como uma planta nativa e em cultivos destinados à produção 59 de óleo. 60 Dentre as diversas espécies de plantas indicadas para a produção de biodiesel, a 61 mamoneira destacou-se no Nordeste do Brasil, apresentando-se como alternativa de 62 importância econômica e social por sua capacidade de produzir em condições de baixa 63 precipitação pluviométrica e também apresentar bom mercado consumidor (Furtado et 64 al., 2012). 65 A extração do óleo pode ser mecânica ou por uso de solventes, de forma que, após 66 a extração, obtemos a torta e o farelo, respectivamente (Faria Filho et al., 2010). A torta 67 de mamona é obtida por prensagem a quente da amêndoa sem a utilização de produtos 68 químicos, e tem rendimento de 50%. Após este processo, o óleo resultante pode ser 69 utilizado na indústria e o seu resíduo pode ser aproveitado na alimentação animal 70 (Pompeu et al, 2012). 71 O óleo, de acordo com Beltrão (2002), é impróprio para o consumo humano, 72 tendo cerca de 90% de sua constituição com o ácido graxo ricinoléico, que confere a 73 solubilidade do óleo em álcool, devido a uma hidroxila presente na sua molécula 74 (C17H32OHCOOH). 25 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 75 O farelo de mamona apresenta em sua composição bromatológica, conforme 76 descrito por Rostagno et al. (2005), 89,40% de matéria seca, 39,20% de proteína bruta, 77 18,50% de fibra bruta, 82,60% de matéria orgânica, 0,62% de cálcio e 0,62% de fósforo 78 disponível e energia metabolizável para aves de 1.484 kcal/kg. 79 valorores podem variar de acordo com as características das sementes e o tipo de 80 processamento utilizado. Santos (2011) avaliando a composição do farelo de mamona 81 obtido por extração via etanol com recuperação do álcool a 110ºC por 15 minutos e 82 secagem em alta temperatura (110ºC) encontrou 33,3% de proteína bruta, 9,4% de extrato 83 etéreo, 38,3% de fibra bruta, 0,64% de cálcio e 0,88% de fósforo total. No entanto, estes 84 Existe potencialidade para utilização dos resíduos agroindustriais da mamona, 85 conforme relatou Bandeira et al. (2004), no entanto, os autores comentaram que novos 86 estudos devem ser realizados para determinar as melhores formas de utilização e 87 destoxificação, composição química bromatológica e digestibilidade. Além disso, 88 verificar quais as espécies animais que melhor se adapta à sua utilização consorciada com 89 outros ingredientes na formulação de rações. 90 91 2.1. Fatores antinutricionais 92 93 São muitos os fatores tidos como antinutricionais, sendo os mais comuns aqueles 94 que podem interferir no processo digestivo normal. Neste contexto, podemos citar os 95 polissacarídeos não amiláceos (PNAs), que aumentam a viscosidade intestinal, 96 dificultando a ação das enzimas endógenas e absorção e os fitatos, que indisponibilizam 97 minerais, principalmente os metais bivalentes (Bertechini, 2006). 98 A participação de ingredientes proteicos nas rações de animais monogástricos 99 pode apresentar limitações devido a estes fatores antinutricionais, podendo ocorrer 26 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 100 dificuldade na atuação de enzimas digestivas, alterando a morfologia intestinal, 101 interferindo na digestibilidade e absorção dos nutrientes. Além disso, esses compostos 102 apresentam grande diversidade de natureza química, podendo existir divergência no 103 conhecimento de sua estrutura físico-química e dos seus mecanismos de ação fisiológica. 104 Segundo Faria Filho et al. (2010) a maior parte dos subprodutos da mamona tem 105 sido utilizada como adubo, tendo em vista que esta apresenta fatores tóxicos (ricina e 106 ricinina) e o fator alergênico (glicoproteínas CB-1A). A substância contida nas sementes 107 é uma toxalbumina denominada ricina que provoca graves pertubações digestivas, 108 enquanto que a ricinina é um alcalóide encontrado principalmente nas folhas e no 109 pericarpo, causa distúrbios neuromusculares (Nogueira e Andrade, 2011). Assim, são 110 necessários processos de destoxicação para eliminarão esses fatores. A torta e o farelo de 111 mamona exigem processos de destoxificação para remover ou inativar os principais 112 componentes tóxicos e alergênicos. 113 Os animais, assim como os humanos, são capazes de adquirir imunidade, quando 114 expostos a doses baixas de ricina manifestando sintomas, mas se recuperando depois de 115 alguns dias, aumentando a tolerância à substância à medida que são expostos a doses 116 maiores (Tokarnia e Döbereiner, 1997; Gonçalves et al, 2009). Ela é a toxina mais letal 117 para animais e humanos representando aproximadamente 1,5% da torta de mamona 118 (Silva et al., 2010). 119 A ricina é uma proteína tóxica que se encontra em abundância nas sementes e que 120 faz parte de uma ampla família de enzimas conhecidas como Proteínas Inibidoras de 121 Ribossomos (RIP). As RIP são capazes de inativar enzimaticamente ribossomos por 122 depurinação de uma invariante adenina do 28s rRNA, sendo capaz de quebrar a ligação 123 glicosídica entre a adenina e a ribose levando à perda desta base, tornando impossível a 124 síntese proteica, levando a morte celular (Lima, 2007). 27 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 125 Outros princípios tóxicos presentes são a ricinina que é um alcalóide e representa 126 0,23% da torta, não representando tanto perigo quanto a ricina. É encontrada em todas as 127 partes da planta, no entanto, nas bagas apresenta quantidades relativamente pequenas com 128 atuação moderada sobre o organismo dos animais (Santana, 2010). Segundo Paulino et al 129 (2006) o teor do alcaloide nas sementes é influenciado tanto por características genéticas 130 como por estresses ambientais. 131 O fator alergênico (CB-1A) é uma proteína estável com grande capacidade 132 alergênica aos indivíduos, principalmente por inalação, cujo teor na torta sem cascas e 133 gorduras varia de 6,1 a 9,0% (Silva et al., 2010). São proteínas com uma porção glicídica 134 associada e que apresentam inexistência do aminoácido triptofano (Severino, 2005). 135 Ainda segundo o autor, embora a alergenicidade não seja tão grave quanto à toxidez, sua 136 eliminação é bem mais difícil que a inativação da ricina. 137 Além destes fatores antinutricionais, existem também os polissacarídeos não 138 amídicos, que compreendem uma ampla classe de polissacarídeos como celulose, 139 hemicelulose, quitina e pectinas que contribuem na diminuição do desempenho animal 140 (Brito et al., 2008). A fibra está envolvida na manutenção da estrutura celular e não pode 141 ser facilmente separada de outros componentes da parede celular (Bonett et al., 2007). 142 Ainda de acordo com os autores, o aumento do bolo fecal e a diminuição do tempo de 143 trânsito são efeitos fisiológicos associados à fração insolúvel da fibra. 144 Os polissacarídeos não amídicos podem provocar a formação de viscosidade por 145 todo o intestino delgado e consequentemente reduzir a digestibilidade de outros 146 componentes na dieta. Para auxiliar o processo digestivo, enzimas exógenas são 147 necessárias na incorporação das rações, diminuindo estes problemas nos alimentos 148 consumidos (Campestrini et al., 2005). A degradação do PNAs por enzimas durante a 149 fase ileal, as enzimas remove substratos fermentados. Durante a fase cecal, a degradação 28 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 150 produz açúcares, como a xilose e xilo-oligomerose, que são fermentados por bactérias 151 cecais, estimulando a produção de ácidos graxos voláteis e com isso, aumentando a 152 disponibilidade dos nutrientes (Sens, 2009; Nunes et al., 2011). 153 154 2.2. Processamentos para inativação dos fatores antinutricionais do farelo de 155 mamona 156 157 Os fatores antinutricionais têm sido usados para descrever compostos ou classe de 158 compostos presentes numa extensa variedade de alimentos de origem vegetal. Quando 159 consumidos reduzem o valor nutricional, interferindo na digestibilidade, absorção ou 160 utilização de nutrientes e quando ingeridos em grandes quantidades podem acarretar 161 efeitos danosos à saúde (Benevides et al, 2011). 162 A torta de mamona assim como o seu farelo, possui vários componentes tóxicos e 163 alergênicos. Embora seja rica em proteína bruta, precisa ser submetida a um processo de 164 destoxificação e desalergenização para ser usada com segurança. O farelo de mamona é o 165 subproduto da extração pelo processo químico com solvente, que possui teor de óleo 166 muito pequeno (cerca de 1%). Embora não seja comestível, este óleo é rico em ácido 167 ricinoléico representando em média, 90% do ácido graxo total presente (Fagundes et al., 168 2005). 169 Alguns processamentos foram estudados para eliminar os princípios tóxicos e 170 alergênicos dos farelos e tortas de mamona. Santana (2010) trabalhou com farelo de 171 mamona, obtido após a obtenção da torta por prensagem, ocorrendo uma extração do óleo 172 residual, a partir da recuperação do etanol em temperatura elevada a 110°C por um 173 período de 15 minutos e após um procedimento de secagem em mesma temperatura para 174 a retirada dos componentes tóxicos. Entretanto, a autora avaliou outros tipos de 29 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 175 processamento (torta tradicional, processamento normal da usina sem NaOH, normal com 176 NaOH e secagem por dois ao sol, normal com NaOH e secagem por peletização e normal 177 sem NaOH e com alta temperatura no etanol). Foi observado que apenas a submissão da 178 torta de mamona em temperatura de 110°C, e com recuperação com etanol para retirada 179 do óleo, mas sem utilização do NaOH foi o processamento que houve melhor resultado. 180 Testando a desativação de epitopos alergênicos presentes no “pool” de albumina 181 2S purificada (1,0 mg/mL) e na torta de mamona (0,3 g/mL), Oliveira et al. (2010) 182 utilizaram o tratamento químico com compostos de cálcio [Ca(OH)2, CaCO3, CaO], com 183 soluções a 4% e a 8%, na proporção de 1:1 (v/v) por 12 horas. Estes tratamentos foram 184 conduzidos a 25°C. Os tratamentos promoveram uma redução na reatividade dos epitopos 185 alergênicos presentes na albumina 2S com óxido e com hidróxido de cálcio, 186 destoxificando as amostras de torta de mamona. 187 Outro método verificado por Silva et al. (2010) foi viabilidade do uso do 188 tratamento térmico com secador solar em farelo de mamona. Nesse processamento, o 189 farelo utilizado foi obtido a partir de sementes que foram trituradas e passaram por 190 prensagem mecânica, seguida de extração química a frio com hexano. O tratamento 191 comprovou a potencialidade da utilização do tratamento térmico, no entanto, os autores 192 comentaram que este tratamento poderia melhorar com a utilização de refletores externos 193 ou energia elétrica, acoplados. 194 Anandan et al. (2005) testaram diferentes métodos de destoxificação da ricina do 195 farelo de mamona. Dentre as metodologias testadas a autoclavagem com pressão de 15 196 psi a 123 ºC durante 60 minutos demonstrou eficiência com a eliminação dos princípios 197 tóxicos. Oliveira (2008) também verificou o efeito do tratamento térmico com autoclave a 198 1,23 kg/cm² (15 psi) durante 90 minutos e o tratamento alcalino com óxido de cálcio ou 30 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 199 óxido de cálcio, diluídos em água (1:10), na dose de 60 g/kg de farelo de mamona, que 200 confirmou a eficácia na desnaturação da ricina. 201 A fração alergênica da torta de mamona se trata de um conjunto de glicoproteínas 202 denominado CB-1A. Severino et al. (2005) relata que os alérgenos da mamona, assim 203 como a ricina, estão entre os alérgenos de maior toxicidade. O alérgeno CB-1A pode ser 204 destruído com adição de água e produtos químicos, sendo os melhores aditivos em ordem 205 decrescente: hidróxido de sódio + hipoclorito de sódio; hidróxido de cálcio (calcário); 206 bicarbonato de sódio; hidróxido de sódio e outro com hipoclorito de sódio (Severino, 207 2005). 208 Os maiores entraves, de acordo com Severino (2005), são a inexistência de 209 processos industriais de custo aceitável, viabilidade operacional e comprovadamente 210 eficazes na destoxificação e desalergenização, além de tecnologia para acompanhamento 211 da segurança do produto em escala comercial. No entanto, o tratamento adequado desse 212 material permite o aumento das receitas da cadeia produtiva e, consequentemente, a sua 213 rentabilidade (Alves et al., 2012). 214 215 2.3. Uso do farelo de mamona na alimentação de aves 216 217 A torta e o farelo de mamona destoxificados apresentam potencial para serem 218 utilizados na alimentação de aves em função principalmente do seu teor de proteína. Em 219 função deste alto valor proteico, os resíduos vêm sendo estudado como substituto para o 220 farelo de soja na alimentação animal, visando baratear os custos para o produtor rural e 221 fabricantes de rações. 222 Gadelha et al. (1973) trabalhando com frangos em crescimento constataram que a 223 medida que o nível de farelo de mamona desintoxicado é aumentado na ração, seu 31 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 224 consumo diminui, bem como o ganho de peso dos pintos. Fato semelhante foi visto por 225 Cândido et al. (2008) que utilizando a torta de mamona destoxificada na alimentação de 226 frangos de corte, observaram que, quando administrada acima de 15% da ração, ocorreu 227 redução no crescimento e aumentou a mortalidade em até 30%. Níveis variando de 2,5 a 228 10% de torta de mamona na ração proporcionaram crescimento satisfatório das aves. 229 A inclusão de farelo de mamona acima de 10%, conforme constatado por 230 Agbabiaka (2012) causaram redução no consumo médio de ração, ganho diário de peso e 231 conversão alimentar em frangos de corte, sendo o nível de 5% nas dietas da fase final 232 mostrou melhor resultado no desempenho. Da mesma forma, Olayeni et al. (2006) 233 trabalhando com farelo de mamona recomendou níveis para poedeiras abaixo de 14%, 234 não mostrando problemas quanto as características de desempenho. 235 Oso et al. (2011) verificaram o efeito da inclusão do farelo de mamona 236 fermentado na dieta de frangos em crescimento sobre o desempenho e a digestibilidade 237 dos nutrientes, hematologia e rendimento de carcaça, os autores constataram declínio 238 conforme aumentou-se a inclusão de farelo de mamona fermentado nas dietas, 239 possivelmente devido a presença residual de ricina e teor de fibras nas rações. 240 Ani (2007) trabalhando com níveis de 0, 10, 15 e 20% de farelo de mamona e três 241 níveis de L-lisina (0; 0,25 e 0,5%) constatou que o uso de níveis crescentes do farelo de 242 mamona piorou os resultados de desempenho, recomendando o seu uso para frangos de 243 corte na fase final o nível de 10% sem suplementação de lisina e nível de 15% quando 244 suplementado com L-lisina. 245 Akande et al. (2012) avaliando dietas contendo 10% de diferentes processamentos 246 de torta de mamona, obtidos por meio de diferentes processamentos que consistiram de 247 torta de mamona não desintoxificada, torta de mamona com lavagem com água e soda 248 caustica, torta de mamona fervida por 20 minutos e torta de mamona fermentada 32 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 249 anaerobicamente (3 dias), constataram que os frangos de corte apresentaram perda de 250 peso e mortalidade quando alimentadas com 100 g da dieta/kg da dieta sem tratamento, 251 enquanto as demais tortas apresentaram resultados semelhantes quanto a sobrevivência. O 252 peso das carcaças foi semelhante entre os tratamentos com torta de mamona tratada, 253 assim como os órgãos (pulmões, rim, fígado, coração e moela) constatando que no nível 254 de 10% para os tratamentos testados, a lavagem com água e soda cáustica foi o que 255 melhor apresentou resultado entre as tortas. 256 Utilizando diferentes farelos de mamona, de processamentos distintos, Santana 257 (2010) verificou que o peso dos órgãos (pâncreas, intestino delgado, conteúdo da moela, 258 rins, pulmão, coração e baço) foram maiores em relação à dieta com farelo de soja, 259 apenas o fígado apresentou resultado semelhante, isso provavelmente ocorreu devido ao 260 maior nível de fibra bruta nos diferentes tipos de farelo de mamona. 261 Akande e Odunsi (2012) utilizaram dietas com três níveis de inclusão de torta de 262 mamona (10, 15 e 20%) desintoxicadas para frangos de corte usando processamentos 263 combinando técnicas de fervura e fermentação (5 e 7 dias) ou lavagem da torta com água 264 quente com cinza de carvão. Os autores constataram que o consumo de ração e ganho de 265 peso foram semelhantes em dietas com torta de mamona fermentada e a dieta controle 266 nos níveis de até 10%. No entanto, a fervura com lavagem apresentou melhor resultado 267 podendo ser usado para desintoxicar, com a inclusão na dieta de até 15%, sem afetar os 268 parâmetros hematológicos e séricos das aves. 269 Santos (2011) utilizando farelo de mamona processado por extração via etanol 270 com recuperação do álcool a 110ºC por 15 minutos e secagem em alta temperatura 271 (110ºC) em dietas para codornas japonesas, nos níveis de 0, 5, 10, 15 e 20% constatou 272 que o teor de fibra do farelo de mamona comprometeu a produtividade e que níveis de até 273 10% na alimentação de codornas japonesas na fase de produção foram utilizados sem 33 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 274 comprometimento dos principais parâmetros produtivos e características de qualidade do 275 ovo. 276 277 2.4. Caracterização e utilização de enzimas na melhoria de utilização de alimentos 278 alternativos nas aves 279 280 Nas últimas décadas, ocorreram grandes avanços na avicultura em geral, 281 tornando-a mundialmente um dos segmentos mais desenvolvidos da agropecuária. O 282 sucesso na produção é resultado do conjunto de práticas zootécnicas, como o 283 melhoramento genético, nutrição, sanidade e manejo. 284 Os gastos com alimentação são elevados, acarretando em custos na produção 285 avícola. Segundo Lima (2005) as rações, além de correta do ponto de vista nutricional, 286 deverá reduzir o estresse dos animais, anular eventuais deficiências nutricionais, melhorar 287 a ação imunológica, viabilizar melhor desempenho e produzir produtos de melhor 288 qualidade (carne e ovos) e assim manter a lucratividade do agronegócio. 289 Nas rações para aves, o milho é a principal fonte energética, enquanto o farelo de 290 soja é a principal fonte proteica. Estes alimentos são responsáveis pela elevação do custo 291 total das rações, principalmente no Nordeste, que, para atender a demanda existente, tem 292 que importar estes ingredientes de outras regiões e até de outros países. Portanto, uma 293 busca por alimentos alternativos são constantes para diminuir os custos na alimentação 294 avícola (Sucupira et al., 2007). 295 As enzimas são usadas na elaboração de rações, adicionando na própria granja ou 296 incorporadas nas industriais de pré-misturas (premixes) ou suplementos às misturas de 297 vitaminas, minerais e outros aditivos. O uso de aditivos na alimentação, visando 298 melhorias no desempenho das aves, é feito desde a década de 1940. 34 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 299 Os benefícios gerados pelo uso das enzimas podem se observados na diminuição 300 dos custos com aumento da eficiência de ingredientes mais caros ou com aumento na 301 porcentagem de ingredientes baratos adicionados à ração (Lima, 2005). Assim, toda 302 substância intencionalmente adicionada ao alimento tem a finalidade de conservar, 303 intensificar ou modificar as suas propriedades, desde que não prejudique o seu valor 304 nutricional (Campestrini, 2005), como está definido na Instrução Normativa nº 13 de 30 305 de novembro de 2004 (BRASIL, 2004). Os aditivos enzimáticos não possuem função 306 nutricional direta, mas auxiliam o processo digestório, melhorando a digestibilidade dos 307 nutrientes da dieta. 308 Os ingredientes vegetais possuem normalmente fatores antinutricionais e/ou 309 substâncias que não são normalmente digeridas pelas enzimas digestivas e o uso de 310 enzimas específicas, permite a melhoria do aproveitamento destes compostos, com a 311 diminuição de eliminação de substâncias poluentes como nitrogênio e fósforo, através da 312 manipulação das formulações e das enzimas adicionadas (Bertechini, 2006). Além disso, 313 as enzimas têm sido consideradas como componentes naturais alternativos que favorecem 314 a redução do uso de antibióticos na alimentação animal. Esses componentes naturais, de 315 modo geral, não só melhoram a condição do epitélio intestinal, como também atuam 316 como moduladores na dieta (Barbosa et al., 2012). 317 Através da confirmação da eficiência de enzimas em dietas à base de cevada, foi 318 constatado um estimulo de seu uso consorciada com outros ingredientes (Strada et al., 319 2005). Diversas preparações enzimáticas são rotineiramente utilizadas na alimentação 320 animal 321 biodisponibilidade dos nutrientes fornecidos pela alimentação para absorção pelos 322 animais. como aditivos alimentares zootécnicos. Elas atuam aumentando a 35 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 323 Os animais monogástricos, em geral, não possuem a capacidade endógena de 324 digerir as fibras. A utilização de enzimas exógenas se torna importante, pois estas 325 hidrolisam os polissacarídeos não amiláceos (PNAs) que podem ser potencialmente 326 utilizados pelo animal, aumentando o aproveitamento da energia presente nos alimentos 327 (Lima et al., 2007). Os mesmos autores comentam que as enzimas carboidrases, 328 produzidas por fungos do gênero Aspergillus, têm sido usadas para hidrolisar os PNAs, 329 aumentando a digestibilidade de alimentos. 330 A dificuldade na digestão da fibra, além de reduzir a energia do alimento, pode 331 prejudicar a utilização de todos os outros nutrientes, levando a um aumento do volume e 332 conteúdo das excreções (Gentilini et al., 2009). Além disso, os PNAs são fermentáveis no 333 intestino grosso, podendo os microrganismos produzir toxinas, causando lesões no 334 epitélio da mucosa e contribuir para o espessamento desta camada (Oliveira et al., 2008). 335 Strada et al. (2005) verificaram que a adição de complexo enzimático, contendo 336 protease, celulase e amilase, em rações à base de milho e farelo de soja para frangos de 337 corte de 22 a 42 dias de idade melhorou a eficiência de utilização da energia 338 metabolizável e dos aminoácidos, como metionina, metionina+cistina e lisina. 339 Cardoso et al. (2011), relataram que somente a enzima amilase, produzida pelo 340 pâncreas, pode hidrolisar o amido a unidades menores, passíveis de serem absorvidas. Tal 341 enzima apresenta especificidade atuando sobre ligações glicosídicas do tipo α-1,4. O uso 342 de enzimas carboidrases vem se acentuando, visando à utilização de alimentos que 343 possuem altas quantidades de polissacarídeos não-amídicos. Segundo Conte et al. (2002) 344 a função dessas enzimas seria melhorar a energia metabolizável e diminuir a viscosidade 345 da digesta, fator esse considerado antinutritivo, pois reduz a disponibilidade de todos os 346 nutrientes. 36 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 347 Santos et al. (2010) trabalharam com a inclusão de sorgo de alto tanino, com um 348 complexo enzimático, composto por fitase, protease, xilanase, β-glucanase, celulase, 349 amilase e pectinase na dieta de poedeiras sobre o desempenho produtivo e constataram 350 que a presença do complexo enzimático proporcionou aumento na produção de ovos e 351 melhorou a conversão alimentar por massa, mostrando uma alternativa viável para o uso 352 na alimentação destas aves. 353 Araujo et al. (2008) trabalhando com farelo de trigo (0, 3, 6 e 9%) e complexo 354 enzimático, contendo β-galactosidase, galactomananase, xilanase e α-glucanase na 355 alimentação de poedeiras semipesadas na fase de produção, constataram que o consumo 356 de ração, o peso vivo final, a produção de ovos, peso e massa de ovos e a conversão por 357 massa e por dúzia dos ovos piorou com o aumento dos níveis de farelo de trigo. Porém os 358 autores observaram que ao adicionarem o complexo enzimático nas dietas com farelo de 359 trigo estas características não diferiram da dieta testemunha, com exceção do peso do ovo 360 que foi superior. 361 362 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 363 364 365 366 367 368 369 370 371 372 373 374 375 376 377 378 379 AGBABIAKA, L. A. Growth response of broiler finishers fed graded levels of cooked and fermented castor oil bean (Ricinus communus L.) meal. Science Research Reporter. v. 2, n. 3. p. 183-186. 2012. AKANDE, T. O.; ODUNSI, A. A. Nutritive value and biochemical changes in broiler chickens fed detoxified castor kernel cake based diets. African Journal of Biotechnology. v. 11, n. 12, p. 2904-2911. 2012. AKANDE, T. O.; ODUNSI, A. A.; AKINWUMI, A. O. Carcass yield and histopathological changes in meat type chickens fed raw and processed castor bean (Ricinus communis Linn) cake. International Journal of Agricultural Sciences. v. 2, n. 4, p. 136-142. 2012. ALVES, E. E. 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Foram selecionadas duzentas e dez 650 codornas pela produção e uniformidade de peso e distribuídas em delineamento 651 inteiramente casualizado com cinco tratamentos e sete repetições de seis aves cada. 652 Foram avaliadas uma dieta referência (sem FMA) e quatro dietas com 7, 14, 21 e 28% de 653 FMA, durante três ciclos de 21 dias, visando avaliar o desempenho e a qualidade dos 654 ovos. O peso do ovo e albúmen, porcentagem de postura e casca, massa de ovos e 655 conversão alimentar (g/g) apresentaram um efeito linear platô e a coloração da gema 656 apresentou um efeito cúbico conforme as aves foram submetidas às dietas. A gravidade 657 especifica apresentou um efeito linear e a conversão alimentar (g/dz) um comportamento 658 quadrático conforme aumentava a inclusão de FMA. Os resultados permitem concluir que 659 para se obter melhor desempenho, níveis de até 7% de FMA são recomendados para a 660 inclusão em rações para codornas em postura. 661 662 Palavras-chave: ave, Coturnix coturnix japonica, fatores antinutricionais, Ricinus 663 communis, postura 664 665 666 667 668 669 670 44 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 671 Autoclaved castor meal in the ration of laying Japanese quail 672 673 ABSTRACT: to evaluate the effect of the use of castor meal autoclaved (FMA) in diets 674 of laying quails. We selected two hundred and ten quail for production and weight 675 uniformity and distributed in a completely randomized design with five treatments and 676 seven replications of six birds each. We evaluated a diet reference (without AMF) and 677 four diets with 7, 14, 21 and 28% of AMF for three cycles of 21 days to evaluate the 678 performance and egg quality. The egg weight and albumen and shell egg production, egg 679 mass and feed conversion (g / g) had an effect linear plateau and yolk color presented a 680 cubic effect as the birds were subjected to diets. The specific gravity presented a linear 681 effect and feed conversion (g / dz) a quadratic effect increased as the inclusion of FMA. 682 The results show that to obtain better performance, levels of up to 7% of FMA are 683 recommended for inclusion in diets of laying quails. 684 685 Keywords: protein food, bird, Coturnix coturnix japonica, antinutritional factors, posture 686 687 688 689 690 691 692 693 694 695 696 697 698 699 45 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 700 INTRODUÇÃO 701 702 A mamona (Ricinus communis L.) é uma das culturas escolhidas para estimular a 703 produção do biodiesel, produto renovável e menos poluente em relação ao diesel. 704 Constitui uma atividade econômica capaz de engajar-se em vários programas sociais e 705 econômicos. Além de ser rústica, a utilização requer poucos agrotóxicos e adaptar-se 706 perfeitamente a regiões semiáridas do Nordeste (Freitas e Fredo, 2005). 707 Na produção do biodiesel são gerados resíduos e co-produtos que devem ser 708 aproveitados, de forma que toda a cadeia de produção seja sustentável e economicamente 709 viável. A torta assim como o farelo é um importante coproduto da cadeia produtiva da 710 mamona e a possibilidade de aumento na produção nacional faz crescer a necessidade de 711 agregação de valor, como adubo orgânico ou como alimento para os animais (Severino, 712 2005). 713 Esta planta apresenta uma glicoproteína solúvel em água de elevada toxicidade, a 714 ricina. Segundo Gonçalves et al. (2009) e Filippe (2009) esta toxina apresenta duas 715 cadeias, A e B de aproximadamente 30 kDa unidas por uma ligação dissulfeto. A cadeia 716 B se liga a proteínas que contém galactosídeo na superfície celular e a cadeia A é 717 enzimaticamente ativa (Fernandes et al., 2008). Na sua forma enzimática ativa a ricina 718 tem como mecanismo de ação, atuações diferenciadas das cadeias A e B. A cadeia A da 719 ricina é uma enzima com atividade N-glicosídica que permite a remoção de um resíduo 720 de adenina no RNA ribossomal 28s e causa a inativação específica e reversível dos 721 ribossomos eucarióticos, bloqueando a síntese de proteína (Lord et al., 1994). A cadeia B 722 se liga a carboidratos presentes na célula, promovendo a endocitose da toxina no citosol 723 (Silva et al., 2012). 46 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 724 Muito diferente da ricina, a ricinina é uma substância fisiologicamente ativa que 725 tem ação estimulante do sistema nervoso central, embora o mecanismo de ação segundo 726 Brito e Chierice (2011) ainda não seja conhecido. É encontrada em toda a planta e de 727 acordo com Cândido et al. (2008) sua concentração é alta na cápsula do fruto (de 739 a 728 1.664 mg/100), média na casca da semente (de 258 a 431 mg/100) e pequena no 729 endosperma (de 31 a 77 mg/100). 730 Hoffman et al. (2007) mencionaram que o uso do farelo e da torta como alimento 731 para os animais, em escala experimental é facilmente destoxificado através de 732 tratamentos térmicos e químicos. Anandan et al. (2005) mencionaram que os tratamentos 733 com autoclave a 15 psi, por 60 minutos e a utilização de hidróxido de cálcio [Ca(OH)2] a 734 60°C por 8 horas também removeu totalmente a ricina. 735 Santos (2011) trabalhando com farelo de mamona destoxificado descreveu que a 736 inclusão de níveis de até 10% na alimentação de codornas japonesas na fase de produção, 737 não comprometeu os principais parâmetros produtivos e a qualidade do ovo, neste estudo 738 os níveis de 15 e 20% do farelo de mamona afetou os parâmetros de desempenho devido 739 o aumento do teor de fibra nas dietas. 740 741 Sendo assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o uso do farelo de mamona autoclavado no desempenho e na qualidade dos ovos de codornas japonesas em postura. 742 743 MATERIAL E MÉTODOS 744 745 O experimento foi realizado no Laboratório de Digestibilidade de Não- 746 Ruminantes (LADNR), localizado no Departamento de Zootecnia da Universidade 747 Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Foram utilizadas 300 codornas japonesas, 748 oriundas da Granja Fujikura (Suzano – SP), fêmeas, com um dia de idade. As aves foram 47 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 749 alojadas e recriadas em piso até 38 dias de idade, recebendo ração formulada segundo 750 exigências descritas por Silva e Costa (2009). Todas as codornas foram vacinadas contra 751 Marek, Gumboro, New Castle e Bouba Aviária, de acordo com o programa de vacinação 752 pré-estabelecido. 753 Aos 39 dias de idade, as aves foram alojadas em gaiolas de arame galvanizado (33 754 cm x 25 cm x 20 cm), dispostas em dois andares, instaladas em uma sala de alvenaria 755 climatizada. Com 49 dias de idade, as aves foram pesadas individualmente quando foi 756 iniciado o período pré-experimental. As unidades experimentais foram reavaliadas aos 57 757 dias de idade para que todas apresentassem a mesma produção de ovos. Duzentas e dez 758 codornas, de acordo com o peso e produção, foram distribuídas em delineamento 759 inteiramente casualizado, com cinco tratamentos, sete repetições e seis aves por unidade 760 experimental. No início do experimento as aves apresentaram peso médio de 165,7 761 gramas e índice de postura médio acima de 90%. O período experimental durou 63 dias, o 762 equivalente a três ciclos de 21 dias. 763 Durante toda a fase de postura, as codornas receberam 17 horas de luz/dia e a 764 temperatura no interior da sala foi monitorada diariamente, uma vez ao dia (9:00 horas), 765 por meio da utilização de termômetros de máxima e mínima. As aves receberam ração 766 duas vezes ao dia (8 e 15 horas) e água à vontade. Os ovos foram colhidos uma vez ao dia 767 (8:30 horas), com anotação, em fichas apropriadas da frequência de postura e da 768 mortalidade. 769 Foram formuladas cinco dietas, sendo uma dieta referência à base de milho e 770 farelo de soja e outros quatro com diferentes níveis de inclusão do farelo de mamona 771 autoclavado (7, 14, 21 e 28%) cuja composição bromatológica se encontra na Tabela 1, 772 constituindo os cinco tratamentos experimentais (Tabela 2). O farelo de mamona não 773 tratado, obtido por uso de solvente foi proveniente da Usina de Biodiesel localizada no 48 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 774 município de Pesqueira – PE. Antes de iniciar o experimento, no Departamento de 775 Zootecnia da UFRPE, este farelo foi tratado com óxido de cálcio a 6% e posteriormente 776 autoclavado em pressão de 1,23 kfg/cm² e 104ºC por um período de 90 minutos, e após 777 este processo o farelo foi seco ao sol até que o material pudesse ser armazenado e 778 triturado. 779 780 Tabela 1 – Composição bromatológica dos ingredientes utilizadas na composição das rações das codornas em postura Ingredientes Composição Bromatológica Milho (grão) Farelo de soja Farelo de mamona autoclavado Proteína Bruta (%) 7,29 44,98 27,92 EMAn 3440 2330 2267 Fibra Bruta (%) 1,73 5,37 27,62 Cinzas (%) 1,27 5,83 5,85 Gordura (%) 3,65 1,66 9,68 Cálcio (%) 0,03 0,24 4,95 Fósforo Total (%) 0,25 0,56 0,89 Fósforo Disponível (%) 0,06 0,22 0,28 Arginina Total (%) 0,35 3,32 2,29 Histidina Total (%) 0,21 1,19 0,40 Isoleucina Total (%) 0,24 2,15 1,25 Leucina Total (%) 0,87 3,48 1,91 Metionina+Cistina Total (%) 0,30 0,61 0,76 Metionina Total (%) 0,15 0,61 0,43 Lisina Total (%) 0,21 2,77 0,56 Treonina Total (%) 0,29 1,80 0,08 Triptofano Total (%) 0,05 0,64 0,41 Valina Total 0,34 2,23 1,27 781 782 Nas formulações das rações experimentais (Tabela 2), foram utilizadas as recomendações 783 das exigências nutricionais descritas por Silva e Costa (2009) e a composição de 784 alimentos segundo Rostagno et al. (2011). 785 786 787 788 789 790 791 792 49 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 793 794 795 796 797 798 799 Tabela 2 – Composição percentual e calculada das rações experimentais de acordo com o nível de inclusão do farelo de mamona autoclavado Nível de inclusão de farelo de mamona na ração (%) Ingrediente (%) 0 7 14 21 28 Milho 45,322 43,113 40,977 38,840 36,703 Farelo de Soja 41,381 37,272 32,991 28,710 24,429 Farelo de Mamona 0,000 7,000 14,000 21,000 28,000 Calcário Calcítico 6,925 6,083 5,240 4,397 3,554 Óleo de Soja 3,722 3,870 4,036 4,202 4,367 Fosfato Bicálcico 1,523 1,473 1,425 1,377 1,329 Premix Vitamínico1 0,180 0,180 0,180 0,180 0,180 Premix Mineral2 0,120 0,120 0,120 0,120 0,120 Sal Comum (NaCl) 0,586 0,587 0,588 0,588 0,589 DL-Metionina 0,141 0,146 0,153 0,161 0,168 Cloreto de Colina 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100 L-Lisina HCl 0,000 0,048 0,155 0,262 0,369 L-Treonina 0,000 0,008 0,036 0,063 0,091 Composição calculada (%) EMAn (kcal/kg) 2850 2850 2850 2850 2850 Proteína bruta calculada (%) 22,00 22,00 22,00 22,00 22,00 Proteína bruta analisada (%) 20,51 20,90 20,82 19,93 20,70 Fibra bruta (%) 3,006 4,688 6,361 8,035 9,708 Gordura 6,025 6,659 7,310 7,961 8,611 Cálcio (%) 3,15 3,15 3,15 3,15 3,15 Fósforo Disponível 0,400 0,400 0,400 0,400 0,400 Lisina Total 1,241 1,200 1,200 1,200 1,200 Metionina+Cistina total (%) 0,801 0,800 0,800 0,800 0,800 Metionina total (%) 0,460 0,466 0,475 0,483 0,491 Treonina total (%) 0,876 0,860 0,860 0,860 0,860 Leucina total (%) 1,834 1,806 1,772 1,7381 1,704 Triptofano total (%) 0,287 0,289 0,289 0,289 0,289 Sódio (%) 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 1,2 Níveis de garantia por quilo do produto: Composição por kg do produto: Fe 50000mg; Co 200 mg; Cu 8500mg; Mn 75000mg; Zn 70000mg; Se 250mg; I 1500mg; Ác. Fólico 500mg; Ác. Pantotênico 13,5g; Niacina 30g; Vit. A 10000000 UI; Vit. D3 2000000 UI; Vit. K3 4000mg; Vit. B2 5000mg; Vit. B6 2000mg; B12 10000 mcg; Vit. E 20000 mg. 800 Para as variáveis de desempenho zootécnico foram realizadas a contagem e 801 pesagem dos ovos diariamente e semanalmente foram quantificadas as sobras de ração e 802 o peso médio dos ovos, para determinar as seguintes características: produção média de 803 ovos por ave/dia (%), o consumo de ração (g/ave/dia), o peso dos ovos (g), a massa de 804 ovos (g/ave/dia, calculada dividindo-se o número de ovos produzidos pelo peso médio do 805 ovo em g para cada repetição e em cada período) e a conversão alimentar (g de ração por 806 massa e por dúzia de ovos, que foi obtida dividindo-se o consumo médio de ração por 807 gramas de massa de ovos produzidos, conversão g/g) e o consumo médio de ração por 808 dúzia de ovos produzidos (conversão g/dz). 50 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 809 A qualidade dos ovos foi determinada pelas medidas de peso médio dos ovos (g), 810 gravidade específica do ovo, unidade Haugh, determinação dos pesos da gema (g), casca 811 (g) e albúmen (g), porcentagens da gema, do albúmen e da casca, espessura da casca 812 (mm) e cor da gema (leque DSM/Roche). Para determinar o peso médio do ovo, estes 813 foram pesados semanalmente. 814 A gravidade específica do ovo foi mensurada pelo método de imersão em solução 815 salina. Para essa finalidade, em baldes devidamente identificadas, foram preparadas dez 816 soluções de água destilada, com temperatura média de 22ºC, e sal comum (NaCl) com 817 densidades que variaram de 1,050 a 1,100 g/cm³, com aumento de 0,005g/cm³ em cada 818 solução, segundo metodologia descrita por Hamilton (1982). As densidades das soluções 819 salinas foram confirmadas com a utilização de um densímetro de massa específica 20ºC 820 g/ml. 821 Para determinação da altura do albúmen os ovos foram quebrados e, seu conteúdo 822 (albúmen+gema) foram colocados sobre uma superfície de vidro plana e nivelada. Em 823 seguida, foi mensurada a altura do albúmen (mm) por meio da leitura do valor indicado 824 através de um paquímetro digital. De posse dos valores do peso do ovo (g) e altura do 825 albúmen (h, mm), foi utilizada a fórmula UH = 100 log (h + 7,57 – 1,7w0,37), descrita por 826 Pardi (1977) para o cálculo da Unidade Haugh. Para a determinação da porcentagem da 827 gema e da casca, as gemas foram separadas manualmente e pesadas e suas cascas 828 posteriormente secas em estufa de ventilação forçada por 24 horas a 105ºC e pesadas. 829 O peso do albúmen foi obtido pela diferença entre o peso do ovo com os pesos da 830 casca e da gema. O cálculo da porcentagem de gema e da casca foi feito de acordo com o 831 peso da gema e da casca em relação ao peso do ovo. A porcentagem de albúmen foi 832 determinada em relação ao peso do ovo através da diferença pela fórmula 100-(% de 833 gema + % de casca). Para a espessura de casca, incluindo as membranas, foram utilizados 51 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 834 os mesmos ovos que foram quebrados para a determinação da qualidade do albúmen. As 835 cascas foram lavadas cuidadosamente para a retirada dos resíduos de albúmen que ainda 836 permanecem em seu interior. Depois de lavadas, as cascas foram colocadas em um 837 suporte e deixadas para secar de um dia para o outro à temperatura ambiente. Depois de 838 secas, foram realizadas as medidas em dois pontos distintos na área centro-transversal por 839 um paquímetro digital para obtenção da medida da espessura. 840 Para a colorimetria, dois avaliadores de visão normal utilizaram o leque 841 colorimétrico DSM/Roche® (abanico), na qual a cor da gema foi comparada a uma escala 842 de cores do abanico, e de acordo com a semelhança visual foi atribuído um valor entre 843 um e quinze. A numeração do abanico segue uma escala crescente de cor, sendo o que o 844 valor um, indicando uma menor pigmentação (próximo ao bege) e o valor 15, uma 845 pigmentação mais próxima ao vermelho (Galobart et al., 2004). 846 Os efeitos dos níveis de inclusão de farelo de mamona nas foram avaliados através 847 da análise de variância (ANOVA) e para a comparação das médias dos resultados obtidos 848 foi utilizado o teste de Dunnett (a 5% de probabilidade). As análises estatísticas dos 849 dados foram realizadas utilizando-se o programa SAS (2000). 850 851 RESULTADOS E DISCUSSÃO 852 853 No decorrer do período experimental, a temperatura média registrada na sala foi 854 de 27,4ºC, com mínima de 24,8ºC e máxima de 30,0ºC. A umidade relativa média do ar 855 foi de 68,3%. 856 857 Na Tabela 3 estão apresentadas as médias e a análise estatística para os dados de desempenho das codornas. 858 52 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 859 860 861 862 Tabela 3 - Média e desvio padrão para os parâmetros de desempenho de codornas alimentadas com ração contendo níveis de farelo autoclavado de mamona. Consumo de Porcentagem de Peso do ovo, g Massa de ovo, Conversão alimentar, Conversão ração, g/dia postura, % g/dia g/dz alimentar, g/g 0 27,3 ± 1,2 A 88,83 ± 3,63 A 10,8 ±,0,08 A 9,63 ± 0,42 A 369,6 ± 6,2 BA 2,845 ± 0,052 B 7 27,0 ± 0,5 A 89,11 ± 1,35 A 10,8 ± 0,04 A 9,64 ± 0,16 A 364,4 ± 11,2 BA 2,811 ± 0,088 B 14 26,8 ± 0,7 A 90,25 ± 1,64 A 10,7 ± 0,14 A 9,71 ± 0,26 A 356,5 ± 7,0 B 2,767 ± 0,064 B 21 26,4 ± 0,4 A 88,98 ± 1,41 A 10,4 ± 0,07 B 9,23 ± 0,16 A 357,6 ± 4,1 B 2,871 ± 0,037 B 28 25,7 ± 0,6 A 80,19 ± 2,60 B 10,2 ± 0,11 B 8,21 ± 0,27 B 383,8 ± 8,0 A 3,133 ± 0,058 A Média 26,6 ± 0,3 87,47 ± 1,15 10,6 ± 0,06 9,28 ± 0,15 366,4 ± 3,6 2,885 ± 0,034 Análise de Regressão Prob 0,5709 0,0335 0,0001 0,0029 0,1323 0,0068 M NS PL PL PL Q PL L 0,1080 0,0263 <0,0001 0,0009 0,3986 0,0062 Q 0,7183 0,0266 0,0999 0,0159 0,0231 0,0071 C 0,8108 0,2656 0,3671 0,4876 0,2786 0,4313 DR 0,9746 0,9257 0,3110 0,7989 0,9513 0,7950 Médias em cada coluna para os níveis de farelo de mamona autoclavado que aparecem seguidas de letras distintas diferem pelo teste de Tukey ao nível de p=0,05. 863 864 Quando as médias foram submetidas ao teste de Tukey não foram observadas 865 diferenças significativas para consumo de ração (p>0,05). Apesar do farelo de mamona 866 apresentar alto teor de fibra bruta, o consumo médio de ração (CMR) não diferiu (p>0,05) 867 entre as dietas. Entretanto, Santos (2011) encontrou diferença significativa quanto ao 868 consumo de ração, ocorrendo um efeito quadrático, piorando as médias conforme 869 aumentava o nível de farelo de mamona processado em dietas de codornas em postura. 870 Segundo Murakami e Ariki (1998) o tempo de passagem do alimento no trato 871 digestório de codornas é de 1 a 1,5 horas mais rápido, portanto que em relação em 872 galinhas que consiste de 3 a 5 horas. Além disso, os autores comentam que as codornas 873 apresentam melhor aproveitamento da energia proveniente de fibra da ração, o que pode 874 estar relacionado ao maior tamanho relativo do ceco, resultando em maior digestibilidade 875 da fibra. 876 877 A porcentagem de postura, peso do ovo, massa de ovos (g/dia) e conversão alimentar (g/g) mostraram um efeito platô (Figura 1, 2, 3 e 4). 878 879 53 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. Figura 1 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a conversão alimentar (g de ração/g de ovo) em ovos de codornas e sua respectiva equação Figura 2 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a conversão alimentar (g de ração/dúzia de ovos) em ovos de codornas e sua respectiva equação Pela análise de regressão mostrou que a porcentagem de postura e conversão alimentar por grama de ovo com a inclusão do farelo de mamona autoclavado (FMA) se manteve constante até o nível de 21%, piorando no nível de 28%. Santos (2011) encontrou efeito quadrático para conversão alimentar por massa de ovo, não havendo diferenças significativas até o nível de 15%. No entanto, houve diferença no nível de 20% de farelo de mamona, piorando a conversão alimentar por massa de ovo. 54 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. Figura 3 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a produção de massa de ovo (g/dia) em ovos de codornas e sua respectiva equação Considerando que a massa de ovos é calculada multiplicando-se o número pelo peso médio dos ovos produzidos, esse resultado era esperado, uma vez que o peso do ovo foi influenciado pelos níveis de farelo de mamona avaliados. A análise de regressão mostrou um efeito platô para peso do ovo conforme se aumentava o nível de FMA nas dietas (Figura 3). Figura 4 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a porcentagem de postura (%) em ovos de codornas e sua respectiva equação Pelo teste de médias, foram observadas diferenças significativas (p>0,05) para porcentagem de postura e para massa de ovos (MO) (g/dia) e conversão alimentar por grama de ovos, onde a dieta referência diferiu apenas em relação aos demais tratamentos quando foram alimentadas com 28% de FMA que apresentaram pior resultado. Para o peso dos ovos já houve redução do peso (p>0,05) em aves alimentadas com FMA a partir de 14%. 55 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. Figura 5 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso do ovos (g) em ovos de codornas e sua respectiva equação 880 881 O peso do ovo é dependente da ingestão diária de proteína, pois as poedeiras 882 dependem da ingestão diária deste nutriente para suprir suas exigências (Freitas et al., 883 2005). Embora os ovos de codornas sejam na maioria comercializados por unidade e não 884 por peso, a utilização de níveis mais altos de farelo de mamona pode comprometer o 885 tamanho dos ovos, deixando-os fora do padrão, podendo prejudicar a sua 886 comercialização. 887 O alto teor de fibra na ração prejudica a utilização dos nutrientes, uma vez que a 888 fibra atua como barreira física, impedindo a penetração das enzimas endógenas na 889 digesta, reduzindo os processos digestivos e absorção dos nutrientes (Janssen e Carré, 890 1989). Além disso, os polissacarídeos não-amidicos são pouco digeridos por aves e 891 suínos, sendo fermentados pela microflora intestinal, produzindo ácidos graxos voláteis. 892 Rodríguez-Palenzuela et al. (1998) e Tarvenari et al. (2008) ressaltaram que o alto 893 teor de fibra nos alimentos pode alterar a densidade das rações, podendo levar ao 894 aumento da absorção de água, aumentando a viscosidade do fluído, interferindo na 895 difusão dos nutrientes e das enzimas digestivas e suas interações com a mucosa intestinal. 896 Os resultados encontrados neste experimento podem ser explicados pela presença destes 897 efeitos, tendo em vista que o teor de fibra das dietas aumentou com o nível de inclusão do 898 farelo de mamona autoclavado (FMA). 56 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 899 Braga et al. (2005) avaliaram o desempenho de poedeiras em produção 900 alimentadas com rações contendo níveis crescentes de farelo de coco (0, 5, 10, 15 e 20%) 901 e observaram que o fornecimento desse subproduto aumentou o percentual de fibra bruta 902 da dieta de 2,08 para 4,5%. Os autores afirmaram que a produção e a massa de ovos 903 foram reduzidas em valores absolutos, mas não houve diferença estatística para essas 904 variáveis. Afirmaram ainda que o consumo de ração pelas aves foi estatisticamente 905 reduzido, devendo-se ter cautela na utilização de ingredientes que reduzem o consumo, 906 ainda que não afetem outras variáveis de desempenho. 907 Os parâmetros de qualidade externa e interna dos ovos, peso do ovo (PO), 908 gravidade específica (GE), espessura da casca (Esp), unidade Haugh (UH) e coloração da 909 gema (CG) estão representados na Tabela 4. Os dados de Espessura e UH, não diferiram 910 significativamente (p>0,05) entre os tratamentos. 911 912 913 914 915 916 917 Tabela 4 - Média e desvio padrão para os parâmetros de qualidade de ovos de codornas alimentadas com ração contendo níveis de farelo autoclavado de mamona. Peso do ovo, g Gravidade específica, Espessura da casca, Índice de cor da Unidade Haugh g/ml mm gema 0 10,80 ± 0,07 A 1,072 ± 0,001 A 0,126 ± 0,003 A 4,20 ± 0,06 C 87,41 ± 0,63 A 7 10,78 ± 0,15 A 1,071 ± 0,001 BA 0,133 ± 0,003 A 4,69 ± 0,10 A 87,94 ± 0,26 A 14 10,72 ± 0,10 A 1,070 ± 0,001 BC 0,129 ± 0,003 A 4,53 ± 0,08 BA 88,09 ± 0,20 A 21 10,32 ± 0,09 B 1,068 ± 0,001 C 0,129 ± 0,002 A 4,47 ± 0,07 BA 87,78 ± 0,24 A 28 10,12 ± 0,09 B 1,067 ± 0,001 C 0,128 ± 0,002 A 4,40 ± 0,06 BC 87,19 ± 0,45 A Média 10,55 ± 0,06 1,070 ± 0,0005 0,129 ± 0,001 4,46 ± 0,04 87,68 ± 0,17 Análise de Regressão Prob 0,0004 0,0018 0,4412 0,0028 0,4497 M LP* L* NS C* NS L <0,0001 <0,0001 0,8871 0,4449 0,6344 Q 0,1132 0,6559 0,2075 0,0017 0,0708 C 0,4988 0,7918 0,2130 0,0130 0,9373 DR 0,3925 0,5118 0,4652 0,2109 0,9325 Médias em cada coluna para os níveis de farelo de mamona autoclavado que aparecem seguidas de letras distintas diferem pelo teste de Tukey ao nível de p=0,05. *LP = Linear Platô, ŷ = 10,79 se x≤ 11,40 e ŷ = 11,276 -0,04229x se x> 11,40 (R2= 0,9819). L*= Linear, ŷ =-0,0002x+1,0722 (R2= 0,9698). C* = Cúbica, ŷ = 0,0002x3 – 0,0081x2 + 0,1107x + 4,2104 (R2= 0,9244). 918 919 Os dados médios para peso do ovo e gravidade específica diferiram 920 significamente (p<0,001) entre os tratamentos. O teste de Tukey mostrou resultado 921 semelhante para até o nível de 7% de inclusão do FMA nas dietas para gravidade 57 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 922 específica. Para o peso do ovo (g) a análise de regressão mostrou efeito linear platô 923 conforme aumentava o nível de FMA. Na Figura 2 está representado graficamente o 924 efeito sobre a cor da gema das codornas em postura. 925 926 927 928 929 930 Figura 6 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o índice de cor da gema em ovos de codornas e sua respectiva equação 931 Existem dois pontos relevantes (x,y) para índice de cor de gema. Para a estimativa 932 de resposta máxima no parâmetro avaliado em x=9,38 % de inclusão de farelo 933 autoclavado de mamona estima-se um índice de cor de 4,66. E, para a estimativa de 934 resposta mínima no parâmetro avaliado em x=24,89 % de inclusão de farelo autoclavado 935 de mamona estima-se um índice de cor de 4,37. O efeito cúbico é resultante de vários 936 fatores influentes que atuam simultaneamente e se combinam. A média geral para índice 937 de cor de gema foi de 4,46 e este valor é superior ao índice obtido ao tratamento nível 938 zero (sem uso de farelo autoclavado de mamona) cujo valor foi de 4,20. Potencialmente a 939 característica da cor do milho influenciou com a ausência de uma cor de brilho mais 940 intenso de alaranjado para vermelho e pela presença de uma cor de amarelo pálido e seja 941 responsável por este resultado de 4,20 considerado baixo. 58 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 942 Tavernari et al. (2009) comenta que no caso de dietas contendo elevado teor de 943 fibra, para o melhor aproveitamento energético é necessário a inclusão de óleo vegetal 944 nas rações. O efeito extracalórico apresenta um efeito benéfico provocando uma melhora 945 na palatabilidade e na conversão alimentar. Entretanto, é provável, que devido à adição 946 de óleo ter sido crescente ao adicionar no FMA, por ocasião de maior quantidade de fibra 947 na ração, os níveis de 21 e 28% de FMA e alto teor de cálcio nas rações, com isso pode 948 ter ocorrido uma saponificação, prejudicando a absorção da gordura e do cálcio e 949 proporcionado uma redução na pigmentação, mesmo estando maior que a dieta 950 testemunha, mas não de forma significativa. 951 A cor da gema é um critério de avaliação de qualidade pelo consumidor ou 952 indústria. Entretanto, o ovo de codorna geralmente é consumido cozido e inteiro, ao 953 contrário do ovo de galinha, que é submetido à cocção, fritura ou processamento pela 954 indústria alimentícia. Com isso, a cor da gema do ovo de codorna se torna um atributo de 955 importância econômica secundária ou de pouca relevância (Moura et al., 2010). 956 Apesar da queda do peso e da gravidade específica dos ovos conforme foi 957 aumentado o nível de inclusão do farelo de mamona, as médias de peso se mantiveram na 958 faixa de 10 g, como mostrado na Tabela 4. Segundo Moraes e Ariki (2009) este peso é 959 considerado médio para a codorna japonesa e os autores citam que pode haver uma 960 variação de 7 a 15 g no peso dos ovos. 961 A gravidade específica é uma estimativa da quantidade de casca depositada no 962 ovo e está relacionada com a sua porcentagem. De acordo com Scott (1995) a gravidade 963 específica do ovo acima de 1,08 é uma boa referência para a boa qualidade da casca. Os 964 resultados encontrados neste trabalho foram inferiores aos encontrados por Santos (2011), 965 que foram de 1,095. No entanto, os valores encontrados ficaram próximos de outros 59 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 966 autores que estudaram outros ingredientes alternativos (Araujo et al., 2011; Garcia et al., 967 2012). 968 A inclusão do farelo de mamona autoclavado interferiu devido à presença da fibra 969 bruta da dieta, prejudicando a absorção dos nutrientes. A proteína fornece aminoácidos 970 necessários para o crescimento e produção de ovos. Assim, com o aumento do teor de 971 fibra nas rações, a absorção da proteína é influenciada negativamente, com a perda 972 endógena em virtude da descamação intestinal (Lima et al., 2007; Moraes e Ariki, 2009). 973 Faria Filho et al. (2010) avaliando o desempenho e a qualidade interna e externa 974 de ovos em poedeiras comerciais que receberam torta de mamona destoxificados nos 975 níveis de 0, 5, 10, 15 e 20% de torta de mamona, encontraram que a inclusão de até 10% 976 desta torta foi a que proporcionou melhor produção de ovos, observando um efeito linear 977 negativo, sem alterar a qualidade interna e externa dos ovos. 978 Não houve efeito significativo para unidade Haugh (p>0,05). De acordo com 979 Alleoni e Antunes (2001) o parâmetro mais usado para expressar a qualidade do albúmen 980 é a unidade Haugh. A unidade Haugh é uma expressão matemática que correlaciona o 981 peso do ovo com a altura da clara. De modo geral, quanto maior o valor da unidade 982 Haugh, melhor a qualidade do ovo. 983 Segundo Cunningham et al. (1960) em poedeiras a composição da ração e a raça 984 podem afetar o escore da Unidade Haugh. Outros fatores, como estação do ano e sistema 985 de criação parecem não afetar o escore da Unidade Haugh, entretanto o tempo de coleta 986 dos ovos, armazenados em ambientes quentes, pode ocasionar declínio da qualidade do 987 albúmen (Proudfoot, 1962). 988 989 Os dados para peso da gema, do albúmen e da casca e percentuais dos ovos de codornas, se encontram na Tabela 5. 990 60 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 991 992 993 994 995 Tabela 5 - Média e desvio padrão para os pesos de casca, clara e gema e as respectivas porcentagens obtidas na avaliação da qualidade dos ovos produzidos por codornas alimentadas com ração contendo níveis de farelo autoclavado de mamona. Peso, g Porcentagem, % Casca Albúmen Gema Casca Albúmen Gema 0 0,88 ± 0,02 A 6,11 ± 0,06 BA 3,82 ±,0,07 A 8,13 ± 0,20 A 56,52 ±0,41 A 35,35 ± 0,58 A 7 0,86 ± 0,01 BA 6,17 ± 0,11 A 3,75 ± 0,06 BA 8,00 ± 0,08 A 57,24 ± 0,41 A 34,79 ± 0,44 A 14 0,86 ± 0,01 BA 6,14 ± 0,04 A 3,72 ± 0,07 BA 8,00 ± 0,09 BA 57,29 ± 0,34 A 34,72 ± 0,37 A 21 0,82 ± 0,01 B 5,89 ± 0,07 BC 3,16 ± 0,06 B 7,97 ± 0,10 BA 57,00 ± 0,47 A 35,03 ± 0,42 A 28 0,77 ± 0,02 C 5,73 ± 0,09 C 3,63 ± 0,06 BA 7,60 ± 0,17 B 56,52 ± 0,63 A 35,88 ± 0,57 A Média 0,84 ± 0,01 6,01 ± 0,04 3,71 ± 0,03 7,93 ± 0,06 56,91 ± 0,20 35,15 ± 0,22 Análise de Regressão Prob 0,0004 0,0013 0,1814 0,1276 0,5915 0,4552 M L LP L LP NS NS L <0,0001 0,0002 0,0202 0,0249 0,8651 0,4050 Q 0,1070 0,0282 0,7168 0,3938 0,1133 0,0932 C 0,4378 0,4429 0,6709 0,2341 0,7342 0,9716 DR 0,6728 0,5022 0,5772 0,9376 0,9679 0,9518 Médias em cada coluna para os níveis de farelo de mamona autoclavado que aparecem seguidas de letras distintas diferem pelo teste de Tukey ao nível de p=0,05. 996 997 Os resultados para peso de albúmen (Figura 9) apresentaram significância 998 (p=0,05), mostrando efeito linear platô conforme aumentava a inclusão do farelo de 999 mamona autoclavado. O peso da gema (Figura 8) e da casca (Figura 7) apresentaram um 1000 efeito linear à medida que os níveis de FMA foram aumentados. Quando analisadas pelo 1001 teste de Tukey, não houve diferenças significativas até o nível de 14% de inclusão do 1002 FMA em relação à dieta testemunha ao avaliar o peso da gema, albúmen e casca. 1003 1004 1005 1006 Figura 7 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso da casca (g) em ovos de codornas e sua respectiva equação 1007 61 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1008 1009 1010 Figura 8 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso da gema (g) em ovos de codornas e sua respectiva equação 1011 Figura 9 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso do albúmen (g) em ovos de codornas e sua respectiva equação Os resultados para a porcentagem (Figura 10) mostraram significância (p=0,05) para casca, não mostrando diferença significativa até o nível de 21% de FMA. Na análise de regressão mostrou um efeito linear platô. Os resultados para a porcentagem mostraram significância (p=0,05) para casca, não mostrando diferença significativa até o nível de 21% de FMA. Na análise de regressão mostrou um efeito linear platô. 62 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1012 1013 Figura 10 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a porcentagem da casca (%) em ovos de codornas e sua respectiva equação 1014 1015 Segundo Lopes et al. (2011), a proporção relativa de gema, casca e albúmen no 1016 ovo pode variar em função de diversos fatores, sobretudo pela alimentação. Considerando 1017 as diferenças na composição química de cada componente, a deficiência de determinado 1018 nutriente na ração pode resultar em diminuição do percentual de albúmen, gema ou casca. 1019 O efeito dos níveis de FMA sobre a porcentagem de casca é um reflexo 1020 combinado decorrente de múltiplos fatores. Contribuem para este resultado a redução na 1021 suplementação de calcário calcítico nas dietas à medida que aumenta o nível de inclusão 1022 do FMA. Foi aumentado adicionalmente, grande parte do cálcio adicionado e presente no 1023 FMA pode ter reagido durante o processo de autoclavagem, desta forma, ter se tornado 1024 indisponível, pois a função do cálcio no processo é atuar sobre os fatores tóxicos em 1025 especial sobre a ricina e também sobre o ácido ricinoléico. Adicionalmente a 1026 porcentagem da casca é influenciada pela granulometria das fontes de cálcio adicionadas 1027 e, no caso a adição de CaO para o processo de autoclavagem foi de uma granulometria 1028 extremamente fina. 1029 1030 1031 1032 63 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1033 CONCLUSÃO 1034 1035 O farelo de mamona autoclavado pode ser utilizado na alimentação de codornas 1036 japonesas na fase de postura em níveis de inclusão de até 21%, sem comprometer os 1037 principais parâmetros produtivos e na qualidade dos ovos. 1038 1039 1040 1041 1042 1043 1044 1045 1046 1047 1048 1049 1050 1051 1052 1053 1054 1055 1056 1057 1058 1059 1060 1061 1062 1063 1064 1065 1066 1067 1068 1069 1070 1071 1072 1073 1074 1075 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLEONI, A. C. C.; ANTUNES, A. J. Unidade Haugh como medida da qualidade de ovos de galinha armazenados sob refrigeração. Scientia Agricola. v. 58, n. 4, p. 681-685. 2001. ANANDAN, S.; ANIL KUMAR, G. K. GHOSH, J. et al. Effect of different physical and chemical treatments on detoxification of ricin in castor cake. Animal Feed Science and Technology. v. 120, n. 1, p. 159-168. 2005. ARAUJO, M. S. de; BARRETO, S. L. de T.; GOMES, P. C. et al. 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Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1212 1213 1214 1215 1216 1217 1218 1219 1220 1221 1222 1223 1224 1225 Capítulo 3 1226 1227 ADIÇÃO DE ENZIMAS EM RAÇÕES DE POSTURA PARA CODORNAS 1228 CONTENDO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO 1229 1230 1231 1232 1233 1234 1235 1236 1237 1238 1239 1240 1241 1242 1243 1244 68 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1245 Adição de enzimas em rações de postura para codornas contendo farelo de mamona 1246 autoclavado 1247 1248 RESUMO: O objetivo do experimento foi avaliar o uso do farelo de mamona 1249 autoclavado (FMA) sem e com dois tipos de complexos enzimáticos (CE) em rações de 1250 codornas japonesas em postura. Foram selecionadas duzentas e dezesseis codornas pela 1251 produção e uniformidade de peso e distribuídas em um delineamento inteiramente 1252 casualizado com seis tratamentos e seis repetições de seis aves cada. Foram avaliadas 1253 uma dieta referência (MFS) sem e com CE1 e CE2, e dietas com farelo de mamona 1254 autoclavado no nível de 21% (FMA21%) sem e com CE1 e CE2, durante três ciclos de 21 1255 dias, visando avaliar o desempenho e a qualidade dos ovos. O consumo de ração, 1256 porcentagem de postura, massa de ovo, conversão alimentar por massa de ovo e por dúzia 1257 não apresentou diferenças significativas (p>0,05). O peso dos ovos apresentou médias 1258 semelhantes das codornas alimentadas com dietas testemunha e as contendo o FMA21% 1259 com o CE1, agindo assim a enzima sobre o efeito negativo da maior quantidade de fibra 1260 do FMA. A cor da gema apresentou melhores resultados com FMA21% nas dietas em 1261 relação à MFS sem e com CE. Os resultados permitem concluir que níveis de 21% de 1262 FMA com CE1 melhora o desempenho em rações para codornas em postura. 1263 1264 Palavras-chave: complexo enzimático, Coturnix coturnix coturnix, fibra, ovo, Ricinus 1265 communis 1266 1267 1268 1269 1270 1271 1272 69 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1273 Addition of enzymes in diets for laying quails containing castor meal autoclaved 1274 1275 ABSTRACT: The objective of the experiment was to evaluate the use of castor meal 1276 autoclaved (FMA) without and with two types of enzyme complexes (EC) in diets of 1277 laying quails. Two hundred and sixteen were selected for quail production and weight 1278 uniformity and distributed in a completely randomized design with six treatments and six 1279 replicates of six birds each. We evaluated a diet reference (MFS) without and with CE1 1280 and CE2, and diets with bran castor autoclaved at level of 21% (FMA21%) without and 1281 with CE1 and CE2 for three cycles of 21 days to evaluate the performance and egg 1282 quality. Feed intake, egg production, egg mass, feed conversion and egg mass per dozen 1283 showed no significant differences (p> 0.05). Egg weight showed similar mean quail fed 1284 diets containing the witness and FMA21% with CE1, acting like enzyme on the negative 1285 effect of higher fiber content of the FMA. Yolk color showed better results with 1286 FMA21% in the diets compared to MFS with and without EC. The results showed that 1287 levels of 21% of FMA with CE1 improves performance in diets for laying quails. 1288 1289 1290 Keywords: enzyme complex, Coturnix coturnix coturnix, fiber, egg, Ricinus communis 1291 1292 1293 1294 1295 1296 1297 1298 1299 1300 1301 70 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1302 INTRODUÇÃO 1303 1304 Com o desenvolvimento da avicultura, grandes avanços têm sido alcançados como 1305 alternativas para tornar as rações mais eficientes e econômicas. As enzimas exercem um 1306 efeito considerável na redução da poluição ambiental, além disso, seu efeito reduz o custo 1307 das formulações, atuando também na redução dos efeitos antinutricionais de alguns 1308 ingredientes, melhorando a digestibilidade dos alimentos e o desempenho das aves 1309 (Silveira et al., 2010). Acrescentando ainda que com a retirada dos promotores de 1310 crescimento das rações, a utilização das enzimas exógenas são utilizadas visando à 1311 manutenção do desempenho das aves. 1312 A cultura da mamona (Ricinus communis L.) é uma das mais tradicionais no 1313 semiárido nordestino. Seu fruto apresenta, em média 25% de sua massa em casca, o que 1314 representa uma quantidade considerável para qualquer unidade de produção de biodiesel 1315 (Rangel et al., 2004). Da semente da mamona, após ser submetida à prensagem, extrae-se 1316 a torta de mamona, apresentando elevado teor de proteínas e fibras (Severino, 2005). Em 1317 sua composição, o farelo de mamona apresenta teores de 39,2% de proteína bruta, 1,55% 1318 de gordura, 18,50% de fibra bruta, 6,8% de matéria mineral, conforme Rostagno et al. 1319 (2011). Seu alto teor de proteína torna-lhe atraente como alternativa para alimentação 1320 animal, porém a presença de princípios tóxicos de difícil eliminação têm tornado inviável 1321 essa alternativa em grande escala comercial (Costa et al., 2004). No entanto, segundo 1322 Anandan et al. (2005) a destoxificação a partir do tratamento do farelo por temperatura e 1323 pressão, associado ou não a agentes químicos, como o hidróxido de cálcio pode inativar 1324 os fatores antinutricionais ricina, rininina e o complexo alergênicos CB-1A. 1325 Santos (2011) comentou que o farelo desengordurado de mamona possui como 1326 característica principal uma alta concentração de fibra insolúvel (celulose, hemicelulose e 71 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1327 lignina). Ainda segundo a autora, o teor de fibra na ração para aves pode ocasionar 1328 prejuízos na digestibilidade de nutrientes e no desempenho. Avaliando a composição de 1329 farelo de mamona desengordurado de doze variedades de mamona, Freitas et al. (2006) 1330 determinaram que existe uma variação de 43 a 51% de fibras insolúveis. 1331 As aves não dispõem de certas enzimas para digerir alguns alimentos, 1332 principalmente os ricos em fósforo fítico ou em polissacarídeos não amiláceos (PNA). Os 1333 polissacarídeos são classificados como solúveis e insolúveis em função da capacidade de 1334 formar solução homogênea ou não com a água (Opalinski et al., 2006). 1335 Os efeitos nutricionais dos PNAs em não ruminantes são bastante distintos. O 1336 complexo celulolítico das plantas apresentam baixa digestibilidade pelas aves, 1337 aumentando a perda endógena de nutrientes e a diluição da dieta, atuando como barreira 1338 que impede a penetração das enzimas na digesta, além de reduzir a concentração de 1339 energia das rações (Pinheiro et al., 2002). Geralmente tais efeitos estão associados à 1340 viscosidade, efeitos fisiológicos e morfológicos no sistema digestório, acarretando em 1341 alterações no tempo de trânsito intestinal, mucosa intestinal e variação na taxa de 1342 absorção dos nutrientes (Cardoso et al., 2011). 1343 Nian et al. (2011) relataram que a suplementação de xilanase exógena ajuda a 1344 reduzir a viscosidade do conteúdo intestinal e melhorando a digestibilidade dos 1345 nutrientes. Em trigo os autores, comentaram que o uso de xilanase melhorou o 1346 desempenho de frangos de corte. 1347 Pucci et al. (2003) mencionaram que a utilização de um complexo 1348 multienzimático na dieta das aves possibilitou redução nos níveis dietéticos dos nutrientes 1349 em até 6%, não comprometendo o desempenho das aves e tendo boa relação 1350 custo/benefício. 72 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1351 A eliminação dos fatores antinutricionais e o aproveitamento da fibra pelas aves, 1352 torna o farelo de mamona uma alternativa para alimentos proteicos como o farelo de soja, 1353 permitindo bons resultados sobre o desempenho dos animais. 1354 Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar rações com farelo de mamona 1355 autoclavado e a adição de dois complexos enzimáticos comerciais sobre o desempenho de 1356 codornas japonesas em postura. 1357 1358 MATERIAL E MÉTODOS 1359 1360 O experimento foi realizado no Laboratório de Digestibilidade de Não- 1361 Ruminantes (LADNR), localizado no Departamento de Zootecnia da Universidade 1362 Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Foram utilizadas 300 codornas japonesas, 1363 oriundas da Granja Fujikura (Suzano – SP), fêmeas, com um dia de idade. As aves foram 1364 alojadas e recriadas em piso até 38 dias de idade, receberam ração formulada segundo 1365 exigências descritas por Silva e Costa (2009). Todas as codornas foram vacinadas contra 1366 Marek, Gumboro, New Castle e Bouba Aviária, de acordo com o programa de vacinação 1367 pré-estabelecido. 1368 Aos 39 dias de idade, as aves foram alojadas em gaiolas de arame galvanizado (33 1369 cm x 25 cm x 20 cm), dispostas em dois andares, instaladas em uma sala de alvenaria 1370 climatizada. Com 49 dias de idade, as aves foram pesadas individualmente e foi iniciado 1371 o período pré-experimental. As unidades experimentais foram reavaliadas aos 57 dias de 1372 idade para que todas apresentassem a mesma produção de ovos. Duzentas e dezesseis 1373 codornas, de acordo com o peso e produção, foram distribuídas em delineamento 1374 inteiramente casualizado, com seis tratamentos, seis repetições e seis aves por unidade 1375 experimental. No início do experimento as aves apresentaram peso médio de 160,1 73 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1376 gramas e índice de postura médio acima de 90%. O período experimental durou 63 dias, o 1377 equivalente a três ciclos de 21 dias. 1378 Durante todo o período de postura, as codornas receberam 17 horas de luz/dia e a 1379 temperatura no interior da sala foi monitorada diariamente, uma vez ao dia (9 horas), por 1380 meio da utilização de termômetros de máxima e mínima. As aves receberam ração duas 1381 vezes ao dia (8 e 15 horas) e água à vontade. Os ovos foram colhidos uma vez ao dia 1382 (8:30 horas), com anotação, em fichas apropriadas da frequência de postura e da 1383 mortalidade. 1384 O farelo de mamona não tratado foi proveniente da Usina de Biodiesel localizada 1385 no município de Pesqueira – PE. Antes de iniciar o experimento, no Departamento de 1386 Zootecnia da UFRPE, este farelo foi tratado com óxido de cálcio a 6% e posteriormente 1387 autoclavado em pressão de 1,23 kfg/cm² e 104ºC por um período de 90 minutos, e após 1388 este processo o farelo foi secado ao sol até que o material pudesse ser armazenado e 1389 moído. 1390 Os tratamentos constituíram de seis tratamentos experimentais, T1 – dieta 1391 referência à base de milho e farelo de soja (MFS); T2 – dieta à base de milho e farelo de 1392 soja com complexo enzimático 1 (CE 1); T3 – dieta à base de milho e farelo de soja com 1393 complexo enzimático 2 (CE 2); T4 – dieta contendo 21% de farelo de mamona 1394 autoclavado; T5 – dieta contendo 21% de farelo de mamona com complexo enzimático 1 1395 (CE 1) e T6 - dieta contendo 21% de farelo de mamona com complexo enzimático 2 (CE 1396 2). O CE 1 apresenta na sua composição a xilanase, β-glucanase, celulase, pectinase, 1397 protease (atuação secundária) e o CE 2 que contém xilanase, amilase e protease. A 1398 inclusão dos complexos enzimáticos 1 e 2 foi segundo a recomendação do fabricante, 1399 sendo de 500 g/T e de 75 g/T, respectivamente. A composição bromatológica dos 1400 alimentos utilizados nas rações se encontra na Tabela 1. 74 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1401 Tabela 1 – Composição bromatológica dos ingredientes das rações das codornas em postura Ingredientes Itens Milho (grão) Farelo de soja Proteína Bruta (%) EMAn Fibra Bruta (%) Cinzas (%) Gordura (%) Cálcio (%) Fósforo Total (%) Fósforo Disponível (%) Arginina Total (%) Histidina Total (%) Isoleucina Total (%) Leucina Total (%) Metionina+Cistina Total (%) Metionina Total (%) Lisina Total (%) Treonina Total (%) Triptofano Total (%) Valina Total (%) 7,29 3440 1,73 1,27 3,65 0,03 0,25 0,06 0,35 0,21 0,24 0,87 0,30 0,15 0,21 0,29 0,05 0,34 44,98 2330 5,37 5,83 1,66 0,24 0,56 0,22 3,32 1,19 2,15 3,48 0,61 0,61 2,77 1,80 0,64 2,23 Farelo de mamona autoclavado 27,92 2267 27,62 5,85 9,68 4,95 0,89 0,28 2,29 0,40 1,25 1,91 0,76 0,43 0,56 0,08 0,41 1,27 1402 1403 Nas formulações das rações experimentais (Tabela 2), foram utilizadas as 1404 recomendações das exigências nutricionais descritas por Silva e Costa (2009) e a 1405 composição de alimentos segundo Rostagno et al. (2011). 1406 1407 1408 1409 1410 1411 1412 1413 1414 1415 1416 1417 1418 1419 1420 1421 1422 1423 75 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1424 1425 1426 1427 1428 1429 1430 Tabela 2 – Composição percentual e calculada das rações experimentais de acordo com o nível de inclusão do farelo de mamona autoclavado Nível de inclusão de farelo de mamona na ração (%) Ingrediente (%) MFS MFS+CE1 MFS+CE2 FM21% FM21%+CE1 FM21%+CE2 Milho 45,322 45,219 45,168 38,840 38,737 38,824 Farelo de Soja 41,381 41,398 41,406 28,710 28,727 28,713 Farelo de Mamona 0,000 0,000 0,000 21,000 21,000 21,000 Calcário Calcítico 6,925 6,925 6,925 4,397 4,397 4,397 Óleo de Soja 3,722 3,757 3,775 4,202 4,237 4,207 Fosfato Bicálcico 1,523 1,523 1,523 1,377 1,377 1,377 Premix Vitamínico1 0,180 0,180 0,180 0,180 0,180 0,180 Premix Mineral2 0,120 0,120 0,120 0,120 0,120 0,120 Sal Comum (NaCl) 0,586 0,586 0,586 0,588 0,588 0,588 DL-Metionina 0,141 0,141 0,141 0,161 0,161 0,161 Cloreto de Colina 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100 L-Lisina HCl 0,000 0,000 0,000 0,262 0,262 0,262 L-Treonina 0,000 0,000 0,000 0,063 0,063 0,063 CE3 0,000 0,050 0,000 0,000 0,050 0,000 CE4 0,000 0,000 0,0075 0,000 0,000 0,0075 Composição calculada (%) EMAn (kcal/kg) 2850 2850 2850 2850 2850 2850 Proteína bruta calculada 22,00 22,00 22,00 22,00 22,00 22,00 (%) Proteína bruta analisada 20,81 20,98 21,13 19,64 20,67 20,72 (%) Fibra bruta (%) 3,006 3,005 3,005 8,035 8,034 8,035 Gordura 6,025 6,057 6,073 7,961 7,992 7,965 Cálcio (%) 3,15 3,15 3,15 3,15 3,15 3,15 Fósforo Disponível 0,400 0,400 0,400 0,400 0,400 0,400 Lisina Total 1,241 1,241 1,241 1,200 1,200 1,200 Metionina+Cistina total 0,801 0,801 0,801 0,800 0,800 0,800 (%) Metionina total (%) 0,460 0,460 0,460 0,483 0,483 0,483 Treonina total (%) 0,876 0,876 0,876 0,860 0,860 0,860 Leucina total (%) 1,834 1,834 1,834 1,738 1,738 1,738 Triptofano total (%) 0,287 0,287 0,287 0,289 0,289 0,289 Sódio (%) 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 1,2 Níveis de garantia por quilo do produto: Composição por kg do produto: Fe 50000mg; Co 200 mg; Cu 8500mg; Mn 75000mg; Zn 70000mg; Se 250mg; I 1500mg; Ác. Fólico 500mg; Ác. Pantotênico 13,5g; Niacina 30g; Vit. A 10000000 UI; Vit. D3 2000000 UI; Vit. K3 4000mg; Vit. B2 5000mg; Vit. B6 2000mg; B12 10000 mcg; Vit. E 20000 mg. 3Rovabio Excel AP 10%; 4Axtra XAP. 1431 Para as características de desempenho zootécnico foram realizadas a contagem e 1432 pesagem dos ovos diariamente e semanalmente foram quantificadas as sobras de ração e 1433 o peso médio dos ovos, para determinar as seguintes características: produção média de 1434 ovos por ave/dia (%), o consumo de ração (g/ave/dia), o peso dos ovos (g), a massa de 1435 ovos (g/ave/dia) que foi calculada dividindo-se o número de ovos produzidos pelo peso 1436 médio do ovo (g) para cada repetição e em cada período e a conversão alimentar (g de 1437 ração por massa e por dúzia de ovos) que foi obtida dividindo-se o consumo médio de 76 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1438 ração por gramas de massa de ovos produzidos (conversão g/g) e o consumo médio de 1439 ração por dúzia de ovos produzidos (conversão g/dz). 1440 A qualidade dos ovos foi determinada pelas medidas de peso médio dos ovos (g), 1441 gravidade específica do ovo, altura do albúmen (mm) para determinação da unidade 1442 Haugh, determinação dos pesos da gema (g), casca (g) e albúmen (g), porcentagens da 1443 gema, do albúmen e da casca, espessura da casca (mm) e cor da gema (leque 1444 DSM/Roche). 1445 Para determinar o peso médio do ovo, estes foram pesados semanalmente. 1446 Visando coletar nos últimos três dias de cada ciclo uma amostra representativa do peso 1447 médio dos ovos por unidade experimental, foram coletados dois ovos ao dia por parcela 1448 desde que apresentassem o peso médio da parcela. A gravidade específica do ovo foi 1449 mensurada pelo método de imersão em solução salina. Para essa finalidade em baldes 1450 devidamente identificadas foram preparadas dez soluções de água destilada, com 1451 temperatura média de 22ºC, e sal comum (NaCl) com densidades que variaram de 1,050 a 1452 1,100 g/cm³, com aumento de 0,005g/cm³ em cada solução, segundo metodologia descrita 1453 por Hamilton (1982). 1454 As densidades das soluções salinas foram confirmadas com a utilização de um 1455 densímetro de massa específica 20ºC g/ml. Para determinação da altura do albúmen os 1456 ovos foram quebrados e, seu conteúdo (albúmen+gema), colocado numa superfície de 1457 vidro plana e nivelada. Em seguida, foi mensurada a altura do albúmen (mm) por meio da 1458 leitura do valor indicado através de um paquímetro digital. De posse dos valores do peso 1459 do ovo (w, g) e altura do albúmen (h, mm), foi utilizada a fórmula UH = 100 log (h + 1460 7,57 – 1,7w0,37), descrita por Pardi (1977) para o cálculo da Unidade Haugh. 1461 Para a determinação da porcentagem da gema e da casca, as gemas foram 1462 separadas manualmente e pesadas e suas cascas foram posteriormente secas em estufa de 77 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1463 ventilação forçada por 24 horas a 105ºC e pesadas. O peso do albúmen foi obtido pela 1464 diferença entre o peso do ovo com os pesos da casca e da gema. O cálculo da 1465 porcentagem de gema e da casca foi feito de acordo com o peso da gema e da casca em 1466 relação ao peso do ovo. A porcentagem de albúmen foi determinada em relação ao peso 1467 do ovo através da diferença pela fórmula 100-(% de gema + % de casca). Para a 1468 espessura de casca, incluindo as membranas, foram utilizados os mesmos ovos que foram 1469 quebrados para a determinação da qualidade do albúmen. As cascas foram lavadas 1470 cuidadosamente para a retirada dos resíduos de albúmen que ainda permanecem em seu 1471 interior. Depois de lavadas, as cascas foram colocadas em um suporte e deixadas para 1472 secar de um dia para o outro à temperatura ambiente. Depois de secas, foram realizadas 1473 as medidas em dois pontos distintos na área centro-transversal por um paquímetro digital 1474 para obtenção da medida da espessura. 1475 Para a colorimetria, dois avaliadores de visão normal utilizaram o leque 1476 colorimétrico DSM/Roche® (abanico), na qual a cor da gema foi comparada a uma escala 1477 de cores do abanico, e de acordo com a semelhança visual foi atribuído um valor entre 1478 um e quinze. A numeração do abanico segue uma escala crescente de cor, sendo o que o 1479 valor um, indicando uma menor pigmentação (próximo ao bege) e o valor 15, uma 1480 pigmentação mais próxima ao vermelho (Galobart et al., 2004). 1481 Os efeitos da inclusão do farelo de mamona nas dietas a base de milho e farelo de 1482 soja foram avaliados através da análise de variância (ANOVA). Para a comparação das 1483 médias dos resultados com a inclusão de farelo de mamona processado em relação à 1484 ração testemunha, foi utilizado o teste de Tukey (a 5% de probabilidade). As análises 1485 estatísticas dos dados foram realizadas utilizando-se o programa Assistat (Silva e 1486 Azevedo, 2002). 1487 78 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1488 RESULTADOS E DISCUSSÃO 1489 1490 No decorrer do período experimental, a temperatura média registrada na sala foi 1491 de 27,4ºC, com mínima de 24,8ºC e máxima de 30,0ºC. A umidade relativa média do ar 1492 foi de 68,3%. Na Tabela 3 estão apresentadas as médias e a análise estatística para os 1493 dados de desempenho das codornas. 1494 1495 1496 1497 1498 1499 1500 Tabela 3 - Médias de consumo de ração (CMR), porcentagem de postura (Postura), peso de ovo (PO), massa de ovo (MO), conversão alimentar por massa de ovo (CAMO) e por dúzia de ovos (CADZ) de codornas alimentadas com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado, com e sem enzimas Dados de Desempenho Tratamento CMR POSTURA PO (g)** MO CAMO CADZ (g/ave/dia) (%) (g/ave/dia) (g/g) (g/dúzia) FSM 26,81 88,04 10,99a 9,67 2,78 367,03 FSM+CE1 26,78 90,18 10,80ab 9,75 2,77 357,87 FSM+CE2 26,84 90,59 10,74ab 9,73 2,77 355,88 FMA 26,57 88,75 10,42b 9,24 2,89 361,82 FMA+CE1 27,02 91,14 10,61ab 9,67 2,80 356,37 FMA+CE2 26,08 90,21 10,28b 9,73 2,82 347,42 Analise de Variância Média 89,82 26,68 10,76 9,11 2,91 357,73 CV,% 6,08 3,65 2,88 6,65 8,18 7,61 Prob >0,050 >0,050 0,0047 >0,050 >0,050 >0,050 ** Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem (p<0,01) pelo teste de Tukey; 1Rovabio Excel AP 10%; 2Axtra XAP. 1501 Quando as médias foram submetidas ao teste de Tukey não foram observadas 1502 diferenças significativas (p>0,05) para consumo de ração (CMR), porcentagem de 1503 postura (POSTURA), massa de ovo (MO), conversão alimentar por massa de ovo 1504 (CAMO) e por dúzia de ovos (CADZ). Os dados de peso dos ovos mostrou efeito 1505 significativo (p<0,01) entre as médias, à utilização das enzimas não mostrou diferenças 1506 significativas quando utilizado nas dietas contendo farelo de soja e milho. O CE1 1507 melhorou o peso dos ovos na ração contendo 21% de farelo de mamona autoclavado, com 1508 valores semelhantes a utilização de uma dieta com farelo de milho e soja, não ocorrendo 1509 o mesmo com a CE2, provavelmente devido ao primeiro complexo enzimático ser 1510 constituído de xilanase, β-glucanase, celulase, pectinase, protease (atuação secundária) 1511 agiu aumentando a utilização dos polissacarídeos não amídicos contidos no farelo de 79 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1512 mamona e consequentemente apresentando maior resultado no peso dos ovos. Porém, o 1513 CE2 não proporcionou melhoria no desempenho das aves, devido à mesma conter apenas 1514 as enzimas amilase, xilanase e proteases, não atuando ou com pouca intensidade na 1515 presença da fibra no farelo de mamona. 1516 Diversas preparações enzimáticas são rotineiramente utilizadas na alimentação 1517 animal, atuando no aumento da biodisponibilidade dos nutrientes fornecidos pela 1518 alimentação e absorção pelos animais. No entanto, as enzimas agem sobre o substrato 1519 específico encontrado no alimento, somente assim haverá uma ação significativa desta 1520 enzima sobre a disponibilidade dos nutrientes para o animal. Lima (2005) menciona que 1521 as enzimas adicionadas à alimentação animal atuam sobre o alimento melhorando a 1522 digestão, liberando maior quantidade de nutrientes de forma mais adequada para absorção 1523 e inibindo substâncias nocivas ao organismo, atuando ainda, sobre o trato gastrintestinal, 1524 melhorando as condições de absorção. Além disso, a utilização dos complexos 1525 enzimáticos permite, também, a diminuição da excreção fecal de nutrientes e aumento da 1526 poluição ambiental, reduzindo a incidência de fezes úmidas quando as aves são 1527 alimentadas com dietas de alta viscosidade (Araujo et al., 2008). 1528 Viana et al. (2009) utilizando um complexo multienzimático contendo β- 1529 glucanases, xilanases, pectinases, protease e fitase em dietas à base de milho e farelo de 1530 soja, sobre o desempenho de poedeiras, não encontraram diferenças significativas no 1531 consumo de ração e ocorreu melhora na porcentagem de postura e a conversão alimentar 1532 por dúzia. Semelhante ao resultado deste trabalho, não houve efeito significativo nas 1533 demais variáveis, inclusive ao adicionar o FMA21%. 1534 Do mesmo modo, Gentilini et al. (2009) trabalhando com poedeiras avaliaram o 1535 efeito de um complexo enzimático composto por fitase, protease, xilanase, β-glucanase, 1536 celulase, amilase e pectinase numa dieta composta de milho e farelo de soja, constataram 80 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1537 uma queda no consumo de ração e no peso dos ovos. As demais variáveis produtivas 1538 avaliadas, a quantidade de casca e a resistência óssea foram mantidas com a utilização 1539 deste complexo enzimático. A utilização do CE1 também apresentou dados semelhantes 1540 quando utilizado nas dietas contendo milho e farelo de soja, não havendo diferenças 1541 significativas quando comparado com o FMA21%, indicando a utilização deste 1542 ingrediente neste nível. 1543 Na Tabela 4 são apresentados os dados de qualidade interna e externa, com o peso 1544 do ovo (PO), gravidade especifica (GE), espessura da casca (Esp), unidade Haugh (UH) e 1545 coloração da gema (CG). 1546 1547 1548 1549 1550 1551 1552 Tabela 4 - Médias de peso (PO), gravidade especifica (GE), espessura de casca (Esp), unidade Haugh (UH) e coloração da gema (CG) de ovos de codornas alimentadas com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado, sem e com enzimas Dados de qualidade interna e externa dos ovos Tratamento PO (g)** GE** Esp (mm) UH CG** FSM 11,04a 1,074a 0,130 87,70 4,25c FSM+CE1 10,84ab 1,074ab 0,133 87,90 4,26bc FSM+CE2 10,77ab 1,074ab 0,133 88,07 4,31bc FMA 10,47b 1,071b 0,132 88,21 4,52a FMA+CE1 10,67ab 1,071b 0,131 88,17 4,44ab FMA+CE2 10,33b 1,072ab 0,131 88,04 4,51a Analise de Variância Média 10,69 1,073 0,132 88,02 4,38 CV,% 2,98 0,16 4,21 0,53 2,50 Prob 0,007 0,0023 >0,050 >0,050 <0,001 ** Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem (p<0,01) pelo teste de Tukey 1 Rovabio Excel AP 10%; 2Axtra XAP. 1553 A espessura da casca, unidade Haugh não apresentaram diferenças significativa 1554 (p>0,050) entre as médias analisadas. Apresentaram significância as médias do peso dos 1555 ovos (p=0,007), gravidade específica (0,0023) e coloração da gema (<0,001). O uso dos 1556 complexos enzimáticos melhorou os resultados para as rações com farelo de soja e milho. 1557 Ao adicionar o FMA21% houve uma redução do PO e GE em relação à dieta com FSM, 1558 no entanto este efeito não foi significativo após a adição do CE1, comprovando a 1559 eficiência deste complexo nas dietas contendo o farelo de mamona. Quanto à coloração 81 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1560 da gema (CG) foi observado maiores colorações em dietas contendo FMA21% sem e 1561 com enzima em relação à dieta testemunha. 1562 Com a inclusão do farelo de mamona autoclavado nas rações, foi necessário um 1563 acréscimo de 10,16% na adição de óleo nas rações, para mantê-las isoenergéticas, 1564 podendo ser a causa do aumento da coloração da gema. Além disso, o fornecimento do 1565 complexo enzimático (CE1), auxiliou na disponibilidade dos ácidos graxos, beneficiando 1566 o metabolismo das gorduras. Os complexos enzimáticos são capazes de aumentar a 1567 disponibilidade de proteínas, gorduras e polissacarídeos de reserva (Campestrini et al., 1568 2005). 1569 Freitas et al. (2004) avaliaram o mesmo complexo enzimático (CE1) utilizado 1570 neste trabalho, em dietas com níveis crescentes de trigo para poedeiras e constaram que a 1571 utilização deste complexo intensificou a coloração da gema dos ovos das poedeiras, 1572 quando utilizado trigo até 30%. 1573 Santos (2011) trabalhando com farelo de mamona processado (FMP) nos níveis de 1574 0, 5, 10, 15 e 20%, também constatou queda no peso dos ovos conforme aumentava a 1575 inclusão do FMP nas rações, semelhante ao encontrado neste trabalho. 1576 Murakami et al. (2007) utilizaram um complexo enzimático contendo alfa- 1577 galactosidase, pectinases, celulase e proteases em dietas com farelo de soja com 1578 valorização proteica, energética e aminoacídica sobre o desempenho e qualidade de ovos 1579 de poedeiras comerciais verificaram que a adição deste complexo melhorou no peso do 1580 ovo, no entanto, não foi possível detectar diferenças sobre os percentuais de sólidos, 1581 gema, clara e casca. Os autores, comentam ainda que é importante a determinação dos 1582 ingredientes para uma correta valorização dos nutrientes e obtenção dos resultados 1583 esperados. 82 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1584 Na Tabela 5, estão apresentadas às médias e análise estatística para peso e 1585 percentuais da gema, albúmen e casca dos ovos de codornas alimentadas com rações 1586 contendo níveis de farelo de mamona autoclavado, sem e com enzimas. 1587 1588 1589 Tabela 5 - Médias para peso e percentuais da gema, albúmen e casca dos ovos de codornas alimentadas com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado, sem e com enzimas Peso, g Porcentagem, % Albúmen Casca Gema Albúmen Casca FSM 6,27 0,88 35,23 56,78 7,99 FSM+CE1 6,18 0,87 34,97 57,04 7,99 FSM+CE2 6,13 0,87 34,92 56,95 8,06 FMA 6,05 0,81 34,52 57,74 7,75 FMA+CE1 6,18 0,81 34,52 57,91 7,57 FMA+CE2 5,93 0,82 34,69 57,40 7,92 Analise de Variância Média 3,72 6,12 0,84 34,81 57,30 7,88 CV,% 4,00 4,12 6,22 3,63 2,43 5,38 Prob 0,0105 0,2571 0,0604 >0,050 >0,050 0,3704 ** Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem (p<0,05) pelo teste de Tukey; 1Rovabio Excel AP 10%; 2Axtra XAP. Tratamento 1590 1591 1592 1593 1594 Gema* 3,89a 3,79ab 3,76ab 3,61b 3,68ab 3,58b Assim na Tabela 5, podemos constatar que apenas ocorreu significância para o 1595 peso das gemas (p=0,0105). O complexo enzimático (CE1) melhorou os resultados 1596 quando adicionado nas dietas com farelo de mamona autoclavado, com médias 1597 semelhantes às dietas contendo farelo de soja e milho, sem e com enzimas. 1598 As demais médias dos parâmetros de qualidade dos ovos não foram significativas 1599 (p<0,05) entre os tratamentos avaliados, observando assim, que ao incluir 21% FMA, 1600 apenas ocasionou redução no peso da gema, não afetando os demais parâmetros. 1601 1602 CONCLUSÃO 1603 1604 O farelo de mamona autoclavado quando utilizado na alimentação de codornas 1605 japonesas na fase de postura em níveis de inclusão de até 21% com a adição de um 1606 complexo enzimático contendo xilanase, β-glucanase, celulase, pectinase, protease 83 Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas em postura. 1607 (atuação secundária) não compromete os principais parâmetros produtivos e na qualidade 1608 dos ovos. 1609 1610 1611 1612 1613 1614 1615 1616 1617 1618 1619 1620 1621 1622 1623 1624 1625 1626 1627 1628 1629 1630 1631 1632 1633 1634 1635 1636 1637 1638 1639 1640 1641 1642 1643 1644 1645 1646 1647 1648 1649 1650 1651 1652 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANANDAN, S.; ANIL KUMAR, G. K. GHOSH, J. et al. Effect of different physical and chemical treatments on detoxification of ricin in castor cake. Animal Feed Science and Technology. v. 120, n. 1, p. 159-168. 2005. ARAUJO, D. de M.; SILVA, J. H. V. da; MIRANDA, E. C. de. et al. Farelo de trigo e complexo enzimático na alimentação de poedeiras semipesadas na fase de produção. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 37, n. 5, p. 843-848. 2008. CAMPESTRINI, E.; SILVA, V. T. M.; APPELT, M. D. Utilização de enzimas na alimentação animal. 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