PROBLEMAS DE SAÚDE CONSEQUENTES À MÁ TRITURAÇÃO DOS
ALIMENTOS: PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DO CURSO DE NUTRIÇÃO.
Ana Claudia Gonçalves Mota, Sara Tavares Malheiro Quinderé, Sâmia Varlyan Nunes
de Alcantara, Jessica Aurea Pereira Fernandes, Simone Mendes Oliveira, Grayce
Alencar Albuquerque.
Correspondência para: [email protected]
Palavras-chave: Nutrição. Mastigação. Tempo.
1 INTRODUÇÃO
Sabe-se que a mastigação é um processo extremamente importante para uma boa
digestão e absorção de nutrientes pelo organismo, e que a má trituração dos alimentos
pode acarretar em alguns tipos de enfermidades. Vários fatores podem levar a uma má
mastigação como problemas odontológicos, atividades diárias as quais as pessoas estão
submetidas, estresse, anatomia do ser humano, entre outros.
Os seres humanos, para manterem as atividades do organismo em bom
funcionamento, precisam captar os nutrientes necessários para construir novos tecidos e
fazer manutenção dos tecidos danificados, necessitando extrair energias vindas da
ingestão de alimentos. A transformação dos alimentos em compostos mais simples,
utilizáveis e absorvíveis pelo organismo é denominado digestão e que dependem do
processo de mastigação (PAULINO, 2006).
Tal processo é fonte rica de impulsos que estimulam ainda mais o centro da
saciedade (ANDREA, et al,2008). A não trituração dos alimentos acarreta uma série de
problemas de saúde compreendendo para além de todo o sistema digestivo, problemas
em níveis diferenciados de acordo com a frequência da maneira correta da trituração dos
alimentos ingeridos.
A boa mastigação ajuda a estimular a paciência e a controlar a ansiedade
levando em consideração que em meio aos seus inúmeros benefícios, ela colabora com
o emagrecimento.
Como profissionais do curso de Nutrição estes possuem o conhecimento sobre
os benefícios que a mastigação pode trazer à saúde, mesmo assim, por motivos diversos,
afirmam não praticarem o processo de trituração dos alimentos de maneira satisfatória.
Objetivou-se conhecer, segundo os docentes do curso de nutrição da Faculdade
de Juazeiro do Norte, como o processo de mastigação influência no organismo frente ao
processo saúde/doença e como realizam este processo.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Para a construção dessa pesquisa o estudo teve abordagem do tipo quantitativo e
qualitativo, pois ela procura atender os fenômenos segundo a perspectiva dos
participantes da situação estudada e então situar as interpretações dos fenômenos
estudados.
Segundo Marconi e Lakatos (2006) a metodologia qualitativa preocupa-se em
analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do
comportamento humano.
A pesquisa foi realizada na Faculdade Juazeiro do Norte (FJN), com 25
professores do curso de nutrição do 1º ao 5º período, porém apenas 15 entregaram o
questionário. Minayo (1999), ao discutir sobre a questão da amostragem na pesquisa
qualitativa, afirma que nesta há uma preocupação menor com a generalização. Na
verdade há a necessidade de um maior aprofundamento e abrangência da compreensão.
Então, para esta abordagem, o critério fundamental não é o quantitativo, mas sua
possibilidade de saturação. Inicialmente foi entregue um oficio à direção da faculdade,
para que fosse autorizado o desenvolvimento da pesquisa, após a autorização foi
aplicado um questionário, com todos os professores do curso de Nutrição. Para aqueles
que aceitaram participar da pesquisa foi entregue o termo de consentimento livre e
esclarecido.
Para a realização da coleta de dados, o instrumento adotado foi um questionário
semi-estruturado. De acordo com Fachin (2006) o questionário pode ser conceituado
como uma série de perguntas organizadas com o intuito de se levantar dados para a
pesquisa, com respostas fornecidas pelos informantes, sem assistência direta ou
orientação do investigador.
Segundo Marconi e Lakatos (2010), a análise dos dados é a parte que apresenta
os resultados obtidos na pesquisa e analisados sob os objetivos e/ou hipóteses. Assim, a
apresentação dos dados é a evidência das conclusões e a interpretação consiste no contra
balanço dos dados.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi observado que dos 15 docentes entrevistados, 86,6% (13) foram mulheres
com idade entre 31 - 35 anos. Percebe-se que a maioria sendo mulheres demonstra o
interesse destas para com o mercado de trabalho e os estudos, mesmo com o estado civil
de casadas (5) esse fator não interfere na busca pelo seu destaque e independência na
sociedade. Cada vez mais as mulheres estão se inserindo no mercado de trabalho,
buscando espaço e destaque na sociedade.
Os cursos mais procurados pelas mulheres são os relativos a serviços e educação
para a saúde e para a sociedade (secretariado, psicologia, nutrição, enfermagem, serviço
social, pedagogia) (RISTOFF, 2006).
A maioria dos docentes 40% (6) afirmou ter conhecimento da quantidade de
vezes que mastigam os alimentos (média). Observou-se que alguns dos entrevistados
obtém o conhecimento sobre o número de vezes que podem proporcionar ao indivíduo
os benefícios nutricionais de uma boa mastigação, facilitando assim obter o objetivo do
estudo proposto.
Outros afirmaram que o hábito de sua mastigação está diretamente relacionado
ao tipo de alimento podendo variar de acordo com a consistência deste. Uma parte
considera suficiente o seu número de mastigações proporcional a sua saúde.
Sendo assim percebe-se que o habito dos docentes está consideravelmente
adequado, porém alguns professores ainda precisam ter mais conhecimento dos
benefícios de uma boa mastigação, podendo então melhorar seus hábitos. A mastigação
serve como um excelente mediador para a quantidade adequada de alimento a se ingerir
(APOLINARIO, 2008).
Em relação ao tempo disponível a cada refeição do dia, foi percebido que no
café da manhã 47% (7) dos entrevistados possuem apenas entre 10-15 minutos
disponível para a primeira refeição do dia. 40 % (6) afirmam ter apenas entre 25-34
minutos para o almoço. Já no jantar 67% (10) possuem de 20-30 minutos reservados
para essa refeição.
De acordo com os entrevistados 80% (12) afirmam que não possuem nenhuma
enfermidade relacionada a mastigação. Viu-se então que o tempo destinado a cada
refeição não é considerado suficiente, pois para se obter uma mastigação adequada é
necessária uma maior disponibilidade dos docentes para com os momentos de cada
refeição.
A maioria dos docentes não tem conhecimento de alguma doença que possuem
relacionada ao seu processo de mastigação, porém uma pequena parcela destes
relataram ter enfermidade relacionada com a má trituração dos alimentos. Na rotina
diária esses docentes realizam diversas atividades, e pela má administração do tempo,
acabam efetuando com rapidez a mastigação.
Desordem gastrointestinal, cáries dentárias, doenças periodontais sofrem
influência direta. Os hábitos promovem alterações na arcada dentária com consequência
para a mastigação, considerando tempo, intensidade e frequência (ANTUNES, 1999).
4 CONCLUSÕES
Verificou-se que os professores do curso de nutrição, embora alguns sejam
nutricionistas (5) tenham conhecimento que o hábito de mastigar é importante para o
processo de digestão, eles não o fazem de forma satisfatória.
A intensa carga horária de trabalho é fator determinante para as consequências
sofridas pela má trituração dos alimentos. Os maus hábitos de mastigação em relação ao
tempo podem ser revertidos com atitudes de fácil acesso que tragam benefícios a saúde,
como a conscientização por parte dos docentes, otimizando seu tempo para que possa
desenvolver esse hábito de forma adequada.
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