ACABOU O APARTHEID? Jordana Moura de Paula e Thais da Silva Soares É visível e extremamente inaceitável os atos de preconceito no esporte brasileiro, em destaque no futebol. Ainda que sua história nos remeta as origens preconceituosas, pois o futebol no Brasil começou como algo apenas praticado pela elite branca, e somente com o passar dos tempos, mais especificamente na década de 1920 os negros ganharam seu espaço dentro do futebol, deste então, o futebol ficou conhecido como o esporte que reúne pessoas de todas as cores, condições sociais e credos em diferentes regiões do país. Mesmo diante de tantas conquistas e feitos, o futebol ainda não conseguiu romper as barreiras que o marca historicamente, uma vez que, ainda enfrentamos os resquícios de uma sociedade conservadora e intolerante às mudanças e a igualdade. Exemplo disso são as manchetes que temos acompanhado ao longo da evolução do esporte, todas trazendo o preconceito, que é uma atitude de alienação a tudo que foge dos “padrões” de uma sociedade, como o grande foco das repercussões. Em menos de quatro meses ocorreram múltiplos episódios racistas envolvendo, por exemplo, os volantes Tinga e Arouca, o árbitro Mario Chagas e o lateral direito Daniel Alves. Todos foram vítimas de tais preconceitos por parte da torcida adversária, dentre as afrontas estão à emissão de sons semelhantes aos dos macacos, arremesso de bananas e prejuízos materiais, ou seja, o preconceito racial segue mostrando sua faceta mais vergonhosa nos estádios de futebol. As ações racistas nos estádios não são eventos recentes, porém vem obtendo ampla divulgação pela cobertura dos eventos esportivos através de meios midiáticos, que impede a não discussão profunda do problema. Ansiava-se que o fim do Apartheid, cooperasse para diminuir os casos de racismo no mundo, contudo, o preconceito continua se agravando, atingindo as mais distintas formas do relacionamento humano. O preconceito é formado por uma ampla e complexa estrutura ideológica de pensamento, pessoas que se manifestam apenas em defesa de suas conveniências e convicções. Para elucidar essa afirmação podemos enfatizar a falha nas leis, o conservadorismo da sociedade e do judiciário. São pessoas assim que estão transformando os estádios e o futebol, cada vez mais em locais para quem tem dinheiro, mudando o caráter do esporte do povo. Enquanto as atenções dos indivíduos estiverem voltadas muito mais à identidade sexual e à cor da pele do que às suas reais necessidades, a sociedade continuará sofrendo os reflexos desse egocentrismo convertidos em falaciosos discursos políticos e morais.