O ser humano no centro das prioridades empresariais?
Quase todos os dias tento convencer presidentes, diretores, gestores e empregados da importância
do fator humano para o sucesso das organizações e o progresso da sociedade. Quem me conhece
sabe que coloco nesta tarefa muito entusiasmo e determinação essencialmente por três razões: em
primeiro por constatar nas organizações como pessoas satisfeitas, competentes e motivadas
proporcionam regularmente resultados acima do esperado. Em segundo lugar, no contexto atual, o
uso de alavancas de motivação extrínseca, incluindo a financeira, será cada vez mais limitado
necessitando a utilização de alavancas de motivação intrínseca. Finalmente por acreditar que
profissionais mais satisfeitos e felizes se tornam melhores cidadãos.
Graças a minha atividade de consultor tenho a oportunidade de conhecer regularmente mulheres e
homens excepcionais.
No ano passado um de meus clientes me pediu de intervir no Comitê de Direção para otimizar a
coesão de seus membros. Antes da intervenção conversei com o presidente para entender suas
expectativas e ambições. Durante a entrevista, ele me disse que nos últimos seis anos, ele teve que
agir de forma incansável para salvar a estrutura que ele preside. Ele pensa precisar ir ainda mais
longe e é por isso que ele quer reforçar a coesão de seu Comitê de Direção. Um diálogo sincero,
verdadeiro, aberto, transparente, profundamente humano, guia nossa reunião e tenho que admitir
que nunca teria imaginado possível com o presidente de uma estrutura tão importante. Após três
horas de conversa, o presidente me disse: "Até hoje, de forma clássica, consegui endireitar o grupo
que agora está no caminho certo. Mas se eu quiser ir além, tenho que ser capaz de usar as
emoções”. Antes do workshop com o Comitê de Direção pedi a cada membro de responder ao
L.A.B.E.L. e cada um recebeu seus resultados, um feedback para o autoconhecimento via Skype e
um dever de casa. Durante o workshop as emoções começaram a surgir e, pouco a pouco, foi
possível ver a coesão ser estabelecida. Ao final das discussões, um dos diretores me disse: "Há seis
anos que trabalhamos juntos, mas nunca tivemos a capacidade de nos expressar como hoje pela
manhã”. Quanto ao presidente, ele acrescentou: "Eu nunca pensei que eles pensassem o que
pensam, isso muda tudo. Esta reunião será a divisão de águas de nossa empresa”.
Esta empresa já era uma empresa bem sucedida, e depois deste workshop os diretores estão
atuando como um catalisador da alquimia de sucesso: nos últimos trimestres apesar de uma
conjuntura menos favorável, lucros e bem estar subjetivo cresceram significativamente.
Com o “pibinho” de 2012 e as medidas pontuais do governo, parece claro que na maioria das
empresas o recurso à alavancas de motivação extrínseca, incluindo a financeira, será menos
acessível e vamos ter que estimular as alavancas de motivação intrínseca, aquelas que dependem
das características fundamentais do ser humano.
Isto me deixa otimista com relação à evolução da crise “globalizada”. Se a situação nos incita a
recorrer sempre mais à motivação intrínseca, vamos conseguir rapidamente uma mudança
fundamental na gestão de pessoas: a gestão da diversidade, dos indivíduos. Para entender o que
motiva realmente os colaboradores, os resultados das escalas de Murray no LABEL –
principalmente os escores brutos – fornecem uma imagem clara. Isto é essencial, pois quanto mais
uma empresa cuida da motivação de seus colaboradores, menos vai sofrer durante uma crise. Já o
historiador Tucídides, cinco séculos antes de Cristo, havia explicado que "A proteção da cidade
depende mais da motivação das pessoas do que da espessura de seus muros.” ... e a motivação
© Moityca Eficiência Empresarial Ltda.
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depende do sentido, da competência, do desafio no nível certo e do sucesso. Para conseguir esta
mudança na gestão, o autoconhecimento e o conhecimento dos subordinados são indispensáveis.
Finalmente acredito que profissionais satisfeitos e felizes no trabalho se tornam melhores cidadãos,
pessoas mais úteis para a comunidade e o meio ambiente. Pessoas que não estão no lugar certo,
que vivem estressadas, que são mal sucedidas e frustradas, acabam cometendo atos prejudicáveis,
como relatado a seguir:
“Os suspeitos de terem participado do assassinato de um turista que se recusou a pagar uma diferença de R$
7 em um restaurante de Guarujá, no litoral de São Paulo, foram presos na noite de quarta-feira. José Adão
Pereira dos Passos, de 57 anos, e Diego Souza Passos, 24 anos - pai e filho, respectivamente - entregaram-se à
polícia por volta das 21h30m.
....Na hora de pagar a conta, Sampaio se recusou a pagar o valor de R$ 19,99. Ele argumentou, segundo a
polícia, que o valor informado tanto na porta de entrada quanto dentro do comércio era de R$ 12,99.
A funcionária do caixa chamou o gerente do restaurante e iniciou uma discussão. Em seguida, o dono do local,
que é o pai do gerente, disse que aceitava o valor de R$ 12,99. Mas o gerente passou a ameaçar o jovem,
dizendo
que
ele
o
aguardaria
do
lado
de
fora
para
brigar”...
Extrato
de:
http://oglobo.globo.com/pais/suspeitos-de-matar-turista-em-restaurante-se-entregam-emguaruja-7176603 acesso 03.01.2012
Quando o ser humano não está no centro dos cuidados das organizações podem acreditar que não
é por fatalidade que acontecem homicídios, suicídios – atos extremos, certo – mas também
acidentes, ausências, presenteísmo, e toda uma série de doenças profissionais como depressão,
ansiedade, burnout, etc... situações que custam extremamente caro às empresas e à sociedade.
Todo este mal estar e custo pode ser evitado, ou pelo menos seus efeitos negativos altamente
mitigados, utilizando judiciosamente as informações objetivas do LABEL.
Para este ano continuarei no mesmo caminho, tentando convencer presidentes, diretores, gestores
e colaboradores da importância do ser humano em todas as realizações para que eles cuidem de si
mesmo e das pessoas ao redor para que todos se sintam úteis, satisfeitos e mais felizes!
Desejo a vocês muito sucesso em 2013!
Renzo Oswald
© Moityca Eficiência Empresarial Ltda.
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