Serviços em Nuvem: Oportunidade para
Operadoras – Parte III
Este artigo introduz os conceitos de computação em nuvem, Cloud Computing, e a
insere no contexto de mercado de serviços ao apresenta-la como uma boa
oportunidade do surgimento de novos produtos para as operadoras de
telecomunicações.
Autores
Anderson Vinícius Alves Ferreira
Especialista em Engenharia de Redes IP da FITec.
É graduado em Ciências da Computação pela UFPB e possui
especialização em Engenharia de Redes IP pela UPE.
[email protected]
Davi Sabino Barros
Especialista em Engenharia de Redes IP da FITec.
É graduado em Redes de Computadores pela Faculdade
Maurício de Nassau e possui especialização em Engenharia de
Redes IP pela UPE e Segurança de Redes pela Faculdade Santa
Maria.
[email protected]
Rafael Bezerra Albuquerque
Especialista em Engenharia de Redes IP da FITec.
É graduado em Engenharia da Computação pela UPE e possui
especialização em Engenharia de Redes IP pela UPE.
[email protected]
A FITec é um instituto de pesquisa e desenvolvimento que
presta serviços na área de Telecomunicações, Tecnologia da
Informação, Energia Elétrica e Automação. É um centro de
excelência no desenvolvimento de tecnologias e na geração de
soluções, produtos e serviços, suportando empresas no
processo de inovação.
[email protected]
Categoria:
Nível:
Duração:
Infraestrutura para Telecomunicações, Banda Larga
Introdutório
Enfoque:
15 minutos
Publicado em:
Teórico
30/09/2013
Discussão, Conclusão e Perspectivas
Neste capítulo é apresentada uma discussão sobre os pontos apresentados
ao longo do trabalho, dificuldades encontradas para a realização deste trabalho e
algumas perspectivas que podem ser vislumbradas como contribuição oriunda
deste trabalho.
1.1.
Discussão
A Computação em Nuvem oferece aos usuários uma ilusão de recursos
infinitos e disponíveis sob demanda. As pesquisas de mercado mostram um
crescimento cada vez maior nesse recente modelo de computação.
Do ponto de vista dos serviços, a maior parte é oferecida a partir de
datacenters centralizados e por intermédio da Internet. Esse modelo de entrega do
serviço impõe limitações que são intrínsecas da infraestrutura de rede. Ao utilizar
a Internet não é possível garantir qualidade de serviço (fatores como latência e
largura de banda, por exemplo) e segurança fim-a-fim como nos moldes
comumente contratados pelas empresas, ou seja, contratos com SLAs de 99,999%
de disponibilidade, por exemplo.
Grande parte dos provedores de serviços na nuvem atualmente garante
apenas o desempenho até as extremidades de seus datacenters. Isto se dá pelo fato
de que tais provedores não possuem o controle sobre a rede que interliga
datacenters e usuários dos serviços. As operadoras de telecomunicações, por
serem detentoras das redes de telecomunicações, podem, portanto, considerar este
fato como o principal diferencial para entrar de maneira competitiva no mercado
de serviços em nuvem.
O modelo de serviço de Infraestrutura como um Serviço, por ser menos
complexo e servir de base para outros modelos de serviço, pode ser considerado
um modelo mais apropriado para a entrada das operadoras no mercado da nuvem.
Além disso, por tratar-se de um serviço de infraestrutura, as operadas podem
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elaborar planos de faturamento de clientes mais facilmente, pois está mais
próximo do portfólio de serviços oferecidos atualmente.
Existem importantes considerações que devem ser levadas em conta ao
projetar uma arquitetura para o provimento de serviços na nuvem. Para poder
tomar as decisões corretamente, é importante conhecer bem os requisitos que a
arquitetura deverá atender. E, para isto, torna-se necessário ter um bom
conhecimento acerca dos clientes em potencial, quais os possíveis casos de uso e
como os clientes gostariam de utilizar a nuvem.
No caso das operadoras, o princípio arquitetural que deve ser considerado
como o mais importante e que deve, efetivamente, diferenciar o serviço trata-se da
descentralização dos datacenters. Dessa maneira, é possível levar a oferta dos
serviços para mais perto dos clientes, o que aperfeiçoa o desempenho da rede
como um todo, pois descentraliza o consumo dos recursos de infraestrutura da
rede. Por outro lado, isso aumenta a complexidade de gerenciamento. Portanto, um
bom sistema de gerenciamento de nuvem que suporte essa descentralização se
torna imprescindível para uma implementação de sucesso.
A interconectividade entre os datacenters é um dos pontos principais
nesse cenário. Os datacenters, apesar de geograficamente distribuídos, devem agir
como um sistema único. Serviços baseados em MPLS como o VPLS podem ser
utilizados para interligar datacenters individuais. Porém, ainda não existe um
consenso sobre a relação custo-benefício das diferentes soluções que podem ser
utilizadas para essa interligação.
A rede de acesso e como o cliente se conecta ao datacenter é um relevante
fator para a qualidade de experiência sentida pelos usuários de serviços em
nuvem. E as operadoras possuem infraestrutura e conhecimento para prover
melhores serviços para as empresas.
Um possível cenário de utilização de IaaS envolve aumentar a quantidade
numérica de servidores da rede de uma empresa por um determinado tempo. Essa
empresa utiliza um bloco de endereçamento privado para todos os seus servidores
porque eles são internos à empresa. A solução ideal envolve prover por intermédio
da nuvem os servidores adicionais utilizando o mesmo esquema de
endereçamento da empresa, como se a nuvem fosse apenas uma extensão da rede
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local. Essa conectividade é realizada utilizando VPNs configuradas entre a empresa
e a nuvem. Entretanto, na prática, geralmente não há integração entre a
infraestrutura da rede de acesso com os recursos da nuvem, mesmo em
operadoras de telecomunicações. Os recursos da nuvem e o acesso à rede (serviços
de VPN, por exemplo) são tipicamente providos separadamente e, frequentemente,
por unidades completamente diferentes dentro da companhia. Além disso,
enquanto recursos de processamento e armazenamento se tornaram bastante
elásticos e provisionados sob demanda, o provisionamento de VPNs tem várias
propriedades estáticas e a compra e a implantação desses serviços frequentemente
duram dias ou semanas. A rede deve ser considerada parte integral dos serviços
em nuvem, assim como processamento e armazenamento e deve, também, ser
elástica e dinâmica.
A escolha da ferramenta para implementação de IaaS é um fator de
extrema importância. Tendo em vista de que a Computação em Nuvem é um
modelo recente e ainda não tem suas tecnologias consolidadas, existem diversas
propostas de padronização de técnicas e protocolos que implementam
características da Computação em Nuvem como, por exemplo, suporte a multiinquilino e virtualização de redes, mas que ainda não foram aceitas. Essa falta de
padronização pode acarretar em vendor lock-in (ou aprisionamento tecnológico,
em que o cliente fica dependente dos produtos e/ou serviços de algum fabricante e
incapaz de utilizar outro fabricante sem incorrer em custos substanciais para
realizar a troca). Nesse sentido, a utilização de plataformas abertas e que utilizam
tecnologias amplamente difundidas devem ser escolhidas. As três soluções para
IaaS apresentadas neste documento seguem esses princípios, com destaque para a
solução da Alcatel-Lucent, que foi desenvolvida tendo as operadoras de
telecomunicações como clientes-alvo.
1.2.
Conclusão
A Computação em Nuvem é uma tendência e realidade impactante no
mercado de Tecnologia de Informação. As operadoras de telecomunicações
possuem na Nuvem uma grande oportunidade de mercado para aumentar suas
participações no mercado de serviços. Tendo a infraestrutura de rede como
principal alicerce para alcançar esse mercado, as operadoras podem se diferenciar
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das concorrentes ao poder oferecer os serviços com melhor relação
custo/desempenho para seus clientes, pois a capilaridade de suas redes cobre
vastos territórios.
Os serviços em nuvem do tipo IaaS possuem um grau de complexidade de
implementação menor quando comparados aos outros modelos de serviços em
nuvem. Além disso, serviços IaaS estão mais próximos do modelo de serviços já
oferecidos atualmente pelas operadoras para seus clientes, o que facilita o
faturamento de clientes, por exemplo.
Levando em consideração todo esse contexto, neste trabalho foram
abordados conceitos e técnicas de Computação em Nuvem e os tipos de serviços
que podem ser providos com este modelo de computação. Com essa base, o
trabalho apresentou questões sobre como as operadoras de telecomunicação estão
inseridas no mercado de Computação em Nuvem, quais os problemas que os
usuários enfrentam atualmente e como as operadoras poderiam utilizar o
conhecimento sólido que possuem em oferecer serviços e suas infraestruturas de
rede para se diferenciarem nesse mercado. Foi apresentada, também, uma breve
análise de complexidade dos modelos de serviços para evidenciar a menor
complexidade do modelo IaaS e justificar seu uso neste trabalho.
Foram
apresentadas
questões
mais
específicas
do
projeto
e
implementação de serviços IaaS em operadoras de telecomunicações. Para tanto,
foram definidos os principais requisitos que um provedor IaaS deve atender, qual a
arquitetura funcional de um provedor IaaS e, em seguida, qual a infraestrutura de
rede necessária e como essa nuvem pode ser operacionalizada. Em seguida, foram
apresentadas ferramentas para a implementação de uma infraestrutura para o
provimento de serviços em nuvem do tipo IaaS, focando na concepção de rede
utilizada por cada ferramenta.
1.3.
Perspectivas
A principal perspectiva deste trabalho é tornar evidente para as
operadoras de telecomunicações como elas podem se inserir no mercado de
serviços em nuvem utilizando como principal diferencial a sua infraestrutura de
redes já existente em relação às concorrentes que provêm serviços baseados em
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datacenters centralizados e acessíveis apenas pela Internet e sem garantias de
qualidade de serviço que atendam às reais necessidades dos clientes.
Além disso, espera-se que este trabalho sirva como material de referência
para profissionais de operadoras de telecomunicações, ou ainda de empresas
prestadoras de serviços para tais operadoras, que desejem iniciar um
planejamento para implementação de serviços em nuvem.
Além disso, o principal impacto que este projeto visa a obter é despertar
nas operadoras de telecomunicações brasileiras – e nas prestadoras de serviços
profissionais para as operadoras – a intenção de prover serviços em nuvem que
atendam às necessidades reais de seus clientes e possam aumentar seu portfólio
de serviços e, consequentemente, aumentar suas fatias de mercado e lucro.
Os megaeventos esportivos que o Brasil vai sediar como a Copa do Mundo
de 2014 e as Olimpíadas de 2016, por exemplo, abrem uma série de oportunidades
para as operadoras de telecomunicações e provedores de TI, pois vão exigir
infraestrutura para processamento e disponibilidade em larga escala.
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Tema Principal: Teste seu entendimento
1. Qual a tendência atual no tocante à prestação de serviços:
( ) Uso de datacenters centralizados.
( ) Garantia de qualidade de serviço.
( ) Segurança fim-a-fim.
( ) SLAs de 100%.
2. Qual o modelo arquitetural indicado para que as operadoras de telecomunicações
possam se diferenciar em relação aos atuais provedores de serviço em nuvem?
( ) L2.
( ) L3.
( ) L2oL3.
( ) L7.
3. Qual o modelo de serviços indicado para uma operadora que deseja adentrar no
mercado de serviço de nuvem?
( ) PaaS.
( ) SaaS.
( ) IaaS.
( ) Todas as alternativas são indicadas.
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