Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Departamento de Ensino de Ciências e Biologia
Patrícia do Socorro de Campos da Silva
Conhecimento sobre o caramujo africano
Achatina fulica Bowdich, 1822 entre os estudantes do
Ensino Fundamental moradores da Vila do Abraão, Ilha
Grande, Angra dos Reis, RJ – Brasil
Rio de Janeiro
2009
ii
Patrícia do Socorro de Campos da Silva
Conhecimento sobre o caramujo africano
Achatina fulica Bowdich, 1822 entre os estudantes do
Ensino Fundamental moradores da Vila do Abraão, Ilha
Grande, Angra dos Reis, RJ – Brasil
Trabalho Final apresentado ao Departamento
de Ensino de Ciências e Biologia, do Instituto
de Biologia Roberto Alcantara Gomes, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
como requisito parcial para obtenção do grau
de licenciado em Ciências Biológicas.
Orientadora: Marilene de Sá Cadei
Co-orientadora: Sonia Barbosa dos Santos
Rio de Janeiro
2009
iii
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC-A
Silva, Patrícia do Socorro de Campos da.
S586
P.Final
Conhecimento sobre o caramujo africano Achatina fulica
Bowdich, 1822 entre os estudantes do ensino fundamental
moradores da Vila do Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ Brasil / Patrícia do Socorro de Campos da Silva. - 2009.
xiii, 74 f. : il. -
Orientadora: Marilene de Sá Cadei.
Co-orientadora: Sonia Barbosa dos Santos.
Banca Examinadora: Deise Keller Cavalcante, Rosalina M. de
Magalhães Pereira.
Projeto Final apresentado ao Instituto de Biologia Roberto
Alcântara Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
para obtenção do grau de licenciado em Ciências Biológicas.
Bibliografia: f. 43-48.
1. Caracol – África. 2. Caracol como transmissor de doença. 3.
Gastropode. I. Cadei, Marilene de Sá. II. Santos, Sonia Barbosa
dos. III. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de
Biologia Roberto Alcântara Gomes. IV. Título.
CDU 594.32(6)
CDU 598.2:591.53(815.3)
iv
Patrícia do Socorro de Campos da Silva
Conhecimento sobre o caramujo africano
Achatina fulica Bowdich, 1822 entre os estudantes do
Ensino Fundamental moradores da Vila do Abraão, Ilha
Grande, Angra dos Reis, RJ – Brasil
Trabalho Final apresentado ao Departamento
de Ensino de Ciências e Biologia, do Instituto
de Biologia Roberto Alcantara Gomes, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
como requisito parcial para obtenção do grau
de licenciado em Ciências Biológicas.
Aprovado em: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
Profa MSc. Deise Keller Cavalcante
Departamento de Ensino de Ciências e Biologia
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Profa. MSc. Rosalina M. de Magalhães Pereira
Departamento de Ensino de Ciências e Biologia
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
2009
v
DEDICATÓRIA
A Deus que pela sua misericórdia permitiu que tudo isso fosse possível.
Ao meu marido, por todo suporte e compreensão devido à minha ausência,
pelo cuidado com minha saúde e bem estar e por sempre me amparar nas horas
difíceis com palavras de vitória.
À minha mãe, por todo amor, incentivo, apoio e pelo exemplo de fé.
Ao meu pai Júlio Romão por ser meu maior exemplo de superação e vitória,
que mesmo longe, sempre esteve presente.
Aos meus irmãos Cláudia e Carlos, que foram incentivadores constantes e
sempre presentes.
vi
AGRADECIMENTOS
À Professora Marly Veiga, minha orientadora pedagógica, pelo incentivo
constante e pelo exemplo de educadora.
À Professora Sonia Barbosa do Santos, minha co-orientadora pela
contribuição intelectual, pela amizade e pelo suporte dado neste estudo, inclusive o
financeiro. Pelo exemplo de vida e profissional.
À Professora Marilene de Sá Cadei, minha orientadora pela confiança.
Aos amigos do Laboratório de Malacologia que contribuíram para meu
crescimento, Eduardo, Tiago, Gleisse, Igor e Francielle, especialmente à Jaqueline e
Amilcar que foram muito além de colegas de laboratório, transformaram-se em
amigos de alma.
Aos meus colegas de curso que compartilharam comigo muitas lágrimas e
sorrisos acadêmicos e pessoais, especialmente à Débora, Ellen, Cíntia, Leandra,
Clayton, Janaína, Viviane, Natália e Anderson.
Às equipes do CEADS e do IEF que contribuíram para este trabalho, sem as
quais este trabalho teria se tornado muito mais difícil.
À diretora Danielle Raymundo e coordenadoras da Escola Municipal
Brigadeiro Nóbrega que permitiram a pesquisa na unidade escolar e deram toda a
assistência necessária.
vii
Como sujeito da história, compreendo o educador, o autêntico educador,
como o ser humano que constrói, pedra sobre pedra, o projeto histórico de
desenvolvimento do povo. Um ser, junto com os outros, conscientemente, engajado
no “fazer” a história.
Cipriano Carlos Luckesi
viii
RESUMO
O caracol africano Achatina fulica Bowdich, 1822 é um animal exótico invasor
que está presente em quase todo país inclusive em ilhas como é o caso da Ilha
Grande. Este animal é hospedeiro intermediário de nematódeos de importância
médica e, além disso, pode trazer prejuízos ambientais para o ecossistema onde
está presente. A população da Ilha Grande lida com esta problemática diariamente.
Acreditando que as crianças podem atuar como multiplicadoras de conhecimentos
este estudo teve como objetivo realizar um breve levantamento sobre o
conhecimento prévio de alunos de uma escola na Ilha Grande sobre o caracol
africano, analisar como esses conhecimentos podem interferir na percepção de meio
ambiente e proteção da fauna. Para tanto foi utilizado um questionário contendo seis
perguntas abertas e para a análise dos dados foi utilizada a metodologia do Discurso
do Sujeito Coletivo. Os resultados do estudo mostraram que os alunos possuem
informações básicas sobre o caracol, mas não o reconhecem como causador de
prejuízos ao ambiente e apresentam informações insuficientes sobre como o animal
pode ameaçar a saúde humana. Considerando estes resultados é possível
identificar os aspectos que necessitam ser enfocados e os assuntos que precisam
ser desmistificados junto a esse público, para que possam atuar como
multiplicadores eficientes de informações corretas que têm como objetivo proteger a
população humana e o meio ambiente.
Palavras-chave: caracol africano, educação, conhecimento
ix
ABSTRACT
The african snail Achatina fulica is an animal exotic invasive that is present in
almost entire country even in islands such as Ilha Grande. This animal is
intermediate host of nematodes of medical importance and, furthermore, can cause
environmental damage where it is present. The population of Ilha Grande gets along
with this issue daily. Believing that children can act as multipliers of information this
study aimed to conduct a brief survey about the prior knowledge of students at a
school in Ilha Grande concerning to the African snail, examine how it can interfere
with the perception of environment and protection of animals and from then we can
identify the points that need to be worked and demystified with this public, so that
these students can act as multipliers efficient of correct information and have as
objective to protect the human population and the environment. The findings of the
study showed that students have basic information about the animal, but they do not
recognize it as a cause of damage to the environment and have poor information
about how the animal may put in risk the human health.
Keywords: African Snail, education, knowledge
x
LISTAS DE FIGURAS
Figura 1: Achatina fulica Bowdich, 1822, animal adulto................................
5
Figura 2: Postura de Achatina fulica............................................................
6
Figura 3: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da primeira
questão ..........................................................................................................
19
Figura 4: Conchas de caracóis nativos e de Achatina fulica ......................... 23
Figura 5: Variedade no padrão de coloração das conchas de Achatina
fulica...............................................................................................................
23
Figura 6: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da terceira
questão............................................................................................................ 26
Figura 7: Gráfico do percentual de respostas referentes à primeira parte da
quarta questão................................................................................................
31
Figura 8: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da quinta
questão............................................................................................................ 35
Figura 9: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da sexta
questão............................................................................................................ 38
xi
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1: Categorias encontradas nas respostas à segunda parte da
primeira questão com os respectivos números (n) de respostas em que
foram
identificadas
e
suas
respectivas
porcentagens......................................................................................
20
Tabela 2: Categorias encontradas nas respostas à segunda parte da
questão dois com o número (n) de respostas em que foram identificadas e
suas respectivas porcentagens.....................................................................
25
Tabela 3: Categorias encontradas nas respostas à segunda parte da
questão três com o número de respostas em que foram identificadas e
respectivas porcentagens ............................................................................
27
Tabela 4: Porcentagem de males citados nas respostas (englobadas na
categoria D da questão dois) com os respectivos números de respostas
em que foram citadas e porcentagens.....................................................
28
Tabela 5: Categorias que englobam respostas que referiram-se a
prejuízos causados à natureza com respectivos número de respostas que
as citaram e suas respectivas porcentagens............................................
32
Tabela 6: Categorias que reúnem respostas referentes ao comportamento
dos entrevistados e/ou suas famílias frente à presença do caracol em seus
domicílios, com o número de respostas que as citaram e suas respectivas
porcentagens.................................................................................................
35
Tabela 7: Categorias que englobam respostas referentes à segunda parte
da questão seis, o número (n) de respostas em que foram citadas e suas
respectivas porcentagens..............................................................................
39
xii
SUMÁRIO
RESUMO....................................................................................................
viii
ABSTRACT.................................................................................................
ix
LISTA DE FIGURAS.......................................................................................
x
LISTA DE TABELAS.......................................................................................
xi
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................
1
2. O CARACOL AFRICANO Achatina fulica Bowdich, 1822...........................
3
3. ILHA GRANDE.............................................................................................
7
3.1. A Vila do Abraão................................................................................
9
4. ENSINO FUNDAMENTAL...........................................................................
10
4.1. Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega..............................................
12
5. EDUCAÇÃO E CONTROLE DE ESPÉCIES INVASORAS........................
13
6. OS CAMINHOS DA PESQUISA..................................................................
15
6.1 Pensando a Pesquisa em Educação.................................................
15
6.2 A escolha do método qualitativo........................................................
16
6.3 O Discurso do Sujeito Coletivo...........................................................
16
6.4 Realização da pesquisa......................................................................
17
6.5 A análise dos dados............................................................................
18
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................
19
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................
42
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................
45
Anexo 1: Questionário.....................................................................................
51
Anexo 2: Tabulação dos dados.......................................................................
53
1. INTRODUÇÃO
O caracol africano Achatina fulica Bowdich, 1822 é uma espécie exótica
invasora, natural da áfrica que foi introduzida em vários países. No continente
americano sua introdução iniciou-se pelo Havaí na década de 1930 e no Brasil por
volta dos anos de 1988 (TELLES et al., 1997; THIENGO, 2003). Foi registrado pela
primeira vez na Ilha Grande, em 2002 por Santos, Monteiro e Thiengo quando então,
iniciaram-se atividades de divulgação sobre o caracol e de educação ambiental, com
enfoque em espécies exóticas, com os moradores e estudantes de diferentes
comunidades da Ilha Grande.
Atualmente são conhecidas as ameaças à saúde pública e à natureza que
este animal pode trazer e, portanto, a população, tanto adulta quanto infantil, como
agente integrante e transformadora do meio, deve compreender as implicações da
presença deste animal na sua vida e no espaço em que vive, para que possa agir
conscientemente para o bem de sua comunidade e do meio ambiente.
A educação por ampliar a percepção e instigar a mudança de comportamento
e pensamento atua como instrumento de transformação socioambiental e pode
tornar simples indivíduos em cidadãos atuantes em sua realidade local.
Alguns trabalhos como o de Garcia et al. (2009) demonstram que as crianças
quando bem orientadas podem participar ativamente como multiplicadores de
conhecimento, atuando também como fiscalizadores das ações que ocorrem ao seu
redor. Mas para que estas sejam orientadas da melhor forma, muitas vezes se faz
necessário identificar as informações, dúvidas e crenças prévias para que sejam
elaborados planos estratégicos que gerem resultados positivos.
Sendo assim a questão a que se dedica esse estudo é: qual o conhecimento
que os alunos do ensino fundamental moradores da Vila do Abraão na Ilha Grande
possuem sobre o caracol africano?
Desse modo, o estudo teve os seguintes objetivos:
Realizar um breve levantamento sobre o conhecimento prévio que os
alunos da Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega (situado na Vila do
Abraão, Ilha Grande) têm sobre o caracol africano, sua importância e
suas implicações para a comunidade e meio ambiente em geral;
Analisar como esses conhecimentos podem interferir na percepção de
1
meio ambiente, conservação e saúde.
Este estudo é uma investigação aplicada uma vez que pode ser utilizada para
elaboração de tomada de decisões práticas por parte do poder público daquela
localidade.
Ao final deste trabalho apresentamos algumas sugestões de ações que
poderão se desenvolvidas de forma a melhorar o entendimento dos estudantes
sobre o caracol africano.
2
2. O CARACOL AFRICANO Achatina fulica Bowdich, 1822.
Achatina fulica Bowdich, 1822, também chamado de caracol-gigante-africano
ou caracol africano (figura 1), é uma espécie de gastrópode terrestre da família
Achatinidae. Natural da África, foi introduzido no Brasil por volta da década de 1980,
no estado do Paraná (TELES et al., 1997; TELLES; FONTES; AMARAL, 2004), para
fins comerciais em substituição ao verdadeiro “escargot”. O termo “escargot” referese aos caracóis consumidos na Europa desde tempos históricos (RIPADO, 1995) e
depois comercializados e difundidos em todo o mundo, abrangendo gastrópodes de
outra família, Helicidae, sendo comercializadas principalmente as espécies Helix
aspersa Müller, 1774 e Helix pomatia Linnaeus, 1758 (BARÇANTE et al., 2005). O
rápido crescimento do caracol africano, que pode chegar a medir 15 cm de altura da
concha em idade adulta (ESTON et al., 2006), a alta taxa reprodutiva, pois pode
colocar de 200-500 ovos por postura em média (figura 2) (TEIXEIRA et al., 2006), a
pouca especificidade de alimento e de condições ambientais (TELES et al., 1997;
SIMIÃO; FISCHER, 2004; PAIVA, 2008 ) foram os principais motivos que
incentivaram o negócio com o animal no Brasil. Como houve rejeição do mercado,
pois os apreciadores do prato não aprovaram a carne do caracol africano, aos
poucos, os criadores, sem orientação adequada, se desfizeram dos animais que
criavam em locais inapropriados (terrenos baldios e quintais) (LORENZI, 2006).
Desde a sua introdução o animal foi se dispersando por outros estados
brasileiros e, atualmente, está presente em vinte e três dos vinte e seis estados
brasileiros, inclusive Amazônia (THIENGO et al., 2006), em reservas e áreas
naturais no continente, assim também como em ambientes de proteção ambiental
insulares, como Fischer e Colley (2004; 2005) registraram no estado do Paraná.
Santos, Monteiro e Thiengo (2002) relataram a presença do caracol gigante
africano na Ilha Grande, município de Angra dos Reis, observado no final de 2001,
ocasião na qual muitos moradores afirmaram ter visto os animais a mais ou menos
três meses. A partir dessa ocasião, o Laboratório de Malacologia da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro desenvolveu três campanhas de divulgação sobre o
caracol africano, entre os moradores e estudantes da Ilha Grande e realizando
campanhas de catação e eliminação junto com os alunos da Vila do Abraão e de
3
outras comunidades da Ilha Grande, onde foram coletados um grande número de
exemplares e as crianças receberam orientações sobre o animal (documentação
própria do laboratório).
Alguns moradores da Vila do Abraão entrevistados durante o ano de 2007
relataram perceber a presença do animal há apenas três anos, outros há quatro
anos, outros há cinco anos e outros, no entanto, já observavam sua presença há
pelo menos sete anos. Atualmente percebe-se que muitos moradores não conhecem
o animal e nem os problemas relacionados a ele (informações pessoais). Já foi
verificado que o animal ocorre em ambientes domiciliares, árvores, calçadas, em
material em decomposição resultante de restos de poda e capina, nas ruas, muros,
caixas de relógio de luz (ou marcadores de luz) (observação pessoal).
Inicialmente, a problemática do caramujo africano, um animal exótico, esteve
restrita às questões ambientais, pois possivelmente compete por alimento e por
espaço com espécies nativas de gastrópodes, devido à possível sobreposição de
nicho trófico (FICHER; COLLEY, 2004; ESTON et al., 2006; NEUHAUSS et al.,
2007). Atualmente, ultrapassa as fronteiras das questões ambientais, pois este
animal pode ser hospedeiro intermediário de vermes que causam graves problemas
à saúde humana, podendo levar à morte (GRAEFF-TEIXEIRA, 2007; NEUHAUSS et
al., 2007). Duas verminoses estão ligadas à presença de A. fulica: a angiostrongilose
abdominal e a angiostrongilose meningoencefálica.
A angiostrongilose abdominal, causada por Angiostrongylus costaricensis
Morera & Céspedes, 1971 tem sido registrada no Brasil desde a década de setenta
(GRAEFF-TEIXEIRA, CAMILLO-COURA, LENZI, 1991), com dezenas de casos
confirmados. Nesta doença a pessoa é infectada pela ingestão acidental da larva do
verme. Este se aloja nas artérias mesentéricas causando dores e inchaço
abdominais, constipação, vômitos, intensa atividade inflamatória, entre outros
sintomas, podendo levar a lesões intestinais e comprometimento do órgão
(GRAEFF-TEIXEIRA; CAMILLO-COURA; LENZI, 1991; PENA; FILHO; ASSIS, 1995;
MORERA; AMADOR; 1998). A angiostrongilose meningoencefálica é causada pela
ingestão acidental da larva do verme Angiostrongylus cantonensis (Chen, 1935) que
atinge o sistema nervoso central causando inflamação nas meninges (meningite). A
doença é caracterizada por fortes dores de cabeça e rigidez na nuca (TSAI et al.,
2003; CALDEIRA et al., 2007; CREMEP, 2008). Embora alguns autores relatem a
baixa susceptibilidade de A. fulica ao Angiostrongylus cantonensis (Chen, 1935)
4
(NEUHAUSS et al. 2007), já existem casos confirmados de angiostrongilose
meningoencefálica no Brasil, em Cariacica, ES, registrado em 2007 (CALDEIRA et
al., 2007) e mais recentemente a equipe médica do Hospital Correia Picanço, da
rede estadual de Recife, PE, diagnosticou a doença em uma menina de cinco anos
de idade (CREMEP, 2008). Assim, a presença de A. fulica no Brasil atingiu uma
importância tal que se faz necessário uma discussão e divulgação dos problemas de
saúde pública e ambiental relacionados a ele em todos os níveis possíveis,
prestando-se muito bem a trabalhos de divulgação científica, educação ambiental e
educação em saúde.
Foto: Igor Christo M iyahira
2cm
Figura 1: Achatina fulica Bowdich, 1822, animal adulto.
5
1cm
Figura 2: Postura colocada entre pedras no solo.
onde percebe-se jovens recém eclodidos .
6
3. A ILHA GRANDE
A Ilha Grande, localizada na costa sul-fluminense, é a segunda maior ilha
oceânica do país, com área de 193km2 e 196 praias. Tem uma população
permanente de aproximadamente 6.000 pessoas, e uma população flutuante que
varia em torno de 15.000 pessoas, principalmente no verão (RIO DE JANEIRO,
2009). Apresenta remanescentes da Mata Atlântica, sendo parte integrante do
Patrimônio Nacional (artigo 225 o, inciso VII, Parágrafo 4º da Constituição Federal),
incluída na Área de Proteção Ambiental dos Tamoios (APA dos TAMOIOS) (ANGRA
DOS REIS, 2009; BRASIL, 1988).
Denominada Ipaum Guaçu (do tupi) pelos índios Tamoios, foi explorada
economicamente em diferentes épocas da história. Abrigou piratas e contrabandistas
de pau-brasil e de escravos, e nos séculos XVIII e XIX foi explorada para o cultivo de
cana-de-açúcar e café (SOUZA, 2002).
Acolheu ainda instituições penitenciárias como o Instituto Penal Cândido
Mendes, entre 1894 e 1994 (PRADO, 2006). Nessas penitenciárias ficaram presos
conhecidos
como
Orígenes
Lessa
(preso
por
participar
da
Revolução
Constitucionalista de 1932); Graciliano Ramos (um dos líderes do Partido Comunista
durante o período Vargas); Fernando Gabeira (ativista contra a ditadura militar de
1664), o banqueiro de “bicho” Castor de Andrade e o criminoso “escadinha” (José
Carlos dos Reis Encina) que teve a fuga mais célebre da história, quando foi
resgatado de helicóptero. Também foi onde se deu o início do Comando Vermelho
(C.V.), em 1970 “quando assaltantes de banco presos pela Lei de Segurança
Nacional se misturaram aos presos políticos e incorporaram discursos e práticas de
organização dos partidos da esquerda” (SANTOS, 2006, p. 195).
Com a desativação do presídio situado na Praia de Dois Rios, Ilha Grande, o
Governo do Estado do Rio de Janeiro concedeu à Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, por meio do Termo de Cessão de Uso nº 21, de 18/10/1994, toda a área e
benfeitorias ocupadas pelo Instituto Penal Cândido Mendes. A UERJ tornou-se,
então cessionária dos imóveis e da área por um período de cinquenta anos,
comprometendo-se em instalar um centro de pesquisas e administrar a comunidade
que era composta por ex-funcionários da penitenciária e seus familiares, que
7
permaneceram na Vila após a desativação do Instituto (SOUZA, 2002; PRADO,
2006). As atividades da UERJ tiveram início imediatamente após a efetivação do
Termo de Cessão, mas apenas em 1998 foi criado o Centro de Estudos Ambientais
e Desenvolvimento Sustentável (CEADS). A implantação do centro de pesquisas se
concretizou com a instalação do Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento
Sustentado (CEADS) no antigo quartel da Polícia Militar, e tem como objetivo
desenvolver pesquisas de interesse do Governo do Estado e projetos de interesse
acadêmico (SOUZA, 2002; ROCHA, [199-?]) ) e inventariar e preservar a diversidade
local.
O CEADS é vinculado à Sub-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (SR-2)
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e tem como objetivo apoiar o ensino
na graduação e na pós-graduação e as atividades de extensão e iniciação
tecnológica e científica. É um ponto de apoio aos diversos projetos de pesquisas da
instituição abrangendo diferentes áreas como as Ciências Sociais, Engenharia,
Biologia e Geografia.
Além da importância histórica e política, a Ilha Grande possui uma vegetação
característica de Mata Atlântica e grande diversidade biológica distribuída em
diferentes ambientes:
florestas,
costões, praias,
rios, lagoas, restingas e
manguezais. Por isso, é foco de ações que visam sua proteção, sendo criadas
unidades de conservação.
O Parque Estadual da Ilha Grande, criado em 1971 pelo Decreto Estadual
n.º 15.273, de 28/06/71, é considerando área de proteção permanente. O Parque
Estadual Marinho do Aventureiro foi criado pelo Decreto Estadual no 15.983 de
dezembro de 1990 com o objetivo de resguardar atributos excepcionais da natureza,
permitindo atividades científicas e o turismo ecológico, e, a Reserva Biológica da
Praia do Sul foi criada em 1991 pelo Decreto Estadual n o 4.972 de 02/12/91, sendo
inserida na categoria de áreas naturais protegidas, com a finalidade de preservar os
ecossistemas naturais que abrigam exemplares da flora e fauna. (INEA, 2009). Esta
última é uma região que abriga um sítio arqueológico datado de aproximadamente
três mil anos (TENÓRIO, 2006; WUNDER, 2006).
Toda essa riqueza evidencia a importância que é preservar sua vida natural.
Além disso, a Ilha Grande comporta espécies endêmicas e ameaçadas de extinção.
Essas características, aliadas ao fato de que os ambientes insulares são mais
frágeis às mudanças naturais e antrópicas que ambientes continentais, tornam a Ilha
8
Grande um ambiente de grande importância para os pesquisadores de diferentes
áreas, principalmente os que se dedicam a estudos socioambientais.
3.1. A Vila do Abraão
A Vila do Abraão é o centro distrital da Ilha Grande, tendo grande importância
econômica, médica, turística e educacional. Apresenta aproximadamente 590
domicílios particulares permanentes (não veranista) e uma população aproximada de
1900 moradores permanentes (ANGRA DOS REIS, 2006; ANGRA DOS REIS,
2009b). Apresenta uma única unidade escolar, que é composta por um único prédio
onde funcionam o Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega, responsável pelo Ensino
Médio, e a Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega que é responsável pelo Ensino
Fundamental. Ambas recebem estudantes moradores de diferentes comunidades da
Ilha Grande, como Vila Dois Rios, Lopes Mendes e Matariz.
Acreditamos que a população da Vila do Abraão é a mais privilegiada com
informações sobre os diferentes assuntos exatamente pela sua importância e
facilidade de acesso. Devido ao nosso trabalho constante sobre o caracol africano
na localidade já conhecemos a realidade e a situação deste nesta comunidade.
Estes foram os principais motivos que nos impulsionaram a trabalhar com os
escolares desta população.
Como muitas alterações ecológicas são resultantes das interações homemnatureza, é imprescindível que as comunidades humanas também participem das
ações que visam preservar os ambientes naturais. No caso de espécies exóticas
invasoras sabemos que são uma ameaça ao equilíbrio desses ambientes e para o
seu controle é necessário que a comunidade humana esteja envolvida.
Levando em consideração todo o exposto sobre a Ilha Grande e tendo ciência
da presença de espécies exóticas, verificamos a importância de se trabalhar o tema,
mais especificamente sobre o caracol africano, com a comunidade escolar da
localidade, visando à preservação ambiental, além de trabalhar questões
relacionadas à saúde humana.
9
4. O ENSINO FUNDAMENTAL
O ensino fundamental é um dos níveis escolares que compõe a educação
básica no Brasil, compreendendo nove anos escolares (da antiga classe de
alfabetização à antiga oitava série) e iniciando-se aos seis anos de idade (BRASIL,
2009b).
Se levarmos em consideração as fases do desenvolvimento humano proposto
por Piaget, é nesta fase que as crianças estão deixando o egocentrismo social e
intelectual indo em direção a uma nova etapa, a de estabelecer relações e
coordenar informações diferentes,
desenvolver
a
capacidade
de
principalmente
integrá-las
de
provenientes do outro e
forma
coerente
e
racional
(PALANGANA, 2001; BATTRO, 1976; PIAGET; INHELDER, 2001). Nesta idade está
disponível um terreno perfeito para semear noções necessárias para a formação de
indivíduos capazes de exercer sua cidadania de modo crítico e produtivo
socioambientalmente.
A educação para a cidadania requer que questões sociais sejam
apresentadas aos alunos para a aprendizagem e a reflexão. Os termos podem ser
priorizados e contextualizados com as realidades locais e regionais. O eixo
norteador dessa aprendizagem deve envolver causas e efeitos de dimensões
históricas, políticas e sociais. Por isso, o Ministério da Educação e do Desporto
desenvolveu os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que é um documento que
tem como objetivo nortear os currículos educacionais brasileiros. Esses parâmetros
são uma proposta, uma orientação às secretarias de educação de estados e
municípios, às instituições privadas de ensino e às instituições formadoras de
professores e demais profissionais de educação. Funciona como uma referência
para a elaboração dos currículos e dos Projetos Políticos Pedagógicos dessas
instituições de ensino. (BRASIL, 1998a).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais são divididos em diferentes áreas do
conhecimento e em todas enfatizam a importância de explorar na escola temas
atuais, frente aos quais os alunos se vêem confrontados no seu dia-a-dia. Temas
que façam parte do cotidiano da comunidade escolar e do seu entorno e que
valorizem e destaquem a importância de o indivíduo “perceber-se integrante,
10
dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as
interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente”
(BRASIL, 1998a, p. 55.). Essa integração poderá contribuir para a formação de
cidadãos conscientes e capazes de agir na realidade socioambiental na qual estão
inseridos, para o bem da sociedade.
No caso das Ciências Naturais é, portanto, de grande valor a conexão entre
ciência e cotidiano dos alunos, como sugere Mascarenhas (1998) retirando todos os
mistérios, demonstrando que a ciência concede-nos conhecimentos para entender a
natureza e a sociedade. A escola pode utilizar a educação ambiental como
ferramenta para este fim, que por ser multidisciplinar, trabalha com aspectos
socioculturais, políticos, científico-tecnológicos, éticos, ecológicos, entre outros,
podendo funcionar como um canal entre a ciência, o ensino de ciências e a prática
cotidiana (DIAS apud BEZERRA, 2007).
Pensando na conexão entre a teoria e a prática e observando que a
população da Ilha Grande, inclusive as crianças, tem contato diário com o caracol
africano, entendemos que é importante a discussão sobre esse tema, que é parte do
cotidiano local, também no ambiente escolar.
Para isso, podemos considerar que o conhecimento prévio sobre o assunto
entre os estudantes da Vila do Abraão é relevante para entender como a presença
do caracol africano interfere na vida daquela população; no entendimento dos
estudantes sobre estes animais e se eles se identificam como possíveis agentes
transformadores. Na verificação desses conhecimentos prévios é possível apurar se
as informações que eles têm estão de acordo com os conhecimentos científicos,
identificando possíveis erros conceituais, para que se possam realizar as
intervenções necessárias de modo que permitam o entendimento do assunto
abordado e, principalmente para que estes conhecimentos sejam considerados
durante a elaboração e execução de estratégias educativas em relação às espécies
exóticas.
11
4.1. A Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega
A Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega está sob a direção das professoras
Danielle da Silva Raymundo, Márcia da Silva Oliveira e Maria das Graças Mendes
de Souza. Funciona nos turnos da manhã e tarde, e atende alunos de diferentes
comunidades da Ilha Grande. Atualmente atende 430 alunos do Ensino
Fundamental.
12
5. EDUCAÇÃO E CONTROLE DE ESPÉCIES INVASORAS
Segundo
a
União
Internacional
para
a
Conservação
da
Natureza
(International Union for Conservation of Nature - IUCN) as espécies exóticas
invasoras são organismos introduzidos pelo homem em lugares fora da sua área de
distribuição natural, onde se estabelecem e dispersam gerando algum impacto
negativo sobre o ecossistema local e suas espécies. E ainda afirma que depois da
destruição de habitats, as espécies invasoras são a maior causa da perda da
biodiversidade global, atuando como agente importante para a extinção de
espécies em todo o planeta. A IUCN assegura que em ilhas, as espécies exóticas
são a primeira causa da extinção de espécies nativas (IUCN, 2009).
Acreditamos que a educação pode funcionar como instrumento para a
conservação do meio ambiente, pois entendemos que as crianças de hoje serão os
cidadãos do futuro. Considerando que a formação educacional abrange não só a
apreensão de conhecimentos, mas também valores e habilidades que poderão
formar indivíduos envolvidos e responsáveis por processos que abarcam a vida
como um todo, adquirindo consciência e sensibilidade para lidar com o meio
ambiente e seus problemas (PÁDUA, 2003), de modo que se vejam como atores
imprescindíveis dos processos ambientais assim como se verão nos processos
políticos sociais, é importante que a problemática ambiental do caracol africano seja
discutida nas escolas tanto quanto os problemas sociais vivenciados pela
população.
A Ilha Grande, como outros lugares do Brasil, e outros países, apresenta
problemas com o caracol africano, uma espécie exótica invasora, e precisa capacitar
seus cidadãos do futuro para lidar com esse problema. É importante trabalhar essa
problemática no ambiente educacional na Ilha Grande, discutindo causas e efeitos
de nossos atos no processo de introdução de espécies exóticas, e nossa
responsabilidade na perda da biodiversidade, sensibilizando-os de forma que esses
futuros cidadãos se reconheçam como peças importantes na preservação do meio
ambiente também quando auxiliam no controle da espécie exótica na Ilha Grande e
na preservação das espécies nativas, podendo e devendo atuar como fiscalizadores
e agentes ambientais a todo o momento.
13
Nesse contexto, o Laboratório de Malacologia da UERJ, além dos trabalhos
mencionados na introdução deste trabalho, desenvolveu no ano de 2008 atividades
de divulgação sobre o caracol africano com alunos da Educação Infantil (3º ao 5º
anos, ou 2ª a 4ª séries) da Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega, localizada na
comunidade da Vila do Abraão, evento no qual utilizamos como estratégia a
linguagem teatral para abordar o tema e o uso de jogos para fixação, introduzindo
conceitos e discutindo sobre os problemas causados pelo referido animal.
Apesar dos trabalhos desenvolvidos, não foi efetuada uma sondagem prévia
sobre os conhecimentos dos alunos da escola sobre o Achatina fulica. A única
experiência desse tipo no Brasil foi desenvolvida por Souza, Alves e Alves (2007) na
Escola Estadual Pastor José Florêncio Rodrigues, do município do Cabo de Santo
Agostinho, Pernambuco, com alunos de 9o ano (oitava série) do Ensino
Fundamental. Os autores discutem a importância de valorizar o conhecimento prévio
dos estudantes na elaboração e execução de ações educativas, as representações
do caracol e dos problemas por ele causado e até cita a possibilidade de encarar
esses conhecimentos “como guias para a realização de estudos científicos mais
aprofundados e como referências culturais para os que elaboram planos políticopedagógicos e estratégias de controle de espécies invasoras” (SOUZA; ALVES;
ALVES, 2007, p. 87).
14
6. OS CAMINHOS DA PESQUISA
6.1. Pensando a Pesquisa em Educação
O objetivo de muitos pesquisadores em Educação é tornar a pesquisa mais
próxima da vida diária do educador, tornando-a um instrumento de enriquecimento
do seu trabalho (LÜDKE e ANDRÉ, 1986). Além de identificar possíveis problemas
educacionais e erros conceituais, a pesquisa em educação pode apontar falhas no
que se refere à contextualização da teoria e nos leva a confrontar os dados obtidos
sobre determinado tema e com os conhecimentos teóricos que temos sobre ele
(LÜDKE e ANDRÉ, 1986).
Segundo Lüdke e André (1986), o estudo dos fenômenos educacionais
sempre esteve entre as ciências sociais e humanas, e sempre sofreram influência
das mudanças ocorridas nessas áreas. Depois os fenômenos educacionais
passaram a ser estudados como fenômenos que pudessem ser isolados e ter suas
variáveis também isoladas a fim de constatar as suas influências, utilizando-se
metodologias que eram empregadas para o estudo de fenômenos das ciências
físicas e naturais. Então, percebeu-se que poucos fenômenos na área de educação
“podem ser submetidos a esse tipo de abordagem analítica, pois em educação as
coisas acontecem de maneira tão inextrincável que fica difícil isolar as variáveis
envolvidas...” (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 3), pois significa trabalhar com seres
humanos, em seu próprio processo de vida (GATTI, 2007).
O caráter de fluidez dinâmica e mudança dos processos educativos (que
refletem o ser vivo em si) demonstram a necessidade de desenvolvimento de
metodologias que atendam a esse seu caráter dinâmico (LÜDKE; ANDRÉ, 1986).
Daí o surgimento de metodologias que utilizam a análise qualitativa dos dados, em
alternativa “aos modelos experimentais e estudos empiristas” (GATTI, 2007, p. 27).
O estudo qualitativo desenvolve-se numa situação natural, focaliza a realidade de
forma complexa e contextualizada, enfatiza as percepções pessoais, de modo que
consigamos, ou ao menos tentemos, compreender o que pensam o nosso objeto de
estudo, e como é que desenvolveram seus quadros de referência. O estudo
15
qualitativo tenta penetrar e analisar a vida prática do objeto de estudo “com o
objetivo de compreender como e qual o significado que constroem para os
acontecimentos das suas vidas cotidianas” (BOGDAN e BIKLEN 1994, p. 53 e 54).
6.2 A Escolha do Método Qualitativo
Bogdan e Biklen (1994) descrevem a pesquisa qualitativa como um estudo
naturalístico onde, dentre outras características, o pesquisador se preocupa em
como determinado problema se processa, como se traduz na vida cotidiana do
“objeto de pesquisa”, e há uma preocupação em como as pessoas dão significados
às coisas em suas vidas.
Por isso, durante o desenvolvimento desse projeto chegamos à conclusão de
que a pesquisa quali-quantitativa seria a melhor escolha para trabalhar a
problemática do caracol africano, que não envolve apenas a questão da educação
ambiental e o problema de parasitoses, mas principalmente como os escolares lidam
com esse problema em suas vidas cotidianas, como eles percebem isso que nós
chamamos de “problemática”.
Já que a natureza do problema estudado é que define o método de pesquisa,
optamos, dentre os vários modelos de pesquisa qualitativa, pelo Discurso do Sujeito
Coletivo (DSC), já que é uma metodologia que permite considerar o ponto de vista
dos participantes captando suas percepções. Compreender o senso comum,
entender os significados em sua vida cotidiana através do discurso dos sujeitos.
6.3 O Discurso do Sujeito Coletivo
O discurso do sujeito coletivo é uma técnica de análise qualitativa baseada
em uma “proposta de organização e tabulação de dados qualitativos de natureza
verbal” (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2003, p.15) que consiste em analisar depoimentos e
a partir deles compor os discursos-síntese na primeira pessoa do singular. Em
resumo, o DSC é “um discurso síntese elaborado com pedaços de discursos de
16
sentido semelhante reunidos num só discurso” (LEFÈVRE, 2008). O autor da técnica
afirma que essa é uma técnica de análise de dados qualitativos que impede a perda
do conteúdo dos depoimentos, agregando-os numa única fala.
Nesta técnica após analisar individualmente os depoimentos, são tabuladas
as expressões-chave (trechos literais ou integrais do discurso), idéias centrais (nome
ou expressão linguística que sintetiza o significado do pensamento, e não
interpretação do mesmo) e a ancoragem (o ponto tratado no discurso) encontradas
nos discursos para que se possam agrupar discursos semelhantes e só então
confeccionar o DSC.
Para gerar esses discursos elaboramos questões abertas que, de modo geral,
apresentam caráter flexível permitindo que os alunos respondam de acordo com
suas perspectivas pessoais ao invés de apenas marcarem sim ou não limitando suas
respostas.
6.4. Realização da Pesquisa
A pesquisa foi realizada na escola Municipal Brigadeiro Nóbrega situada na
comunidade da Vila do Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
Participaram da pesquisa apenas estudantes moradores da Vila do Abraão,
cursando do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental, totalizando setenta e quatro
participantes, com idade média de doze anos de idade, variando entre dez e dezoito
anos.
Para verificação do conhecimento prévio dos alunos sobre Achatina fulica foi
elaborado um questionário (Apêndice 1) composto por seis questões abertas acerca
do caracol africano. Os alunos utilizaram 30 minutos para responder às perguntas,
enquanto um exemplar vivo do animal ficou exposto em um terrário à vista dos
estudantes, funcionando como estimulador.
17
6.5. A análise dos dados
As respostas a cada questão foram lidas individualmente, tabuladas e
categorizadas de acordo com a ancoragem identificada nas expressões-chave
(Apêndice 2). Após a análise e a tabulação de todos os discursos foram
confeccionados os Discursos do Sujeito Coletivo (DSC), utilizando as expressõeschaves semelhantes para compor o mesmo discurso.
Durante a confecção foi utilizado o discurso integral dos alunos, as únicas
intervenções realizadas se deram apenas no sentido de corrigir alguns erros
gramaticais, acrescentar conectivos e termos para melhor encadeamento lógico dos
discursos – presentes entre colchetes - e subtração de expressões ou termos
repetidos.
Por exemplo, os discursos abaixo são respostas à pergunta: Você acha que o
caracol africano pode causar algum mal à saúde? Que mal ele pode causar?
“Depende se tiver contato passa ter uma doença.”
“Mal à saúde, ele transmite doença com o contato da pessoa com ele.”
“Pode até causar algum mal, uma alergia ou bactérias.”
“Doenças do tipo infecções, coceiras, empolação.”
Composição do DSC
DSC: Pode até causar algum mal, uma alergia ou bactérias. Doenças do tipo
infecções, coceiras, empolação. Depende se tiver contato [a pessoa] passa ter uma
doença. (...) ele transmite doença com o contato da pessoa com ele.
Neste estudo devido à objetividade das questões e às respostas diretas as
expressões-chaves são as respostas inteiras.
18
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo, as respostas obtidas a partir da aplicação do questionário e o
Discurso do Sujeito Coletivo delas decorrentes serão analisados e debatidos.
Questão 1: Você conhece o caracol africano? Quem é o caracol africano?
Sobre a primeira parte desta pergunta temos o seguinte resultado (Figura 3).
Porcentagem
Porcentagem das resposta à primeira parte da questão 1
100,0
90,0
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
Sim 89,2%
Não 9,5%
Em branco
1,4%
Respostas
Figura 3: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da
questão 1.
Observamos na figura 3 que a grande maioria dos estudantes conhece o
caracol africano, pois sua presença na Vila do Abraão é evidente em qualquer hora
do dia. Embora poucos alunos, sete no total, afirmem não conhecer o caracol
africano, eles têm algumas informações sobre o mesmo, pois foram capazes de
responder a outras perguntas do questionário. Essas informações podem ter sido
transferidas a eles por meio de seu grupo de convivência (escola, família etc.). Logo,
podemos inferir que, se informações básicas são passadas de um indivíduo ao outro
de forma “eficiente”, as informações corretas e mais completas também o podem.
Para isso é necessário um trabalho constante de esclarecimento sobre o caracol
africano.
As respostas dos 66 (89,2%) alunos que declararam conhecer o caracol
africano foram analisadas, e nelas foram localizadas idéias centrais que
apresentavam ancoragens semelhantes. Essas ancoragens foram organizadas em
categorias (tabela 1) e em seguida foi escrito o DSC.
19
Tabela 1: Categorias encontradas nas respostas à segunda parte da questão 1 com os
respectivos números (n) de respostas em que foram identificadas e suas respectivas
porcentagens.
Categorias
n
%
Categoria A: Locais onde são encontrados
ou que preferem
7
10,60%
Categoria B: Impressões pessoais.
29
44%
Categoria C: Quanto à reprodução.
2
3%
Categoria D: Causador de algum tipo de
prejuízo.
17
25,75%
Categoria E: Alunos que não souberam
responder ou responderam apenas
“caramujo” ou “caracol”, por exemplo.
8
12,12%
Categoria F: Origem/história do caracol
africano.
2
3%
Categoria G: Características físicas.
10
15,15%
Categoria H: Citaram a presença do caracol
africano na Ilha Grande
4
6%
Categoria I: Modo de eliminação.
2
3%
Categoria J: Como ele é conhecido.
3
4,54%
Nota 1: A pergunta permite múltiplas respostas, portanto o percentual total não encerra em 100%.
Nota 2: Percentuais relativos ao total de entrevistados que responderam SIM à primeira parte da questão 1
(n= 66).
Discurso do Sujeito coletivo:
Categoria A: Locais onde são encontrados ou que preferem:
“O caracol africano é um caramujo que vive em vários lugares, no mato, na
terra, tronco de árvores e na água da chuva. Ele aparece quando chove. Ele vive em
locais úmidos (perto de rios e cachoeiras) e locais frescos.
Categoria B: Impressões pessoais:
“É um animal que não é bom. É feio, horroroso, gosmento, esquisito. Ele é feio
um pouco engraçado, os olhos dele são engraçados. Ele é muito legal.”
20
Categoria C: Quanto à reprodução.
“Ele se reproduz pelas fezes [e] de forma muito rápida.”
Categoria D: Causador de algum tipo de prejuízo.
“Ele prejudica a saúde das plantas e a nossa também, transmite uma doença
que pode matar uma pessoa. Quando ele passa em um lugar e deixa aquela gosma
venenosa que se alguém passa com alguma ferida no pé ou noutro lugar, pode pegar
uma doença. Ele come folhas, polui as folhas de plantas, que usamos como remédio,
com aquela gosma. Ele polui toda a Ilha, é uma praga para as pessoas.”
Categoria F: Origem/história do caracol africano.
“É uma espécie de caramujo. É um molusco africano. Ele veio da África.”
Categoria G: Características físicas.
“Ele é um caracol marrom com listras brancas, às vezes amarelas, dois olhos
arregalados e o corpo que parece geléia. Ele tem um casco que é mais pontiagudo
que a dos outros. Ele é um caracol bem grande, é o maior caracol de todos, pelo
menos é que eu acho. Seu casco é duro, ele solta um muco para rastejar. Ele anda
sem o muco, mas se fere.”
Categoria H: Citaram a presença do caracol africano na Ilha Grande
“Conheço porque aqui onde eu moro, na Ilha, no Abraão, tem muito. Ele está
em todo o lugar da Ilha.”
Categoria I: Modo de eliminação.
“O caracol africano é um bicho que é um pouco nojento e pra matar ele é só
pôr um pouco de sal em cima de onde ele habita em lugares limpos e sujos.”
21
Categoria J: Como ele é conhecido.
“É o caracol, é o caramujo, também conhecido como escargot. Ele foi
confundido com outro.”
Acreditamos que esta primeira pergunta permitiu que os alunos expressassem
as principais impressões que eles têm sobre o caracol africano, ou seja, é possível
que eles tenham escrito as primeiras coisas que lhes vieram à cabeça quando foram
perguntados sobre o animal. Provavelmente, lembraram-se de pontos que
consideram mais relevantes a respeito do referido animal, ou que lhes chamam mais
a atenção.
O que podemos observar que “impressões pessoais” foi a categoria que mais
reuniu respostas, pois se refere ao modo como esses estudantes vêem o caracol
africano. A maioria descreve o animal como nojento provavelmente em função da
liberação de muco e o aspecto mole de seu corpo.
Outra categoria que reuniu um grande número de respostas é a possibilidade
de o animal ser causador de algum tipo de prejuízo. Embora os alunos não detalhem
muito, eles citam prejuízos às plantas, a outros animais e ao ser humano. Este tópico
foi abordado em outra questão e será discutido mais adiante.
A terceira categoria que reuniu uma porcentagem considerável de respostas foi
a categoria “características físicas”. Esse ponto é interessante, pois o fato do caracol
africano ser um gastrópode grande permite a observação de alguns detalhes que não
são tão claros em caracóis menores. Isso faz com que os estudantes possam
associar essas características com as dos demais gastrópodes ou pelo menos
questionar se há essa semelhança. Além disso, atentar para as características físicas
é importante também para a diferenciação entre o caracol africano e as espécies
nativas de modo a preservá-las, evitando o risco de serem eliminadas por engano,
por serem confundidas com o caracol africano (Figura 4 e 5).
22
D
C
A
B
1cm
Figura 4: Conchas de caracóis nativos que são frequentemente confundidas com o caracol
exótico. Achatina fulica (A), Megalobulimus sp.(B), Thaumastus sp (C). E Orthalicus sp. (D).
1cm
Figura 5: Variedade no padrão de coloração das conchas de
Achatina fulica
23
Por outro lado as questões mais importantes sobre o caracol africano foram
citadas por um número pequeno de alunos: sua origem ou história, locais onde são
encontrados ou que preferem, sua reprodução e seu modo de eliminação. Essas
informações são importantes porque interferem diretamente no entendimento da
situação deste animal. Isso permitiria a compreensão do porque e do como o caracol
africano veio para o Brasil e a responsabilidade humana nesta introdução. Também
possibilitaria entender o motivo de tantos animais e por que é tão difícil controlar e
diminuir sua população.
Questão 2: Onde o caracol africano mora? Em que locais ele gosta de ficar?
Esta pergunta teve como objetivo verificar se os estudantes observam e
identificam os locais de ocorrência/preferência do caracol africano e se conseguem
associar o tipo de ambiente com seu comportamento e/ou com suas características
físicas. Esta pergunta leva a respostas diretas, portanto uma só ancoragem:
locais/ambientes que o caracol africano é encontrado ou que prefere. Porém as
respostas apresentaram diversos ambientes que classificamos em categorias (tabela
2).
24
Tabela 2: Categorias encontradas nas respostas à segunda parte da questão 2 com o número (n) de
respostas em que foram identificadas e suas respectivas porcentagens.
Categorias
n
%
45
60,80%
37
50%
18
24,30%
1
1,35%
3
4%
2
2,70%
5
6,75%
Categoria H: Citaram a presença do caracol
africano na Ilha Grande
4
6%
Categoria I: Modo de eliminação.
2
3%
Categoria J: Como ele é conhecido.
3
4,54%
Categoria A: Plantas, mato, troncos, folhas,
jardins (vegetais em geral)
Categoria B: Locais úmidos, frios e frescos,
na sombra, na água da chuva e similares.
Categoria C: Muros paredes, pedras ruas,
chão.
Categoria D: Na terra, enterrado
Categoria E: Locais sujos, esgoto, no lixo.
Categoria F:
calhas.
Telhado,
cerca,
madeiras,
Categoria G: Em sua própria concha
Nota 1: A pergunta permite múltiplas respostas, portanto o percentual total não encerra em 100%.
Nota 2: Percentuais relativos ao total de entrevistados (n= 74).
Discurso do Sujeito coletivo:
Onde o caracol africano mora? Em que locais ele gosta de ficar?
“Eu já vi o caracol na Ilha Grande, local onde eu moro. Ele gosta de ficar em
local úmido nas árvores e plantas e nos jardins. Eu vejo em todos os lugares é no
tronco das árvores é nos matinhos no quintal, etc. Em locais úmidos e
principalmente em paredes com limo para que ele se alimente. [Ele também fica]
dentro de um casco, em muros, árvores, madeiras e no chão. [Ele fica] em meio às
folhagens, terras, ruas, ele gosta mais de ficar no caule e nas folhas de uma planta.
Eu acho que o caracol africano mora no mato. Eu acho que ele gosta de ficar
debaixo das folhas verdes.”
Nas respostas à segunda pergunta os alunos declararam que o caracol
africano apresenta preferência por ambientes com vegetação abundante e locais
25
úmidos e frescos, o que corresponde à realidade, mas poucos foram os alunos que
citaram ambientes que apresentam amontoados de lixo ou material de construção
(telhas, tijolos, madeiras), que sempre estão associados às residências e são os
locais que favorecem a presença e a reprodução do animal. Também foi baixo o
número de alunos que citou a terra (o solo) que é o local onde os caracóis se
escondem durante os dias quentes e secos e onde depositam seus ovos na época
de reprodução.
Estas informações são importantes para o controle da população desse
animal, pois se não se sabe os ambientes em que eles se “escondem” durante os
períodos desfavoráveis, não se compreende o porquê se coleta tantos animais e
ainda assim há sempre um grande número deles. Além disso, não saber que a terra
é utilizada para a postura dos ovos reforça a “não-compreensão” citada
anteriormente.
Questão 3: Você acha que o caracol africano pode causar algum mal à
saúde? Que mal ele pode causar?
Com essa pergunta tínhamos como intenção verificar se os alunos relacionam
o caracol africano com alguma doença e se esta relação tem fundamentação teórica.
A opinião dos alunos sobre possibilidade do caracol causar algum mal à
saúde humana é expressa na figura 6.
Porcentagem de respostas à primeira parte da questão 3
Porcentagem
100,00
90,00
Sim 93,2%
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
Não 4,1%
Em branco
2,7%
Respostas
Figura 6: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da
questão 3.
Dos setenta e quatro alunos que participaram da pesquisa, 93,24% acham que
o caracol africano causa algum tipo de prejuízo à saúde humana. Infelizmente ainda
26
que em número pequeno, há alguns alunos que não acreditam que o A. fulica possa
causar mal à saúde. Isso pode ocorrer em função das informações que circulam em
seu meio familiar e da falta de maiores esclarecimentos neste.
Como esta pergunta é direta também levou a respostas diretas, portanto uma
só ancoragem: prejuízos que o caracol africano pode causar à saúde humana.
Porém, vale pontuar cada prejuízo citado pelos alunos. Estes foram organizados em
categorias (tabela 3).
Tabela 3: Categorias encontradas nas respostas à segunda parte da
questão 3 com o número de respostas em que foram identificadas e
respectivas porcentagens
Categorias
n
%
Categoria A: O caracol africano
pode levar à morte
9
13%
Categoria B: O caracol africano
pode dar "ovo de barriga"
4
5,80%
Categoria C: Pode dar dengue
2
2,90%
Categoria D: Outros.
54
78,30%
Nota 1: Percentuais relativos ao total de entrevistados que responderam SIM (n= 69).
Discurso do Sujeito coletivo:
Categoria A: O caracol africano pode levar à morte:
“Sim. A morte. Porque eu fiquei sabendo que ele mata. Porque minha prima
morreu porque ela pisou nele.”
Categoria B: O caracol africano pode dar "ovo de barriga":
“Sim, ovo de barriga. [A pessoa pode] ficar com a barriga cheia de caracol.
(...) o caracol fez a barriga da menina crescer.”
Categoria C: Pode dar dengue:
“Sim. Doenças graves como a dengue.”
27
Categoria D: Outros:
“Sim. Caso ingerido a pessoa pode sentir mal-estar ou então causar infecção
alimentar. Caso a pessoa pise e se cortar [pode causar] uma infecção. Ele pode
causar perda de pés e mão e até amputação. Transmitindo doença para os pés. Eu
acho que esse caracol tem doença perigosa que pode ser perigosa. Pode até causar
algum mal, uma alergia ou bactérias. Doenças do tipo infecções, coceiras,
empolação. Depende se tiver contato, [a pessoa] passa ter uma doença. (...) ele
transmite doença com o contato da pessoa com ele. Ele pode deixar uma pessoa
muito mal e pode até matar uma pessoa. Diarréia, âncea de vômito (...). Um tipo de
febre, dor de cabeça, se você tiver um ferimento exposto ao ar ele pode infeccionar.
[O caracol] faz mal à nossa saúde, caso ele encosta em nós precisamos cuidar o
mais rápido possível porque se não nós ficamos doentes, com um tipo de infecção.
[Sua] gosma [é] venenosa. [Ele traz] doenças que são causadas pela contaminação
de folha para fazer chá e etc. Eu acho”.
Categoria: Não acreditam que o caracol africano faz mal à saúde.
“Eu acho que não, da última vez que eu vi ele, disse é gosmento, mas não faz
mal a ninguém.”
Das respostas dos 78,30% de alunos que citaram outros males (categoria D)
como um dos prejuízos, vale indicar os principais grupos, que foram organizados em
subcategorias (tabela 4).
Tabela 4: Outros males citados nas respostas (englobadas na categoria D)
com os respectivos números de respostas em que foram citadas e
porcentagens.
Outros males
n
%
Infecção
9
16%
8
14,8%
Febre
12
22%
Causar perda de membros
2
3,70
Liberar micróbios, bactérias
2
3,70
Alergias
5
9,25
Mal-estar, enjôo, vômito, diarréia,
dor de barriga.
Nota 1: A questão permite que em uma mesma resposta sejam citados mais de um tipo de mal,
portanto percentual total não encerra em 100%.
Nota 2: Percentual relativo aos total de entrevistados que citaram a categoria D (n=54).
28
Observamos que os alunos não conseguem ter clareza entre doenças
causadas por animais em geral, por falta de cuidado e higiene com um ferimento e
as causadas especificamente pelo caracol africano.
A grande maioria respondeu o contato como a principal forma de transmissão
de doenças, citando o perigo de tocar o animal e/ou o contato com seu muco.
Verificamos então que há um conhecimento dos riscos para a saúde, porém não de
forma correta, pois não há casos relatados na literatura de males causados devido
ao contato com A. fulica.
Embora, já saibamos de casos de pessoas contaminadas por Angistrongylus
cantonensis e Angistrongylus costaricensis devido à ingestão de gastrópodes
infectados, (GRAEFF-TEIXEIRA; CAMILLO-COURA; LENZI, 1991; PENA; FILHO;
ASSIS, 1995; MORERA; AMADOR 1998) a ingestão do caracol, como modo de
trazer prejuízos à nossa saúde, foi pouco mencionada nas respostas. Estas
informações já deveriam ter sido transmitidas para a população através do poder
público e trabalhos com as crianças deveriam ser uma constante já que essas são
mais suscetíveis por serem mais curiosas e terem, de modo geral, um
comportamento higiênico mais pobre do que o adulto.
Há uma grande confusão na relação entre feridas e suas conseqüências.
Independentemente do tipo de caracol ou de animal, caso toquemos em suas
secreções e estas entrem em contato com algum ferimento pode levar à infecção, ou
mesmo se este ferimento estiver exposto ao ar.
Fica confusa também a relação entre mal-estar, febre, vômitos e outras
“doenças” citadas, pois eles sabem que o caracol faz mal, mas a forma como ele
causa febre, mal-estar, vômito e etc. não ficou clara. Eles não sabem dizer.
Outra condição mencionada por alguns alunos é o “ovo de barriga”. Esta é
uma história que não se sabe como surgiu. O caso relatado por diferentes pessoas é
de um suposto acontecimento em que um caracol teria posto ovos na roupa íntima
de uma menina que estava no varal, a menina a vestiu, os ovos entraram pela via
genital e a barriga da menina ficou cheia de ovos de caracol.
Essa declaração também foi observada por Souza (2007) em seu trabalho
sobre o caracol africano com alunos em Recife. Percebemos, então que realmente
esses alunos não compreendem a reprodução do caracol africano, pois, mesmo que
não saibam que os ovos não têm mobilidade, se entendessem o processo
reprodutivo, conhecessem seus ovos e atentassem para seu tamanho, jamais teriam
29
admitido que uma pessoa tivesse vestido sua roupa íntima sem ter visto esses ovos.
Ou seja, verificamos a necessidade de se trabalhar o conhecimento científico em
diferentes níveis com a finalidade de elucidar vários aspectos tanto da biologia
quanto da ecologia dos seres vivos, e neste caso especificamente, sobre o caracol
africano.
Uma associação muito interessante que alguns alunos fizeram foi com a
dengue. Paiva (2004) relata que encontrou larvas de Aedes sp. em conchas de
A.fulica que acumulavam água. Considerando que esse animal morre com
freqüência com a abertura da concha voltada para cima, isso favorece o acúmulo de
água tornando-se criadouro para mosquitos inclusive o vetor da dengue. Notamos,
então, que alguns estudantes conseguem relacionar os problemas ocasionados pelo
caracol africano além das coisas mais comuns. Portanto, se esses alunos forem
incentivados e melhor informados, questionarão mais, observarão mais e serão
capazes de buscar informações concretas sobre o animal junto aos seus educadores
e transmitir essas novas informações para seu grupo de convivência aumentando as
chances desse conhecimento alcançar o restante da população.
Um grupo de treze estudantes mencionou a morte como um dos prejuízos, e
um deles inclusive se referiu a um caso na família. As informações dos especialistas
é que a morte pode ocorrer em indivíduos que ingeriram gastrópodes contaminados
pela larva dos vermes do gênero Angiostrongylus e que tiveram o quadro agravado
por complicações decorrentes das doenças. No entanto, achamos pouco provável
que as mortes a que se referiram os alunos tenham ocorrido em função do caracol,
pois no Brasil, ainda não existem casos registrados de mortes por angistrongiloses.
Acreditamos que a associação entre o contato com o animal e a ocorrência de
morte pode ser uma forma que os adultos utilizam para amedrontar as crianças e
mantê-las longe do animal, já que eles, provavelmente, também não sabem ao certo
qual é o perigo.
A escola é o local de maior importância para a disseminação das informações
corretas, até pelo perigo que as crianças correm, visto que há muitos caracóis em
torno da escola e o simples manuseio do animal pelas crianças pode levar à
contaminação, caso o animal também esteja contaminado, pois os vermes são
liberados através de seu muco corporal.
Questão 4: Você acha que o caracol africano pode causar algum mal à
natureza? Que tipo de mal?
30
Porcentagem de respostas à primeira parte da questão 4
60,0
Sim 55,4%
50,0
Porcentagem
Não 41,9%
40,0
30,0
20,0
10,0
Não sei 2,7%
0,0
Respostas
Figura 7: Gráfico do percentual de respostas referentes à primeira
parte da questão 4.
Observamos que a porcentagem de alunos (figura 7) que acredita que o
caracol africano não causa nenhum mal à natureza é muito grande evidenciando a
falta de discernimento quanto aos problemas ambientais. Talvez não seja necessário
compreender os problemas ambientais sob esta nomenclatura, mas entender as
relações entre os organismos vivos e o ambiente é necessário, mesmo que de forma
básica.
Sobre o caracol africano, alguns autores já levantaram a possibilidade dele
competir com espécies de caracóis nativos (FISCHER; COLLEY, 2004) além da
possibilidade de introduzir novas patologias no ambiente em que ele é inserido,
assim como qualquer outro animal introduzido, levando riscos à saúde dos animais
nativos além da possibilidade de incluí-los em ciclos parasitários ao qual não
pertenciam.
Dos quarenta e um alunos (55,4%) que afirmaram que o caracol africano
causa algum mal à natureza, 58,50% afirmou que ele prejudica as plantas atrasando
o seu desenvolvimento ou crescimento, quando as come, causando doenças e até
desmatamento. Enquanto que 36,6% afirmou que o caracol africano prejudica outros
animais, transmitindo doenças para eles, causando mal aos animais que se
alimentam dele, competindo e até matando-os. O desequilíbrio ambiental foi citado
por 2,4% e 2,4% afirmou que seu muco é venenoso e pode trazer mal aos outros
animais. Observe a tabela 5.
31
Tabela 5: Categorias que englobam respostas que referiram-se a prejuízos
causados à natureza com respectivos número de respostas que as citaram
e suas respectivas porcentagens.
Categorias
n
%
Categoria A: Prejudicando as
plantas
24
58,50%
Categoria B: Prejudicando outros
animais
15
36,60%
Categoria C: Causa desequilíbrio
ambiental
1
2,40%
Categoria D: Causa mal à natureza
porque sua gosma é venenosa
1
2,40%
Categoria E: disseram apenas sim
3
7,31%
Nota 1: A questão permite que em uma mesma resposta sejam citados mais de um tipo de
prejuízo, portanto percentual total não encerra em 100%.
Nota 2: Percentual relativo ao total de entrevistados que responderam SIM à primeira parte da
questão 4 (n=41).
Discurso do Sujeito coletivo:
“Você acha que o caracol africano pode causar algum mal à natureza? Que
tipo de mal?”
Não acreditam que o caracol africano pode fazer mal à natureza:
“Não. Eles vivem livres acho que se eles fizessem algum mal à natureza a
gente já teria visto alguma reação diferente. Porque ele veio dela, tem muitos
animais que até comem. (...) ele faz parte da cadeia alimentar. Apesar de eles serem
muitos, fazem parte na natureza, alguma coisa de bom. Ele não pode causar
nenhum mal porque ele veio da natureza, “tipo” a natureza que cria estes tipos de
espécies. Ele também pode prejudicar eles mesmos porque a doença deles voltam.
Ele só come folha.
Categoria A: Ele prejudica as plantas
“Sim. Prejudicando o crescimento e o desenvolvimento das plantas. Ele pode
causar algum mal à natureza e aos amimais. Ele pode acabar com as folhas e as
32
flores. Ele come folhas. As folhas ficam furadas. Ele mata as plantas, ele "tipo"
come. Ele pode destruir plantações.
Acaba com as plantas e vegetais. Ele pode comer muitas folhas e acabar com
a natureza. [Ele pode] contaminar as plantas que reproduzem o alimento. [O caracol
africano] é uma peste e acaba com os animais e vegetais das regiões. Ele come as
plantas, passa bactérias para as árvores, plantas, etc. Desmatação.”
Categoria B: Ele prejudica outros animais
[Ele] Come plantas, passa bactérias para plantas e animais. Por exemplo,
aquela gosma pode ser contagiosa ou ter algum veneno. Os outros animais podem
comer alguma [coisa] por onde ele passou, ou ele mesmo se contamina. [Ele] Pode
causar doenças em outros animais. Porque tem animais que comem o caracol [e
assim esses animais] podem ficar doentes e até morrer. [Pode causar] mal aos
lagartos porque eles gostam de comer esse caracol. Também pode causar [mal] a
um cachorro e etc. Pode matar alguns bichos por causa da doença que eles têm. Ele
é uma peste e acaba com os animais e vegetais das regiões. Matando os bichos que
se alimenta de caracóis nativos. Nas matas ele faz mal a outros animais como
formigas, eu já vi ele matando uma barata, a larva dele faz muito mal pra natureza.
[Ele] Não deve ter predador então ele compete com outros animais.
Categoria C: Causa mal à natureza com sua gosma
“Por exemplo, aquela gosma pode ser contagiosa ou ter algum veneno.”
Categoria D: Desequilíbrio ambiental
“Desequilíbrio ambiental.”
A categoria prejuízo às plantas é a que reuniu o maior número de respostas.
Realmente um dos prejuízos causados pelo caracol africano é o que envolve as
plantações
comerciais
e
domiciliares,
sendo
considerada
praga
agrícola
(VASCONSELLOS; PILE, 2001). Em laboratórios é observado alimentando-se de
diferentes tipos de vegetais (TELLES; FONTES, 2002) o que também podemos
33
observar na Ilha Grande. Vemos o animal alimentando-se de folhas de mamoeiro,
bananeira, e seus frutos, assim também como plantas como comigo-ninguém-pode e
urtiga (observação pessoal). Paiva (2004) lista 59 espécies de plantas das quais A.
fulica se alimenta, entre elas plantas de cultura, plantas ornamentais, plantas ruderais
e plantas nativas. Quanto à possibilidade do caracol africano trazer doenças aos
vegetais não há descrição, mas há possibilidades se considerarmos o grande fluxo
de animais de uma planta para outra, o que pode facilitar o transporte de organismos
patogênicos de uma à outra.
Outro prejuízo muito citado foi o causado a outros animais. Alguns citaram a
possibilidade de transmissão de doenças aos outros animais, certamente essa é uma
das preocupações, pois a entrada de um organismo exótico em um ambiente
possibilita que ele dissemine patologias e parasitas que não estão presentes naquele
ambiente. Com isso, podem ocorrer problemas que só serão identificados em longo
prazo, isso se o forem.
Os alunos citaram a predação de animais sobre A. fulica. Essas informações
são importantes para estudos ecológicos, pois permitem a observação da adaptação
de animais da localidade à uma nova composição da fauna que disponibiliza agora
um outro tipo de alimento e apresenta um novo competidor até então ausente.
É interessante notar que os alunos conseguem associar não só fatores de
perigo ecológico, mas também de perigo à saúde dos animais e plantas: “se eles
podem trazer mal pra gente, logo podem causar doenças também para as plantas e
para os animais”. Mais uma vez reforçamos a nossa idéia de que se esses
estudantes forem incentivados a observar de forma crítica o ambiente, e se a eles
forem concedidas informações sobre o assunto, eles por si mesmos chegarão à
conclusões lógicas que poderão ser transmitidas ao seu grupo de convivência.
Questão 5: Na sua casa tem caracol africano? O que você e sua família
fazem com ele?
As respostas à primeira parte da questão seis foram apresentadas na figura 8:
34
Porcentagens de respostas à questão 5
80,00
Sim 71,62%
70,00
Porcentagem
60,00
50,00
40,00
30,00
Não 27,03%
20,00
10,00
Não sei 1,35%
Respostas
Figura 8: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da
questão 5.
Como esperado, houve um grande número de respostas positivas. Esse
resultado era esperado porque durante os trabalhos realizados na Vila do Abraão era
evidente a presença do caracol africano em grande número. O caracol foi observado
sempre muito associado aos ambientes antrópicos, sendo encontrado em quintais,
muros, jardins etc. Logo, seria esperado que estes alunos percebessem a presença
do animal em suas residências.
Em relação à segunda parte da questão, temos o resultado exposto na tabela
6:
Tabela 6: Categorias que reúnem respostas referentes ao comportamento
dos entrevistados e/ou suas famílias frente a presença do caracol em seus
domicílios, com o número de respostas que as citaram e suas respectivas
porcentagens.
Categorias
n
%
Categoria A: Usam sal
43
81,1%
Categoria B: Queimam
12
22,6%
Categoria C: Outras soluções
2
3,8%
Categoria D: Não fazem nada
3
5,7%
Nota 1: A questão permite que em uma mesma resposta sejam citados mais de um tipo de
“solução”, portanto percentual total não encerra em 100%.
Nota 2: Percentual relativo ao total de entrevistados que responderam SIM à primeira parte da
questão 5 (n=53).
35
Discurso do Sujeito coletivo:
Categoria A: Não tem caracol em minha casa:
“Não. Nunca apareceu nem perto. Eu mantenho eles longe da minha casa. Se
tivesse nós colocaríamos no saco e bota sal.”
Categoria B e C: Usam sal e/ou queimam.
Às vezes sim. Às vezes a minha família pega ele e joga sal ou senão joga no
mato. Teve uma época que deu bastante no quintal. Mas minha mãe juntou todos e
ateou fogo neles. Por agora não [tem], mas tinha e minha mãe tacava sal. No quintal
[tem]. [A gente] bota uma pelota de sal, em seguida quando ele morrer pego uma
luva e bota em um saco e joga fora.
Categoria D: Outras soluções
“A gente joga bastante sal grosso. Coloca álcool e botamos pra queimar.
Jogamos sal com cloro ou álcool e fogo. (...) esquentamos a água com sal e depois
jogamos em cima deles, depois com uma luva a gente faz uma fogueira e queima
eles.”
Categoria D: Não fazem nada
“Acho que sim, no quintal, etc. Deixo ele ir embora. Eu não faço nada e nem
deixo ninguém fazer.”
Como podemos observar, a grande maioria dos estudantes cita o uso do sal
como forma de eliminação, muitas vezes associado a outro modo de eliminação
(fogo, água quente, por exemplo). A utilização de sal condiz com as orientações
feitas pelos órgãos de pesquisa de referência, como é o caso das sugestões
presentes no folheto educativo elaborado pelo departamento de Malacologia
IOC/FIOCRUZ para evento “Fiocruz pra você” (BOAVENTURA, 2007). Mas a ação
está incompleta, pois recomenda-se juntar os animais e seus ovos em recipientes,
como latas, por exemplo, e adicionar sal seguido da quebra das conchas e ovos, ou
36
incineração dos mesmos, eliminando as chances de sobrevivência dos animais e de
suas posturas. Não é considerado eficiente que se lance esses animais no mar, pois
são resistentes e podem ser trazidos pela correnteza de volta à terra ainda vivos, e
nem devem ser enterrados vivos, pois têm alta capacidade de desenterramento
(FISCHER; COSTA; BONATO, 2005), e nem eliminados vivos em terrenos baldios,
pois esse ambiente favorece sua permanência e reprodução exatamente pela falta de
manutenção.
Para o descarte dos animais devemos, portanto, ter certeza de que a
quantidade de sal é suficiente para o número de animais e ter a certeza de que estão
todos mortos. Além da capacidade de desenterramento, podem ficar horas presos
dentro de sacos plásticos com sal e conseguindo rasgar esses sacos e escapar da
eliminação (observação pessoal), e até 5h submersos na água sem que morram
(FISCHER; COSTA; BONATO, 2005).
Alguns alunos que participaram do presente estudo citaram o uso de luvas
durante a manipulação do animal, porém foi uma freqüência muito baixa.
Como exposto na introdução, o caracol africano já foi encontrado naturalmente
infectado por parasitos de importância médica, ou seja, parasitos causadores de
doenças em humanos. Esses parasitos também já foram encontrados em outros
gastrópodes (CALDEIRA et al. 2007), porém como a população tende a manipular o
caracol africano mais que os demais gastrópodes, na intenção de eliminá-lo de sua
propriedade, este então é visto como o de maior importância na transmissão de
Angiostrongylus spp. Por isso, durante a manipulação para a coleta e eliminação
deve-se proteger as mãos com luvas ou sacos plásticos, de modo que impeça o
contato das mãos com o muco, que é por onde ocorre a liberação das larvas do
verme. Assim, diminuem as chances de uma pessoa acidentalmente levar a mão
contaminada até à boca contaminando-se. Por isso, a orientação feita à população é
que sempre proteja as mãos com luvas ou sacos plásticos, quando forem manipular o
animal. Essas informações devem ser transmitidas para as crianças justificando-se o
porquê.
Embora esses estudantes tenham citado coisas importantes preocupa-nos sua
inclusão neste trabalho de eliminação, pois como exigir que elas protejam os animais
se elas são incentivadas a eliminá-los? Por isso, um trabalho competente de
educação ambiental deve ser realizado entre elas para que sejam esclarecidas essas
aparentes incoerências. Deve ser nossa preocupação desenvolver estratégias para
37
que entendam como esse ato se justifica, e as questões éticas, para que elas
compreendam que relações naturais foram interrompidas pelo homem, pois, foi um
ser humano que trouxe esse animal para o Brasil e agora esses animais estão sendo
sacrificados devido a esse erro humano. Deve-se explicar que esse problema só
existe porque este animal não é natural do Brasil e não têm predadores naturais
eficientes o que facilita o aumento da sua população e os riscos para humanos e
animais. Devemos destacar que o animal não tem responsabilidade pelos problemas,
nós humanos é que alteramos os ambientes de modo inadequado. Portanto,
devemos trabalhar com esses estudantes a responsabilidade humana nos problemas
ambientais, evitando gerar o estereótipo de vilão sobre o caracol africano, pois ele
também é vítima desse problema.
Questão 6: Quando você vê o caracol africano você lembra de alguma coisa
que seus professores falam em sala de aula? Sobre as respostas à primeira parte da
questão obtivemos o resultado expresso na figura 9.
Porcentagem de respostas à questão 6
Não 66,2%
70,0
Porcentagem
60,0
50,0
40,0
Sim 32,4%
30,0
20,0
Em branco
1,4%
10,0
0,0
Respostas
Figura 9: Gráfico da porcentagem de respostas à primeira parte da
questão 6.
Uma parte dos alunos disse que lembra (24 alunos). Consideramos um
número pequeno, quando comparamos com o número de alunos que afirmaram não
lembrar, um total de quarenta e nove alunos. Destes, quarenta e quatro escreveram
apenas não, não me lembro ou nada. Enquanto que cinco alunos escreveram que
não lembram porque o professor não fala sobre isso, mas estes dois grupos
compõem a mesma categoria.
38
Discurso do Sujeito coletivo:
Não lembram
“Não me lembro. Porque os professores não falam sobre isso.”
Nas respostas dos 32,4% que afirmaram lembrar, alguns tópicos importantes
foram organizadas em categorias (tabela 7). Porém, reunimos todos os discursos em
um único, pois a ancoragem é única: O que os alunos lembram sobre as aulas
quando vêem o caracol africano.
Tabela 7: Categorias que englobam respostas referentes à segunda parte
da questão 6, o número (n) de respostas em que foram citadas e suas
respectivas porcentagens.
Categorias
n
%
Doenças e micróbios
12
50%
Cuidados que se deve ter
10
41,6%
Ambientes preferenciais
1
4,1%
Reprodução
1
4,1%
Nota 1: Percentual relativo ao total de entrevistados que respondeu IM à primeira parte da
questão 6 (n=24).
Com os discursos que citam esses assuntos pudemos compor o seguinte DSC.
Discurso do Sujeito coletivo:
Lembram
“Sim, eu lembro dos lugares onde eles gostam de ficar e de se [re]produzirem
e que eles colocam ovos. Que não devemos pegar nele senão dá doença, que ele é
conhecido como escargot e etc. [Lembro que eles dizem] para nós não andarmos
descalços por causa dos caracóis mas também por causa dos outros animais. Não
devemos ficar descalços na mata, não podemos tocar principalmente quando
39
estamos feridos. Ele pode colocar uma gosma e pode fazer mal a uma pessoa. Não
devemos andar descalços perto da larva do caracol. [Eles] falam que o caracol tem
doenças e que devemos lavar as plantas antes de fazer chá. Também não [devemos]
aplicá-lo para rastejar sobre o corpo e etc. Eu lembro que uma vez um professor meu
de outra escola falou que não devemos tocar neles pois eles possuem bactérias e
muitas doenças, prejudicando a nossa saúde e até corremos o risco de morrer. ”
A maioria dos estudantes disse que quando vêem o caracol africano não
lembram de coisas que os professores falam em sala de aula, ou seja, não conectam
a teoria à prática cotidiana, não têm condições para analisar o dia-a-dia com os
conceitos de ciências.
Os PCN do terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental expõem que o
conhecimento apreendido nas escolas deve conceder aos alunos o “desenvolvimento
de uma compreensão do mundo que lhes dê condições de continuamente colher e
processar informações” (BRASIL, 1998a, p. 62), de modo que ele seja capaz de
avaliar o seu meio e as situações a este concernente e que consiga ser atuante. O
aluno deve ser capacitado a relacionar as informações que recebem na escola com a
realidade em que vivem.
Portanto, o educador deve ter como principal questionamento “o que estou
produzindo com este conteúdo?” Além disso, deve ter suporte para que consiga
desenvolver um ensino de qualidade e que lhe dê ferramentas para isso. Neste
sentido, é de responsabilidade do poder público promover cursos de formação inicial
e continuada para os educadores visando atualizar os conteúdos, colocando esses
profissionais a par das pesquisas científicas, de modo tenham informações
suficientes para trabalhar junto ao seu público. Cada município deve avaliar sua
situação política, econômica e ambiental e identificar quais são as questões urgentes
para aquela localidade e integrar essas questões ao currículo, como sugere o PCN
(BRASIL, 1998b). Somente desta forma reuniremos profissionais capazes de
organizar um currículo atualizado e que considere a realidade local.
40
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de tudo o que foi exposto podemos assinalar os aspectos que
necessitam ser enfocados, assuntos que precisam ser desmistificados, as ações a
serem desenvolvidas e os resultados esperados dessas ações.
As características físicas do caracol africano são as informações que os
alunos ainda não dominam. É importante diferenciar o caracol exótico dos nativos.
Isto auxiliaria na preservação de espécies nativas, pois estes são muito confundidos
com o caracol africano, e frequentemente são eliminados juntos com ele, podendo
resultar na diminuição da sua população. Portanto, se os estudantes da Ilha Grande
receberem as informações corretas de como distinguir o A. fulica dos demais,
estaremos preservando a malacofauna da Ilha Grande uma vez que esses alunos
possivelmente atuarão como fiscalizadores e multiplicadores destes conhecimentos.
Os alunos reconhecem os ambientes em que o animal é encontrado com
freqüência. No entanto, não associam o comportamento humano como um fator
facilitador da permanência do animal em determinadas áreas. Os alunos precisam
receber informações e ser estimulados a associá-las ao seu meio, desta maneira
eles perceberão na própria prática que quase não encontramos caracol africano em
ambientes naturais, mas que estão em grande quantidade em ambientes antrópicos.
Isso porque nesses locais há maior disponibilidade de alimento (lixo), maior número
de sítios de repouso (entulho, material de construção, restos de poda), facilitando
sua permanência e reprodução.
Os estudantes entrevistados sabem que o caracol africano causa algum mal à
saúde, porém não têm informações suficientes para compreender como isso
acontece. Confundem muitas coisas, fazem relações incoerentes e as informações
necessárias são ausentes. Isso pode refletir a ausência de informações da
população adulta sobre o caracol. Portanto, é evidente que, embora não se tenham
casos registrados de A. fulica infectada por Angiostrongylus spp. no Rio de Janeiro,
e na Ilha Grande, essa população corre riscos por não ter informações corretas
acerca do animal e da possibilidade de transmissão de nematódeos. Logo, uma
intervenção deve ser realizada de modo que esta população seja informada de
forma correta dos riscos à saúde que este animal traz.
41
Os riscos ao meio ambiente também foram identificados. Embora poucos
alunos acreditem que o caracol exótico possa causar mal à natureza, essa pequena
porcentagem, conseguiu expor os perigos que o animal exótico pode ocasionar,
como competir com espécie nativas, por exemplo. Assim percebemos que esses
alunos têm ampla capacidade de analisar o meio, só faltam incentivos e informações
que lhes façam avaliar melhor esse meio, os processos que nele ocorrem e
compreender que ele enquanto integrante deste meio também interage nesses
processos e que isso pode gerar alterações tanto na natureza quanto nele. Além
disso, poderão multiplicar essas informações entre aqueles que não identificam o
caracol africano como um fator de riscos à natureza.
Sabemos que o controle da população do caracol africano só é eficiente com a
catação manual e posterior eliminação, mas como discutido, deve-se tratar da
eliminação de animais com esse público com sutileza, pois não basta ensinar como
eliminar o caracol africano, é necessário também discutir o porquê de se fazer isso.
Deve-se levar em consideração como se dá a percepção das crianças e jovens em
relação a essa eliminação. Como tratar de preservação do meio ambiente se
estamos matando os animais? Como preservar a natureza se estamos destruindo-a?
Muitos alunos citaram que o caracol africano não pode fazer mal à natureza porque
ele veio dela! Portanto, deve ser feito um trabalho muito cuidadoso com os
estudantes visando esclarecer essas e outras questões que surgirem.
É possível que os professores desses estudantes não tenham informações
suficientemente claras sobre este assunto e caso as tenham, por algum motivo, não
estejam conseguindo trabalhá-las de modo eficiente, resultando na conexão
insuficiente entre a teoria e a prática demonstrada nas respostas dos alunos.
Mais uma vez reforçamos a idéia de que se esses estudantes forem
incentivados a observar de forma crítica o ambiente e se informações corretas forem
trabalhadas, eles serão capazes de se posicionar de forma correta e transmitir os
conhecimentos ao seu grupo de convívio.
Acreditando que as crianças são excelentes fiscalizadoras das atitudes
adultas, e considerando que apresentam alta capacidade de aprendizagem e
absorção de novos conhecimentos, confiamos que podem ser nosso público alvo
para a disseminação de informações e desmistificação de conceitos referentes ao
caracol africano, pois as “as crianças colocam em prática o que aprendem, tornandose multiplicadoras de conhecimento” (GARCIA et al. p. 18). As atividades podem ser
42
realizadas de diferentes formas, utilizando metodologias não-convencionais como a
peça teatral e o emprego de jogos, que segundo Silva, Oliveira e Santos (2008)
funcionam como instrumento didático-pedagógico eficiente; as autoras sugerem a
aplicação de atividades lúdicas para envolver o público de forma prazerosa e simples
permitindo concatenar o cotidiano com a teoria.
Deste modo, percebemos que é importante fornecer os subsídios necessários
para a compreensão da relação homem-natureza por meio de ações educativas que:
Contribuam para a conscientização de que os problemas ambientais dizem respeito
a todos os cidadãos e que só podem ser solucionados mediante uma medida
participativa; [...] possibilitem o desenvolvimento de atitudes e a aprendizagem de
procedimentos e valores fundamentais para o exercício pleno da cidadania;
ressaltando-se a participação no gerenciamento do ambiente; contribuam para a
visão integrada da realidade, desvendando as interdependências entre a dinâmica
ambiental local e a planetária, desnudando implicações e causas dos problemas
ambientais; sejam relevantes na problemática ambiental do Brasil. (PCN, 1998b,
p.202)
Para que essas ações ocorram é necessário que o poder público invista na
formação inicial e continuada de professores, em eventos de divulgação científica,
na elaboração de materiais didáticos específicos, na consolidação das unidades de
conservação existentes, em publicações voltadas para o ensino formal e não formal,
e na maior integração entre as universidades e as escolas, ou seja, é essencial que
haja o desenvolvimento e a implantação de uma política pública que envolva além
das secretarias de educação, meio ambiente, saúde, turismo, agricultura etc., as
comunidades locais. Somente assim, será possível a construção de conhecimentos
e práticas que interrelacionem a saúde humana, a proteção do ambiente natural e
antrópico e a conservação da biodiversidade.
O ensino é parte fundamental para a realização dessas atividades, pois além
de ser ponto de partida para essas ações também podem funcionar como parâmetro
de avaliação desses processos educativos.
43
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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biological diversity in the Ilha Grande State Park (RJ) and guidelines for
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Ambiente de Desenvolvimento Urbano. Plano de Gestão Ambiental de Resíduos
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Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos
parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação. Brasília;
MEC/SEF, 1998a, 174p.
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44
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105-133.
49
APÊNDICE 1 - Questionário
50
51
APÊNDICE 2 - Tabulação dos dados
Tabulação das respostas de todos os entrevistados à questão 1
Você conhece o caracol Africano? Quem é o caracol africano?
Alunos
Expressões-chave
Idéias centrais
1
Sim. O caracol africano é um
caramujo que vive em locais úmidos
(perto de rios e cachoeiras)
O caracol vive em locais
úmidos
2
Sim. É um animal nojento que vive
em matos, terra, entre outros lugares,
que se reproduz através das fezes. É
um animal -------- que prejudica a
saúde das plantas e a nossa saúde.
É um animal nojento que
vive em vários lugares. Que
se reproduz pelas fezes e
que prejudica as plantas e
os humanos.
Ancoragem
(categorias)
Preferência de
ambiente (A)
Preferência de
ambiente (A)
Impressão pessoal
(B)
Modo de
reprodução(C)
3
4
5
Um caracol muito feio "ororoso" e
nojento.
O caracol é muito nojento.
Animal feio, horroroso e
nojento.
Muito nojento
É um bicho gosmento que gosta de
ficar em locais frescos.
Bicho gosmento que gosta
de lugares frescos.
Prejuízos (D)
Impressão pessoal
(B)
Impressão pessoal
(B)
Preferência de
ambiente (A)
Impressão pessoal
(B)
Não conhece o
caracol africano
6
Não. Eu não sei quem ele é.
Não conhece o caracol
africano
7
Sim. Ele é nojento e gosmento.
Animal nojento e gosmento
8
O caramujo.
É um caramujo.
9
Conheço, é o mais conhecido como
caramujo, ele é nojento, etc.
Conhecido como caramujo.
É nojento.
Impressão pessoal
(B)
Não soube
responder (E)
Impressão pessoal
(B)
Modo como é
conhecido (J)
10
Sim conheço. Ele é feio um pouco
engraçado, os olhos dele são
engraçados. Ele é muito legal.
É feio mais é engraçado
Impressão pessoal
(B)
11
Sim. É um bicho que veio da África,
também conhecido como escargot.
Veio da África e é
conhecido como “escargot”.
Origem (F)
12
-
-
Modo como é
conhecido (J)
-
52
13
Sim. É um animal gosmento fica
sempre nos troncos das árvores.
É gosmento e gosta de ficar
nas árvores.
Preferência de
ambiente (A)
14
Sim. Ele é um caramujo muito
nojento que transmite doenças e
come folhas.
É nojento e causa mal às
pessoas e às plantas.
Impressão
pessoal(B)
Impressão
pessoal(B)
15
Não conheço.
Não conhece o caracol
africano
Prejuízos(D)
Não conhece o
caracol africano
16
Sim. Eu acho, ele é um bicho muito
nojento.
É um bicho muito nojento.
É nojento.
19
Sim. O seu casco é mais pontiagudo
que o dos outros.
Não
20
Não
21
Não
Sua concha é diferente das
outras.
Não conhece o caracol
africano
Não conhece o caracol
africano
Não conhece o caracol
africano
Impressão pessoal
(B)
Impressão pessoal
(B)
Características
físicas (G).
Não conhece o
caracol africano.
Não conhece o
caracol africano.
Não conhece o
caracol africano.
22
23
Sim. Virou praga para as pessoas.
O caracol africano é um bicho
esquisito e transmite doenças
É uma praga.
Ele é animal esquisito que
traz doenças.
Prejuízo (D)
Impressão pessoal
(B)
24
25
Conheço. Mas não sei muita coisa.
Sim é um caracol muito feio.
Não sei muita coisa
É feio.
26
Sim é um caracol que transmite
doenças e se reproduz rápido.
Animal que causa mal e tem
rápida reprodução.
27
Conheço é um molusco e pelo nome
deve ser africano.
Sim. Um bicho que tem doença que
pode matar uma pessoa.
É um animal que possui várias
doenças e é muito nojento.
É um molusco africano.
17
18
28
29
30
Sim. É um bicho nojento que
transmite doenças.
É nojento.
Tem doenças que podem
matar uma pessoa.
Tem várias doenças e é
nojento.
É um bicho nojento que
transmite doenças.
31
Sim. Conheço porque aqui no Abraão
tem muito.
Conheço porque onde eu
moro tem muito.
32
Sim. É um bicho muito feio.
É muito feio.
33
Sim. Ele é marrom com listras
brancas às vezes amarelas, ele é
gosmento tem dois olhos arregalados
com o corpo que parece geléia.
Ele é marrom com listras
brancas às vezes amarelas,
ele é gosmento tem dois
olhos arregalados com o
corpo que parece geléia.
Prejuízo (D)
Não sabe (E)
Impressão pessoal
(B)
Prejuízo (D)
Reprodução (C)
Origem (F)
Prejuízos (D)
Prejuízos (D)
Impressão pessoal
(B)
Prejuízos (D)
Impressão pessoal
(B)
Citou a presença na
Ilha Grande (H)
Impressão pessoal
(B)
Características
físicas (G).
53
34
35
Sim. O caracol africano é um bicho
que é um pouco nojento e pra matar
ele é só pôr um pouco de sal em
cima onde ele habita em lugares
limpos e sujos.
Ele é nojento e pra matar
ele é só colocar sal onde
ele vive.
Sim, é um caracol que tem casca e é
gosmento.
Ele tem uma concha e é
nojento.
Impressão pessoal
(B)
36
Sim, não muito. É um caramujo.
É um caramujo.
37
Sim. É um caramujo que passa muita
doença.
Sim. Ele é o maior caracol de todos,
pelo menos é o que eu acho.
Sim. O caracol africano é um bicho
que vive na água da chuva e acho
que ele mata, mais é só tacar sal
porque mata.
Ele passa doenças.
38
39
40
Sim, eu conheço o caracol. Ele é
marrom, gosmento e nojento.
Preferência de
ambiente (A)
Ele é o maior caracol de
todos.
Vive na água da chuva e
pode matar, mas o sal o
mata.
Eliminação (I)
Impressão pessoal
(B)
Características
físicas (G).
Não soube
responder (E)
Prejuízo (D)
Características
físicas (G).
Preferência de
ambiente (A)
Prejuízo (D)
Ele é marrom, gosmento e
nojento.
Eliminação (I)
Características
físicas(G)
Impressão pessoal
(B)
Prejuízo (D)
Sim. Aqui na Ilha tem, eu já vi,
quando vem chuva tem muito, as
folhas de remédio ficam todas elas
poluídas com a gosma do caracol.
Onde eu moro tem, quando
chove eles aparecem e ele
polui as plantas usadas
como remédio com sua
gosma.
42
Sim. O caracol africano é um bicho
que quando ele passa por um lugar
deixa aquela gosma venenosa que
quando alguém passa com alguma
ferida no pé ou qualquer que passar
pela gosma pode pegar uma doença.
Sua gosma venenosa causa
doenças.
Prejuízo (D)
43
Sim. É o caramujo.
É o caramujo.
44
Sim, é um bicho que não é bom.
Ele não é bom.
45
Sim, é um bicho nojento, etc.
Ele é nojento.
46
Sim. Porque em todo lugar da Ilha
tem. É um bicho feio e gosmento que
polui a Ilha.
Está em toda Ilha, é feio e
polui a Ilha.
Não soube
responder (E)
Impressão pessoal
(B)
Impressão pessoal
(B)
Impressão pessoal
(B)
41
Citou a presença na
Ilha Grande (H)
Prejuízos (D)
47
48
Sim. É um tipo de caracol que causa
várias doenças.
Sim. Ele é um bicho muito nojento,
feio, etc.
Ele causa doenças.
Ele é nojento e feio.
Citou a presença na
Ilha Grande (H)
Prejuízo (D)
Impressão pessoal
(B)
54
49
Sim. É um caracol que tem um casco
é gosmento, come folha eu acho.
Ele tem uma concha, come
folha e é nojento.
50
Sim. Ele é um caracol bem grande.
Ele é grande
51
Sim. É um caramujo.
Um caramujo.
52
Sim. Conheço porque aqui no Abraão
tem muito. Ele é feio porque traz
doença.
Onde eu moro tem muito,
ele é feio porque traz
doença.
Impressão pessoal
(B)
Características
físicas(G)
Características
físicas (G).
Não soube
responder (E)
Impressão pessoal
(B)
Prejuízo(D)
Citou a presença na
Ilha Grande (H)
53
Sim. Um feio e gosmento.
Feio e gosmento.
54
Sim. Ele é um animal rastejante.
Ele é um animal rastejante.
55
Sim. Um caracol feio e nojento.
56
Sim. Ele é feio, nojento, etc.
Ele é um animal feio e
nojento.
Ele é feio e nojento.
57
Sim. Um caramujo.
Um caramujo.
58
Sim. É um bicho feio e melequento.
59
Sim. É uma espécie de caramujo.
È um bicho feio e
melequento.
Uma espécie de caramujo.
60
Sim. Caramujo.
Um caramujo.
61
Sim. Um caracol que passa doenças.
62
63
Conheço o caracol africano, é um
caramujo que dá doenças.
Sim. Nojento, grudento, melequento.
64
Não conheço.
65
Não conheço.
Um caracol que passa
doenças.
É um caramujo que dá
doenças.
Ele é nojento, grudento e
melequento.
Não conhece o caracol
africano
Não conhece o caracol
africano
66
Sim. Ele é feio, nojento e etc.
Ele é feio e nojento.
67
Sim. Um caramujo.
Um caramujo.
68
Sim. Ele é feio, ele é nojento ele tem
gosma.
Sim. É um caracol que passa
doenças, e foi confundido com outro.
Ele é feio, nojento e tem
gosma.
Ele passa doenças e foi
confundido com outro
caracol.
Sim. É um bicho de casca dura,
solta, tem um muco para rastejar. Ele
anda sem o muco, mas se fere.
Ele tem uma concha dura, e
solta muco pra rastejar.
69
70
Impressão pessoal
(B)
Características
físicas (G).
Impressão pessoal
(B)
Impressão pessoal
(B)
Não soube
responder (E)
Impressão pessoal
(B)
Não soube
responder (E)
Não soube
responder (E)
Prejuízo (D)
Prejuízo (D)
Impressão pessoal
(B)
Não conhece o
caracol africano.
Não conhece o
caracol africano.
Impressão pessoal
(B)
Não soube
responder (E)
Impressão pessoal
(B)
Prejuízo (D)
Características
físicas (G).
55
Sim. É uma espécie de caracol que
transmite doenças e possui a cor
marrom.
Transmite doenças e tem a
cor marrom.
72
Sim. É um caracol.
É um caracol
73
Não. Eu não sei quem ele é.
Não conhece o caracol
africano
Características
físicas (G).
Não soube
responder (E)
Não conhece o
caracol africano.
74
Sim. Já vi ele várias vezes nas
árvores, nas ruas, nos muros.
Eu já o vi nas árvores, nas
ruas e muros.
Preferência de
ambiente (A)
71
Prejuízo (D)
Tabulação das respostas de todos os entrevistados à questão 2
Onde o caracol africano mora? Em que locais ele gosta de ficar?
Alunos
1
Expressões-chave
Em locais úmidos e principalmente
em paredes com limo para que ele se
alimente.
Idéias centrais
Ele mora em locais úmidos
e que tenham alimento.
2
Em meio às folhagens, terras, ruas,
ele gosta mais de ficar no caule e nas
folhas de uma planta.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais, na terra e nas
ruas. Ele mora em vários
lugares.
3
No muro, árvores, pedras, paredes e
no chão. Em lugares úmidos.
Ele gosta de locais úmidos,
em árvores, pedras, paredes
e no chão.
4
5
No muro.
Ele mora na África. Ele gosta de ficar
na parede.
Em perto de árvores.
No muro.
Ele mora na África. Ele
gosta de ficar na parede.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Dentro da concha, em
muros, árvores, madeiras e
no chão.
6
7
Dentro de um casco em muros,
árvores, madeiras e no chão.
8
9
No mato.
Nas plantas e muros.
10
Eu acho que o caracol africano mora
no mato. Eu acho que ele gosta de
ficar debaixo das folhas verdes.
11
Nas ruas. Geralmente eles ficam em
árvores e plantas.
Folhas, rua, flores.
12
13
Eu vejo em todos os lugares é no
tronco das árvores é nos matinhos no
quintal, etc.
14
Ele não mora em nenhum lugar. Ele
gosta de ficar comendo folhas.
Ancoragem
A ancoragem é a
mesma porque a
pergunta leva à
respostas diretas.
No mato.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais e nos muros.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais e nas ruas.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais e nas ruas.
Ele mora em vários lugares.
Ele não mora em nenhum
lugar. Ele gosta de ficar
comendo folhas.
56
15
Ele gosta de ficar na umidade.
16
17
18
19
Em locais úmidos.
Locais úmidos.
Nas ruas, nas paredes, alguns na
água.
Nas folhas.
20
Nas folhas.
21
Nas folhas.
22
Na terra. Ele gosta de ficar debaixo da
terra na cerca.
Eu acho que ele fica na África porque
ele é africano. Nas folhas das árvores
e no mato.
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
Ele gosta de ficar na
umidade.
Em locais úmidos.
Locais úmidos.
Ele mora em vários lugares.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Ele gosta de ficar na terra e
na cerca.
Ele fica na África.Ele gosta
de ficar próximo dos
vegetais
Ele não tem lugar específico, tem ele
em quase todo lugar.
Na natureza. Em locais frios como
folhas
Em locais úmidos e em locais úmidos.
Ele mora em vários lugares.
Em locais úmidos, graças a Deus não
tem na minha casa.
Na Ilha, no úmido.
Eles geralmente moram em lugares
frios e úmidos.
Na rua, plantas é o local que ele gosta
de ficar.
No mato em local úmido.
Na casa dele em lugares úmidos.
Eu já vi o caracol na Ilha Grande,
local onde eu moro. Ele gosta de ficar
em local úmido nas árvores e plantas
e nos jardins.
Em locais úmidos.
Em locais limpos e sujos.
Em troncos molhados. Em árvores
úmidas.
Folhas.
Em lugares úmidos, ele mora nas
pedras.
Em buracos nas árvores e folhas, em
locais úmidos.
Ele mora no muro, na rua, na praia e
etc., na água da chuva.
Bom, eu vejo muito no mato. Ele
gosta de colocar os ovos e poder
cuidar dele
Ele gosta de ficar em locais
frios.
Em locais úmidos.
Em locais úmidos.
Em locais úmidos.
Ele mora em vários lugares.
Em locais úmidos.
Em locais úmidos.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais. Ele mora em
vários lugares.
Ele mora em vários lugares.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Em locais úmidos.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais, em locais
úmidos.
Ele mora em vários lugares.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais. Em
ambientes que ele possa
cuidar de seus ovos.
57
41
Colados em ambiente que dê para ele
colocar os ovos e poder cuidar deles.
Ele gosta de ambientes que
ele possa cuidar de seus
ovos.
42
Ele gosta de lugares úmidos e ele
gosta de ficar em buracos, exemplos,
dentro de árvores onde esteja
molhado.
Em locais úmidos.
43
44
45
No mato em locais úmidos.
Na terra em lugar úmido.
Dentro da casca dele. Em lugares
úmidos.
No mato, dentro do casco dele. Em
paredes e árvores, onde que dá pra
ele grudar.
Em locais úmidos.
Em locais úmidos.
Na sua concha. Em locais
úmidos.
Na sua concha. E em
paredes e árvores.
Dentro de uma casca. Muros, matos,
calha.
Na casca dele, em lugares com lixo e
úmidos.
Ele mora nas folhagens. Ele gosta de
ficar nas folhas.
Em folhas, árvores e em locais
úmidos.
Na sua concha e em muros,
matos e calhas.
Na sua concha e em lugares
com lixo e úmido.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais, em locais
úmidos.
No mato. Em locais que contém água,
ou seja, úmido.
Na rua. Em local frio.
No mato.
Em locais úmidos.
46
47
48
49
50
51
52
53
55
56
Ele mora em vários lugares, em locais
úmidos.
Nas ruas, nos esgotos,e nas árvores.
No mato. No úmido.
57
No mato. Nas folhas.
58
59
60
Na terra, na terra, em lugares úmidos.
Na mata, em locais molhados.
No mato, em muros.
61
Em vários lugares. Em locais verdes e
úmidos.
Ele mora no mato e gosta de ficar nas
folhas.
No casco. Na floresta.
No mato.
54
62
63
64
65
66
67
68
Dentro da concha, no chão.
Na mata em locais úmidos.
No muro. No mato, no mar e na rua.
NO mato. Entre as folhagens para
comer as folhas e úmido.
Na rua. Em local frio.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Ele mora em vários lugares.
Em locais úmidos
Ele mora em vários lugares.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Em locais úmidos.
Em locais úmidos.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais e no muro.
Ele mora em vários lugares.
Em locais úmidos
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Na sua concha, na floresta.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais
Na sua concha, no chão.
Em locais úmidos.
Ele mora em vários lugares.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais, em locais
úmidos.
58
69
No mato. Em locais verdes e úmidos.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais, em locais
úmidos.
70
Ele mora na floresta, e ele gosta de
ficar em locais úmidos.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais, em locais
úmidos.
71
Em vários lugares e em especial nas
árvores. Em locais úmidos.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais, em locais
úmidos.
72
Na árvore. Em locais úmidos
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais, em locais
úmidos.
73
Na terra, ele gosta de ficar em planta.
74
Ele mora dentro da casquinha dele.
Nas árvores, no mato, nos muros, etc.
Ele gosta de ficar próximo
dos vegetais e na terra.
Ele mora na concha dele e
em vários lugares.
Tabulação das respostas de todos os entrevistados à questão 3
Você acha que o caracol africano pode causar algum mal à saúde?
Alunos
1
Expressões-chave
Idéias centrais
Ancoragem
Sim. Caso ingerido a pessoa pode
Pode causa mal se for
sentir mal-estar ou então causar
ingerido ou se a pessoa pisar Causa algum tipo de
infecção alimentar. Caso a pessoa pise
nele.
prejuízo à saúde
e se cortar uma infecção.
humana. (B)
2
Sim. A morte.
Pode causar a morte
Citando a morte (A)
3
Sim. Ele pode. Eu não sei.
Não sei que tipo de mal.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
4
Pode. Morte.
Pode causar a morte
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
5
Pode. Ele pode causar perda de pés e
mão e até amputação.
Pode causar a perda de
membros.
Citando a morte (A)
6
Doença
Doenças.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
7
Sim. Pode soltar micróbios.
Pode soltar micróbios.
8
Sim. Transmitindo doença para os pés.
Doenças.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
59
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
9
Sim. Infecção.
Infecções
10
Sim. Gosma venenosa.
Sim. Gosma venenosa.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
11
Sim. O caracol africano ele traz
doenças que pode até matar algumas
pessoas.
Doenças que podem até
matar.
Citando a morte (A)
12
Eu acho que esse caracol tem doença
perigosa que pode ser perigosa.
Ele tem doenças perigosas.
13
Eu acho que não, da última vez que eu
vi ele, disse é gosmento mas não faz
mal a ninguém.
Não causam mal à saúde.
Não fazem mal à
saúde (C)
14
Sim. Uma doença.
Doenças.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
15
Pode até causar algum mal, uma
alergia ou bactérias.
Pode causar alergias ou
transmitir bactérias.
16
Sim. Algumas doenças.
Doenças.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
17
Sim. Algumas doenças.
Doenças.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
18
Sim. Doenças do tipo infecções,
coceiras, empolação.
19
Sim.
Sim.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
20
Sim. Matar.
Pode matar.
Citando a morte (A)
21
Sim. Ficar com a barriga cheia de
caracol.
Dar caracol na barriga.
Caracol na barriga
(D)
22
Sim. A morte.
Pode causar a morte
Citando a morte (A)
23
Ele causa muita doença.
Doenças.
24
Sim. Mal à saúde, ele transmite doença
com o contato da pessoa com ele.
Doenças.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Doenças, infecções, coceiras, Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
empolação.
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
60
25
Sim. Muitas coisas más.
Coisas ruins.
26
Sim. Algumas doenças.
Doenças.
27
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
Depende se tiver contato, para ter uma
Pode causar doenças se a
prejuízo à saúde
doença.
pessoa tiver contato com ele.
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
28
Sim. Diarréia, âncea de vômito e
também pode matar.
Diarréia, âncea de vômito e
pode matar.
29
Muitas doenças.
Doenças.
30
Sim. Provocar doenças.
Doenças.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
31
Sim, ovo de barriga.
Ovos de barriga.
Ovos na barriga (D)
32
Sim. Doenças ruins.
Doenças.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
33
Eu não sei bem as doenças que ele
causa, mas deve ser muito ruim.
Não sei que tipo de mal.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
34
Doenças, etc.
Doenças.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
35
Sim. Doenças.
Doenças.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
36
Sim. Mas não sei.
Não sei que tipo de mal.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
37
Pode. Um tipo de febre, dor de cabeça, Febre, dor de cabeça, e pode
se você tiver um ferimento exposto ao infeccionar um ferimento que Causa algum tipo de
ar ele pode infeccionar.
esteja exposto.
prejuízo à saúde
humana. (B)
38
Sim. Infecções, febre, etc.
Infecções, febre, etc.
39
Sim. Pode matar um pessoa ou deixar
em cama.
Pode matar uma pessoa ou
deixá-la de cama
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Citando a morte (A)
61
40
Sim. Ele causa uma doença. Que o
caracol fez a barriga da menina
crescer.
Causa a doença que fez a
barriga da menina crescer.
41
Sim. Faz mal à nossa saúde, caso ele
encosta em nós precisamos cuidar o
mais rápido possível porque se não
nós ficamos doentes, com um tipo de
infecção.
Se encostarmos nele temos
que cuidar rápido, se não
podemos ficar doentes.
42
Sim. Doenças graves.
Doenças.
43
Sim. Doença no nosso corpo.
Doenças.
44
Sim. Várias doenças.
Doenças.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
45
Sim. Febre, mal-estar, etc.
Febre, mal-estar, etc.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
46
Sim. Ele pode deixar uma pessoa
muito mal e pode até matar uma
pessoa.
Pode matar uma pessoa.
Citando a morte (A)
47
Sim. Infecções, febre, etc.
Infecções, febre, etc.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
48
Sim. Mal-estar, febre, dores, etc.
Mal-estar, febre, dores, etc.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
49
Sim. Doenças que são causadas pela
contaminação de folha para fazer chá
e etc. Eu acho.
Contamina as folhas que
usamos para fazer chá aí
podemos ficar doentes.
50
Sim. Ele pode transmitir doenças.
Doenças.
51
Sim. Infecções.
Infecções.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
52
Sim. Que a barriga cresce.
Doença que faz a barriga
crescer.
Fez a barriga
crescer (D)
53
Sim. Fica machucado.
-
54
Sim. Doenças graves, com grandes
sintomas.
Doenças.
Fez a barriga
crescer (D)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
62
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
55
Sim. Febre, alergia.
Febre, alergia.
56
Sim. Vômito, diarréia, etc.
Vômito, diarréia, etc.
57
Sim. Coceira.
Coceira.
58
Sim. Doenças como febre, etc.
Doenças como febre, etc.
59
Sim. Algumas doenças. Se a gente
pisar nele faz mal à saúde.
Causa mal se pisarmos nele.
60
Sim. Não sei.
Não sei que tipo de mal.
61
Sim. Doenças graves como a dengue.
Doenças graves como a
dengue.
62
Acho que sim. Pode causar alguma
irritação ou coceira.
63
Sim. Febre e outras etc.
64
Sim. Porque eu fiquei sabendo que ele
mata.
Pode causar a morte.
Citando a morte (A)
65
Sim. Porque minha prima morreu
porque ela pisou nele.
Se pisarmos nele isso pode
levar à morte.
Citando a morte (A)
66
Sim. Febre e outras doenças.
Febre e outras doenças.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
67
Sim. Pode tirar uma mão de uma
pessoa.
Pode causar a perda de
membros.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
68
Sim. Eles ficam com febre, dores e
outros.
Pode causar febre, dor e
outros.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
69
Sim. Doenças, febre, dengue, etc.
Doenças, febre, dengue, etc.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Pode causar alguma irritação Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
ou coceira.
humana. (B)
Causa algum tipo de
Febre e outras etc.
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
63
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
70
Sim. Dores, febre, enjôo, etc.
Dores, febre, enjôo, etc.
71
Sim. Vários tipos de doença, como
febre, dores na barriga e enjôo.
Doença, como febre, dores
na barriga e enjôo.
72
Não.
Não causam mal à saúde.
Não fazem mal à
saúde (C)
73
Não.
Não causam mal à saúde.
Não fazem mal à
saúde (C)
74
Sim. Eu já ouvi falar que causa
infecções na pele e pode até matar
uma pessoa.
Pode causar infecções na
pele e pode até matar uma
pessoa.
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Causa algum tipo de
prejuízo à saúde
humana. (B)
Tabulação das respostas de todos os entrevistados à questão 4
Você acha que o caracol africano pode causar algum mal à natureza? Que tipo de mal?
Aluno
Expressões-chave
Idéias centrais
Ancoragem
1
Não
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
2
Sim. Prejudicando o crescimento e o
desenvolvimento das plantas.
Prejudica o crescimento e
desenvolvimento das
plantas.
Prejudica de alguma
forma (B)
3
Sim. Matando ela e os animais.
Ele mata os animais.
Prejudica de alguma
forma (B)
4
Sim. Todos.
Causa todos os males à
natureza.
Prejudica de alguma
forma (B)
5
Eu acho que não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
6
Comer as árvores as folhas das
árvores.
Come as plantas.
Prejudica de alguma
forma (B)
7
Sim. Ele pode matar as plantas.
Pode matar as plantas.
Prejudica de alguma
forma (B)
8
Sim. Ele pode causar algum mal à
natureza e aos amimais.
Pode causar mal à natureza
e aos animais.
Prejudica de alguma
forma (B)
9
Sim. Desmatação.
Causa desmatamento.
Prejudica de alguma
forma (B)
10
Sim. Por exemplo, aquela gosma
pode ser contagiosa ou ter algum
veneno.
Pode causa mal com seu
muco.
Prejudica de alguma
forma (B)
11
Sim. Pode matar alguns bichos.
Pode matar os animais.
Prejudica de alguma
forma (B)
64
12
Sim.
Sim.
Prejudica de alguma
forma (B)
13
Não. Eles vivem livres acho que se
eles fizessem algum mal a natureza a
gente já teria visto alguma reação
diferente.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
14
Não. Ele só come folha.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
15
Não Sei
Não sei.
Não sabe (C)
16
À natureza não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
17
Sim.
Sim.
Prejudica de alguma
forma
(B)
18
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
19
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
20
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
21
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
22
Sim. Prejudicá-la.
Sim.
Prejudica de alguma
forma (B)
23
Sim. Ele pode transmitir muitas
doenças para os animais.
Pode transmitir doenças
para os animais.
Prejudica de alguma
forma (B)
24
Não. Porque ele veio dela, tem muitos
animais que até comem.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
25
Sim. Desequilíbrio ambiental.
Pode causa desequilíbrio
ambiental.
Prejudica de alguma
forma (B)
26
Sim. Ele é uma peste e acaba com os
animais e vegetais das regiões.
Acaba com os animais e
vegetais.
Prejudica de alguma
forma (B)
27
Não deve ter predador então ele
compete com outros animais.
Compete com outros
animais.
Prejudica de alguma
forma (B)
28
Sim. Matando os bichos que se
alimenta de caracóis nativos.
Mata os bichos que se
alimentam dos animais
nativos.
Prejudica de alguma
forma (B)
29
Ele pode destruir plantações.
Ele pode destruir
plantações.
Prejudica de alguma
forma (B)
30
Sim. Os outros animais. Podem
comer algum por onde ele passou, ou
seja, ela mesma se contamina.
Ele pode contaminar o
ambiente e contaminar
outros animais e a si
mesmo.
Prejudica de alguma
forma (B)
65
31
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
32
Sim. Porque ele come as folhas.
Ele come as folhas.
Prejudica de alguma
forma (B)
33
Não. Apesar de eles serem muitos,
fazem parte na natureza, alguma
coisa de bom.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
34
Não sei.
Não sabe.
Não sabe. (C)
35
Sim. Ele come as plantas.
Ele come as folhas.
Prejudica de alguma
forma (B)
36
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
37
Não. Porque ele é da natureza.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
38
Sim. Ele come folhas.
Ele come as folhas.
Prejudica de alguma
forma (B)
39
Sim. Também pode causar a um
cachorro e etc.
Ele também pode causar
mal a um cachorro.
Prejudica de alguma
forma (B)
40
Sim. Nas matas ele faz mal a outros
animais como formigas, eu já vi ele
Ele faz mal a outros animais.
matando uma barata, a larva dele faz
muito mal pra natureza.
41
Ele não pode causar nenhum mal
porque ele veio da natureza que cria
estes tipos de espécies. Ele também
pode prejudicar eles mesmos porque
a doença deles voltam.
Não causa mal à natureza,
porque ele faz parte da
natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
42
Não. Mas eu acho que ele é um
parasita.
Não. Mas ele é um parasito.
Não causa mal à
natureza (A)
43
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
44
sim. Ele mata as plantas, ele "tipo"
come.
Ele come as plantas.
Prejudica de alguma
forma (B)
45
Sim. Pode causar doenças em outros
animais porque tem animais que se
alimenta do caracol.
Pode causar doenças aos
animais que se alimentam
dele.
Prejudica de alguma
forma (B)
46
Sim. Ele pode matar as plantas e os
animais.
Ele pode matar as plantas e
os animais.
Prejudica de alguma
forma (B)
47
Sim. Come plantas, passa bactérias
para plantas e animais.
Alimenta-se das plantas e
passa bactérias para elas e
para os animais.
Prejudica de alguma
forma (B)
Prejudica de alguma
forma (B)
66
48
Sim. Porque tem animais que comem
caracol e podem ficar doentes e até
morrer.
Pode causar doenças aos
animais que se alimentam
dele e até levar à morte.
Prejudica de alguma
forma (B)
49
Sim. Porque a maioria das pessoas
usa ervas para se curar onde o
caracol passou.
Ele passa por cima das
ervas utilizadas como
remédio.// As pessoas usam
ervas para curar o local
onde o caracol passou.
Prejudica de alguma
forma (B)
50
Sim. Ele pode acabar com as folhas e
as flores.
Ele pode acabar com as
folhas e as flores.
Prejudica de alguma
forma (B)
51
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
52
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
53
Não. Nenhum.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
54
Sim. Ele come as folhas e transmite
doenças.
Ele come as plantas e
transmite doenças.
Prejudica de alguma
forma (B)
55
Não. Nenhum.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
56
Não. Nenhum.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
57
Sim. As folhas ficam furadas.
Come as folhas.
Prejudica de alguma
forma (B)
58
Sim. As plantas.
Prejudica as plantas.
Prejudica de alguma
forma (B)
59
Sim. Ele causa mal às plantas.
Prejudica as plantas.
Prejudica de alguma
forma (B)
60
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
61
Sim. Acaba com as plantas e
vegetais.
Acaba com os vegetais.
Prejudica de alguma
forma (B)
62
Sim. Ele pode comer muitas folhas e
acabar com a natureza.
Ele pode comer muitas
folhas e acabar com a
natureza.
Prejudica de alguma
forma (B)
63
Sim. As plantas.
Pode causar mal às plantas.
Prejudica de alguma
forma (B)
64
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
65
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
66
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
67
67
Sim. Destrói as plantas.
Destrói as plantas.
Prejudica de alguma
forma (B)
68
Não. Nenhum.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
69
Não porque ele faz parte da natureza.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
70
Sim. Contaminar as plantas que
reproduzem o alimento.
Contamina as plantas que
produzem o alimento.
Prejudica de alguma
forma (B)
71
Sim. Mal aos lagartos porque eles
gostam de comer esse caracol.
Causa mal ao lagarto porque
este se alimenta do caracol.
Prejudica de alguma
forma (B)
72
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
73
Não.
Não causa mal à natureza.
Não causa mal à
natureza (A)
74
Sim. Ele come as plantas, passa
bactérias para as árvores, plantas,
etc.
Se alimenta das plantas e
passa bactérias para elas.
Prejudica de alguma
forma (B)
Tabulação das respostas de todos os entrevistados à questão 5
Em sua casa tem caracol africano? O que você e sua família fazem com ele?
Aluno
Expressões-chave
Idéias centrais
Ancoragem
1
Não.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
2
Sim. Colocamos sal e jogamos fora.
Colocamos com sal e
jogamos fora.
Coloca sal e joga no
lixo (F)
3
Não.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
4
Não.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
5
Muitos. Jogamos sal e queimamos.
Jogamos sal e queimamos
Coloca sal e queima
(E).
6
Não sei.. Mas quando aparece a
gente taca sal.
Não sei.. Mas quando
aparece a gente taca sal.
Coloca sal (B)
7
Não. Nada.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
8
A gente joga muito sal grosso.
Colocamos sal grosso.
Colocamos sal grosso
(H)
9
Sim. Minha vó põe sal e queima.
Minha avó põe sal e queima.
Coloca sal e queima
(E).
68
10
Às vezes sim, às vezes a minha
família pega ele e coloca sal, ou se
não joga no mato.
Às vezes sim, às vezes a
minha família o pega e
coloca sal, ou se não joga no
mato.
Às vezes aparece, aí
coloca sal ou joga no
mato (D)
11
Sim. Eu pego sal e jogo encima dele e
pego uma sacola boto ele dentro e
jogo fora.
Coloco sal e jogo fora.
Coloca sal e joga no
lixo (F)
12
Pegar o caracol e coloque na sacola e
colocar sal e botar no lixo.
Coloco sal e joga no lixo.
Coloca sal e joga no
lixo (F)
13
Acho que sim. No quintal etc. Deixa
ele ir embora.
Deixa-o ir embora.
Deixa ir embora.(C)
14
Sim. Às vezes. Tacamos sal.
Às vezes. Tacamos sal.
Coloca sal (B)
15
Tem. Minha família joga sal ele morre.
Minha família joga sal ele
morre.
Coloca sal (B)
16
Aparece às vezes. Mata ele com sal.
Aparece às vezes. Mata ele
com sal.
Às vezes aparece, aí
coloca sal (D)
17
Não tem caracol africano.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
18
Sim. Meu pai joga sal.
Meu pai joga sal.
Coloca sal (B)
19
Não tem caracol africano.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
20
Não tem caracol africano.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
21
Tem no terreno. Nós botamos sal.
Tem no terreno. Nós
botamos sal.
Coloca sal (B)
22
Sim. A minha família taca sal.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
23
Sim. Nós colocamos álcool e botamos
pra queimar.
Usamos álcool para
queimar.
Queimam (H)
24
Por agora não. Mas tinha, minha mãe
tacava sal.
Quando tinha minha mãe
colocava sal.
Quando aparece
colocamos sal (D)
25
Sim. Jogamos sal que ele chora.
Usamos sal.
Coloca sal (B)
26
Não. Mas se tiver eu jogo sal nele.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
27
Não tem nunca apareceu nem perto.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
28
Sim. Jogamos sal e queimamos.
Usamos sal e queimamos
Coloca sal e queima
(E).
29
Jogamos sal com cloro, ou álcool e
fogo.
Usamos sal com cloro, ou
jogamos álcool e
queimamos.
Usa as com cloro ou
queimamos (H)
69
30
Não.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
31
Não.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
32
Sim. Taco sal.
Coloco sal.
Coloca sal (B)
33
Não. Eu mantenho eles longe da
minha casa.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
34
Sim. A gente joga um pouco de sal em
cima.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
35
Não. Nada.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
36
Sim. Eu faço nada
Não fazemos nada.
Deixa ir embora.(C)
37
Sim. Eu não faço nada e nem deixo
ninguém fazer.
Não fazemos nada.
Deixa ir embora.(C)
38
Sim. No quintal, colocamos sal.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
39
Não. Eu e minha família tacamos sal.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
40
Bom, na minha casa não tem
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
41
Não. Tacamos sal dentro dele aí ele
morre.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
42
Sim. Até agora a gente só joga sal.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
43
Não. Se tivesse colocaríamos num
saco e bota sal.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
44
Não. Mata com sal.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
45
Sim. Eu taco sal aí ele morre.
Taco sal.
Coloca sal (B)
46
Sim. No quintal, taco sal.
Taco sal.
Coloca sal (B)
47
Sim. Botam sal.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
48
Sim. Taco sal ou água com sal neles.
Taco sal ou boto fogo neles
ou água com sal neles.
Coloca sal (B)
49
Sim. Taco sal ou boto fogo.
Coloca sal ou queimam.
Coloca sal e queima
(E).
50
Não. Mas se tivesse a gente jogava
sal.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
51
Não. Mas se tivesse colocaríamos sal.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
52
Sim. Pego boto numa sacola e boto
sal e jogo fora.
Coloco sal e jogo fora.
Coloca sal e joga no
lixo (F)
53
Não.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
70
54
Sim. Botamos sal e queimamos.
Usamos sal e queimamos
Coloca sal e queima
(E)
55
Não.
Não tem caracol em minha
casa.
Não tem caracol (A)
56
Não. Jogamos sal.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
57
Sim. Matamos.
Matamos
-
58
Às vezes. Jogo sal.
Taco sal.
Coloca sal (B)
59
Tem. Queimamos eles e jogamos sal.
Usamos sal e queimamos
Coloca sal e queima
(E)
60
Tem. Jogamos sal e também
queimamos.
Usamos sal e queimamos
Coloca sal e queima
(E)
61
Sim. Boto em um saquinho plástico e
queimam.
Queimam.
Queimam (H)
62
Tem, eu e minha família botamos sal.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
63
Sim. Jogam sal e amarra ele em um
saquinho.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
64
Não. Botamos sal.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
65
Não. Botamos sal.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
66
Sim. Matamos eles.
Matamos
-
67
Sim. Boto sal no caramujo e jogo no
lixo.
Colocamos com sal e
jogamos fora.
Coloca sal e joga no
lixo (F)
68
Não. A gente mata.
Matamos
-
69
Sim. Joga sal e queima.
Usamos sal e queimamos
Coloca sal e queima
(E)
70
Sim. No meu quintal. Boto uma pelota
de sal, em seguida quando ele morre
pega uma luva e bota num saco e o
joga fora.
Colocamos com sal e
jogamos fora.
Coloca sal e joga no
lixo (F)
71
Sim. Nós esquentamos a água com
sal e depois jogamos em cima deles e
depois com uma luva a gente faz uma
fogueira e queima eles.
Usamos sal e queimamos
Jogamos água
salgada e quente e
depois queima. (H).
72
Sim. Coloca sal nele.
A minha família taca sal.
Coloca sal (B)
73
Sim. Taco sal.
Taco sal.
Coloca sal (B)
74
Teve uma época que deu bastante no
quintal. A minha mãe juntos todos e
ateou fogo neles.
Quando tinha minha mãe
queimava.
Quando aparecia
colocamos sal (D)
71
Tabulação das respostas de todos os entrevistados à questão 6
Quando você vê o caracol africano você lembra de alguma coisa que seus professores falam
nas aulas? Escreva as coisas que você lembra.
Aluno
Expressões-chave
Idéias centrais
Ancoragem
1
Não
Não lembra.
Não lembram (A)
2
Sim. Eu lembro que uma vez um
professor meu de outra escola falou
O professor disse que o
que não devemos tocar neles, pois
caracol tem muitas bactérias
eles possuem bactérias e muitas
e que pode levar à morte.
doenças, prejudicando a nossa saúde
e corremos o risco de morrer.
Cita o professor de
outra escola.
O caracol pode
transmitir bactérias
(E)
3
Não falam.
Os professores não falam
sobre isso.
Os professores não
falam sobre o
assunto (B)
4
De nada.
Não lembra de nada.
Não lembra (A)
5
Eu não lembro nada.
Não lembra de nada.
Não lembra (A)
6
Nojento.
-
Fora de contexto
(C)
7
Vermes e micróbios.
Lembra de que eles
transmitem micróbios e
vermes.
Lembra (D)
8
Não, porque eles não falam.
Os professores não falam
sobre isso.
Os professores não
falam sobre o
assunto (B)
9
Não. Os professores não falam sobre
isso.
Os professores não falam
sobre isso.
Os professores não
falam sobre o
assunto (B)
10
Sim, eu lembro dos lugares onde eles Lembra sobre os locais onde
gostam de ficar e de se produzirem e vivem e de que eles colocam
que eles colocam ovos.
ovos.
Lembra (D)
11
Sim. Que não devemos pegar nele
Lembra de que não se deve
senão dá doença, que ele é conhecido pegar no caracol e que ele é
como escargot e etc.
conhecido como "escargot".
Lembra (D)
12
-
-
Em branco (C)
13
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
14
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
15
Não sei.
Não sabe.
Não sabe (F)
16
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
17
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
18
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
19
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
72
20
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
21
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
22
Sim. Micróbios.
Lembra dos micróbios.
Lembra (D)
23
Não lembro.
Não lembra.
Não lembra (A)
24
Lembro, os professores falam que ele
transmite doença.
Lembra que os professores
falam que ele transmite
doença.
Lembra (D)
25
Sim, porque o caracol traz doenças.
Lembra que o caracol traz
doenças.
Lembra (D)
26
Não lembro de nada.
Não lembra de nada.
Não lembra (A)
27
Não lembro de nada.
Não lembra de nada.
Não lembra (A)
28
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
29
Nada, só das doenças.
Lembra que ele causa
doenças.
Lembra (D)
30
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
31
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
32
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
33
Sim. Para nós não andarmos
descalços por causa dos caracóis,
mas também por causa dos outros
animais.
Lembro de que não se deve
andar descalço por causa
dele e de outros animais.
Lembra (D)
34
Nada.
Não lembra.
Não lembra (A)
35
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
36
Nada.
Não lembra.
Não lembra (A)
37
Não lembro de nada.
Não lembra.
Não lembra (A)
38
Sim. Que não podemos tocar,
principalmente quando estamos
feridos.
Lembra de que não
podemos tocar,
principalmente se estivermos
com algum machucado.
Lembra (D)
39
Não. Eu só lembro que ele pode
colocar uma gosma e pode fazer mal
a uma pessoa
Lembra que ele pode fazer
mal a uma pessoa.
Lembra (D)
40
Que não se deve andar descalço
perto da larva do caracol.
Que não se deve andar
descalço perto da larva do
caracol.
Lembra (D)
41
Sim. O significado dele, etc.
Sim. O significado dele.
Lembra (D)
42
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
43
Sim. Lembro das doenças que ele
pode nos transmitir.
Lembra que ele causa
doenças.
Lembra (D)
44
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
45
Não
Não lembra.
Não lembra (A)
46
Sim. Eles falam pra tomar cuidado.
Sim. Eles falam pra tomar
cuidado.
Lembra (D)
47
Não lembro.
Não lembra.
Não lembra (A)
48
Sim. Que transmite doenças.
Que transmite doenças.
Lembra (D)
73
49
Sim. Falam que o caracol tem
doenças. Para nós lavarmos as
plantas antes de tomar chá.
Lembra que eles transmitem
doenças e que devemos
lavar as plantas e só depois
a utilizar para fazer chá.
Lembra (D)
50
Sim. Que não podemos mexer neles.
Lembra de que não se deve
tocar nele.
Lembra (D)
51
Sim. Eu lembro de algumas doenças
que eles podem causar.
Lembra que ele causa
doenças.
Lembra (D)
52
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
53
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
54
Sim. Que ele transmite doenças que
eles são nojentos
Que ele transmite doenças
que eles são nojentos
Lembra (D)
55
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
56
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
57
Sim. Não tocar.
Não tocar.
Lembra (D)
58
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
59
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
60
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
61
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
62
Eu lembro de não ficar descalço na
mata porque deve ter passado
caramujo.
Não se deve ficar descalço
em locais onde o caracol
pode ter passado.
Lembra (D)
63
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
64
Não. Porque os professores não
falam.
Os professores não falam
sobre isso.
65
Não. Porque os professores não falam
sobre eles.
Os professores não falam
sobre isso.
66
Não.
Não lembra.
Os professores não
falam sobre o
assunto (B)
Os professores não
falam sobre o
assunto (B)
Não lembra (A)
67
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
68
Não eu não lembro.
Não lembra.
Não lembra (A)
69
Sim. Que não pode pegar nem pisar
na gosma.
Não se deve entrar em
contato com o muco.
Lembra (D)
70
Sim. Para não mexer. Não aplicá-lo
para rastejar sobre o corpo e etc.
Não colocar o caracol sobre
o corpo.
Lembra (D)
71
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
72
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
73
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
74
Não.
Não lembra.
Não lembra (A)
74
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Patrícia do Socorro de Campos da Silva - DECB