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Fruticultura
A Cultura do Maracujá
Nome
Produto
Cultura do Maracujá
Informação Tecnológica
Julho-2001
Data
Preço
Linha
-
Fruticultura
Informações resumidas
Resenha sobre a Cultura do
Maracujá
José Odel de Faria - Eng.
Autor(es)
Agr.
Fruticultura
A Cultura do Maracujá
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Clima
Época de plantio
Escolha do Terreno
Análise química do Solo
Correção da acidez e preparo do solo
Formação das mudas
Plantio
Instalação das espaldeiras
Condução das plantas
Controle das plantas daninhas
Adubação de produção
Polinização
Controle de doenças e pragas
Colheita
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1 - Clima
O maracujazeiro é uma planta de clima quente, que encontra melhor condição
de desenvolvimento na faixa de temperatura entre 18 e 35 graus centígrados.
Uma quantidade de chuva de 1.200 milímetros anuais, bem distribuídos na
época das águas é suficiente para a cultura.
2 - Época de Plantio
Em Minas Gerais, as mudas de maracujá devem ser plantadas em outubro ou
novembro, quando começa o período chuvoso. 0 plantio pode estender-se ate
março, se ainda estiver chovendo bem. Se as chuvas forem escassas, é
necessário irrigar as mudas plantadas.
.
3 - Escolha do Terreno
0 plantio deve ser feito preferencialmente em áreas planas ou pouco inclinadas.
Nos terrenos com declive maior do que 5%, é necessário executar práticas de
conservação do solo, de acordo com orientação técnica.
.
4 - Análise Química do Solo
Para saber a quantidade de calcário necessária para correção da acidez e de
adubo para o plantio, é preciso retirar amostras do solo e envia-las ao
Iaboratório para fazer análise quimica. Isto deve ser feito 30 a 60 dias antes do
preparo do solo, para receber os resultados da análise sem atraso.
.
5 - Correção da acidez e preparo do solo
O preparo do solo é feito em operações:
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1a operação - aradura do terreno;
2a operação - esparramação do calcário na quantidade recomendada;
3a operação - uma ou duas gradagens para destorroar o solo e enterrar o
calcário.
Essas operações devem ser feitas, pelo menos, 60 dias antes do plantio,
usando-se, preferencialmente, o calcário dolomitico.
6 - Formação das mudas
Obtenção das sementes
Época de semeadura
Semeadura
Preparo da terra de enchimento
Desbaste
Irrigação
6.1 Obtenção das sementes
Para obter sua própria semente, o agricultor deve colher frutos maduros
provenientes de plantas sadias, vigorosas e produtivas. Não é conveniente
retirar muitos frutos de uma mesma planta. Para evitar problemas de
incompatibilidade na lavoura, deve-se escolher um número maior de plantas e
retirar poucos frutos de cada uma delas. A época mais recomendável à retirada
das sementes é o mês de fevereiro ou março.
Para se produzirem 1.400 mudas para o plantio e replantio de 1 hectare, são
necessárias 4.200 a 4.500 sementes. Para essa quantidade de sementes são
necessários aproximadamente 70 frutos.
Retiradas dos frutos, depois que estes foram cortados ao meio as sementes são
lavadas e friccionadas em peneiras para tirar o excesso de mucilagem. Depois
de lavadas, as sementes são colocadas numa vasilha para que a mucilagem
restante fermente por 2 ou 3 dias. Depois disto, são friccionadas e lavadas
novamente para retirada dos últimos resíduos. Em seguida, são colocadas
sobre folhas de jornal para secarem à sombra por mais 2 ou 3 dias.
A mucilagem também pode ser retirada com o uso de um Iiquidificador,
ligando-o e desligando-o por alguns segundos, para evitar que as sementes
sejam danificadas. Para maior segurança, podem-se cobrir as facas do
liqüidificador com fita adesiva.
A semeadura deve ser feita logo depois que as sementes secarem, para evitar a
perda do poder germinativo.
6.2 Época de Semeadura
Para plantar as mudas nos meses de outubro ou novembro, a semeadura
precisa ser feita nos meses de julho ou agosto. Para ficarem prontas, as mudas
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demorarn 75 a 90 dias desde a semeadura.
6.3 Semeadura
A semeadura é feita em sacolas de plástico de 22 x 11 centímetros, do tipo
usado para produção de mudas de café. Enchem-se as sacolas com uma
mistura de terra, esterco e superfosfato simples.
Deixa-se descansar 15 dias para a terra acamar. Semeia-se então na
profundidade de meio centímetro, usando-se 3 sementes por sacola.
6.4 Preparo da terra de enchimento
Para preparar 1.000 litros de terra para enchimento dos saquinhos, devem ser
bem misturados:
800 litros de terra;
200 litros de esterco curtido;
5 quilos de superfosfato simples.
Depois de misturada, a terra deve ser tratada com brometo de metila,
cobrindo-se a terra com lona plástica e aplicando-se e produto com o aplicador 4
paus ou pressionando a lata numa tábua com 1 prego, de modo a perfurá-Ia e
dar escarpamento aos gases. Vedar bem as beiradas da lona com terra ou
areia, para não haver vazamento do gás. Deixar vedado por 72 horas e retirar a
lona. Uma lata de brometo de metila contendo 262 centímetros cúbicos da para
tratar ate 3 metros cúbicos de terra, ou seja, 3.000 litros.
Com 1.000 litros de terra enchem-se 1.200 a 1.400 sacolas.
6.5 Desbaste
Quando a muda estiver com 5 centímetros de altura, faz-se o desbaste,
deixando-se apenas uma muda em cada sacola. Escolhe-se a muda mais
vigorosa para permanecer na sacola, retirando-se as demais.
6.6 Irrigação
As mudas devem ser irrigadas diariamente
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7 - Plantio
As mudas de maracujá estão prontas para o plantio quando estiverem com 15 a
25 centímetros de altura.
As mudas são plantadas em covas abertas no espaçamento de 2 metros e meio
entre as fileiras e 4 metros de distância entre as covas da mesma fileira. O
tamanho de cada cova é de 40 centímetros de " boca " por 40 centímetros de
fundura.
As covas devem ser adubadas 20 a 30 dias antes do plantio, usando-se:
500 gramas de calcário;
20 litros de esterco de curral curtido
300 gramas de superfosfato simples;
50 gramas de cloreto de potássio;
50 gramas de FTE - BR12.
8 - Instalação das espaldeiras
Espaldeiras são as fileiras de postes ou achas de madeira unidas pelo alto com
um fio de arame e que servem de suporte para a planta trepadeira do maracujá.
Para construção das espaldeiras, usam-se postes de madeira ou achas de 2
metros e 60 centímetros de comprimento. Espacejados 5 metros uma da outra,
os postes ou achas são enterrados no chão ate a fundura de 60 centímetros.
Depois de fincados no terreno, estica-se um fio de arame liso no 12 unindo os
postes pelo topo. Os postes das extremidades devem ficar bem presos e
escorados, para evitar o tombamento das espaldeiras.
9 - Condução das Plantas
Para conduzir as plantas ate o arame que Ihes serve de sustentação,
eliminam-se, do ramo principal, todas as brotações laterais. Fios de barbante
dependurados no arame servem de guia para que as plantas subam ate ele.
Depois de alcançarem o arame, faz-se a poda, deixando-se crescer apenas dois
ramos laterais, que serão conduzidos em sentidos opostos.
10 - Controle das plantas daninhas
Manter a lavoura no limpo por meio de capinas manuais.
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11 - Adubação de produção
Recomenda-se o seguinte esquema de aplicação em cobertura, por cova:
100 gramas de sulfato de amônio + 200 gramas de superfosfato + 100
gramas de cloreto de potassio, aplicados em setembro.
100 gramas de sulfato de amônio + 100 gramas de cloreto de potassio,
aplicados em novembro e repetidos em fevereiro e maio
12 - Polinização
A polinização natural é feita pelas mamangavas, que transportam o pólen de
uma flor para outra. Por isso esses insetos devem ser protegidos. Para esse fim,
recomenda-se a construção de abrigos, usando-se tocos secos de bambu ou
madeira. A população de mamangavas que visita a lavoura pode ser aumentada
com o plantio de espécies com flores atrativas como o guandu, o hibisco e a
cássia.
Para lavouras muito grandes ou quando a população de mamangavas se torna
escassa, é recomendável a polinização artificial. Esta é feita com os dedos das
mãos, exceto os dedos mínimos, cobertos por dedeiras de flanela. Caminhando
lentamente por apenas um lado das espaldeiras, o operador vai dedilhando as
flores abertas, transferindo o pólen de uma flor para outra. Esta operação é
realizada no horário de 13 às 18 horas.
A polinização artificial aumenta o numero de frutos e seu tamanho. Por
encarecer a produção, só deve ser feita em caso de necessidade.
13 - Controle de doenças e pragas
A indicação de produtos para o controle de doenças e pragas do maracujazeiro
é problemática. Apesar de existirem produtos de eficiência experimentalmente
comprovada, poucos são os produtos registrados para a cultura.
Os únicos produtos registrados são: Oxicloreto de cobre ( Recop SC ), hidróxido
de cobre ( Copidrol PM e Copidrol SC ) e óxido cuproso, indicados para o
controle da mancha - parda; cartap, cloridrato (Thiobel 500 e Cartap BR 500),
indicados para o controle da lagarta - das - folhas, conhecida também como
lagarta - do - maracujá; Fenthion ( Lebaycid 500 ), indicado para o controle do
percevejo - do -maracujá, mosca - das - frutas e lagartas diversas.
Todos os produtos indicados devem ser aplicados observando-se as medidas
de segurança contra intoxicações e obedecendo-se as dosagens, a época de
aplicação e ao período de carência.
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14 - Colheita
A colheita é feita semanalmente, recolhendo-se os frutos caídos. Depois de
colhidos, os frutos são ensacados e guardados à sombra. As produções medias
por hectare são de 8 toneladas na primeira safra, 30 toneladas na segunda e 5
toneladas na terceira safra. No Triângulo Mineiro, dificilmente se consegue
produzir no terceiro ano, principalmente nos municípios mais quentes.
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