Por rosh Mosheh ben Shalom PARASHAH MATOT - 42ª PORÇÃO Livro Bemidbar (Nm), capítulo 30:1-32:42 - Introdução: O nome desta parashah da Torah (Pentateuco) é Matot que em língua hebraica significa Tribos. Realmente temos uma bela explanação sobre a base que sustem um clã; a hierarquia familiar. Esta é a ferramenta infalível para qualquer atividade relacionada a grupos de pessoas vivendo em sociedade. Sem a hierarquia tudo vira anarquia, isto é, um descontrole devido à perda da referência. Não é isto o que esta acontecendo ultimamente nas famílias? Os filhos perderam a referência do chefe da casa. De acordo com as Escrituras, a hierarquia procede de cima para baixo, sendo o Homem o grande líder familiar e em sua ausência a esposa e na ausência da mesma quem governa o clã é o filho primogênito. Mas o que se vê em nossos dias? Em primeiro plano quem manda são os filhos e posteriormente a esses, governa a mãe, ficando por último o pai. Isto é difícil de admitir, mas é a realidade, infelizmente de muitos lares. Esta parashah tem o objetivo principal de destacar a autoridade do pai e esposo como um verdadeiro sacerdote de sua casa! - A validade de um voto (juramento) ao Yáhuh: Dt 30:2 - “Depois disse Mosheh aos cabeças (Roshim) das tribos dos filhos de Israel: Isto é o que o Yáhuh ordenou: Quando um homem fizer voto ao Eterno, ou jurar, ligando-se com obrigação, não violará a sua palavra; segundo tudo o que sair da sua boca fará” Nota: Lembrando que todos os votos ou juramentos eram feitos em o Nome do Eterno (Bendito Seja Ele). O não cumprimento destes votos era a profanação do Tetragrama, as quatro consoantes sagradas que compõe o Nome do Altíssimo. Daí o terceiro mandamento do decálogo em Shemôt (Êxodo) capítulo 20: “Não tomarás o Nome do Yahuh teu Elohim em vão, 1 porque Yahuh não terá por inocente aquele que tomar seu Nome em vão”. Ao fazer um voto, a pessoa “TOMAVA” pra si o nome do Eterno como garantia de que iria cumprir o que estava prometendo. Então tomar quer dizer fazer uso pessoal. Existem várias passagens nos Escritos Sagrados que proíbem o juramento em nome de algo que não seja o Nome do Eterno: “Temerás ao Yahuh teu Elohim e o servirás, e pelo seu Nome jurarás” Devarim (Dt) 6:13 “Ao Yahuh teu Elohim temerás; a ele servirás, e a ele te apegarás, e pelo seu nome; jurarás” Devarim (Dt) 10:20 Yeshua afirmou: “Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Yahuh os teus juramentos. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Elohim; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Yerushalaim (Jerusalém), porque é a cidade do grande Rei; nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um só cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno” Matityahu (Mt) 5:33-37 Yeshua reafirma a Torah quando a ratifica. Não podemos jurar falsamente. Quando Yeshua diz “Eu porem vos digo” não esta em hipótese alguma anulando a Torah, mas aconselhando a respeito dela. Ainda mais por estar em concordância por o que foi proferido por Elohim. Como já foi mostrado, os juramentos apenas poderiam ser proferidos por menção do Tetragrama. Mas o que estava acontecendo nos dias de Yeshua? Os israelitas, para não ocorrerem em receber a pena do terceiro mandamento, estavam jurando por outros nomes. É claro que ao substituir o Nome do Eterno, eles utilizavam de outros nomes com muito peso espiritual; e pela advertência de Yeshua, fica obvio por quais nomes estavam jurando: Juravam pelos Shamaim (Céus), pela Eretz (Terra), por Yerushalaim (Jerusalém) e se obrigavam também por suas próprias vidas (cabeças). Yeshua estava mostrando a eles que ao jurar pelo céu, terra, ou Yerushalaim, não estavam se esquivando da maldição do terceiro preceito 2 do decálogo, pois todas estas coisas estavam intrinsecamente ligadas à Elohim, e apesar disto, estavam cometendo uma transgressão da torah. Yeshua também não inovou um discurso, apenas os levou de volta às Escrituras (Tanack): “Assim diz o YHWH (o Eterno): O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificaríeis vós? e que lugar seria o do meu descanso?...E trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, como oblação ao Eterno. Os trarão ao meu santo monte, a (Yerushalaim) Jerusalém, diz o YHWH (o Eterno), como os filhos de Israel trazem as suas ofertas em vasos limpos à casa do Yahuh” Yeshayahu (Is) 66:1:20 Qual o propósito de Yeshua ordenar que não jurassem? Na verdade Yeshua somente os proibiu de jurar por qualquer coisa que fosse Ha’shem. Ademais, Ya’akov (Tiago) acrescenta o motivo do conselho de Yeshua em sua carta: “Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; seja, porém, o vosso sim, sim, e o vosso não, não, para não cairdes em condenação” Ya’akov (Tiago) 5:12 - A obrigação e a invalides do voto de uma virgem: Versos 3,4 - “Também quando uma mulher, na sua mocidade, estando ainda na casa de seu pai, (ante de se casar) fizer voto ao YHWH (Yahuh), e com obrigação se ligar, e seu pai souber do seu voto e da obrigação com que se ligou, e se calar para com ela, então todos os seus votos serão válidos, e toda a obrigação com que se ligou será válida” Nota: Sabemos que uma jovem esta debaixo da tutela de seu pai enquanto não se casar. Neste caso explícito na torah, o que podemos observar é quão grande é a autoridade do homem na hierarquia familiar! Esta autoridade é tamanha que o pai tem legalidade de validar ou não o juramento de sua filha, caso o souber! “Mas se seu pai lho vedar (anular) no dia em que o souber, todos os seus votos e as suas obrigações, com que se tiver ligado, deixarão de ser válidos; e o Eterno (YHWH) lhe perdoará, porquanto seu pai lhos vedou.” 3 - O marido tem autoridade para anular o voto da esposa: Versos 6,7 - “Se ela se casar enquanto ainda estiverem sobre ela os seus votos ou o dito irrefletido dos seus lábios, com que se tiver obrigado, e seu marido o souber e se calar (consentir) para com ela no dia em que o souber, os votos dela serão válidos; e as obrigações com que se ligou serão válidas.” Verso 8 - “Mas se seu marido lho vedar no dia em que o souber, anulará o voto que estiver sobre ela, como também o dito irrefletido dos seus lábios, com que se tiver obrigado; e o YHWH (Eterno) lhe perdoará” Nota: Quantas vezes maridos sofrem por causa de algum voto insensato de suas mulheres! Em primeiro lugar, os juramentos precisam ser feitos em o Nome de Elohim e tem obrigação de serem compridos. Em segundo, a falta de entendimento faz que as pessoas pereçam, pois o marido tem total aval da torah de invalidar qualquer voto de sua mulher, uma vez que o julgar tolo. Isso, mesmo se o souber bem após sua esposa o ter proferido. - O voto da viúva e da repudiada: Verso 9 - “No tocante ao voto de uma viúva ou de uma repudiada, tudo com que se obrigar ser-lhe-á válido.” Nota: Nos casos da viúva e da mulher repudiada, o juramento deverá ser mantido, haja-visto, não existir autoridade maior para lhos vetar. - A autoridade do marido na torah: Verso 13 - “Todo voto, e todo juramento de obrigação, que ela (a esposa) tiver feito para afligir a alma, seu marido pode confirmá-lo, ou pode anulá-lo” Nota: O homem é o sacerdote do lar. No tocante as coisas espirituais ele é autoridade suprema estabelecida por Elohim. Por isso, é importante que o homem tenha um auto padrão moral afim que seja uma referência espiritual para sua esposa e seus filhos. 4 - Quem cala concentre também diz a torah: Versos 14,15 - “Se, porém, seu marido, de dia em dia, se calar inteiramente para com ela, confirma todos os votos e todas as obrigações que estiverem sobre ela; ele lhos confirmou, porquanto se calou para com ela no dia em que os soube. Mas se de todo lhos anular depois de os ter sabido, ele levará sobre si a iniqüidade dela” Nota: O silêncio do marido ao saber do voto da mulher reflete seu consentimento pelo o que si falou. Depois de muito tempo, o marido não poderá mais anular e se o fizer levará sobre si a transgressão do juramento não cumprido. Este é um pecado sem volta de acordo com o decálogo! CAPÍTULO 31 Este capítulo trás um vislumbre do tamanho da empreitada do povo hebreu rumo à conquista da tão sonhada pátria prometida! Mosheh avinu recebe sua última ordem antes e sua morte; orquestrar os israelitas para uma grande peleja. - A vingança do Há’Shem sobre os midianitas: Versos 1,2 - “Disse mais o Yahuh a Mosheh: Vinga os filhos de Israel dos midianitas; depois serás recolhido ao teu povo” Nota: Mosheh recebe do Eterno uma árdua tarefa antes de sua partida da terra dos viventes, a de destruir o povo de sua esposa e de seu sogro! - Quem era os midianitas? Os midianitas era um povo nômade (peregrino) e também descendiam de Avraham (Abraão), porém de sua segunda esposa, Quetura. Apesar desta aliança, Israel e Midiã foram grandes inimigos. Midiã localizava-se ao sul de Kenaan. 5 - Doze mil homens armados saem à peleja: Verso 3 – “Falou, pois, Mosheh ao povo, dizendo: Armai homens dentre vós para a guerra, a fim de que saiam contra Midiã, para executarem a vingança do Yahuh sobre Midiã. Enviareis à guerra mil de cada tribo entre todas as tribos de Israel. Assim foram entregues dos milhares de Israel, mil de cada tribo, doze mil armados para a peleja” - Fineyah, filho do Kohem HaGadol lidera a peleja por K’naã Verso 6 – “E Mosheh mandou à guerra esses mil de cada tribo, e com eles Fineyah, filho de Eleazar, o sacerdote, o qual levava na mão os vasos do santuário e as trombetas para tocarem o alarme” Nota: Com Fineyah na liderança Israel vence os midianitas, incluindo cinco reis: Evi, Requem, Zur, Hur e Reba! - O Vidente Bilan (Balaão) que desviara Israel dos caminhos do Hashem, morre na guerra: Verso 8 – “igualmente mataram à espada a Balaão, filho de Beor” Sobre este profeta, também falou Kefah (Pedro) em sua segunda carta no capítulo 2, versículo 14 e 15: “tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecar; engodando as almas inconstantes, tendo um coração exercitado na ganância, filhos de maldição; os quais, deixando o caminho direito, desviaram-se, tendo seguido o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça” Yehudá (Judas) também falou sobre Bilan: “Ai deles! porque foram pelo caminho de Caim, e por amor do lucro se atiraram ao erro de Bilan (Balaão), e pereceram na rebelião de Coré” Jd 1:11 6 Segue-se assim em Guiliana (Apocalipse) 2:14: “Entretanto, algumas coisas tenho contra ti; porque tens aí os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, introduzindo-os a comerem das coisas sacrificadas a ídolos e a se prostituírem” - Os hebreus pouparam as mulheres midianitas: Verso 9 – “Também os filhos de Israel levaram presas as mulheres dos midianitas e os seus pequeninos; e despojaram-nos de todo o seu gado, e de todos os seus rebanhos, enfim, todos os seus bens” -Mosheh repreende a atitude dos homens israelitas e manda matar as mulheres: Versos 14-17 - “E indignou-se Mosheh contra os oficiais do exército...e lhes disse: Deixastes viver todas as mulheres? Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, fizeram que os filhos de Israel pecassem contra o Yahuh no caso de Peor, pelo que houve a praga entre a congregação do Yahuh. Agora, pois, matai todos os meninos entre as crianças, e todas as mulheres que conheceram homem, deitando-se com ele. Mas todas as meninas, que não conheceram homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para vós” Nota: São óbvios os motivos pelos quais Mosheh ordenou o massacre das crianças midianitas. Primeiro é importante destacar que as mulheres foram mortas por receber a paga pela participação da queda dos filhos de Israel. As virgens foram poupadas, em número de trinta e duas mil, justamente por não ter esta participação. Já as crianças, morreram para se estancar uma possível revolta no futuro. Estes meninos iriam crescer sabendo que os hebreus destruíram suas cidades e mataram seus pais. Isto evidencia o fato de Mosheh ordenar suas execuções, além do mais, estes garotos poderiam ser fruto de uma possível miscigenação entre as duas raças. 7 - A cota sobre os despojos da guerra DESPOJO DA GUERRA 675.000 OVELHAS 72.000 BOIS 61.000 JUMENTOS 32.000 VIRGENS A COTA PARA HASHEM 675 OVELHAS 72 BOIS 61 JUMENTOS 32 VIRGENS 16.750 CICLOS DE OURO EM JÓIAS TOTAL DO PESO DOS 16.750 CICLOS: 190.95 kg de ouro Em relação a oferta alçada dada a Hashem temos em Guiliana (Apocalipse) que as nações trarão sua “glórias” à YHWH: “As nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua “glória” ( Heb; Kavod = peso, majestade, riqueza). As suas portas não se fecharão de dia, e noite ali não haverá; e a ela trarão a Kavod “glória” e a honra das nações. E não entrará nela coisa alguma impura, nem o que pratica abominação ou mentira; mas somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” Guiliana (Ap.) 21:24-27 Shalom, Shalom! 8