O Programa Bolsa Família: desafios para o município de Cariacica – ES RESUMO Este artigo tem como tema o programa de transferência de renda Bolsa Família no município de Cariacica – ES, com o objetivo geral de analisar as concepções que orientam a política de transferência de renda no Brasil e no programa Bolsa Família, com o objetivo específico de verificar a implantação e desenvolvimento do programa no município. A coleta de dados foi realizada através de entrevista com a Assistente Social, que atuou no Programa durante o período de abril de 2005 a setembro de 2006. Os resultados demonstram as dificuldades enfrentadas pela descentralização, o programa não está totalmente viabilizado no município e enfrenta desafios, principalmente, de ordem estrutural. Palavras-chaves: Políticas de Transferência de Renda, Bolsa Família, Política Social e Família. INTRODUÇÃO Este artigo tem como tema o programa de transferência de renda Bolsa Família no município de Cariacica – ES. Esse programa tem sido um dos principais programas de transferência de renda brasileiro e sua implantação e eficácia no cumprimento de seus objetivos tem dividido a opinião de vários estudiosos sobre o assunto. O universo desta pesquisa abrange o programa Bolsa Família no ano de 2006, no município de Cariacica, ES. Trata-se de um dos maiores municípios do Estado do Espírito Santo, possuindo atualmente 334.753 mil habitantes (IPES, 2002) e que vem enfrentando problemas (na área econômica, social, política e cultural) que se agravaram pelo descaso das últimas gestões municipais. Além disso, existe uma fragmentação entre os programas governamentais e dificuldades para articular em rede as políticas sociais setoriais e os diferentes atores que fazem parte desse processo. Foi definido como objetivo geral analisar as concepções que orientam a política de transferência de renda no Brasil e no programa Bolsa Família e como objetivo específico verificar a implantação e o desenvolvimento do programa no município de Cariacica. Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório e qualitativo. O estudo bibliográfico direcionou-se para a contextualização da política de transferência de renda brasileira por meio dos autores: Pereira (2002), Silva e Silva, Yazbeck e Giovanni (2004). Paralelo ao aprofundamento teórico, deu-se início à pesquisa empírica. Para solicitar autorização para concretização da mesma, foi realizada uma reunião na Secretaria de Assistência Social da Prefeitura Municipal de Cariacica (PMC), com a presença do Secretário e das técnicas responsáveis pelo Programa (assistente social e educadora). Os dados foram coletados através da realização de entrevistas semi-estruturadas com a assistente social. A mesma foi esclarecida sobre o objetivo da pesquisa e sobre os procedimentos éticos utilizados e assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, concordando em participar da pesquisa. As entrevistas foram gravadas e as fitas transcritas. Os resultados aqui apresentados referem-se ao funcionamento do Programa Bolsa Família no município de Cariacica no ano de 2006. DESENVOLVIMENTO Os Programas de Transferência de Renda surgem num contexto de transformações advindas da reorganização produtiva do mercado que se manifesta no chamado Processo de Globalização e Regionalização de Mercados. Há uma concentração de capital nos países centrais que perpassa pela internacionalização da economia, sob a égide do capital financeiro, tendo como conseqüência o desemprego estrutural e a precarização do trabalho. O mercado capitalista globalizado e competitivo passa a exigir trabalhadores com perfil dinâmico e qualificado, bem diferente da realidade da população brasileira com baixo nível de escolaridade e de qualificação profissional. O que leva essa parcela da sociedade a ser excluída, tanto do mercado formal de trabalho quanto socialmente, o que amplia a pobreza em nível global (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2004). Em virtude dessas mudanças ocorridas nas relações trabalhistas (precarização do trabalho, aumento do desemprego, da pobreza, dentre outros), a partir dos anos de 1980, os debates sobre os Programas de Transferência de Renda ganham visibilidade internacional, como uma tentativa de enfrentamento da questão social. A primeira discussão sobre uma Política de Transferência de Renda no Brasil, data de 1975, quando Antonio Maria da Silveira publicou um artigo na Revista de Economia com o título de “Redistribuição de Renda”. Para ele a economia nacional da forma como estava estruturada não contemplava as necessidades de sobrevivência do trabalhador, nem mesmo dos que estavam incluídos no mercado formal de trabalho. Dessa forma não havia uma relação entre crescimento econômico e bem-estar. Para Silveira o que poderia mudar essa realidade seria a intervenção governamental através de uma complementação de renda para as famílias mais pobres, este estudioso fundamentou seus argumentos no Imposto de Renda Negativo de autoria de Friedman (apud SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2004). Bacha e Unger (apud SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI 2004), também discutiram a importância da redistribuição de renda através de uma complementação monetária. Para eles a democracia política requer um limite em relação à desigualdade e à miséria, ou seja, não pode haver uma distância significativa entre os mais ricos e os mais pobres, para reduzir as diferenças, Silveira apresentou uma proposta baseada no Imposto de Renda Negativo com transferência monetária, por parte do governo, às famílias com menor poder aquisitivo. Silva e Silva, Yasbek e Giovanni (2004) destacam três concepções que orientam os programas de transferência de renda: a primeira, neoliberal, vê esses programas como medidas compensatórias e residuais, capazes de conter a pobreza e o desemprego numa política de proteção social simplificadora e substitutiva de programas e serviços sociais universais e constituídos de direitos sociais. A segunda é a progressista/distributiva, porque ela concebe esses programas como um mecanismo de redistribuição da riqueza socialmente produzida e uma política de complementação das políticas sociais existentes e como uma forma de inclusão. A terceira, tem nos programas uma medida provisória capaz de possibilitar a inclusão “social e profissional dos cidadãos, numa conjuntura de pobreza e de desemprego” (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2004, p. 36). Por detrás dessas correntes, existem diferentes concepções sobre o lugar ocupado pela família nas políticas sociais. Medidas de Transferências de renda com objetivo assistencial, realizadas pelo Governo Federal, não são uma novidade no Brasil. Desde a década de 1970, têm sido mantidos programas que beneficiam idosos e portadores de deficiência de baixa renda, programas estes incorporados à nova sistemática operacional proposta pela Lei Orgânica da Assistência Social na década de 1990. Entretanto, esses programas eram voltados para o indivíduo. Na segunda metade da década de 1990, foram criados novos programas de transferência de renda que podem ser entendidos como uma resposta do Governo Federal em face de um padrão de desigualdade de renda no país que tem se mantido elevado e praticamente inalterada sob as mais diferentes condições econômicas de curto e longo prazo. Nesse período já se concebe a família como a geradora de proteção social, são criados programas que têm como públicoalvo a família (ROCHA, 2005). O ano de 1991 é um marco para a construção de uma Política de Transferência de Renda, pois é nesse período que foi aprovado o projeto de Lei nº. 80/91, do então senador Suplicy (PT), que propunha a instituição do Programa de Garantia de Renda Mínima (PGRM). Essa medida possibilitou o surgimento de “experiências pioneiras em Campinas, Brasília, Ribeirão Preto e Santos” (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2004, p. 33). Com essa medida deu-se o pontapé inicial no processo de construção de uma Política Nacional de Transferência de Renda no país. Entretanto, o Brasil estava em meio a uma crise recessiva de grande inflação e endividamento externo, e os representantes políticos estavam mais preocupados com o crescimento econômico e em manter uma política de exportação, não dando prioridade ao enfrentamento da pobreza e da redistribuição de renda (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2004). Somente a partir de 1992, é que essa conjuntura vai mudar com o Movimento Ética na Política, que desencadeou o impeachment do presidente Fernando Collor de Melo e colocou na agenda política a questão da fome e da pobreza. Camargo (apud SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2004) ao publicar artigos a respeito da renda mínima, propõe que esta seja destinada às famílias que tenham filhos e/ou dependentes em idade escolar e que freqüentem regularmente a escola pública; faz críticas ao fato dos projetos do PGRM começar pelos mais idosos e considera que a forma como foi proposto o programa de renda mínima geraria incentivo ao trabalho informal (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2004). Portanto, sua contribuição foi aliar educação com transferência monetária, pois entende que nesses programas, as famílias com menor renda têm dificuldades de manter seus filhos na escola. Uma vez que esses contribuem para o aumento da renda da familiar com o trabalho infantil. Isso gera o que podemos chamar de ciclo vicioso, pois havendo uma deficiência na formação educacional dessas crianças, quando adultas, elas dificilmente conseguirão uma mobilidade social. Assim, a complementação da renda propiciaria a essas famílias manter seus filhos estudando e romperia com o ciclo da pobreza. O debate sobre renda mínima foi colocado em um novo patamar, ao aliar educação com transferência monetária, procurou superar a estrutura assistencialista predominante até então, a família foi substituída pelo indivíduo, como beneficiária dos programas de renda mínima. Algumas experiências implantadas por governos estaduais e municipais possibilitaram que os programas de transferência de renda se expandissem a partir de 1995. De forma geral, o repasse dos recursos, às famílias pobres, estava condicionado ao ingresso e permanência das crianças na escola, uma vez que o princípio que orientava esses programas era de que a associação entre a renda e a educação poderia interromper o círculo da pobreza que se reproduz entre as gerações, no Brasil. Ainda na fase de transição do governo de Fernando Henrique Cardoso para o de Luis Inácio Lula da Silva, em 2002, foi feito um diagnóstico sobre os Programas de Transferência de Renda, sendo avaliado a necessidade de unificação desses, uma vez que, ficaria mais fácil gerenciá-los. Sendo que no caso específico do Bolsa-Escola, as múltiplas tentativas de implementação por iniciativa municipal tinham demonstrado a necessidade de federalização do programa, já que a esmagadora maioria dos municípios não tinha capacidade financeira e operacional para garantir o seu funcionamento (ROCHA, 2005). O primeiro ponto colocado para essa unificação foi quanto à criação de um único cadastro e cartão de recebimento do beneficio, pois cada programa possuía o seu, e reuni-los possibilitaria o gerenciamento único desses programas e a redução de gastos. Além disso, no diagnóstico percebeu-se a necessidade de articulação dos Programas de Transferência de Renda com outros Programas e Políticas Sociais. Também foi indicada a criação de um fundo único para arrecadar recursos para os Programas de Transferência de Renda e que analisasse as áreas de maior exclusão social para melhor delimitação do público alvo como forma de efetivação e focalização desses programas. O relatório mostrou ainda a dificuldade de se articular os diversos programas em um único ministério ou secretaria. Para resolver esse problema foi sugerido que o Ministério da Assistência Social poderia fazer está articulação dos Programas de Transferência de Renda e os outros programas e políticas. Assim, a proposta do Bolsa Família como unificação desses Programas de Transferência de Renda feita pelo governo federal e lançada em 2003, instituída pela Medida Provisória nº. 132 que em seu Art. 1º (BRASIL, 2003), define que o Programa Bolsa Família é destinado às ações de transferência de renda com condicionalidades. O parágrafo único da Medida Provisória nº. 132 tem como finalidade a unificação dos Programas de Transferência de Renda em um único programa. Esses foram: Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação - "Bolsa Escola"; Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA; Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à saúde - "Bolsa Alimentação"; Programa Auxílio-Gás; Cadastramento Único do Governo Federal (BRASIL, 2003). Segundo Silva e Silva, Yazbek e Giovanni (2004, p. 131) “são considerados Programas de Transferência de Renda aqueles destinados a efetuar uma transferência monetária, independentemente de prévia contribuição, a famílias pobres, assim consideradas a partir de um determinado corte de renda per capta familiar, [...]”. A renda familiar per capta utilizada como identificador para a definição da linha de pobreza, que era de meio salário mínimo, na unificação dos programas passou a ser de R$ 50,00, para as famílias consideradas indigentes, e R$ 100,00 para as pobres. Este valor foi classificado em uma quantia muito baixa e desvinculado do salário mínimo, o que pode ocasionar sua desvalorização crescente. Hoje essa renda é de R$ 120,00 por pessoa para as famílias pobres e R$ 60,00 para as indigentes (BRASIL, 2006). Esses programas possuem um duplo sentido, o primeiro é uma recompensa, representada pela transferência monetária, o que possibilita a sobrevivência imediata da família e o segundo é de ingresso nas políticas universais para oferecer autonomia nas relações futuras dessas famílias. (SILVA e SILVA, YAZBEK E GIOVANNI, 2004). Deve-se acrescentar que o Bolsa Família enfatiza as contrapartidas ou condicionalidades que devem ser assumidas pelas famílias beneficiárias, isto é, exige o cumprimento de contrapartidas que garantam o acesso das famílias beneficiadas à educação básica, à vacinação, ao acompanhamento do crescimento das crianças e ao pré-natal (BRASIL, 2006). Justificando que essas medidas têm como objetivo romper com o caráter assistencialista que tem marcado a história das políticas sociais no Brasil (SILVA e SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2004). POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA NO BRASIL O Governo brasileiro, sempre se beneficiou da solidariedade presente na família brasileira, ou seja, o pensamento que esta tem, sobre si mesma, como responsável pelo bem-estar de seus membros (PEREIRA, 2004). Além disso, percebe-se que as políticas voltadas para a família tinham uma concepção rígida, sobre a composição familiar. Nas décadas de 1930 e 1940, de acordo com os estudos realizados por Fonseca (2001), a legislação que concedia alguns benefícios às famílias, tinha como pressuposto uma família nuclear. De acordo com Pereira (2004) a partir da década de 1970, com a deflagração da crise econômica mundial, a família tem sido redescoberta como fonte privilegiada de proteção social. Assim, em quase todos os países, há na agenda governamental políticas e programas que de uma forma ou de outra contempla a família ou seus membros, como crianças e adolescentes, idosos, mulheres, alguns valorizando a dedicação da mulher aos cuidados do lar, outros combatendo à violência doméstica, e fornecendo auxílios financeiros às famílias empobrecidas etc. Assim, há muitas políticas que estão envolvendo direta ou indiretamente a família. Porém, são poucos os países que possuem uma política de família, se assim podemos dizer, uma vez que cada país desenvolve sua política baseada em aspectos culturais, tanto nos países centrais como nos países periféricos. Países como a Alemanha e a França já possuem o Ministério da Família. Outros países apesar de não possuírem um Ministério da Família, possuem políticas diretamente voltadas para estas, são eles: Portugal, Espanha, Itália, entre outros. No caso da Inglaterra que não possui uma política explícita de família, os conservadores consideram que o Estado deve compartilhar com as famílias as responsabilidades de proporcionar proteção social, esse pensamento teve grande repercussão, no Brasil, a partir da década de 1980, quando o Estado, com o discurso neoliberal, convoca o mercado, a sociedade e a família, à responsabilidade pela proteção social e bem-estar dos indivíduos. Nesse contexto, abre-se o caminho para o desenvolvimento da doutrina do pluralismo de bem-estar, em que o Estado reduz a sua responsabilidade social e elege a família e a sociedade como “parceiros” para o desenvolvimento e proteção social, incentivando o voluntarismo e a solidariedade. Surge a noção de “Sociedade Providência” onde deveria haver um “Estado Providência” e há aumento significativo na precarização do trabalho, uma vez que há incentivo ao voluntariado e prestação da assistência social não institucionalizada que contribui para a redução da “participação governamental nos problemas sociais. Daí a atual valorização do papel voluntarista da família como fonte privada de proteção social” (PEREIRA, 2004, p.35-36), assim o contexto em que a família emerge “é o do neoliberalismo, caracterizado por Estado Mínimo, capital volátil, crise de emprego, aumento da miséria, manipulação comercial e publicitária de corpos e sentimentos” (SAWAIA, 2004, p. 42). Ao abordar as concepções que orientam os programas de transferência de renda é importante fazer uma retrospectiva histórica, sobre o lugar da família nas políticas sociais. Percebe-se que no Brasil, antes da década de 1930, o Estado só se fazia presente na área social quando ocorria alguma emergência como, catástrofes ou epidemias, a questão social emergente era delegada à filantropia e os reclamos da pobreza eram considerados caso de polícia. Sendo assim, suas ações eram pontuais e fragmentadas. Algumas medidas sociais foram implantadas de forma limitada e precária na área da previdência social e do trabalho (PEREIRA, 2002), por exemplo, a Lei Eloy Chaves (Lei nº. 4.682), criando a Previdência Social dos Ferroviários (FALEIROS, 2000). Apesar de serem criadas leis de “proteção à família”, mas que são insuficientes e que guarda em sua essência um viés preconceituoso, percebe-se que a “menina dos olhos” do Governo não é a política social e sim a política econômica durante várias décadas (FONSECA, 2001, p. 5). Assim, é no governo de Kubitschek (1956-1961), quando é priorizada uma política voltada para atrair o capital externo, que culminou com o aumento da dependência econômica e da dívida externa. Enquanto isso a política social, era utilizada como um investimento em capital humano, isto é, para preparar a força de trabalho para o mercado industrial. O governo fez poucos investimentos nas áreas sociais e muitos investimentos em grandes obras públicas. Esse fato também contribuiu para que muitas famílias deixassem o campo e viesse para as capitais em busca de melhores condições de vida, o que adensou o êxodo rural e contribuiu para um crescimento urbano desordenado (FONSECA, 2001, p. 10). O governo de Goulart (1961-1964) procura fazer uma política com maior redistribuição de renda, com medidas mais progressista para a área social, como as reformas de base. Entretanto, ocorre o desagrado da elite e das forças conservadoras que percebiam as medidas como tendências socialistas; nesse momento mobilizam o sentimento de família, principalmente as elitizadas, para realizar campanhas com o intuito de desarticular o plano de Governo, entre as manifestações, destacou-se a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” (KALOUSTIAN, 1994, p. 22). É nessa década que se vê fugir por entre os dedos o sonho de maior igualdade social, que é adiado com o Golpe Militar de 1964 (PEREIRA, 2002). Assim, o período que vai de 1964 a 1985 é caracterizado como uma mudança no Estado que deixa de ser populista para assumir uma organização tecnocrática, pautada no autoritarismo, na centralização de poder e na repressão aos opositores do governo. A década de 1980 foi um marco na história do Brasil, apesar de ser denominada por alguns autores como a “década perdida”, para referir-se a área econômica; no campo político e social é marcada pela “redemocratização” com a promulgação da Constituição Federal, a primeira e até agora, única, após o regime ditatorial, e que é conhecida como a Constituição Cidadã, pois amplia os conceitos de cidadania, de direitos, de democracia, prevê a participação popular na elaboração das políticas com a criação dos conselhos, e trouxe o conceito de seguridade social que incorpora as três políticas públicas: a Assistência, a Previdência e a Saúde. Sendo a primeira vez que a Assistência é incluída em uma Constituição “na condição de componente (integral e endógeno) do Sistema de Seguridade Social e de direito de cidadania” (PEREIRA, 2002, p.148). Na década de 1990 as políticas sociais brasileiras, se direcionam para as crianças na família, sendo um dos principais motivos desse foco a instituição do Estatuto da Criança e do Adolescente, previsto na Constituição Federal de 1988 (CARVALHO, 2004). Atualmente, percebe-se tanto na política de saúde, como na de assistência social, ênfase na família, para ampliar a proteção. Com a reorientação das políticas públicas, que têm reduzido à institucionalização de indivíduos em orfanatos, hospitais principalmente os psiquiátricos, asilos dentre outros, a família volta a ser considerada como importante promotora de proteção social. Assim, “fala-se menos em internação hospitalar e mais em internação domiciliar, médico de família, programa de saúde da família, centros de acolhimento” (CARVALHO, 2004, p. 269). Dessa forma, o Welfare State que representa um Estado fornecedor de direitos passa a ser um Welfare Mix, onde é acrescentado o mercado, o Estado e a sociedade, compartilhando responsabilidades (CARVALHO, 2004). A centralidade posta na família pelo Estado não reduz as obrigações da família, mas, a sobrecarrega, de tal forma que não consegue suportar, tendo em vista que estão submetidas a condições sociais e econômicas precárias. Na concepção de Gueiros (2002), além dos limitados recursos financeiros, muitas dessas famílias tem que lidar com o preconceito já que a sua composição familiar difere daquela socialmente aceita. Novos arranjos surgem, porém não são reconhecidos legalmente e nem socialmente o que dificulta a convivência da família na sociedade e o acesso às políticas públicas. As políticas de combate à pobreza também têm priorizado o papel da família, e buscam formar ou reativar redes de proteção social que assegurem o desenvolvimento socioeconomico dessas famílias (CARVALHO, 2004). Dentre esses programas, estão incluídos os programas de renda mínima e o Bolsa Família. Há programas que podem contribuir mais efetivamente para a autonomia financeira da família, como os Bancos do Povo, de microcrédito etc. As políticas habitacionais também têm como sujeito central a família. RESULTADOS Cariacica é uma abreviatura de Carijacica que significa “chegada do branco” na denominação tupi e também era o nome do rio que desce o Mochuara (LOPES, 2002). Os primitivos habitantes na fase primária da sua história, eram indígenas, que se afastaram do litoral devido à ocupação européia e fizeram seu último reduto em Itanheenga, entre os rios Santa Maria e Cariacica, desaparecendo por completo (LOPES, 2002). Inicialmente conhecido como Povoado de Cariacica (1567). Em 1829, Cariacica recebeu os primeiros imigrantes, um grupo de 400 pessoas de origem pomerana sendo acompanhados por alemães provenientes de Santa Leopoldina e Santa Izabel. Ao contrário de outras colônias, os colonos foram empregados na construção da estrada de ferro que ligava Vitória a Minas (LOPES, 2002). Na década de 1940, com a inauguração da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a abertura da estrada de Vitória ao Rio de Janeiro, surgem novos loteamentos e a população urbana do município dobra, apesar da rural ser ainda muito maior (LOPES, 2002). Na década de 1950, começa a divisão do solo em Cariacica, situados nas proximidades da BR-262, observa-se o crescimento exorbitante no número de habitantes com a migração de pessoas oriundas do interior do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia (LOPES, 2002). Outro fator que certamente atraiu a vinda dessas pessoas, foi o baixo custo na venda da terra. Apesar de Cariacica estar perto da capital do Estado, não era considerada como área nobre. O parcelamento desordenado do solo ocorreu sem a implantação da infra-estrutura básica necessária (LOPES, 2002). A partir dos anos 1960, ocorre um impulso no setor industrial de Cariacica, passando o município a ser o mais importante pólo industrial da região. Muito embora, tais indústrias não utilizassem matéria-prima local, seus principais mercados consumidores eram outros Estados e o exterior. Alguns fatores contribuíram para o crescimento do setor, como: a ligação com importantes eixos viários, facilitando o contato com centros consumidores; o preço acessível da terra; infra-estrutura disponível na região; isenção do ICM e disponibilidade de mão-de-obra existente (LOPES, 2002). Entre 1967 e 1970 Cariacica começa a perder seu papel de pólo industrial mais dinâmico da Grande Vitória, com a decisão de se construir em Vitória, o Porto de Tubarão (LOPES, 2002). A partir dessa época, acelera-se em Cariacica um crescimento desordenado no setor urbano, com inúmeros loteamentos clandestinos e invasões, o que facilitou grande oferta de imóveis destinados à população de baixa renda, surgindo assim sérios problemas sociais e ambientais para o município (LOPES, 2002). Atualmente o município de Cariacica possui 334.753 mil habitantes (IPES, 2002), sendo que 96,51% residem na área urbana e 3,49% na rural, como demonstra o gráfico a seguir: Gráfico 1: Distribuição de freqüência da população rural e urbana de Cariacica 100,00% 80,00% rural 60,00% urbana 40,00% 20,00% 0,00% Fonte:Ipes, IBGE (apud SOBRINHO, 2006). Fonte: 2002 No ano de 2000, Cariacica possuía 88.989 domicílios e, apenas, 64,2% desses possuem rede de esgoto ou pluvial e 84.053 residências possuem energia elétrica (IBGE, apud SOBRINHO, 2006). Como esse município passou por um processo de urbanização acelerado, sem uma infra-estrutura e implantações de políticas públicas condizente com o mesmo, ocasionou o surgimento de bolsões de pobreza e miséria, má distribuição de renda, precarização das condições de trabalho, aliado ao desemprego e altos índices de violência (SOBRINHO, 2006). Como pode ser observado no gráfico abaixo. Gráfico 2: Índice de violência por freqüência no município de Cariacica nos anos de 2001 a 2002 1600 crimes letais contra a pessoa 1400 1200 crimes lnão etais contra a pessoa 1000 homicídios 800 600 mortes violentas no município 400 200 0 2001 Fonte: IPES, 2002. 2002 creimes violentos contra o patrimônio Com o objetivo de coletar informações sobre o Programa Bolsa Família no Município de Cariacica, uma vez que não há informações sistematizadas acerca do programa no município, realizamos uma entrevista com a assistente social que atuou no Programa no período de abril de 2005 a setembro de 2006. Segundo Nascimento (ENTREVISTA, 2006), o primeiro programa de transferência de renda implantado no município, foi o Bolsa Escola, em 2001. Em 2003, com a junção de diversos programas de transferência de renda em um único programa, formando o Bolsa Família, a Secretaria precisou organizar-se para adequar-se ao novo formato do programa, o que ocorreu a partir de 2004. Para isso, as famílias foram convocadas para o recadastramento através da Campanha Nacional o “Bolsa Família Chama”. Para que o município fizesse parte do Programa houve a assinatura do Termo de Adesão, neste ficou definido que a Secretaria de Assistência Social gerenciaria o Programa. Porém, não há um projeto de lei que regulamente o Bolsa Família no município. Além disso, houve um incentivo por parte do Governo Federal para os municípios que aderissem ao Programa até o dia 28 de outubro de 2005, esses receberiam um financiamento monetário que seria utilizado para a adequação da estrutura de suas Secretarias. O financiamento é calculado através do Índice de Gestão Direta (IGD). Esse varia de zero a um e se o município tiver alcançado até 0,4% significa que 40% das famílias pobres estão sendo atendidas. A transferência é feita através da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, que são os órgãos operadores, sendo creditada na conta do Fundo Municipal, cabendo assim à Prefeitura a liberação para o Programa (NASCIMENTO, ENTREVISTA, 2006). O Bolsa Família, segundo Nascimento (ENTREVISTA, 2006), até o ano de 2005 tinha como meta o atendimento a 23.850 famílias. Com a mudança, em 2006, no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que aponta uma melhora na situação de renda das famílias de Cariacica, esse número passou para 18 mil famílias beneficiadas. Entretanto, o Cadastro Único do município conta com 33 mil famílias cadastradas, devido ao grande número de famílias, o programa não tem previsão de quando irá abrir novo cadastramento. Hoje ele tem um excesso de 15 mil famílias. Assim essas famílias são encaminhadas a outros programas da Secretaria de Assistência Social. A Secretaria de Assistência Social tem os seguintes programas, além do Bolsa Família (NASCIMENTO, ENTREVISTA 6, 2006): Centros de Referência de Assistência Social; Agente Jovem – que atende adolescentes de 15 a 17 anos, com oito núcleos que contempla 200 adolescentes; Programas da assessoria da mulher; Plantão Social que atende a demanda imediata da população; Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), que atende crianças de 0 a 14 anos, nos bairros como Padre Gabriel, Nova Rosa da Penha, Bubu, Flexal; Programa Sentinela que atende vítimas de violência sexual; Programa de Emprego e Renda. Segundo Nascimento (ENTREVISTA 6, 2006) esses programas tem contribuído para formar as redes de proteção social, principalmente quando se fala dos CRAS que são as portas de entrada do usuário e que está próximo da população. Tem-se trabalhado uma articulação, uma interlocução constante entre o Bolsa Família e o CRAS. Essa articulação é feita através de encaminhamentos, telefone e procedimentos administrativos. O Bolsa ainda tem esta deficiência dos programas complementares, mas acaba que a Secretaria tem como oferecer, mas não tem como oferecer para todo mundo. Por ano o curso de capacitação atende a 1.200 pessoas (NASCIMENTO, ENTREVISTA 6, 2006). As dificuldades acerca da gestão do programa estão relacionadas à falta de estrutura, não só do prédio, mas de equipamentos, materiais e recursos humanos. A interlocução entre as Secretarias, bem como o planejamento e a sistematização do trabalho, também ficam prejudicadas pelo número reduzido de funcionários. O planejamento ocorre de seis em seis meses, pois os técnicos da prefeitura são todos contratados para esse período. Isso impede que se faça um planejamento a médio e longo prazo e interrompe a dinâmica do trabalho (NASCIMENTO, ENTREVISTA, 2006). Outra dificuldade é a falta de sistematização dos dados em relação à freqüência escolar. Uma vez que é a Secretaria que faz o envio desta freqüência para Brasília, o que poderia ser feito pelas próprias escolas via on-line. O fato de o município ser muito grande, contando hoje com 194 escolas, que passam essas informações para a secretaria também é um complicador. Pois a mesma tem que fazer contato com a escola para verificar os motivos das faltas ou evasão do aluno. Segundo Nascimento (ENTREVISTA 6, 2006) após várias interlocuções com as escolas a situação melhorou um pouco, porque os diretores passaram a mandar esses esclarecimentos nos relatórios de freqüência. O município não possui dados estatístico sobre o impacto do Bolsa Família sobre a freqüência e evasão dos alunos em geral e principalmente daqueles que recebem o beneficio. Segundo a entrevistada, se Cariacica tivesse esse banco de dados melhor estruturado poderia haver um cruzamento com os dados do Censo, o que possibilitaria uma visualização dos impactos do programa no município. Com relação às famílias, Nascimento (ENTREVISTA, 2006), relata que falar nesta instituição hoje é complicado, devido às várias composições familiares existentes e que também são percebidas nas famílias beneficiárias do programa. A definição de família para ela ultrapassa os laços consangüíneos. Sendo que na sua prática, verifica que o maior número de beneficiários é de mulheres. Apesar da limitação estrutural, algumas medidas já foram implantadas para melhorar o atendimento a essas famílias. Como exemplo a forma de recadastramento mudou porque se percebeu que ao chamar as famílias, essas tinham que comparecer à Secretaria, isso as penalizava muito, devido às enormes filas e às más condições a que estavam expostas. Essa situação também prejudicava o trabalho dos funcionários. Por causa disso, atualmente só estão sendo chamadas as famílias cujos cadastros estão em aberto. Tal informação é fornecida pelo próprio sistema. Quando a pessoa não pode se dirigir à secretaria, o recadastramento é feito na própria residência (NASCIMENTO, ENTREVISTA, 2006). O trabalho com a escola e o posto de saúde é conjunto, mas ainda, há uma resistência em relação à estrutura, nem sempre se consegue entrar numa escola, devido ao número reduzido de técnicos. Tem um técnico que é responsável pela área da educação e um pela da saúde (NASCIMENTO, ENTREVISTA, 2006). Como não há um Projeto de Lei que regulamente o Programa Bolsa Família no município, que dentre outras designações, estabeleça as atribuições de cada técnico, ocorre o acúmulo de funções por parte destes. Tal fato foi relatado pela entrevistada como uma das dificuldades encontradas enquanto Assistente Social do Programa. Outro agravante é o vínculo empregatício que por ser contrato temporário de seis meses, cria uma vulnerabilidade e precarização do trabalho. Sendo assim, o maior entrave é de ordem administrativa, porque apesar de não faltar recursos financeiros, a lentidão burocrática em liberar a verba dificulta o bom andamento dos serviços. Exemplo dessa lentidão pode ser verificado na questão da aquisição do veículo para o programa cuja finalidade é realizar visitas domiciliares e apesar de se ter o recurso, o mesmo ainda não foi liberado (NASCIMENTO, ENTREVISTA, 2006). Por outro lado, a entrevistada relatou que consegue acessar todos os canais de comunicação, como Caixa Econômica Federal, Governo Federal, operador do Rio de Janeiro (gestor da região do Espírito Santo), entretanto só não tem agilidade nos processos. Contato a gente, tem. A nossa dificuldade é estrutural (NASCIMENTO, ENTREVISTA, 2006). Além disso, ela relata sentir falta de um espaço para um atendimento mais adequado aos usuários, com maior privacidade, uma vez que estes carecem de atenção. No que se refere à visita domiciliar essa não é contínua, devido aos problemas de infra-estrutura, como não ter um carro disponível. As visitas são realizadas quando a família não consegue ir à Secretaria de Assistência Social, ou quando há uma denúncia. A secretaria conta com a ajuda do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) para auxiliar nas visitas por este estar mais perto das famílias (NASCIMENTO, ENTREVISTA, 2006). No que tange às famílias, um dos maiores questionamentos feitos por elas refere-se à variação do valor do benefício. Isto é atribuído ao misto de programa incorporado ao Bolsa Família. Cada programa tinha seus critérios e seus valores. No Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e no Vale Gás, o valor do benefício era de R$ 15,00. Sendo que no Bolsa Escola essa era a quantia por cada criança matriculada no ensino regular que estivesse freqüentando a rede pública, limitada a três crianças por família com renda per capta até R$ 90,00 (NASCIMENTO, ENTREVISTA, 2006). De acordo com Nascimento (ENTREVISTA, 2006), com a junção desses programas no Bolsa Família, gerou-se uma confusão, pois a família recebe R$ 15,00 por uma criança e como está na condição de extrema pobreza recebe mais R$ 50,00. Assim o valor do benefício é de 65,00. Ou a família não vai estar na condição de extrema pobreza e só irá receber os R$ 15,00 por cada criança. Isso cria dificuldade de entendimento e indignação por parte das famílias. Apesar das dificuldades que o programa enfrenta no município, a entrevistada relata que mesmo assim há vitórias, pois ocorrem casos (poucos em relação ao número de famílias) em que a família procura a Secretaria pedindo o desligamento do programa, por ter conseguido melhorar sua situação socioeconômica. A importância da pesquisa também foi relatada por ela, para sistematização dos dados do programa no município, já que essa não tem sido realizada devido à falta de estrutura, já citada anteriormente. CONCLUSÃO Os resultados obtidos demonstram que os Programas de Transferência de Renda, desde a década de 1990 (início da implementação desse tipo de política pública no Brasil) sofreram mudanças significativas, mas ainda não conseguem cumprir com seus objetivos. As mudanças ocorridas referem-se: à forma de como eram concedidos os benefícios; ao público alvo, antes direcionado ao indivíduo, hoje para a família; as diferentes concepções que orientam os programas de transferência de renda (medidas compensatórias e residuais ou mecanismos de redistribuição da riqueza socialmente produzida, entre outras); tentativas de superação da estrutura assistencialista. No seu início, as Políticas de Transferência de Renda eram concedidas em forma de alimentos, hoje, o benefício é em espécie, o que proporciona maior autonomia à família. Entretanto, mesmo com o avanço na mudança da forma do benefício, essas políticas ainda são insuficientes, pois elas não são aplicadas na sua plenitude, isto é, com relação aos municípios, as prefeituras ainda não estão estruturadas para dar contrapartidas, principalmente os municípios com menor arrecadação, tanto orçamentária, como de profissionais, ocasionando conseqüências na implementação dos programas, e na efetivação dos seus resultados (SILVA E SILVA, YAZBEK e GIOVANNI, 2004). Essa realidade foi encontrada no município de Cariacica, pois o mesmo não está estruturado para fornecer as contrapartidas exigidas pelo Programa, como: faltam vacinas nos postos de saúde, a qualidade do ensino é fraca; a Secretaria de Assistência Social não consegue oferecer um bom atendimento à população (apesar do esforço apontado pela Assistente Social para superar esse obstáculo), pois não há uma infra-estrutura adequada para este atendimento e o número de funcionários é reduzido. Na análise bibliográfica e dos dados foi constatado, também, que o Programa Bolsa Família não está indo além do simples repasse monetário, pois as famílias não estão sendo capacitadas, potencializadas a participar da comunidade em que estão inseridas, bem como de outros espaços públicos. Sendo assim, constatamos que o Programa Bolsa Família não está totalmente viabilizado no Município de Cariacica, pois está desarticulado, não havendo realizações de reuniões com as famílias, visitas domiciliares contínuas, sistematização de dados, dentre outras situações. Existe, também, uma insuficiência de técnicos que possam viabilizar o andamento do Programa. REFERÊNCIA: BRASIL, Medida Provisória nº. 132. Cria o Programa Bolsa Família e dá outras Previdências. MDS. Brasília, 2003. _____, Constituição (1934). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Rio de Janeiro: Assembléia Constituinte, 1934. www.wikipedia.org. Retirado em 20 de outubro de 2006. CARVALHO, M.C.B. Famílias e políticas públicas. In: ACOSTA, A. R.; VITALE, M.A.F. (org.). Família, redes, laços e políticas públicas. SP: IEE/PUC, 2004. FALEIROS, V.P. Natureza e desenvolvimento das políticas sociais no Brasil. In: Capacitação em serviço social e política social. Brasília: UnB, Centro de Educação Aberta, Continuada a Distância, 2000. FONSECA, A. M. M. da. Família e política de renda mínima. SP: Cortez, 2001. GUEIROS, D. A. Família e proteção social: questões atuais e limites da solidariedade familiar. Revista Serviço Social e Sociedade, SP: Cortez, ano XXIII, n. 71, p. 102121, 2002. IAMAMOTO, M; CARVALHO, R. Relações sociais e serviço social no Brasil, SP, Cortez, 1982. KALOUSTIAN, S.M. Família brasileira a base de tudo, SP, Cortez, 1994. NASCIMENTO, K. M. Entrevista 6, Cariacica, 2006 PEREIRA. P.A.P. Necessidades Humanas: subsídios à crítica dos mínimos. SP: Cortez, 2002. ________ Mudanças estruturais, política social e papel da família: crítica ao pluralismo de bem-estar. In: SALES; M.A.; MATOS, M.C.; LEAL, M.C.(org.). Política social, família e juventude: uma questão de direitos. SP: Cortez, 2004. ROCHA, S. Impactos sobre a pobreza dos novos programas federais de transferência de renda. Revista de Economia Contemporânea. RJ, ano IX, n.1, p. 153 -185, 2005. SAWAIA, B.B. Família e afetividade: a configuração de práxis ético-política, perigos e oportunidades. In: ACOSTA, A.R.; VITALE, M.A.F. (org). Família: redes, laços e políticas públicas. SP: IEE/PUC, 2004, p. 41-42. SILVA E SILVA, M.O; YAZBEK, M.C.; GIOVANNI, G. A política social brasileira no século XXI: a prevalência dos programas de transferência de renda. SP: Cortes, 2004. SOBRINHO, A. C. O perfil das famílias: novos arranjos familiares. PIBIC/UFES, 2006.