Analise epidemiológica de adolescentes estudantes do ensino fundamental sobre
atividade sexual e gravidez.
Miller*, Angély de Paula; Protta*, Graziele Aparecida; Rodrigues*, Mayco de Almeida;
Silva*, Carla Lorraine; Tavares*, Michele Wermelinger; Duarte**, Marcelo.
*Fisioterapeutas, Especialistas em Fisioterapia Traumato-Ortopédica Funcional – UGF.
**Fisioterapeuta, Mestre em Fisioterapia UNIMEP – SP, Professor UNICEUCEL – RJ.
Resumo
Introdução: O perfil dos adolescentes vem se tornando muito alterado devido à quantidade de
informações e da ausência dos responsáveis no convívio familiar. O sexo passa a ser mais
freqüente e a atividade sexual cada vez mais precoce. Objetivo: Foi identificar o nível de
conhecimento das adolescentes da 5° a 8° série sobre atividades sexuais e verificar a
existência de gravidez. Materiais e métodos: Foi aplicado um questionário em um colégio
estadual na cidade de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, com meninas de 5ª a 8ª série no período
de Outubro a Dezembro de 2009. Resultados: Foram avaliadas 29 adolescentes, onde estas
tiveram uma iniciação sexual com idade média de 15 anos, com boas informações sobre
atividade sexual e métodos contraceptivos, sendo a maior parte destas obtidas com os pais. O
índice de gravidez foi baixo, porém praticamente metade destas adolescentes tem colegas
grávidas ou com filhos. Conclusão: O nível de informação das adolescentes é satisfatório e
suficiente para que se evite uma gravidez precoce.
Palavras chave: Adolescente, atividade sexual, gravidez, contraceptivo.
Abstract
Introduction: The profile of the adolescents comes very if becoming modified due to amount of
information and the absence of the responsible ones in the familiar conviviality. The sex starts
to be more frequent and the sexual activity each precocious time. Objective: Was to identify to
the level of knowledge of the adolescents of 5° 8° series on sexual activities and to verify the
pregnancy existence. Materials and methods: A questionnaire in a state college in the city of
New Friburgo was applied, Rio De Janeiro, with girls of 5ª 8ª series in the period of October the
December of 2009. Results: 29 adolescents had been evaluated, where these had had a
sexual initiation with average age of 15 years, with good information on sexual activity and
contraceptive methods, being most of these gotten with the parents. The pregnancy index was
low, however practically half of these adolescents has pregnant colleagues or with children.
Conclusion: The level of information of the adolescents is satisfactory and enough so that if it
prevents a precocious pregnancy.
Words key: Adolescent, sexual activity, pregnancy, contraceptive.
Introdução
Nas ultima décadas, o perfil dos adolescentes vem se tornando muito alterado
devido à quantidade de informações, muitas das vezes deturpadas pelo ouvinte, alem
da ausência dos responsáveis no convívio familiar.
Muitos fatores influenciam as atitudes de uma adolescente. O uso de drogas e
álcool, esta presente na maioria dos eventos sociais. A partir desse consumo,
O conhecimento sobre a sexualidade é primordial para que se evite doenças e
gravidez indesejada. Estas podem ocasionar um transtorno na vida dessa adolescente
e sua família. A atividade sexual esta cada vez mais precoce, levando a uma gestação
muitas das vezes na infância, prejudicando seu desenvolvimento social e sua
qualidade de vida. Os familiares e seus amigos também sofrerão conseqüências
devido a esse fato.
A escola é um meio social em que as adolescentes se envolvem com muita
facilidade, e desenvolvem seus conceitos e laços afetivos. A partir daí, podem ser
ocasionados os problemas sociais e de relacionamentos. Qualquer distúrbio pode
gerar situações que perdurará a vida inteira. O objetivo do presente estudo é identificar o
nível de conhecimento das adolescentes da 5° a 8° série sobre atividades sexuais e verificar a
existência de gravidez.
Revisão bibliográfica
A sexualidade na juventude tem sido objeto de atenção em nossa sociedade. Um dos
principais focos de preocupação e intervenção é a gravidez na adolescência, que é também
recorrentemente chamada de indesejada, precoce, não-planejada. Atualmente há uma
explosão discursiva em torno desse tema e sobre o modo como a sexualidade adolescente
tem sido focada como um problema social frente ao qual a escola é conclamada a intervir. A
conduta sexual dos indivíduos e da população tornou-se objeto de análise e de diferentes
intervenções médicas, pedagógicas, políticas e governamentais, levando esses diferentes
campos a articularem-se com o intuito de gerir a sexualidade adolescente a fim de evitar a
gravidez, que, em nossa sociedade, não é tida como uma experiência a ser vivida nesse
período da vida (ALTMANN, 2007).
Brandão; Heilborn (2006), realizaram um estudo qualitativo com rapazes e moças e
seus respectivos pais sobre o impacto da gravidez na trajetória juvenil e familiar. Foram
abordados aspectos como a dificuldade de internalização dos métodos contraceptivos, a
descoberta tardia da gravidez e a forma de lidar com esta através do aborto ou reprodução.
Este fenômeno precisa ser entendido em um contexto histórico e cultural específico,
diferenciando-o das décadas anteriores, pois está marcado pelas regras que organizam o
processo de individualização juvenil na contemporaneidade.
Dias; Aquino (2006) obtiveram constatações sobre o perfil de jovens que
experimentaram a paternidade e maternidade na adolescência em Porto Alegre, Salvador e
Rio de Janeiro. Dos 4.634 entrevistados 17,9% de mulheres e 6,3% de homens tornaram-se
pais antes dos vinte anos. Os jovens apresentam baixa escolaridade e inserção precoce no
mercado de trabalho e a maioria declara renda familiar per capita até um salário mínimo.
Com objetivo de identificar o perfil sócio-demográfico e comportamental de gestantes
adolescentes, Chalem, et al (2007) entrevistaram mil adolescentes admitidas em um hospital
municipal de São Paulo. Na época da parturição, 67,3% não estudavam, apenas 23,7% faziam
uso de métodos contraceptivos, 81,2% não tinham planejado a gestação e 80,1% eram
primigestas. Com relação ao consumo referido de tabaco, de álcool e de drogas ilícitas
durante a gestação, os números foram, respectivamente de 17,3%, 2,8% e 1,7%.
Gontijo; Medeiros (2008) identificaram os significados atribuídos à maternidade por
adolescentes com experiência de vida nas ruas que optaram por assumir o cuidado dos filhos
fora destas. A experiência da maternidade é significada de forma positiva pelas adolescentes,
sendo o filho entendido como o "salvador" de uma morte certa nas ruas, depositando nele as
expectativas de um futuro melhor.
Costa et al (2005) analisaram as mudanças sócio-demográficas e atitudes dos coresponsáveis pela gravidez de adolescentes, nas ocasiões da gravidez e da entrevista em de
Feira de Santana, de agosto a dezembro de 2001. Houveram mudanças significativas na
escolaridade e situação conjugal dos co-responsáveis, a maioria apresentou atitudes positivas
diante da gestação e registro civil da criança.
Paraguassu et al (2005) analisaram a saúde reprodutiva pré e pós-gestacional e
mudanças sócio-demográficas de mulheres que foram mães na adolescência em Feira de
Santana, de agosto a dezembro de 2001. Constataram o abandono escolar, maior coabitação
com parceiro, procura ao planejamento familiar, uso de contraceptivos bem como presença de
novos filhos.
Batista da Silva et al (2007), avaliaram o conhecimento de estudantes do nível médio
do interior de São Paulo sobre métodos contraceptivos e verificou falta de conhecimento
adequado sobre estes independente do sexo e do tipo de escola.
Cerqueira-Santos et al (2010), identificaram as diferenças existentes entre um grupo de
adolescentes que viveu a experiência de gravidez durante a adolescência, com 1015 jovens
de nível socioeconômico baixo de Porto Alegre. 53.5% dos jovens já iniciou a vida sexual, com
idade média para a primeira relação de 14 anos. O resultado foi esperado para gravidez e
aborto em jovens de nível socioeconômico baixo, quando comparado a outros estudos.
Andrade et al (2006) compreenderam o significado para a mãe adolescente, vivenciar o
cuidado de seu filho. Participaram do mesmo, oito mães adolescentes entre 15 e 19 anos de
idade, através de entrevista. A experiência de cuidar do filho para a mãe adolescente é
impulsionada pela vivência de sentimentos que fazem com que desenvolva estratégias de
ação e interação, buscando recursos para cuidar de seu filho da melhor maneira possível.
Amorim et al (2009) identificaram os fatores associados à gestação na adolescência
em um Estado do nordeste do Brasil, totalizando 168 casos. Houve associação de gestação
com escolaridade menor que oito anos, ausência do companheiro, história materna de
gestação na adolescência, ausência de consultas ginecológicas prévias e falta de acesso aos
métodos anticoncepcionais.
Bruno et al (2009) avaliou os aspectos epidemiológicos na reincidência de gravidez na
adolescência com 187 adolescentes atendidas e acompanhadas durante cinco anos após o
parto, no Ceará. 61% das adolescentes engravidaram nos cinco anos seguintes ao primeiro
parto. A baixa escolaridade, a mudança de parceiros e uniões não estáveis foram fatores de
risco para reincidência de gravidez.
Kassar et al (2006) descrevam e compararam fatores sócio-econômicos, assistência
pré-natal, exposições ao fumo e álcool e fatores reprodutivos entre 250 mães adolescentes e
adultas jovens em três maternidades públicas no Nordeste do Brasil. Verificou-se entre as
adolescentes um percentual significante de primiparidade, baixa renda familiar, baixa
escolaridade e pouca assistência no pré-natal, em relação às adultas jovens.
Carniel et al (2006) descreveram o perfil das mães e seus recém-nascidos e apontaram
fatores de risco para gravidez na adolescência. Houveram associações entre gravidez na
adolescência e mulheres sem companheiro, sem ocupação, de regiões com baixas condições
de vida e com pré-natal inadequado.
Silva; Tonete (2006) verificaram o significado da gravidez da adolescente e seus
familiares, através de uma entrevista. Houve melhora no relacionamento familiar pela chegada
do bebê e frustração devido à interrupção e mudança no projeto de vida familiar, sem um
relacionamento estável com o pai da criança.
Carvacho et al (2008) verificaram o conhecimento sobre alguns aspectos do aparelho
genital feminino, da fisiologia da reprodução e sua associação com características sócio-
demográficas e escolhas reprodutivas em adolescentes gestantes. Houveram associações
significativas entre o conhecimento e a idade dos parceiros, diferença de idade do casal,
manutenção do vinculo após ocorrência da gravidez, filiação religiosa e escolaridade da
adolescente.
Moreira et al (2008) investigaram os conflitos vivenciados pelas adolescentes com a
descoberta da gravidez em Jucás, Ceará. Verificou-se que era um problema indesejado e as
adolescentes tinham medo de partilhar sua descoberta com a família ou o companheiro. As
reações dos responsáveis e o baixo nível socioeconômico foram determinantes da não
aceitação da gestação.
Caputo; Bordin (2008) analisaram fatores individuais e familiares associados à gravidez
na adolescência, incluindo uso freqüente de álcool e drogas ilícitas por familiar com amostra
de 408 adolescentes sexualmente ativas, de Marília, SP, 2003-2004. Verificou-se que baixa
escolaridade paterna, a falta de informação sobre sexualidade e fertilização e o uso de drogas
ilícitas por familiar residente no domicílio foram fatores de risco.
A maneira como homens e mulheres se posicionam diante das situações vividas são
resultados da educação familiar. A maternidade e os significados a ela atribuídos são bastante
valorizados nas camadas populares, uma vez que possibilitam a afirmação de identidade de
mulher e a realização dos papéis femininos ligados à família e cuidado dos filhos. (OLIVEIRA,
2008)
Sabroza et al (2004) analisaram a associação entre gravidez precoce e as
repercussões emocionais negativas para a adolescente. As adolescentes que referiram uma
reação negativa da família se sentiram menos valorizadas, com poucas expectativas em
relação ao futuro e manifestaram grande sofrimento psíquico. As que estavam fora da escola
quando engravidaram tiveram também uma pior autovalorização e menores expectativas em
relação ao futuro.
Sabroza et al (2004) identificaram o perfil sócio-demográfico de puérperas
adolescentes, segundo a faixa etária e a situação conjugal. As adolescentes mais jovens e
sem união consensual estão mais sujeitas a engravidar; a não desejar a gestação; a não
receber apoio familiar ou do pai do bebê e a realizar mais tentativas de aborto.
Santos; Schor (2003) exploraram padrões e desvendaram as diferentes formas de
vivenciar a maternidade em 20 adolescentes a partir da sua própria subjetividade, em dois
serviços públicos de saúde materno-infantil no Município do Rio de Janeiro, de seis a 24
meses após o nascimento. A vivência da maternidade não é única nem homogênea. Para
algumas adolescentes, ser mãe pode ser uma experiência gratificante.
Simões et al (2003) identificaram as principais características socioeconômicas,
demográficas, antropométricas e comportamentais e os resultados perinatais da gravidez de
2.429 mulheres em São Luís, MA. As adolescentes apresentaram piores condições sócioeconômicas e reprodutivas e maior proporção de pré-natal inadequado que as demais
mulheres.
Belo; Lucia da Silva (2004) determinaram o conhecimento, a atitude e a prática em
relação ao uso prévio de métodos anticoncepcionais e características de 156 adolescentes
entre outubro de 1999 a agosto de 2000. A idade média para a primeira relação foi de 14
anos. 98% declararam conhecer pelo menos um método contraceptivo. As adolescentes mais
velhas, as que informaram professar alguma religião e as que pertenciam a uma classe sócioeconômica mais alta tinham um maior conhecimento dos métodos.
Materiais e métodos
Trata-se de um estudo descritivo e exploratório que foi realizado em um colégio
Estadual em Nova Friburgo- RJ, no período de Outubro a Dezembro de 2009.
Foi aplicado um questionário, após autorização da direção da escola, para
adolescentes meninas de 5° a 8° série do ensino médio.
Respondido de forma livre e opcional e sem identificação. Foi realizada pelo
professor responsável e em sala de aula e recolhido após serem respondidos.
Os dados foram analisados através de planilhas e gráficos da Microsoft excelR
sob estatística bruta.
Resultados
A idade das adolescentes que responderam o questionário teve uma média de 17 anos
+ 1,2. A idade de sua primeira relação sexual foi de 15 anos + 1,22.
Tabela 2 – Idade do início da atividade
sexual
Tabela 1 – Idade das
voluntárias
Média
DP
Máximo
Mínimo
16,7037
1,203035
20
15
Média
DP
Máximo
Mínimo
15
1,224745
17
13
Foi questionado se as mães das alunas ficaram grávidas na adolescência. 69%
afirmaram que suas mães não engravidaram, enquanto 31% sim. A figura 1 ilustra os
resultados.
Mães que ficaram grávidas na
adolescência
31%
sim
não
69%
Figura 1 – Gravidez da mãe
Quando perguntadas se já tiveram relação sexual, 55% afirmaram não ter tido,
enquanto 45% sim (Figura 2).
Já tiveram iniciação sexual
45%
55%
Sim
Não
Figura 2 – Alunas que já tiveram relação sexual
Ao se perguntar se tinham colegas grávidas 57% responderam que não e 43%
responderam que sim, conforme mostra a figura 3.
Conhecem adolescêntes grávidas
43%
Sim
Não
57%
Figura 3- Colegas grávidas
Quando foi perguntado se tiveram informações sobre sexo 97% responderam que
tiveram contra apenas 3% que responderam que não, conforme demonstra a figura 4.
Tiveram informações sobre sexo
3%
Sim
Não
97%
Figura 4- Informação sobre sexo
41% responderam que foram com os pais as informações sobre sexo, enquanto 33%
com professores, 14% com colegas, 6% com parentes e 6% com outros (figura 5).
Com que teve a informação
6%
6%
14%
Colegas
Pais
Professor
33%
Parentes
41%
Outros
Figura 5- Origem das informações sobre sexo
Ao responder se já tiveram alguma gestação 97% responderam que não e apenas 3%
responderam que não conforme mostra a figura 6.
Adolescentes grávidas
3%
Sim
Não
97%
Figura 6- Já tiveram gestação
Quando foi perguntado se as adolescentes fazem o uso de pílula do dia seguinte 86%
afirmaram que não e 14% afirmaram que sim, sendo demonstrado na figura 7.
Usaram pílulas do dia seguinte
14%
Usaram
Não usaram
86%
Figura 7- Se fazem uso da pílula do dia seguinte
Perguntando sobre uso de anticoncepcional 89% responderam que não e 11%
responderam que sim conforme mostra a figura 8.
Usam anticoncepcional
11%
Usam
Não usam
89%
Figura 8- Sobre uso de anticoncepcional
Quanto ao questionamento sobre gestação ou aborto 94%responderam não terem tido
esta ocorrência enquanto 3% já tiveram aborto e 3% gestação. (Figura 9).
Tiveram filhos ou aborto
3%
3%
Filhos
Aborto
Não
94%
Figura 9- Gráfico sobre gestações e abortos
As voluntárias responderam que não tem nem nunca tiveram doença sexualmente
transmissível. Ao terem relação sexual, utilizam camisinha como prevenção e os filhos ficam
aos cuidados de parentes.
Discussão
A sexualidade nas meninas é muito explorada pela mídia. Elas estão cada vez mais
jovens, iniciando suas atividades sexuais. Em nosso estudo, foi verificado que a idade media
das participantes foi de 16,7 anos e sua atividade sexual teve inicio com 15. Esses resultados
corroboram com Ximenes Neto et al (2007) que caracterizaram o perfil sócio-demográfico e
gineco-obstétrico de 216 adolescentes grávidas no Ceará que tiveram a primeira relação
sexual aos 16 anos.
A maternidade, pode muitas vezes trazer mudanças positivas na vida da
mulher. Na pesquisa, observamos que 31% das adolescentes afirmaram que suas
mães engravidaram na adolescência, corroborando com a afirmação de Santos; Schor
(2003) de que, para algumas adolescentes, ser mãe pode ser uma experiência
gratificante, portanto essa experiência, passada de mãe para filha, serve com
influência para a maternidade precoce.
A educação sexual das adolescentes hoje encontra-se dividida quanto aos métodos
tradicionais e modernos, e o tabu quanto a primeira relação ainda existe. Quando perguntadas
se já tiveram relação sexual, 55% afirmaram não ter tido, enquanto 45% sim, mostrando que
ainda há insegurança, seja quanto ao parceiro ou com a relação propriamente dita.
O fato de ter amigas grávidas precocemente ou conhecer adolescentes com este perfil
não tem se mostrado suficiente para servir como influência, pois ao se perguntar se tinham
colegas grávidas 57% responderam que não.
Os meios de informação cada vez mais destacam a sexualidade, trazendo informações
que antes não atingiam grande parte dos jovens. Quando foi perguntado se tiveram
informações sobre sexo 97% responderam que sim, contradizendo o estudo de Caputo; Bordin
(2008) que relacionou a falta de informação sobre sexualidade com a gravidez. Isto mostra
que grande parte dos jovens hoje iniciam a vida sexual com conhecimento, seja este suficiente
ou não.
Com respeito a obtenção dessas informações nosso estudo mostrou que 41% as
obtiveram com os pais e 33% com professores, corroborando com Belo; Lucia da Silva (2004)
em que 98% declararam conhecer pelo menos um método contraceptivo.
Como a gravidez precoce ainda gera inseguranças, normalmente as adolescentes
obtém seu primeiro filho nessa faixa etária, como mostrou nossa pesquisa, em que 97%
responderam não ter nenhuma gestação anterior, corroborando com Kassar et al (2006) que
verificou um percentual significante de primiparidade.
A não utilização de métodos contraceptivos leva muitas meninas a gravidez não
desejada. Quando foi perguntado se as adolescentes fazem o uso de pílula do dia seguinte
86% afirmaram que não e 89% responderam que não usam nenhum método contraceptivo.
Estas informações corroboram com o estudo de Amorim et al (2009) que associou a gravidez
indesejada à falta de acesso aos métodos anticoncepcionais.
Considerações finais e Conclusão
Geralmente, cidades pequenas tem uma característica em relação a atividade
sexual diferente das cidades grandes. Ela se baseia na tradição familiar de consumir o
ato sexual após o casamento. Com o avanço das informações, esse paradigma esta
entrando em colapso. As meninas e meninos estão entrando nas atividades sexuais
cada vez mais cedo.
Com base na metodologia aplicada concluímos que houve uma atividade sexual
precoce, em relação aos costumes, porem, quando comparado ao trabalho de outros
autores, ainda estamos com uma idade de inicio da relação sexual maior que as
demais.
As infomações que chegam a elas também parece ser um fator que as
impeçam de engravidar, visto que a maioria das voluntárias tem conhecimento sobre
métodos contraceptivos e que estas informações vieram na maior parte dos pais.
O maior método anticoncepcional utilizado por estes adolescentes é a
camisinha masculina que além de evitar a gravidez indesejada evita doenças
sexualmente transmissíveis.
Apesar de ter sido mínimo o resultado de adolescentes grávidas praticamente a
metade destas conhecem meninas da mesma idade grávidas. Este fato demonstra a
necessidade de realização de novos estudos com um quantitativo mais elevado a fim de
oferecer um diagnóstico preciso sobre o perfil das adolescentes relacionadas a sua atividade
sexual.
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Epidemiologia em adolescentes