G.7.11 – Ensino Profissionalizante. Aprendizagem no Programa Mulheres Mil: uma análise das metodologias usadas em sala de aula. Roberta Rodrigues Ponciano¹. 1. Pesquisadora e estudante de Pós-Graduação em Educação – UFU;*[email protected] Palavras Chave: Mulheres Mil, metodologias, sociedade. Introdução As mudanças ocorridas atualmente no mundo do trabalho puseram em curso novas demandas de educação para trabalhadores, podendo citar a educação profissional. Araujo (2008) preconiza que quando se lê algo sobre educação profissional pressupõe uma opção política da sociedade que queremos construir e/ou fortalecer. Os projetos educacionais em disputa, geralmente remetem ou à conformação da educação ao status quo, ou seja, tendem a se ajustar a realidade instituída, ou se contrapõe ao estabelecido e se comprometem com outro modelo societário, no qual o ser humano seja o basilador das decisões. Um exemplo é o Programa Mulheres Mil direcionado as mulheres, já que estas ampliaram seu papel na sociedade e em suas comunidades, sendo responsáveis não só pelo sustento e chefia de suas famílias, mas também pela educação cultural, social e educacional dos filhos. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Ministério da Educação (MEC), no início de 2014 firmaram parceria para integrar o Programa Mulheres Mil ao Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) no âmbito do Plano Brasil Sem Miséria (PRONATEC/BSM), sendo que o Programa continuará com seu objetivo principal que é possibilitar o acesso, com exclusividade, de mulheres em situação de pobreza e vulnerabilidade a educação profissional e tecnológica, a fim de ampliar suas oportunidades de acesso e de mobilidade no mercado de trabalho (BRASIL, 2014). O objetivo deste trabalho é apontar as características das metodologias usadas em sala de aula de alguns professores do Programa Mulheres Mil do IFG- Câmpus Itumbiara, com vistas a aprendizagem das alunas e a possível inserção no mercado de trabalho. Resultados e Discussão A proposta de pesquisa delineada é a descritiva, a qual procura abordar informações obtidas por meio de preenchimento de questionário pelos docentes do curso de Artesanato, realizado no segundo semestre do ano de 2014, e análises de documentos bibliográficos. O Programa Mulheres Mil de acordo com o Guia Metodológico do Sistema de Acesso, Permanência e Êxito do Programa Mulheres Mil (BRASIL, 2011), está inserido no conjunto de prioridades das políticas públicas do Governo do Brasil, sendo uma oportunidade para as mulheres que querem retomar seus estudos e aproveitar para talvez ingressar no mercado de trabalho. No questionário apresentado aos docentes, foi apontado pela maioria que as metodologias que mais usam em sala de aula é a aula expositiva, com aulas bem dinâmicas, com intuito de incentivar as alunas a participarem da aula, já que são variados os níveis de ensino que elas se encontram. E que quando se conhece a realidade das alunas, no primeiro dia de aula, é mais fácil planejar e preparar as aulas para a diversidade que existe em sala. Observou-se ainda, que os docentes direcionam suas aulas para o objetivo do curso, que é a inserção no mercado de trabalho, procurando esclarecer as dúvidas das alunas e orientando-as de como utilizar o que aprenderam no dia a dia. Outro ponto colocado por um professor é que as aulas preparam para o convívio em sociedade. Conforme relata Kuenzer (1991), uma alternativa de apropriação do saber sobre o trabalho, de forma organizada e em sua dimensão de totalidade, é a escola apesar de seus limites. Percebe-se, assim, a necessidade de se propor formas de educação efetivas para grande quantidade de trabalhadores que já foram ou serão absorvidos pelo processo produtivo, bem como daqueles que sequer tem oportunidade de ingressar. As metodologias adotadas para as alunas do Programa Mulheres Mil foram então, direcionadas para as possibilidades de mudanças, de adequações, de aperfeiçoamentos e atualizações necessárias para a construção de outro modelo de pessoas e sociedade. Conclusões A educação disseminada para as alunas do Programa Mulheres Mil é condição para o saber, a moral e a política. E segundo Ramos (2011), conforme os princípios liberais, o acesso à educação é uma condição importante para o exercício da cidadania. Sendo então, a educação considerada como meio de socializar os indivíduos de acordo com valores e padrões culturais e ético-morais de uma determinada sociedade e meio de disseminar sistematicamente conhecimentos científicos construídos pela humanidade. Por tudo isso, é necessário atender a todos sem discriminação, com ações educativas pautadas no convívio com as diferenças, e a aprendizagem abarcando experiências da vida cotidiana, com vistas a inserção no mercado de trabalho e consequentemente o seu desenvolvimento em sociedade. Agradecimentos Agradeço aos professores que colaboraram com a pesquisa. ARAUJO, Ronaldo Marcos de Lima. Formação de docentes para a educação profissional e tecnológica: por uma pedagogia integradora da educação profissional. Revista do NETE – Núcleo de estudos sobre trabalho e educação, Belo Horizonte, v. 17, n. 2, p.54, maio/ago 2008. BRASIL. Ministério da Educação. Secretária de Políticas para Mulheres. Guia Metodológico do Sistema de Acesso, Permanência e Êxito do Programa Mulheres Mil. 2011. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download &gid=11834&Itemid=>. Acesso em: 03 maio 2012. ________. CARTILHA PRONATEC - Brasil Sem Miséria - Mulheres Mil. 2014. KUENZER, Acacia Zeneida. Educação e Trabalho no Brasil: o estado da questão. 2ª impressão. Brasília: Inep, 1991. RAMOS, Marise Nogueira. A Pedagogia das Competências: autonomia ou adaptação? 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. 67ª Reunião Anual da SBPC