Software Livre e Educação Por Jeísa Rocha Vivemos hoje numa sociedade de bases tecnológicas, com mudanças rápidas e contínuas, que interferem na forma como as pessoas veem e apreendem o mundo. Dentre as incontáveis ofertas tecnológicas, destacamos as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) que proporcionam um potencial pedagógico e, neste universo, encontramos à nossa disposição, os softwares livres. Com a proposta de soluções eficientes e com baixo custo, os softwares livres ganham cada vez mais, espaços consistentes no campo da educação, seja a distância, mediada por computador ou mesmo no ensino presencial com a possibilidade de uso de diversos recursos. Mas, o que são os softwares livres? De acordo com o dicionário Michaelis, software é “qualquer programa ou grupo de programas que instrui o hardware” – (hardware são unidades físicas de computador e periféricos). O software livre corresponde à maneira de disponibilização do software em que são permitidas “adaptações ou modificações em seu código de forma espontânea, ou seja, sem que haja a necessidade de solicitar permissão ao seu proprietário para modificá-lo” (conceito retirado da Wikipédia). O conceito de software livre se diferencia do conceito de open source (código aberto). Qualquer licença de software livre é também uma licença de código aberto (open source), mas o contrário nem sempre é verdadeiro. A diferença entre ambos está na argumentação – o Open Source trabalha sob o ponto de vista puramente técnico, evitando as questões éticas trabalhadas pelos defensores do software livre. (Wikipédia). Um programa é software livre quando está fundamentado em quatro liberdades, quais sejam: Conhecer, Copiar, Distribuir e Modificar. (CAMPOS, 2006 apud MELO & NEVES, 2013). A GNU/Linux, um dos principais projetos de software livre do mundo, traz os itens acima e mostra outros aspectos para as 4 liberdades, definindo: “Um programa é software livre se os usuários possuem as quatro liberdades essenciais: A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade 0). A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade 1). Para tanto, acesso ao código-fonte é um prérequisito. A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao próximo (liberdade 2). A liberdade de distribuir cópias de suas versões modificadas a outros (liberdade 3). Desta forma, você pode dar a toda comunidade a chance de beneficiar de suas mudanças. Para tanto, acesso ao código-fonte é um prérequisito. (GNU/Linux) A partir deste fundamento das 4 liberdades, tanto os desenvolvedores, como os usuários estão livres para usarem sistemas e aplicativos adaptando às suas vontades e necessidades. Ainda por este ângulo, Melo & Neves (2013) chamam atenção para a semelhança com os 4 pilares da Educação para o século XXI, segundo o relatório da UNESCO: “Aprender a conhecer; Aprender a fazer; Aprender a viver juntos e Aprender a ser”. A partir daí, podemos ver as mudanças que se impõem para o campo da educação, mudanças essas importantes e necessárias para acompanhar o novo comportamento dos indivíduos que, por sua vez, mudam e se renovam com a imposição dos avanços tecnológicos à sua disposição. Uma característica dos softwares livres é o seu perfil colaborativo. Nasce, desenvolve e se dissemina colaborativamente. Silveira e Cassino citado por Diniz (2014) nos remete à liberdade para a criação, independência tecnológica e cultural desse tipo de programa, pois ele é “baseado no princípio do compartilhamento do conhecimento e na solidariedade praticada pela inteligência coletiva conectada na rede mundial de computadores” (SILVEIRA e CASSINO, 2003 apud DINIZ, 2014). Os autores prosseguem em sua análise, ressaltando a característica “libertária” dos softwares livres, já que estes permitem a “democratização do conhecimento, a construção coletiva, o estímulo à colaboração, à autonomia e a independência tecnológica, pois não podemos nos limitar a ser apenas consumidores de produtos e tecnologias proprietárias” (SILVEIRA e CASSINO, 2003 apud DINIZ, 2014). No campo da educação, chamamos a atenção para o uso que fazemos deste recurso. Nada disso terá valor no processo ensino aprendizagem se não houver uma condução pedagógica adequada. Cabe à educação, abraçar esses novos recursos que surgem, atribuindo valores pedagógicos consistentes, pois, os avanços e multiusos tecnológicos permeiam a vida de todos os indivíduos, de forma cada vez mais intensa e provocando mudanças aceleradas. Referências: DINIZ, G.T.P. Software livre e educação. Disponível em: <http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/ueadsl/article/download/2700/2653> Acesso em: 17 ago. 2014 GNU/Linux. O que é software livre? Disponível em <http://www.gnu.org/philosophy/free-sw.pt-br.html> Acesso em: 17 ago. 2014. MELO,R.da S.; NEVES, B.G.B. Avaliação de software livre educacional: Investigando o potencial de utilização do Kdedu nos anos iniciais do ensino fundamental. Texto Livre linguagem e tecnologia. Vol. 6, n.2. 2013. Disponível em: <http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/textolivre> Acesso em 17 ago. 2014