Analise epidemiológica de adolescentes estudantes do ensino fundamental sobre atividade sexual e gravidez. Miller*, Angély de Paula; Protta*, Graziele Aparecida; Rodrigues*, Mayco de Almeida; Silva*, Carla Lorraine; Tavares*, Michele Wermelinger; Duarte**, Marcelo. *Fisioterapeutas, Especialistas em Fisioterapia Traumato-Ortopédica Funcional – UGF. **Fisioterapeuta, Mestre em Fisioterapia UNIMEP – SP, Professor UNICEUCEL – RJ. Resumo Introdução: O perfil dos adolescentes vem se tornando muito alterado devido à quantidade de informações e da ausência dos responsáveis no convívio familiar. O sexo passa a ser mais freqüente e a atividade sexual cada vez mais precoce. Objetivo: Foi identificar o nível de conhecimento das adolescentes da 5° a 8° série sobre atividades sexuais e verificar a existência de gravidez. Materiais e métodos: Foi aplicado um questionário em um colégio estadual na cidade de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, com meninas de 5ª a 8ª série no período de Outubro a Dezembro de 2009. Resultados: Foram avaliadas 29 adolescentes, onde estas tiveram uma iniciação sexual com idade média de 15 anos, com boas informações sobre atividade sexual e métodos contraceptivos, sendo a maior parte destas obtidas com os pais. O índice de gravidez foi baixo, porém praticamente metade destas adolescentes tem colegas grávidas ou com filhos. Conclusão: O nível de informação das adolescentes é satisfatório e suficiente para que se evite uma gravidez precoce. Palavras chave: Adolescente, atividade sexual, gravidez, contraceptivo. Abstract Introduction: The profile of the adolescents comes very if becoming modified due to amount of information and the absence of the responsible ones in the familiar conviviality. The sex starts to be more frequent and the sexual activity each precocious time. Objective: Was to identify to the level of knowledge of the adolescents of 5° 8° series on sexual activities and to verify the pregnancy existence. Materials and methods: A questionnaire in a state college in the city of New Friburgo was applied, Rio De Janeiro, with girls of 5ª 8ª series in the period of October the December of 2009. Results: 29 adolescents had been evaluated, where these had had a sexual initiation with average age of 15 years, with good information on sexual activity and contraceptive methods, being most of these gotten with the parents. The pregnancy index was low, however practically half of these adolescents has pregnant colleagues or with children. Conclusion: The level of information of the adolescents is satisfactory and enough so that if it prevents a precocious pregnancy. Words key: Adolescent, sexual activity, pregnancy, contraceptive. Introdução Nas ultima décadas, o perfil dos adolescentes vem se tornando muito alterado devido à quantidade de informações, muitas das vezes deturpadas pelo ouvinte, alem da ausência dos responsáveis no convívio familiar. Muitos fatores influenciam as atitudes de uma adolescente. O uso de drogas e álcool, esta presente na maioria dos eventos sociais. A partir desse consumo, O conhecimento sobre a sexualidade é primordial para que se evite doenças e gravidez indesejada. Estas podem ocasionar um transtorno na vida dessa adolescente e sua família. A atividade sexual esta cada vez mais precoce, levando a uma gestação muitas das vezes na infância, prejudicando seu desenvolvimento social e sua qualidade de vida. Os familiares e seus amigos também sofrerão conseqüências devido a esse fato. A escola é um meio social em que as adolescentes se envolvem com muita facilidade, e desenvolvem seus conceitos e laços afetivos. A partir daí, podem ser ocasionados os problemas sociais e de relacionamentos. Qualquer distúrbio pode gerar situações que perdurará a vida inteira. O objetivo do presente estudo é identificar o nível de conhecimento das adolescentes da 5° a 8° série sobre atividades sexuais e verificar a existência de gravidez. Revisão bibliográfica A sexualidade na juventude tem sido objeto de atenção em nossa sociedade. Um dos principais focos de preocupação e intervenção é a gravidez na adolescência, que é também recorrentemente chamada de indesejada, precoce, não-planejada. Atualmente há uma explosão discursiva em torno desse tema e sobre o modo como a sexualidade adolescente tem sido focada como um problema social frente ao qual a escola é conclamada a intervir. A conduta sexual dos indivíduos e da população tornou-se objeto de análise e de diferentes intervenções médicas, pedagógicas, políticas e governamentais, levando esses diferentes campos a articularem-se com o intuito de gerir a sexualidade adolescente a fim de evitar a gravidez, que, em nossa sociedade, não é tida como uma experiência a ser vivida nesse período da vida (ALTMANN, 2007). Brandão; Heilborn (2006), realizaram um estudo qualitativo com rapazes e moças e seus respectivos pais sobre o impacto da gravidez na trajetória juvenil e familiar. Foram abordados aspectos como a dificuldade de internalização dos métodos contraceptivos, a descoberta tardia da gravidez e a forma de lidar com esta através do aborto ou reprodução. Este fenômeno precisa ser entendido em um contexto histórico e cultural específico, diferenciando-o das décadas anteriores, pois está marcado pelas regras que organizam o processo de individualização juvenil na contemporaneidade. Dias; Aquino (2006) obtiveram constatações sobre o perfil de jovens que experimentaram a paternidade e maternidade na adolescência em Porto Alegre, Salvador e Rio de Janeiro. Dos 4.634 entrevistados 17,9% de mulheres e 6,3% de homens tornaram-se pais antes dos vinte anos. Os jovens apresentam baixa escolaridade e inserção precoce no mercado de trabalho e a maioria declara renda familiar per capita até um salário mínimo. Com objetivo de identificar o perfil sócio-demográfico e comportamental de gestantes adolescentes, Chalem, et al (2007) entrevistaram mil adolescentes admitidas em um hospital municipal de São Paulo. Na época da parturição, 67,3% não estudavam, apenas 23,7% faziam uso de métodos contraceptivos, 81,2% não tinham planejado a gestação e 80,1% eram primigestas. Com relação ao consumo referido de tabaco, de álcool e de drogas ilícitas durante a gestação, os números foram, respectivamente de 17,3%, 2,8% e 1,7%. Gontijo; Medeiros (2008) identificaram os significados atribuídos à maternidade por adolescentes com experiência de vida nas ruas que optaram por assumir o cuidado dos filhos fora destas. A experiência da maternidade é significada de forma positiva pelas adolescentes, sendo o filho entendido como o "salvador" de uma morte certa nas ruas, depositando nele as expectativas de um futuro melhor. Costa et al (2005) analisaram as mudanças sócio-demográficas e atitudes dos coresponsáveis pela gravidez de adolescentes, nas ocasiões da gravidez e da entrevista em de Feira de Santana, de agosto a dezembro de 2001. Houveram mudanças significativas na escolaridade e situação conjugal dos co-responsáveis, a maioria apresentou atitudes positivas diante da gestação e registro civil da criança. Paraguassu et al (2005) analisaram a saúde reprodutiva pré e pós-gestacional e mudanças sócio-demográficas de mulheres que foram mães na adolescência em Feira de Santana, de agosto a dezembro de 2001. Constataram o abandono escolar, maior coabitação com parceiro, procura ao planejamento familiar, uso de contraceptivos bem como presença de novos filhos. Batista da Silva et al (2007), avaliaram o conhecimento de estudantes do nível médio do interior de São Paulo sobre métodos contraceptivos e verificou falta de conhecimento adequado sobre estes independente do sexo e do tipo de escola. Cerqueira-Santos et al (2010), identificaram as diferenças existentes entre um grupo de adolescentes que viveu a experiência de gravidez durante a adolescência, com 1015 jovens de nível socioeconômico baixo de Porto Alegre. 53.5% dos jovens já iniciou a vida sexual, com idade média para a primeira relação de 14 anos. O resultado foi esperado para gravidez e aborto em jovens de nível socioeconômico baixo, quando comparado a outros estudos. Andrade et al (2006) compreenderam o significado para a mãe adolescente, vivenciar o cuidado de seu filho. Participaram do mesmo, oito mães adolescentes entre 15 e 19 anos de idade, através de entrevista. A experiência de cuidar do filho para a mãe adolescente é impulsionada pela vivência de sentimentos que fazem com que desenvolva estratégias de ação e interação, buscando recursos para cuidar de seu filho da melhor maneira possível. Amorim et al (2009) identificaram os fatores associados à gestação na adolescência em um Estado do nordeste do Brasil, totalizando 168 casos. Houve associação de gestação com escolaridade menor que oito anos, ausência do companheiro, história materna de gestação na adolescência, ausência de consultas ginecológicas prévias e falta de acesso aos métodos anticoncepcionais. Bruno et al (2009) avaliou os aspectos epidemiológicos na reincidência de gravidez na adolescência com 187 adolescentes atendidas e acompanhadas durante cinco anos após o parto, no Ceará. 61% das adolescentes engravidaram nos cinco anos seguintes ao primeiro parto. A baixa escolaridade, a mudança de parceiros e uniões não estáveis foram fatores de risco para reincidência de gravidez. Kassar et al (2006) descrevam e compararam fatores sócio-econômicos, assistência pré-natal, exposições ao fumo e álcool e fatores reprodutivos entre 250 mães adolescentes e adultas jovens em três maternidades públicas no Nordeste do Brasil. Verificou-se entre as adolescentes um percentual significante de primiparidade, baixa renda familiar, baixa escolaridade e pouca assistência no pré-natal, em relação às adultas jovens. Carniel et al (2006) descreveram o perfil das mães e seus recém-nascidos e apontaram fatores de risco para gravidez na adolescência. Houveram associações entre gravidez na adolescência e mulheres sem companheiro, sem ocupação, de regiões com baixas condições de vida e com pré-natal inadequado. Silva; Tonete (2006) verificaram o significado da gravidez da adolescente e seus familiares, através de uma entrevista. Houve melhora no relacionamento familiar pela chegada do bebê e frustração devido à interrupção e mudança no projeto de vida familiar, sem um relacionamento estável com o pai da criança. Carvacho et al (2008) verificaram o conhecimento sobre alguns aspectos do aparelho genital feminino, da fisiologia da reprodução e sua associação com características sócio- demográficas e escolhas reprodutivas em adolescentes gestantes. Houveram associações significativas entre o conhecimento e a idade dos parceiros, diferença de idade do casal, manutenção do vinculo após ocorrência da gravidez, filiação religiosa e escolaridade da adolescente. Moreira et al (2008) investigaram os conflitos vivenciados pelas adolescentes com a descoberta da gravidez em Jucás, Ceará. Verificou-se que era um problema indesejado e as adolescentes tinham medo de partilhar sua descoberta com a família ou o companheiro. As reações dos responsáveis e o baixo nível socioeconômico foram determinantes da não aceitação da gestação. Caputo; Bordin (2008) analisaram fatores individuais e familiares associados à gravidez na adolescência, incluindo uso freqüente de álcool e drogas ilícitas por familiar com amostra de 408 adolescentes sexualmente ativas, de Marília, SP, 2003-2004. Verificou-se que baixa escolaridade paterna, a falta de informação sobre sexualidade e fertilização e o uso de drogas ilícitas por familiar residente no domicílio foram fatores de risco. A maneira como homens e mulheres se posicionam diante das situações vividas são resultados da educação familiar. A maternidade e os significados a ela atribuídos são bastante valorizados nas camadas populares, uma vez que possibilitam a afirmação de identidade de mulher e a realização dos papéis femininos ligados à família e cuidado dos filhos. (OLIVEIRA, 2008) Sabroza et al (2004) analisaram a associação entre gravidez precoce e as repercussões emocionais negativas para a adolescente. As adolescentes que referiram uma reação negativa da família se sentiram menos valorizadas, com poucas expectativas em relação ao futuro e manifestaram grande sofrimento psíquico. As que estavam fora da escola quando engravidaram tiveram também uma pior autovalorização e menores expectativas em relação ao futuro. Sabroza et al (2004) identificaram o perfil sócio-demográfico de puérperas adolescentes, segundo a faixa etária e a situação conjugal. As adolescentes mais jovens e sem união consensual estão mais sujeitas a engravidar; a não desejar a gestação; a não receber apoio familiar ou do pai do bebê e a realizar mais tentativas de aborto. Santos; Schor (2003) exploraram padrões e desvendaram as diferentes formas de vivenciar a maternidade em 20 adolescentes a partir da sua própria subjetividade, em dois serviços públicos de saúde materno-infantil no Município do Rio de Janeiro, de seis a 24 meses após o nascimento. A vivência da maternidade não é única nem homogênea. Para algumas adolescentes, ser mãe pode ser uma experiência gratificante. Simões et al (2003) identificaram as principais características socioeconômicas, demográficas, antropométricas e comportamentais e os resultados perinatais da gravidez de 2.429 mulheres em São Luís, MA. As adolescentes apresentaram piores condições sócioeconômicas e reprodutivas e maior proporção de pré-natal inadequado que as demais mulheres. Belo; Lucia da Silva (2004) determinaram o conhecimento, a atitude e a prática em relação ao uso prévio de métodos anticoncepcionais e características de 156 adolescentes entre outubro de 1999 a agosto de 2000. A idade média para a primeira relação foi de 14 anos. 98% declararam conhecer pelo menos um método contraceptivo. As adolescentes mais velhas, as que informaram professar alguma religião e as que pertenciam a uma classe sócioeconômica mais alta tinham um maior conhecimento dos métodos. Materiais e métodos Trata-se de um estudo descritivo e exploratório que foi realizado em um colégio Estadual em Nova Friburgo- RJ, no período de Outubro a Dezembro de 2009. Foi aplicado um questionário, após autorização da direção da escola, para adolescentes meninas de 5° a 8° série do ensino médio. Respondido de forma livre e opcional e sem identificação. Foi realizada pelo professor responsável e em sala de aula e recolhido após serem respondidos. Os dados foram analisados através de planilhas e gráficos da Microsoft excelR sob estatística bruta. Resultados A idade das adolescentes que responderam o questionário teve uma média de 17 anos + 1,2. A idade de sua primeira relação sexual foi de 15 anos + 1,22. Tabela 2 – Idade do início da atividade sexual Tabela 1 – Idade das voluntárias Média DP Máximo Mínimo 16,7037 1,203035 20 15 Média DP Máximo Mínimo 15 1,224745 17 13 Foi questionado se as mães das alunas ficaram grávidas na adolescência. 69% afirmaram que suas mães não engravidaram, enquanto 31% sim. A figura 1 ilustra os resultados. Mães que ficaram grávidas na adolescência 31% sim não 69% Figura 1 – Gravidez da mãe Quando perguntadas se já tiveram relação sexual, 55% afirmaram não ter tido, enquanto 45% sim (Figura 2). Já tiveram iniciação sexual 45% 55% Sim Não Figura 2 – Alunas que já tiveram relação sexual Ao se perguntar se tinham colegas grávidas 57% responderam que não e 43% responderam que sim, conforme mostra a figura 3. Conhecem adolescêntes grávidas 43% Sim Não 57% Figura 3- Colegas grávidas Quando foi perguntado se tiveram informações sobre sexo 97% responderam que tiveram contra apenas 3% que responderam que não, conforme demonstra a figura 4. Tiveram informações sobre sexo 3% Sim Não 97% Figura 4- Informação sobre sexo 41% responderam que foram com os pais as informações sobre sexo, enquanto 33% com professores, 14% com colegas, 6% com parentes e 6% com outros (figura 5). Com que teve a informação 6% 6% 14% Colegas Pais Professor 33% Parentes 41% Outros Figura 5- Origem das informações sobre sexo Ao responder se já tiveram alguma gestação 97% responderam que não e apenas 3% responderam que não conforme mostra a figura 6. Adolescentes grávidas 3% Sim Não 97% Figura 6- Já tiveram gestação Quando foi perguntado se as adolescentes fazem o uso de pílula do dia seguinte 86% afirmaram que não e 14% afirmaram que sim, sendo demonstrado na figura 7. Usaram pílulas do dia seguinte 14% Usaram Não usaram 86% Figura 7- Se fazem uso da pílula do dia seguinte Perguntando sobre uso de anticoncepcional 89% responderam que não e 11% responderam que sim conforme mostra a figura 8. Usam anticoncepcional 11% Usam Não usam 89% Figura 8- Sobre uso de anticoncepcional Quanto ao questionamento sobre gestação ou aborto 94%responderam não terem tido esta ocorrência enquanto 3% já tiveram aborto e 3% gestação. (Figura 9). Tiveram filhos ou aborto 3% 3% Filhos Aborto Não 94% Figura 9- Gráfico sobre gestações e abortos As voluntárias responderam que não tem nem nunca tiveram doença sexualmente transmissível. Ao terem relação sexual, utilizam camisinha como prevenção e os filhos ficam aos cuidados de parentes. Discussão A sexualidade nas meninas é muito explorada pela mídia. Elas estão cada vez mais jovens, iniciando suas atividades sexuais. Em nosso estudo, foi verificado que a idade media das participantes foi de 16,7 anos e sua atividade sexual teve inicio com 15. Esses resultados corroboram com Ximenes Neto et al (2007) que caracterizaram o perfil sócio-demográfico e gineco-obstétrico de 216 adolescentes grávidas no Ceará que tiveram a primeira relação sexual aos 16 anos. A maternidade, pode muitas vezes trazer mudanças positivas na vida da mulher. Na pesquisa, observamos que 31% das adolescentes afirmaram que suas mães engravidaram na adolescência, corroborando com a afirmação de Santos; Schor (2003) de que, para algumas adolescentes, ser mãe pode ser uma experiência gratificante, portanto essa experiência, passada de mãe para filha, serve com influência para a maternidade precoce. A educação sexual das adolescentes hoje encontra-se dividida quanto aos métodos tradicionais e modernos, e o tabu quanto a primeira relação ainda existe. Quando perguntadas se já tiveram relação sexual, 55% afirmaram não ter tido, enquanto 45% sim, mostrando que ainda há insegurança, seja quanto ao parceiro ou com a relação propriamente dita. O fato de ter amigas grávidas precocemente ou conhecer adolescentes com este perfil não tem se mostrado suficiente para servir como influência, pois ao se perguntar se tinham colegas grávidas 57% responderam que não. Os meios de informação cada vez mais destacam a sexualidade, trazendo informações que antes não atingiam grande parte dos jovens. Quando foi perguntado se tiveram informações sobre sexo 97% responderam que sim, contradizendo o estudo de Caputo; Bordin (2008) que relacionou a falta de informação sobre sexualidade com a gravidez. Isto mostra que grande parte dos jovens hoje iniciam a vida sexual com conhecimento, seja este suficiente ou não. Com respeito a obtenção dessas informações nosso estudo mostrou que 41% as obtiveram com os pais e 33% com professores, corroborando com Belo; Lucia da Silva (2004) em que 98% declararam conhecer pelo menos um método contraceptivo. Como a gravidez precoce ainda gera inseguranças, normalmente as adolescentes obtém seu primeiro filho nessa faixa etária, como mostrou nossa pesquisa, em que 97% responderam não ter nenhuma gestação anterior, corroborando com Kassar et al (2006) que verificou um percentual significante de primiparidade. A não utilização de métodos contraceptivos leva muitas meninas a gravidez não desejada. Quando foi perguntado se as adolescentes fazem o uso de pílula do dia seguinte 86% afirmaram que não e 89% responderam que não usam nenhum método contraceptivo. Estas informações corroboram com o estudo de Amorim et al (2009) que associou a gravidez indesejada à falta de acesso aos métodos anticoncepcionais. Considerações finais e Conclusão Geralmente, cidades pequenas tem uma característica em relação a atividade sexual diferente das cidades grandes. Ela se baseia na tradição familiar de consumir o ato sexual após o casamento. Com o avanço das informações, esse paradigma esta entrando em colapso. As meninas e meninos estão entrando nas atividades sexuais cada vez mais cedo. Com base na metodologia aplicada concluímos que houve uma atividade sexual precoce, em relação aos costumes, porem, quando comparado ao trabalho de outros autores, ainda estamos com uma idade de inicio da relação sexual maior que as demais. As infomações que chegam a elas também parece ser um fator que as impeçam de engravidar, visto que a maioria das voluntárias tem conhecimento sobre métodos contraceptivos e que estas informações vieram na maior parte dos pais. O maior método anticoncepcional utilizado por estes adolescentes é a camisinha masculina que além de evitar a gravidez indesejada evita doenças sexualmente transmissíveis. Apesar de ter sido mínimo o resultado de adolescentes grávidas praticamente a metade destas conhecem meninas da mesma idade grávidas. Este fato demonstra a necessidade de realização de novos estudos com um quantitativo mais elevado a fim de oferecer um diagnóstico preciso sobre o perfil das adolescentes relacionadas a sua atividade sexual. Referencias Bibliográficas ALTMANN, Helena. A sexualidade adolescente como foco de investimento político-social. Educ. rev., n.46, pp. 287-310. ISSN 0102-4698. 2007. AMORIM, Melania Maria Ramos ; Lima, Lidiane de Araújo; Lopes, Camila Vigolvino; Araújo, Daniele Kelle Lopes de; Silva, Jéssica Guimarães Gomes; César, Larissa Cynthia e Melo, Adriana Suely de Oliveira. Fatores de risco para a gravidez na adolescência em uma maternidade-escola da Paraíba: estudo caso-controle. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., vol.31, n.8, pp. 404-410. ISSN 0100-7203. 2009. ANDRADE, Paula Rosemberg de; RIBEIRO, Circéa Amália; SILVA, Conceição Vieira da. Mãe adolescente vivenciando o cuidado do filho: um modelo teórico. Rev. bras. enferm., vol.59, n.1, pp. 30-35. ISSN 0034-7167. 2006. BATISTA da SILVA, Nancy Capretz Batista da; Bomfim, Thiago; Cardozo, Nilceu Pfitter; Franco, Maria Aparecida Paiva; Marques, Susi Lippi. Proposta de instrumento para avaliar conhecimento de jovens sobre métodos contraceptivos. Paidéia (Ribeirão Preto). vol.17, n.38, pp. 365-374. ISSN 0103-863X. 2007. BELO, Márcio Alves Vieira; SILVA, João Luiz Pinto e. Conhecimento, atitude e prática sobre métodos anticoncepcionais entre adolescentes gestantes. Rev. Saúde Pública. vol.38, n.4, pp. 479-487. ISSN 0034-8910. 2004. BRANDAO, Elaine Reis; HEILBORN, Maria Luiza. Sexualidade e gravidez na adolescência entre jovens de camadas médias do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública, vol.22, n.7, pp. 1421-1430. ISSN 0102-311X. 2006. BRUNO, Zenilda Vieira; Feitosa, Francisco Edson de Lucena; Silveira, Karla Pinheiro; Morais, Ivany Queiroz de; Bezerra, Maria de Fátima. Reincidência de gravidez em adolescentes. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., vol.31, n.10, pp. 480-484. ISSN 0100-7203. 2009. CAPUTO, Valéria Garcia; BORDIN, Isabel Altenfelder. Gravidez na adolescência e uso freqüente de álcool e drogas no contexto familiar. Rev. Saúde Pública, vol.42, n.3, pp. 402410. ISSN 0034-8910. 2008. CARNIEL, Emília de Faria; ZANOLLI, Maria de Lurdes; ALMEIDA, Carlos Alberto Avancini de; MORCILLO, André Moreno. Características das mães adolescentes e de seus recém-nascidos e fatores de risco para a gravidez na adolescência em Campinas, SP, Brasil . Rev. Bras. Saude Mater. Infant., vol.6, n.4, pp. 419-426. ISSN 1519-3829. 2006. CARVACHO, Ingrid Espejo; PINTO E SILVA, João Luiz; MELLO, Maeve Brito de. Conhecimento de adolescentes grávidas sobre anatomia e fisiologia da reprodução. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.54, n.1, pp. 29-35. ISSN 0104-4230. 2008. CERQUEIRA-SANTOS, Elder; PALUDO, Simone dos Santos; DEI SCHIRO, Eva Diniz Bensaja; KOLLER, Sílvia Helena. Gravidez na adolescência: análise contextual de risco e proteção. Psicol. estud., vol.15, n.1, pp. 72-85. ISSN 1413-7372. 2010. CHALEM, Elisa; Mitsuhiro, Sandra Sendin; Ferri, Cleusa P.; Barras, Marina Carvalho Moraes; Guinsburg, Ruth; Laranjeira, Ronaldo. Gravidez na adolescência: perfil sócio-demográfico e comportamental de uma população da periferia de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública., vol.23, n.1, pp. 177-186. ISSN 0102-311X. 2007. COSTA, Maria Conceição Oliveira; Lima, Indiara Campos; Júnior, Davi Félix Martins; Santos, Carlos Antônio de Souza Teles; Araújo, Flávia Priscilla Oliveira de; Assis, Daniela Rozzato de. Gravidez na adolescência e co-responsabilidade paterna: trajetória sociodemográfica e atitudes com a gestação e a criança. Ciênc. saúde coletiva., vol.10, n.3, pp. 719-727. ISSN 1413-8123. 2005. DIAS, Acácia Batista e AQUINO, Estela M. L.. Maternidade e paternidade na adolescência: algumas constatações em três cidades do Brasil. Cad. Saúde Pública., vol.22, n.7, pp. 14471458. ISSN 0102-311X. 2006. GONTIJO, Daniela T.; MEDEIROS, Marcelo. "Tava morta e revivi": significado de maternidade para adolescentes com experiência de vida nas ruas. Cad. Saúde Pública., vol.24, n.2, pp. 469-472. ISSN 0102-311X. 2008. KASSAR, Samir; Lima, Marilia de C.; Albuquerque, Maria de Fátima M. de; Barbieri, Marco Antônio; Gurgel, Ricardo Q. Comparações das condições socioeconômicas e reprodutivas entre mães adolescentes e adultas jovens em três maternidades públicas de Maceió, Brasil. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. vol.6, n.4, pp. 397-403. ISSN 1519-3829. 2006. MOREIRA, Thereza Maria Magalhães; VIANA, Danielle de Sousa; QUEIROZ, Maria Veraci Oliveira e JORGE, Maria Salete Bessa. Conflitos vivenciados pelas adolescentes com a descoberta da gravidez. Rev. esc. enferm. USP, vol.42, n.2, pp. 312-320. ISSN 0080-6234. 2008. OLIVEIRA, Régia Cristina. Adolescência, gravidez e maternidade: a percepção de si e a relação com o trabalho. Saude soc. vol.17, n.4, pp. 93-102. ISSN 0104-1290. 2008. PARAGUASSU, Ana Lúcia C. B.; Costa, Maria Conceição O.; Sobrinho, Carlito L. Nascimento; Patel, Balmukund Niljay; Freitas, Juliana Tavares de; Araújo, Flávia Priscilla Oliveira de. Situação sociodemográfica e de saúde reprodutiva pré e pós-gestacional de adolescentes, Feira de Santana, Bahia, Brasil. Ciênc. saúde coletiva., vol.10, n.2, pp. 373-380. ISSN 14138123. 2005. SABROZA, Adriane Reis; LEAL, Maria do Carmo; GAMA, Silvana Granado Nogueira da e COSTA, Janaína Viana da. Perfil sócio-demográfico e psicossocial de puérperas adolescentes do Município do Rio de Janeiro, Brasil - 1999-2001. Cad. Saúde Pública. vol.20, suppl.1, pp. S112-S120. ISSN 0102-311X. 2004. SABROZA, Adriane Reis; LEAL, Maria do Carmo; SOUZA JR., Paulo Roberto de e GAMA, Silvana Granado Nogueira da. Algumas repercussões emocionais negativas da gravidez precoce em adolescentes do Município do Rio de Janeiro (1999-2001). Cad. Saúde Pública. vol.20, suppl.1, pp. S130-S137. ISSN 0102-311X. 2004. SANTOS, Sílvia Reis dos e SCHOR, Néia. Vivências da maternidade na adolescência precoce. Rev. Saúde Pública. vol.37, n.1, pp. 15-23. ISSN 0034-8910. 2003. SIMOES, Vanda Maria Ferreira; Silva, Antônio Augusto Moura da; Bettiol, Heloisa; LamyFilho, Fernando; Tonial, Sueli Rosina; Mochel; Elba Gomide. Características da gravidez na adolescência em São Luís, Maranhão. Rev. Saúde Pública. vol.37, n.5, pp. 559-565. ISSN 0034-8910. 2003. LUCIA SILVA; TONETE, Vera Lúcia Pamplona. A gravidez na adolescência sob a perspectiva dos familiares: compartilhando projetos de vida e cuidado. Rev. Latino-Am. Enfermagem, vol.14, n.2, pp. 199-206. ISSN 0104-1169. 2006. XIMENES NETO, Francisco Rosemiro Guimarães; DIAS, Maria do Socorro de Araújo; ROCHA, José e CUNHA, Isabel Cristina Kowal Olm. Gravidez na adolescência: motivos e percepções de adolescentes. Rev. bras. enferm., vol.60, n.3, pp. 279-285. ISSN 0034-7167. 2007.