Universidade
Católica de
Brasília
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Enfermagem
TÍTULO: ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL PARA
ADOLESCENTES GRÁVIDAS: UMA ANÁLISE CRÍTICA EM
UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Autores: Clênia Maria de Araújo
Lidiane da Silva Pereira
Orientador: Clarice Maciel Lúcio
BRASÍLIA
2009
CLÊNIA MARIA DE ARAÚJO
LIDIANE DA SILVA PEREIRA
ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL PARA ADOLESCENTES GRÁVIDAS: UMA ANÁLISE
CRÍTICA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Trabalho apresentado ao curso de graduação
em Enfermagem da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para obtenção
do Título de Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Profª. Especialista Clarice Maciel
Lúcio.
Brasília
2009.
Trabalho de autoria de Clênia Maria de Araújo e Lidiane da Silva Pereira, intitulada
“ASSISTÊNCIA
PRÉ-NATAL
PARA
ADOLESCENTES
GRÁVIDAS:
UMA
ANÁLISE CRÍTICA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE, apresentada como
requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Enfermagem da Universidade Católica
de Brasília em, 16/06/2009, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
____________________________________________________
Profª. Especialista Clarice Maciel Lúcio.
Orientadora
Enfermagem-UCB
____________________________________________________
Profº Mestre Mauricio de Oliveira Chaves
Enfermagem-UCB
___________________________________________________
Profª Especialista Leticia Nicollete
Enfermagem-UCB
Brasília
2009.
AGRADECIMENTOS
Ao criador Eterno, em que tudo se inicia, o nosso agradecimento primeiro pelo dom
da vida e do renascimento, por ser nosso Pai, nosso guia, nosso refúgio e fortaleza.
Á Professora e Orientadora, Clarice Maciel Lúcio por ter aceitado e contribuído de
forma direta no acompanhamento deste trabalho.
Á Professora Leila Bernarda Donato Göttems, pelo profissionalismo e empenho,
pela paciência, disponibilidade e colaboração que permearam toda a realização deste trabalho.
Á Professora Letícia Nicolleti, por ter incentivado no desafio diante da metodologia
utilizada. Nosso agradecimento pelas inúmeras demonstrações de preocupação, apoio e
amizade que contribuiu imensamente para o desfecho deste trabalho.
Ao Professor Mauricio Oliveira Chaves, que contribuiu para o nosso aprendizado e
amadurecimento pessoal e profissional.
Aos Professores, por ter consentido fazer parte da banca examinadora, pelo
indescritível apoio diante das nossas dificuldades. Compreensão e incentivo foram de suma
importância para a elaboração desse trabalho.
Ás participante da pesquisa, pelo consentimento, disponibilidade e confiança em
compartilhar suas experiências valiosas para a realização desse estudo, o nosso agradecimento
sincero. Sem vocês, a concretização desse trabalho não seria possível!
À Sarah Joelma e Yesca Suyanne, pela ajuda no início do trabalho, pelo incentivo,
pelas indicações, empréstimos de bibliografias, atenção, apoio. Que nos acompanha e torce
pelo nosso sucesso. Obrigada, pela amizade sincera que nos fortaleceu e nos ajudou a vencer
mais uma etapa.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Á Deus, por nos guiar e pelas bênçãos recebidas que nos permitiu alcançar esse
sonho.
Aos nossos pais, Wanderly Antônio de Araújo/Ergina Dourado de Araújo e Abel
Gomes Pereira (in memorian), Valeriano Ribeiro dos Santos e Maria do Carmo Monteiro da
Silva, por toda dedicação, paciência, compreensão e companherismo durante toda essa
jornada,contribuindo de forma imensurável para concretização desse nosso projeto.Sem o
amor e o apoio de vocês,nada seria possível.
Aos nossos esposos, Bernardo de Castro e Soares e Erenaldo Farias Figueredo, que
abriu mão de momentos de convívio, pela disponibilidade e prontidão com que atendeu
nossos pedidos de ajuda,por suas preocupações,paciência,compreensão,amizade,carinho e
atenção.
Aos nossos filhos, Yesca Suyanne, Yamanne Hassuy e Matheus Farias, pela
compreensão de tantas horas que estivemos ausentes. Obrigada pelo carinho, estímulos que
nos impulsionaram a buscar vida nova a cada dia, nossos agradecimentos por terem aceito se
privar de nossa presença pelos estudos,concedendo a nós a oportunidade de nos realizar ainda
mais.
Finalmente, a todos que estiveram ao nosso lado, torcendo por nós e nos ensinaram
o que é amizade, amor, carinho e profissionalismo.
Certamente este é o início de uma longa caminhada entre estudos e pesquisas, mas a
contribuição de cada um de vocês nos permitiu sentir a certeza de ter feito um bom trabalho e
a realização pessoal e profissional que fazem dessa experiência um momento único. Obrigada
a todos vocês!
RESUMO
Referência: Araújo, Clênia. Silva, Lidiane. Assistência Pré-Natal para adolescentes grávidas:
Uma análise crítica em uma unidade básica de Saúde. 2009. 54 folhas. Enfermagem –
Universidade Católica de Brasília, Taguatinga-DF, 2009.
Estudos têm mostrado que as adolescentes grávidas iniciam o pré-natal mais tardiamente e o
fazem em menor número quando comparadas às mulheres de 20 anos ou mais. A qualidade da
assistência pré-natal tem influência direta sobre os resultados da gravidez entre adolescentes.
Este estudo teve como objetivo:
1- analisar a assistência do pré-natal de gestantes adolescentes realizada por profissionais de
saúde em uma unidade de saúde;
2- avaliar a clareza e dinâmica das informações prestadas à gestante adolescente durante a
consulta de pré-natal;
3- levantar e analisar o quanto a gestante adolescente conseguiu absorver das informações
prestadas na consulta de pré-natal;
4- identificar à percepção do enfermeiro quanto a consulta de pré-natal a gestante adolescente
na unidade básica de saúde.
5- Propor recomendações a fim de melhorar a qualidade da assistência no programa de prénatal das adolescentes grávidas na unidade básica de saúde.
Trata-se de uma pesquisa exploratória-descritiva com abordagem qualitativa. A amostra foi
composta por 30 gestantes adolescentes com uma média de idade de 10 a 19 anos, que foram
submetidos a questionários relacionados a consulta de pré-natal e 02 enfermeiras que atuam
diretamente no programa de pré-natal do CS Nº03 de Ceilândia. Os resultados indicaram que
a maioria das adolescentes engravida na segunda fase da adolescência quando ainda está
estudando e que o profissional mais atuante no pré-natal é o médico. Quanto ao entendimento
das recomendações feitas na consulta de pré-natal 96,7% das adolescentes afirmaram entender
o que diz o profissional e 76,7% afirmam que as dúvidas sobre a gravidez são sanadas na
consulta de Pré-natal. Relativo às enfermeiras, estas não reconhecem a necessidade de
implantar na unidade a assistência pré-natal diferenciada, justificada pela falta de uma equipe
multidisciplinar no centro de saúde, porém verifica que as dúvidas das adolescentes assistidas
permanecem após as consultas, percepções esta não confirmada pelas gestantes.
PALAVRAS- CHAVES: Adolescente. Gravidez na adolescência. Enfermagem.
ABSTRACT
Araújo, Clênia. Silva, Lidiane. Prenatal care for pregnant adolescents: A critical analysis in a
basic unit of Health in 2009. 51 leaves. Nursing - University of Brasilia, Taguatinga-DF,
2009.
Studies have shown that pregnant adolescents begin prenatal care later and are smaller in
number when compared to women 20 years or more. The quality of prenatal care has a direct
influence on the outcome of pregnancy among adolescents.
This study aimed to examine the care of prenatal care for pregnant adolescents conducted by
health professionals in a unit of health, assess the clarity and dynamics of information
provided to pregnant adolescents during the prenatal consultation, survey and analyze how the
pregnant teenager has absorb the information given in the pre-natal consultation, identifying
the perceptions of nurses in prenatal consultation of the pregnant teenager in the basic unit of
health; propose recommendations to improve the quality of care in the pre -natal unit for
pregnant adolescents in primary health care.
This is an exploratory-descriptive research with a qualitative approach. The sample consisted
of 30 pregnant adolescents with an average age of 10 to 19 years, which were submitted to the
consultation questionnaires related to prenatal and 02 nurses who work directly in the
program of prenatal CS of Paragraph 03. The results indicated that most adolescents engraver
in the second stage of adolescence when they are studying and that the more active work in
prenatal care is the doctor. As understanding of the recommendations made in consultation
with prenatal said 96.7% of adolescents believe is what professional and 76.7% say that the
questions about pregnancy are addressed in the Pre-natal consultation. On the nurses, they do
not recognize the need to deploy the unit to prenatal care varies , justified by the lack of a
multidisciplinary team at the health center, but noted that questions of adolescents are assisted
after consultation, this is not confirmed by the perceptions pregnant.
Keywords: Adolescence. Pregnancy in adolescence. Nursing.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Perfil das gestantes adolescentes entrevistadas. Brasília, 2009 – pag. 36
Tabela 2 – Sexualidade Brasília, 2009 – pag. 37
Tabela 3 – Qualidade do pré-natal das adolescentes grávidas – pag. 38
Tabela 4 – Percepção das enfermeiras sobre o pré-natal das adolescentes grávidas – pag. 39
SUMÁRIO
Conteúdo
1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 9
2 - JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 11
3 - OBJETIVOS ....................................................................................................................... 12
3.1 - GERAL ........................................................................................................................ 12
3.2 - ESPECÍFICOS ............................................................................................................. 12
4 - REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 13
4.1 - ADOLESCENTE ......................................................................................................... 13
4.2 - DADOS EPIDEMIOLÓGICOS .................................................................................. 14
4.3 - ASPECTOS DEMOGRÁFICOS DO DISTRITO FEDERAL .................................... 14
4.4 - PUBERDADE .............................................................................................................. 15
4.5 - O Estrogênio e a Progesterona ..................................................................................... 15
4.6 - Repercussões Psicossociais da Gravidez na Adolescência .......................................... 16
4.7 - Fatores de Risco da Gravidez na Adolescência ........................................................... 16
4.7.1 - Idade materna ........................................................................................................ 17
4.7.2 - Controle pré-natal .................................................................................................. 17
4.7.3 - Ganho ponderal ..................................................................................................... 17
4.7.4 - Paridade ................................................................................................................. 18
4.7.5 - Fatores sócio-econômicos ..................................................................................... 18
4.8 - COMPLICAÇÕES ....................................................................................................... 19
4.8.1 - Complicações gestacionais .................................................................................... 19
4.8.2 - Complicações do parto .......................................................................................... 20
4.9 - ASSISTÊNCIA DE PRÉ-NATAL ............................................................................... 23
4.9.1 - Importância do pré-natal ....................................................................................... 25
4.9.2 - Assistência ao pré-natal da grávida adolescente ................................................... 25
4.10 - PROGRAMA DE ATENDIMENTO À GRÁVIDA ADOLESCENTE .................... 27
4.11 - O CUIDADO DE ENFERMAGEM DIANTE DA TRANSIÇÃO AO PAPEL........ 28
5 - METODOLOGIA ............................................................................................................... 30
5.1 - Classificação da Pesquisa. ............................................................................................ 30
5.2 - Local de Realização da Pesquisa. ................................................................................. 31
5.3 - População da Pesquisa. ................................................................................................ 32
8
5.4 - Critérios de Inclusão..................................................................................................... 32
5.5 - Critérios de Exclusão. .................................................................................................. 32
5.6 - Técnicas para Coleta de Dados. ................................................................................... 33
5.7 - Análise dos Dados. ....................................................................................................... 33
5.8 - Aspectos éticos e divulgação dos resultados. ............................................................... 34
5.9 - Instrumentos de pesquisa para levantamento de dados. ............................................... 34
5.10 - Resultados e Discussão. ............................................................................................. 34
5.10.1 - Perfil das gestantes entrevistadas ........................................................................ 35
5.10.2 - Sexualidade ......................................................................................................... 36
5.10.3 - Qualidade do Pré-natal das gestantes adolescentes ............................................. 37
5.10.4 - Percepção das enfermeiras sobre o pré-natal das adolescentes grávidas ............ 39
6 - CONCLUSÃO .................................................................................................................... 41
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 43
8 - ANEXO ............................................................................................................................... 47
8.1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA
ENFERMEIRAS. ................................................................................................................. 47
8.2 - TERMO DE CONSCENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA GESTANTES
ADOLESCENTES ............................................................................................................... 49
9 - APÊNDICE ......................................................................................................................... 51
9.1 - QUESTIONÁRIO A SER APLICADO ÀS ADOLESCENTES NO PRÉ- NATAL.. 51
9.2 - QUESTIONÁRIO A SER APLICADO ÀS ENFERMEIRAS .................................... 53
9
1 - INTRODUÇÃO
Segundo a OPS (Organização Panamericana de Saúde) e a OMS (Organização
Mundial de Saúde), a adolescência corresponde ao período da vida entre os 10 e 19 anos, no
qual ocorrem profundas mudanças, caracterizadas principalmente por crescimento rápido,
surgimento das características sexuais secundárias, conscientização da sexualidade,
estruturação da personalidade, adaptação ambiental e integração social. No Brasil, a
adolescência corresponde a 20,8% da população geral, sendo 10% na faixa de 10 a 14 anos e
10,8% de 15 a 19 anos, estimando-se que a população feminina seja de 17.491.139 pessoas.
(SPITZ et al.,1996).
A análise do perfil de morbidade desta faixa da população tem revelado a presença
de doenças crônicas, transtornos psico-sociais, fármaco-dependência, doenças sexualmente
transmissíveis e problemas relacionados à gravidez, parto e puerpério. Um dos pontos
importantes relacionados à adolescência é a sexualidade, neste período o individuo, diante de
intensas mudanças físicas e emocionais enfrenta diversas situações tais como a gravidez
precoce. (ROCHA, 1997).
A incidência de gravidez na adolescência está crescendo. No Brasil, a cada ano,
cerca de 20% das crianças que nascem são filhas de adolescentes, número que representa três
vezes mais garotas com menos de 15 anos grávidas que na década de 70.
A pesquisa Nacional em Demografia a Saúde, de 1996, mostrou um dado alarmante,
14% das adolescentes já tem pelo menos um filho, e as jovens mais pobres apresentavam
fecundidade dez vezes maior.
Os fatores que influenciam a gravidez nesta fase são: a falta ou má utilização dos
meios anticoncepcionais, grande permissividade, precário diálogo com os pais, nível sócio
econômico, auto-estima baixa, pequeno rendimento escolar e poucas aspirações profissionais.
(GAMA,2002).
Segundo Kassar (2005), adolescentes grávidas realizam menos consultas de prénatal e tem filhos com menos peso e idade gestacional quando comparadas às adultas jovens.
Estudos têm mostrado que as adolescentes grávidas iniciam o pré-natal mais tardiamente e o
fazem em menor número quando comparadas às mulheres de vinte anos ou mais. A qualidade
da assistência pré-natal tem influência direta sobre os resultados da gravidez entre
adolescentes.
Neste contexto, pesquisas mostram que existem referências a maior incidência de
anemia materna, doença hipertensiva específica da gravidez, desproporção céfalo - pélvica,
10
infecção urinária, prematuridade, placenta prévia, baixo peso ao nascer, sofrimento fetal
agudo intra-parto, complicações no parto (lesões no canal de parto e hemorragias) e puerpério
(endometrite, infecções, deiscência de incisões, dificuldade para amamentar, entre
outros)(GAMA,1996).
Sobre os riscos à saúde nos casos de gravidez na adolescência, esta é considerada,
pela Organização Mundial de Saúde como situação de alta complexidade, sendo consensual
na literatura, que estas gestantes apresentam maiores chances de terem eclampsias, infecções
urinárias, anemia, prematuridade fetal e baixo peso ao nascer, entre outros. (BATISTA, 2004)
Apesar de ainda haver adeptos a essa corrente, que afirma que a gravidez nesta faixa
etária significa risco de vida para mãe e bebê, já é possível observar alguns autores que
acreditam na minimização dos riscos biológicos para o binômio quando este possui condições
de vida favoráveis e recebe um atendimento de bom nível durante seu pré-natal. Além disso,
acrescentam que levar uma gestação a termo não prejudicará seu desenvolvimento
biopsicossocial, e pode contribuir para um amadurecimento em relação a sua sexualidade.
Neste sentido, o pré-natal adequado envolve a adesão por parte da jovem gestante
(YAZLLE, 2002).
Sabe-se que esta adesão ao pré-natal se dá de maneira diferenciada entre as
adolescentes, o que inclui o cumprimento das condutas de diagnóstico, de terapêutica ou
mesmo o comparecimento sistemático às consultas agendadas. Vale lembrar que adesão é um
conceito amplo, dependente dos aspectos sociais, econômicos, psicológicos do indivíduo em
acompanhamento, dos relacionados à doença (quando este é portador de uma patologia) e das
ações propostas para promoção, prevenção e reabilitação (ROCHA , 1997).
Nesse sentido, encontram-se outros fatores que influenciam na adesão, com destaque
para o acesso aos serviços, o acolhimento recebido, a garantia da continuidade da atenção.
Supõe-se que, de acordo com a atual Política de Humanização do Pré-natal e Nascimento
(PHPN) do Ministério da Saúde, a rede de atenção e os fluxos de referência e contrareferência para acompanhamento destas gestantes estejam estabelecidos, como forma de
garantia do acesso e do ingresso na rede de cuidados.
Enfim, segundo a literatura consultada, os efeitos de uma assistência diferenciada às
adolescentes grávidas são positivos, resultando na diminuição das complicações obstétricas,
não somente dos problemas físicos como também dos psicológicos, sendo este aspecto o foco
do estudo.
11
2 - JUSTIFICATIVA
A elaboração desse trabalho, com a finalidade de aprovação e conclusão do curso de
Graduação em Enfermagem, iniciou-se no estágio curricular da rede hospitalar cuja qual
fizemos no Centro Obstétrico do Hospital Regional de Ceilândia – DF. Lá observamos o alto
índice de adolescentes grávidas e nos deparamos com a dificuldade da realização do parto a
essas adolescentes pela falta de experiência, informações e acompanhamento durante o prénatal.
Resolvemos, portanto, abordar nesse trabalho os fatores biopsicossociais que
predispõe essa população a praticar o ato sexual sem as preocupações (de anticoncepção e
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis) naturais de qualquer ser humano e,
também analisarmos o papel e responsabilidade do profissional de saúde que trabalha frente a
essas adolescentes.
O nosso objetivo com esse trabalho é analisar a importância do profissional de
enfermagem na atenção primaria de saúde em relação à assistência pré-natal adequada e
diferenciada oferecida á gestante adolescente, para que a falta de informações e
acompanhamentos não prejudique a sua saúde (física e mental) e a do feto. Também
queremos, de acordo com a experiência vivida, buscar meios que possam possibilitar uma
melhor qualidade de assistência a essas adolescentes, no intuito de evitar piores
conseqüências, contribuindo assim com a Saúde Pública.
A gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas à
sexualidade da adolescência, com sérias conseqüências para a vida dos adolescentes
envolvidos. Neste contexto o profissional da saúde possui um papel importante,
proporcionando uma melhor assistência.
Diante dos dados apresentados na literatura, verifica-se a necessidade de um
atendimento diferenciado, em relação à orientação sexual, lactação, cuidados com RN,
estruturação familiar (planejamento) e aspectos psicológicos. Nesse sentido, o projeto
pretende analisar as diversas complicações relativas à temática e propor um modelo adequado
de atenção as gestantes adolescentes, onde os profissionais assumem com compromisso o seu
papel na transformação desta realidade. Tem como questão norteadora “a adolescente
grávida precisa de um acompanhamento diferenciado durante a consulta de pré-natal por
vivenciar a gravidez em um contexto não planejado?”.
12
3 - OBJETIVOS
3.1 - GERAL

Analisar a importância do profissional de enfermagem na Atenção Primária de Saúde em
relação à assistência pré-natal adequada e diferenciada oferecida a gestante adolescente.
3.2 - ESPECÍFICOS

Avaliar a clareza e dinâmica das informações prestadas à gestante adolescente durante a
consulta de pré-natal.

Levantar e analisar o quanto a gestante adolescente conseguiu absorver das informações
prestadas na consulta de pré-natal.

Identificar à percepção do enfermeiro quanto a consulta de pré-natal a gestante
adolescente na unidade básica de saúde.

Propor recomendações a fim de melhorar a qualidade da assistência no programa de prénatal das adolescentes grávidas na unidade básica de saúde.
13
4 - REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 - ADOLESCENTE
Adolescência é o período de transição entre a infância e a idade adulta, caracterizado
por intenso crescimento e desenvolvimento, que se manifesta por marcantes transformações
anatômicas, fisiológicas, mentais e sociais (COLLI e DELUQQUI,1978).
O estatuto da criança e do adolescente (ECA, 1990) considera a adolescência um
período de vida entre 12 e 18 anos de idade. Esse documento prevê que essas pessoas em
desenvolvimento precisam estar no seio familiar, a fim de receber a assistência necessária
para o seu crescimento e o bem estar, para que o futuro possa assumir plenamente suas
responsabilidades dentro da comunidade.
Segundo o paradigma biomédico a adolescência, tem sido descrita eminentemente
de modo limitado, sendo considerada como uma fase do desenvolvimento humano, de
transição entre a infância e a vida adulta, na segunda década da vida, marcada pelas
transformações são apresentadas como cruciais na vida dos indivíduos, o que leva a
identificar a adolescência como um período de transformações da identidade-sexual e
psicológica, muitas vezes, tratadas por alguns autores como “síndrome da adolescência
normal(COLLI e DELUQQUI,1978).
Diversos são os parâmetros para identificar os limites de idade que definem
adolescência e juventude. Demarcações por faixa etária podem ser questionadas ao se
considerar a juventude como um processo social que só pode ser compreendido a partir de
condições econômicas, políticas e sociais que determinam comportamentos individuais e
grupais, opções de vida, esperanças e desesperanças ZIEGEL,1985.
Segundo Minayo (1995), a história, a tradição e a cultura contribuem para a
expressão de valores que, independente das diferenças socioeconômicas, "cultivam uma
identidade ou uma marca de juventude".
Segundo a OPS e a OMS, a adolescência constitui um processo fundamentalmente
biológico de vivências orgânicas, no qual se aceleram o desenvolvimento cognitivo e a
estruturação da personalidade. Abrange a pré-adolescência (faixa etária de 10 a 14 anos) e a
adolescência propriamente dita (dos 15 aos 19 anos). Já o conceito de juventude resume uma
14
categoria sociológica, que constitui um processo sociocultural demarcado pela preparação dos
indivíduos para assumirem o papel de adulto na sociedade, no plano familiar e profissional.
Este grupo constitui 1/3 da população mundial e, embora ainda em fase de
crescimento e desenvolvimento, vem participando efetivamente no aumento das taxas de
fecundidade. “A gravidez na adolescência é freqüente em todos os níveis sociais, mas a maior
incidência ocorre nas populações de baixa renda.” “Gravidez na adolescência é uma porta
para o ciclo da pobreza” (KASSAR, 2006).
4.2 - DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
A Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS) de 1996 revela que 18%
das adolescentes brasileiras já tiveram pelo menos um filho ou estão grávidas. Este percentual
foi mais elevado nas áreas rurais ( 24%) do que nas áreas urbanas (17%). A Região Norte
registra a porcentagem igual a zonas rurais de gestações nesta faixa etária, ou seja, de (24%),
e os índices mais baixos foram verificados na Região Centro Oeste, cerca de (13%).
No Brasil, o parto representa a primeira causa de internação das adolescentes no
sistema público de saúde. Na faixa de 15 a 19 anos, o principal motivo de internação das
mulheres é a gravidez, parto e pós-parto. Exemplo, o Nordeste apresenta cerca de ( 81,1%)
dessa realidade,o Sudeste mostrava um quantitativo de 80,9%, o Sul representa 77,6% e o
Centro Oeste,um total de (80,2%). (PNDS, 1999).
O início muito cedo da vida sexual aliado à atividade sexual desprotegida reflete na
gestação em adolescentes, como evidenciam os dados já apresentados. Em 1984, 35,2% dos
homens jovens de 16 a 19 anos haviam iniciado a vida sexual antes dos 15 anos, em 1998 esse
percentual cresceu para 46,7%. E as mulheres de 16 a 19 anos,em 1984, haviam iniciado
atividade sexual contra 32,3% em 1998. (BERQUÓ et al.;1994).
4.3 - ASPECTOS DEMOGRÁFICOS DO DISTRITO FEDERAL
A população do Distrito Federal é de. 2.444.000 residentes segundo a Pesquisa
Nacional por Amostras de Domicílios (PINAD, 2006/2007). Do total de residentes, o
segmento populacional na faixa etária de 10 a 19 anos contava com 425.000 pessoas. Dentro
15
deste segmento de 10 a 19 anos, 205.000 possuem de 10 a 14 anos. Do total da população
adolescente cerca de 220.000 de 15 a 19 anos, (PINAD, 2006/2007),
A gravidez na adolescência aumentou no Distrito Federal. Dados do último
Relatório Estatístico da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) mostram um aumento de 6,2%
no número de nascimentos de 2005 em relação ao ano anterior, considerando a faixa etária de
meninas até 19 anos.
Esta constatação remete á necessidade de atenção diferenciada às adolescentes do
Distrito Federal.
Em 2004, o total de partos de mães adolescentes realizados nos hospitais públicos do
DF representou 19,72% do total geral de nascimentos. Em 2005 esse número subiu para 21%.
As regiões onde foi registrado maior número de nascimentos tanto em 2004 como em 2005
foram no Gama e na Asa Sul, respectivamente. (IBGE, 2000).
4.4 - PUBERDADE
Caracteriza-se como puberdade, um conjunto das transformações psicofisiológicas
ligadas á maturação sexual, que traduz a passagem progressiva da infância para adolescência.
A puberdade é uma etapa que esta filogeneticamente programada. É na área do corpo que se
operam as maiores e as mais visíveis modificações entre a infância e a adolescência
ZIEGEL,1985.
4.5 - O ESTROGÊNIO E A PROGESTERONA
Estes hormônios são os responsáveis pelas características sexuais femininas, no
entanto o estrogênio está envolvido, no desenvolvimento das mamas, no crescimento do
útero, no desenvolvimento e maturação da vulva e vagina, bem como o crescimento de pêlos
pubianos e pela erotização sexual, além da produção da lubrificação vaginal quando da
excitação sexual.A progesterona está mais voltada a vida reprodutiva,preparando o corpo da
mulher para a concepção e mantendo o útero em condições adequadas para receber o embrião.
(IÇAM, 1996).
16
As modificações das meninas no início da puberdade, obedece a seguintes ordem, o
aumento inicial dos seios, o aparecimento dos pêlos pubianos e axilares, alem da menstruação
e de seu crescimento. (IÇAM.;1996).
4.6 - REPERCUSSÕES PSICOSSOCIAIS DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Independentemente do meio cultural ou social em que se produza a gravidez,
desejada ou não, este desempenha um papel fundamental na determinação das futuras
oportunidades da jovem. Particularmente no caso das mães solteiras, observou-se que
precipita e amplia uma série de acontecimentos que se combinam para desorganizar a
harmonia do desenvolvimento pessoal da adolescente e de sua vida familiar (OMS, 1975).
No plano educacional, poucos sistemas de ensino têm condições previstas para
acomodar as jovens grávidas ou com filhos nas atividades normais da escola. No plano
familiar, as pressões sociais podem dificultar a adaptação de uma gravidez de uma filha,
incapacitando a família a presta-lhe o apoio de que necessita. Klein (2000) faz referencia a
“síndrome of failure”, que inclui falha em assumir suas funções de adolescente, de cumprir
suas obrigações escolares, de constituir famílias estáveis, de se auto-estruturar e de criar seus
filhos com saúde. Depois da gravidez, persistem as dificuldades e as necessidades de ajuda.
Se a jovem mãe fica com o filho, muito provavelmente precisará de apoio para ajustarem-se
as pressões da realidade e as necessidades imediatas de seu filho. Deve-se, ainda, levar em
conta que a jovem não é a única pessoa para a qual a gravidez não desejada representa uma
tensão.
4.7 - FATORES DE RISCO DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
A análise das pesquisas sobre as complicações médicas da gravidez na adolescência
é dificultada pelas divergências nas definições dos transtornos investigados, pela diversidade
das populações estudadas e dos métodos utilizados.
Apesar dessas considerações, existem na literatura numerosos trabalhos que
relacionam uma serie de complicações, tanto para a saúde da adolescente quanto para o
17
concepto. A maioria dessas complicações será decorrente de uma serie de fatores que se interrelacionam para determinar o resultado materno e perinatal. Entre esses fatores destacam-se:
4.7.1 - Idade materna
A idade materna baixa tem sido associada a diversas intercorrências do ciclo
grávido-puerperal na adolescência. Não existem evidencias, entretanto, de que a idade
materna isoladamente, mesmo nas faixas etária inferiores, determina comportamento
obstétrico de caráter desfavorável, do ponto de vista biológico. Situações freqüentemente
descritas como mais incidentes entre adolescentes muito jovens, como hipertensão
gestacional, prematuridade e baixo peso neonatal, parecem ser decorrentes da associação de
baixa idade com condições psicossociais inadequadas.
4.7.2 - Controle pré-natal
A assistência pré-natal adequada é sem dúvida, um dos fatores mais benéficos para a
evolução da gravidez. Lamentavelmente, em geral as adolescentes são encaminhadas mais
tardiamente ao pré-natal e são menos assíduas que as mulheres de outras faixas etárias,
situação se agrava ainda mais entre as adolescentes mais jovens e as multíparas. A gravidez
indesejada e sua ocultação e a resistência ao controle pré-natal, ou por razões culturais, ou por
dificuldade de assumir perante a família e a sociedade sua condição, estão entre as razões
encontradas para insuficiência de cuidados durante o pré-natal, típicas da adolescência. Não
se pode, evidentemente, desprezar como fator coadjuvante dessa insuficiência de cuidados
pré-natais a precariedade dos serviços oferecidos e, também (talvez principalmente), o
despreparo das equipes de saúde para lidar com a população de adolescentes. (FELICE;
COLS, 1984).
4.7.3 - Ganho ponderal
O ganho ponderal insuficiente durante a gravidez pode trazer conseqüências
deletérias para a sua evolução. Além das condições de má nutrição materna, muitas vezes
presente entre mães de baixa renda, acrescentam-se a observação de hábitos dietéticos
inadequados e a diminuição do apetite provocada por estados de ansiedade, típicos de
18
adolescentes. Klein (2000) destacou a importância da competição pelos nutrientes
desencadeada pelas necessidades do feto e da mãe, a qual ainda estaria em processo de
crescimento e desenvolvimento. Esse autor observou que o baixo peso dos recém-nascidos
entre adolescentes estaria relacionado à deficiência nutricional materna ou ao ganho de peso
insuficiente para cumprir as exigências do binômio em desenvolvimento. Hassan (1964)
acentuou o papel das necessidades nutricionais durante o crescimento entre adolescentes
grávidas, que exigiram o equivalente suplementar ponderal de 2,5 a 3,6Kg e que modificou
suas cifras de ganho de peso excessivo (acima de 11 Kg) de 35% para 15,6%.
4.7.4 - Paridade
A repetição gestacional entre adolescentes está se configurando como realidade na
sociedade. No CAISM (Centro de Atendimento Integral a Saúde a Mulher), em 1997, 15,3%
das gestantes atendidas no ambulatório de pré-natal de adolescentes eram multígestas. No
serviço, as multíparas adolescentes apresentam pior nível de escolaridade, pior assistência
pré-natal, pior ganho ponderal, maior número de mulheres sem companheiro e menor
intervalo interpartal do que as adultas de mesma paridade. Em relação Às complicações
médicas, as multíparas adolescentes apresentaram risco duas vezes maior para recém-nascidos
PIG do que multíparas adultas (DARZÉ, 1989).
4.7.5 - Fatores sócio-econômicos
O grau de escolaridade, as condições sócio-econômicas, a presença ou a ausência do
companheiro, o apoio dos familiares durante a gravidez e após o parto e os hábitos de vida
(fumo, álcool e drogas) são fatores que devem ser identificados e que, sem dúvida alguma,
irão influir decisivamente sobre os resultados maternos e perinatais da gravidez na
adolescência. (DARZÉ, 1989).
A maioria das complicações obstétricas terá íntima relação com os fatores acima
citados. A sua correta identificação permite, muitas vezes, a intervenção apropriada visando
minimizar os problemas da gestação nessa faixa etária. Embora as listas de complicações
sejam freqüentemente variadas e discrepantes, cabe destacar algumas condições maternas e
neonatais descritas com mais constância, que são consideradas as mais importantes.
19
4.8 - COMPLICAÇÕES
4.8.1 - Complicações gestacionais
4.8.1.1 - Hipertensão
A incidência da patologia entre adolescentes grávidas oscila em torno de 12 a 31%.
As cifras mais baixas encontradas na literatura são decorrentes do cuidadoso controle de
fatores confundidores. No outro extremo, números elevados de gestantes portadoras de préeclâmpsia grave e eclampsia são apanágio de controle pré-natal inadequado ou insuficiente
(DARZÉ, 1989).
4.8.1.2 - Rotura prematura de membranas
Os dados obtidos nos diversos estudos são contraditórios, mas aparentemente não
existem razões para atribuir a adolescência maior risco para essa intercorrências. Na maioria
dos estudos, a porcentagem de amniorrexe prematura não é maior do que entre mulheres de
outras faixas etárias; em outros, os percentuais chegam a serem inferiores entre as
adolescentes (MAIA FILHO, 1989; MOTTA, 1993).
4.8.1.3 - Infecções
Não existem referências especiais sobre a maior ocorrência de doenças infecciosas
no grupo de adolescentes, apresentada em alguns estudos, aparentemente se relaciona à
espoliação materna decorrente de condições nutricionais insatisfatória. Não existem razões
para supor que a adolescência seja um fator que atuaria, isoladamente, predispondo a
ocorrência de quadros anêmicos durante a gravidez ( SISMONDI, 1984).
4.8.1.4 - Mortalidade materna
Admite-se que a gravidez aumenta o risco de mortalidade materna nas idades
extremas do período reprodutivo. As cifras de mortalidade são altas para mães menores de 20
anos, chegam ao mínimo na faixa dos 20 aos 30 anos, e a seguir voltam a aumentar até o final
20
dos anos férteis. Embora seja possível reduzir as taxas de mortalidade resultantes de
complicação obstétrica controlando-se fatores sócio-econômicos como nutrição e cuidados
pré-natais, o fator idade materna continua influindo sobre o risco de forma isolada e
independente. Em Campinas, no período de 1992 a 1994, não houve casos de morte materna
em mulheres na faixa etária de 15 a 19 anos, o que correspondeu à alarmante cifra de 25% do
total dos casos de morte materna no município, naquele período. Nenhum dos casos se
relacionou à aborto; houve dois casos de morte secundários à malformação congênita, um de
eclâmpsia, um de infecção puerperal e um de hemorragia pós-parto (PARPINELLI, 1997).
4.8.2 - Complicações do parto
As características do parto da adolescente também vêm merecendo atenção,
mediante a suposição de que a pelve óssea, nessa idade, não teria atingido o padrão adulto por
ocasião do parto (HASSAN, 1964).
De qualquer modo, os dados do desempenho de adolescentes durante o trabalho de
parto e parto devem ser interpretados com cautela, sem deixar de lado as características do
serviço que as atende, uma vez que diversos fatores podem ser importantes no resultado final
da avaliação. (DUENHOELTER; COLS, 1975)
4.8.2.1 - Apresentação fetal
Alguns estudos fazem referência a um predomínio de apresentação e posição
anormais entre adolescentes. Warman e cols. (1983), por exemplo, apontam porcentagem
significativa aumentada de apresentações pélvicas em adolescentes com um ano ou menos de
idade ginecológica e relacionou essa observação â possível imaturidade da matriz uterina nos
meses seguintes à menarca. Entretanto, a maior parte dos trabalhos não faz referência especial
ao predomínio de algumas anormalidades de apresentação para gestantes adolescentes,
mesmo para aquelas de menor idade ou de idade ginecológica encurtada.
21
4.8.2.2 - Trabalho de parto prolongado
Há referência na literatura à maior duração do trabalho de parto entre adolescentes.
Entretanto, estudos controlados, que compararam adolescentes com mulheres de outras faixas
de idade, não comprovaram essa condição durante o trabalho de parto (PINTO; SILVA,
1982).
4.8.2.3 - Partos operatórios
O maior número de cesarianas entre adolescentes motivadas principalmente por
desproporção cefalo-pélvica, tem sido referido por alguns autores. Não existem evidências,
todavia, que indiquem aumento de risco para cesariana que possa ter atribuído à condição
biológica da adolescência. Há que se destacar, ainda, que a utilização desse procedimento
para ultimar o parto entre adolescente deve ser ponderada com muito cuidado, levando-se em
conta o impacto de sucessivas cirurgias sobre o futuro obstétrico das jovens mães. No Centro
de Assistência Integral à Saúde da Mulher – UNICAMP, várias estatísticas do Serviço
mostram uma tendência (não significativa) de taxas de cesariana inferiores em relação às
taxas em todas as idades. Quanto ao parto fórcipe, a maioria dos estudos concorda que não há
predomínio desse tipo de parto entre adolescentes quando comparadas com mulheres de
outras idades, e que os números muitas vezes superiores devem-se, exclusivamente, à maior
coincidência entre a gravidez na adolescência e a nuliparidade, quando essa alternativa
instrumental é mais utilizada (PINTO E SILVA, 1982)
4.8.2.4 - Complicações neonatais
A relação entre a maternidade precoce e os agravos sobre o recém-nascido apresenta
resultados discutíveis na literatura. As complicações neonatais, quando presentes, podem
resultar de condições ambientais e psicossociais desfavoráveis, ou da associação multifatorial
de eventos. OSAVA, 1997.
22
4.8.2.5 - Baixo peso neonatal
Numerosos autores apontam incidência aumentada de baixo peso ao nascer entre
filhos de adolescentes. Sobre essas intercorrências, seguramente, atuam diversos fatores:
condição sócio-econômica, estado nutricional materno, tabagismo, paridade e presença de
patologias maternas e/ou fetais associadas. Pinto e Silva (1982) encontraram maior proporção
de neonatos de baixo peso entre adolescentes, diferença que desapareceu após o controle dos
grupos por paridade. Quanto à idade materna, mesmo no extremo inferior, e à idade
ginecológica, os dados indicam que aparentemente não exerceriam influência sobre o peso do
recém-nascido (MOTTA, 1993).
4.8.2.6 - Prematuridade
É a outra complicação muito referida como particularmente incidente entre grávidas
adolescentes; alguns autores relacionam o risco para parto prematuro com a virtual
incapacidade funcional da matriz uterina para manter a gravidez até o termo (ZLATNIK e
BURMEISTER, 1977). Todavia, os partos prematuros entre adolescentes aparentemente são
determinados por uma combinação de fatores que atuam independentemente da idade ou da
idade ginecológica. Pinto e Silva (1982), por exemplo, observou maior porcentagem de
recém-nascidos prematuros entre adolescentes multíparas.
4.8.2.7 - Morbidade neonatal
Os vários estudos não fazem referências específicas a nenhuma situação mórbida
neonatal relacionada à condição de mãe adolescente, à exceção de malformações congênitas.
Alguns autores referem maior porcentagem de neonatos malformados entre adolescentes;
entretanto, inquéritos epidemiológicos extensos, desenvolvidos em países do primeiro mundo,
não conseguiram até o momento, identificar de maneira conclusiva a associação entre idade
materna baixa com a ocorrência de malformações fetais de qualquer natureza.
(MAKISON, 1985).
23
4.8.2.8 - Mortalidade perinatal
O obituário perinatal enfrenta dificuldades consideráveis de análise entre os diversos
estudos. Interagem sobre essa condição fatores sócios demográficos e diferenças conceituais
que modificam, para mais ou menos, as estatísticas. De maneira geral, as adolescentes de
países da Europa Ocidental e da América do Norte apresentam taxas de natimortalidade
comparáveis às mulheres na segunda década de vida e taxas mais elevada de mortalidade
neonatal (MAKISON, 1985).
4.9 - ASSISTÊNCIA DE PRÉ-NATAL
Constitui um conjunto de procedimentos clínicos e educativos com o objetivo de
promover a saúde e identificar precocemente os problemas que possam resultar em risco para
a saúde da gestante e o concepto (BRASIL, 1985).
No entanto, nem sempre o programa de pré-natal é visto dessa forma, já que ele é
relativamente novo no campo da medicina e da enfermagem.
Segundo Galleta (2000), o pré-natal foi instituído no início do século XX e chegou
ao Brasil por volta das décadas de 20 e 30 e só se estabeleceu no pós-guerra. Neste período,
pensava-se na mulher, em diminuir os agravos para sua saúde, sem se pensar no feto. Nos
anos 50 e 60, com a diminuição das taxas de morte materna, começou a preocupação,
decididamente, com o feto e sua saúde. Assim, com os avanços tecnológicos e sociais, o prénatal constituiu-se e se firmou, transformando-se na prática assistencialista que acontece hoje.
Segundo Osava e Tanaka (1997), em termos históricos, a enfermagem sempre esteve
presente no acompanhamento e avaliação de mulheres em período gestacional, visto que a
enfermeira exerce papel fundamental na realização de parto e vem recebendo várias
designações no decorrer dos anos como parteira, obstetras e enfermeira obstetra.
Para Ziegel (1985), a enfermagem perinatal, em substituição à enfermagem
obstétrica, representa o termo mais recente para designar uma área especializada de
enfermagem materno-infantil. Esta área se concentra no diagnóstico e no tratamento das
respostas, tanto fisiológicas quanto psicossociais de todas as famílias, à procriação que se
estende desde o planejamento da gravidez até os três primeiros meses após o nascimento da
criança.
24
Pelo que foi descrito nos trechos anteriores e o que foi evidenciado por nós,
percebemos que a enfermeira tem um estreito contato com as gestantes e suas preocupações
no período gestacional.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde, no texto assistência pré-natal do Manual
Técnico, alerta que:
...a adesão das mulheres ao pré-natal está relacionada com a qualidade da assistência
prestada pelos serviços e pelos profissionais de saúde, o que, em última análise, será essencial
para a redução dos elevados índices de mortalidade materna e perinatal, verificada no Brasil
(BRASIL, 2000).
Segundo Neme (2000), o caráter preventivo do pré-natal é fundamental para
diminuir os índices de mortalidade materna e perinatal, pois um pré-natal bem feito previne
patologias, tais como anemias, doenças hipertensivas gestacionais (pré-eclampsia, eclampsia);
também favorece o preparo psicológico para o parto, além de garantir a perfeita estruturação
do organismo fetal, prevenção do abortamento e o risco de parto prematuro e óbito perinatal
dentre outras vantagens.
No sentido da prevenção, esse mesmo autor ressalta:
A instalação da prenhez representa razão obrigatória para exigir que as pacientes
procurem assistência médica. Nessas condições, ao salientar a importância da segurança fetal,
o tocólogo sensibiliza as gestantes, que se tornam receptíveis, a ser assíduas em suas visitas
médicas e a atender as recomendações dietéticas e terapêuticas, mesmo quando incômodas
(NEME, 2000).
A atenção pré-natal, em geral, envolve procedimentos simples, devendo o
profissional de saúde, que presta esse cuidado, dedicar-se a escutar a gestante, oferecer-lhe
apoio, estabelecer uma relação de confiança com a mesma e ajudá-la conduzir a experiência
da maternidade com mais autonomia (BRASIL, 2000).
Com o advento do Programa Saúde da Família (PSF), o enfermeiro como membro da
equipe, ganhou um amplo espaço de atuação na assistência pré-natal (Sepúlveda 2000) afirma
que a atuação do enfermeiro no cuidado às gestantes vem ganhando destaque desde a
implantação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) em 1985,
apesar de ainda não ter sido possível elucidar alguns obstáculos como a caracterização do
papel da enfermeira tendo em vista uma melhor especificação de suas funções, e de definições
mais concretas quanto à prática da consulta da execução do parto. Diante do exposto ressaltase que a aplicação de uma teoria na prática da enfermagem apoia os enfermeiros na definição
de seu papel, no melhor conhecimento da realidade e consequente adequação e qualidade do
desempenho profissional, proporcionando aos clientes submeter-se a procedimentos e
cuidados com menos danos (CHINN.;KRAMER, 1995; MELEIS ,1997); BARNUM ,1998).
25
4.9.1 - Importância do pré-natal
Sabe-se que um pré-natal inadequado é espelho dos altos índices de
morbimortalidade, uma vez que 90% das causas de morte materna diretas são evitáveis no
pré-natal e menos de 10% morrem de causas indiretas (NEME, 2000).
O principal objetivo de pré-natal é prestar assistência à mulher desde o início de sua
gravidez, quando ocorrem mudanças físicas e emocionais e que cada gestante vivencia de
forma distinta. A assistência ao pré-natal é o primeiro passo para o parto e nascimento
humanizados (NEME, 2000).
A consulta de pré-natal envolve procedimentos bastante simples, podendo o
profissional de saúde dedicar-se a escutar as demandas da gestante, transmitindo nesse
momento o apoio e confiança necessária para que ela se fortaleça e possa conduzir com mais
autonomia a gestação e parto. (ROCHA et al.;1997).
A assistência pré-natal deve ser organizada para atender às reais necessidades da
população de gestantes, mediante utilização dos conhecimentos técnico-científicos existentes
e dos meios e recursos disponíveis mais adequados para cada caso. A elaboração e
implantação de protocolos fazem-se necessárias no atendimento ao pré-natal, realizado por
enfermeiros e médicos, despontando como um caminho fundamental a ser percorrido, para o
avanço na saúde materno infantil (ROCHA,1997).
4.9.2 - Assistência ao pré-natal da grávida adolescente
A adolescente grávida deve iniciar seu pré-natal o mais precocemente possível e ser
orientada para prevenção de nova gestação.
Quanto às consultas, é importante agendar: da 1ª à 28ª semana, mensalmente; de 28
a 36, quinzenalmente; a partir da 36ª até a data do parto, semanalmente (NETTINA, 2003).
Nestes casos especiais de gestação é fundamental reduzir a barreira entre o
enfermeiro e adolescente, respeitando seus medos e adotando uma atitude fraterna e
humanitária. O atendimento pré-natal deve ser continuado até a resolução do parto, onde a
gestante deve ser encaminhada para a Maternidade com o “cartão da gestante” ou similar
adequadamente preenchido (BRASIL, 2000).
26
Sobre os riscos à saúde nos casos de gravidez na adolescência, esta é considerada,
pela OMS como situação de alta complexidade, sendo consensual na literatura, que esta
gestante apresenta maiores chances de terem eclampsias, infecções urinárias, anemia,
prematuridade fetal, baixo peso ao nascer, entre outros (BATISTA,2004).
Apesar de ainda haver adeptos a esta corrente, que afirma que a gravidez nesta faixa
etária significa risco de vida para a mãe e bebê, já é possível observar alguns autores que
acreditam na minimização dos riscos biológicos para o binômio quando este possui condições
de vida favoráveis e recebem um atendimento de bom nível durante seu pré-natal. Além disso,
acrescentam que levar uma gestação a termo não prejudicará seu desenvolvimento
biopsicossocial, e pode contribuir para um amadurecimento em relação a sua sexualidade.
Neste sentido, o pré-natal adequado envolve a adesão por parte da jovem gestante
(ROCHA, 1975).
Sabe-se que esta adesão ao pré-natal se dá de maneira diferenciada entre as
adolescentes, o que inclui cumprimento das condutas de diagnóstico, de terapêutica ou mesmo
o comparecimento às consultas agendadas. Vale lembrar que adesão é um conceito amplo,
dependente
dos
aspectos
sociais,
econômicos,
psicológicos
do
individuo
em
acompanhamento, dos relacionados à doença (quando este é portador de uma patologia) e das
ações propostas para promoção, prevenção e reabilitação. (ROCHA et al.; 1997).
Neste sentido, encontram-se outros fatores que influenciam na adesão, com destaque
para o acesso aos serviços, o acolhimento recebido, a garantia da continuidade da atenção.
Supõe-se que, de acordo com a atual política de humanização do pré-natal e nascimento
(PHPN) do Ministério da Saúde, a rede de atenção e os fluxos de referencia e contra
referencia para acompanhamento destas gestantes estejam estabelecidos, como forma de
garantia do acesso e do ingresso na rede de cuidados. (COLLI e DELUQQUI, 1978).
Enfim, segundo a literatura consultada, os efeitos de uma assistência diferenciada as
adolescentes grávidas são positivas, resultando na diminuição das complicações obstétricas,
não somente dos problemas físicos como também dos psicológicos, sendo este aspecto o foco
do estudo.
27
4.10 - PROGRAMA DE ATENDIMENTO À GRÁVIDA ADOLESCENTE
O aspecto primordial para o atendimento à gestante adolescente é baseado na
compreensão das características próprias da faixa etária. Recomenda-se que a assistência prénatal seja realizada por equipe multidisciplinar, treinada e sensibilizada, constituída por
obstetra, enfermeira, psicólogo, assistente social e fisioterapeuta, cujo papel será auxiliar a
adolescente a preparar-se para a maternidade. Caberá a equipe, além de fornecer atendimento
pré-natal rotineiro, estabelecer vínculo da adolescente com o serviço, oferecer apoio
psicossocial e fornecer orientações sobre a gravidez, o parto, os cuidados com o recémnascido, a amamentação, a anticoncepção e outros temas, relacionados ou à gravidez, por
meio de atividades educativas desenvolvidas durante a evolução da gravidez. Sempre que
possível, procurar-se-a estimular a participação do parceiro durante as consultas pré-natais.
(MATTAR,1999).
O parto será realizado de acordo com as normas preconizadas pela Obstetrícia
moderna, considerando sempre a importância da humanização do atendimento dessas
pacientes na sala de parto. A utilização de procedimentos analgésicos e/ou anestésicos e a
atenção dispensada durante o trabalho de parto e o parto, por exemplo, são elementos que
adquirem
importância
considerável
para
atendimento
da
adolescente
durante
a
parturição(MATTAR,1999).
No puerpério, impõe-se o reforço ao aleitamento natural, que encontra indicação
ainda maior entre adolescentes, por transmitir segurança e afetividade à jovem mãe. Há que se
enfatizar ainda estada no alojamento conjunto, que, além de oferecer oportunidade para o
aprendizado de cuidados com o recém-nascido, também irá reforçar de modo significativo a
relação mãe-bebê. Nas consultas de revisão puerperal, buscar-se-á esclarecer dúvidas, reduzir
ansiedade e, quando necessário implementar ações de anticoncepção(MATTAR,1999).
Todas essas recomendações durante o pré-natal, parto e puerpério têm como
objetivos minimizar os efeitos surgidos das dificuldades de adaptação à gravidez proporcionar
à adolescente em sua nova função de mãe.
28
4.11 - O CUIDADO DE ENFERMAGEM DIANTE DA TRANSIÇÃO AO PAPEL
O cuidado de enfermagem se diferencia do cuidado dos demais profissionais pela
qualidade de cuidar da vida nas situações de saúde-doença, de pretender, pelo menos
teoricamente, cuidar da pessoa, do ser humano, família, grupos e comunidade na sua
integralidade (PATRICIO, 1990).
A ciência do cuidado humano precisa ser explorada pelos enfermeiros, beneficiar-se
exercitando e implementando comportamentos de cuidado não só com a clientela, mas entre si
e com os demais integrantes da equipe, uma vez que o significado do cuidado é algo a ser
investigado no interior de cada pessoa. As pessoas envolvidas no processo de cuidar
aprendem e crescem umas com as outras. Atributos como: interesse, respeito, paciência,
solidariedade, são necessários, além de conhecimento, competência, comprometimento e
responsabilidade, todos sustentados pela conceitualização de transição (WALDOW, 1998).
O cuidado transacional de enfermagem conduz a busca de um modelo mais
humanista, de totalidade do ser, da integralidade, a interdisciplinaridade, à relação pessoa a
pessoa e a transdiciplinaridade. A criatividade também é altamente requisitada e, sem dúvida
o entusiasmo e o prazer de cuidar. Neste tipo de cuidado é indispensável o desenvolvimento
do pensamento crítico-reflexivo, como a discussão e clarificação de valores
(PATRICIO,1990).
Diante do cuidado humano os atores assumem riscos. Contudo, estes valem a pena,
se modelos passados, porém nada fazendo para criar novos paradigmas. Não existem manuais
ou receitas que prescrevam ou ensinem o cuidado humano, pois este deve ser “vivido”.
(WALDOW, 1998).
O cuidado tem por fundamento a relação interpessoal e a troca de conhecimento,
visando suprir as necessidades físicas e emocionais do ser cuidado, respeitando suas
potencialidades e suas limitações. O respeito se faz obrigatório para que haja uma relação
interativa, na qual a enfermagem visualize o ser cuidado como ser humano que é.
Entender o que é cuidado e como é inserido na enfermagem tem sido uma
preocupação, a qual leva a percepção sobre a abrangência da extensa amplitude do que é o
cuidado humano. O cuidado é inerente á espécie e faz parte do caráter perceptível dos
humanos. Lacerda (2007) tem como premissa que o cuidado é a ferramenta mestra da prática
de enfermagem, o cerne de nossa existência enquanto profissão e especificidade do saber e do
29
fazer que trabalha como ser humano na busca da sua promoção e, portanto , deve ter como
objetivo fazer dele o “ser mais”.
O ser adolescente gestante necessita ainda do cuidado educativo, visando capacitá-la
para a responsabilidade no enfrentamento do papel materno, o qual acontece através da
discussão concreta da realidade e dos problemas vivenciados por ela. A sua participação no
cuidado vai se efetivar pela comunicação, ou seja, na troca entre enfermeiro e cliente, na
interação entre as partes, na socialização e sensibilização deste momento que a adolescente
puérpera está vivenciando (LACERDA, 2007).
Cuidar do ser adolescente puérpera diante do processo de transição ao papel materno
exige do enfermeiro sensibilidade para captar as necessidades vivenciadas e conhecimentos
sobre transição auxiliando assim, na prestação do cuidado de forma ontológica e ética ao
desenvolver o processo de cuidar (LACERDA, 2007).
30
5 - METODOLOGIA
Segundo Bruyne (1991), a metodologia é a lógica dos procedimentos científicos em
sua gênese e em seu desenvolvimento, não se reduz, portanto, a uma “metrologia” ou
tecnologia da medida dos fatos científicos.
A metodologia deve ajudar a explicar não apenas os produtos da investigação
científica, mas principalmente seu próprio processo, pois suas exigências não são de
submissão estrita a procedimentos rígidos, mas antes da fecundidade na produção dos
resultados. (BRUYNE,1991).
Segundo Strauss e Corbin (1998), o método de pesquisa é um conjunto de
procedimentos e técnicas utilizados para se coletar e analisar os dados. O método fornece os
meios para se alcançar o objetivo proposto, ou seja, são as “ferramentas” das quais fazemos
uso na pesquisa, a fim de responder nossa questão.
A pesquisa segundo Minayo (1993) é considerada como “atividade básica das ciências
na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante
busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de
aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular
entre teoria e dados”.
O trabalho científico é, portanto, a forma eficiente de pesquisar e explicar os mais
diversificados fenômenos.
5.1 - CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA.
Esta é uma pesquisa exploratório-descritiva com abordagem qualitativa, sendo estes
aspectos adequados à condução do projeto e seus objetivos. Segundo Gil (1991), um trabalho
é de natureza exploratória quando envolver levantamento bibliográfico entrevista com pessoas
que tiveram (ou tem) experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos
que estimulem a compreensão. Possui ainda a finalidade básica de desenvolver, esclarecer e
modificar conceitos e idéias para a formulação de abordagens posteriores.
Dessa forma, o estudo que foi aplicado visou proporcionar informações para a
posterior formulação de problemas ou hipóteses que possam ser pesquisados por outros
31
estudos. Sendo a finalidade das pesquisas exploratórias oferecerem uma visão geral de um
determinado fato, do tipo aproximativo.
Segundo Silva e Menezes (2000),“a pesquisa descritiva visa descrever as
características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre
variáveis.” Neste sentido o estudo utilizará técnicas padronizadas de coleta de dados,
questionário e observação sistemática, sendo importante no levantamento.
Segundo Silva; Menezes (2000), “a pesquisa qualitativa considera que há uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação
dos fenômenos e atribuição de significados é básica no processo qualitativo. Não requer o uso
de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o
pesquisador é o instrumento-chave. O processo e seu significado são os focos principais de
abordagem”.
Pope e Mays (2005) afirmam que os métodos qualitativos têm muito a oferecer aos
que estudam saúde e estabelecimentos de atenção à saúde, estando em crescente utilização na
pesquisa em serviços de saúde. Os autores observam que tanto é possível quanto legítimo
analisar quantitativamente certos tipos de dados qualitativos.
No contexto do campo saúde, uma gama de métodos qualitativos de pesquisa tem sido
empregada para abordar questões importantes sobre fenômenos sociais, variando desde
complexos comportamentos humanos, como a aquiescência dos pacientes ao tratamento e a
tomada de decisão por profissionais de saúde até a organização da clínica hospitalar. Assim, a
pesquisa em questão adotará estes métodos na análise das questões que envolvem a gravidez
na adolescência e a participação dos profissionais na resolução das diversas complicações.
5.2 - LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA.
O campo de estudo foi o Centro de Saúde nº 03 da Ceilândia no Distrito Federal. Esta
instituição foi inaugurada em 31 de março de 1981 como Centro de Saúde e dispõe de
atendimento de clínica geral, pediatria, e ginecologia.
A Unidade atende a população de Ceilândia Sul. No setor de pré-natal atende
gestantes de terça-feira a quarta-feira de 8 às 17 horas. Localiza-se na QNM-15 A/E 03
Ceilândia – Sul. Conta com uma equipe composta por 01 médico clínico geral, 03 pediatras e
32
03 ginecologistas, 02 enfermeiros, 12 auxiliares/técnicos de enfermagem, conta também com
01 nutricionista e 02 odontólogos. Possui três salas para consultas de pré-natal.
Para escolha do local foram levados em consideração os critérios seguintes:

Fácil acesso para as pesquisadoras e orientadora;

Demanda de pacientes em consultas de pré-natal;

Local de realização do estágio;
5.3 - POPULAÇÃO DA PESQUISA.
Foram entrevistadas 30 gestantes adolescentes acompanhadas no programa de prénatal do centro de saúde nº 03 durante o ano de 2009, bem como as enfermeiras diretamente
envolvidas no atendimento.
5.4 - CRITÉRIOS DE INCLUSÃO.

Gestante adolescente na faixa etária de 10 aos 19 anos de idade, (período considerado
como a adolescência para a OMS) que estavam participando das consultas de pré-natal
no ano de 2009 na unidade de pré-natal do CS Nº 03.

Ter certeza do diagnóstico da gravidez.

Ser enfermeiro da unidade de pré-natal do CS Nº 03 atuante diretamente com paciente
em período gestacional.

Aceitar de forma livre a colaborar com o estudo.
5.5 - CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO.

Gestantes em idade adulta de acordo com conceito estabelecido pela OMS.

Gestantes de qualquer idade com gravidez suspeita ou não confirmada.
33

Enfermeiras que se recusarem a preencher o questionário, enfermeiras que atuam
somente na área administrativa e/ou de gestão, e que não atuem diretamente com
gestantes.
5.6 - TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS.
Um dos instrumentos de coleta de dados foi o questionário, tendo questões fechadas
elaboradas com base no referencial teórico. Foi aplicado às enfermeiras atuantes na unidade
de pré-natal do CS nº 03 de Ceilândia que atendam aos critérios de inclusão. Na elaboração do
referido questionário, buscou-se adequar as questões ao objeto, de forma que todos os tópicos
dêem forma e conteúdo e contribuam para enfatizar as relevâncias previstas no projeto (ponto
de vista do investigador) e as relevâncias dos informantes (ponto de vista dos entrevistados)
(MINAYO, 2006).
O questionário foi aplicado pelas pesquisadoras às enfermeiras e às gestantes
adolescentes. Este instrumento foi composto de perguntas fechadas com as respectivas
alternativas de respostas. A análise e a interpretação dos resultados consideraram os aspectos
de maior incidência e relevância, para que fossem discutidas e avaliadas com intuito de
estabelecer uma maior compreensão acerca dos itens significativos para a atuação do
enfermeiro na assistência de pré-natal adequada e diferenciada as gestantes adolescentes.
Para a realização do questionário houve a concordância do (a) enfermeiro que atua no
programa de pré-natal. Tal concordância foi manifestada por meio de assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecida, conforme resolução 196/96 que norteia a pesquisa em
seres humanos no Brasil.
Na análise foram utilizados questionários mediante autorização prévia da autoridade
responsável.
5.7 - ANÁLISE DOS DADOS.
Os dados obtidos através das perguntas fechadas foram analisados buscando-se a
freqüência percentual, utilizando-se a estatística descritiva.
34
5.8 - ASPECTOS ÉTICOS E DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS.
Foram respeitados no transcorrer da pesquisa todos os aspectos éticos e legais
necessários para a preservação do anonimato dos sujeitos participantes da mesma, tais como:
sigilo dos nomes ou de qualquer informação que possa levar à identificação do sujeito
participante da pesquisa, sigilo quanto a qualquer advento que não esteja no contexto da
pesquisa e que porventura o pesquisador venha a tomar conhecimento ou presenciar,
conforme a resolução 196/96. Foi utilizado o termo de consentimento livre e esclarecido –
TCLE - para todos os sujeitos que participarão das entrevistas.
Os resultados da pesquisa subsidiaram a elaboração do trabalho de conclusão do curso
de Enfermagem e poderão ser publicados em jornais e revistas científicas, apresentados em
eventos científicos e para a comunidade acadêmica da Universidade Católica de Brasília e
para equipes técnicas e de gestores da SES-DF para que sirvam como subsídio para o
planejamento, organização e adequação da assistência de enfermagem. Uma cópia do relatório
final da pesquisa será encaminhada ao CEP-SES-DF e a unidade onde a coleta de dados foi
realizada.
Ressalta-se que a pesquisa somente foi iniciada após a aprovação pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Secretaria de Saúde (FEPECS), conforme parecer nº 065/2009.
5.9 - INSTRUMENTOS DE PESQUISA PARA LEVANTAMENTO DE DADOS.
O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário, composto por questões
abertas e fechadas, totalizando 09 questões (questionário enfermeiras) e 08 questões
(questionário gestante adolescentes).
5.10 - RESULTADOS E DISCUSSÃO.
Os resultados apresentados a seguir foram organizados da seguinte forma: no
primeiro momento aqueles relativos às entrevistas com as gestantes adolescentes e no
segundo momento, os resultados das entrevistas com enfermeiras. Os resultados das
35
entrevistas com gestantes foram divididos em tabelas de perfil da gestante, sexualidade, e
qualidade do pré-natal e os resultados das entrevistas com enfermeiras na tabela sobre
percepção das enfermeiras sobre a qualidade na consulta de pré-natal das adolescentes.
5.10.1 - Perfil das gestantes entrevistadas
Foram entrevistadas 30 gestantes adolescentes com faixa etária predominante de 16 a
19 anos (93,3%), de cor parda (43,3%), solteiras (53,3%), majoritariamente naturais e
residentes do DF. Em relação à escolaridade, a maioria (73,3%) informou ter o ensino médio
incompleto e serem estudantes (53,3%). Quanto à idade gestacional (IG), predominou a IG de
26 a 42 semanas, seguida de IG 13 a 25 semanas.
Este perfil está coerente com outros estudos sobre gravidez na adolescência conforme
relatório estatístico da secretaria do estado se saúde (SES-DF) que mostra um aumento de
(6,2%) no número de nascimentos de 2005 em relação ao ano anterior considerando a faixa
etária de meninas de até 19 anos.
Observa-se então que o perfil encontrado neste estudo é compatível com os achados
em outras regiões do país; Como diz a pesquisa nacional sobre demografia e saúde (PNDS) de
1996 que revela que (18%) das adolescentes brasileiras já tiveram pelo menos um filho ou
estão grávidas. A maioria das adolescentes engravida na segunda fase da adolescência quando
ainda está estudando e, nesta pesquisa, são solteiras (53,3%), seguidas de casadas (43,3%).
Em relação à profissão, (53,3%) são estudantes, (30%) exercem outras profissões,
(16,7%) são do Lar.
36
Tabela 1 – Perfil das gestantes adolescentes entrevistadas. Brasília, 2009.
F
%
Faixa etária
10 a 15 anos
2
16 a 19 anos
28
F
%
Cor da pele
Cor Branca
10
Cor Parda
13
Cor Negra
7
F
%
Estado Civil
Casada
13
Solteira
16
Separada
1
F
%
Naturalidade
DF
27
Outros
3
F
%
Residência Procedência
Cidade satélite
30
F
%
Escolaridade
Nível fundamental
8
Nível médio
22
F
%
Profissão
Do Lar
5
Estudante
16
Outros
9
F
Idade gestacional
1 a 12 semanas
1
13 a 25 semanas
13
26 a 42 semanas
16
30
Fonte: As autoras.
6,7
93,3
33,3
43,3
23,3
43,3
53,3
3,3
90
10
100
26,7
73,3
16,7
53,3
30
3,3
43,3
53,3
100,0
5.10.2 - Sexualidade
Quando indagadas quanto ao início da vida sexual, a maioria delas (86,7%) referiu ter
iniciado entre 14 a 16 anos de idade. Confirmando a pesquisa realizada pelo Berquó ET AL,
(1994) que diz que o início muito cedo da vida sexual aliado à atividade sexual desprotegida
reflete na gestação em adolescentes.
Em relação ao uso de métodos contraceptivos, (73,3%) informaram já terem feito uso,
porém não sendo contínuo. E dentre os métodos mais usados foram citados a camisinha
(60%) seguido da pílula anticoncepcional (13,3%). E estes, utilizados durante até um ano
pelas entrevistadas (30%), seguida de 23,3% que utilizaram por mais de dois anos. Como diz
Bueno (2004), o nível econômico parece ser um fator quase determinante para a ocorrência da
gravidez, é nas classes econômicas menos favorecidas que há uma elevada incidência de
37
adolescentes grávidas devido ao abandono e promiscuidade dessa população, maior
desinformação e menor acesso aos métodos anticoncepcionais. Portanto é fundamental que
tanto a família quanto a escola assumam a responsabilidade de formar e informar as jovens
para que consolidem uma visão positiva da própria sexualidade e tornem-se capazes para
tomadas de decisões maduras e responsáveis (BUENO, 2004).
Tabela 2 – Sexualidade Brasília, 2009.
Com quantos anos iniciou a vida sexual
11 a 13
14 a 16
17 a 19
F
Já fez uso de métodos contraceptivos
Não
Sim
F
Qual método anticoncepcional
Não usa
Camisinha
Pílula
F
Durante quanto tempo
Não usa
Menos de 1 ano
1 a 2 anos
Mais de 2 anos
F
%
1
26
3
30
3,3
86,7
10
100
%
8
22
30
26,7
73,3
100
%
8
18
4
30
26,7
60
13,3
100
%
8
9
6
7
30
26,7
30
20
23,3
100
Fonte: As Autoras.
5.10.3 - Qualidade do Pré-natal das gestantes adolescentes
Em relação ao profissional considerado mais atuante no pré-natal, pelas gestantes
entrevistadas, destaca-se o majoritariamente o profissional médico. Este resultado pode ser
explicado devido ao fato destas gestantes serem classificadas na condição de gestação de alto
risco.
De acordo com Batista, (2004), a respeito dos riscos para a saúde nos casos de
gravidez na adolescência, esta é considerada pela OMS (Organização Mundial de Saúde)
como situação de alta complexidade, sendo consensual na literatura que estas gestantes
apresentam maiores chances de apresentarem eclampsias, infecções urinárias, anemia,
prematuridade fetal, baixo peso ao nascer, entre outros.
38
Quanto ao entendimento das recomendações feitas na consulta de pré-natal (96,7%)
das adolescentes afirmaram entender o que diz o profissional. Em relação às dúvidas sobre a
gravidez serem sanadas na consulta de Pré-natal, (76,7%) disse que o são, o que está de
acordo com Neme (2000). Este autor afirma que a assistência pré-natal dever ser organizada
para atender as reais necessidades da população de gestantes mediante utilização dos
conhecimentos técnicos científicos existentes e dos meios e recursos disponíveis mais
adequados para cada caso. A elaboração e implantação de protocolos fazem-se necessárias no
atendimento ao pré-natal, realizado por enfermeiros e médicos, despontando como um
caminho fundamental a ser percorrido, para o avanço na saúde materno-infantil.
Questionadas sobre o tempo gasto na consulta de pré-natal, (63,3%) disseram que o
tempo era suficiente. Satisfazendo a teoria de Stefanelli (1993) que enfatiza que, ao usar a
comunicação adequadamente, o profissional pode estimular mudanças de atitudes e
comportamento do indivíduo. Outro ponto fundamental é o uso consciente que o profissional
deve fazer de sua comunicação com o indivíduo, o que facilita o alcance dos objetivos da
assistência.
Quanto a se sentirem diferentes de uma gestante adulta (73,3%) das adolescentes
disseram não sentirem-se diferentes.
Tabela 3 – Qualidade do pré-natal das gestantes adolescentes Brasília, 2009
Qual profissional foi mais atuante no acompanhamento
F
da sua gestação
Médico
30
Você entende as recomendações que fazem os
profissionais de saúde que lhe atendem na consulta de
F
Pré-Natal
Sim
29
Às vezes
1
30
Todas as suas duvidas sobre a sua gravidez são sanadas
F
na consulta de Pré-Natal
Sim
23
Às vezes
7
30
Você acha suficiente o tempo gasto na sua consulta de
F
PN
Sim
19
Não
2
Às vezes
9
30
Fonte: As Autoras.
%
100
%
96,7
3,3
100
%
76,7
23,3
100
%
63,3
6,7
30
100
39
5.10.4 - Percepção das enfermeiras sobre o pré-natal das adolescentes grávidas
Foram entrevistadas 02 enfermeiras com o objetivo de avaliar a assistência prestada
pelos profissionais de saúde às gestantes adolescentes e analisar a necessidade de implementar
na unidade de saúde uma assistência diferenciada.
Tabela 4 – Percepção das enfermeiras sobre o pré-natal das adolescentes grávidas
Como você define a assistência prestada no PN da
gestante adolescente
F
%
Boa
1
Regular
1
2
Você sente necessidade de implementar na unidade de
saúde a assistência diferenciada a grávidas adolescentes F
%
Não
2
Você julga que as gestantes adolescentes saem da
consulta de PN com todas as duvidas sanadas
F
%
Não
1
Às vezes
1
2
Quando as gestantes adolescentes retornam da consulta
de PN, você observa alguma dificuldade em ter seguido
as orientações que foram dadas na consulta anterior.
F
%
Sim
2
Você sente alguma dificuldade ou preconceito em
realizar a assistência pré-natal a esta faixa etária
F
%
Sim
1
Não
1
2
A assistência pré-natal a gestante adolescente é
realizada por equipe multidisciplinar
F
%
Não
2
A equipe que atende as adolescentes grávidas é treinada
e sensibilizada para lidar com essa situação
F
%
Às vezes
2
São realizadas atividades educativas durante a
assistência PN
F
%
Sim
2
A equipe está preocupada em estabelecer vínculo da
adolescente com o serviço de saúde
F
%
Sim
2
Fonte: Autoras.
50
50
100
100
50
50
100
100
50
50
100
100
100
100
100
Diante do questionamento realizado com as enfermeiras em relação à assistência
prestada no pré-natal, as respostas foram entre regular (1) e boa (1). Sendo que ambas não
sentem necessidade de implementar, na unidade, a assistência pré-natal diferenciada,
40
justificada devido a falta de uma equipe multidisciplinar na unidade de saúde. O que
preconiza o Programa de Atendimento a Grávida Adolescente (Reprolatina, Campinas SP) é
que o aspecto primordial para o atendimento à gestante é baseado na compreensão das
características próprias da faixa etária. Recomenda-se que a assistência pré-natal seja
realizada por equipe multidisciplinar, treinada e sensibilizada, constituída por obstetra,
enfermeira, psicólogo, assistente social, nutricionista, fisioterapeuta, cujo papel será auxiliar a
adolescente a preparar-se para a maternidade. Observa-se que infelizmente, não há
preocupação manifesta com melhoria na qualidade da assistência, reiterando-se as
costumeiras justificativas com falta de pessoal.
As enfermeiras observaram que as adolescentes retornaram as consultas e palestras
com dúvidas em seguir as orientações dadas nas consultas anteriores, o que contradiz as
informações dadas pelas gestantes que afirmaram em sua maioria não saírem com dúvidas nas
consultas de pré-natal.
Quanto às atividades educativas durante a assistência pré-natal ambas afirmaram
estarem sendo realizadas e a equipe está preocupada em estabelecer o vínculo da adolescente
com o serviço de saúde. De acordo com o programa de atendimento a grávida adolescente diz
que caberá a equipe, além de fornecer atendimento pré-natal rotineiro, estabelecer vinculo da
adolescente com o serviço, oferecer apoio psicossocial e fornecer orientações sobre a
gravidez, o parto, os cuidados com o recém-nascido, a amamentação, a anticoncepção e outros
temas relacionados à gravidez, por meio de atividades educativas desenvolvidas durante a
evolução da gravidez.
41
6 - CONCLUSÃO
Os objetivos deste estudo eram avaliar a percepção das enfermeiras e gestantes
adolescentes, sobre as informações prestadas durante a consulta de pré-natal, levantar e
analisar o quanto a gestante adolescente conseguiu absorver das informações prestadas na
consulta de pré-natal, identificar à percepção do enfermeiro quanto à consulta de pré-natal a
gestante adolescente na unidade de saúde e propor recomendações a fim de melhorar a
qualidade da assistência no programa de pré-natal das adolescentes grávidas na unidade
básica de saúde.
Em relação à percepção de gestantes e enfermeiras sobre as orientações dadas no prénatal, não houve consenso, entre as entrevistadas. Isto pode ser explicado porque o contato
entre as adolescentes e as enfermeiras está acontecendo somente nas palestras e as consultas
estão sendo feitas majoritariamente pelo médico. Neste sentido, não há como afirmar
categoricamente que as informações estão ou não sendo repassadas adequadamente. Contudo,
as adolescentes parecem sair das consultas sem grandes dúvidas.
Sobre a percepção das enfermeiras quanto ao atendimento diferenciado e as suas
repercussões, não reconhecem a necessidade da implantação do modelo, por não possuírem na
unidade uma equipe multidisciplinar. Porém verificam que as dúvidas das adolescentes
assistidas permanecem após as consultas, o que não é confirmado pelas gestantes.
Outra observação importante seria sobre o papel dos enfermeiros neste processo,
sendo estes fundamentais para a correta orientação das gestantes, tendo o primeiro contato
com as adolescentes que procuram à unidade. Este compromisso deve ser assumido com
responsabilidade, estimulando o desenvolvimento do modelo e real aplicabilidade de seus
objetivos como proposto pelo Ministério da Saúde. Como demonstrado no questionário, a
equipe está preocupada em estabelecer um vínculo com as gestantes, sendo este um aspecto
importante, pois é fundamental uma adequada relação enfermeiro – paciente, tendo um
primeiro contato acolhedor, promovendo orientações claras e efetivas.
Com base nos resultados do estudo recomendamos as seguintes ações para a melhoria
da consulta de pré-natal ás gestantes adolescentes:
1. Como a equipe de enfermagem faz o primeiro contato com as adolescentes que
procuram a unidade, estes devem assumir o compromisso de estabelecer vínculo das
gestantes com a Unidade de Saúde.
42
2. Devido às gestantes estarem em idade escolar, sugere-se incorporar nos programas de
educação sexual nas escolas, informações relativas ao problema da gravidez precoce,
uso de métodos contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis.
3. Implantar treinamento da equipe de saúde com profissionais habilitados para oferecer
uma assistência humanizada e integral à adolescente;
4. Mudar as atividades educativas desenvolvidas no Centro de Saúde para adequar às
adolescentes. Em geral esta faixa etária requer atividades mais dinâmicas e atuais. .
.
43
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROSO, C., et al; Gravidez na Adolescência; IPLAN/IPEA, UNICEF, Fundação Carlos
Chagas; Série Instrumentos para a Ação; 6ª Ed.; Brasília, 1986.
BERQUÓ, E. Esterilização,Percentual e Raça em São Paulo:CEBRAP.1994.
BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência integral a saúde da mulher: bases para uma
prática educacional – documento preliminar, Brasília, 1983.
BRASIL, Assistência Integral a Saúde da Mulher. Bases de Ação Programática,1985.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. 4ª ed. Brasília, 2000.
BRUYNE, P. D.; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M. D. Dinâmica da pesquisa em ciências
sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1991.
BUENO, G.M.; Variáveis de Risco para a Gravidez na Adolescência; Psicologia. 2004.
CALDERON, Iracema de Mattos Paranhos; CECATTI, José Guilherme; VEGA, Carlos
Eduardo Pereira. Intervenções benéficas no pré-natal para prevenção da mortalidade
materna. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. Rio de Janeiro, 28, May 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo. Acesso em: 06 Jan. 2009..
CHINN PL, Kramer MK. Theory and nursing: a systematic approach. 3. ed. Cidade: editora
1995.
COLLI AS. Deluqqui CG. Adolescência. In: Alcântara, P. & Marcondes, E. Pediatria Básica.
6ª ed., São Paulo, Sarvier.1978.
DARZÉ, Elias. A adolescente e sua saúde reprodutiva: desempenho obstétrico na
primigrávida em idade igual ou menor do que 16 anos. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. São
Paulo, n. 4, 1989.
DUENHOELTER, J.H. et al. Pregnancy performance of patients under fifteen years of age.
Obstet. and Gynec., 46:49-52, 1975.
FELICE MF. & cols. Observations related to chronologic and gynecologic age in pregnant
adolescents. Yale J. Biol. Med. 57: 777, 1984.
GAMA SGN, Szwarcwald CL, Leal MC, Theme Filha, MM. Gravidez na adolescência como
fator de risco para baixo peso ao nascer .Rio de Janeiro,1996.
GALLETA, Marco Aurélio (2000). A importância do pré-natal. www.clubedobebe.com.br.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
44
HASSAN HM.; Falls FH. The young primipara. A clinical study. Am. J.Obstet.Gyneco. 1964.
LACERDA, A.S., et al; O Fenômeno da Gravidez na Adolescência; Rio de Janeiro, 2007.
Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/3061/1/o-fenomeno-da-gravidez-naadolescencia/pagina1.html>. Acesso em: 23 de Outubro de 2008.
MAIA FILHO NL. Comparação entre primíparas adolescentes precoces, não precoces e
adultas quanto a fatores sociais e gestacionais. Campinas.1989.
MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing: metodologia e planejamento. 5ª Ed. São
Paulo: Atlas.1990.
Menezes, M. I. C. B. B. (1993). A gravidez e o projeto de vida –uma análise das adolescentes
grávidas das camadas populares.
MELEIS AI. Theoretical nursing: development and progress. 3ed. Philadelphia: Lippincont;
1997.
MINAYO C, 1995. Pesquisa social- teoria, método e criatividade. Vozes, Petrópolis.
MOTTA ML. Influência da idade materna e da idade ginecológica sobre os resultados
maternos e neonatais da gravidez na adolescência. Campinas.1993.
NEINSTEIN, L. S., Rabinovitz, S., & Schneir, A. (1991). Teenage pregnancy. Em
L.Neinstein (Org.), Adolescent health care: A practical guide (pp. 561-573). Baltimore:
Urban & Schwarzenberg.1991.
NEME, B. (Coord). Obstetrícia básica. 2ª ed. São Paulo: Sarvier. 2000.
OMS, FNUAP, UNICEF (1989),Manual de Saúde Adolescentes.Genebra.
OSAVA, R.H. e TANAKA, A. C. D.A. Os paradigmas da enfermagem obstétrica. Revista
da Escola de Enfermagem da USP. V. 31, n. 1, p. 96-108, abr.1997.
PARPINELLI MA. Mortalidade de mulheres em idade reprodutiva no município de
Campinas: análise de 1985 a 1994. Campinas.1997.
PATRÍCIO, Zuleica Maria. A prática do cuidar/cuidado à família da adolescente grávida
e seu recém-nascido através de um marco conceitual de enfoque sócio-cultural.
Florianópolis: UFSC. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) Programa de Pós-Graduação
em Enfermagem da UFSC. 1990.
PINTO e Silva JLC. Contribuição ao estudo da gravidez na adolescência. Campinas.1982.
POPE, C., MAYS, N.; Pesquisa qualitativa na atenção à saúde; Trad. Ananyr Porto
Fajardo. - 2. Ed. – Porto Alegre: Artmed.2005..
Rocha JSY, Simões BJG, Guedes GLM. Assistência hospitalar como indicador da
desigualdade social. Rev. Saúde Pública. 1997.
45
Rocha JSY. Indicadores sociais de grávidas adolescentes: estudo caso-controle. Rev Bras
Ginecol Obstet. 2004.
SAÚDE, M., PLANEJAMENTO, C.B.A.; Comportamento Sexual da População
Brasileira e Percepções do HIV/AIDS; 1996 a 1998. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/168comporamento.pdf> Acesso em: 29 de
Novembro de 2008.
Sepúlveda MAC. Breve histórico dos programas nacionais de saúde materno-infantil.
6p.Disponível em:http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/campinas.htm.2000.
SILVA, W.V; A Comunicação Interpessoal entre os Profissionais de Saúde e Gestantes
na Assistência de Pré-natal; Ed. Manole; São Paulo.2002.
SISMONDI P. & cols. El embarazo y El parto en la adolescent. Rev. Chil. Obstet.
Gyencol.1984.
STEFANELLI, MC Comunicação com paciente: teoria e ensino. São Paulo: Ed. Robe,
1993.
STRAUSS, A.; CORBIN, J. Basics of qualitative research: techniques and procedures for
developing Grounded Theory. 2. ed. Thousands Oaks: Sage Publications, 1998.
Spitz AM, Velebil P, Koonin LM, Strauss LT, Goodman KA, Wingo P, et AL. Pregnancy,
abortion, and birth rates among US adolescents-1980, 198, and 1996.
KASSAR, Samir B.; LIMA, Marília de C.; ALBUQUERQUE, Maria de Fátima M.;
BARBIERI, Marco Antônio; GURGEL, Ricardo Q. Peso ao nascer de recém nascidos de
mães adolescentes comparados com o de puerperais adultas jovens. Rev.Bras. Saúde
Mater.Infant.v.5 n.3 Recife jul./set.2005.
KLEIN, J. D. Adolescents, health services, and access to care. Journal of
Adolescent Health, 2000
YAZLLE, Marta Edna Holanda Diógenes. Gravidez na adolescência. Rev. Bras. Ginecol.
Obstet., Rio de Janeiro, v. 28, n. 8, ago. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br>.
Acesso em: 06 jan. 2009. 1.
Yazlle MEHD, Mendes MC, Patta MC, Rocha JSY, Azevedo GD, Marcolin AC. A
adolescente grávida: alguns indicadores sociais. Ver. Brás Ginecol Obstet. 2002.
WALDOW, V. Cogitando sobre o cuidado humano. Cogitare Enferm, Curitiba, jul/dez.
1998.
WARMAN R. & cols. Evaluacion de embarazo y parto en adolescentes de temprana edad
ginecologica. Obst. Ginecol. Latinoamer.1983.
46
ZIEGEL, E.E. e CRANLEY, M. S. Enfermagem obstétrica. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan.1985.
ZLATNIK FJ; Burmeister LF. Low “gynecologic age”. An obstetric risk factor. Am. J.
Obstet. Gynecol.1977.
47
8 - ANEXO
8.1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA ENFERMEIRAS.
O (a) senhor (a) enfermeiro (a) está sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada: “Assistência Pré-natal de Adolescentes Grávidas: Uma Análise Crítica na
Unidade Básica de Saúde nº 03 de Ceilândia Sul”, que tem como objetivo analisar a
assistência do pré-natal de gestantes adolescentes realizada por profissionais de saúde. Esta
pesquisa é importante para avaliar a qualidade da assistência de enfermagem e identificar a
percepção das adolescentes grávidas sobre a qualidade das consultas de pré-natal realizadas
pelos profissionais de saúde.
Sua participação será por meio da concessão de entrevista, com a duração de no
máximo 15 minutos, respondendo questões sobre a assistência prestadas a gestante
adolescente, sobre a necessidade de implementação a uma assistência diferenciada, verificar
se as dúvidas estão sendo sanadas, se há um acompanhamento multidisciplinar, se a equipe é
treinada e sensibilizada para essa situação, se são realizadas atividades educativas a essas
gestantes e se a equipe está preocupada em estabelecer vinculo da adolescente com o serviço
de saúde. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de
Saúde do DF – SES/DF e lhe garantimos os direitos abaixo relacionados:
1) Solicitar, a qualquer momento, maiores esclarecimentos sobre esta pesquisa, através dos
telefones: - CEP/SES/DF: 61- 325.4955; Clarice Maciel Lucio: 61-32633739 ou
91150509; Clênia Maria de Araújo: 61 – 84213715 ou 34511036; Lidiane da Silva
Pereira: 61- 33935871 ou 91056701.
2) Segredo absoluto sobre nomes, local de trabalho, residência e quaisquer outras
informações que possam levar à identificação pessoal e da instituição a qual pertence;
3) Ampla possibilidade de negar-se a responder a quaisquer questões ou a fornecer
informações que julgar prejudicial à sua integridade física, moral e social;
4) Solicitar que parte das falas e/ou declarações não seja incluída em nenhum documento
oficial, o que será prontamente atendido;
5) Desistir, a qualquer tempo, de participar da pesquisa.
Os resultados da pesquisa serão publicados em jornais e revistas científicas,
apresentados em eventos científicos e para equipes técnicas e de gestores da SES-DF para que
48
possam ser utilizados no planejamento, organização e adequação da assistência de
enfermagem. Uma cópia deste termo permanecerá com o Sr. (a) e a outra ficará arquivada,
juntamente com os demais documentos da pesquisa, com o pesquisador responsável na sala
113, Bloco S, Direção do Curso de Enfermagem, Universidade Católica de Brasília – Campus
I, Q.S 07 lote 01, EPCT – Águas Claras, Taguatinga/DF.
Brasília-DF, ________ de _______________________ 2009.
Enfermeiro (a) Participante: _______________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável:
__________________________________
Prof. Esp. Clarice Maciel Lucio
49
8.2 - TERMO DE CONSCENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA GESTANTES
ADOLESCENTES
A senhora está sendo convidada para participar pesquisa intitulada: “Assistência Prénatal de Adolescentes Grávidas: Uma Análise Crítica na Unidade Básica de Saúde nº 03
de Ceilândia Sul”, que tem como objetivo analisar a assistência do pré-natal de gestantes
adolescentes realizada por profissionais de saúde. Esta pesquisa é importante para avaliar a
qualidade da assistência de enfermagem e identificar a percepção das adolescentes grávidas
sobre a qualidade das consultas de pré-natal realizadas pelos profissionais de saúde.
Sua participação será por meio da concessão de entrevista, com a duração de no
máximo 15 minutos, respondendo questões sobre a vida sexual, uso de métodos
contraceptivos, se as dúvidas são sanadas no decorrer das consultas, se a gestante adolescente
se considera diferente das gestantes adultas e se elas se sentem julgadas e sofrendo
preconceito pelos profissionais de saúde durante o pré-natal. Esta pesquisa foi aprovada pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Saúde do DF – SES/DF e lhe garantimos os
direitos abaixo relacionados:
6) Solicitar, a qualquer momento, maiores esclarecimentos sobre esta pesquisa, através dos
telefones: - CEP/SES/DF: 61- 325.4955; Clarice Maciel Lucio: 61-32633739 ou
91150509; Clênia Maria de Araújo: 61 – 84213715 ou 34511036; Lidiane da Silva
Pereira: 61-33935871 ou 91056701.
7) Segredo absoluto sobre nomes, local de trabalho, residência e quaisquer outras
informações que possam levar à identificação pessoal e da instituição a qual pertence;
8) Ampla possibilidade de negar-se a responder a quaisquer questões ou a fornecer
informações que julgar prejudicial à sua integridade física, moral e social;
9) Solicitar que parte das falas e/ou declarações não seja incluída em nenhum documento
oficial, o que será prontamente atendido;
10) Desistir, a qualquer tempo, de participar da pesquisa.
Os resultados da pesquisa serão publicados em jornais e revistas científicas, apresentados
em eventos científicos e para equipes técnicas e de gestores da SES-DF para que possam ser
utilizados no planejamento, organização e adequação da assistência de enfermagem. Uma
cópia deste termo permanecerá com o Sr. (a) e a outra ficará arquivada, juntamente com os
demais documentos da pesquisa, com o pesquisador responsável na sala 113, Bloco S,
50
Direção do Curso de Enfermagem, Universidade Católica de Brasília – Campus I, Q.S 07 lote
01, EPCT – Águas Claras, Taguatinga/DF.
Brasília-DF, ________ de _______________________ 2009.
Participante: ______________________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável:
__________________________________
Prof. Esp. Clarice Maciel Lucio
51
9 - APÊNDICE
9.1 - QUESTIONÁRIO A SER APLICADO ÀS ADOLESCENTES NO PRÉ- NATAL
OBJETIVOS: Identificar a percepção das adolescentes grávidas sobre a qualidade das
consultas de pré-natal realizadas pelos profissionais de saúde.
Identificação
Idade:
Cor: ( )Branca ( ) Parda ( ) Negra
Estado Civil: ( ) Casada ( ) Solteira ( ) Separada
Naturalidade:
Residência/Procedência:
Escolaridade:
Profissão:
Idade Gestacional:
1- Com quantos anos iniciou a vida sexual?
______________________________________________________________________
2- Já fez uso de métodos contraceptivos?
( ) Não.
( )Sim. Qual? ___________________________________________________
Durante quanto tempo?_____________________________________________
3- Qual o profissional foi mais atuante no acompanhamento da sua gestação?
( )Médico.
( ) Enfermeiro.
( )Psicólogo.
( ) Equipe de técnicos em Saúde.
( ) Outro. Qual? _________________________________________________
52
4- Você entende as recomendações que fazem os profissionais de saúde que lhe atendem na
consulta de pré-natal?
( )Sim
( )Não
( )Às vezes
5- Todas as suas dúvidas sobre a sua gravidez são sanadas na consulta de pré-natal?
( )Sim
( )Não
( )Às vezes
6- Você acha suficiente o tempo gasto na sua consulta de pré-natal?
( )Sim
( )Não
( )Às vezes
7- Você, grávida adolescente, se considera diferente de uma gestante adulta?
( )Sim
( )Não
( )Às vezes
8- Você se sente julgada ou sofrendo preconceito por parte dos profissionais que lhe atendem
na consulta de pré-natal, por ter ficado grávida na adolescência?
( )Sim
( )Não
( )Ás vezes
53
9.2 - QUESTIONÁRIO A SER APLICADO ÀS ENFERMEIRAS
OBJETIVOS: Avaliar a assistência prestada pelos profissionais de saúde às gestantes
adolescentes e analisar a necessidade de se implementar na unidade de saúde uma assistência
diferenciada.
01 – Como você define a assistência prestada no pré-natal da gestante adolescente?
( ) ótima ( ) Boa ( ) regular ( ) ruim
02 – Você sente necessidade de implementar na unidade de saúde a assistência diferenciada a
grávidas adolescentes?
( ) Não ( ) Às vezes ( )Sim. Por quê? _____________________________________
______________________________________________________________________
03 – Você julga que as gestantes adolescentes saem da consulta de pré-natal com todas as
dúvidas sanadas?
( )Sim
( )Não
( )Às vezes
04 – Quando as gestantes adolescentes retornam da consulta de pré-natal, você observa
alguma dificuldade em ter seguido as orientações que foram dadas na consulta anterior?
( )Sim
( )Não
( )Às vezes
05 – Você sente alguma dificuldade ou preconceito em realizar a assistência pré-natal a esta
faixa etária?
( )Sim
( )Não
( )Às vezes
06 – A assistência pré-natal a gestantes adolescentes é realizada por equipe multidisciplinar?
( )Sim
( )Não
( )Às vezes
07 – A equipe que atende as adolescentes grávidas é treinada e sensibilizada para lidar com
essa situação?
( )Sim
( )Não
( )Às vezes
54
08 – São realizadas atividades educativas durante a assistência pré-natal?
( )Sim
( )Não
( )Às vezes
09 – A equipe está preocupada em estabelecer vínculo da adolescente com o serviço de
saúde?
( )Sim
( )Não
( )Às vezes
Download

Clenia e Lidiane - Universidade Católica de Brasília