Impresso Especial 991218260/2007-DR/BSB PMDB www.pmdb.org.br Brasília, Distrito Federal, 19 de Novembro de 2014, número 205. A Reforma Política pode ser feita por você! Participe! Mais informações: www.fundacaoulysses.org.br Wendel Lopes/PMDB Romero Jucá apresenta relatório favorável à alteração da meta de superavit de 2014 SENADO Wendel Lopes/PMDB GT da Reforma Política realiza a primeira reunião de trabalho CÂMARA Kátia Abreu relata anteprojeto da Lei de Licitações SENADO Henrique Alves cria comissão sobre Orçamento Impositivo 2 Marcos Oliveira/Agência Senado CÂMARA Sérgio Souza é autor de texto sobre Política de Biocombustíveis 2 Manoel Junior apresenta relatório sobre a MP das Farmácias PMDB Manoel Júnior propõe alteração na Lei de Responsabilidade Fiscal 2 Partido reúne 2 mil militantes em encontro regional no Ceará 2 4 1 Congresso Nacional CÂMARA SENADO Relatório de Marçal Filho sobre CMO aprova relatório preliminar do aposentadoria por invalidez está na pauta senador Vital do Rêgo sobre a LDO 2015 AC M O (CMO) aprovou, na última quarta-feira (12), o relatório predo Plenário omissão O Plenário da Câmara poderá votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 170/2012, que garante proventos integrais aos servidores públicos aposentados por invalidez, independentemente do motivo. O relatório é do deputado Marçal Filho (MS), aprovado na Comissão Especial que debateu o tema. De acordo com o peemedebista, a invalidez gerada por acidentes domésticos, por exemplo, permitirá ao servidor se aposentar com proventos integrais em vez de proporcionalmente ao tempo de contribuição. Em sua justificativa, o deputado lembra que a Constituição de 1988 manteve inalterado o tratamento discriminatório que caracteriza a aposentadoria por invalidez no serviço público, isto é, o tratamento vem sendo o mesmo que consta no texto constitucional anterior a 1988. De fato, o texto vigente do art. 40, § 1º, I da Constituição, ao atribuir proventos integrais apenas quando a invalidez seja decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei, reproduz de forma quase literal o que já dispunha o art. 101, I, “b”, da Carta precedente. “Assim é que, quando a invalidez resulta de outras causas, os proventos de aposentadoria são calculados proporcionalmente ao tempo de contribuição já cumprido pelo servidor. Em consequência, um servidor cuja invalidez decorra, por exemplo, de acidente doméstico, sofrerá redução em sua renda, prejuízo esse tão maior quanto mais jovem for ao se acidentar. Nessas circunstâncias, a aposentadoria por invalidez, destinada a assegurar o sustento dos servidores que deixam de poder provê-lo por seus próprios meios, resulta ineficaz para a Deputado Marçal Filho (MS) Foto: Wendel Lopes/PMDB finalidade a que se destina”, ressaltou. Marçal chamou atenção ainda em seu texto que esse quadro agravou-se após a promulgação da Emenda Constitucional nº 41, de 2003. Ao invés de considerar a última remuneração percebida pelo servidor como parâmetro para a fixação dos proventos, como ocorria até então, a referida Emenda determinou a adoção de cálculo com base na média das contribuições vertidas pelo servidor a seu respectivo regime de previdência. Adicionalmente, a Emenda Constitucional 41 extinguiu a denominada paridade entre os proventos da aposentadoria e a remuneração dos servidores ativos. “O somatório de efeitos dessas medidas trouxe tamanho prejuízo às aposentadorias por invalidez no setor público que os servidores passaram a evitar, a qualquer custo, serem considerados inaptos para o serviço. Recorrem para tanto a qualquer expediente que lhes permita ocultar a gravidade de moléstias que os tenham acometido”, lamentou. CÂMARA Substitutivo de Quintão sobre o Marco Regulatório da Mineração será votado dia 26 A Comissão Especial da Câmara dos Depu- 2 tados destinada a analisar o novo Código de Mineração pode votar na próxima quartafeira (26) o parecer do relator, deputado Leonardo Quintão (MG), que apresentou um substitutivo ao PL 5807/2013 e a outros seis projetos de lei (PL 37/11 e apensados) que já tramitavam na Casa desde 2011. O projeto original, que tinha 59 artigos, recebeu um substitutivo com 130 artigos. O texto, relatado por Quintão, foi desenvolvido a partir das sugestões colhidas de representações da sociedade, como lideranças e moradores de municípios mineradores e dos impactados pela mineração, comitês em defesa do meio ambiente, e até trabalhadores e empresas. Novidades - Um dos principais pontos do substitutivo é o aumento da arrecadação dos royalties da mineração. As empresas que hoje pagam à União 2% do faturamento líquido, com a aprovação do novo código, terão de pagar 4% do faturamento bruto. Com isso, a arrecadação atual da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), que é de R$ 2,5 bilhões por ano, passará a R$ 10 bilhões por ano. O novo código também determina que os Estados recebedores da CFEM sejam obrigados a publicar onde estão aplicando os valores da CFEM e quais são estes valores, de forma que o cidadão possa acompa- Deputado Leonardo Quintão (MG) Foto: Wendel Lopes/PMDB nhar onde estarão sendo investidos esses recursos. O texto apresentado também beneficia todas as cidades que são impactadas, mesmo que indiretamente, pela mineração. Os municípios que ficam próximos ou que dão acesso às minas serão beneficiados com 10% de toda arrecadação da CFEM. O restante será dividido entre os municípios mineradores (65%), Estados e Distrito Federal (23%) e União Federal (12%). O novo Código também permitirá, dentre outras, a criação do Plano Nacional de Produção Mineral, que garante ao governo federal autonomia para definir quais são as áreas onde haverá extração de minério e quais são as áreas de preservação da riqueza mineral. “Isso é um grande avanço. O conceito de cidades impactadas não existe, e o novo código trará isso. Infelizmente, os municípios afetados pela atividade mineral hoje só ficam com o ônus”, pontuou Quintão. ista de rçamento liminar do senador Vital do Rêgo (PB) ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO - PLN 3/2014) para 2015. Ficou definido que deputados e senadores terão até amanhã (20) para apresentar emendas ao texto. A LDO estabelece as diretrizes para elaboração e execução do Orçamento da União do ano seguinte. O parecer aprovado acata totalmente quatro emendas e parcialmente cinco, entre as 14 apresentadas pelos parlamentares. Em seu texto, Vital do Rêgo reconhece que as projeções para o crescimento da economia brasileira na proposta da LDO (PLN 3/2014) “mostram-se mais otimistas que as expectativas do mercado”. Entretanto, ele entende que os cálculos oficiais “estão amparados em parâmetros fiscais sólidos e refletem uma política governamental direcionada para reverter os efeitos da crise internacional e assegurar estabilidade nos preços e estímulos ao setor produtivo nacional e à geração de empregos”. O relator diz acreditar que o país tem condições de aumentar o PIB em 3% em 2015. Vital do Rêgo adiantou que pretende entregar o relatório final no dia 26, caso a apresentação das emendas parlamentares transcorra dentro do acertado na CMO. Ele lembrou que o parecer preliminar já havia sido lido em julho e disse que é preciso oferecer ao país estabilidade institucional, jurídica, orçamentária e fiscal, a partir da norma que estabelece as diretrizes para elaboração e execução do orçamento da União do próximo ano. CÂMARA Projeto de Adrian determina novas regras para produção e comercialização de fertilizantes Os produtores ou comerciantes de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes poderão ser obrigados a observar exigências dos setores da saúde e meio ambiente no registro desses produtos. É o que prevê o PL 5166/2013, que altera a Lei nº 6.894, de 16 de dezembro de 1980, de autoria do deputado Adrian (RJ). O projeto já foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) e ainda será analisado pela CAPADR e CCJC da Câmara. O peemedebista esclarece que a legislação atual determina apenas o registro de fabricantes, comerciantes e produtos junto ao Ministério da Agricultura. Adrian também lembra que há evidências de que o uso desses produtos também acarreta riscos. “A presença de metais pesados, substâncias tóxicas ou agentes patogênicos, por exemplo, pode acarretar poluição ambiental, contaminar ou transmitir doenças a pessoas, plantas ou animais, entre outros danos. Desta forma, parece-nos necessário aprimorar a norma legal que dispõe sobre o registro de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes para introduzir mecanismos que visem à proteção da saúde humana e do meio ambiente”, justificou. SENADO Comissão aprova relatório de Raupp sobre projeto que altera a Lei dos Partidos Políticos A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou em decisão terminativa o PLS 202/2014, que altera a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/1995). O projeto foi relatado pelo senador Valdir Raupp (RO), que apresentou parecer pela constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade do projeto, e, no mérito, por sua aprovação, com uma emenda. Pela proposta, o partido político que tiver suas contas reprovadas poderá ter prescrita a punição das sanções por violação de normas legais e estatutárias, falta de prestação de contas e sua desaprovação total ou parcial quatro anos após o envio do balanço contábil. O projeto original previa a prescrição das punições dois anos após a entrega das contas, mas a emenda de Raupp ampliou esse prazo para quatro anos. A legislação atual obriga o partido a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo até o dia 30 de abril do ano seguinte, e, em ano eleitoral, balancetes mensais durante os quatro meses anteriores e os dois meses posteriores ao pleito. Porém, não há prazo legal para que a Justiça Eleitoral faça o exame das contas. Em seu relatório, Raupp reconhece que o projeto deve ser acolhido no mérito e que a suspensão do recebimento das cotas do Fundo Partidário pode alcançar os partidos até uma década depois da entrega da Senador Valdir Raupp (RO) Foto: Wendel Lopes/PMDB documentação contábil. E explicou: “[...] os partidos dependem dos recursos do Fundo para manter sua estrutura administrativa; [...] a suspensão [dos repasses] os atira a uma situação de paralisia organizacional; [...] a sanção alcança muitas vezes direções partidárias que pouco têm em comum com aquelas responsáveis pelos balanços irregulares”. O peemedebista lembrou ainda que a Lei n 9.504, de 30 de setembro de 1997, sobre normas para as eleições, estabelece mecanismo para os casos de prestação de contas dos gastos de campanha: o parágrafo único de art. 25 veda a imposição da sanção de suspensão das cotas do Fundo Partidário nos casos de a apreciação das contas ocorrer cinco anos depois de sua apresentação. Congresso Nacional CONGRESSO CMO aprova relatório de Jucá sobre projeto que muda superavit de 2014 O senador Romero Jucá (RR) apresentou nesta terça-feira à Comissão Mista de Orçamento (CMO) relatório favorável ao projeto que desobriga o governo federal de fazer superavit primário nas contas públicas (PLN 36/2014). O projeto altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em vigor. Conforme o cronograma definido pelo colegiado, a apresentação das emendas foi encerrada nesta segunda-feira (17) e a perspectiva é que o parecer seja votado hoje (19). Foram apresentadas 80 emendas ao texto de deputados e senadores. Jucá apresentou parecer favorável ao texto do Executivo. O parecer faz apenas uma modificação na redação original, trocando a expressão “meta de superavit” por “meta de resultado”. No que se refere às 80 emendas, todas foram rejeitadas pelo relator. O peemedebista afirmou que a meta de resultado primário “não é imutável ou rígida”. Segundo ele, fixar ou alterar o número “tem o propósito básico de trazer ao conhecimento e ao debate público as consequências de todo o conjunto de decisões adotadas no campo econômico e fora dele”. O relator diz ainda que ajustar a meta evita também problemas maiores, como o comprometimento dos indicadores sociais. “Gostaríamos que os resultados, notadamente os econômicos, tivessem sido mais auspiciosos. Que, hoje, não estivéssemos, aqui, discutindo a moderação ou a redução da meta, mas, sim, a sua confirmação ou, mesmo, ampliação. Não podemos, entretanto, desconhecer que nossas dificuldades econômicas internas têm raízes profundas no exterior. Que dificuldades como as atuais já enfrentamos inúmeras vezes, quase sempre ao custo da deterioração de nossos indicadores econômicos mais básicos”, justificou Jucá em seu relatório. Prazos - Os prazos reduzidos para a tramitação da proposta foram sugeridos por Jucá ao presidente da Comissão de Orçamento, deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), que encaminhou a sugestão à Mesa do Congresso Nacional, onde recebeu o aval do presidente, Renan Calheiros (AL). A redução dos prazos regimentais para a votação da proposta é encampada pelo governo. Os novos prazos substituem a estratégia do governo de conferir o regime de urgência constitucional ao PLN 36. No calendário inicial, que levava em consideração os prazos regimentais normais, o prazo das emendas iria dos dias 17 a 24, ficando a votação, na comissão, para o período entre 9 e 12 do próximo mês. Comissão aprova projeto de Jucá que regulamenta emenda sobre Trabalho Escravo As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do país onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. É o que define o PLS 432/2013, relatado pelo senador Romero Jucá (RR), na Comissão Mista de Consolidação das Leis e Regulamentação Constitucional (CMCLF). Jucá apresentou um parecer consolidado sobre as emendas apresentadas por senadores ao projeto que regulamenta a Emenda Constitucional do Trabalho Escravo (EC 81). Das 55 emendas, foram acatadas 29. Entre as modificações consideradas pelo peemedebista está a retirada da necessidade de trânsito em julgado da ação Senador Romero Jucá (RR) Foto: Wendel Lopes/PMDB penal como condição para a ação de expropriação. Além disso, Jucá aceitou incluir no texto a possibilidade de imóvel registrado em nome de pessoa jurídica ser expropriado. Também em razão do acolhimento de emendas do Plenário, o texto estabelece que os bens apreendidos em decorrência da exploração de trabalho escravo sejam revertidos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). No projeto original, os bens iriam para um fundo específico de combate ao trabalho escravo. O texto também foi modificado para prever que o proprietário não possa alegar desconhecimento da exploração de trabalho escravo por seus representantes, dirigentes ou administradores. Além disso, o relator incluiu artigo que proíbe a inscrição de acusados de exploração de trabalho escravo em cadastros públicos sobre o tema antes que a ação transite em julgado. O projeto, relatado por Romero Jucá, na prática está alinhavando os principais Relatório de Manoel Junior que dispensa obrigatoriedade do farmacêutico nas pequenas farmácias está em análise A Comissão Mista destinada a analisar a Medida Provisória (MP) 653/2014, que relaxa a exigência de farmacêutico em farmácias caracterizadas como pequenas ou microempresas, pode apreciar nesta quartafeira (19) o parecer de autoria do relator da matéria, deputado Manoel Junior (PB). No projeto apresentado, Manoel Junior reconhece que a presença obrigatória de farmacêutico nas farmácias, conforme determina a Lei 13.021/2014, torna a dispensação dos medicamentos mais segura e de melhor qualidade. No entanto, ele aponta déficit de profissionais para atender a demanda e dificuldades de cumprimento da norma por pequenas farmácias, especialmente em cidades do interior do país. “Realmente este seria o ideal a ser perseguido, mas ainda não é possível de ser concretizado no momento, ainda mais se considerarmos o número de profissionais aptos a trabalhar no comércio em confronto com a quantidade requerida pelo número de farmácias atualmente em atividade. Há um déficit de profissionais que precisa ser equacionado antes que a exigência em comento seja integralmente requerida. Entendemos que a lei precisa prever um mecanismo de escape, uma previsão que permita àquelas farmácias que não conseguirem obter um farmacêutico para assumir a assistência técnica nos moldes exigidos pela lei, possuírem meios para atender a população e viabilizar o acesso aos medicamentos”, explicou. Manoel Junior ampliou o conteúdo da MP para permitir às farmácias colocar à disposição de seus clientes a assistência Deputado Manoel Junior (PB) Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado técnica do farmacêutico de forma remota, por meios telemáticos e informatizados, nos horários de intervalos da jornada de trabalho do farmacêutico titular, em caso de substituição temporária e nos finais de semana e feriados. “A ideia é permitir, diante dos caracteres especiais do mercado presentes no Brasil, que o consumidor final tenha, sempre que assim o desejar, conta- pontos da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 57A/1999, que, só após transcorridos 15 anos, foi promulgada, este ano, tornando-se a Emenda Constitucional 81. “Demos um grande passo para a aprovação da PEC contra do Trabalho Escravo, mas as regras só serão colocadas em prática com a aprovação de sua regulamentação, prevista no meu projeto”, reforçou o senador. A ideia do texto é deixar claro que a expropriação das terras não pode ser feita em caso de infração a qualquer lei trabalhista. “Este é um cuidado muito importante. Será o segundo crime no Brasil que resultará na tomada de um imóvel. Atualmente esta pena só existe para crimes de produção e tráfico de drogas. Por isso precisamos ficar atentos que a tomada de bem só poderá acontecer nos casos específicos de trabalho escravo, e não de qualquer outra infração”, lembrou Jucá. to direto com o farmacêutico para dirimir quaisquer dúvidas, em qualquer horário e mesmo que o responsável técnico titular não esteja presente no estabelecimento”, ressaltou o peemedebista. O relator propõe ainda incluir na Lei 5.991/1973 que a validade da licença, hoje estabelecida em um ano, seja fixada pela autoridade sanitária local, podendo ser revalidada por períodos iguais e sucessivos. O peemedebista acatou também sugestão para modificar a Lei 3.821/1960, estabelecendo como competência dos Conselhos Regionais de Farmácia, na fiscalização da profissão farmacêutica, a aplicação de sanções e penalidades somente aos profissionais inscritos em seus quadros, vedando a aplicação de multas e outras sanções ao estabelecimento comercial. Para contribuir com a elaboração do relatório, foram realizadas duas audiências públicas, nos dias 4 e 11 de novembro, nas quais estiveram presentes profissionais farmacêuticos, do comércio de produtos do segmento e o Ministério da Saúde. AGENDA & NOTAS Ferraço propõe audiência sobre as conclusões da CPI da Espionagem Está na pauta da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) o Requerimento 14/2014 do senador Ricardo Ferraço (ES), que também preside o colegiado, e propôs audiência pública para debater os resultados da CPI da Espionagem, de 2013. A CPI foi instalada a partir de denúncias de espionagem americana no Brasil divulgadas pelo ex-funcionário da agência de segurança americana, (NSA) Edward Snowden, que expôs a vulnerabilidade do nosso país diante da espionagem estrangeira. “Passado um ano, é tempo de avaliarmos o que foi feito das recomendações e conclusões apontadas pela CPI, avaliação que permitirá aos parlamentares aprofundar os co- nhecimentos e reflexões sobre o papel das atividades de inteligência e contra-inteligência, em um diálogo que conte com autoridades responsáveis pelas atividades de inteligência e com especialistas do setor”, justificou. Para o senador, as sugestões colhidas nos debates servirão para promover a reflexão e organizar o pensamento dos membros da Comissão a respeito do Sistema Brasileiro de Inteligência. “Em um período de avanço tecnológico sem precedentes na história da humanidade e de crescente internacionalização dos interesses nacionais, a atividade de inteligência assume um papel ainda mais estratégico”, afirmou Ferraço. Debate sobre a qualidade dos serviços de telefonia no país é defendido por Bez A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara realiza hoje (19), às 14h30, audiência pública para discutir a qualidade dos serviços de telefonia fixa e móvel. A reunião foi requerida pelo deputa- do Edinho Bez (SC). Em sua justificativa, o peemedebista ressalta que “é preciso insistir para que as empresas, responsáveis pelas operadoras de telefonia, exponham o que efetivamente está sendo feito para a solução dos problemas enfrentados pela população usuária desses serviços”. Bez lamentou o fato de que embora as medidas necessárias aos ajustes dos serviços tenham sido tomadas, os servi- ços, segundo ele, continuam ruins. “[...] e nós, como usuários e homens públicos, não nos conformamos com tamanha insegurança”, acrescentou. 3 PMDB e Fundação Ulysses Guimarães Harmonia entre os Poderes Quem comanda um Poder de Estado deve exercer suas funções com independência sem se afastar do convívio com os demais Poderes Na relação institucional entre os Poderes do Estado, alardeia-se sempre o fundamento constitucional da independência entre eles. Há, porém, uma insistência reiterada em se esquecer da harmonia entre eles, essencial à boa governança e ao equilíbrio de forças no país. Os Poderes, com efeito, são independentes entre si. Mas de que independência fala a Constituição? Da funcional, do exercício de suas funções e competências. Não é sem razão que a Constituição estabeleceu competir à Câmara e ao Senado a privatividade de elaborar seu “regimento interno” e de “dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e com iniciativa da lei para fixação da respectiva remuneração” (art. 51, incisos 3º e 4º, e art. 52, incisos 12 e 13). Tudo para assegurar a sua independência ao exercitar as suas competências. Mas independência não significa isolamento, não interação, nem oposição *Michel Temer aos outros Poderes. Por isso, o constituinte estabeleceu, no mesmo patamar, o critério de “harmonia” entre os Poderes. Para que trabalhem em conjunto na busca do bem comum. Para bem entender essa questão é preciso lidar com conceitos. A regra número um é a de que o Poder é uma unidade. Não existem três Poderes do Estado. Existe apenas “Um”, cujo titular é o povo. Nesse sentido, devemos entender a teoria da separação dos Poderes, nas lições de Montesquieu (1689-1755). Montesquieu observou o panorama do Estado absolutista e verificou que o soberano exercia três funções distintas: legislava, executava e julgava. Concentrava o poder. A partir dessa constatação, e em busca dos direitos individuais, propôs que esse poder se desconcentrasse e fosse entregue ao povo, e seu exercício se desse por órgãos distintos. Daí nasceu o Estado de Direito que nas democracias subsiste até hoje. O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto já discorreu sobre o significado da palavra poder no texto constitucional. Todo poder emana do povo. GT da Reforma Política da Fundação Ulysses Guimarães define critérios para ouvir partidários e a sociedade O Grupo de Trabalho (GT) sobre a Reforma Política, criado por decisão do Conselho Nacional do PMDB, esteve reunido na tarde desta terça-feira (18), em Brasília, para sua primeira reunião. Na pauta, o questionário a ser utilizado para uma consulta popular (base peemedebista e sociedade). Serão 17 perguntas cujas respostas embasarão as propostas do PMDB para a necessária e possível Reforma Política. Uma síntese dessas informações será levada ao Conselho Nacional do Partido na forma de projetos de lei que serão apresentadas no Congresso Nacional, no início do próximo ano. A pesquisa iniciará nos próximos dias. A sociedade poderá responder ao questionário pelos sítios eletrônicos do PMDB e da Fundação Ulysses Guimarães, pelas redes sociais, por email e através das lideranças do Partido pelo Brasil. O trabalho do GT está dividido em etapas. A primeira é disponibilizar para todo o Brasil o questionário da Reforma Política. A etapa seguinte consiste na realização de um evento nacional que reunirá, para o debate acadêmico, empresários, sindicatos e lideranças políticas nacionais. Por fim, também estão previstos eventos estaduais e setoriais para discussão da Reforma com os vários estamentos do Partido e sociais. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada na edição impressa desta terça-feira (18), o presidente da Fundação e coordenador do GT, deputado Eliseu Padilha (RS), afirmou que o PMDB é o Partido com as melhores condições de estar à frente de um processo de Reforma Política que represente os anseios da população. É o maior do país, tem raízes em todo o território nacional e (atualmente) comanda a Câmara, o Senado e o Congresso. Segun- DISCURSO Casildo Maldaner lamenta números de acidentes nas estradas brasileiras Em pronunciamento no Plenário, o senador Casildo Maldaner (SC) lamentou sobre a situação trágica do trânsito nas estradas brasileiras. Segundo ele, o Brasil tem vivido, nos últimos anos, uma tragédia que se tornou erroneamente banalizada, não obstante seu elevado grau de barbárie. “Perdemos, todos os anos, em acidentes rodoviários, o equivalente aos tombados em uma guerra. Repito: todos os anos, o equivalente a uma Expediente Jornalista Responsável: Thatiana Souza (DRT 3487/DF) Jornalistas: Paulo Marcial e Roberta Ramos Revisão de Texto: Tayana Moritz Tomazoni Fotógrafo: Wendel Lopes Diagramação: Zoltar Design Tiragem: 1500 exemplares Periodicidade: Semanal Endereço: Câmara dos Deputados, Edifício Principal sala T6, Brasília - DF Fone: (61) 3223-7003 Email: [email protected] www.pmdb.org.br 4 guerra. É uma loucura”, ponderou. Ele citou ainda matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo apontando números do Sistema Único de Saúde. Segundo esta publicação, as mortes no trânsito tiveram uma queda de 10% no ano passado, interrompendo uma trágica sequência de elevação que já durava três anos, fato que ceifou a vida de milhares de brasileiros. Dados preliminares apontam que foram pouco Aí a palavra tem significado de soberania. Ou seja: o poder incontrastável de mando é do povo. Quando o constituinte disse “são Poderes da União o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”, quis significar “órgãos” para exercer o poder em nome do povo. Quando mais adiante registra: “o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional”; “o Poder Executivo pelo presidente da República” etc., quis dizer que a “função” legislativa e a “função” executiva são exercidas por aqueles órgãos. Como o povo não pode reunir-se em praça pública para deliberar foram criados órgãos para desempenhar essas funções. Esse é o significado da separação dos Poderes. Por isso, a harmonia é indispensável: trabalharão juntos para satisfazerem as aspirações do único dono do poder. Essas considerações não suprimem o papel da oposição. Quem não venceu as eleições tem o dever de criticar e fiscalizar. Ajuda a governar, portanto. Esse é o conceito jurídico-democrático de oposição. Equivocada é a visão de que, ao perder, um partido deve opor-se sistematicamente, não importando se determinado ato da situação pode beneficiar o povo. Isso ocorre na área federal, nos Estados e municípios. São trivialidades conceituais, mas quando vejo colocarem a independência acima da harmonia como se fossem Poderes individualizados, e não desdobramento funcional do único Poder soberano existente no Estado, impõe-se o alerta. A harmonia é determinação nascida da soberania popular e toda vez que os Poderes se desarmonizam ao fundamento da independência, o que se verifica é uma inconstitucionalidade, indesejável jurídica e politicamente. Quem comanda um Poder de Estado deve, portanto, exercer suas funções com independência sem jamais se afastar do equilíbrio proporcionado pela harmônica convivência entre eles. Repito o óbvio para restabelecer a compreensão de certos conceitos essenciais ao bom funcionamento de nossa democracia. do Padilha, o PMDB não tem uma proposta a impor, mas busca ser o condutor de uma Reforma Política possível. “O PMDB tem o maior número de filiados, vereadores, prefeitos, deputados estaduais, governadores, senadores e a segunda bancada na Câmara. É o Partido com a maior organicidade em todo território nacional. Se ele não conseguir liderar este processo, dificilmente outro partido conseguirá. Qualquer outro partido terá maior dificuldade”, disse. Para Padilha, a campanha eleitoral mostrou que a reforma é inevitável. “Um terço do eleitorado não compareceu, ou votou em branco ou nulo. Isso significa que a mensagem das manifestações de rua do ano passado, segundo a qual o cidadão não se sente representado pelos políticos, está mais presente do que nunca.” Entre os temas prioritários relativos à Reforma, Padilha citou a definição de novos critérios para o financiamento de campanha, o qual não sujeite o eleito a compromissos com os interesses de seus financiadores. “Tudo indica que isso possa ser alcançado com um modelo que contemple financiamento público e privado, de pessoas físicas e jurídicas, com um teto que equilibre a situação dos candidatos ao mesmo cargo. No privado, a preponderância seria da contribuição individual”, ressaltou. Para fortalecer os partidos, Padilha entende que devem ser discutidos temas como proibir a constituição de coligação nas eleições proporcionais, verticalizar as alianças eleitorais e promover a fidelidade partidária. O Presidente da Fundação Ulysses considerou possível até aprovar candidatura avulsa (sem filiação partidária): na prática, ela seria dificultada por meio de cláusula de desempenho, exigida para acesso ao fundo partidário e ao tempo do horário eleitoral gratuito. A ampliação da possibilidade de legislação de iniciativa popular e a efetiva implantação da democracia participativa prevista na Constituição - por meio dos conselhos, planos, fundo e fiscalização municipais, estaduais e nacionais - são defendidas por Padilha. Na sua opinião, essa discussão “pode perfeitamente amparar uma redefinição do pacto federativo”. Para ler a íntegra da entrevista ao jornal Valor Econômico, acesse: www.pmdb. org.br ou www.fundacaoulysses.org.br mais de 40 mil vítimas em 2013, ante quase 50 mil no ano anterior. Casildo Maldaner também registrou que algumas medidas tomadas estão ajudando na diminuição do número de acidentes em regra geral. “A estatística coincide com o primeiro ano de vigência da Lei Seca, mais rigorosa, que dobrou o valor das multas. Também passaram a ser aceitos novos meios de comprovar a ingestão de álcool além do bafômetro, e passou a ser mais rígida a classificação do crime de trânsito por dirigir embriagado. Isso significa que ficou mais fácil enquadrar o infrator como criminoso”, disse. O peemedebista lembrou que desde o dia 1º de novembro deste ano está em vigor a Lei 12.971/2014, que eleva os valores das multas e punições aos motoristas flagrados nas estradas realizando infrações, como a ultrapassagem proibida, ou disputando racha, medida que também poderá contribuir para a redução de acidentes. “Nossa mortalidade ainda é elevada quando comparada à de países desenvolvidos. O número de acidentes também – à guisa da redução nos falecimentos – continua crescendo há cinco anos consecutivos. Foram 171 mil internações pelo SUS em 2013 [...] ante 160 mil no ano anterior: um aumento de 7% em acidentes de 2012 para 2013”, apresentou. * vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB. Artigo publicado na Folha de S. Paulo – Tendências e Debates – em 16 de novembro de 2014.