Faculdade Pitágoras– Ciências Biológicas Influência da qualidade da água na Saúde Pública: Esquistossomose Autores: GOMES, Gleydson V. M; SILVA, Isabela C. C; SILVA, Luana I. F; VIANA, Naiara S; SILVA, Thatiane C. B Orientador(a): Simone Cecília de Melo INTRODUÇÃO A água é um dos recursos naturais mais importantes para a vida, sendo distribuída em todo o globo em diferentes quantidades e qualidade. Alterações na qualidade desse recurso podem acarretar ameaças à sobrevivência dos seres, servindo de veículo para vários agentes biológicos e químicos. A falta de saneamento básico é um dos maiores riscos a saúde pública desencadeando diversas doenças de veiculação hídrica (ROCHA et al., 2006). Segundo WHO (1985, apud FILHO et al., 1995, p. 254 ), a esquistossomose é uma das infecções parasitárias mais difundidas, ocorrendo em mais de 76 países. No Brasil, de acordo com dados do Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, a doença foi descrita em 18 estados e no Distrito Federal. Os estados das regiões Nordeste, Sudeste e Centro oeste são os mais afetados. DISTRIBUIÇÃO A distribuição da doença é lenta e progressiva no país, instalando -se por conta do saneamento precário ou inexistente (Doumenge et al.,1987). Em populações rurais há uma grande preocupação se tratando de combate de enfermidades, pois a adequada captação e uso a água são sabidamente mais negligenciados do que nos grandes centros urbanos ( BARCELLOS et al, 2006). A distribuição das diferentes espécies, B. glabrata, B. tenagophila e B. straminea (Fig. 3), está relacionada com fatores ambientais e biológicos. (C) (B) (A) OBJETIVO Compreender a relação entre a qualidade da água e esquistossomose mansoni. Fig.3: Distribuição espacial das espécies de Biomphalaria no Brasil,(A) B. glabrata, (B) B. straminea , (C) B. teganophila. DESENVOLVIMENTO A esquistossomose é uma doença parasitária transmitida pela água contaminada contendo trematódeos da espécie Schistosoma mansoni. Para que ocorra a contaminação é necessário que ocorra o ciclo biológico da espécie (Fig. 1), onde se faz necessário um hospedeiro intermediário do gênero Biomphalaria, onde se desenvolvem as larvas que uma vez infectantes são lançadas na água a fim de encontrar um hospedeiro definitivo para continuar o ciclo contaminando assim o homem (VASCONCELOS et al., 2009). Fonte: Guia Epidemiológico Ministério da Saúde MEDIDAS DE CONTROLE O principal meio para o controle da esquistossomose é a melhoria do saneamento básico que pode ser alcançado por meio de canalização de cursos d’água, esgotamento sanitário, controle do represamento de água, abastecimento, dentre outros. Além do saneamento, outras estratégias podem ser utilizadas. Entre elas, a educação sanitária, a busca ativa por portadores da doença na fase inicial e o adequado tratamento. Fig. 4:Saneamento básico Fonte: Organização das Nações Unidas no Brasil 2014 Fig.1: Ciclo Biológico da esquistossomose Fonte: www.sobiologia.com.br SINAIS E SINTOMAS A ocorrência de sinais e sintomas variam de acordo com o grupo etário e as fases de desenvolvimento da doença. A fase inicial começa logo após o contato com as cercarias podendo não apresentar sintomas, o que dificulta a identificação da doença. Dessa maneira a fase sintomática que ocorre tanto no período inicial quanto no tardio propicia o diagnostico( BRASIL,2014). (A) (B) CONSIDERAÇÕES FINAIS Mediante a todos os dados apresentados, pode-se concluir que apesar da dispersão lenta, a esquistossomose possui meios de fácil acesso para propagar e em torno disso gera a preocupação. Em lugares com déficits de higiene e tratamento de água e esgoto precário favorecem a manifestação da doença. Tornou-se evidente que a implementação de medidas mitigatórias é de suma importância para o controle da epidemia. REFERÊNCIAS RIBEIRO, J.W; ROOKE J.M.S. Saneamento Básico e Sua Relação com o Meio Ambiente e a Saúde Pública. Universidade Federal de Juíz de Fora. 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância da Esquistossomose Mansoni. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. 4 ed. 2014. ROCHA, C.M.B.M. et al. Avaliação da qualidade da água e percepção higiênico-sanitária na área rural de Lavras, Minas Gerais, Brasil, 1999-2000. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro. 22(9), p. 1967-1978. 2006. FILHO, P.C. et al. Determinantes ambientais e sociais da Esquistossomose Mansoni em Ravena, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Púbica, Rio de Janeiro, 11(2); p. 254-265. 1995. Fig.2: Sintomas apresentados (A) dermatite cercariana (B) Adulto com forma hepatoesplênica Fonte: Guia Epidemiológico Ministério da Saúde VASCONCELOS, C.H. et al. Avaliação de medidas de controle da esquistossomose mansoni no Município de Sabará , Minas Gerais, Brasil, 1980-2007. Cad Saúde Pública , Rio de Janeiro, 25(5); p.997-1006, maio, 2009.