Ópera MARIA CECÍLIA VANESCA ROSA Todas as experiências que vivemos ou os conceitos que construímos influenciam nosso contato com qualquer objeto, pessoa, conceito ou obra de arte. De acordo com o psicólogo francês Henri Wallon, os seres humanos têm muitos socius internos, esses são “parceiros” internalizados, por exemplo, teóricos que já lemos, os professores com os quais convivemos, colegas, familiares, amigos, personagens de filmes a que assistimos. A Renascença é um período histórico em que ocorreu o desenvolvimento das artes e das ciências. O homem é colocado no centro, é a filosofia humanista. Tem-se o ideal de “homem universal”, homem esse instruído nos vários campos do conhecimento humano. Os pensadores da época tinham como modelo a civilização grega da antiguidade clássica. Os termos Renascença e Renascimento nascem da busca de reconstrução do espírito helênico. No fim do século XVI, entra em declínio o período renascentista. E no início do século XVII, surge um período de crise espiritual e a expressão artística desse momento é o Barroco. Nesse cenário, Florença continua recebendo pessoas de toda a Europa que possuíam o interesse pela filosofia humanista. Existiam varias academias e círculos de estudos, um deles é o grupo Camerata Florentina que reunia intelectuais e pesquisadores com o espírito da cultura helenista e se esforçavam para resgatar os antigos valores culturais e filosóficos da Grécia Clássica. A criação da ópera é atribuída a esse grupo, pois buscavam reconstruir o antigo teatro grego e acreditavam que esse espetáculo era totalmente cantado. Entretanto nas apresentações do teatro grego antigo somente tinham trechos cantados nos momentos fundamentais do drama. “Querendo recuperar o passado, inventaram sem querer a grande manifestação de arte do futuro, este complexo tipo de espetáculo que combina todos os elementos do teatro- figurinos, iluminação, cenários, maquinaria de palco – com o melhor da música orquestral e vocal.” (Catálogo do Festival Amazonas de Ópera do ano de 2006, p.14) De acordo com historiadores, foi em fevereiro de 1597 que ocorreu a primeira encenação, Dafne, com música de Jacopo Peri e poema de Ottavio Rinuccini. Esse espetáculo foi produzido pela Camerata. O significado da palavra Ópera é “obra” em italiano, entretanto passa “...a ser usada na Itália como abreviação de opera in musica, peças musicais em que cantores fantasiados representavam uma história com acompanhamento instrumental.” (CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p.289) A ópera tinha como propósito unir todas as formas artísticas possíveis- música instrumental, canto, cenografia e drama, ela se espalha por toda a Itália e era apresentada em palácios da nobreza em festividades e comemorações, logo passa a ser apresentada nos teatros de Veneza e recebe da família Tron apoio e estímulo intenso, um deles é a construção do primeiro teatro especial para ópera, o San Cassiano. Agora não somente os nobres poderiam ter acesso às apresentações mas todas as pessoas que tinham condições de comprar um ingresso. Os cantores se tornaram ídolos populares e a arrecadação de bilheteria, cada vez maior, fez com que a produção do espetáculo investisse cada vez mais na qualidade, aumentaram o número de instrumentos da orquestra e a música se tornou cada vez mais elaborada. A Ópera O Barbeiro de Sevilha É uma ópera cômica Gioacchio Rossini Roma - Teatro Argentino, em 1816. Atos Primeiro Ato: Conde Almaviva, acompanhado por músicos, faz uma serenata à Rosina protegida do Dr. Bartolo. Entendendo que a jovem não pode se manifestar, o Conde paga os músicos, os despede e se esconde. Surge Fígaro, homem arrogante e hábil, gabando-se de suas qualidades. Ele é o barbeiro de Bartolo. Fígaro promete ao Conde Almaviva ajuda-ló a seduzir Rosina e lhe propõe uma estratégia: disfarçado de um pobre estudante, se apresentará como Lidoro e reiniciará a serenata. Rosina aparece ao balcão e responde à sua declaração. Fígaro corre até ela mas se esconde pois ouve passos se aproximando. É Bartolo que chega com Basílio, o professor de música. Bartolo ao tomar conhecimento do interesse de Almaviva por Rosina, lança calúnias sobre ele a fim de afastá-lo de sua pupila. Fígaro, que ouviu tudo o que se passou espera que ambos saiam e conta à Rosina que Bartolo pretende casar-se com ela no dia seguinte. Ela manda uma carta à Lindoro. A campainha toca e Berta, a empregada, recebe o Conde Almaviva disfarçado de um soldado bêbado que procura um lugar para dormir. Há muito barulho em cena. Vários soldados se aproximam e reconhecendo o Conde Almaviva colocam-se ao serviço. Bartolo fica perplexo enquanto Fígaro diverte-se de todos no meio da confusão geral. Segundo Ato: Bartolo recebe um certo Don Alonso, professor de música, substituto de Basílio, que se encontra enfermo. Trata-se na realidade do novo disfarce de Almaviva. Rosina fica encantada quando o reconhece. A lição inicia. Fígaro faz a barba de Bartolo e aproveita a oportunidade para roubar as chaves do Balcão de Rosina. Basílio chega para a lição, uma vez que não está de fato doente. Entretanto quando percebe o valor das moedas que Almaviva lhe dá em uma bolsa, assume que está de fato muito doente. Enquanto Fígaro barbeia Bartolo, Rosina e o Conde planejam sua fuga para aquela mesma noite. Bartolo, suspeitando a trama, mantém Almaviva do lado de fora e manda Rosina para seu quarto. Uma grande tempestade se inicia e Bartolo manda Basílio a um notário. Ele convence Rosina que seu apaixonado é na realidade um empregado de Almaviva. Quando Lindoro e Fígaro entram no quarto de Rosina através de janela, ela o repele, mas quando Almaviva desfaz suas dúvidas, ela cai em seus braços. Bartolo retorna com o notário. Embora ele tenha vindo com o intuito de casar Rosina e Almaviva. Bartolo chega muito tarde para impedir a cerimônia e fica irado com todos, mas logo volta a ficar alegre quando é informado de que poderá apossar-se do dote de sua pupila. PROJETO:ÓPERA NA EDUCAÇÃO INFANTIL TEMA: O BARBEIRO DE SEVILHA OBJETIVO Trabalhar com turma de 4 e 5 anos. Tornar conhecido o gênero artístico Ópera. Trabalhar a arte de acordo com suas especificidades, ou seja, fazer com que as crianças conheçam as artes em seu próprio contexto. METODOLOGIA PARTE 1 Apresentar trechos da ópera O Barbeiro de Sevilha. Contar o enredo do espetáculo. Roda de conversa sobre o gênero artístico. Levar um cantor ou cantora de Ópera na escola para que as crianças possam interagir com o mesmo (a).: conhecerem através de imagem cantores famosos, falar sobre a maquiagem utilizada nestes espetáculos, figurino entre outros. Ensaiar com a turma o trecho da referida Ópera que eles mais se interessarem para apresentar na escola. METODOLOGIA PARTE 2 Apresentação do desenho : Mickey’s Grand Ópera. Roda de conversa sobre o desenho. Confecção de um palco e fantoches dos personagens, junto com as crianças. As mesmas irão apresentar para os colegas o espetáculo Mickey’s Grand Ópera. MATERIAIS: Desenhos da Disney, vídeos de Óperas clássicas, imagem dos cantores mais conhecidos,fantasias,maquiagem,instrumentos musicais e CDs. AVALIAÇÃO: A avaliação será formativa, ou seja, veremos o engajamento e dedicação das crianças durante todo trabalho, serão observadas atenção, interesse e empenho. O instrumento de registro será o dossiê, no qual teremos fotos, vídeos, e anotações das falas e ações das crianças durante o Projeto. SUGESTÕES DE DESENHOS O Coelho de Sevilha – Pernalonga Tom e Jerry – Fígaro Mickey’s Grand Ópera. Fígaro King SUGESTÕES DE ÓPERAS PARA A INFÂNCIA O Cavalinho Azul O Menino Maluquinho João e Maria A Flauta Mágica O Gato de Botas “La Cenerentola”- A Cinderela Referências Bibliográficas: BARBOSA, Maria C. S.; HORN, da G. S. Da avaliação ao acompanhamento. In: Projetos pedagógicos na educação infantil, Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 103-115. BRASIL, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, 1998. Catálogo do Festival Amazonas de Ópera. Ano 2006. Disponível em: < http://www.amazonasfestivalopera.com/interna/catalogos_2006.htm> Acesso em: 20 de setembro de 2010. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens: literatura, produção de texto e gramática, São Paulo: Atual, 1999. p.288-289. LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL. Lei 9394/96. Rio de Janeiro: DP & A, 2000. MARTINS, Celeste Mirian, org. Didática do Ensino de Arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte, São Paulo: FTD, 1998. p.20-22.