Universidade do Estado do Rio de Janeiro Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Departamento de Ensino de Ciências e Biologia Patrícia do Socorro de Campos da Silva Conhecimento sobre o caramujo africano Achatina fulica Bowdich, 1822 entre os estudantes do Ensino Fundamental moradores da Vila do Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ – Brasil Rio de Janeiro 2009 ii Patrícia do Socorro de Campos da Silva Conhecimento sobre o caramujo africano Achatina fulica Bowdich, 1822 entre os estudantes do Ensino Fundamental moradores da Vila do Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ – Brasil Trabalho Final apresentado ao Departamento de Ensino de Ciências e Biologia, do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como requisito parcial para obtenção do grau de licenciado em Ciências Biológicas. Orientadora: Marilene de Sá Cadei Co-orientadora: Sonia Barbosa dos Santos Rio de Janeiro 2009 iii CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC-A Silva, Patrícia do Socorro de Campos da. S586 P.Final Conhecimento sobre o caramujo africano Achatina fulica Bowdich, 1822 entre os estudantes do ensino fundamental moradores da Vila do Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ Brasil / Patrícia do Socorro de Campos da Silva. - 2009. xiii, 74 f. : il. - Orientadora: Marilene de Sá Cadei. Co-orientadora: Sonia Barbosa dos Santos. Banca Examinadora: Deise Keller Cavalcante, Rosalina M. de Magalhães Pereira. Projeto Final apresentado ao Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, para obtenção do grau de licenciado em Ciências Biológicas. Bibliografia: f. 43-48. 1. Caracol – África. 2. Caracol como transmissor de doença. 3. Gastropode. I. Cadei, Marilene de Sá. II. Santos, Sonia Barbosa dos. III. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes. IV. Título. CDU 594.32(6) CDU 598.2:591.53(815.3) iv Patrícia do Socorro de Campos da Silva Conhecimento sobre o caramujo africano Achatina fulica Bowdich, 1822 entre os estudantes do Ensino Fundamental moradores da Vila do Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ – Brasil Trabalho Final apresentado ao Departamento de Ensino de Ciências e Biologia, do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como requisito parcial para obtenção do grau de licenciado em Ciências Biológicas. Aprovado em: ___/___/___ BANCA EXAMINADORA Profa MSc. Deise Keller Cavalcante Departamento de Ensino de Ciências e Biologia Universidade do Estado do Rio de Janeiro Profa. MSc. Rosalina M. de Magalhães Pereira Departamento de Ensino de Ciências e Biologia Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2009 v DEDICATÓRIA A Deus que pela sua misericórdia permitiu que tudo isso fosse possível. Ao meu marido, por todo suporte e compreensão devido à minha ausência, pelo cuidado com minha saúde e bem estar e por sempre me amparar nas horas difíceis com palavras de vitória. À minha mãe, por todo amor, incentivo, apoio e pelo exemplo de fé. Ao meu pai Júlio Romão por ser meu maior exemplo de superação e vitória, que mesmo longe, sempre esteve presente. Aos meus irmãos Cláudia e Carlos, que foram incentivadores constantes e sempre presentes. vi AGRADECIMENTOS À Professora Marly Veiga, minha orientadora pedagógica, pelo incentivo constante e pelo exemplo de educadora. À Professora Sonia Barbosa do Santos, minha co-orientadora pela contribuição intelectual, pela amizade e pelo suporte dado neste estudo, inclusive o financeiro. Pelo exemplo de vida e profissional. À Professora Marilene de Sá Cadei, minha orientadora pela confiança. Aos amigos do Laboratório de Malacologia que contribuíram para meu crescimento, Eduardo, Tiago, Gleisse, Igor e Francielle, especialmente à Jaqueline e Amilcar que foram muito além de colegas de laboratório, transformaram-se em amigos de alma. Aos meus colegas de curso que compartilharam comigo muitas lágrimas e sorrisos acadêmicos e pessoais, especialmente à Débora, Ellen, Cíntia, Leandra, Clayton, Janaína, Viviane, Natália e Anderson. Às equipes do CEADS e do IEF que contribuíram para este trabalho, sem as quais este trabalho teria se tornado muito mais difícil. À diretora Danielle Raymundo e coordenadoras da Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega que permitiram a pesquisa na unidade escolar e deram toda a assistência necessária. vii Como sujeito da história, compreendo o educador, o autêntico educador, como o ser humano que constrói, pedra sobre pedra, o projeto histórico de desenvolvimento do povo. Um ser, junto com os outros, conscientemente, engajado no “fazer” a história. Cipriano Carlos Luckesi viii RESUMO O caracol africano Achatina fulica Bowdich, 1822 é um animal exótico invasor que está presente em quase todo país inclusive em ilhas como é o caso da Ilha Grande. Este animal é hospedeiro intermediário de nematódeos de importância médica e, além disso, pode trazer prejuízos ambientais para o ecossistema onde está presente. A população da Ilha Grande lida com esta problemática diariamente. Acreditando que as crianças podem atuar como multiplicadoras de conhecimentos este estudo teve como objetivo realizar um breve levantamento sobre o conhecimento prévio de alunos de uma escola na Ilha Grande sobre o caracol africano, analisar como esses conhecimentos podem interferir na percepção de meio ambiente e proteção da fauna. Para tanto foi utilizado um questionário contendo seis perguntas abertas e para a análise dos dados foi utilizada a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados do estudo mostraram que os alunos possuem informações básicas sobre o caracol, mas não o reconhecem como causador de prejuízos ao ambiente e apresentam informações insuficientes sobre como o animal pode ameaçar a saúde humana. Considerando estes resultados é possível identificar os aspectos que necessitam ser enfocados e os assuntos que precisam ser desmistificados junto a esse público, para que possam atuar como multiplicadores eficientes de informações corretas que têm como objetivo proteger a população humana e o meio ambiente. Palavras-chave: caracol africano, educação, conhecimento ix ABSTRACT The african snail Achatina fulica is an animal exotic invasive that is present in almost entire country even in islands such as Ilha Grande. This animal is intermediate host of nematodes of medical importance and, furthermore, can cause environmental damage where it is present. The population of Ilha Grande gets along with this issue daily. Believing that children can act as multipliers of information this study aimed to conduct a brief survey about the prior knowledge of students at a school in Ilha Grande concerning to the African snail, examine how it can interfere with the perception of environment and protection of animals and from then we can identify the points that need to be worked and demystified with this public, so that these students can act as multipliers efficient of correct information and have as objective to protect the human population and the environment. The findings of the study showed that students have basic information about the animal, but they do not recognize it as a cause of damage to the environment and have poor information about how the animal may put in risk the human health. Keywords: African Snail, education, knowledge x LISTAS DE FIGURAS Figura 1: Achatina fulica Bowdich, 1822, animal adulto................................ 5 Figura 2: Postura de Achatina fulica............................................................ 6 Figura 3: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da primeira questão .......................................................................................................... 19 Figura 4: Conchas de caracóis nativos e de Achatina fulica ......................... 23 Figura 5: Variedade no padrão de coloração das conchas de Achatina fulica............................................................................................................... 23 Figura 6: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da terceira questão............................................................................................................ 26 Figura 7: Gráfico do percentual de respostas referentes à primeira parte da quarta questão................................................................................................ 31 Figura 8: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da quinta questão............................................................................................................ 35 Figura 9: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da sexta questão............................................................................................................ 38 xi LISTAS DE TABELAS Tabela 1: Categorias encontradas nas respostas à segunda parte da primeira questão com os respectivos números (n) de respostas em que foram identificadas e suas respectivas porcentagens...................................................................................... 20 Tabela 2: Categorias encontradas nas respostas à segunda parte da questão dois com o número (n) de respostas em que foram identificadas e suas respectivas porcentagens..................................................................... 25 Tabela 3: Categorias encontradas nas respostas à segunda parte da questão três com o número de respostas em que foram identificadas e respectivas porcentagens ............................................................................ 27 Tabela 4: Porcentagem de males citados nas respostas (englobadas na categoria D da questão dois) com os respectivos números de respostas em que foram citadas e porcentagens..................................................... 28 Tabela 5: Categorias que englobam respostas que referiram-se a prejuízos causados à natureza com respectivos número de respostas que as citaram e suas respectivas porcentagens............................................ 32 Tabela 6: Categorias que reúnem respostas referentes ao comportamento dos entrevistados e/ou suas famílias frente à presença do caracol em seus domicílios, com o número de respostas que as citaram e suas respectivas porcentagens................................................................................................. 35 Tabela 7: Categorias que englobam respostas referentes à segunda parte da questão seis, o número (n) de respostas em que foram citadas e suas respectivas porcentagens.............................................................................. 39 xii SUMÁRIO RESUMO.................................................................................................... viii ABSTRACT................................................................................................. ix LISTA DE FIGURAS....................................................................................... x LISTA DE TABELAS....................................................................................... xi 1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 1 2. O CARACOL AFRICANO Achatina fulica Bowdich, 1822........................... 3 3. ILHA GRANDE............................................................................................. 7 3.1. A Vila do Abraão................................................................................ 9 4. ENSINO FUNDAMENTAL........................................................................... 10 4.1. Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega.............................................. 12 5. EDUCAÇÃO E CONTROLE DE ESPÉCIES INVASORAS........................ 13 6. OS CAMINHOS DA PESQUISA.................................................................. 15 6.1 Pensando a Pesquisa em Educação................................................. 15 6.2 A escolha do método qualitativo........................................................ 16 6.3 O Discurso do Sujeito Coletivo........................................................... 16 6.4 Realização da pesquisa...................................................................... 17 6.5 A análise dos dados............................................................................ 18 7. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................. 19 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 42 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 45 Anexo 1: Questionário..................................................................................... 51 Anexo 2: Tabulação dos dados....................................................................... 53 1. INTRODUÇÃO O caracol africano Achatina fulica Bowdich, 1822 é uma espécie exótica invasora, natural da áfrica que foi introduzida em vários países. No continente americano sua introdução iniciou-se pelo Havaí na década de 1930 e no Brasil por volta dos anos de 1988 (TELLES et al., 1997; THIENGO, 2003). Foi registrado pela primeira vez na Ilha Grande, em 2002 por Santos, Monteiro e Thiengo quando então, iniciaram-se atividades de divulgação sobre o caracol e de educação ambiental, com enfoque em espécies exóticas, com os moradores e estudantes de diferentes comunidades da Ilha Grande. Atualmente são conhecidas as ameaças à saúde pública e à natureza que este animal pode trazer e, portanto, a população, tanto adulta quanto infantil, como agente integrante e transformadora do meio, deve compreender as implicações da presença deste animal na sua vida e no espaço em que vive, para que possa agir conscientemente para o bem de sua comunidade e do meio ambiente. A educação por ampliar a percepção e instigar a mudança de comportamento e pensamento atua como instrumento de transformação socioambiental e pode tornar simples indivíduos em cidadãos atuantes em sua realidade local. Alguns trabalhos como o de Garcia et al. (2009) demonstram que as crianças quando bem orientadas podem participar ativamente como multiplicadores de conhecimento, atuando também como fiscalizadores das ações que ocorrem ao seu redor. Mas para que estas sejam orientadas da melhor forma, muitas vezes se faz necessário identificar as informações, dúvidas e crenças prévias para que sejam elaborados planos estratégicos que gerem resultados positivos. Sendo assim a questão a que se dedica esse estudo é: qual o conhecimento que os alunos do ensino fundamental moradores da Vila do Abraão na Ilha Grande possuem sobre o caracol africano? Desse modo, o estudo teve os seguintes objetivos: Realizar um breve levantamento sobre o conhecimento prévio que os alunos da Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega (situado na Vila do Abraão, Ilha Grande) têm sobre o caracol africano, sua importância e suas implicações para a comunidade e meio ambiente em geral; Analisar como esses conhecimentos podem interferir na percepção de 1 meio ambiente, conservação e saúde. Este estudo é uma investigação aplicada uma vez que pode ser utilizada para elaboração de tomada de decisões práticas por parte do poder público daquela localidade. Ao final deste trabalho apresentamos algumas sugestões de ações que poderão se desenvolvidas de forma a melhorar o entendimento dos estudantes sobre o caracol africano. 2 2. O CARACOL AFRICANO Achatina fulica Bowdich, 1822. Achatina fulica Bowdich, 1822, também chamado de caracol-gigante-africano ou caracol africano (figura 1), é uma espécie de gastrópode terrestre da família Achatinidae. Natural da África, foi introduzido no Brasil por volta da década de 1980, no estado do Paraná (TELES et al., 1997; TELLES; FONTES; AMARAL, 2004), para fins comerciais em substituição ao verdadeiro “escargot”. O termo “escargot” referese aos caracóis consumidos na Europa desde tempos históricos (RIPADO, 1995) e depois comercializados e difundidos em todo o mundo, abrangendo gastrópodes de outra família, Helicidae, sendo comercializadas principalmente as espécies Helix aspersa Müller, 1774 e Helix pomatia Linnaeus, 1758 (BARÇANTE et al., 2005). O rápido crescimento do caracol africano, que pode chegar a medir 15 cm de altura da concha em idade adulta (ESTON et al., 2006), a alta taxa reprodutiva, pois pode colocar de 200-500 ovos por postura em média (figura 2) (TEIXEIRA et al., 2006), a pouca especificidade de alimento e de condições ambientais (TELES et al., 1997; SIMIÃO; FISCHER, 2004; PAIVA, 2008 ) foram os principais motivos que incentivaram o negócio com o animal no Brasil. Como houve rejeição do mercado, pois os apreciadores do prato não aprovaram a carne do caracol africano, aos poucos, os criadores, sem orientação adequada, se desfizeram dos animais que criavam em locais inapropriados (terrenos baldios e quintais) (LORENZI, 2006). Desde a sua introdução o animal foi se dispersando por outros estados brasileiros e, atualmente, está presente em vinte e três dos vinte e seis estados brasileiros, inclusive Amazônia (THIENGO et al., 2006), em reservas e áreas naturais no continente, assim também como em ambientes de proteção ambiental insulares, como Fischer e Colley (2004; 2005) registraram no estado do Paraná. Santos, Monteiro e Thiengo (2002) relataram a presença do caracol gigante africano na Ilha Grande, município de Angra dos Reis, observado no final de 2001, ocasião na qual muitos moradores afirmaram ter visto os animais a mais ou menos três meses. A partir dessa ocasião, o Laboratório de Malacologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro desenvolveu três campanhas de divulgação sobre o caracol africano, entre os moradores e estudantes da Ilha Grande e realizando campanhas de catação e eliminação junto com os alunos da Vila do Abraão e de 3 outras comunidades da Ilha Grande, onde foram coletados um grande número de exemplares e as crianças receberam orientações sobre o animal (documentação própria do laboratório). Alguns moradores da Vila do Abraão entrevistados durante o ano de 2007 relataram perceber a presença do animal há apenas três anos, outros há quatro anos, outros há cinco anos e outros, no entanto, já observavam sua presença há pelo menos sete anos. Atualmente percebe-se que muitos moradores não conhecem o animal e nem os problemas relacionados a ele (informações pessoais). Já foi verificado que o animal ocorre em ambientes domiciliares, árvores, calçadas, em material em decomposição resultante de restos de poda e capina, nas ruas, muros, caixas de relógio de luz (ou marcadores de luz) (observação pessoal). Inicialmente, a problemática do caramujo africano, um animal exótico, esteve restrita às questões ambientais, pois possivelmente compete por alimento e por espaço com espécies nativas de gastrópodes, devido à possível sobreposição de nicho trófico (FICHER; COLLEY, 2004; ESTON et al., 2006; NEUHAUSS et al., 2007). Atualmente, ultrapassa as fronteiras das questões ambientais, pois este animal pode ser hospedeiro intermediário de vermes que causam graves problemas à saúde humana, podendo levar à morte (GRAEFF-TEIXEIRA, 2007; NEUHAUSS et al., 2007). Duas verminoses estão ligadas à presença de A. fulica: a angiostrongilose abdominal e a angiostrongilose meningoencefálica. A angiostrongilose abdominal, causada por Angiostrongylus costaricensis Morera & Céspedes, 1971 tem sido registrada no Brasil desde a década de setenta (GRAEFF-TEIXEIRA, CAMILLO-COURA, LENZI, 1991), com dezenas de casos confirmados. Nesta doença a pessoa é infectada pela ingestão acidental da larva do verme. Este se aloja nas artérias mesentéricas causando dores e inchaço abdominais, constipação, vômitos, intensa atividade inflamatória, entre outros sintomas, podendo levar a lesões intestinais e comprometimento do órgão (GRAEFF-TEIXEIRA; CAMILLO-COURA; LENZI, 1991; PENA; FILHO; ASSIS, 1995; MORERA; AMADOR; 1998). A angiostrongilose meningoencefálica é causada pela ingestão acidental da larva do verme Angiostrongylus cantonensis (Chen, 1935) que atinge o sistema nervoso central causando inflamação nas meninges (meningite). A doença é caracterizada por fortes dores de cabeça e rigidez na nuca (TSAI et al., 2003; CALDEIRA et al., 2007; CREMEP, 2008). Embora alguns autores relatem a baixa susceptibilidade de A. fulica ao Angiostrongylus cantonensis (Chen, 1935) 4 (NEUHAUSS et al. 2007), já existem casos confirmados de angiostrongilose meningoencefálica no Brasil, em Cariacica, ES, registrado em 2007 (CALDEIRA et al., 2007) e mais recentemente a equipe médica do Hospital Correia Picanço, da rede estadual de Recife, PE, diagnosticou a doença em uma menina de cinco anos de idade (CREMEP, 2008). Assim, a presença de A. fulica no Brasil atingiu uma importância tal que se faz necessário uma discussão e divulgação dos problemas de saúde pública e ambiental relacionados a ele em todos os níveis possíveis, prestando-se muito bem a trabalhos de divulgação científica, educação ambiental e educação em saúde. Foto: Igor Christo M iyahira 2cm Figura 1: Achatina fulica Bowdich, 1822, animal adulto. 5 1cm Figura 2: Postura colocada entre pedras no solo. onde percebe-se jovens recém eclodidos . 6 3. A ILHA GRANDE A Ilha Grande, localizada na costa sul-fluminense, é a segunda maior ilha oceânica do país, com área de 193km2 e 196 praias. Tem uma população permanente de aproximadamente 6.000 pessoas, e uma população flutuante que varia em torno de 15.000 pessoas, principalmente no verão (RIO DE JANEIRO, 2009). Apresenta remanescentes da Mata Atlântica, sendo parte integrante do Patrimônio Nacional (artigo 225 o, inciso VII, Parágrafo 4º da Constituição Federal), incluída na Área de Proteção Ambiental dos Tamoios (APA dos TAMOIOS) (ANGRA DOS REIS, 2009; BRASIL, 1988). Denominada Ipaum Guaçu (do tupi) pelos índios Tamoios, foi explorada economicamente em diferentes épocas da história. Abrigou piratas e contrabandistas de pau-brasil e de escravos, e nos séculos XVIII e XIX foi explorada para o cultivo de cana-de-açúcar e café (SOUZA, 2002). Acolheu ainda instituições penitenciárias como o Instituto Penal Cândido Mendes, entre 1894 e 1994 (PRADO, 2006). Nessas penitenciárias ficaram presos conhecidos como Orígenes Lessa (preso por participar da Revolução Constitucionalista de 1932); Graciliano Ramos (um dos líderes do Partido Comunista durante o período Vargas); Fernando Gabeira (ativista contra a ditadura militar de 1664), o banqueiro de “bicho” Castor de Andrade e o criminoso “escadinha” (José Carlos dos Reis Encina) que teve a fuga mais célebre da história, quando foi resgatado de helicóptero. Também foi onde se deu o início do Comando Vermelho (C.V.), em 1970 “quando assaltantes de banco presos pela Lei de Segurança Nacional se misturaram aos presos políticos e incorporaram discursos e práticas de organização dos partidos da esquerda” (SANTOS, 2006, p. 195). Com a desativação do presídio situado na Praia de Dois Rios, Ilha Grande, o Governo do Estado do Rio de Janeiro concedeu à Universidade do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Termo de Cessão de Uso nº 21, de 18/10/1994, toda a área e benfeitorias ocupadas pelo Instituto Penal Cândido Mendes. A UERJ tornou-se, então cessionária dos imóveis e da área por um período de cinquenta anos, comprometendo-se em instalar um centro de pesquisas e administrar a comunidade que era composta por ex-funcionários da penitenciária e seus familiares, que 7 permaneceram na Vila após a desativação do Instituto (SOUZA, 2002; PRADO, 2006). As atividades da UERJ tiveram início imediatamente após a efetivação do Termo de Cessão, mas apenas em 1998 foi criado o Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (CEADS). A implantação do centro de pesquisas se concretizou com a instalação do Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentado (CEADS) no antigo quartel da Polícia Militar, e tem como objetivo desenvolver pesquisas de interesse do Governo do Estado e projetos de interesse acadêmico (SOUZA, 2002; ROCHA, [199-?]) ) e inventariar e preservar a diversidade local. O CEADS é vinculado à Sub-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (SR-2) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e tem como objetivo apoiar o ensino na graduação e na pós-graduação e as atividades de extensão e iniciação tecnológica e científica. É um ponto de apoio aos diversos projetos de pesquisas da instituição abrangendo diferentes áreas como as Ciências Sociais, Engenharia, Biologia e Geografia. Além da importância histórica e política, a Ilha Grande possui uma vegetação característica de Mata Atlântica e grande diversidade biológica distribuída em diferentes ambientes: florestas, costões, praias, rios, lagoas, restingas e manguezais. Por isso, é foco de ações que visam sua proteção, sendo criadas unidades de conservação. O Parque Estadual da Ilha Grande, criado em 1971 pelo Decreto Estadual n.º 15.273, de 28/06/71, é considerando área de proteção permanente. O Parque Estadual Marinho do Aventureiro foi criado pelo Decreto Estadual no 15.983 de dezembro de 1990 com o objetivo de resguardar atributos excepcionais da natureza, permitindo atividades científicas e o turismo ecológico, e, a Reserva Biológica da Praia do Sul foi criada em 1991 pelo Decreto Estadual n o 4.972 de 02/12/91, sendo inserida na categoria de áreas naturais protegidas, com a finalidade de preservar os ecossistemas naturais que abrigam exemplares da flora e fauna. (INEA, 2009). Esta última é uma região que abriga um sítio arqueológico datado de aproximadamente três mil anos (TENÓRIO, 2006; WUNDER, 2006). Toda essa riqueza evidencia a importância que é preservar sua vida natural. Além disso, a Ilha Grande comporta espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Essas características, aliadas ao fato de que os ambientes insulares são mais frágeis às mudanças naturais e antrópicas que ambientes continentais, tornam a Ilha 8 Grande um ambiente de grande importância para os pesquisadores de diferentes áreas, principalmente os que se dedicam a estudos socioambientais. 3.1. A Vila do Abraão A Vila do Abraão é o centro distrital da Ilha Grande, tendo grande importância econômica, médica, turística e educacional. Apresenta aproximadamente 590 domicílios particulares permanentes (não veranista) e uma população aproximada de 1900 moradores permanentes (ANGRA DOS REIS, 2006; ANGRA DOS REIS, 2009b). Apresenta uma única unidade escolar, que é composta por um único prédio onde funcionam o Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega, responsável pelo Ensino Médio, e a Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega que é responsável pelo Ensino Fundamental. Ambas recebem estudantes moradores de diferentes comunidades da Ilha Grande, como Vila Dois Rios, Lopes Mendes e Matariz. Acreditamos que a população da Vila do Abraão é a mais privilegiada com informações sobre os diferentes assuntos exatamente pela sua importância e facilidade de acesso. Devido ao nosso trabalho constante sobre o caracol africano na localidade já conhecemos a realidade e a situação deste nesta comunidade. Estes foram os principais motivos que nos impulsionaram a trabalhar com os escolares desta população. Como muitas alterações ecológicas são resultantes das interações homemnatureza, é imprescindível que as comunidades humanas também participem das ações que visam preservar os ambientes naturais. No caso de espécies exóticas invasoras sabemos que são uma ameaça ao equilíbrio desses ambientes e para o seu controle é necessário que a comunidade humana esteja envolvida. Levando em consideração todo o exposto sobre a Ilha Grande e tendo ciência da presença de espécies exóticas, verificamos a importância de se trabalhar o tema, mais especificamente sobre o caracol africano, com a comunidade escolar da localidade, visando à preservação ambiental, além de trabalhar questões relacionadas à saúde humana. 9 4. O ENSINO FUNDAMENTAL O ensino fundamental é um dos níveis escolares que compõe a educação básica no Brasil, compreendendo nove anos escolares (da antiga classe de alfabetização à antiga oitava série) e iniciando-se aos seis anos de idade (BRASIL, 2009b). Se levarmos em consideração as fases do desenvolvimento humano proposto por Piaget, é nesta fase que as crianças estão deixando o egocentrismo social e intelectual indo em direção a uma nova etapa, a de estabelecer relações e coordenar informações diferentes, desenvolver a capacidade de principalmente integrá-las de provenientes do outro e forma coerente e racional (PALANGANA, 2001; BATTRO, 1976; PIAGET; INHELDER, 2001). Nesta idade está disponível um terreno perfeito para semear noções necessárias para a formação de indivíduos capazes de exercer sua cidadania de modo crítico e produtivo socioambientalmente. A educação para a cidadania requer que questões sociais sejam apresentadas aos alunos para a aprendizagem e a reflexão. Os termos podem ser priorizados e contextualizados com as realidades locais e regionais. O eixo norteador dessa aprendizagem deve envolver causas e efeitos de dimensões históricas, políticas e sociais. Por isso, o Ministério da Educação e do Desporto desenvolveu os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que é um documento que tem como objetivo nortear os currículos educacionais brasileiros. Esses parâmetros são uma proposta, uma orientação às secretarias de educação de estados e municípios, às instituições privadas de ensino e às instituições formadoras de professores e demais profissionais de educação. Funciona como uma referência para a elaboração dos currículos e dos Projetos Políticos Pedagógicos dessas instituições de ensino. (BRASIL, 1998a). Os Parâmetros Curriculares Nacionais são divididos em diferentes áreas do conhecimento e em todas enfatizam a importância de explorar na escola temas atuais, frente aos quais os alunos se vêem confrontados no seu dia-a-dia. Temas que façam parte do cotidiano da comunidade escolar e do seu entorno e que valorizem e destaquem a importância de o indivíduo “perceber-se integrante, 10 dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente” (BRASIL, 1998a, p. 55.). Essa integração poderá contribuir para a formação de cidadãos conscientes e capazes de agir na realidade socioambiental na qual estão inseridos, para o bem da sociedade. No caso das Ciências Naturais é, portanto, de grande valor a conexão entre ciência e cotidiano dos alunos, como sugere Mascarenhas (1998) retirando todos os mistérios, demonstrando que a ciência concede-nos conhecimentos para entender a natureza e a sociedade. A escola pode utilizar a educação ambiental como ferramenta para este fim, que por ser multidisciplinar, trabalha com aspectos socioculturais, políticos, científico-tecnológicos, éticos, ecológicos, entre outros, podendo funcionar como um canal entre a ciência, o ensino de ciências e a prática cotidiana (DIAS apud BEZERRA, 2007). Pensando na conexão entre a teoria e a prática e observando que a população da Ilha Grande, inclusive as crianças, tem contato diário com o caracol africano, entendemos que é importante a discussão sobre esse tema, que é parte do cotidiano local, também no ambiente escolar. Para isso, podemos considerar que o conhecimento prévio sobre o assunto entre os estudantes da Vila do Abraão é relevante para entender como a presença do caracol africano interfere na vida daquela população; no entendimento dos estudantes sobre estes animais e se eles se identificam como possíveis agentes transformadores. Na verificação desses conhecimentos prévios é possível apurar se as informações que eles têm estão de acordo com os conhecimentos científicos, identificando possíveis erros conceituais, para que se possam realizar as intervenções necessárias de modo que permitam o entendimento do assunto abordado e, principalmente para que estes conhecimentos sejam considerados durante a elaboração e execução de estratégias educativas em relação às espécies exóticas. 11 4.1. A Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega A Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega está sob a direção das professoras Danielle da Silva Raymundo, Márcia da Silva Oliveira e Maria das Graças Mendes de Souza. Funciona nos turnos da manhã e tarde, e atende alunos de diferentes comunidades da Ilha Grande. Atualmente atende 430 alunos do Ensino Fundamental. 12 5. EDUCAÇÃO E CONTROLE DE ESPÉCIES INVASORAS Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (International Union for Conservation of Nature - IUCN) as espécies exóticas invasoras são organismos introduzidos pelo homem em lugares fora da sua área de distribuição natural, onde se estabelecem e dispersam gerando algum impacto negativo sobre o ecossistema local e suas espécies. E ainda afirma que depois da destruição de habitats, as espécies invasoras são a maior causa da perda da biodiversidade global, atuando como agente importante para a extinção de espécies em todo o planeta. A IUCN assegura que em ilhas, as espécies exóticas são a primeira causa da extinção de espécies nativas (IUCN, 2009). Acreditamos que a educação pode funcionar como instrumento para a conservação do meio ambiente, pois entendemos que as crianças de hoje serão os cidadãos do futuro. Considerando que a formação educacional abrange não só a apreensão de conhecimentos, mas também valores e habilidades que poderão formar indivíduos envolvidos e responsáveis por processos que abarcam a vida como um todo, adquirindo consciência e sensibilidade para lidar com o meio ambiente e seus problemas (PÁDUA, 2003), de modo que se vejam como atores imprescindíveis dos processos ambientais assim como se verão nos processos políticos sociais, é importante que a problemática ambiental do caracol africano seja discutida nas escolas tanto quanto os problemas sociais vivenciados pela população. A Ilha Grande, como outros lugares do Brasil, e outros países, apresenta problemas com o caracol africano, uma espécie exótica invasora, e precisa capacitar seus cidadãos do futuro para lidar com esse problema. É importante trabalhar essa problemática no ambiente educacional na Ilha Grande, discutindo causas e efeitos de nossos atos no processo de introdução de espécies exóticas, e nossa responsabilidade na perda da biodiversidade, sensibilizando-os de forma que esses futuros cidadãos se reconheçam como peças importantes na preservação do meio ambiente também quando auxiliam no controle da espécie exótica na Ilha Grande e na preservação das espécies nativas, podendo e devendo atuar como fiscalizadores e agentes ambientais a todo o momento. 13 Nesse contexto, o Laboratório de Malacologia da UERJ, além dos trabalhos mencionados na introdução deste trabalho, desenvolveu no ano de 2008 atividades de divulgação sobre o caracol africano com alunos da Educação Infantil (3º ao 5º anos, ou 2ª a 4ª séries) da Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega, localizada na comunidade da Vila do Abraão, evento no qual utilizamos como estratégia a linguagem teatral para abordar o tema e o uso de jogos para fixação, introduzindo conceitos e discutindo sobre os problemas causados pelo referido animal. Apesar dos trabalhos desenvolvidos, não foi efetuada uma sondagem prévia sobre os conhecimentos dos alunos da escola sobre o Achatina fulica. A única experiência desse tipo no Brasil foi desenvolvida por Souza, Alves e Alves (2007) na Escola Estadual Pastor José Florêncio Rodrigues, do município do Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, com alunos de 9o ano (oitava série) do Ensino Fundamental. Os autores discutem a importância de valorizar o conhecimento prévio dos estudantes na elaboração e execução de ações educativas, as representações do caracol e dos problemas por ele causado e até cita a possibilidade de encarar esses conhecimentos “como guias para a realização de estudos científicos mais aprofundados e como referências culturais para os que elaboram planos políticopedagógicos e estratégias de controle de espécies invasoras” (SOUZA; ALVES; ALVES, 2007, p. 87). 14 6. OS CAMINHOS DA PESQUISA 6.1. Pensando a Pesquisa em Educação O objetivo de muitos pesquisadores em Educação é tornar a pesquisa mais próxima da vida diária do educador, tornando-a um instrumento de enriquecimento do seu trabalho (LÜDKE e ANDRÉ, 1986). Além de identificar possíveis problemas educacionais e erros conceituais, a pesquisa em educação pode apontar falhas no que se refere à contextualização da teoria e nos leva a confrontar os dados obtidos sobre determinado tema e com os conhecimentos teóricos que temos sobre ele (LÜDKE e ANDRÉ, 1986). Segundo Lüdke e André (1986), o estudo dos fenômenos educacionais sempre esteve entre as ciências sociais e humanas, e sempre sofreram influência das mudanças ocorridas nessas áreas. Depois os fenômenos educacionais passaram a ser estudados como fenômenos que pudessem ser isolados e ter suas variáveis também isoladas a fim de constatar as suas influências, utilizando-se metodologias que eram empregadas para o estudo de fenômenos das ciências físicas e naturais. Então, percebeu-se que poucos fenômenos na área de educação “podem ser submetidos a esse tipo de abordagem analítica, pois em educação as coisas acontecem de maneira tão inextrincável que fica difícil isolar as variáveis envolvidas...” (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 3), pois significa trabalhar com seres humanos, em seu próprio processo de vida (GATTI, 2007). O caráter de fluidez dinâmica e mudança dos processos educativos (que refletem o ser vivo em si) demonstram a necessidade de desenvolvimento de metodologias que atendam a esse seu caráter dinâmico (LÜDKE; ANDRÉ, 1986). Daí o surgimento de metodologias que utilizam a análise qualitativa dos dados, em alternativa “aos modelos experimentais e estudos empiristas” (GATTI, 2007, p. 27). O estudo qualitativo desenvolve-se numa situação natural, focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada, enfatiza as percepções pessoais, de modo que consigamos, ou ao menos tentemos, compreender o que pensam o nosso objeto de estudo, e como é que desenvolveram seus quadros de referência. O estudo 15 qualitativo tenta penetrar e analisar a vida prática do objeto de estudo “com o objetivo de compreender como e qual o significado que constroem para os acontecimentos das suas vidas cotidianas” (BOGDAN e BIKLEN 1994, p. 53 e 54). 6.2 A Escolha do Método Qualitativo Bogdan e Biklen (1994) descrevem a pesquisa qualitativa como um estudo naturalístico onde, dentre outras características, o pesquisador se preocupa em como determinado problema se processa, como se traduz na vida cotidiana do “objeto de pesquisa”, e há uma preocupação em como as pessoas dão significados às coisas em suas vidas. Por isso, durante o desenvolvimento desse projeto chegamos à conclusão de que a pesquisa quali-quantitativa seria a melhor escolha para trabalhar a problemática do caracol africano, que não envolve apenas a questão da educação ambiental e o problema de parasitoses, mas principalmente como os escolares lidam com esse problema em suas vidas cotidianas, como eles percebem isso que nós chamamos de “problemática”. Já que a natureza do problema estudado é que define o método de pesquisa, optamos, dentre os vários modelos de pesquisa qualitativa, pelo Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), já que é uma metodologia que permite considerar o ponto de vista dos participantes captando suas percepções. Compreender o senso comum, entender os significados em sua vida cotidiana através do discurso dos sujeitos. 6.3 O Discurso do Sujeito Coletivo O discurso do sujeito coletivo é uma técnica de análise qualitativa baseada em uma “proposta de organização e tabulação de dados qualitativos de natureza verbal” (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2003, p.15) que consiste em analisar depoimentos e a partir deles compor os discursos-síntese na primeira pessoa do singular. Em resumo, o DSC é “um discurso síntese elaborado com pedaços de discursos de 16 sentido semelhante reunidos num só discurso” (LEFÈVRE, 2008). O autor da técnica afirma que essa é uma técnica de análise de dados qualitativos que impede a perda do conteúdo dos depoimentos, agregando-os numa única fala. Nesta técnica após analisar individualmente os depoimentos, são tabuladas as expressões-chave (trechos literais ou integrais do discurso), idéias centrais (nome ou expressão linguística que sintetiza o significado do pensamento, e não interpretação do mesmo) e a ancoragem (o ponto tratado no discurso) encontradas nos discursos para que se possam agrupar discursos semelhantes e só então confeccionar o DSC. Para gerar esses discursos elaboramos questões abertas que, de modo geral, apresentam caráter flexível permitindo que os alunos respondam de acordo com suas perspectivas pessoais ao invés de apenas marcarem sim ou não limitando suas respostas. 6.4. Realização da Pesquisa A pesquisa foi realizada na escola Municipal Brigadeiro Nóbrega situada na comunidade da Vila do Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Participaram da pesquisa apenas estudantes moradores da Vila do Abraão, cursando do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental, totalizando setenta e quatro participantes, com idade média de doze anos de idade, variando entre dez e dezoito anos. Para verificação do conhecimento prévio dos alunos sobre Achatina fulica foi elaborado um questionário (Apêndice 1) composto por seis questões abertas acerca do caracol africano. Os alunos utilizaram 30 minutos para responder às perguntas, enquanto um exemplar vivo do animal ficou exposto em um terrário à vista dos estudantes, funcionando como estimulador. 17 6.5. A análise dos dados As respostas a cada questão foram lidas individualmente, tabuladas e categorizadas de acordo com a ancoragem identificada nas expressões-chave (Apêndice 2). Após a análise e a tabulação de todos os discursos foram confeccionados os Discursos do Sujeito Coletivo (DSC), utilizando as expressõeschaves semelhantes para compor o mesmo discurso. Durante a confecção foi utilizado o discurso integral dos alunos, as únicas intervenções realizadas se deram apenas no sentido de corrigir alguns erros gramaticais, acrescentar conectivos e termos para melhor encadeamento lógico dos discursos – presentes entre colchetes - e subtração de expressões ou termos repetidos. Por exemplo, os discursos abaixo são respostas à pergunta: Você acha que o caracol africano pode causar algum mal à saúde? Que mal ele pode causar? “Depende se tiver contato passa ter uma doença.” “Mal à saúde, ele transmite doença com o contato da pessoa com ele.” “Pode até causar algum mal, uma alergia ou bactérias.” “Doenças do tipo infecções, coceiras, empolação.” Composição do DSC DSC: Pode até causar algum mal, uma alergia ou bactérias. Doenças do tipo infecções, coceiras, empolação. Depende se tiver contato [a pessoa] passa ter uma doença. (...) ele transmite doença com o contato da pessoa com ele. Neste estudo devido à objetividade das questões e às respostas diretas as expressões-chaves são as respostas inteiras. 18 7. RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo, as respostas obtidas a partir da aplicação do questionário e o Discurso do Sujeito Coletivo delas decorrentes serão analisados e debatidos. Questão 1: Você conhece o caracol africano? Quem é o caracol africano? Sobre a primeira parte desta pergunta temos o seguinte resultado (Figura 3). Porcentagem Porcentagem das resposta à primeira parte da questão 1 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 Sim 89,2% Não 9,5% Em branco 1,4% Respostas Figura 3: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da questão 1. Observamos na figura 3 que a grande maioria dos estudantes conhece o caracol africano, pois sua presença na Vila do Abraão é evidente em qualquer hora do dia. Embora poucos alunos, sete no total, afirmem não conhecer o caracol africano, eles têm algumas informações sobre o mesmo, pois foram capazes de responder a outras perguntas do questionário. Essas informações podem ter sido transferidas a eles por meio de seu grupo de convivência (escola, família etc.). Logo, podemos inferir que, se informações básicas são passadas de um indivíduo ao outro de forma “eficiente”, as informações corretas e mais completas também o podem. Para isso é necessário um trabalho constante de esclarecimento sobre o caracol africano. As respostas dos 66 (89,2%) alunos que declararam conhecer o caracol africano foram analisadas, e nelas foram localizadas idéias centrais que apresentavam ancoragens semelhantes. Essas ancoragens foram organizadas em categorias (tabela 1) e em seguida foi escrito o DSC. 19 Tabela 1: Categorias encontradas nas respostas à segunda parte da questão 1 com os respectivos números (n) de respostas em que foram identificadas e suas respectivas porcentagens. Categorias n % Categoria A: Locais onde são encontrados ou que preferem 7 10,60% Categoria B: Impressões pessoais. 29 44% Categoria C: Quanto à reprodução. 2 3% Categoria D: Causador de algum tipo de prejuízo. 17 25,75% Categoria E: Alunos que não souberam responder ou responderam apenas “caramujo” ou “caracol”, por exemplo. 8 12,12% Categoria F: Origem/história do caracol africano. 2 3% Categoria G: Características físicas. 10 15,15% Categoria H: Citaram a presença do caracol africano na Ilha Grande 4 6% Categoria I: Modo de eliminação. 2 3% Categoria J: Como ele é conhecido. 3 4,54% Nota 1: A pergunta permite múltiplas respostas, portanto o percentual total não encerra em 100%. Nota 2: Percentuais relativos ao total de entrevistados que responderam SIM à primeira parte da questão 1 (n= 66). Discurso do Sujeito coletivo: Categoria A: Locais onde são encontrados ou que preferem: “O caracol africano é um caramujo que vive em vários lugares, no mato, na terra, tronco de árvores e na água da chuva. Ele aparece quando chove. Ele vive em locais úmidos (perto de rios e cachoeiras) e locais frescos. Categoria B: Impressões pessoais: “É um animal que não é bom. É feio, horroroso, gosmento, esquisito. Ele é feio um pouco engraçado, os olhos dele são engraçados. Ele é muito legal.” 20 Categoria C: Quanto à reprodução. “Ele se reproduz pelas fezes [e] de forma muito rápida.” Categoria D: Causador de algum tipo de prejuízo. “Ele prejudica a saúde das plantas e a nossa também, transmite uma doença que pode matar uma pessoa. Quando ele passa em um lugar e deixa aquela gosma venenosa que se alguém passa com alguma ferida no pé ou noutro lugar, pode pegar uma doença. Ele come folhas, polui as folhas de plantas, que usamos como remédio, com aquela gosma. Ele polui toda a Ilha, é uma praga para as pessoas.” Categoria F: Origem/história do caracol africano. “É uma espécie de caramujo. É um molusco africano. Ele veio da África.” Categoria G: Características físicas. “Ele é um caracol marrom com listras brancas, às vezes amarelas, dois olhos arregalados e o corpo que parece geléia. Ele tem um casco que é mais pontiagudo que a dos outros. Ele é um caracol bem grande, é o maior caracol de todos, pelo menos é que eu acho. Seu casco é duro, ele solta um muco para rastejar. Ele anda sem o muco, mas se fere.” Categoria H: Citaram a presença do caracol africano na Ilha Grande “Conheço porque aqui onde eu moro, na Ilha, no Abraão, tem muito. Ele está em todo o lugar da Ilha.” Categoria I: Modo de eliminação. “O caracol africano é um bicho que é um pouco nojento e pra matar ele é só pôr um pouco de sal em cima de onde ele habita em lugares limpos e sujos.” 21 Categoria J: Como ele é conhecido. “É o caracol, é o caramujo, também conhecido como escargot. Ele foi confundido com outro.” Acreditamos que esta primeira pergunta permitiu que os alunos expressassem as principais impressões que eles têm sobre o caracol africano, ou seja, é possível que eles tenham escrito as primeiras coisas que lhes vieram à cabeça quando foram perguntados sobre o animal. Provavelmente, lembraram-se de pontos que consideram mais relevantes a respeito do referido animal, ou que lhes chamam mais a atenção. O que podemos observar que “impressões pessoais” foi a categoria que mais reuniu respostas, pois se refere ao modo como esses estudantes vêem o caracol africano. A maioria descreve o animal como nojento provavelmente em função da liberação de muco e o aspecto mole de seu corpo. Outra categoria que reuniu um grande número de respostas é a possibilidade de o animal ser causador de algum tipo de prejuízo. Embora os alunos não detalhem muito, eles citam prejuízos às plantas, a outros animais e ao ser humano. Este tópico foi abordado em outra questão e será discutido mais adiante. A terceira categoria que reuniu uma porcentagem considerável de respostas foi a categoria “características físicas”. Esse ponto é interessante, pois o fato do caracol africano ser um gastrópode grande permite a observação de alguns detalhes que não são tão claros em caracóis menores. Isso faz com que os estudantes possam associar essas características com as dos demais gastrópodes ou pelo menos questionar se há essa semelhança. Além disso, atentar para as características físicas é importante também para a diferenciação entre o caracol africano e as espécies nativas de modo a preservá-las, evitando o risco de serem eliminadas por engano, por serem confundidas com o caracol africano (Figura 4 e 5). 22 D C A B 1cm Figura 4: Conchas de caracóis nativos que são frequentemente confundidas com o caracol exótico. Achatina fulica (A), Megalobulimus sp.(B), Thaumastus sp (C). E Orthalicus sp. (D). 1cm Figura 5: Variedade no padrão de coloração das conchas de Achatina fulica 23 Por outro lado as questões mais importantes sobre o caracol africano foram citadas por um número pequeno de alunos: sua origem ou história, locais onde são encontrados ou que preferem, sua reprodução e seu modo de eliminação. Essas informações são importantes porque interferem diretamente no entendimento da situação deste animal. Isso permitiria a compreensão do porque e do como o caracol africano veio para o Brasil e a responsabilidade humana nesta introdução. Também possibilitaria entender o motivo de tantos animais e por que é tão difícil controlar e diminuir sua população. Questão 2: Onde o caracol africano mora? Em que locais ele gosta de ficar? Esta pergunta teve como objetivo verificar se os estudantes observam e identificam os locais de ocorrência/preferência do caracol africano e se conseguem associar o tipo de ambiente com seu comportamento e/ou com suas características físicas. Esta pergunta leva a respostas diretas, portanto uma só ancoragem: locais/ambientes que o caracol africano é encontrado ou que prefere. Porém as respostas apresentaram diversos ambientes que classificamos em categorias (tabela 2). 24 Tabela 2: Categorias encontradas nas respostas à segunda parte da questão 2 com o número (n) de respostas em que foram identificadas e suas respectivas porcentagens. Categorias n % 45 60,80% 37 50% 18 24,30% 1 1,35% 3 4% 2 2,70% 5 6,75% Categoria H: Citaram a presença do caracol africano na Ilha Grande 4 6% Categoria I: Modo de eliminação. 2 3% Categoria J: Como ele é conhecido. 3 4,54% Categoria A: Plantas, mato, troncos, folhas, jardins (vegetais em geral) Categoria B: Locais úmidos, frios e frescos, na sombra, na água da chuva e similares. Categoria C: Muros paredes, pedras ruas, chão. Categoria D: Na terra, enterrado Categoria E: Locais sujos, esgoto, no lixo. Categoria F: calhas. Telhado, cerca, madeiras, Categoria G: Em sua própria concha Nota 1: A pergunta permite múltiplas respostas, portanto o percentual total não encerra em 100%. Nota 2: Percentuais relativos ao total de entrevistados (n= 74). Discurso do Sujeito coletivo: Onde o caracol africano mora? Em que locais ele gosta de ficar? “Eu já vi o caracol na Ilha Grande, local onde eu moro. Ele gosta de ficar em local úmido nas árvores e plantas e nos jardins. Eu vejo em todos os lugares é no tronco das árvores é nos matinhos no quintal, etc. Em locais úmidos e principalmente em paredes com limo para que ele se alimente. [Ele também fica] dentro de um casco, em muros, árvores, madeiras e no chão. [Ele fica] em meio às folhagens, terras, ruas, ele gosta mais de ficar no caule e nas folhas de uma planta. Eu acho que o caracol africano mora no mato. Eu acho que ele gosta de ficar debaixo das folhas verdes.” Nas respostas à segunda pergunta os alunos declararam que o caracol africano apresenta preferência por ambientes com vegetação abundante e locais 25 úmidos e frescos, o que corresponde à realidade, mas poucos foram os alunos que citaram ambientes que apresentam amontoados de lixo ou material de construção (telhas, tijolos, madeiras), que sempre estão associados às residências e são os locais que favorecem a presença e a reprodução do animal. Também foi baixo o número de alunos que citou a terra (o solo) que é o local onde os caracóis se escondem durante os dias quentes e secos e onde depositam seus ovos na época de reprodução. Estas informações são importantes para o controle da população desse animal, pois se não se sabe os ambientes em que eles se “escondem” durante os períodos desfavoráveis, não se compreende o porquê se coleta tantos animais e ainda assim há sempre um grande número deles. Além disso, não saber que a terra é utilizada para a postura dos ovos reforça a “não-compreensão” citada anteriormente. Questão 3: Você acha que o caracol africano pode causar algum mal à saúde? Que mal ele pode causar? Com essa pergunta tínhamos como intenção verificar se os alunos relacionam o caracol africano com alguma doença e se esta relação tem fundamentação teórica. A opinião dos alunos sobre possibilidade do caracol causar algum mal à saúde humana é expressa na figura 6. Porcentagem de respostas à primeira parte da questão 3 Porcentagem 100,00 90,00 Sim 93,2% 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Não 4,1% Em branco 2,7% Respostas Figura 6: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da questão 3. Dos setenta e quatro alunos que participaram da pesquisa, 93,24% acham que o caracol africano causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. Infelizmente ainda 26 que em número pequeno, há alguns alunos que não acreditam que o A. fulica possa causar mal à saúde. Isso pode ocorrer em função das informações que circulam em seu meio familiar e da falta de maiores esclarecimentos neste. Como esta pergunta é direta também levou a respostas diretas, portanto uma só ancoragem: prejuízos que o caracol africano pode causar à saúde humana. Porém, vale pontuar cada prejuízo citado pelos alunos. Estes foram organizados em categorias (tabela 3). Tabela 3: Categorias encontradas nas respostas à segunda parte da questão 3 com o número de respostas em que foram identificadas e respectivas porcentagens Categorias n % Categoria A: O caracol africano pode levar à morte 9 13% Categoria B: O caracol africano pode dar "ovo de barriga" 4 5,80% Categoria C: Pode dar dengue 2 2,90% Categoria D: Outros. 54 78,30% Nota 1: Percentuais relativos ao total de entrevistados que responderam SIM (n= 69). Discurso do Sujeito coletivo: Categoria A: O caracol africano pode levar à morte: “Sim. A morte. Porque eu fiquei sabendo que ele mata. Porque minha prima morreu porque ela pisou nele.” Categoria B: O caracol africano pode dar "ovo de barriga": “Sim, ovo de barriga. [A pessoa pode] ficar com a barriga cheia de caracol. (...) o caracol fez a barriga da menina crescer.” Categoria C: Pode dar dengue: “Sim. Doenças graves como a dengue.” 27 Categoria D: Outros: “Sim. Caso ingerido a pessoa pode sentir mal-estar ou então causar infecção alimentar. Caso a pessoa pise e se cortar [pode causar] uma infecção. Ele pode causar perda de pés e mão e até amputação. Transmitindo doença para os pés. Eu acho que esse caracol tem doença perigosa que pode ser perigosa. Pode até causar algum mal, uma alergia ou bactérias. Doenças do tipo infecções, coceiras, empolação. Depende se tiver contato, [a pessoa] passa ter uma doença. (...) ele transmite doença com o contato da pessoa com ele. Ele pode deixar uma pessoa muito mal e pode até matar uma pessoa. Diarréia, âncea de vômito (...). Um tipo de febre, dor de cabeça, se você tiver um ferimento exposto ao ar ele pode infeccionar. [O caracol] faz mal à nossa saúde, caso ele encosta em nós precisamos cuidar o mais rápido possível porque se não nós ficamos doentes, com um tipo de infecção. [Sua] gosma [é] venenosa. [Ele traz] doenças que são causadas pela contaminação de folha para fazer chá e etc. Eu acho”. Categoria: Não acreditam que o caracol africano faz mal à saúde. “Eu acho que não, da última vez que eu vi ele, disse é gosmento, mas não faz mal a ninguém.” Das respostas dos 78,30% de alunos que citaram outros males (categoria D) como um dos prejuízos, vale indicar os principais grupos, que foram organizados em subcategorias (tabela 4). Tabela 4: Outros males citados nas respostas (englobadas na categoria D) com os respectivos números de respostas em que foram citadas e porcentagens. Outros males n % Infecção 9 16% 8 14,8% Febre 12 22% Causar perda de membros 2 3,70 Liberar micróbios, bactérias 2 3,70 Alergias 5 9,25 Mal-estar, enjôo, vômito, diarréia, dor de barriga. Nota 1: A questão permite que em uma mesma resposta sejam citados mais de um tipo de mal, portanto percentual total não encerra em 100%. Nota 2: Percentual relativo aos total de entrevistados que citaram a categoria D (n=54). 28 Observamos que os alunos não conseguem ter clareza entre doenças causadas por animais em geral, por falta de cuidado e higiene com um ferimento e as causadas especificamente pelo caracol africano. A grande maioria respondeu o contato como a principal forma de transmissão de doenças, citando o perigo de tocar o animal e/ou o contato com seu muco. Verificamos então que há um conhecimento dos riscos para a saúde, porém não de forma correta, pois não há casos relatados na literatura de males causados devido ao contato com A. fulica. Embora, já saibamos de casos de pessoas contaminadas por Angistrongylus cantonensis e Angistrongylus costaricensis devido à ingestão de gastrópodes infectados, (GRAEFF-TEIXEIRA; CAMILLO-COURA; LENZI, 1991; PENA; FILHO; ASSIS, 1995; MORERA; AMADOR 1998) a ingestão do caracol, como modo de trazer prejuízos à nossa saúde, foi pouco mencionada nas respostas. Estas informações já deveriam ter sido transmitidas para a população através do poder público e trabalhos com as crianças deveriam ser uma constante já que essas são mais suscetíveis por serem mais curiosas e terem, de modo geral, um comportamento higiênico mais pobre do que o adulto. Há uma grande confusão na relação entre feridas e suas conseqüências. Independentemente do tipo de caracol ou de animal, caso toquemos em suas secreções e estas entrem em contato com algum ferimento pode levar à infecção, ou mesmo se este ferimento estiver exposto ao ar. Fica confusa também a relação entre mal-estar, febre, vômitos e outras “doenças” citadas, pois eles sabem que o caracol faz mal, mas a forma como ele causa febre, mal-estar, vômito e etc. não ficou clara. Eles não sabem dizer. Outra condição mencionada por alguns alunos é o “ovo de barriga”. Esta é uma história que não se sabe como surgiu. O caso relatado por diferentes pessoas é de um suposto acontecimento em que um caracol teria posto ovos na roupa íntima de uma menina que estava no varal, a menina a vestiu, os ovos entraram pela via genital e a barriga da menina ficou cheia de ovos de caracol. Essa declaração também foi observada por Souza (2007) em seu trabalho sobre o caracol africano com alunos em Recife. Percebemos, então que realmente esses alunos não compreendem a reprodução do caracol africano, pois, mesmo que não saibam que os ovos não têm mobilidade, se entendessem o processo reprodutivo, conhecessem seus ovos e atentassem para seu tamanho, jamais teriam 29 admitido que uma pessoa tivesse vestido sua roupa íntima sem ter visto esses ovos. Ou seja, verificamos a necessidade de se trabalhar o conhecimento científico em diferentes níveis com a finalidade de elucidar vários aspectos tanto da biologia quanto da ecologia dos seres vivos, e neste caso especificamente, sobre o caracol africano. Uma associação muito interessante que alguns alunos fizeram foi com a dengue. Paiva (2004) relata que encontrou larvas de Aedes sp. em conchas de A.fulica que acumulavam água. Considerando que esse animal morre com freqüência com a abertura da concha voltada para cima, isso favorece o acúmulo de água tornando-se criadouro para mosquitos inclusive o vetor da dengue. Notamos, então, que alguns estudantes conseguem relacionar os problemas ocasionados pelo caracol africano além das coisas mais comuns. Portanto, se esses alunos forem incentivados e melhor informados, questionarão mais, observarão mais e serão capazes de buscar informações concretas sobre o animal junto aos seus educadores e transmitir essas novas informações para seu grupo de convivência aumentando as chances desse conhecimento alcançar o restante da população. Um grupo de treze estudantes mencionou a morte como um dos prejuízos, e um deles inclusive se referiu a um caso na família. As informações dos especialistas é que a morte pode ocorrer em indivíduos que ingeriram gastrópodes contaminados pela larva dos vermes do gênero Angiostrongylus e que tiveram o quadro agravado por complicações decorrentes das doenças. No entanto, achamos pouco provável que as mortes a que se referiram os alunos tenham ocorrido em função do caracol, pois no Brasil, ainda não existem casos registrados de mortes por angistrongiloses. Acreditamos que a associação entre o contato com o animal e a ocorrência de morte pode ser uma forma que os adultos utilizam para amedrontar as crianças e mantê-las longe do animal, já que eles, provavelmente, também não sabem ao certo qual é o perigo. A escola é o local de maior importância para a disseminação das informações corretas, até pelo perigo que as crianças correm, visto que há muitos caracóis em torno da escola e o simples manuseio do animal pelas crianças pode levar à contaminação, caso o animal também esteja contaminado, pois os vermes são liberados através de seu muco corporal. Questão 4: Você acha que o caracol africano pode causar algum mal à natureza? Que tipo de mal? 30 Porcentagem de respostas à primeira parte da questão 4 60,0 Sim 55,4% 50,0 Porcentagem Não 41,9% 40,0 30,0 20,0 10,0 Não sei 2,7% 0,0 Respostas Figura 7: Gráfico do percentual de respostas referentes à primeira parte da questão 4. Observamos que a porcentagem de alunos (figura 7) que acredita que o caracol africano não causa nenhum mal à natureza é muito grande evidenciando a falta de discernimento quanto aos problemas ambientais. Talvez não seja necessário compreender os problemas ambientais sob esta nomenclatura, mas entender as relações entre os organismos vivos e o ambiente é necessário, mesmo que de forma básica. Sobre o caracol africano, alguns autores já levantaram a possibilidade dele competir com espécies de caracóis nativos (FISCHER; COLLEY, 2004) além da possibilidade de introduzir novas patologias no ambiente em que ele é inserido, assim como qualquer outro animal introduzido, levando riscos à saúde dos animais nativos além da possibilidade de incluí-los em ciclos parasitários ao qual não pertenciam. Dos quarenta e um alunos (55,4%) que afirmaram que o caracol africano causa algum mal à natureza, 58,50% afirmou que ele prejudica as plantas atrasando o seu desenvolvimento ou crescimento, quando as come, causando doenças e até desmatamento. Enquanto que 36,6% afirmou que o caracol africano prejudica outros animais, transmitindo doenças para eles, causando mal aos animais que se alimentam dele, competindo e até matando-os. O desequilíbrio ambiental foi citado por 2,4% e 2,4% afirmou que seu muco é venenoso e pode trazer mal aos outros animais. Observe a tabela 5. 31 Tabela 5: Categorias que englobam respostas que referiram-se a prejuízos causados à natureza com respectivos número de respostas que as citaram e suas respectivas porcentagens. Categorias n % Categoria A: Prejudicando as plantas 24 58,50% Categoria B: Prejudicando outros animais 15 36,60% Categoria C: Causa desequilíbrio ambiental 1 2,40% Categoria D: Causa mal à natureza porque sua gosma é venenosa 1 2,40% Categoria E: disseram apenas sim 3 7,31% Nota 1: A questão permite que em uma mesma resposta sejam citados mais de um tipo de prejuízo, portanto percentual total não encerra em 100%. Nota 2: Percentual relativo ao total de entrevistados que responderam SIM à primeira parte da questão 4 (n=41). Discurso do Sujeito coletivo: “Você acha que o caracol africano pode causar algum mal à natureza? Que tipo de mal?” Não acreditam que o caracol africano pode fazer mal à natureza: “Não. Eles vivem livres acho que se eles fizessem algum mal à natureza a gente já teria visto alguma reação diferente. Porque ele veio dela, tem muitos animais que até comem. (...) ele faz parte da cadeia alimentar. Apesar de eles serem muitos, fazem parte na natureza, alguma coisa de bom. Ele não pode causar nenhum mal porque ele veio da natureza, “tipo” a natureza que cria estes tipos de espécies. Ele também pode prejudicar eles mesmos porque a doença deles voltam. Ele só come folha. Categoria A: Ele prejudica as plantas “Sim. Prejudicando o crescimento e o desenvolvimento das plantas. Ele pode causar algum mal à natureza e aos amimais. Ele pode acabar com as folhas e as 32 flores. Ele come folhas. As folhas ficam furadas. Ele mata as plantas, ele "tipo" come. Ele pode destruir plantações. Acaba com as plantas e vegetais. Ele pode comer muitas folhas e acabar com a natureza. [Ele pode] contaminar as plantas que reproduzem o alimento. [O caracol africano] é uma peste e acaba com os animais e vegetais das regiões. Ele come as plantas, passa bactérias para as árvores, plantas, etc. Desmatação.” Categoria B: Ele prejudica outros animais [Ele] Come plantas, passa bactérias para plantas e animais. Por exemplo, aquela gosma pode ser contagiosa ou ter algum veneno. Os outros animais podem comer alguma [coisa] por onde ele passou, ou ele mesmo se contamina. [Ele] Pode causar doenças em outros animais. Porque tem animais que comem o caracol [e assim esses animais] podem ficar doentes e até morrer. [Pode causar] mal aos lagartos porque eles gostam de comer esse caracol. Também pode causar [mal] a um cachorro e etc. Pode matar alguns bichos por causa da doença que eles têm. Ele é uma peste e acaba com os animais e vegetais das regiões. Matando os bichos que se alimenta de caracóis nativos. Nas matas ele faz mal a outros animais como formigas, eu já vi ele matando uma barata, a larva dele faz muito mal pra natureza. [Ele] Não deve ter predador então ele compete com outros animais. Categoria C: Causa mal à natureza com sua gosma “Por exemplo, aquela gosma pode ser contagiosa ou ter algum veneno.” Categoria D: Desequilíbrio ambiental “Desequilíbrio ambiental.” A categoria prejuízo às plantas é a que reuniu o maior número de respostas. Realmente um dos prejuízos causados pelo caracol africano é o que envolve as plantações comerciais e domiciliares, sendo considerada praga agrícola (VASCONSELLOS; PILE, 2001). Em laboratórios é observado alimentando-se de diferentes tipos de vegetais (TELLES; FONTES, 2002) o que também podemos 33 observar na Ilha Grande. Vemos o animal alimentando-se de folhas de mamoeiro, bananeira, e seus frutos, assim também como plantas como comigo-ninguém-pode e urtiga (observação pessoal). Paiva (2004) lista 59 espécies de plantas das quais A. fulica se alimenta, entre elas plantas de cultura, plantas ornamentais, plantas ruderais e plantas nativas. Quanto à possibilidade do caracol africano trazer doenças aos vegetais não há descrição, mas há possibilidades se considerarmos o grande fluxo de animais de uma planta para outra, o que pode facilitar o transporte de organismos patogênicos de uma à outra. Outro prejuízo muito citado foi o causado a outros animais. Alguns citaram a possibilidade de transmissão de doenças aos outros animais, certamente essa é uma das preocupações, pois a entrada de um organismo exótico em um ambiente possibilita que ele dissemine patologias e parasitas que não estão presentes naquele ambiente. Com isso, podem ocorrer problemas que só serão identificados em longo prazo, isso se o forem. Os alunos citaram a predação de animais sobre A. fulica. Essas informações são importantes para estudos ecológicos, pois permitem a observação da adaptação de animais da localidade à uma nova composição da fauna que disponibiliza agora um outro tipo de alimento e apresenta um novo competidor até então ausente. É interessante notar que os alunos conseguem associar não só fatores de perigo ecológico, mas também de perigo à saúde dos animais e plantas: “se eles podem trazer mal pra gente, logo podem causar doenças também para as plantas e para os animais”. Mais uma vez reforçamos a nossa idéia de que se esses estudantes forem incentivados a observar de forma crítica o ambiente, e se a eles forem concedidas informações sobre o assunto, eles por si mesmos chegarão à conclusões lógicas que poderão ser transmitidas ao seu grupo de convivência. Questão 5: Na sua casa tem caracol africano? O que você e sua família fazem com ele? As respostas à primeira parte da questão seis foram apresentadas na figura 8: 34 Porcentagens de respostas à questão 5 80,00 Sim 71,62% 70,00 Porcentagem 60,00 50,00 40,00 30,00 Não 27,03% 20,00 10,00 Não sei 1,35% Respostas Figura 8: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da questão 5. Como esperado, houve um grande número de respostas positivas. Esse resultado era esperado porque durante os trabalhos realizados na Vila do Abraão era evidente a presença do caracol africano em grande número. O caracol foi observado sempre muito associado aos ambientes antrópicos, sendo encontrado em quintais, muros, jardins etc. Logo, seria esperado que estes alunos percebessem a presença do animal em suas residências. Em relação à segunda parte da questão, temos o resultado exposto na tabela 6: Tabela 6: Categorias que reúnem respostas referentes ao comportamento dos entrevistados e/ou suas famílias frente a presença do caracol em seus domicílios, com o número de respostas que as citaram e suas respectivas porcentagens. Categorias n % Categoria A: Usam sal 43 81,1% Categoria B: Queimam 12 22,6% Categoria C: Outras soluções 2 3,8% Categoria D: Não fazem nada 3 5,7% Nota 1: A questão permite que em uma mesma resposta sejam citados mais de um tipo de “solução”, portanto percentual total não encerra em 100%. Nota 2: Percentual relativo ao total de entrevistados que responderam SIM à primeira parte da questão 5 (n=53). 35 Discurso do Sujeito coletivo: Categoria A: Não tem caracol em minha casa: “Não. Nunca apareceu nem perto. Eu mantenho eles longe da minha casa. Se tivesse nós colocaríamos no saco e bota sal.” Categoria B e C: Usam sal e/ou queimam. Às vezes sim. Às vezes a minha família pega ele e joga sal ou senão joga no mato. Teve uma época que deu bastante no quintal. Mas minha mãe juntou todos e ateou fogo neles. Por agora não [tem], mas tinha e minha mãe tacava sal. No quintal [tem]. [A gente] bota uma pelota de sal, em seguida quando ele morrer pego uma luva e bota em um saco e joga fora. Categoria D: Outras soluções “A gente joga bastante sal grosso. Coloca álcool e botamos pra queimar. Jogamos sal com cloro ou álcool e fogo. (...) esquentamos a água com sal e depois jogamos em cima deles, depois com uma luva a gente faz uma fogueira e queima eles.” Categoria D: Não fazem nada “Acho que sim, no quintal, etc. Deixo ele ir embora. Eu não faço nada e nem deixo ninguém fazer.” Como podemos observar, a grande maioria dos estudantes cita o uso do sal como forma de eliminação, muitas vezes associado a outro modo de eliminação (fogo, água quente, por exemplo). A utilização de sal condiz com as orientações feitas pelos órgãos de pesquisa de referência, como é o caso das sugestões presentes no folheto educativo elaborado pelo departamento de Malacologia IOC/FIOCRUZ para evento “Fiocruz pra você” (BOAVENTURA, 2007). Mas a ação está incompleta, pois recomenda-se juntar os animais e seus ovos em recipientes, como latas, por exemplo, e adicionar sal seguido da quebra das conchas e ovos, ou 36 incineração dos mesmos, eliminando as chances de sobrevivência dos animais e de suas posturas. Não é considerado eficiente que se lance esses animais no mar, pois são resistentes e podem ser trazidos pela correnteza de volta à terra ainda vivos, e nem devem ser enterrados vivos, pois têm alta capacidade de desenterramento (FISCHER; COSTA; BONATO, 2005), e nem eliminados vivos em terrenos baldios, pois esse ambiente favorece sua permanência e reprodução exatamente pela falta de manutenção. Para o descarte dos animais devemos, portanto, ter certeza de que a quantidade de sal é suficiente para o número de animais e ter a certeza de que estão todos mortos. Além da capacidade de desenterramento, podem ficar horas presos dentro de sacos plásticos com sal e conseguindo rasgar esses sacos e escapar da eliminação (observação pessoal), e até 5h submersos na água sem que morram (FISCHER; COSTA; BONATO, 2005). Alguns alunos que participaram do presente estudo citaram o uso de luvas durante a manipulação do animal, porém foi uma freqüência muito baixa. Como exposto na introdução, o caracol africano já foi encontrado naturalmente infectado por parasitos de importância médica, ou seja, parasitos causadores de doenças em humanos. Esses parasitos também já foram encontrados em outros gastrópodes (CALDEIRA et al. 2007), porém como a população tende a manipular o caracol africano mais que os demais gastrópodes, na intenção de eliminá-lo de sua propriedade, este então é visto como o de maior importância na transmissão de Angiostrongylus spp. Por isso, durante a manipulação para a coleta e eliminação deve-se proteger as mãos com luvas ou sacos plásticos, de modo que impeça o contato das mãos com o muco, que é por onde ocorre a liberação das larvas do verme. Assim, diminuem as chances de uma pessoa acidentalmente levar a mão contaminada até à boca contaminando-se. Por isso, a orientação feita à população é que sempre proteja as mãos com luvas ou sacos plásticos, quando forem manipular o animal. Essas informações devem ser transmitidas para as crianças justificando-se o porquê. Embora esses estudantes tenham citado coisas importantes preocupa-nos sua inclusão neste trabalho de eliminação, pois como exigir que elas protejam os animais se elas são incentivadas a eliminá-los? Por isso, um trabalho competente de educação ambiental deve ser realizado entre elas para que sejam esclarecidas essas aparentes incoerências. Deve ser nossa preocupação desenvolver estratégias para 37 que entendam como esse ato se justifica, e as questões éticas, para que elas compreendam que relações naturais foram interrompidas pelo homem, pois, foi um ser humano que trouxe esse animal para o Brasil e agora esses animais estão sendo sacrificados devido a esse erro humano. Deve-se explicar que esse problema só existe porque este animal não é natural do Brasil e não têm predadores naturais eficientes o que facilita o aumento da sua população e os riscos para humanos e animais. Devemos destacar que o animal não tem responsabilidade pelos problemas, nós humanos é que alteramos os ambientes de modo inadequado. Portanto, devemos trabalhar com esses estudantes a responsabilidade humana nos problemas ambientais, evitando gerar o estereótipo de vilão sobre o caracol africano, pois ele também é vítima desse problema. Questão 6: Quando você vê o caracol africano você lembra de alguma coisa que seus professores falam em sala de aula? Sobre as respostas à primeira parte da questão obtivemos o resultado expresso na figura 9. Porcentagem de respostas à questão 6 Não 66,2% 70,0 Porcentagem 60,0 50,0 40,0 Sim 32,4% 30,0 20,0 Em branco 1,4% 10,0 0,0 Respostas Figura 9: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da questão 6. Uma parte dos alunos disse que lembra (24 alunos). Consideramos um número pequeno, quando comparamos com o número de alunos que afirmaram não lembrar, um total de quarenta e nove alunos. Destes, quarenta e quatro escreveram apenas não, não me lembro ou nada. Enquanto que cinco alunos escreveram que não lembram porque o professor não fala sobre isso, mas estes dois grupos compõem a mesma categoria. 38 Discurso do Sujeito coletivo: Não lembram “Não me lembro. Porque os professores não falam sobre isso.” Nas respostas dos 32,4% que afirmaram lembrar, alguns tópicos importantes foram organizadas em categorias (tabela 7). Porém, reunimos todos os discursos em um único, pois a ancoragem é única: O que os alunos lembram sobre as aulas quando vêem o caracol africano. Tabela 7: Categorias que englobam respostas referentes à segunda parte da questão 6, o número (n) de respostas em que foram citadas e suas respectivas porcentagens. Categorias n % Doenças e micróbios 12 50% Cuidados que se deve ter 10 41,6% Ambientes preferenciais 1 4,1% Reprodução 1 4,1% Nota 1: Percentual relativo ao total de entrevistados que respondeu IM à primeira parte da questão 6 (n=24). Com os discursos que citam esses assuntos pudemos compor o seguinte DSC. Discurso do Sujeito coletivo: Lembram “Sim, eu lembro dos lugares onde eles gostam de ficar e de se [re]produzirem e que eles colocam ovos. Que não devemos pegar nele senão dá doença, que ele é conhecido como escargot e etc. [Lembro que eles dizem] para nós não andarmos descalços por causa dos caracóis mas também por causa dos outros animais. Não devemos ficar descalços na mata, não podemos tocar principalmente quando 39 estamos feridos. Ele pode colocar uma gosma e pode fazer mal a uma pessoa. Não devemos andar descalços perto da larva do caracol. [Eles] falam que o caracol tem doenças e que devemos lavar as plantas antes de fazer chá. Também não [devemos] aplicá-lo para rastejar sobre o corpo e etc. Eu lembro que uma vez um professor meu de outra escola falou que não devemos tocar neles pois eles possuem bactérias e muitas doenças, prejudicando a nossa saúde e até corremos o risco de morrer. ” A maioria dos estudantes disse que quando vêem o caracol africano não lembram de coisas que os professores falam em sala de aula, ou seja, não conectam a teoria à prática cotidiana, não têm condições para analisar o dia-a-dia com os conceitos de ciências. Os PCN do terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental expõem que o conhecimento apreendido nas escolas deve conceder aos alunos o “desenvolvimento de uma compreensão do mundo que lhes dê condições de continuamente colher e processar informações” (BRASIL, 1998a, p. 62), de modo que ele seja capaz de avaliar o seu meio e as situações a este concernente e que consiga ser atuante. O aluno deve ser capacitado a relacionar as informações que recebem na escola com a realidade em que vivem. Portanto, o educador deve ter como principal questionamento “o que estou produzindo com este conteúdo?” Além disso, deve ter suporte para que consiga desenvolver um ensino de qualidade e que lhe dê ferramentas para isso. Neste sentido, é de responsabilidade do poder público promover cursos de formação inicial e continuada para os educadores visando atualizar os conteúdos, colocando esses profissionais a par das pesquisas científicas, de modo tenham informações suficientes para trabalhar junto ao seu público. Cada município deve avaliar sua situação política, econômica e ambiental e identificar quais são as questões urgentes para aquela localidade e integrar essas questões ao currículo, como sugere o PCN (BRASIL, 1998b). Somente desta forma reuniremos profissionais capazes de organizar um currículo atualizado e que considere a realidade local. 40 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante de tudo o que foi exposto podemos assinalar os aspectos que necessitam ser enfocados, assuntos que precisam ser desmistificados, as ações a serem desenvolvidas e os resultados esperados dessas ações. As características físicas do caracol africano são as informações que os alunos ainda não dominam. É importante diferenciar o caracol exótico dos nativos. Isto auxiliaria na preservação de espécies nativas, pois estes são muito confundidos com o caracol africano, e frequentemente são eliminados juntos com ele, podendo resultar na diminuição da sua população. Portanto, se os estudantes da Ilha Grande receberem as informações corretas de como distinguir o A. fulica dos demais, estaremos preservando a malacofauna da Ilha Grande uma vez que esses alunos possivelmente atuarão como fiscalizadores e multiplicadores destes conhecimentos. Os alunos reconhecem os ambientes em que o animal é encontrado com freqüência. No entanto, não associam o comportamento humano como um fator facilitador da permanência do animal em determinadas áreas. Os alunos precisam receber informações e ser estimulados a associá-las ao seu meio, desta maneira eles perceberão na própria prática que quase não encontramos caracol africano em ambientes naturais, mas que estão em grande quantidade em ambientes antrópicos. Isso porque nesses locais há maior disponibilidade de alimento (lixo), maior número de sítios de repouso (entulho, material de construção, restos de poda), facilitando sua permanência e reprodução. Os estudantes entrevistados sabem que o caracol africano causa algum mal à saúde, porém não têm informações suficientes para compreender como isso acontece. Confundem muitas coisas, fazem relações incoerentes e as informações necessárias são ausentes. Isso pode refletir a ausência de informações da população adulta sobre o caracol. Portanto, é evidente que, embora não se tenham casos registrados de A. fulica infectada por Angiostrongylus spp. no Rio de Janeiro, e na Ilha Grande, essa população corre riscos por não ter informações corretas acerca do animal e da possibilidade de transmissão de nematódeos. Logo, uma intervenção deve ser realizada de modo que esta população seja informada de forma correta dos riscos à saúde que este animal traz. 41 Os riscos ao meio ambiente também foram identificados. Embora poucos alunos acreditem que o caracol exótico possa causar mal à natureza, essa pequena porcentagem, conseguiu expor os perigos que o animal exótico pode ocasionar, como competir com espécie nativas, por exemplo. Assim percebemos que esses alunos têm ampla capacidade de analisar o meio, só faltam incentivos e informações que lhes façam avaliar melhor esse meio, os processos que nele ocorrem e compreender que ele enquanto integrante deste meio também interage nesses processos e que isso pode gerar alterações tanto na natureza quanto nele. Além disso, poderão multiplicar essas informações entre aqueles que não identificam o caracol africano como um fator de riscos à natureza. Sabemos que o controle da população do caracol africano só é eficiente com a catação manual e posterior eliminação, mas como discutido, deve-se tratar da eliminação de animais com esse público com sutileza, pois não basta ensinar como eliminar o caracol africano, é necessário também discutir o porquê de se fazer isso. Deve-se levar em consideração como se dá a percepção das crianças e jovens em relação a essa eliminação. Como tratar de preservação do meio ambiente se estamos matando os animais? Como preservar a natureza se estamos destruindo-a? Muitos alunos citaram que o caracol africano não pode fazer mal à natureza porque ele veio dela! Portanto, deve ser feito um trabalho muito cuidadoso com os estudantes visando esclarecer essas e outras questões que surgirem. É possível que os professores desses estudantes não tenham informações suficientemente claras sobre este assunto e caso as tenham, por algum motivo, não estejam conseguindo trabalhá-las de modo eficiente, resultando na conexão insuficiente entre a teoria e a prática demonstrada nas respostas dos alunos. Mais uma vez reforçamos a idéia de que se esses estudantes forem incentivados a observar de forma crítica o ambiente e se informações corretas forem trabalhadas, eles serão capazes de se posicionar de forma correta e transmitir os conhecimentos ao seu grupo de convívio. Acreditando que as crianças são excelentes fiscalizadoras das atitudes adultas, e considerando que apresentam alta capacidade de aprendizagem e absorção de novos conhecimentos, confiamos que podem ser nosso público alvo para a disseminação de informações e desmistificação de conceitos referentes ao caracol africano, pois as “as crianças colocam em prática o que aprendem, tornandose multiplicadoras de conhecimento” (GARCIA et al. p. 18). As atividades podem ser 42 realizadas de diferentes formas, utilizando metodologias não-convencionais como a peça teatral e o emprego de jogos, que segundo Silva, Oliveira e Santos (2008) funcionam como instrumento didático-pedagógico eficiente; as autoras sugerem a aplicação de atividades lúdicas para envolver o público de forma prazerosa e simples permitindo concatenar o cotidiano com a teoria. Deste modo, percebemos que é importante fornecer os subsídios necessários para a compreensão da relação homem-natureza por meio de ações educativas que: Contribuam para a conscientização de que os problemas ambientais dizem respeito a todos os cidadãos e que só podem ser solucionados mediante uma medida participativa; [...] possibilitem o desenvolvimento de atitudes e a aprendizagem de procedimentos e valores fundamentais para o exercício pleno da cidadania; ressaltando-se a participação no gerenciamento do ambiente; contribuam para a visão integrada da realidade, desvendando as interdependências entre a dinâmica ambiental local e a planetária, desnudando implicações e causas dos problemas ambientais; sejam relevantes na problemática ambiental do Brasil. (PCN, 1998b, p.202) Para que essas ações ocorram é necessário que o poder público invista na formação inicial e continuada de professores, em eventos de divulgação científica, na elaboração de materiais didáticos específicos, na consolidação das unidades de conservação existentes, em publicações voltadas para o ensino formal e não formal, e na maior integração entre as universidades e as escolas, ou seja, é essencial que haja o desenvolvimento e a implantação de uma política pública que envolva além das secretarias de educação, meio ambiente, saúde, turismo, agricultura etc., as comunidades locais. Somente assim, será possível a construção de conhecimentos e práticas que interrelacionem a saúde humana, a proteção do ambiente natural e antrópico e a conservação da biodiversidade. O ensino é parte fundamental para a realização dessas atividades, pois além de ser ponto de partida para essas ações também podem funcionar como parâmetro de avaliação desses processos educativos. 43 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALHO, C. J. R.; SCHNEIDER, M.; VASCONSELOS, L. A. Degree of threat to the biological diversity in the Ilha Grande State Park (RJ) and guidelines for conservation. Brazilian Journal of Biology, 62 (3): 375 - 385, 2002 ANGRA DOS REIS (RJ). Prefeitura Municipal de Angra dos Reis. Secretaria de Meio Ambiente de Desenvolvimento Urbano. Plano de Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos – Pgars da Ilha Grande, 2006, 48p. ANGRA DOS REIS (RJ). Prefeitura Municipal de Angra dos Reis. Áreas protegidas: leis municipais, estaduais e federais. Disponível em: <http://www.angra.rj.gov.br/asp/municipio/muni_areas.asp>. Acesso em 29 jul. 2009a. ANGRA DOS REIS (RJ). Prefeitura Municipal de Angra dos Reis. População e infraestrutura. Disponível em: <http://www.angra.rj.gov.br/asp/municipio/muni_popu.asp.> Acesso em 12 set. 2009b. BATTRO, A. M. O pensamento de Piaget. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976. 389p. BRASIL. MEC. – Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação. Brasília; MEC/SEF, 1998a, 174p. BRASIL. MEC. – Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Temas Transversais / Secretaria de Educação. Brasília; MEC/SEF, 1998b, 436p. BRASIL, Ministério da Saúde - Conselho Nacional da Saúde. Subsídios para construção da Política Nacional de Saúde Ambiental / Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde, Brasília, 2007, p.56. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em 26 jul. 2009a. BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 12 set 2009b. BRASIL, MEC: Secretaria de Educação Básica. Apresenta informações sobre a educação básica e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em 01/08/09 44 CALDEIRA, R. L.; MENDONÇA, C. L. G. F.; GOVEIA, C. O.; LENZI, H. L.; GRAEFFTEIXEIRA, C.; LIMA, W. S.; MOTA, E. M.; PECORA, I. L.; MEDEIROS, A. M. Z.; CARVALHO, O. S. First record of molluscs naturally infected with Angiostrongylus cantonensis (Chen, 1935) (Nematoda: Metastrongylidae) in Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, vol. 102, n.7, p. 887-889, nov. 2007 CAMPOS, C. et al. Questionário na sala de aula. In: “Pensar avaliação, melhorar a aprendizagem” /IIE Lisboa: IIE, 1994. Disponível em: <www.dgidc.minedu.pt/serprof/acurric/av_es/texto(25).pdf>. Acesso em 10 jun. 2008. DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. 6.ed. Gaia, São Paulo, Brasil, 552pp, 2000. Apud BEZERRA, T.M.O.; GONÇALVES, A. A. C. Concepções de meio ambiente e educação ambiental por professores da Escola Agrotécnica Federal de Vitória de Santo Antão-PE. Biotemas, vol. 20, n. 3, p. 115-125, set. 2007. ESTON, M. R.; MENEZES, G. V.; ANTUNES, A. Z.; SANTOS, A. S. R.; SANTOS, A. M. R. Espécie invasora em unidade de conservação: Achatina fulica (Bowdich, 1822) no Parque Estadual Carlos Botelho, Sete Barras, SP, Brasil (Nota científica). Revista do Instituto Florestal, São Paulo, vol 18, n. único, p. 173179, 2006. FISCHER, M. L.; COLLEY, E. Diagnóstico da ocorrência do Caramujo Gigante Africano Achatina fulica Bowdich, 1822 na APA de Guaraqueçaba, Paraná, Brasil. Revista Estudos de Biologia, vol. 26, n. 54, p. 43-50, jan./mar. 2004. FISCHER, M. L.; COLLEY, E. Espécie Invasora em reservas naturais: caracterização da população de Achatina fulica Bowdich, 1822 (Mollusca- Achatinidae) na Ilha Rasa, Guaraqueçaba, Paraná, Brasil. Biota Neotropica, vol. 5, n.1, p.1-18, mar. 2005. FISCHER, M. L.; COSTA, L.C M.; BONATO, D. M. S. Resistência de Achatina fulica Bowdich, 1822 (Mollusca, Achatinidae) a fatores abióticos. In: Encontro Brasileiro de Malacologia, 19., Resumos... Rio de Janeiro, 2005, p.313. GARCIA, R. N.; PEREIRA, A. C.; DEGOBI, B. L.; MENEGAT, D.; FARENZENA, E.; MAURICIO, M.; MENEGOL, R.; DISTÉFANO, E. G.; ALMEIDA, E. B. Agentes Mirins de Saúde: uma estratégia para formar multiplicadores de conhecimento. Revista Sul-Brasileira de odontologia, vol. 6, n. 1, p. 13-19, mar. 2009. GATTI, B. A., Construção da pesquisa em educação no Brasil. Brasília: Liber Livro, 2007. 86p. GRAEFF-TEIXEIRA, C.; CAMILLO-COURA, L.; LENZI, H. L. Clinical and epidemiological aspects of abdominal aniostrongyliasis in southern Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, vol. 33, n. 5, p. 373378, 1991. 45 GRAEFF-TEIXEIRA, C. Expansion of Achatina fulica in Brazil and potential increased risk for angiostrongyliasis. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, vol. 101, n. 8, p. 743-744, 2007. INSTITUTO Estadual do Ambiente. Legislação ambiental. Unidades de conservação. Disponível em: <http://www.ief.rj.gov.br/legislacao/conteudo.htm>. Acesso em 01/08/09. INTERNATIONAL UNION FOR CONSERVATION OF NATURE – IUCN. Invasive Species. Disponível em: <http://www.iucn.org/about/union/secretariat/offices/iucnmed/iucn_med_program me/species/invasive_species/>. Acesso em: 26 jul. 2009. LEFÈVRE, F.; LEFÈVRE, A. M. C. Discurso do sujeito coletivo: Um novo enfoque em pesquisa qualitativa (desdobramentos). Ed. rev. e ampl. Caxias do Sul: EDUCS, Brasil, 2003. 256p. LEFÈVRE, F.; LEFÈVRE, A. M. C. Pesquisa qualitativa levada a sério. Disponível em: <http://www.fsp.usp.br/~flefevre/Discurso_o_que_e.htm>. Acesso em 15 dez. 2008. LORENZI, A.T. Estudo colorimétrico espectroscópico do muco de caracóis Achatina sp. alimentados com rações acrescidas de plantas medicinais. 2006. 107 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2006. LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986, 99pp. MORERA, P.; AMADOR, J. A., Prevalencia de la angiostrongilosis abdominal y la distribución estacional de la precipitación. Revista Costarricensi de Salud Pública, San José, vol. 7, n. 13, p. 1-14, dez. 1998. NEUHAUSS, E.; FITARELLI, M.; ROMANZINI, J.; GRAEFF-TEIXEIRA, C. Low susceptibility of Achatina fulica from Brazil to infection with Angiostrongylus costaricensis and A. cantonensis. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, vol. 102, n. 1, p. 49-52, fev. 2007. PADUA, S. M.; TABANEZ, M. F.; SOUZA, M. G. A abordagem participativA na educação para a conservação da natureza. In: CULLEN Jr, L.; RUDRAM, R.; VALLADARES-PADUA, C. (Org.) Métodos de estudos em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: Ed. da UFPR; Fundação O Boticário de proteção à natureza, 2003. 667p. PAIVA, C. L. 2008. Achatina fulica (Mollusca, Achatinidae): ameaça às florestas, à agricultura e à saúde pública no Brasil. Disponível em <http://www.geocities.com/lagopaiva/achat.br.htm>. Acesso em: 1 dez. 2008. PALANGANA, I. C. Desenvolvimento de aprendizagem em Piaget e Vyvostsky: a 46 relevância social. 3. ed. São Paulo: Summus, 2001. 160p. PENA. G. P. M.; ANDRADE FILHO, J. S.; ASSIS, S. C. Angiostrongylus costaricensis: First record of its occurrence in the state of Espírito Santo, Brazil, and a review of its geographic distribution. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, vol. 37, n. 4, p. 369-374, jul./ago. 1995. PIAGET, J; INHELDER, B. A psicologia da criança. 17.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. 137p.. POSEY, D. A. Temas e inquirições em etnoentomologia: algumas sugestões quanto à geração de hipóteses. Boletim Museu Paraense Emilio Göeldi, Série Antropológica, vol. 3, n. 2, p. 99-134, 1987. PRADO, R. M. Depois que o “Imbamba”: Percepção de questões ambientais na Ilha Grande. In: PRADO, R. M (Org.) Ilha Grande: do sambaqui ao turismo. Rio de Janeiro, Ed. UERJ, 2006, p. 251-283. RIO DE JANEIRO, Governo do Estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado da Defesa Civil. Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. 3ª Seção do Estado-Maior Geral / CBMERJ. Disponível em: http://www.bm3.cbmerj.rj.gov.br/modules.php?name=Content&pa=showpage&pid =138. Acesso em: 12 de set. 2009. RIPADO, M. F. B. O caracol. Biologia, reprodução e criação comercial. [S. L.] Europa-América. Portugal, 1995. 93p. ROCHA, C. F. D. A produção científica no CEADS da UERJ: os quatro primeiros anos (1995-1999). UERJ. Sub-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa SR-2. CEADS/UERJ- Ilha Grande, [199-?]. SANTOS, M. G.; DIAS, Â. G. P.; MARTINS, M. M. Conhecimento e uso da medicina alternativa entre alunos e professores de primeiro grau. Revista Saúde Pública, vol.29, n.3, p. 221-227, Jun. 1995. SANTOS, S. B.; MONTEIRO, D. P.; THIENGO, S. C. Achatina fulica (Mollusca, Achatinidae) na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro: Implicações para a saúde ambiental. Biociências, vol. 10, p. 159-162, 2002. SANTOS, M. S. A construção da violência: o caso da Ilha Grande. In: PRADO, R. M (Org.) Ilha Grande: do sambaqui ao turismo. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2006. p. 192-222. SILVA, P. S. C.; OLIVEIRA, J. L.; SANTOS, S. B. O caramujo africano Achatina fulica Bowdich, 1822 como indutor de ações educativas sobre espécies exóticas em escolas de Ensino Fundamental. In: Semana da Educação: Educação formação e Sociedade: desafios contemporâneos (13:2008: Rio de Janeiro, RJ). Anais/ Dirceu Castilho Pacheco, Márcia Cabral da Silva, Marly de Abreu Costa (orgs.). Rio de Janeiro: Lab. Educação e Imagem, 2008. 1 cd-rom. ISBN: 9788560153049 47 SIMIÃO. M. S.; FISCHER, M. L. Estimativa e inferências do método de controle do molusco exótico Achatina fulica BOWDICH 1822 (STILOMMATOPHORA; ACHATINIDAE) em Pontal do Paraná, Litoral do Estado do Paraná. Caderno. Biodiversidade, vol. 4, n. 2, p. 74-82, dez. 2004. SOUZA, R.M.; ALVES, A.G.C.; ALVES, M.S. Conhecimento sobre o molusco gigante africano Achatina fulica entre estudantes de uma escola pública na Região Metropolitana do Recife. Biotemas, vol. 20, n.1, p. 81-89, mar. 2007. SOUZA, T. C. Tão perto e tão distante: Uma abordagem antropológica da relação entre a população da Vila Dois Rios e a UERJ. 2002. 34f. Monografia submetida ao corpo docente do Departamento de Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UERJ, Rio de Janeiro, 2002. TELES, H. M. S.; VAZ, J. F.; FONTES, L. R.; DOMINGOS, M. F. Occurrence of Achatina fulica Bowdich, 1822 (Mollusca, Gastropoda) in Brazil: intermediate snail host of angiostrongyliasis. Revista Saúde Pública, São Paulo, vol. 31, n. 3, p. 310-312, Jun. 1997. TELES, H. M. S.; FONTES, L. R.; AMARAL, W. Pesquisa Nacional de Opinião Pública sobre a espécie do caramujo africano Achatina fulica. Instituto Brasileiro de Helicicultura (IBH), Fundação CEDIC, Estância de Atibaia, 2003/2004. TELLES, H. M. S.; FONTES, L. R. Implicações da introdução e dispersão de Achatina fulica Bowdich, 1822 no Brasil. Boletim do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, vol. 12, n. 1, p. 3-5, 2002. TENÓRIO, M. C. Povoamento pré-histórico da Ilha Grande. In: PRADO, R. M (Org.) Ilha Grande: do sambaqui ao turismo. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2006, p. 19-37. THIENGO, S.C. Caramujo africano. Bionotícias n. 63, p. 8, out/nov, 2003. THIENGO, S. C.; FARACO, F.A.; SALGADO, N.C.; COWIE, R. H.; FERNADEZ, M. A. Rapid spread of na invasive snail in South América: the giant African snail, Achatina fulica, in Brasil. Biologics Invasions, vol. 9, n. 6, p. 693-702, nov. 2006. TOROK, S. Falar de ciência para crianças: algumas dicas, p. 50-55. In: MASSARANI, L. (Ed.) Ciência e criança: a divulgação científica para o público infanto-juvenil. Rio de Janeiro: Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz/ Fiocruz, 2008. 120p. TSAI, H.; LIU, Y.; KUNIN, C. M.; LAI, P.; LEE, S.; CHEN, Y.; WANN, S.; LIN, W.; HUANG, C.; GER, L.; LIN, H.; YEN, M. Eosinophilic meningitis caused by angiostrongylus cantonensis associated with eating raw snails: correlation of brain magneticresonance imaging scans with clinical findings. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, vol. 68, n. 3, p. 281-285, 2003. 48 VASCONSELLOS, M. C.; PILLE, E. Occurrence of Achatina fulica in the Vale do Paraíba, Rio de Janeiro state, Brazil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, vol. 35, n.6, p. 582-584, dec. 2001. WUNDER, S. A história do uso do solo e da cobertura florestal. In: PRADO, R. M (Org.) Ilha Grande: do sambaqui ao turismo. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2006, p. 105-133. 49 APÊNDICE 1 - Questionário 50 51 APÊNDICE 2 - Tabulação dos dados Tabulação das respostas de todos os entrevistados à questão 1 Você conhece o caracol Africano? Quem é o caracol africano? Alunos Expressões-chave Idéias centrais 1 Sim. O caracol africano é um caramujo que vive em locais úmidos (perto de rios e cachoeiras) O caracol vive em locais úmidos 2 Sim. É um animal nojento que vive em matos, terra, entre outros lugares, que se reproduz através das fezes. É um animal -------- que prejudica a saúde das plantas e a nossa saúde. É um animal nojento que vive em vários lugares. Que se reproduz pelas fezes e que prejudica as plantas e os humanos. Ancoragem (categorias) Preferência de ambiente (A) Preferência de ambiente (A) Impressão pessoal (B) Modo de reprodução(C) 3 4 5 Um caracol muito feio "ororoso" e nojento. O caracol é muito nojento. Animal feio, horroroso e nojento. Muito nojento É um bicho gosmento que gosta de ficar em locais frescos. Bicho gosmento que gosta de lugares frescos. Prejuízos (D) Impressão pessoal (B) Impressão pessoal (B) Preferência de ambiente (A) Impressão pessoal (B) Não conhece o caracol africano 6 Não. Eu não sei quem ele é. Não conhece o caracol africano 7 Sim. Ele é nojento e gosmento. Animal nojento e gosmento 8 O caramujo. É um caramujo. 9 Conheço, é o mais conhecido como caramujo, ele é nojento, etc. Conhecido como caramujo. É nojento. Impressão pessoal (B) Não soube responder (E) Impressão pessoal (B) Modo como é conhecido (J) 10 Sim conheço. Ele é feio um pouco engraçado, os olhos dele são engraçados. Ele é muito legal. É feio mais é engraçado Impressão pessoal (B) 11 Sim. É um bicho que veio da África, também conhecido como escargot. Veio da África e é conhecido como “escargot”. Origem (F) 12 - - Modo como é conhecido (J) - 52 13 Sim. É um animal gosmento fica sempre nos troncos das árvores. É gosmento e gosta de ficar nas árvores. Preferência de ambiente (A) 14 Sim. Ele é um caramujo muito nojento que transmite doenças e come folhas. É nojento e causa mal às pessoas e às plantas. Impressão pessoal(B) Impressão pessoal(B) 15 Não conheço. Não conhece o caracol africano Prejuízos(D) Não conhece o caracol africano 16 Sim. Eu acho, ele é um bicho muito nojento. É um bicho muito nojento. É nojento. 19 Sim. O seu casco é mais pontiagudo que o dos outros. Não 20 Não 21 Não Sua concha é diferente das outras. Não conhece o caracol africano Não conhece o caracol africano Não conhece o caracol africano Impressão pessoal (B) Impressão pessoal (B) Características físicas (G). Não conhece o caracol africano. Não conhece o caracol africano. Não conhece o caracol africano. 22 23 Sim. Virou praga para as pessoas. O caracol africano é um bicho esquisito e transmite doenças É uma praga. Ele é animal esquisito que traz doenças. Prejuízo (D) Impressão pessoal (B) 24 25 Conheço. Mas não sei muita coisa. Sim é um caracol muito feio. Não sei muita coisa É feio. 26 Sim é um caracol que transmite doenças e se reproduz rápido. Animal que causa mal e tem rápida reprodução. 27 Conheço é um molusco e pelo nome deve ser africano. Sim. Um bicho que tem doença que pode matar uma pessoa. É um animal que possui várias doenças e é muito nojento. É um molusco africano. 17 18 28 29 30 Sim. É um bicho nojento que transmite doenças. É nojento. Tem doenças que podem matar uma pessoa. Tem várias doenças e é nojento. É um bicho nojento que transmite doenças. 31 Sim. Conheço porque aqui no Abraão tem muito. Conheço porque onde eu moro tem muito. 32 Sim. É um bicho muito feio. É muito feio. 33 Sim. Ele é marrom com listras brancas às vezes amarelas, ele é gosmento tem dois olhos arregalados com o corpo que parece geléia. Ele é marrom com listras brancas às vezes amarelas, ele é gosmento tem dois olhos arregalados com o corpo que parece geléia. Prejuízo (D) Não sabe (E) Impressão pessoal (B) Prejuízo (D) Reprodução (C) Origem (F) Prejuízos (D) Prejuízos (D) Impressão pessoal (B) Prejuízos (D) Impressão pessoal (B) Citou a presença na Ilha Grande (H) Impressão pessoal (B) Características físicas (G). 53 34 35 Sim. O caracol africano é um bicho que é um pouco nojento e pra matar ele é só pôr um pouco de sal em cima onde ele habita em lugares limpos e sujos. Ele é nojento e pra matar ele é só colocar sal onde ele vive. Sim, é um caracol que tem casca e é gosmento. Ele tem uma concha e é nojento. Impressão pessoal (B) 36 Sim, não muito. É um caramujo. É um caramujo. 37 Sim. É um caramujo que passa muita doença. Sim. Ele é o maior caracol de todos, pelo menos é o que eu acho. Sim. O caracol africano é um bicho que vive na água da chuva e acho que ele mata, mais é só tacar sal porque mata. Ele passa doenças. 38 39 40 Sim, eu conheço o caracol. Ele é marrom, gosmento e nojento. Preferência de ambiente (A) Ele é o maior caracol de todos. Vive na água da chuva e pode matar, mas o sal o mata. Eliminação (I) Impressão pessoal (B) Características físicas (G). Não soube responder (E) Prejuízo (D) Características físicas (G). Preferência de ambiente (A) Prejuízo (D) Ele é marrom, gosmento e nojento. Eliminação (I) Características físicas(G) Impressão pessoal (B) Prejuízo (D) Sim. Aqui na Ilha tem, eu já vi, quando vem chuva tem muito, as folhas de remédio ficam todas elas poluídas com a gosma do caracol. Onde eu moro tem, quando chove eles aparecem e ele polui as plantas usadas como remédio com sua gosma. 42 Sim. O caracol africano é um bicho que quando ele passa por um lugar deixa aquela gosma venenosa que quando alguém passa com alguma ferida no pé ou qualquer que passar pela gosma pode pegar uma doença. Sua gosma venenosa causa doenças. Prejuízo (D) 43 Sim. É o caramujo. É o caramujo. 44 Sim, é um bicho que não é bom. Ele não é bom. 45 Sim, é um bicho nojento, etc. Ele é nojento. 46 Sim. Porque em todo lugar da Ilha tem. É um bicho feio e gosmento que polui a Ilha. Está em toda Ilha, é feio e polui a Ilha. Não soube responder (E) Impressão pessoal (B) Impressão pessoal (B) Impressão pessoal (B) 41 Citou a presença na Ilha Grande (H) Prejuízos (D) 47 48 Sim. É um tipo de caracol que causa várias doenças. Sim. Ele é um bicho muito nojento, feio, etc. Ele causa doenças. Ele é nojento e feio. Citou a presença na Ilha Grande (H) Prejuízo (D) Impressão pessoal (B) 54 49 Sim. É um caracol que tem um casco é gosmento, come folha eu acho. Ele tem uma concha, come folha e é nojento. 50 Sim. Ele é um caracol bem grande. Ele é grande 51 Sim. É um caramujo. Um caramujo. 52 Sim. Conheço porque aqui no Abraão tem muito. Ele é feio porque traz doença. Onde eu moro tem muito, ele é feio porque traz doença. Impressão pessoal (B) Características físicas(G) Características físicas (G). Não soube responder (E) Impressão pessoal (B) Prejuízo(D) Citou a presença na Ilha Grande (H) 53 Sim. Um feio e gosmento. Feio e gosmento. 54 Sim. Ele é um animal rastejante. Ele é um animal rastejante. 55 Sim. Um caracol feio e nojento. 56 Sim. Ele é feio, nojento, etc. Ele é um animal feio e nojento. Ele é feio e nojento. 57 Sim. Um caramujo. Um caramujo. 58 Sim. É um bicho feio e melequento. 59 Sim. É uma espécie de caramujo. È um bicho feio e melequento. Uma espécie de caramujo. 60 Sim. Caramujo. Um caramujo. 61 Sim. Um caracol que passa doenças. 62 63 Conheço o caracol africano, é um caramujo que dá doenças. Sim. Nojento, grudento, melequento. 64 Não conheço. 65 Não conheço. Um caracol que passa doenças. É um caramujo que dá doenças. Ele é nojento, grudento e melequento. Não conhece o caracol africano Não conhece o caracol africano 66 Sim. Ele é feio, nojento e etc. Ele é feio e nojento. 67 Sim. Um caramujo. Um caramujo. 68 Sim. Ele é feio, ele é nojento ele tem gosma. Sim. É um caracol que passa doenças, e foi confundido com outro. Ele é feio, nojento e tem gosma. Ele passa doenças e foi confundido com outro caracol. Sim. É um bicho de casca dura, solta, tem um muco para rastejar. Ele anda sem o muco, mas se fere. Ele tem uma concha dura, e solta muco pra rastejar. 69 70 Impressão pessoal (B) Características físicas (G). Impressão pessoal (B) Impressão pessoal (B) Não soube responder (E) Impressão pessoal (B) Não soube responder (E) Não soube responder (E) Prejuízo (D) Prejuízo (D) Impressão pessoal (B) Não conhece o caracol africano. Não conhece o caracol africano. Impressão pessoal (B) Não soube responder (E) Impressão pessoal (B) Prejuízo (D) Características físicas (G). 55 Sim. É uma espécie de caracol que transmite doenças e possui a cor marrom. Transmite doenças e tem a cor marrom. 72 Sim. É um caracol. É um caracol 73 Não. Eu não sei quem ele é. Não conhece o caracol africano Características físicas (G). Não soube responder (E) Não conhece o caracol africano. 74 Sim. Já vi ele várias vezes nas árvores, nas ruas, nos muros. Eu já o vi nas árvores, nas ruas e muros. Preferência de ambiente (A) 71 Prejuízo (D) Tabulação das respostas de todos os entrevistados à questão 2 Onde o caracol africano mora? Em que locais ele gosta de ficar? Alunos 1 Expressões-chave Em locais úmidos e principalmente em paredes com limo para que ele se alimente. Idéias centrais Ele mora em locais úmidos e que tenham alimento. 2 Em meio às folhagens, terras, ruas, ele gosta mais de ficar no caule e nas folhas de uma planta. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais, na terra e nas ruas. Ele mora em vários lugares. 3 No muro, árvores, pedras, paredes e no chão. Em lugares úmidos. Ele gosta de locais úmidos, em árvores, pedras, paredes e no chão. 4 5 No muro. Ele mora na África. Ele gosta de ficar na parede. Em perto de árvores. No muro. Ele mora na África. Ele gosta de ficar na parede. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Dentro da concha, em muros, árvores, madeiras e no chão. 6 7 Dentro de um casco em muros, árvores, madeiras e no chão. 8 9 No mato. Nas plantas e muros. 10 Eu acho que o caracol africano mora no mato. Eu acho que ele gosta de ficar debaixo das folhas verdes. 11 Nas ruas. Geralmente eles ficam em árvores e plantas. Folhas, rua, flores. 12 13 Eu vejo em todos os lugares é no tronco das árvores é nos matinhos no quintal, etc. 14 Ele não mora em nenhum lugar. Ele gosta de ficar comendo folhas. Ancoragem A ancoragem é a mesma porque a pergunta leva à respostas diretas. No mato. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais e nos muros. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Ele gosta de ficar próximo dos vegetais e nas ruas. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais e nas ruas. Ele mora em vários lugares. Ele não mora em nenhum lugar. Ele gosta de ficar comendo folhas. 56 15 Ele gosta de ficar na umidade. 16 17 18 19 Em locais úmidos. Locais úmidos. Nas ruas, nas paredes, alguns na água. Nas folhas. 20 Nas folhas. 21 Nas folhas. 22 Na terra. Ele gosta de ficar debaixo da terra na cerca. Eu acho que ele fica na África porque ele é africano. Nas folhas das árvores e no mato. 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 Ele gosta de ficar na umidade. Em locais úmidos. Locais úmidos. Ele mora em vários lugares. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Ele gosta de ficar na terra e na cerca. Ele fica na África.Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Ele não tem lugar específico, tem ele em quase todo lugar. Na natureza. Em locais frios como folhas Em locais úmidos e em locais úmidos. Ele mora em vários lugares. Em locais úmidos, graças a Deus não tem na minha casa. Na Ilha, no úmido. Eles geralmente moram em lugares frios e úmidos. Na rua, plantas é o local que ele gosta de ficar. No mato em local úmido. Na casa dele em lugares úmidos. Eu já vi o caracol na Ilha Grande, local onde eu moro. Ele gosta de ficar em local úmido nas árvores e plantas e nos jardins. Em locais úmidos. Em locais limpos e sujos. Em troncos molhados. Em árvores úmidas. Folhas. Em lugares úmidos, ele mora nas pedras. Em buracos nas árvores e folhas, em locais úmidos. Ele mora no muro, na rua, na praia e etc., na água da chuva. Bom, eu vejo muito no mato. Ele gosta de colocar os ovos e poder cuidar dele Ele gosta de ficar em locais frios. Em locais úmidos. Em locais úmidos. Em locais úmidos. Ele mora em vários lugares. Em locais úmidos. Em locais úmidos. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais. Ele mora em vários lugares. Ele mora em vários lugares. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Em locais úmidos. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais, em locais úmidos. Ele mora em vários lugares. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais. Em ambientes que ele possa cuidar de seus ovos. 57 41 Colados em ambiente que dê para ele colocar os ovos e poder cuidar deles. Ele gosta de ambientes que ele possa cuidar de seus ovos. 42 Ele gosta de lugares úmidos e ele gosta de ficar em buracos, exemplos, dentro de árvores onde esteja molhado. Em locais úmidos. 43 44 45 No mato em locais úmidos. Na terra em lugar úmido. Dentro da casca dele. Em lugares úmidos. No mato, dentro do casco dele. Em paredes e árvores, onde que dá pra ele grudar. Em locais úmidos. Em locais úmidos. Na sua concha. Em locais úmidos. Na sua concha. E em paredes e árvores. Dentro de uma casca. Muros, matos, calha. Na casca dele, em lugares com lixo e úmidos. Ele mora nas folhagens. Ele gosta de ficar nas folhas. Em folhas, árvores e em locais úmidos. Na sua concha e em muros, matos e calhas. Na sua concha e em lugares com lixo e úmido. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Ele gosta de ficar próximo dos vegetais, em locais úmidos. No mato. Em locais que contém água, ou seja, úmido. Na rua. Em local frio. No mato. Em locais úmidos. 46 47 48 49 50 51 52 53 55 56 Ele mora em vários lugares, em locais úmidos. Nas ruas, nos esgotos,e nas árvores. No mato. No úmido. 57 No mato. Nas folhas. 58 59 60 Na terra, na terra, em lugares úmidos. Na mata, em locais molhados. No mato, em muros. 61 Em vários lugares. Em locais verdes e úmidos. Ele mora no mato e gosta de ficar nas folhas. No casco. Na floresta. No mato. 54 62 63 64 65 66 67 68 Dentro da concha, no chão. Na mata em locais úmidos. No muro. No mato, no mar e na rua. NO mato. Entre as folhagens para comer as folhas e úmido. Na rua. Em local frio. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Ele mora em vários lugares. Em locais úmidos Ele mora em vários lugares. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Em locais úmidos. Em locais úmidos. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais e no muro. Ele mora em vários lugares. Em locais úmidos Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Na sua concha, na floresta. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais Na sua concha, no chão. Em locais úmidos. Ele mora em vários lugares. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais, em locais úmidos. 58 69 No mato. Em locais verdes e úmidos. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais, em locais úmidos. 70 Ele mora na floresta, e ele gosta de ficar em locais úmidos. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais, em locais úmidos. 71 Em vários lugares e em especial nas árvores. Em locais úmidos. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais, em locais úmidos. 72 Na árvore. Em locais úmidos Ele gosta de ficar próximo dos vegetais, em locais úmidos. 73 Na terra, ele gosta de ficar em planta. 74 Ele mora dentro da casquinha dele. Nas árvores, no mato, nos muros, etc. Ele gosta de ficar próximo dos vegetais e na terra. Ele mora na concha dele e em vários lugares. Tabulação das respostas de todos os entrevistados à questão 3 Você acha que o caracol africano pode causar algum mal à saúde? Alunos 1 Expressões-chave Idéias centrais Ancoragem Sim. Caso ingerido a pessoa pode Pode causa mal se for sentir mal-estar ou então causar ingerido ou se a pessoa pisar Causa algum tipo de infecção alimentar. Caso a pessoa pise nele. prejuízo à saúde e se cortar uma infecção. humana. (B) 2 Sim. A morte. Pode causar a morte Citando a morte (A) 3 Sim. Ele pode. Eu não sei. Não sei que tipo de mal. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 4 Pode. Morte. Pode causar a morte Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 5 Pode. Ele pode causar perda de pés e mão e até amputação. Pode causar a perda de membros. Citando a morte (A) 6 Doença Doenças. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 7 Sim. Pode soltar micróbios. Pode soltar micróbios. 8 Sim. Transmitindo doença para os pés. Doenças. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 59 Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 9 Sim. Infecção. Infecções 10 Sim. Gosma venenosa. Sim. Gosma venenosa. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 11 Sim. O caracol africano ele traz doenças que pode até matar algumas pessoas. Doenças que podem até matar. Citando a morte (A) 12 Eu acho que esse caracol tem doença perigosa que pode ser perigosa. Ele tem doenças perigosas. 13 Eu acho que não, da última vez que eu vi ele, disse é gosmento mas não faz mal a ninguém. Não causam mal à saúde. Não fazem mal à saúde (C) 14 Sim. Uma doença. Doenças. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 15 Pode até causar algum mal, uma alergia ou bactérias. Pode causar alergias ou transmitir bactérias. 16 Sim. Algumas doenças. Doenças. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 17 Sim. Algumas doenças. Doenças. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 18 Sim. Doenças do tipo infecções, coceiras, empolação. 19 Sim. Sim. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 20 Sim. Matar. Pode matar. Citando a morte (A) 21 Sim. Ficar com a barriga cheia de caracol. Dar caracol na barriga. Caracol na barriga (D) 22 Sim. A morte. Pode causar a morte Citando a morte (A) 23 Ele causa muita doença. Doenças. 24 Sim. Mal à saúde, ele transmite doença com o contato da pessoa com ele. Doenças. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Doenças, infecções, coceiras, Causa algum tipo de prejuízo à saúde empolação. humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 60 25 Sim. Muitas coisas más. Coisas ruins. 26 Sim. Algumas doenças. Doenças. 27 Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de Depende se tiver contato, para ter uma Pode causar doenças se a prejuízo à saúde doença. pessoa tiver contato com ele. humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 28 Sim. Diarréia, âncea de vômito e também pode matar. Diarréia, âncea de vômito e pode matar. 29 Muitas doenças. Doenças. 30 Sim. Provocar doenças. Doenças. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 31 Sim, ovo de barriga. Ovos de barriga. Ovos na barriga (D) 32 Sim. Doenças ruins. Doenças. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 33 Eu não sei bem as doenças que ele causa, mas deve ser muito ruim. Não sei que tipo de mal. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 34 Doenças, etc. Doenças. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 35 Sim. Doenças. Doenças. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 36 Sim. Mas não sei. Não sei que tipo de mal. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 37 Pode. Um tipo de febre, dor de cabeça, Febre, dor de cabeça, e pode se você tiver um ferimento exposto ao infeccionar um ferimento que Causa algum tipo de ar ele pode infeccionar. esteja exposto. prejuízo à saúde humana. (B) 38 Sim. Infecções, febre, etc. Infecções, febre, etc. 39 Sim. Pode matar um pessoa ou deixar em cama. Pode matar uma pessoa ou deixá-la de cama Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Citando a morte (A) 61 40 Sim. Ele causa uma doença. Que o caracol fez a barriga da menina crescer. Causa a doença que fez a barriga da menina crescer. 41 Sim. Faz mal à nossa saúde, caso ele encosta em nós precisamos cuidar o mais rápido possível porque se não nós ficamos doentes, com um tipo de infecção. Se encostarmos nele temos que cuidar rápido, se não podemos ficar doentes. 42 Sim. Doenças graves. Doenças. 43 Sim. Doença no nosso corpo. Doenças. 44 Sim. Várias doenças. Doenças. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 45 Sim. Febre, mal-estar, etc. Febre, mal-estar, etc. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 46 Sim. Ele pode deixar uma pessoa muito mal e pode até matar uma pessoa. Pode matar uma pessoa. Citando a morte (A) 47 Sim. Infecções, febre, etc. Infecções, febre, etc. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 48 Sim. Mal-estar, febre, dores, etc. Mal-estar, febre, dores, etc. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 49 Sim. Doenças que são causadas pela contaminação de folha para fazer chá e etc. Eu acho. Contamina as folhas que usamos para fazer chá aí podemos ficar doentes. 50 Sim. Ele pode transmitir doenças. Doenças. 51 Sim. Infecções. Infecções. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 52 Sim. Que a barriga cresce. Doença que faz a barriga crescer. Fez a barriga crescer (D) 53 Sim. Fica machucado. - 54 Sim. Doenças graves, com grandes sintomas. Doenças. Fez a barriga crescer (D) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 62 Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 55 Sim. Febre, alergia. Febre, alergia. 56 Sim. Vômito, diarréia, etc. Vômito, diarréia, etc. 57 Sim. Coceira. Coceira. 58 Sim. Doenças como febre, etc. Doenças como febre, etc. 59 Sim. Algumas doenças. Se a gente pisar nele faz mal à saúde. Causa mal se pisarmos nele. 60 Sim. Não sei. Não sei que tipo de mal. 61 Sim. Doenças graves como a dengue. Doenças graves como a dengue. 62 Acho que sim. Pode causar alguma irritação ou coceira. 63 Sim. Febre e outras etc. 64 Sim. Porque eu fiquei sabendo que ele mata. Pode causar a morte. Citando a morte (A) 65 Sim. Porque minha prima morreu porque ela pisou nele. Se pisarmos nele isso pode levar à morte. Citando a morte (A) 66 Sim. Febre e outras doenças. Febre e outras doenças. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 67 Sim. Pode tirar uma mão de uma pessoa. Pode causar a perda de membros. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 68 Sim. Eles ficam com febre, dores e outros. Pode causar febre, dor e outros. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 69 Sim. Doenças, febre, dengue, etc. Doenças, febre, dengue, etc. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Pode causar alguma irritação Causa algum tipo de prejuízo à saúde ou coceira. humana. (B) Causa algum tipo de Febre e outras etc. prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 63 Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) 70 Sim. Dores, febre, enjôo, etc. Dores, febre, enjôo, etc. 71 Sim. Vários tipos de doença, como febre, dores na barriga e enjôo. Doença, como febre, dores na barriga e enjôo. 72 Não. Não causam mal à saúde. Não fazem mal à saúde (C) 73 Não. Não causam mal à saúde. Não fazem mal à saúde (C) 74 Sim. Eu já ouvi falar que causa infecções na pele e pode até matar uma pessoa. Pode causar infecções na pele e pode até matar uma pessoa. Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. (B) Tabulação das respostas de todos os entrevistados à questão 4 Você acha que o caracol africano pode causar algum mal à natureza? Que tipo de mal? Aluno Expressões-chave Idéias centrais Ancoragem 1 Não Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 2 Sim. Prejudicando o crescimento e o desenvolvimento das plantas. Prejudica o crescimento e desenvolvimento das plantas. Prejudica de alguma forma (B) 3 Sim. Matando ela e os animais. Ele mata os animais. Prejudica de alguma forma (B) 4 Sim. Todos. Causa todos os males à natureza. Prejudica de alguma forma (B) 5 Eu acho que não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 6 Comer as árvores as folhas das árvores. Come as plantas. Prejudica de alguma forma (B) 7 Sim. Ele pode matar as plantas. Pode matar as plantas. Prejudica de alguma forma (B) 8 Sim. Ele pode causar algum mal à natureza e aos amimais. Pode causar mal à natureza e aos animais. Prejudica de alguma forma (B) 9 Sim. Desmatação. Causa desmatamento. Prejudica de alguma forma (B) 10 Sim. Por exemplo, aquela gosma pode ser contagiosa ou ter algum veneno. Pode causa mal com seu muco. Prejudica de alguma forma (B) 11 Sim. Pode matar alguns bichos. Pode matar os animais. Prejudica de alguma forma (B) 64 12 Sim. Sim. Prejudica de alguma forma (B) 13 Não. Eles vivem livres acho que se eles fizessem algum mal a natureza a gente já teria visto alguma reação diferente. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 14 Não. Ele só come folha. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 15 Não Sei Não sei. Não sabe (C) 16 À natureza não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 17 Sim. Sim. Prejudica de alguma forma (B) 18 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 19 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 20 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 21 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 22 Sim. Prejudicá-la. Sim. Prejudica de alguma forma (B) 23 Sim. Ele pode transmitir muitas doenças para os animais. Pode transmitir doenças para os animais. Prejudica de alguma forma (B) 24 Não. Porque ele veio dela, tem muitos animais que até comem. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 25 Sim. Desequilíbrio ambiental. Pode causa desequilíbrio ambiental. Prejudica de alguma forma (B) 26 Sim. Ele é uma peste e acaba com os animais e vegetais das regiões. Acaba com os animais e vegetais. Prejudica de alguma forma (B) 27 Não deve ter predador então ele compete com outros animais. Compete com outros animais. Prejudica de alguma forma (B) 28 Sim. Matando os bichos que se alimenta de caracóis nativos. Mata os bichos que se alimentam dos animais nativos. Prejudica de alguma forma (B) 29 Ele pode destruir plantações. Ele pode destruir plantações. Prejudica de alguma forma (B) 30 Sim. Os outros animais. Podem comer algum por onde ele passou, ou seja, ela mesma se contamina. Ele pode contaminar o ambiente e contaminar outros animais e a si mesmo. Prejudica de alguma forma (B) 65 31 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 32 Sim. Porque ele come as folhas. Ele come as folhas. Prejudica de alguma forma (B) 33 Não. Apesar de eles serem muitos, fazem parte na natureza, alguma coisa de bom. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 34 Não sei. Não sabe. Não sabe. (C) 35 Sim. Ele come as plantas. Ele come as folhas. Prejudica de alguma forma (B) 36 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 37 Não. Porque ele é da natureza. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 38 Sim. Ele come folhas. Ele come as folhas. Prejudica de alguma forma (B) 39 Sim. Também pode causar a um cachorro e etc. Ele também pode causar mal a um cachorro. Prejudica de alguma forma (B) 40 Sim. Nas matas ele faz mal a outros animais como formigas, eu já vi ele Ele faz mal a outros animais. matando uma barata, a larva dele faz muito mal pra natureza. 41 Ele não pode causar nenhum mal porque ele veio da natureza que cria estes tipos de espécies. Ele também pode prejudicar eles mesmos porque a doença deles voltam. Não causa mal à natureza, porque ele faz parte da natureza. Não causa mal à natureza (A) 42 Não. Mas eu acho que ele é um parasita. Não. Mas ele é um parasito. Não causa mal à natureza (A) 43 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 44 sim. Ele mata as plantas, ele "tipo" come. Ele come as plantas. Prejudica de alguma forma (B) 45 Sim. Pode causar doenças em outros animais porque tem animais que se alimenta do caracol. Pode causar doenças aos animais que se alimentam dele. Prejudica de alguma forma (B) 46 Sim. Ele pode matar as plantas e os animais. Ele pode matar as plantas e os animais. Prejudica de alguma forma (B) 47 Sim. Come plantas, passa bactérias para plantas e animais. Alimenta-se das plantas e passa bactérias para elas e para os animais. Prejudica de alguma forma (B) Prejudica de alguma forma (B) 66 48 Sim. Porque tem animais que comem caracol e podem ficar doentes e até morrer. Pode causar doenças aos animais que se alimentam dele e até levar à morte. Prejudica de alguma forma (B) 49 Sim. Porque a maioria das pessoas usa ervas para se curar onde o caracol passou. Ele passa por cima das ervas utilizadas como remédio.// As pessoas usam ervas para curar o local onde o caracol passou. Prejudica de alguma forma (B) 50 Sim. Ele pode acabar com as folhas e as flores. Ele pode acabar com as folhas e as flores. Prejudica de alguma forma (B) 51 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 52 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 53 Não. Nenhum. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 54 Sim. Ele come as folhas e transmite doenças. Ele come as plantas e transmite doenças. Prejudica de alguma forma (B) 55 Não. Nenhum. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 56 Não. Nenhum. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 57 Sim. As folhas ficam furadas. Come as folhas. Prejudica de alguma forma (B) 58 Sim. As plantas. Prejudica as plantas. Prejudica de alguma forma (B) 59 Sim. Ele causa mal às plantas. Prejudica as plantas. Prejudica de alguma forma (B) 60 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 61 Sim. Acaba com as plantas e vegetais. Acaba com os vegetais. Prejudica de alguma forma (B) 62 Sim. Ele pode comer muitas folhas e acabar com a natureza. Ele pode comer muitas folhas e acabar com a natureza. Prejudica de alguma forma (B) 63 Sim. As plantas. Pode causar mal às plantas. Prejudica de alguma forma (B) 64 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 65 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 66 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 67 67 Sim. Destrói as plantas. Destrói as plantas. Prejudica de alguma forma (B) 68 Não. Nenhum. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 69 Não porque ele faz parte da natureza. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 70 Sim. Contaminar as plantas que reproduzem o alimento. Contamina as plantas que produzem o alimento. Prejudica de alguma forma (B) 71 Sim. Mal aos lagartos porque eles gostam de comer esse caracol. Causa mal ao lagarto porque este se alimenta do caracol. Prejudica de alguma forma (B) 72 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 73 Não. Não causa mal à natureza. Não causa mal à natureza (A) 74 Sim. Ele come as plantas, passa bactérias para as árvores, plantas, etc. Se alimenta das plantas e passa bactérias para elas. Prejudica de alguma forma (B) Tabulação das respostas de todos os entrevistados à questão 5 Em sua casa tem caracol africano? O que você e sua família fazem com ele? Aluno Expressões-chave Idéias centrais Ancoragem 1 Não. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 2 Sim. Colocamos sal e jogamos fora. Colocamos com sal e jogamos fora. Coloca sal e joga no lixo (F) 3 Não. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 4 Não. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 5 Muitos. Jogamos sal e queimamos. Jogamos sal e queimamos Coloca sal e queima (E). 6 Não sei.. Mas quando aparece a gente taca sal. Não sei.. Mas quando aparece a gente taca sal. Coloca sal (B) 7 Não. Nada. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 8 A gente joga muito sal grosso. Colocamos sal grosso. Colocamos sal grosso (H) 9 Sim. Minha vó põe sal e queima. Minha avó põe sal e queima. Coloca sal e queima (E). 68 10 Às vezes sim, às vezes a minha família pega ele e coloca sal, ou se não joga no mato. Às vezes sim, às vezes a minha família o pega e coloca sal, ou se não joga no mato. Às vezes aparece, aí coloca sal ou joga no mato (D) 11 Sim. Eu pego sal e jogo encima dele e pego uma sacola boto ele dentro e jogo fora. Coloco sal e jogo fora. Coloca sal e joga no lixo (F) 12 Pegar o caracol e coloque na sacola e colocar sal e botar no lixo. Coloco sal e joga no lixo. Coloca sal e joga no lixo (F) 13 Acho que sim. No quintal etc. Deixa ele ir embora. Deixa-o ir embora. Deixa ir embora.(C) 14 Sim. Às vezes. Tacamos sal. Às vezes. Tacamos sal. Coloca sal (B) 15 Tem. Minha família joga sal ele morre. Minha família joga sal ele morre. Coloca sal (B) 16 Aparece às vezes. Mata ele com sal. Aparece às vezes. Mata ele com sal. Às vezes aparece, aí coloca sal (D) 17 Não tem caracol africano. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 18 Sim. Meu pai joga sal. Meu pai joga sal. Coloca sal (B) 19 Não tem caracol africano. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 20 Não tem caracol africano. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 21 Tem no terreno. Nós botamos sal. Tem no terreno. Nós botamos sal. Coloca sal (B) 22 Sim. A minha família taca sal. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 23 Sim. Nós colocamos álcool e botamos pra queimar. Usamos álcool para queimar. Queimam (H) 24 Por agora não. Mas tinha, minha mãe tacava sal. Quando tinha minha mãe colocava sal. Quando aparece colocamos sal (D) 25 Sim. Jogamos sal que ele chora. Usamos sal. Coloca sal (B) 26 Não. Mas se tiver eu jogo sal nele. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 27 Não tem nunca apareceu nem perto. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 28 Sim. Jogamos sal e queimamos. Usamos sal e queimamos Coloca sal e queima (E). 29 Jogamos sal com cloro, ou álcool e fogo. Usamos sal com cloro, ou jogamos álcool e queimamos. Usa as com cloro ou queimamos (H) 69 30 Não. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 31 Não. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 32 Sim. Taco sal. Coloco sal. Coloca sal (B) 33 Não. Eu mantenho eles longe da minha casa. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 34 Sim. A gente joga um pouco de sal em cima. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 35 Não. Nada. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 36 Sim. Eu faço nada Não fazemos nada. Deixa ir embora.(C) 37 Sim. Eu não faço nada e nem deixo ninguém fazer. Não fazemos nada. Deixa ir embora.(C) 38 Sim. No quintal, colocamos sal. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 39 Não. Eu e minha família tacamos sal. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 40 Bom, na minha casa não tem Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 41 Não. Tacamos sal dentro dele aí ele morre. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 42 Sim. Até agora a gente só joga sal. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 43 Não. Se tivesse colocaríamos num saco e bota sal. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 44 Não. Mata com sal. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 45 Sim. Eu taco sal aí ele morre. Taco sal. Coloca sal (B) 46 Sim. No quintal, taco sal. Taco sal. Coloca sal (B) 47 Sim. Botam sal. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 48 Sim. Taco sal ou água com sal neles. Taco sal ou boto fogo neles ou água com sal neles. Coloca sal (B) 49 Sim. Taco sal ou boto fogo. Coloca sal ou queimam. Coloca sal e queima (E). 50 Não. Mas se tivesse a gente jogava sal. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 51 Não. Mas se tivesse colocaríamos sal. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 52 Sim. Pego boto numa sacola e boto sal e jogo fora. Coloco sal e jogo fora. Coloca sal e joga no lixo (F) 53 Não. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 70 54 Sim. Botamos sal e queimamos. Usamos sal e queimamos Coloca sal e queima (E) 55 Não. Não tem caracol em minha casa. Não tem caracol (A) 56 Não. Jogamos sal. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 57 Sim. Matamos. Matamos - 58 Às vezes. Jogo sal. Taco sal. Coloca sal (B) 59 Tem. Queimamos eles e jogamos sal. Usamos sal e queimamos Coloca sal e queima (E) 60 Tem. Jogamos sal e também queimamos. Usamos sal e queimamos Coloca sal e queima (E) 61 Sim. Boto em um saquinho plástico e queimam. Queimam. Queimam (H) 62 Tem, eu e minha família botamos sal. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 63 Sim. Jogam sal e amarra ele em um saquinho. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 64 Não. Botamos sal. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 65 Não. Botamos sal. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 66 Sim. Matamos eles. Matamos - 67 Sim. Boto sal no caramujo e jogo no lixo. Colocamos com sal e jogamos fora. Coloca sal e joga no lixo (F) 68 Não. A gente mata. Matamos - 69 Sim. Joga sal e queima. Usamos sal e queimamos Coloca sal e queima (E) 70 Sim. No meu quintal. Boto uma pelota de sal, em seguida quando ele morre pega uma luva e bota num saco e o joga fora. Colocamos com sal e jogamos fora. Coloca sal e joga no lixo (F) 71 Sim. Nós esquentamos a água com sal e depois jogamos em cima deles e depois com uma luva a gente faz uma fogueira e queima eles. Usamos sal e queimamos Jogamos água salgada e quente e depois queima. (H). 72 Sim. Coloca sal nele. A minha família taca sal. Coloca sal (B) 73 Sim. Taco sal. Taco sal. Coloca sal (B) 74 Teve uma época que deu bastante no quintal. A minha mãe juntos todos e ateou fogo neles. Quando tinha minha mãe queimava. Quando aparecia colocamos sal (D) 71 Tabulação das respostas de todos os entrevistados à questão 6 Quando você vê o caracol africano você lembra de alguma coisa que seus professores falam nas aulas? Escreva as coisas que você lembra. Aluno Expressões-chave Idéias centrais Ancoragem 1 Não Não lembra. Não lembram (A) 2 Sim. Eu lembro que uma vez um professor meu de outra escola falou O professor disse que o que não devemos tocar neles, pois caracol tem muitas bactérias eles possuem bactérias e muitas e que pode levar à morte. doenças, prejudicando a nossa saúde e corremos o risco de morrer. Cita o professor de outra escola. O caracol pode transmitir bactérias (E) 3 Não falam. Os professores não falam sobre isso. Os professores não falam sobre o assunto (B) 4 De nada. Não lembra de nada. Não lembra (A) 5 Eu não lembro nada. Não lembra de nada. Não lembra (A) 6 Nojento. - Fora de contexto (C) 7 Vermes e micróbios. Lembra de que eles transmitem micróbios e vermes. Lembra (D) 8 Não, porque eles não falam. Os professores não falam sobre isso. Os professores não falam sobre o assunto (B) 9 Não. Os professores não falam sobre isso. Os professores não falam sobre isso. Os professores não falam sobre o assunto (B) 10 Sim, eu lembro dos lugares onde eles Lembra sobre os locais onde gostam de ficar e de se produzirem e vivem e de que eles colocam que eles colocam ovos. ovos. Lembra (D) 11 Sim. Que não devemos pegar nele Lembra de que não se deve senão dá doença, que ele é conhecido pegar no caracol e que ele é como escargot e etc. conhecido como "escargot". Lembra (D) 12 - - Em branco (C) 13 Não Não lembra. Não lembra (A) 14 Não Não lembra. Não lembra (A) 15 Não sei. Não sabe. Não sabe (F) 16 Não Não lembra. Não lembra (A) 17 Não Não lembra. Não lembra (A) 18 Não Não lembra. Não lembra (A) 19 Não Não lembra. Não lembra (A) 72 20 Não Não lembra. Não lembra (A) 21 Não Não lembra. Não lembra (A) 22 Sim. Micróbios. Lembra dos micróbios. Lembra (D) 23 Não lembro. Não lembra. Não lembra (A) 24 Lembro, os professores falam que ele transmite doença. Lembra que os professores falam que ele transmite doença. Lembra (D) 25 Sim, porque o caracol traz doenças. Lembra que o caracol traz doenças. Lembra (D) 26 Não lembro de nada. Não lembra de nada. Não lembra (A) 27 Não lembro de nada. Não lembra de nada. Não lembra (A) 28 Não. Não lembra. Não lembra (A) 29 Nada, só das doenças. Lembra que ele causa doenças. Lembra (D) 30 Não Não lembra. Não lembra (A) 31 Não Não lembra. Não lembra (A) 32 Não Não lembra. Não lembra (A) 33 Sim. Para nós não andarmos descalços por causa dos caracóis, mas também por causa dos outros animais. Lembro de que não se deve andar descalço por causa dele e de outros animais. Lembra (D) 34 Nada. Não lembra. Não lembra (A) 35 Não. Não lembra. Não lembra (A) 36 Nada. Não lembra. Não lembra (A) 37 Não lembro de nada. Não lembra. Não lembra (A) 38 Sim. Que não podemos tocar, principalmente quando estamos feridos. Lembra de que não podemos tocar, principalmente se estivermos com algum machucado. Lembra (D) 39 Não. Eu só lembro que ele pode colocar uma gosma e pode fazer mal a uma pessoa Lembra que ele pode fazer mal a uma pessoa. Lembra (D) 40 Que não se deve andar descalço perto da larva do caracol. Que não se deve andar descalço perto da larva do caracol. Lembra (D) 41 Sim. O significado dele, etc. Sim. O significado dele. Lembra (D) 42 Não Não lembra. Não lembra (A) 43 Sim. Lembro das doenças que ele pode nos transmitir. Lembra que ele causa doenças. Lembra (D) 44 Não Não lembra. Não lembra (A) 45 Não Não lembra. Não lembra (A) 46 Sim. Eles falam pra tomar cuidado. Sim. Eles falam pra tomar cuidado. Lembra (D) 47 Não lembro. Não lembra. Não lembra (A) 48 Sim. Que transmite doenças. Que transmite doenças. Lembra (D) 73 49 Sim. Falam que o caracol tem doenças. Para nós lavarmos as plantas antes de tomar chá. Lembra que eles transmitem doenças e que devemos lavar as plantas e só depois a utilizar para fazer chá. Lembra (D) 50 Sim. Que não podemos mexer neles. Lembra de que não se deve tocar nele. Lembra (D) 51 Sim. Eu lembro de algumas doenças que eles podem causar. Lembra que ele causa doenças. Lembra (D) 52 Não. Não lembra. Não lembra (A) 53 Não. Não lembra. Não lembra (A) 54 Sim. Que ele transmite doenças que eles são nojentos Que ele transmite doenças que eles são nojentos Lembra (D) 55 Não. Não lembra. Não lembra (A) 56 Não. Não lembra. Não lembra (A) 57 Sim. Não tocar. Não tocar. Lembra (D) 58 Não. Não lembra. Não lembra (A) 59 Não. Não lembra. Não lembra (A) 60 Não. Não lembra. Não lembra (A) 61 Não. Não lembra. Não lembra (A) 62 Eu lembro de não ficar descalço na mata porque deve ter passado caramujo. Não se deve ficar descalço em locais onde o caracol pode ter passado. Lembra (D) 63 Não. Não lembra. Não lembra (A) 64 Não. Porque os professores não falam. Os professores não falam sobre isso. 65 Não. Porque os professores não falam sobre eles. Os professores não falam sobre isso. 66 Não. Não lembra. Os professores não falam sobre o assunto (B) Os professores não falam sobre o assunto (B) Não lembra (A) 67 Não. Não lembra. Não lembra (A) 68 Não eu não lembro. Não lembra. Não lembra (A) 69 Sim. Que não pode pegar nem pisar na gosma. Não se deve entrar em contato com o muco. Lembra (D) 70 Sim. Para não mexer. Não aplicá-lo para rastejar sobre o corpo e etc. Não colocar o caracol sobre o corpo. Lembra (D) 71 Não. Não lembra. Não lembra (A) 72 Não. Não lembra. Não lembra (A) 73 Não. Não lembra. Não lembra (A) 74 Não. Não lembra. Não lembra (A) 74