UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA
UTILIZAÇÃO DO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO
NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS EM POSTURA
ANDRÉ CARLOS SILVA PIMENTEL
Zootecnista
RECIFE - PE
FEVEREIRO - 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA
UTILIZAÇÃO DO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO
NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS EM POSTURA
ANDRÉ CARLOS SILVA PIMENTEL
RECIFE – PE
FEVEREIRO - 2013
II
ANDRÉ CARLOS SILVA PIMENTEL
UTILIZAÇÃO DO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO
NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS EM POSTURA
Área
de Concentração:
Nutrição
Tese
apresentada
ao Programa
de Animal
Doutorado Integrado
em Zootecnia, da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, do qual participam a Universidade Federal
da Paraíba e Universidade Federal do Ceará, como
requisito parcial para obtenção do título de Doutor em
zootecnia.
Área de Concentração: Nutrição Animal
Comitê de Orientação:
Prof. Drª. Maria do Carmo Mohaupt Marques Ludke (UFRPE) – Orientador Principal
Pesq. Dr. Jorge Vitor Ludke (Embrapa Suínos e Aves) – Co-orientador
Prof. Dr. Carlos Bôa-Viagem Rabello (UFRPE) – Co-orientador
RECIFE - PE
FEVEREIRO – 2013
III
Ficha catalográfica
P644u
Pimentel, André Carlos Silva
Utilização do farelo de mamona autoclavado na
alimentação de codornas em postura / André Carlos Silva
Pimentel. -- Recife, 2013.
86 f.: il
Orientador(a): Maria do Carmo Mohaupt Marques
Ludke.
Tese (Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia)
– Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Departamento de Zootecnia, Recife, 2013.
Inclui anexo(s) e referências.
1. Nutrição animal 2. Ricinus 3. Ovos I. Ludke, Maria do
Carmo Mohaupt Marques, orientadora II. Título
CDD 636.0852
IV
ANDRÉ CARLOS SILVA PIMENTEL
UTILIZAÇÃO DO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO
NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS EM POSTURA
Tese defendida e aprovada pela Comissão Examinadora em 27 de fevereiro de 2013
Orientador(a):
_____________________________________________
Profa. Dra. Maria do Carmo Mohaupt Marques Ludke
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Zootecnia
Comissão Examinadora:
_____________________________________________
Prof. Dr. Ednardo Rodrigues de Freitas
Universidade Federal do Ceará
Centro de Ciências Agrárias
_____________________________________________
Prof. Dr. Wilson Moreira Dutra Júnior
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Zootecnia
_____________________________________________
Prof. Dr. José Humberto Vilar da Silva
Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências Agrárias
______________________________________________
Dr. Cláudio José Parro de Oliveira
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Zootecnia
RECIFE – PE
FEVEREIRO – 2013
V
Dedico
A todos que contribuíram direta e indiretamente a conclusão
desta etapa da vida.
VI
Agradecimentos
A Deus que nunca me deixou de lado e tem me ouvido quando
necessário.
A meus pais, que sempre me apoiam em lutas e conquistas e me ajudam
a levantar quando tropeço no meio do caminho.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, pela acolhida
e oportunidade de fazer parte de sua família, como discente do Programa de
Doutorado Integrado em Zootecnia.
A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de
Pernambuco (Facepe) pela concessão da bolsa de estudo.
A professora Dra. Maria do Carmo Mohaupt Marques Ludke, minha
orientadora, que com paciência, dedicação e amizade, contribuiu com seu
conhecimento para a concretização deste trabalho.
Aos meus co-orientadores professor Dr. Carlos Bôa-Viagem Rabello e
ao pesquisador Dr. Jorge Vitor Ludke pelas contribuições dadas na minha
formação, com sugestões para o melhor desenvolvimento deste trabalho, além
de amizade e respeito.
Aos alunos do Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia,
especialmente Juliana Santana e Priscila Antão, pela amizade e ajuda na
realização deste trabalho.
VII
Aos alunos da Graduação: Andresa Faria, Brunna Costa, Fernando
Petroni, João Luis, Rafaela Souza, Cristiano Lira, Deyvson Oliveira, Cledir
Lima, Priscila Santos e demais que contribuíram com amizade, trabalho,
ensinamentos e dedicação à realização do nosso trabalho.
A seu Biu pela amizade, alegria e dedicação durante a realização deste
trabalho.
A todos os professores, funcionários, colegas e amigos que
contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho, fico
com a saudade e o sentimento do dever cumprido.
VIII
BIOGRAFIA
André Carlos Silva Pimentel, filho de Severino Carlos Pimentel e
Maria de Fátima Silva Pimentel, nasceu em Recife – PE, no dia 13 de julho de
1977. Em março de 1996 iniciou a graduação em Zootecnia pela Universidade
Federal Rural de Pernambuco. Em maio de 2002 obteve o título de Bacharel
em Zootecnia e em maio de 2004, concluiu o curso de Licenciatura no Setor
de Técnicas Agropecuárias, ambos os cursos pela Universidade Federal Rural
de Pernambuco.
Em março de 2004 iniciou o Mestrado do Programa de Pós-Graduação
em Zootecnia, na área de concentração em Produção Animal da Universidade
Federal Rural de Pernambuco, concluindo em fevereiro de 2006.
Em março de 2009, iniciou as atividades como aluno regular do
Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia na área de Nutrição de NãoRuminantes na mesma Universidade sob a orientação da Profª Drª Maria do
Carmo M. M. Ludke. Em fevereiro de 2013, submeteu-se à defesa de Tese
para obtenção do título de Doutor.
IX
Oração de São Francisco de Assis
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
X
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS..............................................................................................
XIII
LISTA DE FIGURAS...............................................................................................
XIV
RESUMO GERAL....................................................................................................
15
ABSTRACT...............................................................................................................
17
CONSIDERAÇÕES INICIAIS...............................................................................
19
REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................
22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................
37
DESEMPENHO
PRODUTIVO
E
QUALIDADE
DOS
OVOS
DE
CODORNAS JAPONESAS ALIMENTADAS COM RAÇÕES CONTENDO
FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO........................................................
43
RESUMO.........................................................................................................
44
ABSTRACT.....................................................................................................
45
INTRODUÇÃO................................................................................................
46
MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................
47
RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................
52
CONCLUSÃO..................................................................................................
64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................
64
DESEMPENHO
CODORNAS
PRODUTIVO
JAPONESAS
E
QUALIDADE
ALIMENTADAS
DOS
COM
OVOS
DE
RAÇÕES
CONTENDO FARELO DE MAMONA SEM E COM ENZIMAS.................
68
RESUMO.........................................................................................................
69
ABSTRACT.....................................................................................................
70
INTRODUÇÃO................................................................................................
71
XI
MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................
73
RESULTADO E DISCUSSÃO........................................................................
79
CONCLUSÃO..................................................................................................
83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................
84
XII
LISTA DE TABELAS
FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO NA RAÇÃO DE POSTURA PARA
CODORNAS JAPONESAS
Tabela 1 – Composição bromatológica dos ingredientes das rações de codornas em postura...
Tabela 2 – Composição percentual e calculada das rações experimentais de acordo com o
nível de inclusão do farelo de mamona autoclavado.................................................
Tabela 3 – Médias de consumo de ração (CMR), porcentagem de postura (Postura), peso de
ovo (PO), massa de ovo (MO), conversão alimentar por massa de ovo (CAMO) e
por dúzia de ovos (CADZ) de codornas alimentadas com dietas contendo níveis
de farelo de mamona autoclavado (FMA).................................................................
Tabela 4 – Médias de peso (PO), gravidade específica (GE), espessura de casca (Esp),
Unidade Haugh (UH) e coloração da gema (CG) de ovos de codornas alimentadas
com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado.................................
Tabela 5 – Médias para peso e percentuais da gema, albúmen e casca dos ovos de codornas
alimentadas com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado.............
49
50
53
57
61
ADIÇÃO DE ENZIMAS EM RAÇÕES DE POSTURA PARA CODORNAS
CONTENDO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO
Tabela 1 – Composição bromatológica dos ingredientes das rações das codornas em
postura........................................................................................................................
Tabela 2 – Composição percentual e calculada das rações experimentais de acordo com o
nível de inclusão do farelo de mamona autoclavado.................................................
Tabela 3 – Médias de consumo de ração (CMR), porcentagem de postura (Postura), peso de
ovo (PO), massa de ovo (MO), conversão alimentar por massa de ovo (CAMO) e
por dúzia de ovos (CADZ) de codornas alimentadas com dietas contendo níveis
de farelo de mamona autoclavado, com e sem enzimas............................................
Tabela 4 – Médias de peso (PO), gravidade especifica (GE), espessura de casca (Esp),
unidade Haugh (UH) e coloração da gema (CG) de ovos de codornas alimentadas
com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado, sem e com enzimas
Tabela 5 - Médias para peso e percentuais da gema, albúmen e casca dos ovos de codornas
alimentadas com dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado, sem e
com enzimas...............................................................................................................
75
76
79
81
83
XIII
LISTA DE FIGURAS
FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO NA RAÇÃO DE POSTURA PARA
CODORNAS JAPONESAS
Figura 1 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a conversão alimentar (g
de ração/g de ovo) em ovos de codornas e sua respectiva equação...........................
Figura 2 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a conversão alimentar (g
de ração/dúzia de ovos) em ovos de codornas e sua respectiva equação...................
Figura 3 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a produção de massa de
ovo (g/dia) em ovos de codornas e sua respectiva equação.......................................
Figura 4 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a porcentagem de
postura (%) em ovos de codornas e sua respectiva equação......................................
Figura 5 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso do ovos (g) em
ovos de codornas e sua respectiva equação...............................................................
Figura 6 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o índice de cor da gema
em ovos de codornas e sua respectiva equação.........................................................
Figura 7 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso da casca (g) em
ovos de codornas e sua respectiva equação...............................................................
Figura 8 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso da gema (g) em
ovos de codornas e sua respectiva equação...............................................................
Figura 9 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso do albúmen (g)
em ovos de codornas e sua respectiva equação.........................................................
Figura 10 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a porcentagem da casca
(%) em ovos de codornas e sua respectiva equação
54
54
55
55
56
58
61
62
62
63
XIV
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas
em postura.
RESUMO GERAL: Os experimentos foram realizados com o objetivo de avaliar a
utilização do farelo de mamona autoclavado (FMA) na alimentação de codornas japonesas.
Dois experimentos foram realizados. No primeiro foram selecionadas duzentas e dez
codornas pela produção e uniformidade de peso e distribuídas em um delineamento
inteiramente casualizado com cinco tratamentos e sete repetições de seis aves cada. Foi
avaliado qual o melhor nível (0, 7, 14, 21 e 28%) de FMA com óxido de cálcio em rações
de codornas japonesas em postura, durante três ciclos de 21 dias, para caracterizar o
desempenho e a qualidade dos ovos. Os efeitos dos níveis de inclusão de FMA foram
avaliados e quando significativo às médias foram comparadas e avaliadas pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade e posteriormente análise de regressão para determinar o
melhor nível. Para os parâmetros de desempenho, as variáveis, porcentagem de postura,
massa de ovo e conversão alimentar por massa de ovo apresentaram um comportamento
linear platô com a inclusão de FMA até 28%. Quando verificado a qualidade dos ovos, as
variáveis, peso do ovo apresentou um efeito linear platô e a gravidade específica
apresentaram efeito linear conforme se aumentava o FMA nas dietas e a cor da gema
apresentou um efeito cúbico com a participação do FMA nas rações. Os dados de peso de
albúmen e gema diminuíram de forma linear e o peso de albúmen e porcentagem de casca
um linear platô conforme aumentava a quantidade de FMA nas rações. Níveis de até 7%
são recomendados para a inclusão em dietas de codornas em postura. Para o segundo
experimento foram selecionadas duzentas e dezesseis codornas pela produção e
uniformidade de peso e distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado, com
seis tratamentos e seis repetições de seis aves cada. Foi avaliado a inclusão do farelo de
mamona autoclavado com hidróxido de cálcio no nível de 21% (FMA21%) sem e com
complexos enzimáticos (CE) sendo o CE1 constituído por xilanase, β-glucanase, celulase,
pectinase, protease (atuação secundária) e o CE2 por xilanase, amilase e protease, em
15
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas
em postura.
rações de codornas japonesas em postura, durante três ciclos de 21 dias, com o objetivo de
caracterizar o desempenho e a qualidade dos ovos. Os efeitos dos níveis de inclusão de
FMA foram avaliados através de análise de variância e quando significativo às médias
foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para os parâmetros de
desempenho variáveis consumo de ração, porcentagem de postura, massa de ovo,
conversão alimentar por massa de ovo e por dúzia não apresentaram diferenças
significativas. O FMA21% ao ser incluído na ração afetou significamente o peso dos ovos,
apresentando resultado semelhante ao testemunha ao adicionar o CE1. A cor e o peso da
gema apresentaram dados superiores quando adicionado o CE1 nas dietas com FMA21%,
a adição deste nível de FMA. Os resultados indicam que a adição de 21% de FMA em
dietas contendo complexo enzimático com xilanase, β-glucanase, celulase, pectinase,
protease (atuação secundária) proporciona, às codornas em postura, desempenho tão bom
quanto quando alimentadas com dietas contendo milho e farelo de soja.
16
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas
em postura.
ABSTRACT: The experiments were performed in order to evaluate the use of castor meal
autoclaved (FMA) in the diet of Japanese quails. Two experiments were conducted. In the
first two hundred and ten were selected for quail production and weight uniformity and
distributed in a completely randomized design with five treatments and seven replications
of six birds each. Which was rated the best level (0, 7, 14, 21 and 28%) of AMF with
calcium oxide in diets of Japanese quail during three cycles of 21 days, to characterize the
performance and egg quality. The effects of inclusion levels of AMF were evaluated and
significant when the averages were compared and evaluated by Tukey test at 5%
probability and later regression analysis to determine the best level. For performance
parameters, variables, egg production, egg mass and feed conversion by egg mass showed
a linear plateau with the inclusion of FMA by 28%. When checked the quality of eggs,
variables, egg weight had an effect linear plateau and specific gravity as a linear effect is
increased the FMA in the diets and yolk color presented a cubic effect on the participation
of the FMA in the rations. Weight data albumen and yolk decreased linearly and weight of
albumen and shell percentage one linear plateau with increase in the amount of FMA
rations. Levels of up to 7% are recommended for inclusion in diets of laying quails. For the
second experiment were selected by two hundred and sixteen quail production and weight
uniformity and distributed in a completely randomized design with six treatments and six
replicates of six birds each. We evaluated the inclusion of castor autoclaved bran with
calcium hydroxide in the level of 21% (FMA21%) with and without enzymatic complexes
(EC) and the CE1 consisting of xylanase, β-glucanase, cellulase, pectinase, protease
(acting secondary) and CE2 by xylanase, amylase and protease in diets of Japanese quail
during three cycles of 21 days, in order to characterize the performance and egg quality.
The effects of inclusion levels of AMF were evaluated using analysis of variance and
significant when the means were compared by Tukey test at 5% probability. For the
17
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas
em postura.
performance parameters of feed intake, egg production, egg mass, feed conversion and egg
mass per dozen showed no significant differences. The FMA21% to be included in the diet
significantly affected egg weight, presenting results similar to the control by adding the
CE1. The color and yolk weight data showed higher when added to the diets CE1
FMA21%, the addition of this level of FMA. The results indicate that the addition of 21%
of AMF in diets containing enzyme complex with xylanase, β-glucanase, cellulase,
pectinase, protease (acting secondary) provides, in the quail posture, perform as well as
when fed diets containing corn and soybean meal.
18
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas
em postura.
1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2
3
Nos últimos anos, os avanços tecnológicos têm contribuído para a melhoria dos
4
principais índices zootécnicos como a conversão alimentar, diminuição da idade de abate e
5
mortalidade das aves. O milho e a soja, principais matérias-primas, também tiveram
6
aumentos na produção com expansão de novas áreas e abertura de fronteiras.
7
Na avicultura, um dos ramos com notável potencial zootécnico é a coturnicultura,
8
sendo esta atividade uma alternativa interessante, tendo em vista que possibilita uma rápida
9
conversão e retorno de capital investido. A criação de codornas tem apresentado
10
desenvolvimento bastante acentuado nos últimos anos. Entre os principais fatores que
11
contribuem para isto podemos citar a rapidez com que as codornas iniciam a postura
12
(aproximadamente 40 dias de idade) e o sabor exótico de sua carne (Villela, 2006). Além
13
disso, apresentam alta produtividade (média de 300 ovos/ano), grande longevidade e alta
14
produção (14 a 18 meses) (Pinto et al., 2002).
15
Segundo Moraes e Ariki (2000) o ovo de codorna é bem aceito pelos consumidores
16
e representa aproximadamente um quinto do tamanho do ovo de galinha, variando de 7 a
17
15 gramas, com uma média de 10 gramas de peso para os ovos, representando em média,
18
8% do peso da codorna.
19
O crescimento constante do consumo dos ovos de codorna dos últimos anos pode
20
estar relacionado a fatores como: mudanças sociais e de hábitos da população, aumento da
21
produção, melhor conhecimento da qualidade do produto e comercialização. Atualmente,
22
aproximadamente 28% dos ovos de codornas consumidos são em conserva, 71% in natura
23
e apenas 1% em outras formas de consumo (Bertechini, 2010).
24
Com as oscilações sazonais nos preços dos alimentos, os nutricionistas tendem a
25
buscar constantemente alternativas para que possam substituir de forma equilibrada e
19
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas
em postura.
26
viável economicamente os ingredientes utilizados nas formulações das rações (Murakami
27
et al., 2008). O farelo de soja, principal ingrediente proteico em dietas para monogástricos
28
no Brasil, apresenta ampla variação de preço, o que causa grande impacto nos custos de
29
produção de codornas. Sendo necessário avaliar a viabilidade da utilização de alimentos
30
alternativos ao uso do farelo de soja.
31
Bandeira et al. (2004) comentaram que existe uma grande necessidade em aumentar
32
a produção e a produtividade das atividades agrícolas e pecuária em face a demanda de
33
alimentos pela população humana. Entretanto, em regiões como o semiárido Brasileiro, a
34
exploração de animais domésticos é limitada pelas condições naturais e pelo baixo grau de
35
tecnologia aplicado.
36
Neste intuito, pesquisas têm surgido para viabilizar o uso do farelo de mamona, um
37
subproduto da extração do biodiesel, em virtude das suas qualidades bromatologicas com
38
potencial de substituir parcialmente o farelo de soja nas rações. A extração do óleo de
39
mamona, segundo Lima et al. (2009), resulta em grande quantidade de resíduos que
40
quando dispostos em locais inadequados podem ocasionar poluição do ambiente.
41
Entretanto, quando utilizado na formulação de compostos de uso agrícola, podem
42
contribuir para a melhoria da fertilidade do solo e do aumento da produtividade das
43
culturas.
44
O farelo de mamona apresenta princípios tóxicos (ricina e ricinina) e alergênicos
45
(CB-1A) e que para seu uso como ingrediente na ração animal é necessário fazer o
46
processamento para inativar estes fatores antinutricionais. Além disso, é um ingrediente
47
com alto teor de fibra insolúvel (celulose, hemicelulose e lignina) que pode reduzir o
48
aproveitamento de nutrientes e o consumo de ração (Santana, 2010).
49
Os efeitos antinutricionais dos polissacarídeos não amiláceos (PNA) em não
50
ruminantes são distintos, geralmente associados à viscosidade, efeitos fisiológicos e
20
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de codornas
em postura.
51
morfológicos no sistema digestório, afetando o tempo de trânsito intestinal e mudanças na
52
estrutura da mucosa intestinal. As enzimas produzidas colaboram na minimização destes
53
problemas, melhorando a digestibilidade e o aproveitamento dos PNAs, hidrolisando e
54
promovendo melhorias na utilização dos nutrientes.
55
Deste modo, a realização deste estudo foi avaliar o desempenho e a qualidade dos
56
ovos de codornas em postura utilizando farelo de mamona autoclavado com óxido de
57
cálcio incluídos em diferentes níveis nas dietas e testar um dos níveis sem e com adição de
58
complexo enzimático.
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
21
CAPÍTULO 1
REFERENCIAL TEÓRICO
UTILIZAÇÃO DO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO
NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS EM POSTURA
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1
1. Coturnicultura
2
3
A criação de codornas é um ramo da avicultura que tem despertado o interesse de
4
produtores pelo seu rápido retorno econômico. A atividade possui dois atrativos
5
compreendidos pela produção de carne e de ovos e ainda com a participação de uma
6
renda extra com a produção de codornas de um dia.
7
Entre as aves de produção, as codornas são as mais precoces e produtivas, pois
8
iniciam sua postura por volta do 40º dia de idade e produz, em média, 300 ovos no seu
9
primeiro ano de vida (Moura et al., 2008). São originárias do norte da África, da Europa e
10
da Ásia, pertencendo à ordem Galiniformes e à família dos Fasianídeos. Foi criada
11
inicialmente na China e Coréia e posteriormente no Japão. Com sua introdução no Japão
12
pelos colonizadores, as características produtivas se destacaram e, através de cruzamentos
13
surgiu a subespécie Coturnix coturnix japonica, apresentando baixo peso, alta eficiência
14
na postura e baixo consumo alimentar (Villela, 2006).
15
Na década de 1990 foram utilizados três tipos de codornas em explorações
16
industriais: a Coturnix coturnix coturnix, ou codorna europeia, a Coturnix coturnix
17
japonica ou codorna japonesa e a Bobwhite Quail ou codorna americana. Essas aves
18
possuem diferentes características de tamanho, peso, precocidade, tipo de ovo (branco ou
19
pintado), taxa de postura, coloração das penas, caracterizando, deste modo, a aptidão de
20
cada uma para carne ou ovos (Pinto et al., 2002).
21
Na coturnicultura brasileira, a produção de ovos é mais representativa que a
22
produção de carne. Atualmente, a coturnicultura se apresenta como atividade rentável e
23
com boas perspectivas de crescimento para os próximos anos, o efetivo de codornas
24
segundo o IBGE (2010) foi de 12.992 milhões de cabeças com uma produção de 232.398
25
milhões de dúzias. A Região Sudeste é a maior produtora, participando com 78,58%,
23
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
26
sendo o Estado de São Paulo o maior produtor (59,3% do total nacional). A Região
27
Nordeste contribui com 16.203 milhões de dúzias, estando o Estado de Pernambuco em
28
maior contribuição com 38,19%.
29
Importante observar que, as regiões de maior produção de ovos de codornas,
30
também são polos tradicionais na produção de ovos de galinhas. Uma possibilidade para
31
este fato pode ser o resultado de crises sofridas na historia da avicultura, devido ao baixo
32
valor do produto. Deste modo, produtores visualizaram a possibilidade de investir na
33
coturnicultura, como forma de diversificar a produção de ovos ou expansão de uma nova
34
área, com baixo custo de implantação (Pastore et al., 2012).
35
Como a alimentação constitui 60 a 70% do investimento da criação, torna-se
36
necessário fornecer rações balanceadas com proporções adequadas em nutrientes para se
37
alcançar o sucesso. Neste contexto, existe uma preocupação por parte dos nutricionistas
38
em oferecer às aves rações com níveis nutricionais mais adequados, que propiciem o
39
melhor desempenho e, consequentemente, o maior retorno financeiro (Freitas et al.,
40
2005).
41
Anteriormente mencionado, a alimentação afeta os custos de produção das
42
codornas desde a base, a indústria do melhoramento genético, até o topo da cadeia
43
produtiva, os abatedouros e frigoríficos. Considerando que as rações de codornas contêm
44
mais proteína que as rações de frangos e poedeiras, o custo de alimentação das codornas
45
por unidade de produto carne ou ovos, é provavelmente mais elevado (Silva, 2011).
46
47
2. Farelo de mamona
48
49
A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma planta que pertence à família das
50
Euforbiáceas, originária provavelmente da África ou da Índia, cultivada em diversos
24
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
51
países do mundo, sendo a Índia, a China e o Brasil, os maiores produtores mundiais. É
52
um arbusto exótico de clima tropical, encontrado em todo território nacional, conforme a
53
sua localização geográfica, recebe outros nomes como mamoneira, carrapateira, boieira,
54
rícino ou palma-de-cristo (Garcia et al., 2009).
55
No Brasil a mamona foi trazida pelos portugueses com a finalidade de utilizar seu
56
óleo para iluminação e lubrificação dos eixos das carroças. O clima tropical facilitou sua
57
propagação, de modo que hoje podemos encontrar a mamoneira em quase toda extensão
58
territorial, confundindo-se como uma planta nativa e em cultivos destinados à produção
59
de óleo.
60
Dentre as diversas espécies de plantas indicadas para a produção de biodiesel, a
61
mamoneira destacou-se no Nordeste do Brasil, apresentando-se como alternativa de
62
importância econômica e social por sua capacidade de produzir em condições de baixa
63
precipitação pluviométrica e também apresentar bom mercado consumidor (Furtado et
64
al., 2012).
65
A extração do óleo pode ser mecânica ou por uso de solventes, de forma que, após
66
a extração, obtemos a torta e o farelo, respectivamente (Faria Filho et al., 2010). A torta
67
de mamona é obtida por prensagem a quente da amêndoa sem a utilização de produtos
68
químicos, e tem rendimento de 50%. Após este processo, o óleo resultante pode ser
69
utilizado na indústria e o seu resíduo pode ser aproveitado na alimentação animal
70
(Pompeu et al, 2012).
71
O óleo, de acordo com Beltrão (2002), é impróprio para o consumo humano,
72
tendo cerca de 90% de sua constituição com o ácido graxo ricinoléico, que confere a
73
solubilidade do óleo em álcool, devido a uma hidroxila presente na sua molécula
74
(C17H32OHCOOH).
25
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
75
O farelo de mamona apresenta em sua composição bromatológica, conforme
76
descrito por Rostagno et al. (2005), 89,40% de matéria seca, 39,20% de proteína bruta,
77
18,50% de fibra bruta, 82,60% de matéria orgânica, 0,62% de cálcio e 0,62% de fósforo
78
disponível e energia metabolizável para aves de 1.484 kcal/kg.
79
valorores podem variar de acordo com as características das sementes e o tipo de
80
processamento utilizado. Santos (2011) avaliando a composição do farelo de mamona
81
obtido por extração via etanol com recuperação do álcool a 110ºC por 15 minutos e
82
secagem em alta temperatura (110ºC) encontrou 33,3% de proteína bruta, 9,4% de extrato
83
etéreo, 38,3% de fibra bruta, 0,64% de cálcio e 0,88% de fósforo total.
No entanto, estes
84
Existe potencialidade para utilização dos resíduos agroindustriais da mamona,
85
conforme relatou Bandeira et al. (2004), no entanto, os autores comentaram que novos
86
estudos devem ser realizados para determinar as melhores formas de utilização e
87
destoxificação, composição química bromatológica e digestibilidade. Além disso,
88
verificar quais as espécies animais que melhor se adapta à sua utilização consorciada com
89
outros ingredientes na formulação de rações.
90
91
2.1. Fatores antinutricionais
92
93
São muitos os fatores tidos como antinutricionais, sendo os mais comuns aqueles
94
que podem interferir no processo digestivo normal. Neste contexto, podemos citar os
95
polissacarídeos não amiláceos (PNAs), que aumentam a viscosidade intestinal,
96
dificultando a ação das enzimas endógenas e absorção e os fitatos, que indisponibilizam
97
minerais, principalmente os metais bivalentes (Bertechini, 2006).
98
A participação de ingredientes proteicos nas rações de animais monogástricos
99
pode apresentar limitações devido a estes fatores antinutricionais, podendo ocorrer
26
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
100
dificuldade na atuação de enzimas digestivas, alterando a morfologia intestinal,
101
interferindo na digestibilidade e absorção dos nutrientes. Além disso, esses compostos
102
apresentam grande diversidade de natureza química, podendo existir divergência no
103
conhecimento de sua estrutura físico-química e dos seus mecanismos de ação fisiológica.
104
Segundo Faria Filho et al. (2010) a maior parte dos subprodutos da mamona tem
105
sido utilizada como adubo, tendo em vista que esta apresenta fatores tóxicos (ricina e
106
ricinina) e o fator alergênico (glicoproteínas CB-1A). A substância contida nas sementes
107
é uma toxalbumina denominada ricina que provoca graves pertubações digestivas,
108
enquanto que a ricinina é um alcalóide encontrado principalmente nas folhas e no
109
pericarpo, causa distúrbios neuromusculares (Nogueira e Andrade, 2011). Assim, são
110
necessários processos de destoxicação para eliminarão esses fatores. A torta e o farelo de
111
mamona exigem processos de destoxificação para remover ou inativar os principais
112
componentes tóxicos e alergênicos.
113
Os animais, assim como os humanos, são capazes de adquirir imunidade, quando
114
expostos a doses baixas de ricina manifestando sintomas, mas se recuperando depois de
115
alguns dias, aumentando a tolerância à substância à medida que são expostos a doses
116
maiores (Tokarnia e Döbereiner, 1997; Gonçalves et al, 2009). Ela é a toxina mais letal
117
para animais e humanos representando aproximadamente 1,5% da torta de mamona
118
(Silva et al., 2010).
119
A ricina é uma proteína tóxica que se encontra em abundância nas sementes e que
120
faz parte de uma ampla família de enzimas conhecidas como Proteínas Inibidoras de
121
Ribossomos (RIP). As RIP são capazes de inativar enzimaticamente ribossomos por
122
depurinação de uma invariante adenina do 28s rRNA, sendo capaz de quebrar a ligação
123
glicosídica entre a adenina e a ribose levando à perda desta base, tornando impossível a
124
síntese proteica, levando a morte celular (Lima, 2007).
27
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
125
Outros princípios tóxicos presentes são a ricinina que é um alcalóide e representa
126
0,23% da torta, não representando tanto perigo quanto a ricina. É encontrada em todas as
127
partes da planta, no entanto, nas bagas apresenta quantidades relativamente pequenas com
128
atuação moderada sobre o organismo dos animais (Santana, 2010). Segundo Paulino et al
129
(2006) o teor do alcaloide nas sementes é influenciado tanto por características genéticas
130
como por estresses ambientais.
131
O fator alergênico (CB-1A) é uma proteína estável com grande capacidade
132
alergênica aos indivíduos, principalmente por inalação, cujo teor na torta sem cascas e
133
gorduras varia de 6,1 a 9,0% (Silva et al., 2010). São proteínas com uma porção glicídica
134
associada e que apresentam inexistência do aminoácido triptofano (Severino, 2005).
135
Ainda segundo o autor, embora a alergenicidade não seja tão grave quanto à toxidez, sua
136
eliminação é bem mais difícil que a inativação da ricina.
137
Além destes fatores antinutricionais, existem também os polissacarídeos não
138
amídicos, que compreendem uma ampla classe de polissacarídeos como celulose,
139
hemicelulose, quitina e pectinas que contribuem na diminuição do desempenho animal
140
(Brito et al., 2008). A fibra está envolvida na manutenção da estrutura celular e não pode
141
ser facilmente separada de outros componentes da parede celular (Bonett et al., 2007).
142
Ainda de acordo com os autores, o aumento do bolo fecal e a diminuição do tempo de
143
trânsito são efeitos fisiológicos associados à fração insolúvel da fibra.
144
Os polissacarídeos não amídicos podem provocar a formação de viscosidade por
145
todo o intestino delgado e consequentemente reduzir a digestibilidade de outros
146
componentes na dieta. Para auxiliar o processo digestivo, enzimas exógenas são
147
necessárias na incorporação das rações, diminuindo estes problemas nos alimentos
148
consumidos (Campestrini et al., 2005). A degradação do PNAs por enzimas durante a
149
fase ileal, as enzimas remove substratos fermentados. Durante a fase cecal, a degradação
28
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
150
produz açúcares, como a xilose e xilo-oligomerose, que são fermentados por bactérias
151
cecais, estimulando a produção de ácidos graxos voláteis e com isso, aumentando a
152
disponibilidade dos nutrientes (Sens, 2009; Nunes et al., 2011).
153
154
2.2. Processamentos para inativação dos fatores antinutricionais do farelo de
155
mamona
156
157
Os fatores antinutricionais têm sido usados para descrever compostos ou classe de
158
compostos presentes numa extensa variedade de alimentos de origem vegetal. Quando
159
consumidos reduzem o valor nutricional, interferindo na digestibilidade, absorção ou
160
utilização de nutrientes e quando ingeridos em grandes quantidades podem acarretar
161
efeitos danosos à saúde (Benevides et al, 2011).
162
A torta de mamona assim como o seu farelo, possui vários componentes tóxicos e
163
alergênicos. Embora seja rica em proteína bruta, precisa ser submetida a um processo de
164
destoxificação e desalergenização para ser usada com segurança. O farelo de mamona é o
165
subproduto da extração pelo processo químico com solvente, que possui teor de óleo
166
muito pequeno (cerca de 1%). Embora não seja comestível, este óleo é rico em ácido
167
ricinoléico representando em média, 90% do ácido graxo total presente (Fagundes et al.,
168
2005).
169
Alguns processamentos foram estudados para eliminar os princípios tóxicos e
170
alergênicos dos farelos e tortas de mamona. Santana (2010) trabalhou com farelo de
171
mamona, obtido após a obtenção da torta por prensagem, ocorrendo uma extração do óleo
172
residual, a partir da recuperação do etanol em temperatura elevada a 110°C por um
173
período de 15 minutos e após um procedimento de secagem em mesma temperatura para
174
a retirada dos componentes tóxicos. Entretanto, a autora avaliou outros tipos de
29
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
175
processamento (torta tradicional, processamento normal da usina sem NaOH, normal com
176
NaOH e secagem por dois ao sol, normal com NaOH e secagem por peletização e normal
177
sem NaOH e com alta temperatura no etanol). Foi observado que apenas a submissão da
178
torta de mamona em temperatura de 110°C, e com recuperação com etanol para retirada
179
do óleo, mas sem utilização do NaOH foi o processamento que houve melhor resultado.
180
Testando a desativação de epitopos alergênicos presentes no “pool” de albumina
181
2S purificada (1,0 mg/mL) e na torta de mamona (0,3 g/mL), Oliveira et al. (2010)
182
utilizaram o tratamento químico com compostos de cálcio [Ca(OH)2, CaCO3, CaO], com
183
soluções a 4% e a 8%, na proporção de 1:1 (v/v) por 12 horas. Estes tratamentos foram
184
conduzidos a 25°C. Os tratamentos promoveram uma redução na reatividade dos epitopos
185
alergênicos presentes na albumina 2S com óxido e com hidróxido de cálcio,
186
destoxificando as amostras de torta de mamona.
187
Outro método verificado por Silva et al. (2010) foi viabilidade do uso do
188
tratamento térmico com secador solar em farelo de mamona. Nesse processamento, o
189
farelo utilizado foi obtido a partir de sementes que foram trituradas e passaram por
190
prensagem mecânica, seguida de extração química a frio com hexano. O tratamento
191
comprovou a potencialidade da utilização do tratamento térmico, no entanto, os autores
192
comentaram que este tratamento poderia melhorar com a utilização de refletores externos
193
ou energia elétrica, acoplados.
194
Anandan et al. (2005) testaram diferentes métodos de destoxificação da ricina do
195
farelo de mamona. Dentre as metodologias testadas a autoclavagem com pressão de 15
196
psi a 123 ºC durante 60 minutos demonstrou eficiência com a eliminação dos princípios
197
tóxicos. Oliveira (2008) também verificou o efeito do tratamento térmico com autoclave a
198
1,23 kg/cm² (15 psi) durante 90 minutos e o tratamento alcalino com óxido de cálcio ou
30
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
199
óxido de cálcio, diluídos em água (1:10), na dose de 60 g/kg de farelo de mamona, que
200
confirmou a eficácia na desnaturação da ricina.
201
A fração alergênica da torta de mamona se trata de um conjunto de glicoproteínas
202
denominado CB-1A. Severino et al. (2005) relata que os alérgenos da mamona, assim
203
como a ricina, estão entre os alérgenos de maior toxicidade. O alérgeno CB-1A pode ser
204
destruído com adição de água e produtos químicos, sendo os melhores aditivos em ordem
205
decrescente: hidróxido de sódio + hipoclorito de sódio; hidróxido de cálcio (calcário);
206
bicarbonato de sódio; hidróxido de sódio e outro com hipoclorito de sódio (Severino,
207
2005).
208
Os maiores entraves, de acordo com Severino (2005), são a inexistência de
209
processos industriais de custo aceitável, viabilidade operacional e comprovadamente
210
eficazes na destoxificação e desalergenização, além de tecnologia para acompanhamento
211
da segurança do produto em escala comercial. No entanto, o tratamento adequado desse
212
material permite o aumento das receitas da cadeia produtiva e, consequentemente, a sua
213
rentabilidade (Alves et al., 2012).
214
215
2.3. Uso do farelo de mamona na alimentação de aves
216
217
A torta e o farelo de mamona destoxificados apresentam potencial para serem
218
utilizados na alimentação de aves em função principalmente do seu teor de proteína. Em
219
função deste alto valor proteico, os resíduos vêm sendo estudado como substituto para o
220
farelo de soja na alimentação animal, visando baratear os custos para o produtor rural e
221
fabricantes de rações.
222
Gadelha et al. (1973) trabalhando com frangos em crescimento constataram que a
223
medida que o nível de farelo de mamona desintoxicado é aumentado na ração, seu
31
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
224
consumo diminui, bem como o ganho de peso dos pintos. Fato semelhante foi visto por
225
Cândido et al. (2008) que utilizando a torta de mamona destoxificada na alimentação de
226
frangos de corte, observaram que, quando administrada acima de 15% da ração, ocorreu
227
redução no crescimento e aumentou a mortalidade em até 30%. Níveis variando de 2,5 a
228
10% de torta de mamona na ração proporcionaram crescimento satisfatório das aves.
229
A inclusão de farelo de mamona acima de 10%, conforme constatado por
230
Agbabiaka (2012) causaram redução no consumo médio de ração, ganho diário de peso e
231
conversão alimentar em frangos de corte, sendo o nível de 5% nas dietas da fase final
232
mostrou melhor resultado no desempenho. Da mesma forma, Olayeni et al. (2006)
233
trabalhando com farelo de mamona recomendou níveis para poedeiras abaixo de 14%,
234
não mostrando problemas quanto as características de desempenho.
235
Oso et al. (2011) verificaram o efeito da inclusão do farelo de mamona
236
fermentado na dieta de frangos em crescimento sobre o desempenho e a digestibilidade
237
dos nutrientes, hematologia e rendimento de carcaça, os autores constataram declínio
238
conforme aumentou-se a inclusão de farelo de mamona fermentado nas dietas,
239
possivelmente devido a presença residual de ricina e teor de fibras nas rações.
240
Ani (2007) trabalhando com níveis de 0, 10, 15 e 20% de farelo de mamona e três
241
níveis de L-lisina (0; 0,25 e 0,5%) constatou que o uso de níveis crescentes do farelo de
242
mamona piorou os resultados de desempenho, recomendando o seu uso para frangos de
243
corte na fase final o nível de 10% sem suplementação de lisina e nível de 15% quando
244
suplementado com L-lisina.
245
Akande et al. (2012) avaliando dietas contendo 10% de diferentes processamentos
246
de torta de mamona, obtidos por meio de diferentes processamentos que consistiram de
247
torta de mamona não desintoxificada, torta de mamona com lavagem com água e soda
248
caustica, torta de mamona fervida por 20 minutos e torta de mamona fermentada
32
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
249
anaerobicamente (3 dias), constataram que os frangos de corte apresentaram perda de
250
peso e mortalidade quando alimentadas com 100 g da dieta/kg da dieta sem tratamento,
251
enquanto as demais tortas apresentaram resultados semelhantes quanto a sobrevivência. O
252
peso das carcaças foi semelhante entre os tratamentos com torta de mamona tratada,
253
assim como os órgãos (pulmões, rim, fígado, coração e moela) constatando que no nível
254
de 10% para os tratamentos testados, a lavagem com água e soda cáustica foi o que
255
melhor apresentou resultado entre as tortas.
256
Utilizando diferentes farelos de mamona, de processamentos distintos, Santana
257
(2010) verificou que o peso dos órgãos (pâncreas, intestino delgado, conteúdo da moela,
258
rins, pulmão, coração e baço) foram maiores em relação à dieta com farelo de soja,
259
apenas o fígado apresentou resultado semelhante, isso provavelmente ocorreu devido ao
260
maior nível de fibra bruta nos diferentes tipos de farelo de mamona.
261
Akande e Odunsi (2012) utilizaram dietas com três níveis de inclusão de torta de
262
mamona (10, 15 e 20%) desintoxicadas para frangos de corte usando processamentos
263
combinando técnicas de fervura e fermentação (5 e 7 dias) ou lavagem da torta com água
264
quente com cinza de carvão. Os autores constataram que o consumo de ração e ganho de
265
peso foram semelhantes em dietas com torta de mamona fermentada e a dieta controle
266
nos níveis de até 10%. No entanto, a fervura com lavagem apresentou melhor resultado
267
podendo ser usado para desintoxicar, com a inclusão na dieta de até 15%, sem afetar os
268
parâmetros hematológicos e séricos das aves.
269
Santos (2011) utilizando farelo de mamona processado por extração via etanol
270
com recuperação do álcool a 110ºC por 15 minutos e secagem em alta temperatura
271
(110ºC) em dietas para codornas japonesas, nos níveis de 0, 5, 10, 15 e 20% constatou
272
que o teor de fibra do farelo de mamona comprometeu a produtividade e que níveis de até
273
10% na alimentação de codornas japonesas na fase de produção foram utilizados sem
33
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
274
comprometimento dos principais parâmetros produtivos e características de qualidade do
275
ovo.
276
277
2.4. Caracterização e utilização de enzimas na melhoria de utilização de alimentos
278
alternativos nas aves
279
280
Nas últimas décadas, ocorreram grandes avanços na avicultura em geral,
281
tornando-a mundialmente um dos segmentos mais desenvolvidos da agropecuária. O
282
sucesso na produção é resultado do conjunto de práticas zootécnicas, como o
283
melhoramento genético, nutrição, sanidade e manejo.
284
Os gastos com alimentação são elevados, acarretando em custos na produção
285
avícola. Segundo Lima (2005) as rações, além de correta do ponto de vista nutricional,
286
deverá reduzir o estresse dos animais, anular eventuais deficiências nutricionais, melhorar
287
a ação imunológica, viabilizar melhor desempenho e produzir produtos de melhor
288
qualidade (carne e ovos) e assim manter a lucratividade do agronegócio.
289
Nas rações para aves, o milho é a principal fonte energética, enquanto o farelo de
290
soja é a principal fonte proteica. Estes alimentos são responsáveis pela elevação do custo
291
total das rações, principalmente no Nordeste, que, para atender a demanda existente, tem
292
que importar estes ingredientes de outras regiões e até de outros países. Portanto, uma
293
busca por alimentos alternativos são constantes para diminuir os custos na alimentação
294
avícola (Sucupira et al., 2007).
295
As enzimas são usadas na elaboração de rações, adicionando na própria granja ou
296
incorporadas nas industriais de pré-misturas (premixes) ou suplementos às misturas de
297
vitaminas, minerais e outros aditivos. O uso de aditivos na alimentação, visando
298
melhorias no desempenho das aves, é feito desde a década de 1940.
34
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
299
Os benefícios gerados pelo uso das enzimas podem se observados na diminuição
300
dos custos com aumento da eficiência de ingredientes mais caros ou com aumento na
301
porcentagem de ingredientes baratos adicionados à ração (Lima, 2005). Assim, toda
302
substância intencionalmente adicionada ao alimento tem a finalidade de conservar,
303
intensificar ou modificar as suas propriedades, desde que não prejudique o seu valor
304
nutricional (Campestrini, 2005), como está definido na Instrução Normativa nº 13 de 30
305
de novembro de 2004 (BRASIL, 2004). Os aditivos enzimáticos não possuem função
306
nutricional direta, mas auxiliam o processo digestório, melhorando a digestibilidade dos
307
nutrientes da dieta.
308
Os ingredientes vegetais possuem normalmente fatores antinutricionais e/ou
309
substâncias que não são normalmente digeridas pelas enzimas digestivas e o uso de
310
enzimas específicas, permite a melhoria do aproveitamento destes compostos, com a
311
diminuição de eliminação de substâncias poluentes como nitrogênio e fósforo, através da
312
manipulação das formulações e das enzimas adicionadas (Bertechini, 2006). Além disso,
313
as enzimas têm sido consideradas como componentes naturais alternativos que favorecem
314
a redução do uso de antibióticos na alimentação animal. Esses componentes naturais, de
315
modo geral, não só melhoram a condição do epitélio intestinal, como também atuam
316
como moduladores na dieta (Barbosa et al., 2012).
317
Através da confirmação da eficiência de enzimas em dietas à base de cevada, foi
318
constatado um estimulo de seu uso consorciada com outros ingredientes (Strada et al.,
319
2005). Diversas preparações enzimáticas são rotineiramente utilizadas na alimentação
320
animal
321
biodisponibilidade dos nutrientes fornecidos pela alimentação para absorção pelos
322
animais.
como
aditivos
alimentares
zootécnicos.
Elas
atuam
aumentando
a
35
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
323
Os animais monogástricos, em geral, não possuem a capacidade endógena de
324
digerir as fibras. A utilização de enzimas exógenas se torna importante, pois estas
325
hidrolisam os polissacarídeos não amiláceos (PNAs) que podem ser potencialmente
326
utilizados pelo animal, aumentando o aproveitamento da energia presente nos alimentos
327
(Lima et al., 2007). Os mesmos autores comentam que as enzimas carboidrases,
328
produzidas por fungos do gênero Aspergillus, têm sido usadas para hidrolisar os PNAs,
329
aumentando a digestibilidade de alimentos.
330
A dificuldade na digestão da fibra, além de reduzir a energia do alimento, pode
331
prejudicar a utilização de todos os outros nutrientes, levando a um aumento do volume e
332
conteúdo das excreções (Gentilini et al., 2009). Além disso, os PNAs são fermentáveis no
333
intestino grosso, podendo os microrganismos produzir toxinas, causando lesões no
334
epitélio da mucosa e contribuir para o espessamento desta camada (Oliveira et al., 2008).
335
Strada et al. (2005) verificaram que a adição de complexo enzimático, contendo
336
protease, celulase e amilase, em rações à base de milho e farelo de soja para frangos de
337
corte de 22 a 42 dias de idade melhorou a eficiência de utilização da energia
338
metabolizável e dos aminoácidos, como metionina, metionina+cistina e lisina.
339
Cardoso et al. (2011), relataram que somente a enzima amilase, produzida pelo
340
pâncreas, pode hidrolisar o amido a unidades menores, passíveis de serem absorvidas. Tal
341
enzima apresenta especificidade atuando sobre ligações glicosídicas do tipo α-1,4. O uso
342
de enzimas carboidrases vem se acentuando, visando à utilização de alimentos que
343
possuem altas quantidades de polissacarídeos não-amídicos. Segundo Conte et al. (2002)
344
a função dessas enzimas seria melhorar a energia metabolizável e diminuir a viscosidade
345
da digesta, fator esse considerado antinutritivo, pois reduz a disponibilidade de todos os
346
nutrientes.
36
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
347
Santos et al. (2010) trabalharam com a inclusão de sorgo de alto tanino, com um
348
complexo enzimático, composto por fitase, protease, xilanase, β-glucanase, celulase,
349
amilase e pectinase na dieta de poedeiras sobre o desempenho produtivo e constataram
350
que a presença do complexo enzimático proporcionou aumento na produção de ovos e
351
melhorou a conversão alimentar por massa, mostrando uma alternativa viável para o uso
352
na alimentação destas aves.
353
Araujo et al. (2008) trabalhando com farelo de trigo (0, 3, 6 e 9%) e complexo
354
enzimático, contendo β-galactosidase, galactomananase, xilanase e α-glucanase na
355
alimentação de poedeiras semipesadas na fase de produção, constataram que o consumo
356
de ração, o peso vivo final, a produção de ovos, peso e massa de ovos e a conversão por
357
massa e por dúzia dos ovos piorou com o aumento dos níveis de farelo de trigo. Porém os
358
autores observaram que ao adicionarem o complexo enzimático nas dietas com farelo de
359
trigo estas características não diferiram da dieta testemunha, com exceção do peso do ovo
360
que foi superior.
361
362
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
363
364
365
366
367
368
369
370
371
372
373
374
375
376
377
378
379
AGBABIAKA, L. A. Growth response of broiler finishers fed graded levels of cooked
and fermented castor oil bean (Ricinus communus L.) meal. Science Research Reporter.
v. 2, n. 3. p. 183-186. 2012.
AKANDE, T. O.; ODUNSI, A. A. Nutritive value and biochemical changes in broiler
chickens fed detoxified castor kernel cake based diets. African Journal of
Biotechnology. v. 11, n. 12, p. 2904-2911. 2012.
AKANDE, T. O.; ODUNSI, A. A.; AKINWUMI, A. O. Carcass yield and
histopathological changes in meat type chickens fed raw and processed castor bean
(Ricinus communis Linn) cake. International Journal of Agricultural Sciences. v. 2, n.
4, p. 136-142. 2012.
ALVES, E. E. N.; SOUZA, C. de F.; INOUE, K. R. A. Produção de biogás e
biofertilizante a partir da biodigestão da torta de mamona com adição dejetos de animais.
Engenharia em Agronomia. v. 20, n. 6, p. 493-500. 2012. Disponível em:
37
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
380
381
382
383
384
385
386
387
388
389
390
391
392
393
394
395
396
397
398
399
400
401
402
403
404
405
406
407
408
409
410
411
412
413
414
415
416
417
418
419
420
421
422
423
424
425
426
427
428
<http://www.seer.ufv.br/seer/index.php/reveng/article/viewFile/293/238> Acesso em: 16
fev. 2013.
ANANDAN, S.; ANIL KUMAR, G. K. GHOSH, J. et al. Effect of different physical and
chemical treatments on detoxification of ricin in castor cake. Animal Feed Science and
Technology. v. 120, n. 1, p. 159-168. 2005.
ANI, A. O. Effects of graded levels of dehulled and cooked castor oil bean (Ricinus
communis L) meal and supplementary L-lysine on performance of broiler finishers.
Journal of Agriculture, Food, Environment and Extension. v. 6, n. 1. P. 89-97. 2007.
ARAUJO, D. de M.; SILVA, J. H. V. da.; MIRANDA, E. C. de. et al. Farelo de trigo e
complexo enzimático na alimentação de poedeiras semipesadas na fase de produção.
Revista Brasileira de Zootecnia. v. 37, n. 5, p. 843-848. 2008.
BANDEIRA, D. A.; CARTAXO, W. V.; SEVERINO, L. S. et al. Resíduo industrial da
mamona como fonte alternativa na alimentação animal. In: Congresso Brasileiro de
Mamona, 1, 2004, Campina Grande. Anais... Campina Grande, 2004. 7p.
BARBOSA, N. A. A.; SAKOMURA, N. K.; BONATO, M. A. et al. Enzimas exógenas
em dietas de frangos de corte: desempenho. Ciência Rural. v. 42, n. 8, p. 1497-1502.
2012.
BELTRÃO, N. E. de M. Torta de mamona (Ricinus communis L.): Fertilizante e
alimento. Comunicado Técnico. Campina Grande: EMBRAPA. 6p. 2002.
BENEVIDES, C. M. de J.; SOUZA, M. V.; SOUZA, R. D. B. et al. Fatores
Antinutricionais em Alimentos: Revisão. Segurança Alimentar e Nutricional. n. 18, v.
2, p. 67-79. 2011.
BERTECHINI, A. G. Nutrição de monogástricos. Lavras: Editora UFLA, 2006. 301p.
BERTECHINI, A. G. Situação atual e perspectivas para a coturnicultura no Brasil. In:
Simpósio Internacional, 4, Congresso Brasileiro de Coturnicultura, 3, 2010, Lavras.
Anais... Lavras, 2010. 6p.
BONETT, L. P.; BAUMGARTNER, M. S. T.; KLEIN, A. C. Compostos nutricionais e
fatores antinutricionais do feijão comum (Phaseolus vulgaris L.). Arquivos de Ciências
da Saúde da UNIPAR. v. 11, n. 3, p. 235-246. 2007.
BRASIL. Instrução Normativa nº3, de 30 de novembro de 2004, Aprova o
Regulamento Técnico sobre aditivos para produtos destinados à alimentação
animal. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil, Brasília, DF, 01 dez. 2004,
Seção 1, página 63.
BRITO, M. S. de; OLIVEIRA, C. F. S. de; SILVA, T. R. G. da. et al. Polissacarídeos não
amiláceos na nutrição de monogástricos – Revisão. Acta Veterinaria Brasilica. v. 2, n.
4, p. 111-117. 2008.
38
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
429
430
431
432
433
434
435
436
437
438
439
440
441
442
443
444
445
446
447
448
449
450
451
452
453
454
455
456
457
458
459
460
461
462
463
464
465
466
467
468
469
470
471
472
473
474
475
476
477
CAMPESTRINI, E.; SILVA, V.T.M.; APPELT, M.D. Utilização de enzimas na
alimentação animal. Revista Eletrônica Nutritime, v. 2, n. 6, p. 254-267, 2005.
CÂNDIDO, M. J. D.; BOMFIM, M. A. D.; SEVERINO, L. S. et al. Utilização de
coprodutos da mamona na alimentação animal. In: Congresso Brasileiro de Mamona, 3,
2008, Salvador. Anais... Salvador: Embrapa Algodão, 2008. Disponível em:
<http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/939880/1/AACUtilizacaodesubprodut
os.pdf> Acesso em: 30 jan. 2013.
CARDOSO, D. M.; MACIEL, M. P.; PASSOS, D. P. et al. Efeito do uso de complexo
enzimático em rações para frangos de corte. Revista Archivos de Zootecnia. v. 60, n.
232. P. 1053-1064. 2011.
CONTE, A. J.; TEIXEIRA, A. S.; BERTECHINI, A. G. et al. Efeito da fitase e xilanase
sobre a energia metabolizável do farelo de arroz integral em frangos de corte. Ciência e
Agrotecnologia. v. 26, n. 6, p. 1289-1296. 2002.
FAGUNDES, F. P.; BEZERRA, J. P.; GARCIA, M. A. et al. Avaliação das propriedades
do óleo de mamona na produção de biocombustível. In: Congresso Brasileiro de Petróleo
e Gás, 3, 2005, Salvador. Anais... Salvador: IBP, 2005. p. 1-6.
FARIA FILHO, D. E.; DIAS, A. N.; BUENO, C. F. D. et al. Subprodutos da mamona na
alimentação de aves. Revista Produção Animal Avicultura. Ed. 33, 2010.
FREITAS, A. C. de; FUENTES, M. de F. F.; FREITAS, E. R. Efeito de níveis de
proteína bruta e de energia metabolizável na dieta sobre o desempenho de codornas de
postura. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 3, p. 838-846, 2005.
FURTADO, R. N.; CARNEIRO, M. S. S.; CÂNDIDO, M. J. D. et al. Valor Nutritivo de
Dietas Contendo Torta de Mamona Submetida a Métodos Alternativos de Dextoxificação
para Ovinos. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. v. 64, n. 1, p.
155-162. 2012.
GADELHA, J. A.; FUENTES, M. de F. F.; MENDONÇA, H. L. et al. Substituição do
farelo de soja pelo de mamona desintoxicado em rações de pintos. Revista Ciência
Agronômica. v. 3, n. 1 e 2, p. 71-74. 1973.
GARCIA, S. D.; PERRI, S. H. V.; CHIERICE, G. et al. Avaliação da toxicidade
subaguda e multigeracional da ingestão de derivado do polímero de mamona em ratos.
Ciência Animal Brasileira. v. 10, n. 1, p. 219-225. 2009.
GENTILINI, F. P.; GONÇALVES, F. M.; NUNES, P. M. et al. Efeito de um complexo
enzimático na produção e na qualidade de ovos, nos níveis de proteínas plasmáticas e na
população bacteriana cecal em poedeiras semipesadas. Ciência Anima Brasileira. v. 10,
n. 2. p. 504-510. 2009.
GONÇALVES, C. A. V.; OLORIS, S. C. S.; SOTO-BLANCO, B. Avaliação da
capacidade da ricina inativada pelo calor para prevenção da intoxicação pela mamona
(Ricinus communis). Acta Veterinaria Brasilica. v. 3, n. 2, p. 84-87. 2009.
39
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
478
479
480
481
482
483
484
485
486
487
488
489
490
491
492
493
494
495
496
497
498
499
500
501
502
503
504
505
506
507
508
509
510
511
512
513
514
515
516
517
518
519
520
521
522
523
524
525
526
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATÍSTICA (IBGE). Produção da
Pecuária
Municipal
2010.
v.
38,
2010.
Disponível
em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/ppm/2010/ppm2010.pdf>
Acesso
em: 07 jan. 2013.
LIMA, C. C.; MENDONÇA, E. S.; SILVA, I. R. et al. Caracterização química de
resíduos da produção de biodiesel compostados com adição mineral. Revista Brasileira
de Engenharia Agrícola e Ambiental. v. 13, n. 3, p. 334-340. 2009.
LIMA, E. P. Estudo da estrutura e função da ricina e de tecnologia para o uso da torta de
mamona como alimento animal. In: Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Nordeste
de Educação Tecnológica, 2, 2007. João Pessoa. Anais... João Pessoa: II CONNEPI,
2007. 10p.
LIMA, F. R. de. Aditivos Zootécnicos: Enzimas. In: PALERMO NETO, J.
Farmacologia Aplicada à Avicultura. São Paulo: Roca, 2005. p. 239-248.
LIMA, M. R. de; SILVA, J. H. V. de; ARAUJO, J. A. de. et al. Enzimas exógenas na
alimentação de aves. Acta Veterinaria Brasilica. v. 1, n. 4, p. 99-110. 2007.
MORAES, V. M. B. de; ARIKI, J. Importância da Nutrição na Criação de Codornas e
Qualidades Nutricionais do Ovo e Carne de Codorna. In: Reunião Itinerante de
Fitossanidade do Instituto Biológico, 3., 2000, Mogi das Cruzes. Anais... Mogi das
Cruzes: Instituto Biológico de São Paulo, 2000. p. 97-103.
MOURA, G. de S; BARRETO, S. L. de T.; DONZELE, J. L. et al. Dietas de diferentes
densidades energéticas mantendo constante a relação energia metabolizável: nutrientes
para codornas japonesas em postura. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 37, n. 9, p.
1628-1633, 2008.
MURAKAMI, A. E.; SOUZA, L. M. G.; SAKAMOTO, M. I. Using processed feeds for
laying quails (Coturnix coturnix japonica). Brazilian Journal of Poultry Science. v. 10,
n. 4, p. 205-208. 2008.
NOGUEIRA, R. M. B.; ANDRADE, S. F. Toxicologia Veterinária. São Paulo: Roca,
2011. 323p.
NUNES, J. K.; GONÇALVES, F. M. DALLMANN, H. M. et al. Desenvolvimento do
sistema digestório de frangos de corte alimentados com farinha de batata doce. Archivos
de Zootecnia. v. 60, n. 232, p. 1105-1114. 2011.
OLAYENI, T. B.; OJEDAPO, L. O.; ADEDEJI, O. S. et al. Effects of feeding varying of
castor fruit meal (Ricinus communis) on performance characteristics of layers. Journal
of Animal and Veterinary Advances. v. 5, n. 6, p. 515-518. 2006.
OLIVEIRA, A. S. de. Co-produtos da extração de óleo de sementes de mamona e de
girassol na alimentação de ruminantes. 2008. 166 f. Tese (Doutorado em Zootecnia).
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2008.
40
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
527
528
529
530
531
532
533
534
535
536
537
538
539
540
541
542
543
544
545
546
547
548
549
550
551
552
553
554
555
556
557
558
559
560
561
562
563
564
565
566
567
568
569
570
571
572
573
574
OLIVEIRA, M. C. de; MARQUES, R. H.; GRAVENA, R. A. et al. Morfometria do
intestino delgado de frangos tratados com dietas adicionadas de mananoligossacarídeo e
complexo enzimático. Revista Biotemas. v. 21, n. 3. P. 135-142. 2008.
OLIVEIRA, N. D. de; FERNADES, K. V.; CRESPO, L. M. et al. Tratamento químico
inativa alérgenos e toxinas da torta de mamona (Ricinus communis L.). In: IV Congresso
Brasileiro de Mamona, 2010. Anais... João Pessoa.
OSO, A. O.; OLAYEMI, W. A.; BAMGBOSE, A. M. et al. Utilization of fermented
castor oil seed (Ricinus communis, L.) meal in diets for cockerel chicks. Revista
Archivos de Zootecnia. v. 60, n. 229, p. 75-82. 2011.
PASTORE, S. M.; OLIVEIRA, W. P. de; MUNIZ, J. C. L. Panorama da coturnicultura
no Brasil. Revista Eletrônica Nutritime. v. 9, n. 6, p. 2041-2049. 2012. Disponível em:
<http://www.nutritime.com.br/arquivos_internos/artigos/180%20Panorama%20da%20coturnicultura_.pdf> Acesso em: 21 jan. 2013.
PAULINO, P. V. R.; PORTO, M. O.; OLIVEIRA, A. S. et al. Integração lavoura
pecuária: utilização do pasto e subprodutos. In: Simpósio de Gado de Corte, 5, Viçosa.
2006. Anais... Viçosa, 2006. p. 159-220.
PINTO, R., FERREIRA, A. S.; ALBINO, L. F. T. et al. Níveis de Proteína e Energia para
Codornas Japonesas em Postura. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 31, n. 4, p. 17611770. 2002.
POMPEU, R. C. F. F.; CÂNDIDO, M. J. D.; PEREIRA, E. S. Desempenho produtivo e
características de carcaça de ovinos em confinamento alimentados com rações contendo
torta de mamona destoxificada em substituição ao farelo de soja. Revista Brasileira de
Zootecnia. v. 41, n. 3, p. 726-733. 2012.
ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. T. DONZELE, J. L. et al. Tabelas brasileiras para
aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 2ª Edição. Viçosa:
Universidade Federal de Viçosa, 2005. 186p.
SANTANA, J. C. N. de. Avaliação nutricional e energética dos farelos de mamona
sob diferentes processamentos para frangos de corte. 2010. 62 f. Dissertação
(Mestrado em Zootecnia). Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife. 2010.
SANTOS, P. A. dos. Avaliação do farelo de mamona processado na alimentação de
codornas japonesas. 2011. 79 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Departamento
de Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2011.
SANTOS, V. L.; LOPES, L. L.; BOSCHINI, C. et al. Complexo enzimático e alimento
alternativo no desempenho produtivo de poedeiras. In: Congresso de Iniciação Científica,
19 e Encontro de Pós Graduação, 12, 2010, Pelotas. Anais... Pelotas: UFPEL, 2010. p. 14.
41
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
575
576
577
578
579
580
581
582
583
584
585
586
587
588
589
590
591
592
593
594
595
596
597
598
599
600
601
602
603
604
605
606
SENS, R. F. Avaliação da suplementação das enzimas xilanase e β-mananase em
rações para perus. 2009. 70 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) – Setor
de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2009.
SEVERINO, L. S. O que sabemos sobre a torta de mamona. Campina Grande:
Embrapa Algodão, 2005. 31p.
SILVA, J. H. V.; JORDÃO FILHO, J. COSTA, F. G. P. et al. Exigências nutricionais de
codornas. In: Congresso Brasileiro de Zootecnia, 21, 2011, Maceió. Anais... Maceió:
UFAL, 2011. 15p.
SILVA, M. S.; MACEDO, L. C. M.; RAMALHO, S. A. et al. Avaliação do Teor da
Ricina Presente no Farelo de Mamona (Ricinus communis L.) Submetido a Tratamento
Térmico com Secador Solar. In: Congresso Brasileiro de Mamona, 4. e Simpósio
Internacional de Oleaginosas Energéticas, 1, 2010, João Pessoa. Anais... João Pessoa:
Embrapa Algodão, 2010. p. 1796-1800.
STRADA, E. S. de O.; ABREU, R. D.; OLIVEIRA, G. J. C. de. et al. Uso de Enzimas na
Alimentação de Frangos de Corte. Revista Brasileira de Zootecnia. (Suplemento) v. 34,
n. 6, p. 2369-2375. 2005.
SUCUPIRA, F. S., FUENTES, M. de F. F.; FREITS, E. R. Alimentação de codornas de
postura com rações contendo levedura de cana-de-açúcar. Ciência Rural, v. 37, n. 2, p.
528-532. 2007.
TOKARNIA, C. H.; DÖBEREINER, J. Imunidade cruzada pelas sementes de Abrus
precatorius e Ricinus communis em bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira. v. 17, n.
1, p. 25-35. 1997.
VILLELA, J. L. Criação de Codornas. Cuibá: SEBRAE/MT, 2006. 91p.
607
608
609
610
611
612
613
614
42
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
615
616
617
618
619
620
621
622
623
624
625
626
Capítulo 2
627
628
FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO NA RAÇÃO DE POSTURA PARA
629
CODORNAS JAPONESAS
630
631
632
633
634
635
636
637
638
639
640
641
642
643
644
645
43
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
646
Farelo de mamona autoclavado na ração de postura para codornas japonesas
647
648
RESUMO: objetivando avaliar o efeito da utilização do farelo de mamona autoclavado
649
(FMA) em rações de codornas japonesas em postura. Foram selecionadas duzentas e dez
650
codornas pela produção e uniformidade de peso e distribuídas em delineamento
651
inteiramente casualizado com cinco tratamentos e sete repetições de seis aves cada.
652
Foram avaliadas uma dieta referência (sem FMA) e quatro dietas com 7, 14, 21 e 28% de
653
FMA, durante três ciclos de 21 dias, visando avaliar o desempenho e a qualidade dos
654
ovos. O peso do ovo e albúmen, porcentagem de postura e casca, massa de ovos e
655
conversão alimentar (g/g) apresentaram um efeito linear platô e a coloração da gema
656
apresentou um efeito cúbico conforme as aves foram submetidas às dietas. A gravidade
657
especifica apresentou um efeito linear e a conversão alimentar (g/dz) um comportamento
658
quadrático conforme aumentava a inclusão de FMA. Os resultados permitem concluir que
659
para se obter melhor desempenho, níveis de até 7% de FMA são recomendados para a
660
inclusão em rações para codornas em postura.
661
662
Palavras-chave: ave, Coturnix coturnix japonica, fatores antinutricionais, Ricinus
663
communis, postura
664
665
666
667
668
669
670
44
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
671
Autoclaved castor meal in the ration of laying Japanese quail
672
673
ABSTRACT: to evaluate the effect of the use of castor meal autoclaved (FMA) in diets
674
of laying quails. We selected two hundred and ten quail for production and weight
675
uniformity and distributed in a completely randomized design with five treatments and
676
seven replications of six birds each. We evaluated a diet reference (without AMF) and
677
four diets with 7, 14, 21 and 28% of AMF for three cycles of 21 days to evaluate the
678
performance and egg quality. The egg weight and albumen and shell egg production, egg
679
mass and feed conversion (g / g) had an effect linear plateau and yolk color presented a
680
cubic effect as the birds were subjected to diets. The specific gravity presented a linear
681
effect and feed conversion (g / dz) a quadratic effect increased as the inclusion of FMA.
682
The results show that to obtain better performance, levels of up to 7% of FMA are
683
recommended for inclusion in diets of laying quails.
684
685
Keywords: protein food, bird, Coturnix coturnix japonica, antinutritional factors, posture
686
687
688
689
690
691
692
693
694
695
696
697
698
699
45
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
700
INTRODUÇÃO
701
702
A mamona (Ricinus communis L.) é uma das culturas escolhidas para estimular a
703
produção do biodiesel, produto renovável e menos poluente em relação ao diesel.
704
Constitui uma atividade econômica capaz de engajar-se em vários programas sociais e
705
econômicos. Além de ser rústica, a utilização requer poucos agrotóxicos e adaptar-se
706
perfeitamente a regiões semiáridas do Nordeste (Freitas e Fredo, 2005).
707
Na produção do biodiesel são gerados resíduos e co-produtos que devem ser
708
aproveitados, de forma que toda a cadeia de produção seja sustentável e economicamente
709
viável. A torta assim como o farelo é um importante coproduto da cadeia produtiva da
710
mamona e a possibilidade de aumento na produção nacional faz crescer a necessidade de
711
agregação de valor, como adubo orgânico ou como alimento para os animais (Severino,
712
2005).
713
Esta planta apresenta uma glicoproteína solúvel em água de elevada toxicidade, a
714
ricina. Segundo Gonçalves et al. (2009) e Filippe (2009) esta toxina apresenta duas
715
cadeias, A e B de aproximadamente 30 kDa unidas por uma ligação dissulfeto. A cadeia
716
B se liga a proteínas que contém galactosídeo na superfície celular e a cadeia A é
717
enzimaticamente ativa (Fernandes et al., 2008). Na sua forma enzimática ativa a ricina
718
tem como mecanismo de ação, atuações diferenciadas das cadeias A e B. A cadeia A da
719
ricina é uma enzima com atividade N-glicosídica que permite a remoção de um resíduo
720
de adenina no RNA ribossomal 28s e causa a inativação específica e reversível dos
721
ribossomos eucarióticos, bloqueando a síntese de proteína (Lord et al., 1994). A cadeia B
722
se liga a carboidratos presentes na célula, promovendo a endocitose da toxina no citosol
723
(Silva et al., 2012).
46
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
724
Muito diferente da ricina, a ricinina é uma substância fisiologicamente ativa que
725
tem ação estimulante do sistema nervoso central, embora o mecanismo de ação segundo
726
Brito e Chierice (2011) ainda não seja conhecido. É encontrada em toda a planta e de
727
acordo com Cândido et al. (2008) sua concentração é alta na cápsula do fruto (de 739 a
728
1.664 mg/100), média na casca da semente (de 258 a 431 mg/100) e pequena no
729
endosperma (de 31 a 77 mg/100).
730
Hoffman et al. (2007) mencionaram que o uso do farelo e da torta como alimento
731
para os animais, em escala experimental é facilmente destoxificado através de
732
tratamentos térmicos e químicos. Anandan et al. (2005) mencionaram que os tratamentos
733
com autoclave a 15 psi, por 60 minutos e a utilização de hidróxido de cálcio [Ca(OH)2] a
734
60°C por 8 horas também removeu totalmente a ricina.
735
Santos (2011) trabalhando com farelo de mamona destoxificado descreveu que a
736
inclusão de níveis de até 10% na alimentação de codornas japonesas na fase de produção,
737
não comprometeu os principais parâmetros produtivos e a qualidade do ovo, neste estudo
738
os níveis de 15 e 20% do farelo de mamona afetou os parâmetros de desempenho devido
739
o aumento do teor de fibra nas dietas.
740
741
Sendo assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o uso do farelo de mamona
autoclavado no desempenho e na qualidade dos ovos de codornas japonesas em postura.
742
743
MATERIAL E MÉTODOS
744
745
O experimento foi realizado no Laboratório de Digestibilidade de Não-
746
Ruminantes (LADNR), localizado no Departamento de Zootecnia da Universidade
747
Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Foram utilizadas 300 codornas japonesas,
748
oriundas da Granja Fujikura (Suzano – SP), fêmeas, com um dia de idade. As aves foram
47
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
749
alojadas e recriadas em piso até 38 dias de idade, recebendo ração formulada segundo
750
exigências descritas por Silva e Costa (2009). Todas as codornas foram vacinadas contra
751
Marek, Gumboro, New Castle e Bouba Aviária, de acordo com o programa de vacinação
752
pré-estabelecido.
753
Aos 39 dias de idade, as aves foram alojadas em gaiolas de arame galvanizado (33
754
cm x 25 cm x 20 cm), dispostas em dois andares, instaladas em uma sala de alvenaria
755
climatizada. Com 49 dias de idade, as aves foram pesadas individualmente quando foi
756
iniciado o período pré-experimental. As unidades experimentais foram reavaliadas aos 57
757
dias de idade para que todas apresentassem a mesma produção de ovos. Duzentas e dez
758
codornas, de acordo com o peso e produção, foram distribuídas em delineamento
759
inteiramente casualizado, com cinco tratamentos, sete repetições e seis aves por unidade
760
experimental. No início do experimento as aves apresentaram peso médio de 165,7
761
gramas e índice de postura médio acima de 90%. O período experimental durou 63 dias, o
762
equivalente a três ciclos de 21 dias.
763
Durante toda a fase de postura, as codornas receberam 17 horas de luz/dia e a
764
temperatura no interior da sala foi monitorada diariamente, uma vez ao dia (9:00 horas),
765
por meio da utilização de termômetros de máxima e mínima. As aves receberam ração
766
duas vezes ao dia (8 e 15 horas) e água à vontade. Os ovos foram colhidos uma vez ao dia
767
(8:30 horas), com anotação, em fichas apropriadas da frequência de postura e da
768
mortalidade.
769
Foram formuladas cinco dietas, sendo uma dieta referência à base de milho e
770
farelo de soja e outros quatro com diferentes níveis de inclusão do farelo de mamona
771
autoclavado (7, 14, 21 e 28%) cuja composição bromatológica se encontra na Tabela 1,
772
constituindo os cinco tratamentos experimentais (Tabela 2). O farelo de mamona não
773
tratado, obtido por uso de solvente foi proveniente da Usina de Biodiesel localizada no
48
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
774
município de Pesqueira – PE. Antes de iniciar o experimento, no Departamento de
775
Zootecnia da UFRPE, este farelo foi tratado com óxido de cálcio a 6% e posteriormente
776
autoclavado em pressão de 1,23 kfg/cm² e 104ºC por um período de 90 minutos, e após
777
este processo o farelo foi seco ao sol até que o material pudesse ser armazenado e
778
triturado.
779
780
Tabela 1 – Composição bromatológica dos ingredientes utilizadas na composição das rações das codornas em postura
Ingredientes
Composição Bromatológica
Milho (grão)
Farelo de soja
Farelo de mamona
autoclavado
Proteína Bruta (%)
7,29
44,98
27,92
EMAn
3440
2330
2267
Fibra Bruta (%)
1,73
5,37
27,62
Cinzas (%)
1,27
5,83
5,85
Gordura (%)
3,65
1,66
9,68
Cálcio (%)
0,03
0,24
4,95
Fósforo Total (%)
0,25
0,56
0,89
Fósforo Disponível (%)
0,06
0,22
0,28
Arginina Total (%)
0,35
3,32
2,29
Histidina Total (%)
0,21
1,19
0,40
Isoleucina Total (%)
0,24
2,15
1,25
Leucina Total (%)
0,87
3,48
1,91
Metionina+Cistina Total (%)
0,30
0,61
0,76
Metionina Total (%)
0,15
0,61
0,43
Lisina Total (%)
0,21
2,77
0,56
Treonina Total (%)
0,29
1,80
0,08
Triptofano Total (%)
0,05
0,64
0,41
Valina Total
0,34
2,23
1,27
781
782
Nas formulações das rações experimentais (Tabela 2), foram utilizadas as recomendações
783
das exigências nutricionais descritas por Silva e Costa (2009) e a composição de
784
alimentos segundo Rostagno et al. (2011).
785
786
787
788
789
790
791
792
49
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
793
794
795
796
797
798
799
Tabela 2 – Composição percentual e calculada das rações experimentais de acordo com o nível de inclusão do farelo de
mamona autoclavado
Nível de inclusão de farelo de mamona na ração (%)
Ingrediente (%)
0
7
14
21
28
Milho
45,322
43,113
40,977
38,840
36,703
Farelo de Soja
41,381
37,272
32,991
28,710
24,429
Farelo de Mamona
0,000
7,000
14,000
21,000
28,000
Calcário Calcítico
6,925
6,083
5,240
4,397
3,554
Óleo de Soja
3,722
3,870
4,036
4,202
4,367
Fosfato Bicálcico
1,523
1,473
1,425
1,377
1,329
Premix Vitamínico1
0,180
0,180
0,180
0,180
0,180
Premix Mineral2
0,120
0,120
0,120
0,120
0,120
Sal Comum (NaCl)
0,586
0,587
0,588
0,588
0,589
DL-Metionina
0,141
0,146
0,153
0,161
0,168
Cloreto de Colina
0,100
0,100
0,100
0,100
0,100
L-Lisina HCl
0,000
0,048
0,155
0,262
0,369
L-Treonina
0,000
0,008
0,036
0,063
0,091
Composição calculada (%)
EMAn (kcal/kg)
2850
2850
2850
2850
2850
Proteína bruta calculada (%)
22,00
22,00
22,00
22,00
22,00
Proteína bruta analisada (%)
20,51
20,90
20,82
19,93
20,70
Fibra bruta (%)
3,006
4,688
6,361
8,035
9,708
Gordura
6,025
6,659
7,310
7,961
8,611
Cálcio (%)
3,15
3,15
3,15
3,15
3,15
Fósforo Disponível
0,400
0,400
0,400
0,400
0,400
Lisina Total
1,241
1,200
1,200
1,200
1,200
Metionina+Cistina total (%)
0,801
0,800
0,800
0,800
0,800
Metionina total (%)
0,460
0,466
0,475
0,483
0,491
Treonina total (%)
0,876
0,860
0,860
0,860
0,860
Leucina total (%)
1,834
1,806
1,772
1,7381
1,704
Triptofano total (%)
0,287
0,289
0,289
0,289
0,289
Sódio (%)
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
1,2
Níveis de garantia por quilo do produto: Composição por kg do produto: Fe 50000mg; Co 200 mg; Cu 8500mg; Mn
75000mg; Zn 70000mg; Se 250mg; I 1500mg; Ác. Fólico 500mg; Ác. Pantotênico 13,5g; Niacina 30g; Vit. A
10000000 UI; Vit. D3 2000000 UI; Vit. K3 4000mg; Vit. B2 5000mg; Vit. B6 2000mg; B12 10000 mcg; Vit. E 20000
mg.
800
Para as variáveis de desempenho zootécnico foram realizadas a contagem e
801
pesagem dos ovos diariamente e semanalmente foram quantificadas as sobras de ração e
802
o peso médio dos ovos, para determinar as seguintes características: produção média de
803
ovos por ave/dia (%), o consumo de ração (g/ave/dia), o peso dos ovos (g), a massa de
804
ovos (g/ave/dia, calculada dividindo-se o número de ovos produzidos pelo peso médio do
805
ovo em g para cada repetição e em cada período) e a conversão alimentar (g de ração por
806
massa e por dúzia de ovos, que foi obtida dividindo-se o consumo médio de ração por
807
gramas de massa de ovos produzidos, conversão g/g) e o consumo médio de ração por
808
dúzia de ovos produzidos (conversão g/dz).
50
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
809
A qualidade dos ovos foi determinada pelas medidas de peso médio dos ovos (g),
810
gravidade específica do ovo, unidade Haugh, determinação dos pesos da gema (g), casca
811
(g) e albúmen (g), porcentagens da gema, do albúmen e da casca, espessura da casca
812
(mm) e cor da gema (leque DSM/Roche). Para determinar o peso médio do ovo, estes
813
foram pesados semanalmente.
814
A gravidade específica do ovo foi mensurada pelo método de imersão em solução
815
salina. Para essa finalidade, em baldes devidamente identificadas, foram preparadas dez
816
soluções de água destilada, com temperatura média de 22ºC, e sal comum (NaCl) com
817
densidades que variaram de 1,050 a 1,100 g/cm³, com aumento de 0,005g/cm³ em cada
818
solução, segundo metodologia descrita por Hamilton (1982). As densidades das soluções
819
salinas foram confirmadas com a utilização de um densímetro de massa específica 20ºC
820
g/ml.
821
Para determinação da altura do albúmen os ovos foram quebrados e, seu conteúdo
822
(albúmen+gema) foram colocados sobre uma superfície de vidro plana e nivelada. Em
823
seguida, foi mensurada a altura do albúmen (mm) por meio da leitura do valor indicado
824
através de um paquímetro digital. De posse dos valores do peso do ovo (g) e altura do
825
albúmen (h, mm), foi utilizada a fórmula UH = 100 log (h + 7,57 – 1,7w0,37), descrita por
826
Pardi (1977) para o cálculo da Unidade Haugh. Para a determinação da porcentagem da
827
gema e da casca, as gemas foram separadas manualmente e pesadas e suas cascas
828
posteriormente secas em estufa de ventilação forçada por 24 horas a 105ºC e pesadas.
829
O peso do albúmen foi obtido pela diferença entre o peso do ovo com os pesos da
830
casca e da gema. O cálculo da porcentagem de gema e da casca foi feito de acordo com o
831
peso da gema e da casca em relação ao peso do ovo. A porcentagem de albúmen foi
832
determinada em relação ao peso do ovo através da diferença pela fórmula 100-(% de
833
gema + % de casca). Para a espessura de casca, incluindo as membranas, foram utilizados
51
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
834
os mesmos ovos que foram quebrados para a determinação da qualidade do albúmen. As
835
cascas foram lavadas cuidadosamente para a retirada dos resíduos de albúmen que ainda
836
permanecem em seu interior. Depois de lavadas, as cascas foram colocadas em um
837
suporte e deixadas para secar de um dia para o outro à temperatura ambiente. Depois de
838
secas, foram realizadas as medidas em dois pontos distintos na área centro-transversal por
839
um paquímetro digital para obtenção da medida da espessura.
840
Para a colorimetria, dois avaliadores de visão normal utilizaram o leque
841
colorimétrico DSM/Roche® (abanico), na qual a cor da gema foi comparada a uma escala
842
de cores do abanico, e de acordo com a semelhança visual foi atribuído um valor entre
843
um e quinze. A numeração do abanico segue uma escala crescente de cor, sendo o que o
844
valor um, indicando uma menor pigmentação (próximo ao bege) e o valor 15, uma
845
pigmentação mais próxima ao vermelho (Galobart et al., 2004).
846
Os efeitos dos níveis de inclusão de farelo de mamona nas foram avaliados através
847
da análise de variância (ANOVA) e para a comparação das médias dos resultados obtidos
848
foi utilizado o teste de Dunnett (a 5% de probabilidade). As análises estatísticas dos
849
dados foram realizadas utilizando-se o programa SAS (2000).
850
851
RESULTADOS E DISCUSSÃO
852
853
No decorrer do período experimental, a temperatura média registrada na sala foi
854
de 27,4ºC, com mínima de 24,8ºC e máxima de 30,0ºC. A umidade relativa média do ar
855
foi de 68,3%.
856
857
Na Tabela 3 estão apresentadas as médias e a análise estatística para os dados de
desempenho das codornas.
858
52
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
859
860
861
862
Tabela 3 - Média e desvio padrão para os parâmetros de desempenho de codornas alimentadas com ração contendo
níveis de farelo autoclavado de mamona.
Consumo de
Porcentagem de
Peso do ovo, g
Massa de ovo, Conversão alimentar,
Conversão
ração, g/dia
postura, %
g/dia
g/dz
alimentar, g/g
0
27,3 ± 1,2 A
88,83 ± 3,63 A
10,8 ±,0,08 A
9,63 ± 0,42 A
369,6 ± 6,2 BA
2,845 ± 0,052 B
7
27,0 ± 0,5 A
89,11 ± 1,35 A
10,8 ± 0,04 A
9,64 ± 0,16 A
364,4 ± 11,2 BA
2,811 ± 0,088 B
14
26,8 ± 0,7 A
90,25 ± 1,64 A
10,7 ± 0,14 A
9,71 ± 0,26 A
356,5 ± 7,0 B
2,767 ± 0,064 B
21
26,4 ± 0,4 A
88,98 ± 1,41 A
10,4 ± 0,07 B
9,23 ± 0,16 A
357,6 ± 4,1 B
2,871 ± 0,037 B
28
25,7 ± 0,6 A
80,19 ± 2,60 B
10,2 ± 0,11 B
8,21 ± 0,27 B
383,8 ± 8,0 A
3,133 ± 0,058 A
Média
26,6 ± 0,3
87,47 ± 1,15
10,6 ± 0,06
9,28 ± 0,15
366,4 ± 3,6
2,885 ± 0,034
Análise de Regressão
Prob
0,5709
0,0335
0,0001
0,0029
0,1323
0,0068
M
NS
PL
PL
PL
Q
PL
L
0,1080
0,0263
<0,0001
0,0009
0,3986
0,0062
Q
0,7183
0,0266
0,0999
0,0159
0,0231
0,0071
C
0,8108
0,2656
0,3671
0,4876
0,2786
0,4313
DR
0,9746
0,9257
0,3110
0,7989
0,9513
0,7950
Médias em cada coluna para os níveis de farelo de mamona autoclavado que aparecem seguidas de letras distintas
diferem pelo teste de Tukey ao nível de p=0,05.
863
864
Quando as médias foram submetidas ao teste de Tukey não foram observadas
865
diferenças significativas para consumo de ração (p>0,05). Apesar do farelo de mamona
866
apresentar alto teor de fibra bruta, o consumo médio de ração (CMR) não diferiu (p>0,05)
867
entre as dietas. Entretanto, Santos (2011) encontrou diferença significativa quanto ao
868
consumo de ração, ocorrendo um efeito quadrático, piorando as médias conforme
869
aumentava o nível de farelo de mamona processado em dietas de codornas em postura.
870
Segundo Murakami e Ariki (1998) o tempo de passagem do alimento no trato
871
digestório de codornas é de 1 a 1,5 horas mais rápido, portanto que em relação em
872
galinhas que consiste de 3 a 5 horas. Além disso, os autores comentam que as codornas
873
apresentam melhor aproveitamento da energia proveniente de fibra da ração, o que pode
874
estar relacionado ao maior tamanho relativo do ceco, resultando em maior digestibilidade
875
da fibra.
876
877
A porcentagem de postura, peso do ovo, massa de ovos (g/dia) e conversão
alimentar (g/g) mostraram um efeito platô (Figura 1, 2, 3 e 4).
878
879
53
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
Figura 1 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a conversão alimentar (g de ração/g de ovo) em
ovos de codornas e sua respectiva equação
Figura 2 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a conversão alimentar (g de ração/dúzia de ovos)
em ovos de codornas e sua respectiva equação
Pela análise de regressão mostrou que a porcentagem de postura e conversão
alimentar por grama de ovo com a inclusão do farelo de mamona autoclavado (FMA) se
manteve constante até o nível de 21%, piorando no nível de 28%.
Santos (2011) encontrou efeito quadrático para conversão alimentar por massa de
ovo, não havendo diferenças significativas até o nível de 15%. No entanto, houve
diferença no nível de 20% de farelo de mamona, piorando a conversão alimentar por
massa de ovo.
54
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
Figura 3 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a produção de massa de ovo (g/dia) em ovos de
codornas e sua respectiva equação
Considerando que a massa de ovos é calculada multiplicando-se o número pelo
peso médio dos ovos produzidos, esse resultado era esperado, uma vez que o peso do ovo
foi influenciado pelos níveis de farelo de mamona avaliados. A análise de regressão
mostrou um efeito platô para peso do ovo conforme se aumentava o nível de FMA nas
dietas (Figura 3).
Figura 4 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a porcentagem de postura (%) em ovos de
codornas e sua respectiva equação
Pelo teste de médias, foram observadas diferenças significativas (p>0,05) para
porcentagem de postura e para massa de ovos (MO) (g/dia) e conversão alimentar por
grama de ovos, onde a dieta referência diferiu apenas em relação aos demais tratamentos
quando foram alimentadas com 28% de FMA que apresentaram pior resultado. Para o
peso dos ovos já houve redução do peso (p>0,05) em aves alimentadas com FMA a partir
de 14%.
55
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
Figura 5 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso do ovos (g) em ovos de codornas e sua
respectiva equação
880
881
O peso do ovo é dependente da ingestão diária de proteína, pois as poedeiras
882
dependem da ingestão diária deste nutriente para suprir suas exigências (Freitas et al.,
883
2005). Embora os ovos de codornas sejam na maioria comercializados por unidade e não
884
por peso, a utilização de níveis mais altos de farelo de mamona pode comprometer o
885
tamanho dos ovos, deixando-os fora do padrão, podendo prejudicar a sua
886
comercialização.
887
O alto teor de fibra na ração prejudica a utilização dos nutrientes, uma vez que a
888
fibra atua como barreira física, impedindo a penetração das enzimas endógenas na
889
digesta, reduzindo os processos digestivos e absorção dos nutrientes (Janssen e Carré,
890
1989). Além disso, os polissacarídeos não-amidicos são pouco digeridos por aves e
891
suínos, sendo fermentados pela microflora intestinal, produzindo ácidos graxos voláteis.
892
Rodríguez-Palenzuela et al. (1998) e Tarvenari et al. (2008) ressaltaram que o alto
893
teor de fibra nos alimentos pode alterar a densidade das rações, podendo levar ao
894
aumento da absorção de água, aumentando a viscosidade do fluído, interferindo na
895
difusão dos nutrientes e das enzimas digestivas e suas interações com a mucosa intestinal.
896
Os resultados encontrados neste experimento podem ser explicados pela presença destes
897
efeitos, tendo em vista que o teor de fibra das dietas aumentou com o nível de inclusão do
898
farelo de mamona autoclavado (FMA).
56
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
899
Braga et al. (2005) avaliaram o desempenho de poedeiras em produção
900
alimentadas com rações contendo níveis crescentes de farelo de coco (0, 5, 10, 15 e 20%)
901
e observaram que o fornecimento desse subproduto aumentou o percentual de fibra bruta
902
da dieta de 2,08 para 4,5%. Os autores afirmaram que a produção e a massa de ovos
903
foram reduzidas em valores absolutos, mas não houve diferença estatística para essas
904
variáveis. Afirmaram ainda que o consumo de ração pelas aves foi estatisticamente
905
reduzido, devendo-se ter cautela na utilização de ingredientes que reduzem o consumo,
906
ainda que não afetem outras variáveis de desempenho.
907
Os parâmetros de qualidade externa e interna dos ovos, peso do ovo (PO),
908
gravidade específica (GE), espessura da casca (Esp), unidade Haugh (UH) e coloração da
909
gema (CG) estão representados na Tabela 4. Os dados de Espessura e UH, não diferiram
910
significativamente (p>0,05) entre os tratamentos.
911
912
913
914
915
916
917
Tabela 4 - Média e desvio padrão para os parâmetros de qualidade de ovos de codornas alimentadas com ração
contendo níveis de farelo autoclavado de mamona.
Peso do ovo, g
Gravidade específica,
Espessura da casca,
Índice de cor da
Unidade Haugh
g/ml
mm
gema
0
10,80 ± 0,07 A
1,072 ± 0,001 A
0,126 ± 0,003 A
4,20 ± 0,06 C
87,41 ± 0,63 A
7
10,78 ± 0,15 A
1,071 ± 0,001 BA
0,133 ± 0,003 A
4,69 ± 0,10 A
87,94 ± 0,26 A
14
10,72 ± 0,10 A
1,070 ± 0,001 BC
0,129 ± 0,003 A
4,53 ± 0,08 BA
88,09 ± 0,20 A
21
10,32 ± 0,09 B
1,068 ± 0,001 C
0,129 ± 0,002 A
4,47 ± 0,07 BA
87,78 ± 0,24 A
28
10,12 ± 0,09 B
1,067 ± 0,001 C
0,128 ± 0,002 A
4,40 ± 0,06 BC
87,19 ± 0,45 A
Média
10,55 ± 0,06
1,070 ± 0,0005
0,129 ± 0,001
4,46 ± 0,04
87,68 ± 0,17
Análise de Regressão
Prob
0,0004
0,0018
0,4412
0,0028
0,4497
M
LP*
L*
NS
C*
NS
L
<0,0001
<0,0001
0,8871
0,4449
0,6344
Q
0,1132
0,6559
0,2075
0,0017
0,0708
C
0,4988
0,7918
0,2130
0,0130
0,9373
DR
0,3925
0,5118
0,4652
0,2109
0,9325
Médias em cada coluna para os níveis de farelo de mamona autoclavado que aparecem seguidas de letras distintas
diferem pelo teste de Tukey ao nível de p=0,05. *LP = Linear Platô, ŷ = 10,79 se x≤ 11,40 e ŷ = 11,276 -0,04229x se
x> 11,40 (R2= 0,9819). L*= Linear, ŷ =-0,0002x+1,0722 (R2= 0,9698). C* = Cúbica, ŷ = 0,0002x3 – 0,0081x2 +
0,1107x + 4,2104 (R2= 0,9244).
918
919
Os dados médios para peso do ovo e gravidade específica diferiram
920
significamente (p<0,001) entre os tratamentos. O teste de Tukey mostrou resultado
921
semelhante para até o nível de 7% de inclusão do FMA nas dietas para gravidade
57
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
922
específica. Para o peso do ovo (g) a análise de regressão mostrou efeito linear platô
923
conforme aumentava o nível de FMA. Na Figura 2 está representado graficamente o
924
efeito sobre a cor da gema das codornas em postura.
925
926
927
928
929
930
Figura 6 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o índice de cor da gema em ovos de codornas e sua
respectiva equação
931
Existem dois pontos relevantes (x,y) para índice de cor de gema. Para a estimativa
932
de resposta máxima no parâmetro avaliado em x=9,38 % de inclusão de farelo
933
autoclavado de mamona estima-se um índice de cor de 4,66. E, para a estimativa de
934
resposta mínima no parâmetro avaliado em x=24,89 % de inclusão de farelo autoclavado
935
de mamona estima-se um índice de cor de 4,37. O efeito cúbico é resultante de vários
936
fatores influentes que atuam simultaneamente e se combinam. A média geral para índice
937
de cor de gema foi de 4,46 e este valor é superior ao índice obtido ao tratamento nível
938
zero (sem uso de farelo autoclavado de mamona) cujo valor foi de 4,20. Potencialmente a
939
característica da cor do milho influenciou com a ausência de uma cor de brilho mais
940
intenso de alaranjado para vermelho e pela presença de uma cor de amarelo pálido e seja
941
responsável por este resultado de 4,20 considerado baixo.
58
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
942
Tavernari et al. (2009) comenta que no caso de dietas contendo elevado teor de
943
fibra, para o melhor aproveitamento energético é necessário a inclusão de óleo vegetal
944
nas rações. O efeito extracalórico apresenta um efeito benéfico provocando uma melhora
945
na palatabilidade e na conversão alimentar. Entretanto, é provável, que devido à adição
946
de óleo ter sido crescente ao adicionar no FMA, por ocasião de maior quantidade de fibra
947
na ração, os níveis de 21 e 28% de FMA e alto teor de cálcio nas rações, com isso pode
948
ter ocorrido uma saponificação, prejudicando a absorção da gordura e do cálcio e
949
proporcionado uma redução na pigmentação, mesmo estando maior que a dieta
950
testemunha, mas não de forma significativa.
951
A cor da gema é um critério de avaliação de qualidade pelo consumidor ou
952
indústria. Entretanto, o ovo de codorna geralmente é consumido cozido e inteiro, ao
953
contrário do ovo de galinha, que é submetido à cocção, fritura ou processamento pela
954
indústria alimentícia. Com isso, a cor da gema do ovo de codorna se torna um atributo de
955
importância econômica secundária ou de pouca relevância (Moura et al., 2010).
956
Apesar da queda do peso e da gravidade específica dos ovos conforme foi
957
aumentado o nível de inclusão do farelo de mamona, as médias de peso se mantiveram na
958
faixa de 10 g, como mostrado na Tabela 4. Segundo Moraes e Ariki (2009) este peso é
959
considerado médio para a codorna japonesa e os autores citam que pode haver uma
960
variação de 7 a 15 g no peso dos ovos.
961
A gravidade específica é uma estimativa da quantidade de casca depositada no
962
ovo e está relacionada com a sua porcentagem. De acordo com Scott (1995) a gravidade
963
específica do ovo acima de 1,08 é uma boa referência para a boa qualidade da casca. Os
964
resultados encontrados neste trabalho foram inferiores aos encontrados por Santos (2011),
965
que foram de 1,095. No entanto, os valores encontrados ficaram próximos de outros
59
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
966
autores que estudaram outros ingredientes alternativos (Araujo et al., 2011; Garcia et al.,
967
2012).
968
A inclusão do farelo de mamona autoclavado interferiu devido à presença da fibra
969
bruta da dieta, prejudicando a absorção dos nutrientes. A proteína fornece aminoácidos
970
necessários para o crescimento e produção de ovos. Assim, com o aumento do teor de
971
fibra nas rações, a absorção da proteína é influenciada negativamente, com a perda
972
endógena em virtude da descamação intestinal (Lima et al., 2007; Moraes e Ariki, 2009).
973
Faria Filho et al. (2010) avaliando o desempenho e a qualidade interna e externa
974
de ovos em poedeiras comerciais que receberam torta de mamona destoxificados nos
975
níveis de 0, 5, 10, 15 e 20% de torta de mamona, encontraram que a inclusão de até 10%
976
desta torta foi a que proporcionou melhor produção de ovos, observando um efeito linear
977
negativo, sem alterar a qualidade interna e externa dos ovos.
978
Não houve efeito significativo para unidade Haugh (p>0,05). De acordo com
979
Alleoni e Antunes (2001) o parâmetro mais usado para expressar a qualidade do albúmen
980
é a unidade Haugh. A unidade Haugh é uma expressão matemática que correlaciona o
981
peso do ovo com a altura da clara. De modo geral, quanto maior o valor da unidade
982
Haugh, melhor a qualidade do ovo.
983
Segundo Cunningham et al. (1960) em poedeiras a composição da ração e a raça
984
podem afetar o escore da Unidade Haugh. Outros fatores, como estação do ano e sistema
985
de criação parecem não afetar o escore da Unidade Haugh, entretanto o tempo de coleta
986
dos ovos, armazenados em ambientes quentes, pode ocasionar declínio da qualidade do
987
albúmen (Proudfoot, 1962).
988
989
Os dados para peso da gema, do albúmen e da casca e percentuais dos ovos de
codornas, se encontram na Tabela 5.
990
60
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
991
992
993
994
995
Tabela 5 - Média e desvio padrão para os pesos de casca, clara e gema e as respectivas porcentagens obtidas na
avaliação da qualidade dos ovos produzidos por codornas alimentadas com ração contendo níveis de farelo autoclavado
de mamona.
Peso, g
Porcentagem, %
Casca
Albúmen
Gema
Casca
Albúmen
Gema
0
0,88 ± 0,02 A
6,11 ± 0,06 BA
3,82 ±,0,07 A
8,13 ± 0,20 A
56,52 ±0,41 A
35,35 ± 0,58 A
7
0,86 ± 0,01 BA
6,17 ± 0,11 A
3,75 ± 0,06 BA
8,00 ± 0,08 A
57,24 ± 0,41 A
34,79 ± 0,44 A
14
0,86 ± 0,01 BA
6,14 ± 0,04 A
3,72 ± 0,07 BA
8,00 ± 0,09 BA
57,29 ± 0,34 A
34,72 ± 0,37 A
21
0,82 ± 0,01 B
5,89 ± 0,07 BC
3,16 ± 0,06 B
7,97 ± 0,10 BA
57,00 ± 0,47 A
35,03 ± 0,42 A
28
0,77 ± 0,02 C
5,73 ± 0,09 C
3,63 ± 0,06 BA
7,60 ± 0,17 B
56,52 ± 0,63 A
35,88 ± 0,57 A
Média 0,84 ± 0,01
6,01 ± 0,04
3,71 ± 0,03
7,93 ± 0,06
56,91 ± 0,20
35,15 ± 0,22
Análise de Regressão
Prob
0,0004
0,0013
0,1814
0,1276
0,5915
0,4552
M
L
LP
L
LP
NS
NS
L
<0,0001
0,0002
0,0202
0,0249
0,8651
0,4050
Q
0,1070
0,0282
0,7168
0,3938
0,1133
0,0932
C
0,4378
0,4429
0,6709
0,2341
0,7342
0,9716
DR
0,6728
0,5022
0,5772
0,9376
0,9679
0,9518
Médias em cada coluna para os níveis de farelo de mamona autoclavado que aparecem seguidas de letras distintas
diferem pelo teste de Tukey ao nível de p=0,05.
996
997
Os resultados para peso de albúmen (Figura 9) apresentaram significância
998
(p=0,05), mostrando efeito linear platô conforme aumentava a inclusão do farelo de
999
mamona autoclavado. O peso da gema (Figura 8) e da casca (Figura 7) apresentaram um
1000
efeito linear à medida que os níveis de FMA foram aumentados. Quando analisadas pelo
1001
teste de Tukey, não houve diferenças significativas até o nível de 14% de inclusão do
1002
FMA em relação à dieta testemunha ao avaliar o peso da gema, albúmen e casca.
1003
1004
1005
1006
Figura 7 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso da casca (g) em ovos de codornas e sua
respectiva equação
1007
61
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1008
1009
1010
Figura 8 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso da gema (g) em ovos de codornas e sua
respectiva equação
1011
Figura 9 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre o peso do albúmen (g) em ovos de codornas e sua
respectiva equação
Os resultados para a porcentagem (Figura 10) mostraram significância (p=0,05)
para casca, não mostrando diferença significativa até o nível de 21% de FMA. Na análise
de regressão mostrou um efeito linear platô. Os resultados para a porcentagem mostraram
significância (p=0,05) para casca, não mostrando diferença significativa até o nível de
21% de FMA. Na análise de regressão mostrou um efeito linear platô.
62
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1012
1013
Figura 10 – Efeito dos níveis de farelo de mamona autoclavado sobre a porcentagem da casca (%) em ovos de codornas
e sua respectiva equação
1014
1015
Segundo Lopes et al. (2011), a proporção relativa de gema, casca e albúmen no
1016
ovo pode variar em função de diversos fatores, sobretudo pela alimentação. Considerando
1017
as diferenças na composição química de cada componente, a deficiência de determinado
1018
nutriente na ração pode resultar em diminuição do percentual de albúmen, gema ou casca.
1019
O efeito dos níveis de FMA sobre a porcentagem de casca é um reflexo
1020
combinado decorrente de múltiplos fatores. Contribuem para este resultado a redução na
1021
suplementação de calcário calcítico nas dietas à medida que aumenta o nível de inclusão
1022
do FMA. Foi aumentado adicionalmente, grande parte do cálcio adicionado e presente no
1023
FMA pode ter reagido durante o processo de autoclavagem, desta forma, ter se tornado
1024
indisponível, pois a função do cálcio no processo é atuar sobre os fatores tóxicos em
1025
especial sobre a ricina e também sobre o ácido ricinoléico. Adicionalmente a
1026
porcentagem da casca é influenciada pela granulometria das fontes de cálcio adicionadas
1027
e, no caso a adição de CaO para o processo de autoclavagem foi de uma granulometria
1028
extremamente fina.
1029
1030
1031
1032
63
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1033
CONCLUSÃO
1034
1035
O farelo de mamona autoclavado pode ser utilizado na alimentação de codornas
1036
japonesas na fase de postura em níveis de inclusão de até 21%, sem comprometer os
1037
principais parâmetros produtivos e na qualidade dos ovos.
1038
1039
1040
1041
1042
1043
1044
1045
1046
1047
1048
1049
1050
1051
1052
1053
1054
1055
1056
1057
1058
1059
1060
1061
1062
1063
1064
1065
1066
1067
1068
1069
1070
1071
1072
1073
1074
1075
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALLEONI, A. C. C.; ANTUNES, A. J. Unidade Haugh como medida da qualidade de
ovos de galinha armazenados sob refrigeração. Scientia Agricola. v. 58, n. 4, p. 681-685.
2001.
ANANDAN, S.; ANIL KUMAR, G. K. GHOSH, J. et al. Effect of different physical and
chemical treatments on detoxification of ricin in castor cake. Animal Feed Science and
Technology. v. 120, n. 1, p. 159-168. 2005.
ARAUJO, M. S. de; BARRETO, S. L. de T.; GOMES, P. C. et al. Comparação de
valores de energia metabolizável de alimentos determinados com frangos de corte e com
codornas visando à formulação de dietas para codornas japonesas. Revista Brasileira de
Zootecnia. v. 40, n. 2, p. 336-342. 2011.
BRAGA, C. V. P.; FUENTES, M. F. F.; FREITAS, E. R. et al. Efeito da inclusão do
farelo de coco em rações para poedeiras comerciais. Revista Brasileira de Zootecnia, v.
34, n. 1, p. 76-80. 2005.
BRITO, N. M.; CHIERICE, G. O. Estudo da mobilidade de ricina e ricinina provenientes
da torta de mamona (Ricinus communis) empregada como fertilizante de solo. Revista
Acta Tecnológica. v. 6, n. 2, p. 60-63. 2011.
CÂNDIDO, M. J. D.; BOMFIM, M. A. D.; SEVERINO, L. S. et al. Utilização de
coprodutos da mamona na alimentação animal. In: Congresso Brasileiro de Mamona, 3,
2008, Salvador. Anais... Salvador: Embrapa Algodão, 2008. Disponível em:
<http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/939880/1/AACUtilizacaodesubprodut
os.pdf> Acesso em: 30 jan. 2013.
CANGEMI, J. M.; SANTOS, A. M. dos; CLARO NETO, S. A revolução verde da
mamona. Química Nova na Escolha. v. 32, n. 1, p. 3-8. 2010. Disponível em:
<http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc32_1/02-QS-1209.pdf> Acesso em: 03 fev. 2013.
CUNNINGHAM, F. E.; COTTERIL, O. J.; FUNK, E. M. The effect of season and age of
bird. I. On egg size, quality and yield. Poultry Science. v. 39. p. 289-299. 1960.
64
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1076
1077
1078
1079
1080
1081
1082
1083
1084
1085
1086
1087
1088
1089
1090
1091
1092
1093
1094
1095
1096
1097
1098
1099
1100
1101
1102
1103
1104
1105
1106
1107
1108
1109
1110
1111
1112
1113
1114
1115
1116
1117
1118
1119
1120
1121
1122
1123
DELL’ISOLA, A. T. P.; VELOSO, J. A. F.; BAIÃO, N. C. et al. Efeito do óleo de soja
em dietas com diferentes níveis de cálcio sobre a absorção e retenção óssea de cálcio e de
fósforo em frangos de corte. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia.
v. 55, n. 4, p. 461-466. 2003.
FARIA FILHO, D. E.; DIAS, A. N.; BUENO, C. F. D. et al. Subprodutos da mamona na
alimentação de aves. Revista Produção Animal Avicultura. Ed. 33, 2010.
FELIPPE, G. Venenosas: Plantas que matam também curam. São Paulo: Editora
SENAC. 2009. 352p.
FERNANDES, K. V.; MACIEL, F. M.; MACHADO, O. L. T. Análise dos níveis de
albuminas 2S e de ricina em sementes de diferentes cultivares de mamona (Ricinus
communis L.). In: Congresso Brasileiro de Mamona, 3. 2008, Salvador. Anais...
Salvador:
Embrapa
Algodão,
2008.
Disponível
em:
<http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/mamona/publicacoes/cbm3/trabalhos/SEMENTE
S/S%2011.pdf>. Acesso em: 03 fev. 2013.
FREITAS, A. C. de.; FUENTES, M. de. F. F.; FREITAS, E. R. et al. Efeito de níveis de
proteína bruta e de energia metabolizável na dieta sobre o desempenho de codornas de
postura. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 34, n. 3, p. 838-846. 2005.
FREITAS, S. M. de; FREDO, C. E. Biodiesel à base de óleo de mamona: algumas
considerações. Informações Econômicas. v. 25, n. 1, p. 37-42. 2005.
GALOBART, E. A.; SALA, R.; RINCO, X. et al. Egg yolk Collor as affected by
saponiûcation of different natural pigmenting sources. Journal Applied of Poultry
Research. v. 13, p. 328-334. 2004.
GARCIA, A. F. Q. M.; MURAKAMI, A. E.; MASSUDA, E. M. et al. Milheto na
alimentação de codornas japonesas. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal. v.
13, n. 1, p. 150-159. 2012.
GONÇALVES, C. A. V.; OLORIS, S. C. S.; SOTO-BLANCO, B. Avaliação da
capacidade da ricina inativada pelo calor para prevenção da intoxicação pela mamona
(Ricinus communis). Acta Veterinaria Brasilica. v. 3, n. 2, p. 84-87. 2009.
HAMILTON, R. M. G. Methods and factors that affect the measurement of egg Shell
quality. Poultry Science. v. 61, p. 2022-2039. 1982.
HOFFMAN, L. V.; DANTAS, A. C. A.; MEDEIROS, E. P. de. Ricina: Um impasse
para utilização da torta de mamona e suas aplicações. Campina Grande: EMBRAPA.
2007. 25p.
JANSSEM, W. M. M. A.; CARRÉ, B. Influence of fiber on digestibility of poultry feeds.
In: COLE, D. J. A.; HARESING, W. (Eds.) Recent Developments in poultry nutrition.
London: Butterworths, p. 78-93. 1989.
65
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1124
1125
1126
1127
1128
1129
1130
1131
1132
1133
1134
1135
1136
1137
1138
1139
1140
1141
1142
1143
1144
1145
1146
1147
1148
1149
1150
1151
1152
1153
1154
1155
1156
1157
1158
1159
1160
1161
1162
1163
1164
1165
1166
1167
1168
1169
1170
1171
LIMA, M. R. de; SILVA, J. H. V. de; ARAUJO, J. A. de. et al. Enzimas exógenas na
alimentação de aves. Acta Veterinaria Brasilica. v. 1, n. 4, p. 99-110. 2007.
LOPES, I. R. V.; FREITAS, E. R.; LIMA, J. R. et al. Desempenho e qualidade dos ovos
de poedeiras comerciais alimentadas com rações contendo farelo de coco tratado ou não
com antioxidante. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 40, n. 11, p. 2431-2438. 2011.
LORD, J. M., ROBERTS L. M., ROBERTUS J. D. Ricin-structure, mode of action, and
some current applications. Journal of the Federation of American Societies for
Experimental Biology. v. 8, p. 201–208, 1994.
MORAES, V. M. B.; ARIKI, J. Importância da nutrição na criação de codornas de
qualidades nutricionais do ovo e carne de codorna. Universidade Estadual Paulista,
Jaboticabal,
p.
97-103,
2009.
Disponível
em:
<www.biologico.sp.gov.br/rifibi/IIIrifibi/97-103.pdf> Acesso em: 12 fev. 2013.
MOURA, A. M. A. de; FONSECA, J. B.; RABELLO, C. B. V. et al. Desempenho e
qualidade do ovo de codornas japonesas alimentadas com rações contendo sorgo. Revista
Brasileira de Zootecnia. v. 39, n .12, p. 2697-2702. 2010.
MURAKAMI, A.E.; ARIKI, J. Produção de codornas japonesas. Jaboticabal: Fundação
de Apoio a Pesquisa, Ensino e Extensão, 1998. 79p.
PARDI, H. S. Influência da Comercialização na qualidade dos ovos de consumo. Rio
de Janeiro, 1977. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense. 73p.
PROUDFOOT, F. G. The decline of internal egg quality during storage at 30°F and 70°F
among six strains of Leghorns reared in confinement and on range. Poultry Science. v.
41, p. 98-103. 1962.
RODRÍGUEZ-PALENZUELA, P.; GARCIA, J.; DE BLAS, C. Fibra soluble y su
implicación em nutrición animal: enzimasy probióticos. In: Curso de Especialización
FEDNA, 14, 1998. Barcelona. Curso de Especialización. Barcelona: FEDNA, 1998. p.
229-239.
ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. T. DONZELE, J. L. et al. Tabelas brasileiras para
aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 3ª Edição. Viçosa:
Universidade Federal de Viçosa, 2011. 252p.
SANTOS, P. A. dos. Avaliação do farelo de mamona processado na alimentação de
codornas japonesas. 2011. 79 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Departamento
de Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2011.
SCOTT, M. L. Tips to improve egg shell quality. Feedstuffs. v. 67, n. 33, p. 18, 1995.
SEVERINO, L. S. O que sabemos sobre a torta de mamona. Campina Grande:
Embrapa Algodão, 2005. 31p.
66
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1172
1173
1174
1175
1176
1177
1178
1179
1180
1181
1182
1183
1184
1185
1186
1187
SILVA, B. A.; STEPHAN, M. P.; KOBLITZ, M. G. B. et al. Influência da concentração
de NaCl e pH na extração de ricina em torta de mamona (Ricinus communis L.) e sua
caracterização por eletroforese. Ciência Rural. v. 42, n. 7, p. 1320-1326. 2012.
1188
1189
1190
1191
TAVERNARI, F. de C.; DUTRA JÚNIOR, W. M.; ALBINO, L. F. T. Efeito da
utilização de farelo de girassol na dieta sobre o desempenho de frangos de corte. Revista
Brasileira de Zootecnia. v. 38, n. 9, p. 1745-1750. 2009.
1192
1193
1194
1195
TOKARNIA, C. H.; DÖBEREINER, J. Imunidade cruzada pelas sementes de Abrus
precatorius e Ricinus communis em bovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira. v. 17, n.
1, p. 25-35. 1997.
SILVA, J. H. V.; COSTA, F. G. P. Tabela para codornas Japonesas e Europeias.
Jaboticabal: FUNEP, 2009.
STATISTICAL ANALISYS SISTEM. SAS/STAT: User’s guide. Version 6, 12. Ed.
Cary: SAS Institute, 2000. 496p.
TARVENARI, F. de C.; CARVALHO, T. A.; ASSIS, A. P. de. Polissacarídeo nãoamiláceo solúvel na dieta de suínos e aves. Revista Eletrônica Nutritime. v. 5, n. 5, p.
673-689.
2008.
Disponível
em:
<http://www.nutritime.com.br/arquivos_internos/artigos/068V5N5P673_689_SET2008_.
pdf> Acesso em: 11 fev. 2013.
1196
1197
1198
1199
1200
1201
1202
1203
1204
1205
1206
1207
1208
1209
1210
1211
67
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1212
1213
1214
1215
1216
1217
1218
1219
1220
1221
1222
1223
1224
1225
Capítulo 3
1226
1227
ADIÇÃO DE ENZIMAS EM RAÇÕES DE POSTURA PARA CODORNAS
1228
CONTENDO FARELO DE MAMONA AUTOCLAVADO
1229
1230
1231
1232
1233
1234
1235
1236
1237
1238
1239
1240
1241
1242
1243
1244
68
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1245
Adição de enzimas em rações de postura para codornas contendo farelo de mamona
1246
autoclavado
1247
1248
RESUMO: O objetivo do experimento foi avaliar o uso do farelo de mamona
1249
autoclavado (FMA) sem e com dois tipos de complexos enzimáticos (CE) em rações de
1250
codornas japonesas em postura. Foram selecionadas duzentas e dezesseis codornas pela
1251
produção e uniformidade de peso e distribuídas em um delineamento inteiramente
1252
casualizado com seis tratamentos e seis repetições de seis aves cada. Foram avaliadas
1253
uma dieta referência (MFS) sem e com CE1 e CE2, e dietas com farelo de mamona
1254
autoclavado no nível de 21% (FMA21%) sem e com CE1 e CE2, durante três ciclos de 21
1255
dias, visando avaliar o desempenho e a qualidade dos ovos. O consumo de ração,
1256
porcentagem de postura, massa de ovo, conversão alimentar por massa de ovo e por dúzia
1257
não apresentou diferenças significativas (p>0,05). O peso dos ovos apresentou médias
1258
semelhantes das codornas alimentadas com dietas testemunha e as contendo o FMA21%
1259
com o CE1, agindo assim a enzima sobre o efeito negativo da maior quantidade de fibra
1260
do FMA. A cor da gema apresentou melhores resultados com FMA21% nas dietas em
1261
relação à MFS sem e com CE. Os resultados permitem concluir que níveis de 21% de
1262
FMA com CE1 melhora o desempenho em rações para codornas em postura.
1263
1264
Palavras-chave: complexo enzimático, Coturnix coturnix coturnix, fibra, ovo, Ricinus
1265
communis
1266
1267
1268
1269
1270
1271
1272
69
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1273
Addition of enzymes in diets for laying quails containing castor meal autoclaved
1274
1275
ABSTRACT: The objective of the experiment was to evaluate the use of castor meal
1276
autoclaved (FMA) without and with two types of enzyme complexes (EC) in diets of
1277
laying quails. Two hundred and sixteen were selected for quail production and weight
1278
uniformity and distributed in a completely randomized design with six treatments and six
1279
replicates of six birds each. We evaluated a diet reference (MFS) without and with CE1
1280
and CE2, and diets with bran castor autoclaved at level of 21% (FMA21%) without and
1281
with CE1 and CE2 for three cycles of 21 days to evaluate the performance and egg
1282
quality. Feed intake, egg production, egg mass, feed conversion and egg mass per dozen
1283
showed no significant differences (p> 0.05). Egg weight showed similar mean quail fed
1284
diets containing the witness and FMA21% with CE1, acting like enzyme on the negative
1285
effect of higher fiber content of the FMA. Yolk color showed better results with
1286
FMA21% in the diets compared to MFS with and without EC. The results showed that
1287
levels of 21% of FMA with CE1 improves performance in diets for laying quails.
1288
1289
1290
Keywords: enzyme complex, Coturnix coturnix coturnix, fiber, egg, Ricinus communis
1291
1292
1293
1294
1295
1296
1297
1298
1299
1300
1301
70
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1302
INTRODUÇÃO
1303
1304
Com o desenvolvimento da avicultura, grandes avanços têm sido alcançados como
1305
alternativas para tornar as rações mais eficientes e econômicas. As enzimas exercem um
1306
efeito considerável na redução da poluição ambiental, além disso, seu efeito reduz o custo
1307
das formulações, atuando também na redução dos efeitos antinutricionais de alguns
1308
ingredientes, melhorando a digestibilidade dos alimentos e o desempenho das aves
1309
(Silveira et al., 2010). Acrescentando ainda que com a retirada dos promotores de
1310
crescimento das rações, a utilização das enzimas exógenas são utilizadas visando à
1311
manutenção do desempenho das aves.
1312
A cultura da mamona (Ricinus communis L.) é uma das mais tradicionais no
1313
semiárido nordestino. Seu fruto apresenta, em média 25% de sua massa em casca, o que
1314
representa uma quantidade considerável para qualquer unidade de produção de biodiesel
1315
(Rangel et al., 2004). Da semente da mamona, após ser submetida à prensagem, extrae-se
1316
a torta de mamona, apresentando elevado teor de proteínas e fibras (Severino, 2005). Em
1317
sua composição, o farelo de mamona apresenta teores de 39,2% de proteína bruta, 1,55%
1318
de gordura, 18,50% de fibra bruta, 6,8% de matéria mineral, conforme Rostagno et al.
1319
(2011). Seu alto teor de proteína torna-lhe atraente como alternativa para alimentação
1320
animal, porém a presença de princípios tóxicos de difícil eliminação têm tornado inviável
1321
essa alternativa em grande escala comercial (Costa et al., 2004). No entanto, segundo
1322
Anandan et al. (2005) a destoxificação a partir do tratamento do farelo por temperatura e
1323
pressão, associado ou não a agentes químicos, como o hidróxido de cálcio pode inativar
1324
os fatores antinutricionais ricina, rininina e o complexo alergênicos CB-1A.
1325
Santos (2011) comentou que o farelo desengordurado de mamona possui como
1326
característica principal uma alta concentração de fibra insolúvel (celulose, hemicelulose e
71
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1327
lignina). Ainda segundo a autora, o teor de fibra na ração para aves pode ocasionar
1328
prejuízos na digestibilidade de nutrientes e no desempenho. Avaliando a composição de
1329
farelo de mamona desengordurado de doze variedades de mamona, Freitas et al. (2006)
1330
determinaram que existe uma variação de 43 a 51% de fibras insolúveis.
1331
As aves não dispõem de certas enzimas para digerir alguns alimentos,
1332
principalmente os ricos em fósforo fítico ou em polissacarídeos não amiláceos (PNA). Os
1333
polissacarídeos são classificados como solúveis e insolúveis em função da capacidade de
1334
formar solução homogênea ou não com a água (Opalinski et al., 2006).
1335
Os efeitos nutricionais dos PNAs em não ruminantes são bastante distintos. O
1336
complexo celulolítico das plantas apresentam baixa digestibilidade pelas aves,
1337
aumentando a perda endógena de nutrientes e a diluição da dieta, atuando como barreira
1338
que impede a penetração das enzimas na digesta, além de reduzir a concentração de
1339
energia das rações (Pinheiro et al., 2002). Geralmente tais efeitos estão associados à
1340
viscosidade, efeitos fisiológicos e morfológicos no sistema digestório, acarretando em
1341
alterações no tempo de trânsito intestinal, mucosa intestinal e variação na taxa de
1342
absorção dos nutrientes (Cardoso et al., 2011).
1343
Nian et al. (2011) relataram que a suplementação de xilanase exógena ajuda a
1344
reduzir a viscosidade do conteúdo intestinal e melhorando a digestibilidade dos
1345
nutrientes. Em trigo os autores, comentaram que o uso de xilanase melhorou o
1346
desempenho de frangos de corte.
1347
Pucci et al. (2003) mencionaram que a utilização de um complexo
1348
multienzimático na dieta das aves possibilitou redução nos níveis dietéticos dos nutrientes
1349
em até 6%, não comprometendo o desempenho das aves e tendo boa relação
1350
custo/benefício.
72
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1351
A eliminação dos fatores antinutricionais e o aproveitamento da fibra pelas aves,
1352
torna o farelo de mamona uma alternativa para alimentos proteicos como o farelo de soja,
1353
permitindo bons resultados sobre o desempenho dos animais.
1354
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar rações com farelo de mamona
1355
autoclavado e a adição de dois complexos enzimáticos comerciais sobre o desempenho de
1356
codornas japonesas em postura.
1357
1358
MATERIAL E MÉTODOS
1359
1360
O experimento foi realizado no Laboratório de Digestibilidade de Não-
1361
Ruminantes (LADNR), localizado no Departamento de Zootecnia da Universidade
1362
Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Foram utilizadas 300 codornas japonesas,
1363
oriundas da Granja Fujikura (Suzano – SP), fêmeas, com um dia de idade. As aves foram
1364
alojadas e recriadas em piso até 38 dias de idade, receberam ração formulada segundo
1365
exigências descritas por Silva e Costa (2009). Todas as codornas foram vacinadas contra
1366
Marek, Gumboro, New Castle e Bouba Aviária, de acordo com o programa de vacinação
1367
pré-estabelecido.
1368
Aos 39 dias de idade, as aves foram alojadas em gaiolas de arame galvanizado (33
1369
cm x 25 cm x 20 cm), dispostas em dois andares, instaladas em uma sala de alvenaria
1370
climatizada. Com 49 dias de idade, as aves foram pesadas individualmente e foi iniciado
1371
o período pré-experimental. As unidades experimentais foram reavaliadas aos 57 dias de
1372
idade para que todas apresentassem a mesma produção de ovos. Duzentas e dezesseis
1373
codornas, de acordo com o peso e produção, foram distribuídas em delineamento
1374
inteiramente casualizado, com seis tratamentos, seis repetições e seis aves por unidade
1375
experimental. No início do experimento as aves apresentaram peso médio de 160,1
73
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1376
gramas e índice de postura médio acima de 90%. O período experimental durou 63 dias, o
1377
equivalente a três ciclos de 21 dias.
1378
Durante todo o período de postura, as codornas receberam 17 horas de luz/dia e a
1379
temperatura no interior da sala foi monitorada diariamente, uma vez ao dia (9 horas), por
1380
meio da utilização de termômetros de máxima e mínima. As aves receberam ração duas
1381
vezes ao dia (8 e 15 horas) e água à vontade. Os ovos foram colhidos uma vez ao dia
1382
(8:30 horas), com anotação, em fichas apropriadas da frequência de postura e da
1383
mortalidade.
1384
O farelo de mamona não tratado foi proveniente da Usina de Biodiesel localizada
1385
no município de Pesqueira – PE. Antes de iniciar o experimento, no Departamento de
1386
Zootecnia da UFRPE, este farelo foi tratado com óxido de cálcio a 6% e posteriormente
1387
autoclavado em pressão de 1,23 kfg/cm² e 104ºC por um período de 90 minutos, e após
1388
este processo o farelo foi secado ao sol até que o material pudesse ser armazenado e
1389
moído.
1390
Os tratamentos constituíram de seis tratamentos experimentais, T1 – dieta
1391
referência à base de milho e farelo de soja (MFS); T2 – dieta à base de milho e farelo de
1392
soja com complexo enzimático 1 (CE 1); T3 – dieta à base de milho e farelo de soja com
1393
complexo enzimático 2 (CE 2); T4 – dieta contendo 21% de farelo de mamona
1394
autoclavado; T5 – dieta contendo 21% de farelo de mamona com complexo enzimático 1
1395
(CE 1) e T6 - dieta contendo 21% de farelo de mamona com complexo enzimático 2 (CE
1396
2). O CE 1 apresenta na sua composição a xilanase, β-glucanase, celulase, pectinase,
1397
protease (atuação secundária) e o CE 2 que contém xilanase, amilase e protease. A
1398
inclusão dos complexos enzimáticos 1 e 2 foi segundo a recomendação do fabricante,
1399
sendo de 500 g/T e de 75 g/T, respectivamente. A composição bromatológica dos
1400
alimentos utilizados nas rações se encontra na Tabela 1.
74
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1401
Tabela 1 – Composição bromatológica dos ingredientes das rações das codornas em postura
Ingredientes
Itens
Milho (grão)
Farelo de soja
Proteína Bruta (%)
EMAn
Fibra Bruta (%)
Cinzas (%)
Gordura (%)
Cálcio (%)
Fósforo Total (%)
Fósforo Disponível (%)
Arginina Total (%)
Histidina Total (%)
Isoleucina Total (%)
Leucina Total (%)
Metionina+Cistina Total (%)
Metionina Total (%)
Lisina Total (%)
Treonina Total (%)
Triptofano Total (%)
Valina Total (%)
7,29
3440
1,73
1,27
3,65
0,03
0,25
0,06
0,35
0,21
0,24
0,87
0,30
0,15
0,21
0,29
0,05
0,34
44,98
2330
5,37
5,83
1,66
0,24
0,56
0,22
3,32
1,19
2,15
3,48
0,61
0,61
2,77
1,80
0,64
2,23
Farelo de mamona
autoclavado
27,92
2267
27,62
5,85
9,68
4,95
0,89
0,28
2,29
0,40
1,25
1,91
0,76
0,43
0,56
0,08
0,41
1,27
1402
1403
Nas formulações das rações experimentais (Tabela 2), foram utilizadas as
1404
recomendações das exigências nutricionais descritas por Silva e Costa (2009) e a
1405
composição de alimentos segundo Rostagno et al. (2011).
1406
1407
1408
1409
1410
1411
1412
1413
1414
1415
1416
1417
1418
1419
1420
1421
1422
1423
75
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1424
1425
1426
1427
1428
1429
1430
Tabela 2 – Composição percentual e calculada das rações experimentais de acordo com o nível de inclusão do farelo de
mamona autoclavado
Nível de inclusão de farelo de mamona na ração (%)
Ingrediente (%)
MFS
MFS+CE1 MFS+CE2
FM21%
FM21%+CE1
FM21%+CE2
Milho
45,322
45,219
45,168
38,840
38,737
38,824
Farelo de Soja
41,381
41,398
41,406
28,710
28,727
28,713
Farelo de Mamona
0,000
0,000
0,000
21,000
21,000
21,000
Calcário Calcítico
6,925
6,925
6,925
4,397
4,397
4,397
Óleo de Soja
3,722
3,757
3,775
4,202
4,237
4,207
Fosfato Bicálcico
1,523
1,523
1,523
1,377
1,377
1,377
Premix Vitamínico1
0,180
0,180
0,180
0,180
0,180
0,180
Premix Mineral2
0,120
0,120
0,120
0,120
0,120
0,120
Sal Comum (NaCl)
0,586
0,586
0,586
0,588
0,588
0,588
DL-Metionina
0,141
0,141
0,141
0,161
0,161
0,161
Cloreto de Colina
0,100
0,100
0,100
0,100
0,100
0,100
L-Lisina HCl
0,000
0,000
0,000
0,262
0,262
0,262
L-Treonina
0,000
0,000
0,000
0,063
0,063
0,063
CE3
0,000
0,050
0,000
0,000
0,050
0,000
CE4
0,000
0,000
0,0075
0,000
0,000
0,0075
Composição calculada (%)
EMAn (kcal/kg)
2850
2850
2850
2850
2850
2850
Proteína bruta calculada
22,00
22,00
22,00
22,00
22,00
22,00
(%)
Proteína bruta analisada
20,81
20,98
21,13
19,64
20,67
20,72
(%)
Fibra bruta (%)
3,006
3,005
3,005
8,035
8,034
8,035
Gordura
6,025
6,057
6,073
7,961
7,992
7,965
Cálcio (%)
3,15
3,15
3,15
3,15
3,15
3,15
Fósforo Disponível
0,400
0,400
0,400
0,400
0,400
0,400
Lisina Total
1,241
1,241
1,241
1,200
1,200
1,200
Metionina+Cistina total
0,801
0,801
0,801
0,800
0,800
0,800
(%)
Metionina total (%)
0,460
0,460
0,460
0,483
0,483
0,483
Treonina total (%)
0,876
0,876
0,876
0,860
0,860
0,860
Leucina total (%)
1,834
1,834
1,834
1,738
1,738
1,738
Triptofano total (%)
0,287
0,287
0,287
0,289
0,289
0,289
Sódio (%)
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
0,25
1,2
Níveis de garantia por quilo do produto: Composição por kg do produto: Fe 50000mg; Co 200 mg; Cu 8500mg; Mn
75000mg; Zn 70000mg; Se 250mg; I 1500mg; Ác. Fólico 500mg; Ác. Pantotênico 13,5g; Niacina 30g; Vit. A
10000000 UI; Vit. D3 2000000 UI; Vit. K3 4000mg; Vit. B2 5000mg; Vit. B6 2000mg; B12 10000 mcg; Vit. E 20000
mg. 3Rovabio Excel AP 10%; 4Axtra XAP.
1431
Para as características de desempenho zootécnico foram realizadas a contagem e
1432
pesagem dos ovos diariamente e semanalmente foram quantificadas as sobras de ração e
1433
o peso médio dos ovos, para determinar as seguintes características: produção média de
1434
ovos por ave/dia (%), o consumo de ração (g/ave/dia), o peso dos ovos (g), a massa de
1435
ovos (g/ave/dia) que foi calculada dividindo-se o número de ovos produzidos pelo peso
1436
médio do ovo (g) para cada repetição e em cada período e a conversão alimentar (g de
1437
ração por massa e por dúzia de ovos) que foi obtida dividindo-se o consumo médio de
76
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1438
ração por gramas de massa de ovos produzidos (conversão g/g) e o consumo médio de
1439
ração por dúzia de ovos produzidos (conversão g/dz).
1440
A qualidade dos ovos foi determinada pelas medidas de peso médio dos ovos (g),
1441
gravidade específica do ovo, altura do albúmen (mm) para determinação da unidade
1442
Haugh, determinação dos pesos da gema (g), casca (g) e albúmen (g), porcentagens da
1443
gema, do albúmen e da casca, espessura da casca (mm) e cor da gema (leque
1444
DSM/Roche).
1445
Para determinar o peso médio do ovo, estes foram pesados semanalmente.
1446
Visando coletar nos últimos três dias de cada ciclo uma amostra representativa do peso
1447
médio dos ovos por unidade experimental, foram coletados dois ovos ao dia por parcela
1448
desde que apresentassem o peso médio da parcela. A gravidade específica do ovo foi
1449
mensurada pelo método de imersão em solução salina. Para essa finalidade em baldes
1450
devidamente identificadas foram preparadas dez soluções de água destilada, com
1451
temperatura média de 22ºC, e sal comum (NaCl) com densidades que variaram de 1,050 a
1452
1,100 g/cm³, com aumento de 0,005g/cm³ em cada solução, segundo metodologia descrita
1453
por Hamilton (1982).
1454
As densidades das soluções salinas foram confirmadas com a utilização de um
1455
densímetro de massa específica 20ºC g/ml. Para determinação da altura do albúmen os
1456
ovos foram quebrados e, seu conteúdo (albúmen+gema), colocado numa superfície de
1457
vidro plana e nivelada. Em seguida, foi mensurada a altura do albúmen (mm) por meio da
1458
leitura do valor indicado através de um paquímetro digital. De posse dos valores do peso
1459
do ovo (w, g) e altura do albúmen (h, mm), foi utilizada a fórmula UH = 100 log (h +
1460
7,57 – 1,7w0,37), descrita por Pardi (1977) para o cálculo da Unidade Haugh.
1461
Para a determinação da porcentagem da gema e da casca, as gemas foram
1462
separadas manualmente e pesadas e suas cascas foram posteriormente secas em estufa de
77
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1463
ventilação forçada por 24 horas a 105ºC e pesadas. O peso do albúmen foi obtido pela
1464
diferença entre o peso do ovo com os pesos da casca e da gema. O cálculo da
1465
porcentagem de gema e da casca foi feito de acordo com o peso da gema e da casca em
1466
relação ao peso do ovo. A porcentagem de albúmen foi determinada em relação ao peso
1467
do ovo através da diferença pela fórmula 100-(% de gema + % de casca). Para a
1468
espessura de casca, incluindo as membranas, foram utilizados os mesmos ovos que foram
1469
quebrados para a determinação da qualidade do albúmen. As cascas foram lavadas
1470
cuidadosamente para a retirada dos resíduos de albúmen que ainda permanecem em seu
1471
interior. Depois de lavadas, as cascas foram colocadas em um suporte e deixadas para
1472
secar de um dia para o outro à temperatura ambiente. Depois de secas, foram realizadas
1473
as medidas em dois pontos distintos na área centro-transversal por um paquímetro digital
1474
para obtenção da medida da espessura.
1475
Para a colorimetria, dois avaliadores de visão normal utilizaram o leque
1476
colorimétrico DSM/Roche® (abanico), na qual a cor da gema foi comparada a uma escala
1477
de cores do abanico, e de acordo com a semelhança visual foi atribuído um valor entre
1478
um e quinze. A numeração do abanico segue uma escala crescente de cor, sendo o que o
1479
valor um, indicando uma menor pigmentação (próximo ao bege) e o valor 15, uma
1480
pigmentação mais próxima ao vermelho (Galobart et al., 2004).
1481
Os efeitos da inclusão do farelo de mamona nas dietas a base de milho e farelo de
1482
soja foram avaliados através da análise de variância (ANOVA). Para a comparação das
1483
médias dos resultados com a inclusão de farelo de mamona processado em relação à
1484
ração testemunha, foi utilizado o teste de Tukey (a 5% de probabilidade). As análises
1485
estatísticas dos dados foram realizadas utilizando-se o programa Assistat (Silva e
1486
Azevedo, 2002).
1487
78
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1488
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1489
1490
No decorrer do período experimental, a temperatura média registrada na sala foi
1491
de 27,4ºC, com mínima de 24,8ºC e máxima de 30,0ºC. A umidade relativa média do ar
1492
foi de 68,3%. Na Tabela 3 estão apresentadas as médias e a análise estatística para os
1493
dados de desempenho das codornas.
1494
1495
1496
1497
1498
1499
1500
Tabela 3 - Médias de consumo de ração (CMR), porcentagem de postura (Postura), peso de ovo (PO), massa de ovo
(MO), conversão alimentar por massa de ovo (CAMO) e por dúzia de ovos (CADZ) de codornas alimentadas com
dietas contendo níveis de farelo de mamona autoclavado, com e sem enzimas
Dados de Desempenho
Tratamento
CMR
POSTURA
PO (g)**
MO
CAMO
CADZ
(g/ave/dia)
(%)
(g/ave/dia)
(g/g)
(g/dúzia)
FSM
26,81
88,04
10,99a
9,67
2,78
367,03
FSM+CE1
26,78
90,18
10,80ab
9,75
2,77
357,87
FSM+CE2
26,84
90,59
10,74ab
9,73
2,77
355,88
FMA
26,57
88,75
10,42b
9,24
2,89
361,82
FMA+CE1
27,02
91,14
10,61ab
9,67
2,80
356,37
FMA+CE2
26,08
90,21
10,28b
9,73
2,82
347,42
Analise de Variância
Média
89,82
26,68
10,76
9,11
2,91
357,73
CV,%
6,08
3,65
2,88
6,65
8,18
7,61
Prob
>0,050
>0,050
0,0047
>0,050
>0,050
>0,050
**
Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem (p<0,01) pelo teste de Tukey; 1Rovabio Excel AP
10%; 2Axtra XAP.
1501
Quando as médias foram submetidas ao teste de Tukey não foram observadas
1502
diferenças significativas (p>0,05) para consumo de ração (CMR), porcentagem de
1503
postura (POSTURA), massa de ovo (MO), conversão alimentar por massa de ovo
1504
(CAMO) e por dúzia de ovos (CADZ). Os dados de peso dos ovos mostrou efeito
1505
significativo (p<0,01) entre as médias, à utilização das enzimas não mostrou diferenças
1506
significativas quando utilizado nas dietas contendo farelo de soja e milho. O CE1
1507
melhorou o peso dos ovos na ração contendo 21% de farelo de mamona autoclavado, com
1508
valores semelhantes a utilização de uma dieta com farelo de milho e soja, não ocorrendo
1509
o mesmo com a CE2, provavelmente devido ao primeiro complexo enzimático ser
1510
constituído de xilanase, β-glucanase, celulase, pectinase, protease (atuação secundária)
1511
agiu aumentando a utilização dos polissacarídeos não amídicos contidos no farelo de
79
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1512
mamona e consequentemente apresentando maior resultado no peso dos ovos. Porém, o
1513
CE2 não proporcionou melhoria no desempenho das aves, devido à mesma conter apenas
1514
as enzimas amilase, xilanase e proteases, não atuando ou com pouca intensidade na
1515
presença da fibra no farelo de mamona.
1516
Diversas preparações enzimáticas são rotineiramente utilizadas na alimentação
1517
animal, atuando no aumento da biodisponibilidade dos nutrientes fornecidos pela
1518
alimentação e absorção pelos animais. No entanto, as enzimas agem sobre o substrato
1519
específico encontrado no alimento, somente assim haverá uma ação significativa desta
1520
enzima sobre a disponibilidade dos nutrientes para o animal. Lima (2005) menciona que
1521
as enzimas adicionadas à alimentação animal atuam sobre o alimento melhorando a
1522
digestão, liberando maior quantidade de nutrientes de forma mais adequada para absorção
1523
e inibindo substâncias nocivas ao organismo, atuando ainda, sobre o trato gastrintestinal,
1524
melhorando as condições de absorção. Além disso, a utilização dos complexos
1525
enzimáticos permite, também, a diminuição da excreção fecal de nutrientes e aumento da
1526
poluição ambiental, reduzindo a incidência de fezes úmidas quando as aves são
1527
alimentadas com dietas de alta viscosidade (Araujo et al., 2008).
1528
Viana et al. (2009) utilizando um complexo multienzimático contendo β-
1529
glucanases, xilanases, pectinases, protease e fitase em dietas à base de milho e farelo de
1530
soja, sobre o desempenho de poedeiras, não encontraram diferenças significativas no
1531
consumo de ração e ocorreu melhora na porcentagem de postura e a conversão alimentar
1532
por dúzia. Semelhante ao resultado deste trabalho, não houve efeito significativo nas
1533
demais variáveis, inclusive ao adicionar o FMA21%.
1534
Do mesmo modo, Gentilini et al. (2009) trabalhando com poedeiras avaliaram o
1535
efeito de um complexo enzimático composto por fitase, protease, xilanase, β-glucanase,
1536
celulase, amilase e pectinase numa dieta composta de milho e farelo de soja, constataram
80
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1537
uma queda no consumo de ração e no peso dos ovos. As demais variáveis produtivas
1538
avaliadas, a quantidade de casca e a resistência óssea foram mantidas com a utilização
1539
deste complexo enzimático. A utilização do CE1 também apresentou dados semelhantes
1540
quando utilizado nas dietas contendo milho e farelo de soja, não havendo diferenças
1541
significativas quando comparado com o FMA21%, indicando a utilização deste
1542
ingrediente neste nível.
1543
Na Tabela 4 são apresentados os dados de qualidade interna e externa, com o peso
1544
do ovo (PO), gravidade especifica (GE), espessura da casca (Esp), unidade Haugh (UH) e
1545
coloração da gema (CG).
1546
1547
1548
1549
1550
1551
1552
Tabela 4 - Médias de peso (PO), gravidade especifica (GE), espessura de casca (Esp), unidade Haugh (UH)
e coloração da gema (CG) de ovos de codornas alimentadas com dietas contendo níveis de farelo de
mamona autoclavado, sem e com enzimas
Dados de qualidade interna e externa dos ovos
Tratamento
PO (g)**
GE**
Esp (mm)
UH
CG**
FSM
11,04a
1,074a
0,130
87,70
4,25c
FSM+CE1
10,84ab
1,074ab
0,133
87,90
4,26bc
FSM+CE2
10,77ab
1,074ab
0,133
88,07
4,31bc
FMA
10,47b
1,071b
0,132
88,21
4,52a
FMA+CE1
10,67ab
1,071b
0,131
88,17
4,44ab
FMA+CE2
10,33b
1,072ab
0,131
88,04
4,51a
Analise de Variância
Média
10,69
1,073
0,132
88,02
4,38
CV,%
2,98
0,16
4,21
0,53
2,50
Prob
0,007
0,0023
>0,050
>0,050
<0,001
**
Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem (p<0,01) pelo teste de Tukey
1
Rovabio Excel AP 10%; 2Axtra XAP.
1553
A espessura da casca, unidade Haugh não apresentaram diferenças significativa
1554
(p>0,050) entre as médias analisadas. Apresentaram significância as médias do peso dos
1555
ovos (p=0,007), gravidade específica (0,0023) e coloração da gema (<0,001). O uso dos
1556
complexos enzimáticos melhorou os resultados para as rações com farelo de soja e milho.
1557
Ao adicionar o FMA21% houve uma redução do PO e GE em relação à dieta com FSM,
1558
no entanto este efeito não foi significativo após a adição do CE1, comprovando a
1559
eficiência deste complexo nas dietas contendo o farelo de mamona. Quanto à coloração
81
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1560
da gema (CG) foi observado maiores colorações em dietas contendo FMA21% sem e
1561
com enzima em relação à dieta testemunha.
1562
Com a inclusão do farelo de mamona autoclavado nas rações, foi necessário um
1563
acréscimo de 10,16% na adição de óleo nas rações, para mantê-las isoenergéticas,
1564
podendo ser a causa do aumento da coloração da gema. Além disso, o fornecimento do
1565
complexo enzimático (CE1), auxiliou na disponibilidade dos ácidos graxos, beneficiando
1566
o metabolismo das gorduras. Os complexos enzimáticos são capazes de aumentar a
1567
disponibilidade de proteínas, gorduras e polissacarídeos de reserva (Campestrini et al.,
1568
2005).
1569
Freitas et al. (2004) avaliaram o mesmo complexo enzimático (CE1) utilizado
1570
neste trabalho, em dietas com níveis crescentes de trigo para poedeiras e constaram que a
1571
utilização deste complexo intensificou a coloração da gema dos ovos das poedeiras,
1572
quando utilizado trigo até 30%.
1573
Santos (2011) trabalhando com farelo de mamona processado (FMP) nos níveis de
1574
0, 5, 10, 15 e 20%, também constatou queda no peso dos ovos conforme aumentava a
1575
inclusão do FMP nas rações, semelhante ao encontrado neste trabalho.
1576
Murakami et al. (2007) utilizaram um complexo enzimático contendo alfa-
1577
galactosidase, pectinases, celulase e proteases em dietas com farelo de soja com
1578
valorização proteica, energética e aminoacídica sobre o desempenho e qualidade de ovos
1579
de poedeiras comerciais verificaram que a adição deste complexo melhorou no peso do
1580
ovo, no entanto, não foi possível detectar diferenças sobre os percentuais de sólidos,
1581
gema, clara e casca. Os autores, comentam ainda que é importante a determinação dos
1582
ingredientes para uma correta valorização dos nutrientes e obtenção dos resultados
1583
esperados.
82
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1584
Na Tabela 5, estão apresentadas às médias e análise estatística para peso e
1585
percentuais da gema, albúmen e casca dos ovos de codornas alimentadas com rações
1586
contendo níveis de farelo de mamona autoclavado, sem e com enzimas.
1587
1588
1589
Tabela 5 - Médias para peso e percentuais da gema, albúmen e casca dos ovos de codornas alimentadas com dietas
contendo níveis de farelo de mamona autoclavado, sem e com enzimas
Peso, g
Porcentagem, %
Albúmen
Casca
Gema
Albúmen
Casca
FSM
6,27
0,88
35,23
56,78
7,99
FSM+CE1
6,18
0,87
34,97
57,04
7,99
FSM+CE2
6,13
0,87
34,92
56,95
8,06
FMA
6,05
0,81
34,52
57,74
7,75
FMA+CE1
6,18
0,81
34,52
57,91
7,57
FMA+CE2
5,93
0,82
34,69
57,40
7,92
Analise de Variância
Média
3,72
6,12
0,84
34,81
57,30
7,88
CV,%
4,00
4,12
6,22
3,63
2,43
5,38
Prob
0,0105
0,2571
0,0604
>0,050
>0,050
0,3704
**
Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna diferem (p<0,05) pelo teste de Tukey; 1Rovabio Excel AP
10%; 2Axtra XAP.
Tratamento
1590
1591
1592
1593
1594
Gema*
3,89a
3,79ab
3,76ab
3,61b
3,68ab
3,58b
Assim na Tabela 5, podemos constatar que apenas ocorreu significância para o
1595
peso das gemas (p=0,0105). O complexo enzimático (CE1) melhorou os resultados
1596
quando adicionado nas dietas com farelo de mamona autoclavado, com médias
1597
semelhantes às dietas contendo farelo de soja e milho, sem e com enzimas.
1598
As demais médias dos parâmetros de qualidade dos ovos não foram significativas
1599
(p<0,05) entre os tratamentos avaliados, observando assim, que ao incluir 21% FMA,
1600
apenas ocasionou redução no peso da gema, não afetando os demais parâmetros.
1601
1602
CONCLUSÃO
1603
1604
O farelo de mamona autoclavado quando utilizado na alimentação de codornas
1605
japonesas na fase de postura em níveis de inclusão de até 21% com a adição de um
1606
complexo enzimático contendo xilanase, β-glucanase, celulase, pectinase, protease
83
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1607
(atuação secundária) não compromete os principais parâmetros produtivos e na qualidade
1608
dos ovos.
1609
1610
1611
1612
1613
1614
1615
1616
1617
1618
1619
1620
1621
1622
1623
1624
1625
1626
1627
1628
1629
1630
1631
1632
1633
1634
1635
1636
1637
1638
1639
1640
1641
1642
1643
1644
1645
1646
1647
1648
1649
1650
1651
1652
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANANDAN, S.; ANIL KUMAR, G. K. GHOSH, J. et al. Effect of different physical and
chemical treatments on detoxification of ricin in castor cake. Animal Feed Science and
Technology. v. 120, n. 1, p. 159-168. 2005.
ARAUJO, D. de M.; SILVA, J. H. V. da; MIRANDA, E. C. de. et al. Farelo de trigo e
complexo enzimático na alimentação de poedeiras semipesadas na fase de produção.
Revista Brasileira de Zootecnia. v. 37, n. 5, p. 843-848. 2008.
CAMPESTRINI, E.; SILVA, V. T. M.; APPELT, M. D. Utilização de enzimas na
alimentação animal. Revista Eletrônica Nutritime. v. 2, n. 6, p. 259-272. 2005.
CARDOSO, D. M.; MACIEL, M. P.; PASSOS, D. P. et al. Efeito do uso de complexo
enzimático em rações para frangos de corte. Revista Archivos de Zootecnia. v. 60, n.
232, p. 1053-1064. 2011.
CARVALHO, J. C. C. de; BERTECHINI, A. G.; FASSANI, E. J. et al. Desempenho e
características de carcaça de frangos de corte alimentados com dietas à base de milho e
farelo de soja suplementadas com complexos enzimáticos. Revista Brasileira de
Zootecnia. v. 38, n. 2, p. 292-298. 2009.
COSTA, F. X.; SEVERINO, L. S.; BELTRÃO, N. E. de M. et al. Avaliação de teores
químicos na torta de mamona. Revista de Biologia e Ciências da Terra. v. 4, n. 2, p. 17. 2004.
FREITAS, F. B. de; ZANELLA, I.; CARVALHO, A. D. et al. Avaliação de complexo
multienzimático em dietas com níveis crescentes de trigo para poedeiras: ensaio de
desempenho. ARS Veterinaria. v. 20, n. 2, p. 136-143. 2004.
FREITAS, S. C.; ANTONIASSI, R.; OLIVEIRA, L. A. et al. Composição de farelo
desengordurado de variedades de mamona cultivadas no município de Itaocara, Estado do
Rio de Janeiro, In: Congresso Brasileiro de Mamona, 3. Salvador, 2006. Anais...
Salvador, 2006.
GALOBART, E. A.; SALA, R.; RINCO, X. et al. Egg yolk Collor as affected by
saponiûcation of different natural pigmenting sources. Journal Applied of Poultry
Research. v. 13, p. 328-334. 2004.
GENTILINI, F. P. SILVA, R. A. G. da; NUNES, P. M. et al. Produtividade e resistência
óssea de poedeiras suplementadas com Allzyme® SSF nas dietas. Revista Archivos de
Zootecnia. v. 58, n. 224, p. 645-653. 2009.
84
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1653
1654
1655
1656
1657
1658
1659
1660
1661
1662
1663
1664
1665
1666
1667
1668
1669
1670
1671
1672
1673
1674
1675
1676
1677
1678
1679
1680
1681
1682
1683
1684
1685
1686
1687
1688
1689
1690
1691
1692
1693
1694
1695
1696
1697
1698
1699
1700
1701
HAMILTON, R. M. G. Methods and factors that affect the measurement of egg Shell
quality. Poultry Science. v. 61, p. 2022-2039. 1982.
LEITE, P. R. de SÁ da C.; LEANDRO, N. S. M.; STRINGHINI, J. H. et al. Desempenho
de frangos de corte e digestibilidade de rações com sorgo e milheto e complexo
enzimático. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v. 46,n. 3, p. 280-286. 2011.
LIMA, F. R. de. Aditivos Zootécnicos: Enzimas. In: PALERMO NETO, J.
Farmacologia Aplicada à Avicultura. São Paulo: Roca, 2005. p. 239-248.
MURAKAMI, A. E.; FERNANDES, J. I. M.; SAKAMOTO, M. I. Efeito de
suplementação enzimática no desempenho e qualidade dos ovos de poedeiras comerciais.
Acta Scientiarum Animal Sciences. v. 29, n. 2, p. 165-172. 2007.
NIAN, F.; GUO, Y. M.; RU, Y. J. et al. Effect of exogenous xylanase supplementation on
the performance, net energy and gut microflora of broiler chickens fed wheat-based diets.
Asian-Australasian Journal of Animal Sciences. v. 24, n. 3, p. 400-406. 2011.
OPALINSKI, M.; MAIORKA, A.; CUNHA, F. et al. Adição de níveis crescentes de
complexo enzimático em rações com soja integral desativada para frangos de corte.
Archives of Veterinary Science. v. 11, n. 3, p. 31-35. 2006.
PARDI, H. S. Influência da Comercialização na qualidade dos ovos de consumo. Rio
de Janeiro, 1977. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense. 73p.
PINHEIRO, J. W.; FONSECA, N. A. N.; SILVA, C. A. da. Farelo de girassol na
alimentação de frangos de corte em diferentes fase de desenvolvimento. Revista
Brasileira de Zootecnia. v. 31, n. 3, p. 1418-1425. 2002.
PUCCI, L. E. A.; RODRIGUES, P. B.; FREITAS, R. T. F. de. Níveis de óleo e adição de
complexo enzimático na ração de frangos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia. v.
32, n. 4, p. 909-917. 2003.
RANGEL, L. P.; CASTELLETTI, C. E. M.; ALMEIDA, C. H. T. de. Estudo da
viabilidade técnica para geração de energia elétrica a partir dos resíduos da mamona. In:
Congresso Brasileiro de Mamona, 1, 2004, Campina Grande. Anais... Campina Grande:
EMBRAPA Algodão, 2004. p. 1-4.
ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. T. DONZELE, J. L. et al. Tabelas brasileiras para
aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 3ª Edição. Viçosa:
Universidade Federal de Viçosa, 2011. 252p.
SANTOS, P. A. dos. Avaliação do farelo de mamona processado na alimentação de
codornas japonesas. 2011. 79 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Departamento
de Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2011.
SEVERINO, L. S. O que sabemos sobre a torta de mamona. Campina Grande:
Embrapa Algodão, 2005. 31p.
85
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1702
1703
1704
1705
1706
1707
1708
1709
1710
1711
1712
1713
1714
1715
1716
1717
1718
SILVA, F. de. A. S.; AZEVEDO, C. A. V. de. Versão do programa computacional
Assistat para o sistema operacional Windows. Revista Brasileira de Produtos
Agroindustriais. v. 4, n. 1, p. 71-78. 2002.
SILVA, J. H. V.; COSTA, F. G. P. Tabela para codornas Japonesas e Europeias.
Jaboticabal: FUNEP, 2009.
SILVEIRA, M. H. D. da; ZANUSSO, J. T.; ROSSI, P. et al. Efeito da peletização em
dietas contendo complexo enzimático para frangos de corte. Ciência Animal Brasileira.
v. 11, n. 2, p. 326-333. 2010.
VIANA, M. T. dos S. ALBINO, L. F. T.; ROSTAGNO, H. S. et al. Efeito do uso de
enzimas sobre o desempenho e metabolismo de poedeiras. Revista Brasileira de
Zootecnia. v. 38, n. 6, p. 1068-1073. 2009.
1719
1720
1721
1722
1723
1724
1725
1726
1727
1728
1729
1730
1731
1732
1733
1734
1735
1736
1737
1738
1739
86
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1740
1741
1742
1743
1744
1745
1746
1747
1748
1749
1750
1751
1752
1753
1754
1755
1756
1757
1758
1759
1760
1761
1762
1763
1764
1765
1766
1767
1768
1769
1770
1771
1772
87
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1773
1774
1775
1776
1777
1778
1779
1780
1781
1782
1783
1784
1785
1786
1787
1788
1789
1790
1791
1792
1793
1794
1795
1796
1797
1798
1799
1800
1801
1802
1803
1804
1805
88
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1806
1807
1808
1809
1810
1811
1812
1813
1814
1815
1816
1817
1818
1819
1820
1821
1822
1823
1824
1825
1826
1827
1828
1829
1830
1831
1832
1833
1834
1835
1836
1837
1838
89
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1839
1840
1841
1842
1843
1844
1845
1846
1847
1848
1849
1850
1851
1852
1853
1854
1855
1856
1857
1858
1859
1860
1861
1862
1863
1864
1865
1866
1867
1868
1869
1870
1871
90
Pimentel, A. C. S. Utilização do farelo de mamona autoclavado na alimentação de
codornas em postura.
1872
1873
1874
1875
1876
1877
91
Download

Baixar - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRPE