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A Revolução do Software Livre
Estamos vendo acontecer uma grande explosão do uso de softwares livres. Livros,
revistas e jornais fazem apologia a esses novos programinhas. Mas por que essa revolução está acontecendo? Porque a Micro$oft acabou com a concorrência e agora cobra rios de dinheiro
por produtos com bugs.
Estamos fartos de pagar caro por softwares defeituosos. E como se isso não fosse suficiente, ainda
temos que pagar pelos pacotes de correção.
Se a indústria de eletrônicos aderir a essa prática, nós teremos sérias dores de cabeça. Imagine que
você acabou de comprar uma linda televisão de 29 polegadas com tela plana e ela apresente um
defeito no software que controla o chip de imagens de alta definição. Ao levá-la na respectiva
autorizada, eles lhe informam que uma simples atualização de software irá resolver o problema, mas
você terá que pagar uma pequena quantia para os gastos operacionais.
Não podemos aceitar isso, pois o erro foi deles. Não foi o mau uso que danificou o programa: ele já
veio com problemas. Nós é que deveríamos estar sendo reembolsados pelos prejuízos causados
pelas falhas desses programas.
As práticas da Micro$oft com relação aos seus novos produtos (MS Windows XP e o MS Office XP)
e aos antigos não só são um absurdo total e absoluto, como também contribuem para o aumento da
exclusão digital. Estas práticas tornam os produtos cada vez mais caros e complicados para os
usuários domésticos, pois além de pagar pelo programa temos que pagar pelas correções e inserir
uma seqüência de chaves quilométricas para que ele continue funcionando.
Se pararmos para analisar o valor de um micro básico - com recursos multimídia e modem
acrescido dos respectivos softwares das "janelas" (Windows, Office e antivírus, todos legalizados) e
mais uma impressora, nós estaríamos falando entre três e quatro mil reais. Agora eu faço a seguinte
pergunta: quantas pessoas têm condições para adquirir esse equipamento? E o resto?
O resto serão os excluídos. Serão os 160 milhões de brasileiros que estarão caminhando para um
novo tipo de analfabetismo, o digital.
Hoje, graças ao Linux e a outros softwares livres, nós podemos utilizar máquinas menos poderosas
(e conseqüentemente mais baratas) e programas gratuitos. Mas por que isto ainda não é feito?
Porque estamos todos condicionados à utilização dos produtos das "janelas", onde todo mundo
sabe mexer um pouco, é fácil arrumar um técnico para dar suporte e porque estamos acostumados
a aceitar tudo o que nos é empurrado.
Temos que mudar este cenário. Precisamos adotar a campanha para o uso do software livre. Mas
só isso não basta, temos também que capacitar o maior número de pessoas a utilizar esses
programas para que, em um futuro muito próximo, o fator exclusão digital não seja tão grave, ou
pior, do que é hoje o analfabetismo.
Alexandre M. Rangel, Coordenador de Tecnologia e pós-graduado em Redes Locais
e-mail: [email protected]
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