Comparação entre diferentes tabelas de composição de alimentos. Qual a melhor escolha? Prof ª Adriana de S. Nagahashi 2015 Introdução • Avaliar a ingestão de nutrientes e energia é uma tarefa complexa para os profissionais da nutrição. • Os problemas básicos são: Precisão na coleta dos dados sobre a ingestão de alimentos Conversão dessa informação à quantidade de nutrientes e energia (RIBEIRO et al., 2003) Introdução • Ingestão de alimentos nutrientes e energia pode ser realizada por meio de análises químicas ou pelo uso de tabelas de composição de alimentos. • Deve-se conhecer os instrumentos disponíveis para utilização e assim determinar a adequação ou inadequação dietética. (RIBEIRO et al., 2003) Estudos sobre a composição dos alimentos • Lavoisier (1780): demonstrou a natureza da combustão processo de produção de energia em relação ao alimento • Segundo McMasters (1963): 1ª análise quantitativa em alimentos feita em batatas por Pearson, na Inglaterra, em 1795. Ele estimou a proporção de nutrientes e energia no alimento • Em 1896, foi lançado um boletim com dados de uma extensa lista de alimentos, The Chemical Composition of American Food Materials. • Esse Boletim, revisado alguns anos depois, serviu de referência por quatro décadas e foi utilizado em todo o mundo; • Tendo sido a base para a determinação das necessidades nutricionais durante a I Guerra Mundial. (McMasters, 1963) • Primeiras publicações citadas na literatura: na América Latina Importância das Tabelas de Composição de Alimentos • Pilares básicos: educação nutricional controle da qualidade e segurança dos alimentos avaliação e adequação da ingestão de nutrientes de indivíduos ou populações estabelecimento de metas nutricionais e guias alimentares que levem a uma dieta mais saudável • São necessárias também para a rotulagem nutricional a fim de auxiliar consumidores na escolha dos alimentos. • Incentivo a comercialização internacional de alimentos. nacional e • Portanto, para evitar decisões ou conclusões equivocadas, as tabelas de composição de alimentos precisam ser confiáveis, atualizadas e mais completas possíveis. Tabelas de Composição de Alimentos • TACO (Tabela de Composição dos Alimentos) – NEPA/UNICAMP • TBCAUSP (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – Projeto Integrado de Composição de Alimentos) - USP e BRASILFOODS (Rede Brasileira de Sistemas de Dados de Alimentos) • Tabelas de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil – IBGE • Tabela de Composição de Alimentos: suporte para decisão nutricional - Phillipi • Tabela de Composição Química de Alimentos Guilherme Franco do Serviço de Alimentação da Previdência Social • TABNUT (Tabela de Composição Química dos alimentos) - Escola Paulista de Medicina/Unifesp USDA TACO (Tabela de Composição dos Alimentos) – NEPA/UNICAMP • Projeto TACO: coordenado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da UNICAMP Financiado pelo Ministério da Saúde – MS e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à FOME – MDS TACO Objetivo: • Gerar dados sobre a composição dos principais alimentos consumidos no Brasil • Garantir resultados seguros e confiáveis. TACO • Lançamento: 2004, constituída de 198 alimentos • Segunda versão: 2006, constituída de 495 alimentos • Terceira versão: 2011, totaliza 597 alimentos. TACO Plano de amostragem Produtos industrializados: • 9 cidades das 5 regiões geopolíticas do país (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste). • As amostras foram compostas pelas principais marcas comerciais dos produtos (mínimo de 3 e máximo de 5 para cada produto) e foram coletadas em super/hipermercados. • Duas unidades de cada marca e de cada produto foram tomadas em cada local de coleta. TACO Carne e frango • Carne bovina: adquiridas de um frigorífico na cidade de Lins-SP, que recebe gado de corte das maiores regiões criadoras do Brasil: Sudeste, Sul e Centro-Oeste. • Frango caipira: adquiridas diretamente de produtores agrícolas da região de Campinas – SP. • Carne suína: adquiridas junto a um frigorífico localizado na cidade de Rio do Sul –SC. TACO Frutas, Legumes, Verduras, Tubérculos e Ovos • A coleta destes produtos foi feita pela equipe do projeto na Central de Abastecimento de Campinas S.A. (CEASA – Campinas). TACO METODOLOGIA ANALÍTICA • As análises foram realizadas por laboratórios selecionados pelo seu desempenho satisfatório nos Estudos Interlaboratoriais Cooperativos. • Considerando-se ainda o custo das análises, o transporte das amostras e a capacidade operacional. TBCAUSP - USP e BRASILFOODS • Desenvolvida pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, a partir de 1998. • Primeira tabela da América Latina a ser disponibilizada na Internet e vem sendo constantemente atualizada. • Adota padrões internacionais (INFOODS/LATINFOODS) no que se refere aos métodos analíticos, identificação de alimentos e nutrientes. TBCAUSP • Apresenta os alimentos de maneira detalhada (nome científico, parte do alimento, processamento, grau de maturação, etc.) e os dados por 100g e também por medidas caseiras mais utilizadas ao respectivo alimento. • As informações são encontradas através do sistema de busca por alimento, que contabiliza 1800 dados. Tabelas de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil – IBGE • Adaptada aos objetivos do ENDEF (Estudo Nacional de Despesas Familiares), essa tabela é uma compilação de dados nacionais e internacionais. • O estudo foi realizado em parceria com o Ministério da Saúde. • Apresenta o nome científico dos alimentos informações de alimentos crus e preparados. e Tabelas de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil – IBGE Procedência dos Dados: • Para cada alimento foram escolhidos, na literatura científica, os dados considerados mais representativos em relação ao método utilizado. • Incluiu-se apenas tabelas que indicavam referências bibliográficas em que se baseava a compilação dos dados. Tabela de Composição de Alimentos: suporte para decisão nutricional - Phillipi • Conhecida como Tabela Tucunduva, por ter sido compilada pela Profa. Dra. Sonia Tucunduva Philippi. • Traz informações sobre alimentos industrializados, com as respectivas marcas comerciais, preparações culinárias mais habitualmente consumidas, bem como alimentos in natura. • Virtual nutri – Utilizado como base do banco de dados. Tabela de Composição de Alimentos: Phillipi • Apresenta valores para alimentos in natura, industrializados e preparações mais comuns, como arroz, feijão, pizza, fast foods. • Contém preparações regionais, como feijoada, pato no tucupi, entre outros. acarajé, • Contém 3.022 itens com valores para energia e 33 nutrientes em 100 gramas do alimento • A primeira versão foi lançada em 2001 e a quarta versão em 2013. Tabela de Composição Química de Alimentos - Guilherme Franco • Desenvolvida pelo médico nutrólogo Guilherme Franco, da Escola Central de Nutrição da Universidade do Rio de Janeiro. • Esta tabela foi reeditada inúmeras vezes e é utilizada até hoje, embora não apresente informações sobre a forma de obtenção dos dados e tendo sido pouco atualizada. TABNUT - EPM/Unifesp - USDA • O TABNUT é uma Aplicação Web reformulada e atualizada pelo Departamento de Informática em Saúde da Escola Paulista de Medicina/Unifesp. • Utiliza a base de dados norte-americana, Padrão de Referência Nacional da Base de Dados de Nutrientes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em sua versão 25. Softwares em Nutrição Qual a melhor escolha? • Consistência e origem dos dados; • Considera-se as características metodológicas para definição da composição nutricional; • Considerar a diversidade do país. TACO/UNICAMP • Na impossibilidade, por falta de informação ou característica específica de determinado alimento (ex: alimento industrializado), podemos utilizar as outras tabelas: TBCAUSP IBGE Tabela Tucunduva TABNUT/UNIFESP Guilheme Franco Referências Bibliográficas Giuntini, E.B.; Lajolo, F.M.; Menezes, E.W. Composição de alimentos: um pouco de história. ALAN 2006 v.56 n.3 Giuntini, E.B.; Lajolo, F.M.; Menezes, E.W. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos TBCA-USP (Versões 3 e 4) no contexto internacional. ALAN 2006; v.56 n.4. McMasters V. History of food composition tables of the word. J Am Diet Assoc 1963; 43:442-50. MENEZES, E.W.; GIUNTINI, E.B.; LAJOLO, F.M. Quality and variability of food composition data. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP. v.26, p. 63-76, dez., 2003. Ribeiro, P.;Morais, T.B.; Colugnati, F.A.B.; Sigulem, D.M. Food composition tables: laboratory comparative analysis Rev Saúde Pública 2003;37(2):216-25. Tabela brasileira de composição de alimentos / NEPA – UNICAMP.- 4. ed. rev. e ampl.. -- Campinas: NEPA-UNICAMP, 2011. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental/BRASILFOODS (1998). Tabela Brasileira de Composição de Alimentos-USP. Versão 5.0. Disponível em: http://www.fcf.usp.br/tabela. Acesso em: 10.12.2014. U.S. Department of Agriculture, Agricultural Research Service. 2013. USDA National Nutrient Database for Standard Reference, Release 25. Nutrient Data Laboratory Home Page: http://www.ars.usda.gov/ba/bhnrc/ndl