A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Resumo Este texto tem origem em dissertação de mestrado em Educação em andamento. O objetivo foi compreender a percepção de alunos de mestrado oriundos do bacharelado sobre a formação pedagógica docente para o ensino superior. Inicialmente, foram colhidas informações, por meio de questionários, de 14 profissionais bacharéis atuantes na carreira docente. Com base em Isaia (2006), Soares; Cunha (2010), Pimenta; Anastasiou (2005) e outros autores, este texto apresenta o resultado de análise preliminar desta coleta. A metodologia de pesquisa privilegiou uma abordagem de cunho predominantemente qualitativo, de caráter exploratório‐descritivo. Como resultado, foi possível verificar que, entre os sujeitos consultados, a carreira docente foi construída com base nas experiências do campo profissional e que, como docentes, percebem alguns problemas, tais como: a fragilidade de sua formação em relação aos conhecimentos pedagógicos; a fraca formação advinda do ensino médio de seus alunos, o excesso de trabalho e pressão da instituição no cumprimento de prazos. Ainda sim, o interesse e a identificação pessoal com a profissão docente são elementos que firmam o professor bacharel na carreira docente, principalmente pela possibilidade de participação na formação profissional dos alunos. Palavras‐chave: Docência no Ensino Superior. Formação docente. Docência por bacharéis. Bruna Donato Reche Universidade Estadual de Londrina [email protected] Maura Maria Morita Vasconcellos Universidade Estadual de Londrina [email protected] X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.1 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos Introdução Esse trabalho advém de uma dissertação de mestrado em construção que visa compreender a percepção dos bacharéis em um programa de mestrado em Educação de uma universidade pública no sul do país sobre a formação pedagógica docente para o ensino superior. Os dados que embasam este texto foram importantes para se compreender como ocorre a inserção à carreira docente por profissionais oriundos do bacharelado. Ainda que de forma restrita, eles permitiram o entendimento sobre os motivos, interesses ou oportunidades de ingresso à carreira, o tempo de carreira e formação profissional dos participantes. A carreira docente no ensino superior está em expansão tanto como mostra os estudos de Velloso (2004) quanto pelo crescente número de criações de instituições particulares no país apontado por Michelotto, Zainko e Andrich (2004). Decorrente disso a importância de estudos que abordem a docência no ensino superior desenvolvida por bacharéis e o aprofundamento de saberes que possam descrever, ainda que de forma particular, o percurso profissional docente destes sujeitos. O estudo foi realizado predominantemente pela perspectiva da pesquisa qualitativa, de caráter exploratório‐descritivo, visando compreender o percurso profissional docente desenvolvido por professores oriundos do bacharelado, atentando‐ se também aos aspectos pedagógicos na formação destes sujeitos. Este modelo de pesquisa identifica‐se com o problema levantado neste estudo, pois aborda “o conjunto de expressões humanas constantes nas estruturas, nos processos, nos sujeitos, nos significados e nas representações” (MINAYO, 1994, p.15). Os objetivos envolveram compreender as dificuldades enfrentadas, as influências, as particularidades e construções pessoais no modo de agir e ser docente, as contribuições da pós‐graduação à carreira docente e possíveis carências no âmbito pedagógico quanto às práticas de ensino. A consulta foi realizada mediante questionários por correio eletrônico tendo como participantes professores do bacharelado em instituições de ensino públicas e/ou X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.2 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos privadas e contou com a participação de 14 sujeitos. Segundo Richardson (2007), os questionários possibilitam o levantamento de informações de um grande número de pessoas, apresenta relativa uniformidade de informações, facilidade de tabulação dos dados e abrangência de amplas áreas geográficas em tempo relativamente curto. Para a interpretação dos dados a proposta de Minayo; Assis e Souza (2005) foi a escolhida, uma vez que valoriza a comunicação e a linguagem entre os sujeitos na análise dos dados. O texto apresenta reflexões a respeito da pesquisa realizada na perspectiva de dois eixos: a formação docente para o ensino superior e seus desafios, e a inserção na carreira docente por profissionais oriundos do bacharelado. A docência no ensino superior e seus desafios A docência no ensino superior caracteriza‐se na dinâmica entre pesquisa, produção de conhecimento e deste sobre o ensino, adaptando‐se às características dos alunos e culminando nos objetivos da instituição. Além do mais, confere‐se na complexidade das ações dos sujeitos envolvidos, das interferências políticas e administrativas, das construções e aprendizados que constantemente incorporam elementos às concepções e atitudes docentes. A formação profissional para a carreira docente no ensino superior está referenciada na LDB (BRASIL, 1996). Ela trata que a pós‐graduação deve preparar, além de pesquisadores das diversas áreas do conhecimento, o profissional para atuar na docência do ensino superior. No entanto, o enfoque na produção científica nesses programas podem ocupar espaços que diminuem as possibilidades de discussões sobre as especificidades de ser professor nos aspectos didático‐metodológicos, objetivos e funções, particularidades do ensino, dos alunos e das relações sociais que se constroem dentro da universidade. Devido à falta de clareza sobre o conceito de preparação docente contido nessa lei, Cunha (2005) acredita ser esta a razão para que os programas de pós‐graduação não enfatizem ou disponham em seus projetos pedagógicos e currículos os saberes relativos à X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.3 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos boa condução do ensino, tencionando o entendimento da identidade profissional como extensão do ser pesquisador (ZABALZA, 2004). Desde a sua criação, o stricto sensu, mestrado e doutorado, implantado no final da década de 1960, configurou‐se fortemente vinculada às instituições de educação superior como modo de aceleramento e desenvolvimento da pesquisa científica no país, o que aos poucos tornaram a pós‐graduação como centro de investimento à ciência (GATTI, 2001). De fato, uma formação composta por capacitação docente para o ensino superior e promoção da pesquisa científica faz dos programas de pós‐graduação espaços de significativa importância cultural. Mas, devido à necessidade de uma docência de qualidade, primordial seria se a pesquisa científica fosse meio e não fim da formação no stricto sensu, aliada na busca pela melhoria da capacitação do professorado e do ensino ofertado no ensino superior. O trabalho docente precisa ser desenvolvido por esforços teóricos e práticos em articular formação e pesquisa, epistemologia e pedagogia dentro de plurais práticas sociais e investigativas que não mais se bastam de conhecimentos estritamente científicos e necessitam de outros advindos dos diversos contextos e modos de saber (CUNHA, 2000). Muitos jovens recém‐formados de diferentes áreas tem procurado a carreira docente como espaço de profissionalização e possibilidade de realizar os cursos de mestrado e doutorado (CUNHA, 2010a) seja pela possibilidade de estabilidade profissional e maior contato com área de conhecimento de interesse (OLIVE, 2002), seja pela oportunidade de inserção no mercado de trabalho que se inicia com as bolsas de estudo ofertadas nestes programas (GUIMARÃES; CARUSO, 1996). A recorrência aos programas ocorria pela necessidade de constante aperfeiçoamento em relação aos saberes, uma vez que a formação voltava‐se predominantemente à pesquisa, por isso muitos procuravam os cursos como meio de capacitação profissional. Um dado importante é que antes de fazer o curso, menos da metade dos estudantes de mestrado trabalhavam em IES públicas, diferente dos doutores que antes mesmo de iniciarem o doutorado, em média 60% estavam inseridos X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.4 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos no corpo docente de universidades, a maioria públicas (GUNTHER; SPAGOLO, 1986 apud VELLOSO, 2004). Bastos et al (2011) consideram que o interesse pelo estudo e pesquisa instiga o tornar‐se professor, no entanto, como alerta Cunha (2010a), nem sempre a preparação para a profissão envolve o conhecimento dialógico com outros saberes, saberes que permeiam a cultura discente, a defesa de valores, posições éticas e políticas. Como afirma Velloso (2004): "[...] a obtenção de um título pós‐graduado alterava bastante a primeira inserção profissional de mestres e doutores, sobretudo no mestrado". Até 1993, o número de cursos de mestrado no Brasil era 1.170 (CAPES, 1993) sendo que ainda nesta época 40% dos titulados advinham de formação estrangeira (VELLOSO, 2004). O artigo 52 da LDB (BRASIL, 1996) apregoa que o corpo docente das universidades deve ser de pelo menos um terço com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado. Atribui‐se, então, a este dado, a maior procura por capacitação aos programas de pós‐ graduação das instituições brasileiras. O número de docentes em instituições privadas ascendeu a partir de 1994 devido à exigência da LDB/96 que todas as instituições tivessem a proporção mínima (1/3) de professores pós‐graduados, conferindo assim, valorização ao título de mestrado no setor privado de ensino superior, principalmente pelo fato de que muitas destas instituições buscavam credenciamento como universidades antes mesmo da lei entrar em vigor (BALBACHEVSKY, 2005). Decorrente disso, atualmente a docência no ensino superior brasileira, segundo Morosini (2000, p. 19), é exercida por professores com muitas identidades e em espaços com peculiaridades distintas, caracterizando‐se como um complexo e variado sistema de educação: "[...] temos instituições públicas e privadas, universidades e não‐universidades, em cinco regiões da Federação de características étnicas, sociais e econômicas diferentes". Esses aspectos mais as diferentes formações e experiências que são observadas enquanto parte constituinte da docência lhe confere pluralidade de perfis, concepções e sujeitos. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.5 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos Isaia (2006 p. 72) destaca o entrelaçamento das diferentes gerações pedagógicas que habitam as instituições de ensino: "[...] há a geração que está se iniciando no mundo profissional (os alunos); a geração dominante (os professores seniores); a que busca domínio (professores iniciantes); e a que está para entregar o bastão da condução pedagógica [...] (professores em processo de aposentadoria)". A inter‐relação dessas gerações, além da pluralidade de valores anteriormente mencionada, pode evidenciar conflitos de interesse e repercutir em dificuldades que quando isoladas do contexto, são difíceis de condução. Sobre a jornada de trabalho do professor do ensino superior brasileiro, Santos (2012) explica que, devido à realização de poucos concursos para cargos nas instituições públicas, as faculdades particulares são as que mais concentram professores como a única fonte de renda como complemento salarial. O valor hora‐aula costuma ser baixo, principalmente em comparação a uma instituição pública, compelindo para que os professores vinculem‐se a demais instituições, podendo ocorrer, inclusive, a direção de disciplinas incompatíveis com sua formação. A instabilidade no trabalho também é algo que preocupa estes professores, vinculado à ausência de direitos sociais, construção de carreira e imposições de valores que contradizem os princípios educativos, desde os mercadológicos até assemelhar‐se com animadores em aulas que se transforma em show para que o ensino seja atraente (SANTOS, 2012). Ainda sim, pode‐se considerar como fator comum entre os docentes na educação superior possuírem a formação específica e a experiência profissional, quando existente, para fundamentar as práticas de ensino e que poucos têm formação pedagógica universitária, pois a formação proporcionada pela licenciatura é voltada para a docência no ensino básico. Quando a oportunidade de se tornar professor acontece, seja pelo desejo advindo das licenciaturas, seja pelo interesse de um bacharel se constituir como tal, os esquemas cognitivos e afetivos construídos em torno da docência são acionados nas ações e comportamentos do novo professor. Entretanto, esse processo de se posicionar frente às X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.6 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos situações educacionais, e não mais como aluno, pode ser moroso, pois a concepção de uma vida inteira com discente não se transforma em docente em poucos anos, principalmente se a formação inicial não exigiu esta tomada de posição. Segundo Morosini (2000) no que envolve os aspectos pedagógicos e específicos da docência, o perfil do professor do ensino superior iniciante inclui desde licenciados, apenas com a preparação didática do curso ou com experiência em outras modalidades de ensino e áreas de atuação, bacharéis e profissionais do mercado de trabalho que não tiveram contato com a formação pedagógica que se pressupõe existir nas licenciaturas até profissionais sem experiência de trabalho e formação específica. Como reforçador para a falta de conhecimento pedagógico do ensino superior, Isaia (2006) explica que, apesar da formação didática preconizada nas licenciaturas, elas focam a formação de professores para a educação básica e os bacharelados sequer possuem disciplinas para o magistério. Ribeiro e Cunha (2010, p. 57) afirmam que "[...]. Em geral, os professores ensinam conforme o modo como foram ensinados [...]. Exercitam saberes e, muitas vezes, têm êxito no que fazem, mas não são produtores de conhecimento sobre sua profissão". Isso evidencia que muitos agem copiando modelos docentes, mas carecem de reflexão teórica que lhes permita a tomada de decisões quando questionados. Sobre essa realidade, Pimenta e Anastasiou (2010) consideram que o professor do ensino superior aprende a docência de acordo com a socialização ora intuitiva e autodidata ora seguindo a rotina de outros professores, confluindo com sua própria experiência enquanto aluno, com o modelo de ensino predominante no sistema universitário e com as reações de seus alunos. Devido à falta de preparação específica para a docência no ensino superior, Isaia, Maciel e Bolzan (2010) explicam que a transição do ser profissional para ser professor desenvolve‐se de modo diferente para cada sujeito, considerando suas trajetórias pessoais e profissionais anteriores, se entusiasmados ou passivos quando enfrentam e concebem a docência e no modo como articulam os diversos conhecimentos para o próprio desenvolvimento. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.7 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos O início da docência é um período de conversão em ser professor, determinante para o desenvolvimento profissional coerente e progressivo (ISAIA; MACIEL; BOLZAN, 2010). Como caracterizam as autoras, os primeiros anos da profissão voltam‐se para a aprendizagem de como ensinar no contato com os alunos e com o conhecimento que se tem sobre a disciplina, além do mais, constituem‐se como um momento importante de socialização profissional e profissionalismo interativo. Além de aprender a ensinar, os docentes aprendem conhecimentos, normas, valores e condutas pedagógicas da cultura docente e acadêmica. O entusiasmo com a profissão pode levar o docente a desenvolver novas formas de ensinar e estratégias didáticas, a comprometer‐se com o próprio aprendizado, consideram a pesquisa sobre o ensino e aprendizagem essencial para a formação e prática, respeitam seus alunos, reagem e adaptam‐se rapidamente às mudanças que surgirem (ISAIA; MACIEL; BOLZAN, 2010). Por outro lado, as autoras afirmam que quando o docente integra‐se passivamente ao contexto da profissão, a adaptação e a construção da identidade pode ser mais difícil. Por isso, ainda que se apresente com características distintas, para ser professor são necessários alguns entendimentos fundamentais à profissão. Segundo Castro (2012), ao professor é preciso o entendimento sobre o sentido e o alcance da apropriação de um referencial que legitime suas concepções; sobre o planejamento de caminhos para a realização dos objetivos; sobre a fragilidade das teorias e conhecimentos que se modificam e se alteram constantemente e principalmente como os sujeitos se relacionam no processo de ensinar e aprender. A mediação pelos conhecimentos pedagógicos, para Castro (2012), é um caminho possível na formação do docente do ensino superior tanto em seu papel de pesquisador quanto de professor. A inserção na carreira docente por profissionais oriundos do bacharelado Para a consulta aos bacharéis, foi realizada uma pesquisa mediante correio eletrônico tendo como participantes professores do bacharelado em instituições de ensino públicas e/ou privadas. O levantamento das informações durou cerca de um mês no período de dezembro de 2013 e contou com a participação de 14 sujeitos, oito homens X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.8 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos e seis mulheres na forma de questionário que, além de dados sobre a formação, tempo de carreira e disciplina ministrada, indagou sobre as causam que os levaram à carreira docente, o período ocorrido e os motivos de permanência e caracterização da carreira como única, principal ou secundária, além de indagar quais conhecimentos são essenciais para o desenvolvimento do ensino, as contribuições dos cursos lato e/ou stricto sensu e as dificuldades enfrentadas. Dez participantes afirmaram ter ao menos mestrado acadêmico, sendo que três são doutores e dois são doutorandos. Ainda que a maioria tenha pós‐graduação em área específica, dentre eles um tem mestrado em Educação. As áreas de formação são Odontologia, Educação Física, Ciência da Computação, Jornalismo, Farmácia, Administração, Serviço Social, Psicologia, Fisioterapia e Secretariado Executivo. Somente um participante tem mais de 40 anos, seis tem idade entre 30 e 40 anos e sete tem entre 25 a 30 anos. Sobre o tempo de serviço docente, dois estão há mais de dez anos, um há seis anos, um há quatro anos, um há três anos, um há dois anos, dois há um ano e seis menos de um ano. Os dados da pesquisa de Giolo (2006) apontam que o tempo de carreira na docência é de até cinco anos para a maioria dos professores, tendo como provável motivo maior a possibilidade de inserção no mercado de trabalho advinda pela obtenção dos diplomas de mestre e doutor. De todos, seis trabalham em instituições públicas e oito em particulares. Como afirma Santos (2012), a expansão no número de instituições de ensino superior privadas e a escassez de concursos públicos das instituições públicas faz com que o número de docentes na rede particular seja sempre maior do que os das IES federais e estaduais. O ingresso no ensino superior ocorreu para 11 participantes devido ao interesse pessoal na carreira, dentre estes, dois marcaram também oportunidade profissional e complementação de renda respectivamente, ademais dois marcaram somente por oportunidade profissional e outro assinalou somente por complementação de renda. Dentre os que marcaram interesse pessoal, nove afirmaram que surgiu durante a graduação e dois afirmaram que ocorreu depois da graduação. Como oportunidade X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.9 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos profissional, dois afirmaram que foi por meio de colegas de profissão e outro porque foi convidado pelo diretor da instituição. O interesse pessoal durante a graduação foi característica em realce na pesquisa. Isso remete a explicação de Olive (2002) de que a possibilidade de aprofundar conhecimento em área de interesse atrai muitos jovens para a carreira docente. O ingresso na carreira docente ocorreu para dez participantes depois da pós‐ graduação, três durante a pós‐graduação e um após a graduação. Os dados corroboram com os apontados por Velloso (2004) de que a docência no ensino superior, principalmente por bacharéis, é a profissão para a maioria dos pós‐graduados, pois o contato com a docência que os programas de mestrado e doutorado proporcionam incidem na decisão de tomar a docência como carreira profissional. Entretanto, os dados da pesquisa revelam que a carreira docente não é a principal dos bacharéis em questão, mas sim, apontada por oito deles, como secundária, três como principal e também para três como única. As profissões destes oito estão relacionadas à formação inicial: cirurgião dentista, assessora de imprensa, jornalista em Assessoria de Comunicação, analista programador, consultoria em Administração, assistente social, fisioterapeuta esportivo e um tem o doutorado em Farmácia como principal ocupação. Pode‐se interpretar que para a maioria o interesse pela profissão docente esteja atrelado, portanto, a realizações pessoais, independentes de outros motivos. Isso porque, não é possível afirmar que ocorra pela complementação de renda, uma vez que somente três afirmaram ser este o motivo de ser docente. Dez deles afirmaram que a profissão docente é desenvolvida pela identificação pessoal. Acredita‐se que para a maioria, a docência como profissão secundária decorra em razão dos baixos salários e da instabilidade da carreira, especialmente nas instituições particulares, como explica Soares (2002) e Santos (2012), tornando as profissões oriundas da formação inicial como as principais. Outra importante questão refere‐se aos conhecimentos que os participantes julgam essenciais para a profissão. Em ordem decrescente de menção pelos participantes: 12 mencionaram o conhecimento específico da área; nove elencaram a didática; seis se X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.10 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos referiram à metodologia de ensino; cinco mencionaram os conhecimentos pedagógicos; três elencaram o conhecimento sobre os alunos e um participante cada mencionou os objetivos do ensino superior e papel da universidade; oratória; visão crítica e criativa; recursos tecnológicos; comunicação e compreensão da realidade. Como mostra a tabela abaixo: Tabela 1 – Conhecimentos essenciais para a profissão docente para os participantes Número de menções Conhecimentos essenciais à profissão docente 12 Conhecimento específico da área 9 Didática 6 Metodologia de ensino 5 Conhecimentos pedagógicos 3 Conhecimento sobre os alunos 1 Objetivos do ensino superior e papel da universidade 1 Oratória 1 Visão crítica e criativa 1 Recursos tecnológicos 1 Comunicação e compreensão da realidade Fonte: dados coletados pelas autoras Os dados mostram que os professores concebem que conhecimento específico da profissão é essencial para a formação e que para a maioria, a aprendizagem destes conhecimentos requer didática, conhecimento pedagógico e metodologia de ensino. Bem lembra Perrenoud (1993) e Masetto (2003) que a profissão docente requer saber tornar o conhecimento específico em pedagógico passível de ensino e os participantes parecem ter isso como premissa da profissão. Ainda sim, é necessário mencionar que somente um levantou a importância para a profissão de se saber quais os objetivos do ensino superior e o papel da universidade, outro de se ter visão crítica e criativa no processo de ensino, além de outro que afirmou a importância de se compreender a realidade profissional e dela desenvolver boa comunicação com os alunos, que contribuem para a formação cidadã profissional dos alunos. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.11 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos Foi perguntado aos participantes se eles possuem formação pedagógica em cursos lato ou stricto sensu. Dez deles disseram que não e quatro deles disseram que sim. Destes, um tem mestrado em Educação, um tem mestrado em Educação Física, um fez o curso de especialização em Metodologia da Ação Docente e é mestrando em Educação e um fez o curso de especialização em Cinema e Educação. Ainda que seja a minoria, os dados destes quatro participantes revelam que os docentes, antes ou durante a carreira, buscaram conhecimentos pedagógicos na composição da formação profissional. Em relação à quais as contribuições dos cursos de pós‐graduação lato e/ou stricto sensu, os participantes apontaram em ordem decrescente que consideram como importantes: para oito, o domínio teórico‐científico da área; para quatro, o conhecimento da área voltado para o mercado de trabalho; para três, o conhecimento de pesquisa científica; para dois, a experiência em docência no ensino superior por meio do estágio supervisionado; para dois, a didática docente; para dois, o amadurecimento acadêmico e para um, o incentivo salarial por qualificação. Para dois participantes os cursos não contribuíram em nada para a profissão docente no ensino superior. A tabela abaixo demonstra estes dados: Tabela 2 ‐ As contribuições dos cursos de pós‐graduação para os participantes Número de menções Contribuições dos cursos de pós‐graduação 8 Domínio teórico‐científico da área 4 Conhecimento da área voltado para o mercado de trabalho 3 Conhecimento da pesquisa científica 2 Experiência em docência no ensino superior pelo estágio supervisionado 2 Didática docente 2 Amadurecimento acadêmico 1 Incentivo salarial por qualificação 2 Nenhuma contribuição Fonte: dados coletados pelas autoras X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.12 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos O conhecimento teórico‐científico e aqueles voltados para o mercado de trabalho foram os mais citados, demonstrando que os cursos de pós‐graduação primam pela capacitação nas áreas específicas e formam profissionais competentes para atuarem nelas. Entretanto, por se tratar da profissão docente tendo a pós‐graduação o espaço de formação, fica evidente nas poucas menções dos participantes, além de toda a fundamentação ao longo do trabalho, que aspectos pedagógicos nos programas não são priorizados. Os programas de pós‐graduação nas áreas específicas formam a partir dos conhecimentos teóricos importantes e também exaltam a formação para o mercado de trabalho, como dois dos objetivos propostos pelo V Plano Nacional de Pós‐Graduação (PNPG) (CAPES, 2004). Mas pouco se percebe na menção dos sujeitos, aspectos que evidenciem a formação para a carreira docente, também um dos objetivos propostos pelo V PNPG (CAPES, 2004). Os dois sujeitos que mencionaram a contribuição do estágio supervisionado em docência, mesmo ao reconhecerem a importância, disseram não ter sido suficiente e o período é muito curto para propiciar aprendizagens formativas da profissão. Algumas observações e reclamações foram feitas pelos participantes nesta questão: um sentiu falta de disciplinas que o preparasse para a profissão de ensinar; um se sentiu desapontado devido à grande especificidade das disciplinas e afirmou que, durante o curso de mestrado, estudou por contra própria temas que lhe permitiram ter uma visão mais geral sobre a área de atuação; e um acredita, apesar de não ter formação na área da educação, que os cursos das áreas de formação de professores contribuem mais para a profissão docente no ensino superior do que os de cursos em áreas específicas voltadas para o mercado de trabalho. A última pergunta era referente às dificuldades enfrentadas por eles na profissão docente. Muitos aspectos foram abordados por eles, por isso foram elencados em categorias para melhor compreensão. As categorias desenvolvidas foram: caracterização da profissão; alunado; educação mercantil; aspectos didáticos e aspectos físicos. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.13 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos Na caracterização da profissão docente no ensino superior, cinco mencionaram o baixo salário, principalmente nas instituições particulares de ensino; dois reclamaram do excesso de trabalho; dois apontaram a necessidade de tempo extra de trabalho que não é remunerado, uma vez que o trabalho assalariado em instituições particulares e em alguns contratos em instituições públicas ocorre por meio da hora/aula; dois mencionaram a pressão exercida para o cumprimento de prazos e atividades; dois mencionaram a falta de incentivo à profissionalização do professor nas instituições; um elencou a falta de reconhecimento da profissão docente; um mencionou se sentir afetado pela desmotivação e despreparo de colegas docentes; um afirmou que a existência da carreira de pesquisador em primeiro lugar compromete a docência; um afirmou a burocracia do ensino público prejudica a atenção às aulas e um mencionou a instabilidade na profissão docente em instituições privadas. Como demonstra a tabela abaixo: Tabela 3 – caraterização da docência no ensino superior para os participantes Número de menções Características da docência no ensino superior 5 Baixo salário 2 Excesso de trabalho 2 Necessidade de tempo extra de trabalho 2 Pressão para o cumprimento de prazos e atividades 2 Falta de incentivo à profissionalização 1 Falta de reconhecimento da profissão 1 Desmotivação e despreparo dos colegas docentes 1 Carreira de pesquisador em primeiro lugar 1 Burocracia do ensino público 1 Instabilidade da profissão em instituições privadas Fonte: dados coletados pelas autoras Quanto ao alunado, cinco reclamaram da fraca formação advinda do ensino básico e três sobre a falta de interesse dos alunos nas atividades de ensino. Soares e Cunha (2010) apontam como dificuldades frequentes dos alunos no ensino superior a dificuldade de leitura, interpretação de textos e pensamento autônomo reflexivo. Na categoria educação mercantil dois professores mencionaram a exaltação do comércio de aulas em detrimento do conhecimento e dois sobre a atribuição de papéis de X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.14 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos aluno como contratante e o professor como contratado para o ensino, em visão estritamente mercadológica. Santos (2012) menciona os mesmos problemas e afirma que a mercantilização está presente em todas as esferas sociais, como a educação e o trabalho docente, construindo coisas ao invés de relações, fragilizando‐as e fragmentando‐as e tornando, assim, difícil compreender a natureza do trabalho docente do ensino superior nesse contexto de globalização neoliberal. Ainda sim, é fundamental que a docência tenha o compromisso social coletivo à formação cidadã e crítica. Sobre os aspectos didáticos, dois professores revelaram dificuldades no ensino com o perfil profissional em constante mudanças; dois apontaram dificuldades em envolver os alunos nas atividades; um observou que a metodologia de ensino é antiga referente ao perfil profissional; um sentiu a falta do conhecimento pedagógico e um a dificuldade em conseguir mostrar aplicação prática do conteúdo de ensino. Os aspectos apresentados pelos professores são alguns dos focos de estudo da Pedagogia Universitária. Pimenta e Anastasiou (2005) mencionam as dificuldades enfrentadas pelos professores que muitas vezes estão relacionadas aos saberes pedagógicos como a superação do modelo de aula centrada no professor com vistas a uma perspectiva de construção de conhecimentos pelos alunos, de forma que o professor possa "[...] proceder ao conhecimento e à identificação de quem são seus alunos, o que pensam, o que sabem, suas expectativas, a visão que tem do que é ser profissional da área ‘escolhida" (PIMENTA; ANASTASIOU, 2005, p. 229). Quanto aos aspectos físicos, dois professores reclamaram da estrutura física das instituições em que são docentes e um da dificuldade em manter a atenção dos alunos diante das tecnologias móveis como celulares, tablets e notebooks dos alunos. Este último problema pode estar relacionado aos mencionados por Soares e Cunha (2010) quando citam a revolução dos meios de comunicação e informação que convocam o professor a ser mediador entre a compreensão cultural dos estudantes e as informações disponíveis. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.15 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos Uma observação foi feita por um dos participantes que afirmou que por ser novo na instituição de ensino e estar enfrentando problemas com os alunos, ao pedir orientação aos colegas com mais tempo na profissão, alguns destes orientaram‐no a ser mais "enérgico" e "severo" nas avaliações, como maneiras de incentivo ao estudo pelos alunos (palavras usadas pelo participante). Considera‐se que é preciso evitar que concepções de ensino como a descrita acima ocorram no ensino superior, buscando a valorização de aspectos pedagógicos na formação docente que oportunizem não a imposição e transmissão, mas a construção do ensino e aprendizado. Considerações Finais Em geral, podemos considerar que a pesquisa, ainda que preliminar, foi significativa para o nosso entendimento da inserção na docência por bacharéis. Percebe‐ se que algumas dificuldades enfrentadas por eles são também as de outros professores, mas acreditamos que devido às áreas de conhecimento dos bacharelados focarem em profissões que não tangem a pedagogia, elas possam ser agravadas. O interesse pessoal pela profissão docente é a maior motivação desses professores, mas isso não a torna a profissão principal. Isto pode ser interpretado devido aos baixos salários e instabilidade na carreira, principalmente em instituições particulares, uma vez que a profissão para complementação de renda tenha sido citada por dois professores. De modo contrário, acreditamos que se essas condições fossem melhores garantidas, a docência poderia ser a principal e até mesmo única profissão desses professores. Na carreira docente, estes professores percebem certa fragilidade em relação aos conhecimentos pedagógicos proveniente de sua formação profissional anterior, levando‐ os possivelmente a buscar cursos de capacitação como os do lato sensu e até mesmo mestrado em Educação para sanar algumas dificuldades. Esse momento particular da carreira docente do bacharel poderia ser conduzido de melhor maneira se existir mediação pedagógica preocupada em atender entre as principais necessidades docentes X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.16 X Anped Sul A construção da carreira docente por bacharéis: considerações iniciais Bruna Donato Reche ‐ Maura Maria Morita Vasconcellos e no entendimento de que a formação pedagógica é essencial para a condução de um bom ensino. A carreira docente, para eles, é construída conforme as experiências, mas muitos percebem a importância de conhecimentos específicos da disciplina que ministra e de conhecimentos didáticos e metodológicos para um bom ensino. Além do mais, podem enfrentar dificuldades como baixos salários, fraca formação advinda do ensino médio de seus alunos, excesso de trabalho e pressão da instituição no cumprimento de prazos e que, principalmente na instituição particular, a ideologia mercantil tem influência nas relações de ensino e aprendizagem. Apesar destes possíveis problemas, o interesse pessoal e até mesmo a identificação pessoal com a profissão parecem ser elementos que mantêm estes docentes na carreira. Ao que os dados indicaram, estes professores bacharéis do ensino superior gostam de ser professores e de atuar na formação profissional de seus alunos. Na carreira docente eles parecem ver benefícios maiores do que somente a complementação de renda. Referências BASTOS, Antônio Virgílio Bittencourt; et al. Formar Docentes: em que medida a pós‐ graduação cumpre esta missão? Revista da Administração Contemporânea, Curitiba, v. 15, n. 6, pp. 1152‐1160, Nov./Dez. 2011 BALBACHEVSKY, Elizabeth. 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