1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O PAPEL DOS PAIS EM MEIO ÀS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Por: Maria da Glória Justino Estrela Orientador Prof.ª Fernanda Canavez Rio de Janeiro 2012 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O PAPEL DOS PAIS EM MEIO ÀS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau Especialista em Psicopedagogia, Por: Maria da Glória Justino Estrela 3 AGRADECIMENTOS A todos que contribuíram para execução desta monografia. E as Mulheres da IBM e amigos. 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho monográfico a um Deus do impossível e a minha família que muito me incentivou, meu esposo Rogério, meus filhos: Camila e Vitor. 5 RESUMO Este trabalho através do suporte teórico analisado tem por finalidade fazer uma análise do papel dos pais em meio às dificuldades de aprendizagem. Observamos por meio de estudos, que nem sempre o processo de aprendizagem torna-se um sucesso. Visto que muitas vezes no decorrer do ensino, nos deparamos com problemas que deixam os pais paralisados diante do desafio de educar. Desafios, estes, que ocorrem por vários fatores: A não participação dos pais no projeto de ensino e aprendizagem, a falta de comunicação entre a escola e a família. Com a eclosão das dificuldades de aprendizagem, tanto escolar como familiar, surge a necessidade de encontrar subsídios que venham auxiliar a aprendizagem. O aspecto geral do problema da criança com dificuldades de aprendizagem é uma das situações mais difíceis com que o professor tem que se deparar nas suas práxis pedagógicas. Se necessário for, utilizando-se da intervenção psicopedagógica que é um procedimento o qual busca otimizar a vida acadêmica da criança. O ato deste processo de aprendizagem acontecerá do olhar de um psicopedagogo e nos levará à uma reflexão sobre o problema de aprendizagem, assim como as possíveis intervenções sobre o referido problema. O objetivo desse estudo é fornecer uma reflexão sobre a importante parceria família, escola e o psicopedagogo, ressaltando o papel da família como fator primordial na formação e na aprendizagem da criança. 6 METODOLOGIA A pesquisa a ser desenvolvida parte da observação da realidade de cada um, uma vez que cada família tem um caso especifico, e para buscar uma solução para as dificuldades de aprendizagem, é necessária a participação da família no processo de aprendizagem junto ao professor e aos profissionais, buscando dar sentido e soluções aos problemas revelados. Assim sendo, as fontes de dados foram obtidas através de pesquisa bibliográfica em livros, artigos, sites e revistas, que tratam das dificuldades de aprendizagem. Todo material recolhido deve ser submetido a uma triagem, a partir da qual é possível estabelecer um plano de leitura. Trata-se de uma leitura atenta e sistemática que se faz acompanhar de anotações que eventualmente, puderam servir a fundamentação teórica do estudo. Em suma, este trabalho foi sendo constituído e desenvolvido por meio de um processo em espiral que começou com alguns questionamentos posteriormente esclarecidos, na medida em que o estudo ia sendo desenvolvido. Este trabalho teve cuidado de abordar e compreender melhor como os problemas de aprendizagem podem estar ligados a família, escola e necessitando de um profissional o psicopedagogo para uma possível intervenção psicopedagógica. 7 SUMÁRIO Introdução pag.08 Capítulo I: A família diante das dificuldades de aprendizagem dos filhos pag.09 Capítulo II: A necessária intervenção psicopedagógica frente às dificuldades de aprendizagem pag.14 Capítulo III: A importante parceria entre a família, a escola e o psicopedagogo pag.21. Conclusão pag.29 Bibliografia pag.30 8 Introdução Com esta monografia, tenho o propósito de refletir sobre os aspectos relacionados às dificuldades de aprendizagem no âmbito família e escola. As dificuldades de aprendizagem têm sido uma das maiores preocupações dos familiares e educadores, pois ao surgirem tais problemas, muitas vezes, estes não encontram solução. Os pais, por sua vez, apresentam grandes dificuldades em participar do projeto de ensino e aprendizagem principalmente quando ocorrem disfunções em meio a este processo, talvez por falta de conhecimento ou não aceitação. Segundo Sampaio (2009) ao surgirem dificuldades de aprendizagem, a família reage de forma rígida, colocando o problema para o filho, ou seja, o individuo não aprende porque é desatento ou por outras razões; estes, muitas vezes, procuram pelos os culpados, ora se culpa criança, ora a família ou escola. Ao ingressar no curso de pós-graduação, e ter um maior contato através de literaturas de alguns autores, percebi que havia semelhanças dentro de minha própria família. Busquei então encontrar soluções que pudessem Qual seria responder o papel da as família seguintes no auxilio a questões: aprendizagem? Como a escola juntamente a família poderia auxiliar no processo de aprendizagem? Qual seria a intervenção psicopedagógica necessária frente às dificuldades de aprendizagem? A primeira instituição social formadora da criança é a família, sendo esta a principal responsável pela maior parte da personalidade do adulto que a criança virá a ser. Os pais precisam estar inseridos neste processo de ensino e aprendizagem, de forma que tenham em mente a quem recorrer quando surgirem dificuldades de aprendizagem. Se as crianças vivenciam, alegrias e desejos na família, na escola o indivíduo encontrará alicerce para a sua formação elaborada. Outro autor, Cunha (2008), afirma que escola e família não podem estar dissociadas uma da outra, já que são ligadas pelos veios afetivos do educando. O capítulo a seguir abordará conflitos da família diante as dificuldades de 9 aprendizagem de seus filhos. No decorrer desta pesquisa, veremos a família diante das dificuldades de aprendizagem e da necessária intervenção psicopedagógica, em parceria com família, escola e o psicopedagogo. 10 Capítulo I A Família diante das dificuldades de aprendizagem A família é um núcleo de convivência unido por laços afetivos e representa um grupo social primário, que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições. Martins (2007) A criança nos seus primeiros anos de vida recebe principal influência da família e daquelas pessoas que fazem parte do contexto familiar. Neste contexto familiar o ser humano desenvolve variedades de papeis como: pai, mãe, filho, avó, avô, irmão e irmã. Papeis estes que são determinantes no desenvolvimento tanto afetivo quanto físico. O próprio conceito de família e a configuração dela têm evoluído para retratar as relações que se estabelecem na sociedade atual, desta forma não há uma configuração ideal para a família. A família no aspecto que adotamos é apreciada como uma rede de sustentação. Segundo Fernandes (apud SAMPAIO, 2009 p 69): “Se pensássemos no problema de aprendizagem como derivado só do organismo ou só da inteligência, para seu diagnóstico e cura não haveria necessidade de recorrer à família”. A maioria das famílias idealizam valores e têm grandes expectativas relacionadas à vida profissional dos seus filhos, tal comportamento independe da classe social. Os familiares, com o nascimento de uma criança, escolhem profissões e fazem comparações ao expressarem o desejo de que seus rebentos sejam engenheiros como o avô, ou então que realizem seus próprios sonhos frustrados, por alguma razão, de seguir a medicina. E com o surgimento de algumas dificuldades no aprendizado da criança a relação desta com a família se desestabiliza. Quando alguns pais ao escutarem dos professores que seu filho está com ritmo de aprendizagem diferente dos colegas, apresenta dificuldades na leitura e na escrita ou se encontra totalmente disperso, por vezes, negam-se a aceitar a sinalização do professor podendo chegar ao ponto de retirarem a criança da escola, levando-a 11 para outra instituição de ensino e perpetuando a situação. Atitude, esta, que afetará de forma maléfica tanto o emocional quanto sua aprendizagem escolar. Algumas famílias levam a criança ao psicopedagogo que faz o diagnóstico e constata que o tratamento precisa ser iniciado, com urgência, mas a família não prossegue. A suspensão do tratamento, que serviria para auxiliar no desenvolver de um comportamento saudável, pode trazer consequências graves para a criança. Sampaio diz: Tratando-se uma criança, isto é, um ser em evolução, a superação do sintoma tem um caráter de urgência, na medida em que está em jogo seu próprio destino, já que a parada no desenvolvimento produz deteriorações muita vezes irrecuperáveis. (Pain apud SAMPAIO, 2009 p. 77). Dificuldades estas que ocorrem com maior frequência nos primeiros anos da escolarização, muitas vezes, por alguns acontecimentos no ambiente familiar tais como, violência doméstica, separação ou falecimentos dos pais; esses fatos refletem diretamente na aprendizagem escolar. As famílias, por sua vez, não sabendo como resolver estes ocorridos, procuram justificativas e fazem comparações com outras crianças, destacando a independência de um irmão que nunca precisou de ajuda para realizar deveres e que só tinha boas notas em tudo o que fazia. Um dos momentos mais críticos se desenha no início das tarefas de casa, uma vez que para alguns pais esta traz grande desconforto ou porque a criança necessita de ajuda não conseguindo fazê-la sozinha, pelas próprias dificuldades dos pais, já que no seu tempo escolar a metodologia de ensino era diferente, ou pela simples falta de tempo. Desta forma, a criança passa a ser culpada; os pais afirmam que ela não se interessa por nada relacionado ao estudo, voltando sua atenção apenas para brincadeiras, chamam-lhe a atenção apropriando-se de termos pejorativos. E por fazer tais comparações, impondo-lhe tarefas, exigindo além do que a criança pode oferecer e que esteja em desacordo com o desejo da criança, estes pais deixarão marcas profundas no futuro desenvolvimento do menor. Talvez com o surgimento de algum sintoma atrelado à dificuldade de 12 aprendizagem, a família pode não assumir estes déficits, visto que implicará em algo que não queira que seja revelado pelos pais, pela própria falta de conhecimento, não aceitação ou receio de que seus sonhos sejam frustrados. Bowby (1993) afirma que a existência de uma criança com problema representa uma ruptura para os pais. Ruptura, esta, que impede que os pais tenham uma visão holística e busquem informações para diferenciar dificuldades de aprendizagem do limite. Muitas vezes, na relação com seus filhos, os pais deveriam ser administradores dos seus limites. No entanto, as limitações não podem servir para sufocar ou tolher o desenvolvimento emocional da criança. O “não” também tem o seu lugar nessa relação. Muitos pais se omitem em dizer “não” aos filhos para recompensá-los com aquilo que precisam ou gostariam, e mesmo não possuindo quaisquer condições financeiras, esforçamse de todas as formas para que seus rebentos obtenham seus objetos desejados. Com essa postura, perdem oportunidades preciosas de prepará-los para as negativas que a vida certamente lhes apresentará. Os filhos necessitam de proteção e é papel dos pais ampará-los, mas esta não pode ser exagerada ou ilimitada, sob o risco de tornar-se superproteção. A criança cercada de superproteção também terá dificuldades de desenvolvimento. Sampaio (2011) afirma as crianças superprotegidas não aprende a lidar com situações do cotidiano sozinhas, já que sempre há um pai ou uma mãe por trás, para lhe defender ou intervir. A família deveria participar do desenvolvimento de seus filhos, buscar conhecer as suas dificuldades tendo uma visão ampla que eles são seres sociais, intelectivos, produtivos e muito mais, são seres emocionais. Sendo assim, devem manter um diálogo com seus filhos, sendo sensível diante das necessidades, incentivando e demonstrando afeto. Logo para o autor: Os pais inconscientes deixam a seu filho a carga de refazer sua história, mas refazê-la de tal maneira que nada deveria mudar, apesar de tudo. O paradoxo em que a criança está 13 presa produz logo efeitos violentos; com efeito, raramente há oportunidade de que a criança se realize em seu próprio nome. (Sampaio apud MANNONI, 2009, p. 70). Para que uma criança aprenda é necessário que ela tenha o desejo de aprender; e que os pais possibilitem este aprendizado compartilhando dele com a criança. Como diz Mannoni, (1981) numa belíssima metáfora, "as crianças andam não só porque tem pernas, mas porque seus pais assim o permitem.”. Em vez de pensar nas dificuldades de aprendizagem, devem-se proporcionar elementos que desenvolvam e ponham em prática a potencialidade que existem em cada infanto. A família deve respeitar o tempo de cada criança, e perceber como o seu papel é fundamental na formação do autoconceito de seus filhos. Segundo Prado: “A família influencia positivamente quando transmite afetividade, apoio e solidariedade e negativamente quando impõe normas através de leis, dos usos e dos costumes”. (apud OLIVEIRA 2001 p. 11). Toda dificuldade de aprendizagem pode ser superada com uma intervenção, esta, psicopedagógica, que procura observar a maneira com que as pessoas aprendem e desenvolvem conhecimento com as dificuldades e os problemas que encontram. Para a autora Polity: Dificuldades de aprendizagem devem ser analisadas e compreendidas não somente com uma falha individual de um sujeito que resiste adequar-se ao pré- estabelecido, mas como uma confluência de fatores que inclui a escola, família e os profissionais da educação e o sistemas de relações sociais envolvidos. (Polity, 2001, p 71). Com o apoio, a responsabilidade e o comprometimento dos pais, escola e profissionais da educação voltados, a cada vez mais, para uma ação 14 preventiva, haverá efetiva contribuição para uma formação sólida e consistente frente às dificuldades. No segundo capítulo abordarei a importância psicopedagógica em meio às dificuldades de aprendizagem. da intervenção 15 Capítulo II A necessária intervenção psicopedagógica frente às dificuldades de aprendizagem. Para João Beclair (2004) a Psicopedagogia é um campo do conhecimento que se propõe a integrar, de modo coerente, conhecimentos e princípios de diferentes Ciências Humanas com a meta de adquirir uma ampla compreensão sobre os variados processos inerentes ao aprender humano. Essa área de estudos está essencialmente voltada para a questão da aprendizagem humana. Ela nasce de uma prática, justamente porque surgiu em função da demanda de estudos mais específicos no processo de aprendizagem escolar. A psicopedagogia surgiu no momento em que nosso país vivia um problema muito severo com a retenção e evasão escolar, especialmente nas séries iniciais. Em vista disso, educadores, psicólogos, professores em geral, médicos e neurologistas passaram a interessar-se pelo tema e naturalmente foram agrupando-se , objetivando estudar de uma forma mais sistematizada a questão da aprendizagem humana. Embora o termo “psicopedagogia” sugira uma junção da psicologia mais a pedagogia, aquela está além disso. Diz Bossa: Do seu parentesco com a Pedagogia, a Psicopedagogia traz as indefinições e as contradições de uma ciência cujos limites são os da própria vida humana. Envolve, simultaneamente, a meu juízo, o social, o individual em processo tanto transformadores quanto reprodutores. Da Psicologia, a Psicopedagogia herda o velho problema do paralelismo psicofísico, um dualismo que ora privilegia o físico (o observável) ora o psíquico (a consciência). (Bossa, 2000, p.23). 16 A psicopedagogia fala sobre uma prática e conhecimento voltados para questão da relação do psiquismo e o processo de aprendizagem humana. Não faz sentido falar em aprendizagem escolar sem falar na aprendizagem humana. Considerando a complexidade da questão do processo de aprendizagem de todas as variáveis e elementos que interferem neste processo, a psicologia e a pedagogia nem mesmo juntas darão conta desta dimensão. A psicopedagogia é uma área de estudo que envolve conhecimentos de diversas outras áreas, com psicologia, pedagogia, neurologia, medicina, filosofia, fonoaudiologia, linguística, psicanálise, diversas áreas do conhecimento que, de alguma forma, nos trazem ou iluminam a questão do ser humano na sua relação com a realidade que pode ser vista através de um olhar psicopedagógico, de modo a levar reflexão sobre o problema de aprendizagem do aluno e as possíveis intervenções. A intervenção psicopedagógica é um método que busca aperfeiçoar a existência acadêmica da criança e do adolescente, com o surgimento de possíveis dificuldades de aprendizagem. Investindo no potencial (facilidades) encontrado. Comenta-se que a intervenção é uma intromissão que um profissional, tanto o psicopedagogo quanto o educador realiza sobre o processo de desenvolvimento ou aprendizagem do sujeito, o qual pode estar apresentando problemas de aprendizagem. O procedimento adotado na intervenção é feito a partir da interferência no processo psicopedagógico, com o objetivo de compreendê-lo, explicitá-lo ou corrigí-lo. Compreende-se que as causas do não aprender podem ser diversas. O processo de aprendizagem resulta da interação do sujeito com o objeto de conhecimento que pode se dizer dialética. Na medida em que o sujeito e o objeto interagem, eles modificam-se naturalmente. Em todo o processo de aprendizagem, necessário é que se tenham outros conhecimentos advindos de diferentes ciências na questão da aprendizagem humana, escolar e aprendizagem acadêmica. Para Cunha (2008), a aprendizagem escolar com um processo natural, onde há uma complexidade mental, na qual o pensamento, a memória as emoções percepção, a motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos e onde a criança deva sentir o prazer em aprender. 17 “Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino. A educação necessita tanto de formação técnica e científica como de sonhos e utopias”. (Paulo Freire) Na maioria das vezes o professor planeja a sua aula pensando no aluno como um ouvinte que estará atento às suas explicações, à resolução de um determinado exercício na lousa ou à sua explanação verbal. Porém, pode ser a pior metodologia para um determinado aluno que precisa estar durante grande parte do tempo segurando a seu pensamento, porquanto possui dificuldade de concentração. Para este aluno, é preciso pensar em outra forma de apresentar aquele objeto de conhecimento. Então, é este olhar mais específico para cada sujeito que vai me guiar, me dizer em que eu devo investir para que o aluno aprenda melhor. Considerando que, ao falar de sujeito da aprendizagem, estamos falando de um ser humano com todas as suas dimensões, um organismo que precisa estar funcionando razoavelmente bem; uma inteligência que precisa estar desenvolvida até certo ponto para que ela possa ter acesso àquele objeto de conhecimento. Não adianta ensinar física quântica para aluno do terceiro ano do ensino fundamental porque eles não irão entender aquilo que está sendo falado. É preciso que o objeto de conhecimento esteja dentro dos limites que o repertório de uma criança com uma determinada faixa etária possibilite. O professor precisa ser muito criativo para apresentar um estímulo externo bom o suficiente para sobre por o interno. A aprendizagem que na maioria das vezes refere-se à assimilação de objetos externos concorre com os estímulos internos, que podem ser de natureza emocional ou orgânica. Fazer um diagnóstico psicopedagógico é analisar cada uma dessas dimensões, avaliar as condições em que está se dando o processo de ensino, ponderar a qualidade de relação do sujeito que ensina e o que aprende. O diagnóstico psicopedagógico é o momento de investigação no processo no qual o psicopedagogo toma conta da problemática que traz aquele sujeito e percebe a necessidade de uma intervenção psicopedagógica. Este momento do diagnóstico é quando o psicopedagogo terá informações e conduzirá o seu processo de intervenção. 18 A avaliação pedagógica consta não só de questões relativas ao conteúdo do ano escolar em que o sujeito se encontra, mas também de séries anteriores para que possa localizar a partir de que momento o processo ficou prejudicado. Estas avaliações pedagógicas são também construídas em função da história daquele sujeito. Um instrumento essencial no diagnóstico psicopedagógico são os jogos de regras, simbólicos e os criados com o próprio sujeito. Através destes jogos serão mostradas possibilidades de verificar como o sujeito planeja e antecipa as suas ações; assim como observar a capacidade mental do sujeito se suas jogadas são feitas por tentativas do seu erro ou se são fruto de um planejamento do seu raciocínio. Para o autor Fernandez: [...] Não pode haver construção do saber, se não se joga com o conhecimento. Ao falar de jogo, não estou fazendo referências a um ato, nem a um produto, mas a um processo. Estou me referindo a esse lugar e tempo que Winnicott chama espaço transicional, de confiança, de criatividade. Transicional entre o crer e o não crer, entre o dentro e o fora. O espaço de aprendizagem "não pode ser situado na realidade psíquica interior do indivíduo, porque não é um sonho pessoal: além disso, forma parte da realidade compartilhada. Tampouco se pode pensá-la (a área da experiência cultural), unicamente em função de relações exteriores, porque se acha dominada pelo sonho. Nesta entram... o jogo e o sentido do humor. Nesta área todo bom intelecto está em seu elemento de prosperar. (Fernandez,1991 p.165). A citação acima zela com o principal objeto de intervenção, que é o próprio jogo, cujo principal objeto de interesse para os psicopedagogos são os procedimentos, ou seja, os meios, que o jogador utiliza e constrói. Permite uma aproximação do mundo mental da criança que sofre de desatenção facilitando seus atos no decorrer de suas ações ou seu divertimento. O jogo possibilita 19 que a dimensão simbólica da criança se manifeste em fazer o que pode ser partilhado com o outro, resignado e transformado. Segundo Piaget (1976), “uma ação não é necessariamente lúdica ou adaptativa na sua origem. Qualquer ação pode ser transformada em jogo, este é movido pelo desejo de experienciar prazer e poder.” Através de jogos, é possível trabalhar a afetividade e o social, desenvolvendo assim a criatividade na criança. A utilização do jogo, na intervenção psicopedagógica é com intuito de facilitar os exercícios escolares. O jogo é apenas um suplente do trabalho, é por meio deste que a escola deve desembocar na vida; o jogo na escola precisa ser visto como uma direção ao trabalho, uma ponte entre infância e a vida adulta. Os jogos e as brincadeiras são situações em que através de objetos a realidade da criança é apresentada. A criança é convidada a construir o seu mundo e a sua vida, utilizando aqueles elementos que vão indiciar a percepção que esta tem de sua realidade. Especialmente os jogos de regras, fotografias que mostram o desenvolvimento da criança e natureza das relações familiares. Para Piaget (1976), o jogo na escola tem importância quando revestido de seu significado funcional, ou seja, é preciso, uma coerência entre assimilação e acomodação. Ambos os autores correlacionam o jogo para uma utilização em contextos escolares como situações psicopedagógicas. Para Alicia Fernandes (2001) não pode haver construção do saber, se não se joga com o conhecimento. O jogo é um processo que ocorre no espaço transicional, de confiança, de criatividade é o único onde se pode aprender. Através do jogo a criança expressa agressão, adquire experiência, controla ansiedade, estabelece contatos sociais como, integração da personalidade e prazer. Alicia Fernandes (2001) A atuação psicopedagógica tem em vista a recuperação do individuo usando, assim, estratégias e avaliando as dificuldades apresentadas. Se necessário, intervir com procedimentos de orientação de estudos e atividades. Para a melhor aprendizagem do aluno, o professor deve se adaptar às novas atividades que estarão sendo aplicadas em sala de aula. Para Vygotsky (1993) Todos os seres humanos são capazes de aprender, mas é necessário que adaptemos a nossa forma de ensinar. 20 Esta forma de ensinar requer a participação primordial dos professores, que ocorrerá dentro da sala de aula no lidar com os alunos. Algumas condições são consideradas fundamentais para o trabalho dessa intervenção. É justamente o olhar diferenciado que permite identificar a causa. O problema se manifesta no nível do comportamento e a produção está prejudicada. O que está dificultando esta aprendizagem pode ter diferentes origens; a dependência desta origem é o que dará o encaminhamento apropriado do tratamento. A criança que vem apresentando um problema de aprendizagem escolar, seja de ordem pedagógica ou não, tem o professor como pessoa mais importante neste cenário. É ele quem vai olhar e avaliar se ela necessita de cuidados especiais. E assim ele é quem promove esses cuidados a partir desta visão pedagógica. Observar é o papel do professor, assim como ser um investigador dos processos de aprendizagem de seus alunos, impedindo que o problema de aprendizagem leve a um fracasso escolar. Diz Pain: Na concepção de Freud, os problemas de aprendizagem não são erros: “... são perturbações produzidas durante a aquisição e não nos mecanismos de conservação e disponibilidade...”; é necessário procurar compreender os problemas de aprendizagem não sobre o que se está fazendo, mas sim sobre como se está fazendo. (Pain 1992, p. 32). Todo professor deve refletir sobre as causas do fracasso escolar, não para se culpar, mas para se responsabilizar e buscar conhecer a causa do possível fracasso para a solução do problema. Assim como procurar entender que fatores têm interferido na aprendizagem e usar novas teorias que possam transformar e facilitar o trabalho do professor em processo cientifico. Diz Fernandes: Para aprender, necessitam-se dois personagens (ensinante e aprendente) e um vínculo que se estabelece entre ambos. (...) 21 Não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar. (FERNÁNDEZ, 1991, p. 47 e 52). O problema de aprendizagem não está relacionado somente ao aluno, visto que este processo não é individual. Existe uma troca do aprendente e o ensinante isto é um processo coletivo. Este processo coletivo e o trabalho psicopedagógico amplia a possibilidade de intervenção junto a quem ensina pais e professores, unindo esforços na busca de soluções; permitindo uma enorme aprendizagem, desde que exista o empenho de todos, não olhando para as dificuldades como forma de justificativa do insucesso. No capítulo a seguir veremos a importante parceria entre família, escola e o psicopedagogo na busca de soluções para obter o sucesso. 22 Capítulo III A importante parceria entre a família escola e o psicopedagogo A instituição escolar não existiu sempre. No início dos primeiros tempos da antiguidade, a educação era ministrada conforme a tradição religiosa, portanto eram ministradas pela a família. Os jovens de famílias aristocratas eram entregues a preceptores para serem educados e somente mais tarde, com a criação das polis, surgiram as primeiras escolas. As diferenças entre as escolas da antiguidade e as escolas na idade medieval eram bastante visíveis, mas elas tinham em comum a atuação da família na educação dos jovens. A nova educação cabia à família e a igreja que abarcava características bíblicas. Nascia então o modelo de escola cristã. Falar de escola significa, em um primeiro momento, pensarmos o que é a escola, com que fins ela nasce, por quem ela foi criada e qual a sua vocação original. Assim precisamos pensar numa instituição dentro da nossa cultura, com todas as suas características e tradições. E nela enquanto instituição individual, particular, subjetiva que pertence a um determinado momento histórico, a uma comunidade e um contexto. A escola surge no século XVIII, enquanto instituição formal, em um momento em que a vida, devido às condições de higiene ou à forma como o ser humano tratava a questão disciplina, criava uma situação muito favorável á emergência de epidemias. Isto leva os médicos a pensarem na necessidade de criar contexto onde se pudesse ensinar à criança e ao jovem, a importância de ter higiene e disciplina. Juntamente com os religiosos, que também exerciam uma grande interferência e domínio sobre a população, surge então, a instituição escola com esta finalidade. A participação dos religiosos traz para a escola o aspecto da educação do ponto de vista moral, da disciplina, da educação sexual e religiosa. A questão do ensino, aprendizagem e da construção do conhecimento era reservada aos nobres; esses não iam à escola e tinham os seus preceptores 23 em suas casas. Neste momento a escola não tinha vocação primeira de ensinar. Sendo assim, a questão disciplinar, a figura de autoridade e do comportamento imperavam sobre as questões do processo de construção do conhecimento. A escola veio carregando esta tradição consigo e as teorias pedagógicas também. As metodologias de ensino foram pensadas, originalmente, visando uma escola onde os alunos tinham de aprender a ter disciplina e certos padrões de comportamento. O professor era a figura de autoridade e o aluno o devia respeito e obediência. Com esta imagem, deste grupo se constituem as teorias pedagógicas que irão fundamentar a prática dentro da escola: as metodologias de ensino. A escola vai mudando o seu enfoque, porém a sua base permanece a mesma. Desde a distribuição dos alunos na sala de aula e a forma do professor pensar a sua relação com estes, pouco se modificou nesses poucos séculos desde a origem da escola; isso pensando na escola sob o ponto de vista de uma instituição cultural. Visualizando como uma instituição individual, única, significa olhar para aquela escola que atende uma determinada população, que tenha objetivos de uma escola contextualizada. A Psicopedagogia tem uma visão escolar a partir dessa clareza concernente ao que está na origem, na base de tudo aquilo que foi pensado enquanto elementos que compõem a instituição escolar, as próprias politicas educacionais e a escola enquanto a instituição individualizada que tem as sua características particulares. O objetivo da Psicopedagogia Escolar é favorecer o processo de construção de conhecimento que deve acontecer dentro da escola, porque conhecimentos acadêmicos são privilégios desta. Sendo assim a psicopedagogia tem enveredado neste caminho, pensando no fracasso escolar e nas dificuldades de aprendizagem como sintoma. Sinal este que não é a causa, mas sim o resultado de uma série de fatores que criaram aquela situação desfavorável. A psicopedagogia Escolar tem um foco muito amplo e requer que se olhe para aquela situação a ser estudada, analisada e prevenida, considerando 24 todos esses fatores. Situação que tem causado perplexidades nos professores, o fato de alguns alunos conseguirem avançar na aprendizagem e outros não. O professor precisa atribuir novos significados, através da mudança de sua visão de mundo, aos alunos que têm dificuldades de aprendizagem ou aprendem diferente das outras crianças. Segundo Mantoan: Aos professores é importante a descrição detalhada de como se amplia e se aprofunda o conhecimento em uma dada criança, porque a intervenção pedagógica, por mais generalizada que seja, recai sobre um aluno especifico, ou seja, em caso individualizado. A maioria dos professores, no entanto não sabe disso e pensa que as turmas homogênea de alunos garantem o desenvolvimento de um bom trabalho, revelando a crença de que, ao ensinar um mesmo conteúdo para todos os alunos, estes assimilam num mesmo nível e numa mesma proporção o que lhes foi transmitido: (Matoam 1999, p. 19). Os professores têm se queixado dos que antecederam na vida escolar de crianças que costumam ter um comportamento diferente dos moldes desejados. Em nome da falta de “base”, de hábitos e atitudes dos alunos, costumam colocar a responsabilidade nos professores das séries anteriores, como se eles pudessem ter “dado conta” de todas as dificuldades que os alunos apresentam. As dificuldades de aprendizagem dos alunos sempre se constituem em uma reclamação das escolas. Elas podem ser a presença real das dificuldades de aprendizagem, ou necessidades educativas especiais, ou podem ser atribuídas aos chamados problemas de ensinagem. Outra queixa: Os alunos geralmente não se comportam bem na escola, não tem limites, não obedecem. Existem diversas condutas, com as quais o professor pode se defrontar no cotidiano do seu trabalho, e que causam dificuldades de aprendizagem. 25 Outra queixa relacionada à aprendizagem: “É difícil avaliar a aprendizagem dos alunos.” Realmente, a avaliação é um dos pontos mais complexos no processo de ensino e aprendizagem. O professor ainda encontra dificuldades para avaliar de forma dialógica e democrática Para autor Romão: Existem, nas nossas escolas, duas concepções de avaliação: a primeira consiste em uma visão de avaliação baseada em julgamento de acertos e erros, implicando prêmios ou castigos; a segunda conduz a “uma concepção avaliadora de agentes ou instituições específicas e cujos sucessos ou insucessos são importantes para a escolha das alternativas subsequentes”. (Romão 2001, p. 58). Quando surge a dificuldade de aprendizagem do aluno, inicia-se a cobrança de ambas, família e escola. A família exige da escola por ser ela a responsável pelo ensino e educação. Enquanto a escola contesta a família alegando que todos aprendem, menos este aluno. O julgamento do certo ou errado neste caso é absolutamente inviável, já que ambas devem unir-se e ter iniciativa de transformar insucesso em sucesso. A primeira iniciativa é formando uma parceria, família, escola e psicopedagogo. “A origem do problema de aprendizagem não se encontra na estrutura individual. O sintoma se ancora em uma rede particular de vínculos familiares que se entrecruzam com uma também particular estrutura individual”. (Fernandez, 1990) Se ao papel da família acrescentar o papel da escola, como matrizes de desenvolvimento e promoção do equilíbrio do sujeito, teremos a formação completa dessa rede, como já foi dito acima.. Desta forma, o trabalho mais importante a ser desenvolvido pelo professor com os alunos é o incentivo dos motivos que eles trazem. Cabe ao professor tornar o processo de aprendizagem incentivador, em si mesmo, 26 levando a criança a direcionar toda a sua energia e sua motivação no enfrentamento dos desafios intelectuais, propostos pela escola, para o desempenho do trabalho de construção do conhecimento. Os alunos terão prazer não só em aprender, mas se sentirão competentes e seguros para solucionar problemas. O professor pode contribuir em atuação mais efetiva diante de casos e problemas relacionados à aprendizagem escolar. A escola deve estabelecer no primeiro momento um diálogo mais estreito com a família, de maneira que na medida em que o professor identificar problemática esta família aceite a recomendação e a orientação de buscar um profissional indicado, para que haja um diagnóstico e a intervenção se necessário for. A instituição escolar deve ser ocupar em promover para os professores uma formação continuada, uma troca de experiências constante entre professores e profissionais; assim como promover para a família e para o professor a oportunidade de um contato direto. De forma que estes possam dialogar junto em uma ação de parceria e que eles possam seguir as informações dos profissionais que também estiveram envolvidos no caso. Ou quando não houver a participação de outros profissionais, que a escola juntamente com o professor caminhe no sentido de auxiliar os pais. É importante que haja da parte da escola a preocupação em viabilizar espaço e tempo para que o professor possa ter este contato direto com os pais. E assim tornando viável o acesso a informação necessária para a boa condução do processo pedagógico frente ao problema de aprendizagem. Promover com uma regularidade e qualidade as reuniões de professores e técnicos da educação, para que os casos sejam discutidos e estudados constantemente. acompanhando De a maneira condição que também determinada, o caso professor vivencie que as esteja mesmas problemáticas do seu colega, ele possa valer daquilo, que foi a experiência do outro docente. Que a escola tenha preocupação de fazer registro dessas experiências, de maneira que isto se constitua em subsídios, que ficarão disponíveis para os professores que poderão ao longo de sua carreira e da sua trajetória, fazer investigações dentro daquela história. 27 Com estas investigações feitas à dificuldade e a problemática do aluno, a família tem de ser orientada e esta deve ir à busca de cuidados que o aluno requeira. O essencial é que a família e a escola caminhem na mesma direção, seguindo os mesmos princípios e critérios para alcançar os objetivos que desejam atingir. É quando o psicopedagogo é solicitado por esta parceria, a fazer a sua mediação iniciando frente às dificuldades de aprendizagem do sujeito; fazendo uma análise da situação para poder diagnosticar os problemas e suas causas. Para autora Pinto (1994), o profissional psicopedagogo levanta hipóteses através da análise de sintomas que o indivíduo apresenta, ouvindo a sua queixa, a queixa da família e da escola; além de resgatar a história de vida do sujeito. Sendo assim haverá a necessidade de conhecer os aspectos neurofisiológicos afetivos, cognitivos e sociais, e observar a particularidade do sujeito, fazendo uma junção com o objeto de aprendizagem, consigo mesmo e com o outro. Para Bossa (1994), o trabalho preventivo pode ocorrer em diferentes níveis de prevenção. Segundo esta autora, no primeiro nível, o psicopedagogo centraliza sua atenção nos processos educacionais com objetivo de identificar as dificuldades institucionais, e atua sobre ela antes que provoquem dano, que visam diminuir o problema de aprendizagem. O trabalho do psicopedagogo ocorre nas questões didático- metodológicas orientando os professores na sua formação, e aconselhando a família com o propósito de tratar os problemas de aprendizagem já instalados. O psicopedagogo busca conhecer o individuo em diferentes parâmetros fazendo com que através da intervenção psicopedagógica, este encontre um caminho e venha superar as dificuldades que possam impedir um desenvolvimento harmônico. 28 Diz Bossa: O diagnóstico psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito Bossa (1994, p 74). A intervenção psicopedagógica também se propõe a incluir os pais no processo, por intermédio de reuniões, possibilitando o acompanhamento do trabalho realizado junto aos professores. Assegurada uma maior compreensão, os pais ocupam um novo espaço no contexto do trabalho, abandonando o papel de meros espectadores, assumindo a posição de parceiros, participando e opinando. Romagnoli (2009) Deverá haver reciprocidade entre a família e a escola para que possam trabalhar juntos num ambiente de colaboração e participação. Quanto à participação da família, entendemos que deve acontecer por meio do acompanhamento do processo de ensino, quando a escola precisa direcionar quais os caminhos a serem trabalhados. Kroth (2008) “Costuma-se dizer que a família educa e a escola ensina, ou seja, cabe à família oferecer à criança e ao adolescente a pauta ética para a vida em sociedade e à escola instruí-lo, para que possam fazer frente às exigências competitivas do mundo na luta pela sobrevivência”. (Osório, 1996, p.82) O autor escreve que a família educa para a ética social e a escola ensina a viver com competitividade no mundo, ele com uma visão holística e minuciosa tenta apresentar que a família e a escola obtém colocações diversas que não devem ser confundidas para que não causem atrito entre ambas. O psicopedagogo, por sua vez, irá mostrar o porquê da necessária parceria família, escola e o psicopedagogo, juntamente com outros profissionais ou instituições envolvidas. São assuntos como esses que merecem a aplicação do psicopedagogo como mediador entre a família e escola, oferecendo diretriz e propondo mudanças necessárias para aprendizagem. 29 CONCLUSÃO Com a realização deste trabalho vimos o quanto é complexa a rede de fatores que interferem este processo de aprendizagem. Este trabalho permitiu compreender porque a relação entre pais e filhos vive em conflitos, em virtude das dificuldades de aprendizagem destes. Assim como a importância da escola auxiliar os pais nesta evolução da aprendizagem, buscando estratégias de intervenção que facilitem este processo. Ficando claro que ambas devem caminhar juntas, pois se torna necessário este entrosamento para que os alunos tenham uma aprendizagem sequencial, na qual os pais possam colaborar diretamente com as propostas da escola. E no momento em que surgir algumas dificuldades, se faça necessário a intervenção psicopedagógica, de forma que haja mobilização por parte da escola; buscando auxilio junto ao profissional psicopedagogo a fim de que solucionem a possível dificuldade. Assim, o psicopedagogo irá observar e diagnosticar o sistema escolar fazendo mediações entre escola e família, criando condições favoráveis para a resolução dos problemas que surgem, fazendo com que o ensinar e o aprender da criança necessitem do comprometimento desta parceria. A família e a escola precisam entender a necessária urgência desta sociedade e tê-la como meta para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. 30 BIBLIOGRAFIA ANDRADE, AGIVANDA SOARES DE ANDRADE. A Influência da Afetividade na Aprendizagem: Unievangélica Centro Universitário, Brasília – DF, 2007. ANDRADE, VANESSA VOIGT. A Educação está Mudando, http://creionapsicologia.blogspot.com.br/2010_02_16_archive.html acessado 10/03/2012. BEACLAIR, JOÃO. 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