CINEMA E DITADURA
MILITAR NO BRASIL
Arnaldo Lemos Filho
EMENTA - Busca utilizar o filme como meio de reflexão crítica
sobre o período da Ditadura Militar, a partir da sociologia, ciência
que surgiu com a sociedade burguesa e que é capaz de
apreender, com suas múltiplas determinações, a verdade de
nosso tempo.
DESCRIÇÃO DA PRÁTICA – Esta prática estuda o filme como
uma totalidade social completa, antes de ser uma totalidade
histórica, psicológica ou filosófica.Através da exibição e análise
de filmes, estudaremos alguns episódios do período militar.Os
filmes serão instrumentos para uma reflexão sociológica crítica
acerca destes episódios. Filmes selecionados : O Golpe de 64,
Pra Frente Brasil, O que é isso companheiro, Batismo de
Sangue..
OBJETIVOS ESPECÍFICOS –
- Oferecer um momento de reflexão sobre a ditadura militar
- Desmitificar/desfetichizar o que está fetichizado na estrutura
narrativa dos filmes
- Desconstruir a narrativa fílmica com seus múltiplos
personagens e situações-chaves
CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO
A visão crítica deste período da nossa historia é fundamental
para a formação da cidadania, pré-requisito do profissional de
nível superior que vai atuar na sociedade.brasileira. A exibição e
a análise de filmes temáticos é uma oportunidade para o aluno
desenvolver esta consciência crítica.
. METODOLOGIA
Exibição e análise de filmes que discutam o período da
Ditadura Militar. Exposição dialogada sobre os acontecimentos
do período, tendo como instrumento os resultados do projeto
de extensão “Tela Crítica”, de Giovanni Alves, da UNESP
A DITADURA MILITAR
NO BRASIL
1964 - 1984
Arnaldo Lemos Filho
ANTECEDENTES: O debate sobre o
desenvolvimento brasileiro
O governo Jango (1961-1964)
A noite do Golpe
I
1964/1969 PERÍODO INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA
ORDEM
Castelo Branco(1964-1967)
Costa e Silva (1967-1969
II
ETAPAS DA
DITADURA MILITAR
1969/1974 – O MILAGRE ECONÔMICO
OS ANOS DE CHUMBO
Médici 1969/1074
III 1973/1979 - A CRISE – O FIM DO MILAGRE
A ABERTURA
Geisel (1974-1978)
IV
1979- 1984 -ABERTURA E TRANSIÇÃO
Figueiredo (1979-1985)
ANTECEDENTES: O debate sobre o
desenvolvimento brasileiro
DÉCADA
DE 60
Debate entre dois projetos políticos que começou no
governo Getulio
Projeto NacionalDesenvolvimentista
Projeto
Desenvolvimentista
desenvolvimento autônomo e soberano
do país
modernização conservadora
Papel do Estado
alinhamento aos interesses norte-americanos
repressão a participação popular.
ANTECEDENTES : O debate sobre o
desenvolvimento brasileiro
1962
Governo João Goulart
Reformas de base
CPC (Centro
Popular de Cultura)
UNE
Teatro
Música
Canção do
Subdesenvolvido,
Carlos Lira e
Francisco de Assis
Para ouvir acesse :
http://www.youtube.com/watch?v=opFt_gLoA5A
Critica à dependência cultural,
política e econômica do pais desde
o “Descobrimento”
“O Brasil é uma terra de amores,
Alcatifada de flores,
Onde a brisa fala amores,
Nas lindas tardes de abril.
Correi pras bandas do Sul.
Debaixo de um céu de anil,
Encontrareis um gigante deitado:
Santa Cruz, hoje o Brasil.
Mas um dia o gigante despertou
(ooaahhh!).
Deixou de ser gigante adormecido.
E dele um anão se levantou.
Era um país subdesenvolvido
Subdesenvolvido, subdesenvolvido,
subdesenvolvido, subdesenvolvido
(bis)
E passado o período colonial,
O país passou a ser um bom quintal.
E depois de dada a conta a Portugal
Instalou-se o latifúndio nacional .. (Ai)
Subdesenvolvido, subdesenvolvido,
subdesenvolvido, subdesenvolvido
Então o bravo brasileiro (iehéé),
Em perigos e guerras esforçados (iehéé),
Mais que prometia a força humana
Plantou couve, colheu banana.
Bravo esforço do povo brasileiro
Mandou vir capital lá do estrangeiro.
Subdesenvolvido, subdesenvolvido,
subdesenvolvido, subdesenvolvido.
As nações do mundo para cá mandaram
Seus capitais tão desinteressados.
As nações coitadas só queriam ajudar, não
é?
Aquela ilha velha não roubou ninguém,
País de poucas terras só nos fez um bem
Um Big Ben
Um big ben , bom, bem, bom
Nos deu luz (ah)
Tirou ouro (oh)
Nos deu trem (ah)
Mas levou o nosso tesouro
Subdesenvolvido, subdesenvolvido,
subdesenvolvido, subdesenvolvido
Mas data houve em que se acabaram
os tempos duros e sofridos
Porque um dia aqui chegaram os
capitais dos países amigos.
País amigo, desenvolvido,
País amigo, país amigo,
Amigo do subdesenvolvido
País amigo, país amigo.
E os nossos amigos americanos
Com muita fé, com muita fé,
Nos deram dinheiro e nos plantamos
Só café, só café.
É uma terra em que se plantando tudo
dá.
Pode-se plantar tudo que quiser
Mas eles resolveram que nos devíamos
plantar
Só café, só café
Bento que bento o frade, frade.
Na boca do forno, forno.
Tirai um bolo, bolo
Fareis tudo que seu mestre mandar?
Faremos todos, faremos todos, faremos
todos.
Começaram a nos vender e nos comprar.
Comprar borracha, vender pneu.
Comprar minério, vender navio.
Pra nossa vela, vender pavio.
Só mandaram o que sobrou de lá:
Matéria plástica, que entusiástica,
Que coisa elástica, que coisa drástica,
Rock balada, filme de mocinho,
Ar refrigerado e chiclete de bola (pop)
E coca cola.
Subdesenvolvido, subdesenvolvido,
subdesenvolvido, subdesenvolvido.
O povo brasileiro tem personalidade.
Não se impressiona com facilidade
Embora pense como americano
“Uuuuuuu, I’m going to kill that indian
before he kills me (pinim...)
Embora dance como americano
Ta-ta-ta-ta, ta-ta-ta-ta
Embora cante como americano
Eh boi, lá, lá, lá,
Eh roçado bão, lá, lá, lá,
O melhor do meu sertão, lá, lá, lá
Comeram o boi.
O povo brasileiro, embora pense, cante e
dance como americano
Não come como americano,
Não bebe como americano,
Vive menos, sofre mais
Isso é muito importante
Muito mais do que importante
Pois difere o brasileiro dos demais
Personalidade, personalidade,
personalidade sem igual,
Porém,
Subdesenvolvida, subdesenvolvida,
Essa é que é a vida nacional.”
Para ouvir acesse :
http://www.youtube.com/watch?v=opFt_gLoA5A
Projeto NacionalDesenvolvimentista
80% dos
consumidores
50%
17,91%
30%
27,92%
15%
26,66%
5%
27,69%
salários
sindicatos
Para isso: lei
Distribuição
de Renda
População
Mercadoria
de bens
não
duráveis
Pequenas
propriedades
greves
- eleições
alimentos
-
partidos
Projeto Desenvolvimentista
Brasília
Modernização
do país
20% dos
consumidores
Indústria
automobilística
JK
Mercado
exterior
2ª abertura dos
portos
Latifúndio
mecanização
exportação
Ideologia
do
automóvel
Estradas de
rodagem
Para
isso
Dinheiro
do Estado
Emissão
Inflação
20% dos
consumidores
Achatar o salário
dos 80%
Empréstimo
externo
Aumento da
dívida
Aumentar o salário da classe
media
Imobilizar politicamente
os 80%
Projetos

Aliados ideológicos do 1º
projeto
80%
 Sindicatos
 Trabalhadores
 Movimentos Sociais
 ISEB


Aliados ideológicos da
2º projeto
Classe média e alta
(20%)
 Adeptos da ordem e
segurança
 Forças Armadas (ESG)
 Anticomunistas
 Povo: inimigo interno
 IBAD - IPES

Golpe de 31 de março de 1964
13 de março
19 de março
comício pelas
reformas ou
Comício da
Central,
organizado pela
CGT
Marcha da Família com
Deus pela Liberdade,
organizada pela União
Cívica Feminina, IPES e
com as bênçãos da
Igreja Católica
vitória do segundo projeto
30 de março :
discurso de Jango
no Automóvel
Clube do Rio
“Não admitirei o golpe
das reacionários”
31 de março: tropas
do General Olimpio
Mourão Filho( 4ª
região militar- MG)
movimentam-se
para o Rio
“O exercito dormiu janguista. O exercito
acordou revolucionário” (Elio Gaspari)
1964/1969 – PERÍODO DE
INSTITUCIONALIZAÇÃO DA
NOVA ORDEM
Atos
Legitimação e legalização
das ações políticas dos
militares.
Ins
titu
cio
nais
De 1964 a 1969 são
decretados 17 atos
institucionais
regulamentados por 104
atos complementares.
O governo divulgou que
seu objetivo era combater
a "corrupção e a
subversão”
1964/1969 – PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM
AI -1 – suspende a constituição
de 1946, organizações de base,
sindicatos, ligas camponesas,
UNE, centros acadêmicos),
cassação de direitos políticos de
centenas de pessoas
AI-2 – após eleições dos
governadores, cassa JK (candidato
a presidente), prorroga Castelo
Branco até 67, não há mais
eleições diretas (presidente e
governador), bipartidarismo (Arena
e MDB)
AI- 3 determinava eleições
indiretas para governadores e
nomeação dos prefeitos das
capitais.
AI-4 – Convocação do
Congresso Nacional para a
votação e promulgação do
projeto de Constituição, que
revogava definitivamente a
Constituição de 1946.
Lutas com criatividade (encontros da
UNE)
Reação
estudantil
Subversão, clandestinidade.
Festivais de música (tratado político)
Um grupo do
CCC(Comando de Caça
aos Comunistas) invade
o teatro Galpão em São
Paulo, em 1968, e
espanca o elenco da
peça Roda Viva
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que
cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
Roda Viva – Chico Buarque
Para ouvir:
http://www.youtube.com/watch?v=HRF
w5u5wR4c
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...(4x)
Movimento Hippie
Poder Negro
Marcuse
1968
Brasil – passeatas
morte de Edson Luis
FIC (Vandré: Para não
dizer que não falei de
flores)
7 de setembro – Marcio
Moreira Alves
Rebelião da juventude
– Paris, Alemanha,
México
1968
Sem outra opção, era
preciso encontrar uma
maneira de protestar através
da arte.
Dentre toda a produção
musical do período
ditatorial, “ Pra não dizer
que não falei de flores”, de
Geraldo Vandré, foi um
hino de resistência ao
regime militar.
Veja o vídeo:
http://www.youtube.com/watc
h?v=ztdjgXBXt_Y&feature=rela
ted
A repressão proporcionou
uma riqueza cultural
imensurável devido à
atmosfera de tensão vivida
pelo povo.
Pra Não Dizer Que Não Falei Das
FloresGe
rComposição: Geraldo Vandré aldo
Vandré
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)
Para ouvir acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=
PDWuwh6edkY
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(4x)
AI-5
Recesso Parlamentar :
fechamento do Congresso
AI-5
Plenos poderes para o
Presidente
arbitrariamente intervir
em estados e municípios
Prerrogativa presidencial:
suspender direitos
políticos e cassação de
mandatos
Ficava extinto, em caso de
crimes políticos ou contra
a economia, o habeas
corpus.
O presidente poderia
decretar, a qualquer
momento, estado de sitio,
Decreto 477
Lei da Segurança
Nacional
AI-5
SNI (futuros
presidentes)
Ciex – DÓI-CODI
Cenimar
Cisa
200 mil dedos-duros
Oban
Esquadrão da Morte
Fleury
Dops
Opções - 1. Estudar
2. Exílio
3. Luta armada
- urbana
- rural
Caça às bruxas
Universidade de
Brasília
USP
Federal do Rio
Colégio Vocacional
O MILAGRE ECONÔMICO
1969/1973
OS ANOS DE CHUMBO
1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO
Delfim Neto
1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO
Período de intenso crescimento
econômico e de grande
endividamento.
O PIB do Brasil cresceu acima de
10% ao ano, em média, apesar da
inflação, que oscilou entre 15% e
20% ao ano,
Grande concentração de renda,
com redução dos salários reais
acentuação da desigualdade
social e aumento da pobreza,
com cerceamento às
liberdades individuais
associado à repressão
política
1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO
1970: Renda
50% = 14,91
30% = 22,85
15% = 27,38
05% = 34,86
Supermercados
Shoppings
Indústria -------- mercadoria ------consumidor
Repressão X euforia dos
consumidores
Ideologia
Brasil, ame-o ou deixe-o
Ninguém segura este
país.
Brasil
Ilha de tranquilidade
3ª abertura dos
portos
petrodólares
Construção de infraestrutura
Polo químico
da Bahia
Aumento da dívida externa
Indústria de
base
Transamazônica
Rio-Niteroi
Grandes
projetos
Usinas
Energia Nuclear
Ferrovia do aço
1969/1973 – OS ANOS DE CHUMBO
A expressão “anos de chumbo”
foi aplicada inicialmente a um
fenômeno da Europa Ocidental,
relacionado com a Guerra Fria e
com a estratégia de tensão.
Anos 70/80: anos marcados por
violência política, luta armada e
terrorismo de esquerda e de direita,
bem como pelo endurecimento do
aparato repressivo dos Estados
democráticos da Europa Ocidental.
Anos de
Chumbo
do AI-5 em 13 de
dezembro de 1968
[retiraria: daquele ano],
até o final do governo
Médici, em março de
1974
Feroz combate entre a
extrema-esquerda de um
lado e, de outro, o aparelho
repressivo policial-militar do
Estado.
O governo é apoiado por
organizações paramilitares e
grandes empresas.
Veja o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=J5T9
wj_IRMo&feature=related
Durante esse período, houve
"desaparecimento" e morte de
milhares de militantes,
políticos e estudantes de
esquerda.
A liberdade de imprensa, a de
expressão e a de manifestação
foram cerceadas.
Por outro lado, alguns
noticiários, como o Jornal
Nacional, tentavam transmitir a
imagem de um Brasil
democrático e retratavam o
evidente “desenvolvimento”
nacional.
Operação Bandeirante
(OBAN)
1969
Sequestro do
Embaixador Americano
[colocaria:
estadunidense ou dos
Esquadrão
da Morte
EUA]
Assassinato de
Marighela (ALN)
1970
Guerrilhas contra o regime militar
espalham-se na cidade e no
campo
Copa do Mundo
Veja o vídeo sobre a Guerrilha do Araguaia:
http://www.youtube.com/watch?v=dOyVzikahnk&f
eature=related
Apesar De Você
Chico Buarque
Vendo circular pelas ruas os automóveis com o adesivo
“Brasil: ame-o ou deixe-o“, Chico Buarque se viu obrigado a
reagir com sua melhor arma: a música. E assim nasceu
“Apesar de você”:
A música foi adotada como hino de resistência aos militares
quando um jornal publicou uma notinha dizendo que “você”,
na verdade, era o general Médici.
Chamado para depor, Chico disse que a música era para uma
mulher muito mandona, mas não colou. A música foi proibida
de ser executada e todos os compactos recolhidos e
queimados. [escreveria: quebrados]
Apesar De Você
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
(Crescendo) Amanhã vai ser outro dia x
3
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão
(Coro) Apesar de você
amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se
esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de "desinventar"
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
(Coro2) Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa
Apesar de você
(Coro3) Apesar de você
Amanhã há de ser outro
dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de
repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você
(Coro4) Apesar de você
Amanhã há de ser outro
dia.
Você vai se dar mal, etc e
tal,
Para ouvir
acesse:http://www.youtube.com/watch?v=
R7xRtSUunEY
Cálice – Chico Buarque e Gilberto Gil
"Cálice" é uma canção escrita e
interpretada por Chico Buarque e
Gilberto Gil em 1973.
Na canção percebe-se um
elaborado jogo de palavras para
despistar a censura da ditadura
militar. A palavra-título, por
exemplo, é cantado pelo coral que
acompanha o cantor de forma a
soar como um raivoso "Cale-se!".
A canção teve sua execução
proibida durante anos no Brasil.
Na versão, Milton Nascimento
canta os versos de Gil.
Para ouvir acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=wV4vAtPn5-Q
Cálice
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
e Gilberto Gil
Pai! Afasta de mim esse
cálice
De vinho tinto de
sangue...(2x)
Como beber
Dessa bebida amarga
Tragar a dor
Engolir a labuta
Mesmo calada a boca
Resta o peito
Silêncio na cidade
Não se escuta
De que me vale
Ser filho da santa
Melhor seria
Ser filho da outra
Outra realidade
Menos morta
Tanta mentira
Tanta força bruta...
Pai! Afasta de mim esse
cálice
De vinho tinto de sangue...
Como é difícil
Acordar calado
Se na calada da noite
Eu me dano
Quero lançar
Um grito desumano
Que é uma maneira
De ser escutado
Esse silêncio todo
Me atordoa
Atordoado
Eu permaneço atento
Na arquibancada
Prá a qualquer
momento
Ver emergir
O monstro da lagoa...
Pai! Afasta de mim
esse cálice
Pai! Afasta de mim
esse cálice
Pai! Afasta de mim
esse cálice
De vinho tinto de
sangue...
De muito gorda
A porca já não anda
(Cálice!)
De muito usada
A faca já não corta
Como é difícil
Pai, abrir a porta
Pai! Afasta de mim esse
cálice
Pai! Afasta de mim esse
cálic
Como beber
Dessa bebida amarga
Tragar a dor
Engolir a labuta
Mesmo calada a boca
Resta o peito
Silêncio na cidade
Não se escuta
De que me vale
Ser filho da santa
Melhor seria
Ser filho da outra
Outra realidade
Menos morta
Tanta mentira
Tanta força bruta...
Pai! Afasta de mim
esse cálice
Pai! Afasta de mim
esse cálice
Pai! Afasta de mim
esse cálice
De vinho tinto de
sangue...
De muito gorda
A porca já não anda
(Cálice!)
De muito usada
A faca já não corta
Como é difícil
Pai, abrir a porta
(Cálice!)
Essa palavra
Presa na garganta
Esse pileque
Homérico no mundo
De que adianta
Ter boa vontade
Mesmo calado o peito
Resta a cuca
Dos bêbados
Do centro da cidade...
Pai! Afasta de mim esse
cálice
Pai! Afasta de mim esse
cálice
Pai! Afasta de mim esse
cálice
De vinho tinto de sangue...
Talvez o mundo
Não seja pequeno
(Cale-se!)
Nem seja a vida
Um fato consumado
(Cale-se!)
Quero inventar
O meu próprio pecado
(Cale-se!)
Quero morrer
Do meu próprio veneno
(Pai! Cale-se!)
Quero perder de vez
Tua cabeça
(Cale-se!)
Minha cabeça
Perder teu juízo
(Cale-se!)
Quero cheirar fumaça
De óleo diesel
(Cale-se!)
Me embriagar
Até que alguém me
esqueça
(Cale-se!)
1973-1979 –A crise: o fim do “milagre”
1973-1979 –A crise: o fim do milagre
A crise do petróleo
Crise externa
Esgotamento da capacidade de consumo da classe
média
Crise interna
Queima de
estoque
Aumento
dos preços
Indústria
ociosidade
Diminui a
capacidade
produtiva
Nova força de
trabalho
Sobe o numero
de carnets
Fim da ilusão
Caos social
desemprego
subemprego
marginalidade
polícia
violência
1973-1979 –A crise: o fim do milagre
Classe Média
Deixa de
consumir
1974: voto na oposição
Questiona o
modelo
Crise política
Governo
Duas táticas
Crise
econômica
Crise econômica
É preciso pagar
os juros e as
amortizações da
dívida externa
Crise econômica
Incentivar o latifúndio : “exportar é o que
importa”
incentivos fiscais: isenção de impostos
Mão de obra barata: “bóias-frias”
agricultura
Destruição da pequena propriedade que
produzia alimentos para o mercado interno:
êxodo rural
Aumento do preço dos alimentos
Importação de alimentos: aumento da dívida
indústria
Isenção de impostos
para exportação
Começa a faltar
dinheiro para o
Estado
Políticas sociais são
afetadas
Crise econômica
Fabricar dinheiro: inflação
Cigarro.
Energia eletrica
Aumento de imposto da classe media:
solução
Letras do Tesouro e ORTN para os ricos
comprarem. O rico só compra com juros
altos: aumenta a dívida interna
Temos que pagar a dívida externa e a dívida interna
solução
Emprestar mais para pagar juros da dívida
externa
Jogar mais letras do Tesouro no mercado
Círculo financeiro da
especulação
Imposto de
renda
Crise política
1970
Movimentos de reivindicação
Comunidades Eclesiais de
Base
Movimento “custo de vida”
Organização da
sociedade civil
Renascimento do movimento
estudantil
Sindicatos: ABC – novas
lideranças
Movimento dos camponeses
ABI
Táticas do governo
OAB
Foros políticos de
debates
SBPC
Igreja
76 - Lei
Falcão
77 – Pacote de
Abril
Crise política
1971
1973
1974
1975
1976
1977
A repressão se empenha para
desarticular a guerrilha urbana,
prendendo, matando e torturando.
Golpe Militar no Chile: Pinochet
Derrota da Guerrilha do
Araguaia
Eleição de senadores de
oposição
Morre Vladimir Herzog
Terrorismo de direita
Intensificam-se os movimentos
da sociedade civil contra a
ditadura
1979-1984: Abertura e transição
1979-1984: Abertura e transição
Crise econômica
Novo aumento do petróleo
Aumento do juros
internacionais
Segunda crise
internacional
Baixam os preços de matéria prima e
produtos agrícolas
Aumentam os preços da tecnologia e
produtos industrializados
Daí – mais empréstimos – aumenta a dívida –aumenta o latifúndio para
exportar
Setembro de
1982
O Banco do Brasil em Nova York declarou-se sem
fundo
FMI – cartas de intenções
Crise
política
1979: Anistia – movimento de toda a
sociedade civil
Fim da década de 70. A
pressão para uma abertura
democrática no Brasil vem
de todas as formas, mas é
duramente reprimida.
Havia os exilados, os presos, os
torturados e o resto, que não
tinha armas com que lutar
contra o governo, embora
também não pudesse continuar
como estava.
Isso só acabaria com a Lei da Anistia,
sancionada no mesmo ano de criação
da música “O Bêbado e a Equilibrista”,
de João Bosco e Aldir Blanc – (a utopia
e a esperança) que traz, em cada verso,
um pequeno pedaço de cada batalha.
Para ouvir acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=6kVBq
efGcf4
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos...
A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil.
Meu Brasil!...
Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora!
A nossa Pátria
Mãe gentil
Choram Marias
E Clarisses
No solo do Brasil...Mas sei,
que uma dor
Assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança...
Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...
Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar...
Tô Voltando
Composição: Paulo César Pinheiro e
Maurício Tapajós
Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar
Muda a roupa de cama
Eu tô voltando
Leva o chinelo pra sala de jantar
Que é lá mesmo que a mala eu vou largar
Quero te abraçar, pode se perfumar
Porque eu tô voltando
Dá uma geral, faz um bom defumador
Enche a casa de flor
Que eu tô voltando
Pega uma praia, aproveita, tá calor
Vai pegando uma cor
Que eu tô voltando
Faz um cabelo bonito pra eu notar
Que eu só quero mesmo é despentear
Quero te agarrar
Pode se preparar porque eu tô voltando
Põe pra tocar na vitrola aquele som
Estréia uma camisola
Eu tô voltando
Dá folga pra empregada
Manda a criançada pra casa da avó
Que eu to voltando
Diz que eu só volto amanhã se alguém
chamar
Telefone não deixa nem tocar
Quero lá, lá, lá, ia, porque eu to
voltando!
Para ouvir acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=K
a_l9wyY7vU
Crise
política
1980: reforma partidária
repressão às greves do ABC
A questão da terra
greve dos professores
Crise
política
1981: Atentados da direita
Atentado do Rio Centro
Pacote eleitoral
Crise
política
vitoria da oposição:
Tancredo,
1982
Brizola,
Montoro
1983
Greves de inúmeras
categorias de
trabalhadores
Fundação da
CUT
Crise
política
Diretas Já
1984
MST
1985
Eleição de
Tancredo Neves
O fim do governo militar
O final do governo militar
de 1964
Em 8 de maio de 1985, o Congresso
Nacional aprovou emenda constitucional
que acabava com os últimos vestígios da
ditadura.
Vai Passar
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque e Francis
Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade essa
noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas
imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo página infeliz da nossa história,
passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos erravam cegos pelo continente,
levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria
fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava
carnaval,
Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade essa
noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo página infeliz da nossa história,
passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos erravam cegos pelo continente,
levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,
o carnaval, o carnaval
Vai passar, palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
e os pigmeus do boulevard
Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a
cantar
A evolução da liberdade até o dia clarear
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral... vai passar
http://www.youtube.com/watch?v=9A_JrsJF6mM
Para ilustrar os acontecimentos da Ditadura Militar,
veja os vídeos da TV Câmara, CONTOS DA
RESISTÊNCIA.
Episódio 1: Estudantes e Igreja
O primeiro episódio de Contos da Resistência retrata a atuação de estudantes e da Igreja contra a ditadura militar.
Relatos emocionantes de presos políticos e vítimas do regime marcam o documentário.
Episódio 2: Congresso
O segundo episódio da série Contos da Resistência enfoca as relações políticas entre Congresso Nacional e governos
militares. O objetivo da série de documentários é esclarecer fatos políticos dos 20 anos de ditadura militar, iniciada em
março de 1964, explicar como se davam as ações de poder e dominação do governo central, e como o Congresso foi,
ao mesmo tempo, núcleo de resistência e caixa de ressonância dos desejos dos militares daquela época.
Episódio 3: Artes e Imprensa
Dando continuidade à série Contos da Resistência, o terceiro episódio trata da resistência nas artes e na imprensa no
período da ditadura militar que vai de 1968 a 1979. Este período foi marcado principalmente pelo anúncio do Ato
Institucional nº 5, o AI-5. Com ele se decretou a censura prévia em jornais, revistas, emissoras de TV e também nos
espetáculos culturais de música, teatro, entre outros.
Episódio 4: Movimento Sindical
O quarto episódio da série conta como operários e líderes sindicais da região do ABC Paulista resistiam à falta de
liberdade e se organizavam por melhores salários e condições de vida. O programa mostra a trajetória dos
metalúrgicos: da alienação política à campanha pelas eleições diretas em 1984 e como a batalha por melhores salários
resultou na luta pela redemocratização do Brasil. Histórias dramáticas e curiosas de operários anônimos e líderes
reconhecidos.
Acesse
http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/?lnk=CONT
OS-DA-RESISTENCIA&selecao=MATDATA&programa=90
Bibliografia sobre a
Ditadura Militar no
Brasil
Dossiê Ditadura - Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil 19641985
Autor: Imprensa Oficial
Editora: Imprensa Oficial SP
1968: O Diálogo É a Violência - Movimento Estudantil e Ditadura
Militar no Brasil
Autor: Vale, Maria Ribeiro do
Editora: Unicamp
Brasil - 1964 / 1968 - A Ditadura Já Era Ditadura
Autor: Silva, Marcos
Editora: LCTE
Memória Política, Repressão e Ditadura no Brasil
Autor: Ansara, Soraia
Editora: Jurua
A Ditadura Militar no Brasil - Repressão e Pretensão de Legitimidade
1964-1984
Autor: Rezende, Maria José de
Editora: Eduel
A Ditadura no Brasil - Coleção Por Dentro da História
Autor: Caldevilla, Vinicius; Loconte, Wanderley
Editora: Saraiva
A Resistência da Mulher à Ditadura Militar no Brasil
Autor: Colling, Ana Maria
Editora: Rosa dos Tempos
Desarquivando a Ditadura - Memória e Justiça no Brasil - 2
Volumes
Autor: Santos, Cecilia MacDowell; Teles, Edson; Teles, Janaína de Almeida
Editora: Hucitec
Fatos da Ditadura Militar no Brasil - Coleção Temas Brasileiros
Autor: S., Frederico de
Editora: Martins Editora
História Indiscreta da Ditadura e da Abertura - Brasil: 1964 - 1985
Autor: Couto, Ronaldo Costa
Editora: Record
OAB X Ditadura Militar - A História de um Período Difícil para as
Instituições Democráticas no Brasil
Autor: Souza Filho, Cid Vieira de
Editora: Quartier Latin
Ditadura militar, esquerdas e sociedade
Autor: Reis Filho, Daniel Aarão
Editora: J. Zahar
O fim da Ditadura Militar
Autor: Kucinski, Bernardo
Editora: Contexto
Carlos Marighella: o inimigo número um da ditadura militar
Autor: José, Emiliano
Editora: Sol & Chuva
A Caixa-preta do Golpe de 64
Autor: Bastos, Paulo de Mello
Editora: Família Bastos
A Ditadura Militar no Brasil – Coleções Caros
Amigos - Doze fascículos
O Golpe de 64 e a Ditadura Militar - Coleção Polêmica
Autor: Chiavenato, Júlio José
Editora: Moderna
O Governo Goulart e o Golpe 64 - Coleção Tudo é História
Autor: Toledo, Caio Navarro de
Editora: Brasiliense
Propaganda e Cinema a Serviço Golpe 1962/64
Autor: Assis, Denise
Editora: Mauad
Organizações armadas contra o regime militar
Ação Libertadora Nacional (ALN)
Comando de Libertação Nacional (COLINA)
MNR
Movimento de Libertação Popular - Molipo
Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8]
PCB
Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR)
Partido Operário Comunista (POC)
POLOP
VAR-Palmares
Vanguarda Popular Revolucionária (VPR, VAR-P ou VAR-PAL)
Principais movimentos de direita
Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES)
Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD)
Campanha da Mulher pela Democracia (Camde) - financiada pelo IPES
União Cívica Feminina (UCF) - sob orientação do IPES
Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (Adce) - ligada ao IPES
Movimento Anticomunista (MAC) - formado por universitários
Frente da Juventude Democrática - formada por estudantes anticomunistas
radicais
Comando de Caça aos Comunistas (CCC) - formado por estudantes
anticomunistas radicais
Principais movimentos de esquerda
Mais de
mil sindicatos de trabalhadores foram fundados até 1964
Surge o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)
Pacto de Unidade e Ação (PUA) - aliança intersindical
União Nacional dos Estudantes (UNE)
Ação Popular (católicos de esquerda)
Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) - reunindo intelectuais de
esquerda
Frente de Mobilização Popular (FMP) - liderada por Leonel Brizola
União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil
Ligas Camponesas
Filmes sobre a Ditadura
Militar no Brasil
Pra frente, Brasil (1983, Brasil, direção: Roberto Farias) –
Sobre a ditadura militar brasileira nos anos 1970. Um cidadão
comum é tomado por guerrilheiro, é preso e torturado.
Ambientado durante a Copa do Mundo de 70, denuncia a
repressão para-militar do período
Lamarca (1994, Brasil, direção: Sérgio Resende) – Sobre
o militar e guerrilheiro Carlos Lamarca (1937-71) que, em
1969, entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária,
abandonou um quartel em São Paulo e instalou um foco
guerrilheiro no Vale do Ribeira (SP). Em 1970 comandou o
seqüestro do embaixador suíço no Rio de janeiro; foi
morto em 17/09/1971 pelo exército no sertão da Bahia.
Cabra marcado para morrer (1984, Brasil, direção:
Eduardo Coutinho) – O diretor rodava um filme sobre o
Nordeste brasileiro, quando estourou o golpe de 1964.
Retomou o projeto em 1981, retornando aos mesmos lugares
e entrevistando as mesmas pessoas, para verificar o que
tinha ocorrido com elas
Que bom te ver viva (1989, Brasil, direção: Lúcia Murat) – Sobre
a tortura no país. Registro das experiências de oito exprisioneiras políticas sobre a tortura que sofreram durante a
ditadura militar.
Zuzu Angel (2006, Brasil, direção: Sérgio Rezende) – sobre Zuleika
Angel Jones (conhecida como Zuzu Angel), estilista conhecida
internacionalmente, que a partir de 1971 passou a procurar seu
filho Stuart Angel Jones, um militante do movimento MR-8 que foi
preso, torturado e assassinado nas dependências dos órgãos de
repressão do Brasil, que negavam o fato e não apresentaram seu
corpo.
Araguaya A conspiração do silêncio– A conspiração do
silêncio (2004, Brasil, direção: Ronaldo Duque) – Uma tentativa de
retratar a Guerrilha do Araguaia, ocorrida no início da década de
1970 por militantes do PCdoB. Importante para tomar contato com
aspectos do período da ditadura militar brasileira. Os documentos
oficiais referentes a este episódio ainda não foram divulgados e
nem os restos mortais de 59 guerrilheiros não foram localizados.
105 min.
Batismo de Sangue (2005, Brasil, direção: Helvécio Ratton) – Com
base na obra de Frei Betto, este filme – que se passa durante os
anos de chumbo – trata mais do dominicano Frei Tito (e de outros
quatro frades) do que do próprio período militar. Mas é importante
para que se tenha consciência da tortura (choques, pau-de-arara,
prisão incomunicável e outras) implantada no país. 110
“Golpe de 64” - de Fernando Morais Março de 1964. Os olhos do mundo
estão voltados para o Brasil. Num planeta dividido entre dois blocos
antagônicos é cada vez mais difícil manter-se independente. Esquerda ou
direita? Que rumo tomar? Uma coisa é certa: a solução, infelizmente, não será
democrática. Neste cenário fervilhante, o processo político se radicaliza a cada
dia. O fatídico mês avança e a temperatura se eleva. Os comícios reúnem
centenas de milhares de pessoas, os discursos são mais inflamados do que
nunca. Nos gabinetes, conspira-se. haverá golpe? Haverá contra-golpe? Os
americanos estão de prontidão? Não há mais tempo para planejar. É preciso
agir. E rápido. Os tanques já estão nas ruas. Prepare-se para reviver um dia de
cão e de chumbo: 31 de março de 64.
Ato de Fé – Angelo Rampazzo, 2004 - O filme narra fatos já bem
conhecidos da luta armada contra a ditadura na voz de alguns de
seus personagens. Os depoimentos dominam o documentário,
sobretudo sobre as torturas sofiridas pelos freis dominicanos e sua
relação com Carlos Marighela.
Marighella - Retrato Falado do Guerrilheiro" de Silvio Tendler
Conta a história, as polêmicas, as vitórias e derrotas de Carlos Marighella, um
dos líderes da luta armada contra a ditadura militar no Brasil. Autor do "Manual
do Guerrilheiro Urbano" foi fundador da Ação Libertadora Nacional, primeiro
movimento armado pós-64. Foi homenageado com o filme no ano em que
completaria 90 anos.
"O
que é isso companheiro?" de Bruno Barreto
Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns
anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato
Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com
a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a
luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um
plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por
prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura.
Vlado - 30 Anos Depois”de João Batista de Andrade
No dia 25 de outubro de 1975 o jornalista Vladimir Herzog acorda de manhã e se
despede da mulher Clarice: ele deve se apresentar ao DOI-CODI, órgão da repressão
política do regime militar, para um depoimento. Vlado nem imaginava que nunca mais
voltaria para casa. Naquele fatídico dia ele seria morto. Segundo fonte oficial, teria se
suicidado na prisão. Neste documentário o diretor João Batista de Andrade ouve
depoimentos de amigos, familiares, colegas que viveram com Vlado a história, a
amplitude das perseguições dos anos de chumbo, a trajetória do jornalista, desde sua
infância até sua posse como Diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo e a
perseguição a ele iniciada naquele momento. Com depoimentos de Clarice Herzog,
José Mindlin, Ruy Ohtake, Dom Paulo Evaristo Arns, Henry Sobel, Fernando Morais,
Paulo Markun, João Bosco, Aldir Blanc, Alberto Dines, Diléia Frate, Mino Carta, Rose
Nogueira.
O ano em que meus pais saíram de férias" de Cao Hamburguer
1970. O Brasil e o mundo parecem estar de cabeça para baixo, mas a maior preocupação
na vida de Mauro, um garoto de 12 anos, tem pouco a ver com a ditadura militar que
impera no país: seu maior sonho é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol. De
repente, ele é separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma "estranha" e divertida
comunidade - o Bom Retiro, bairro de São Paulo, que abriga judeus e italianos entre
outras culturas. Uma história emocionante de superação e solidariedade.
“Barra 68 – Sem perder a ternura” de Vladimir Carvalho
A luta de Darcy Ribeiro no início dos anos 60 para criar e implantar a Universidade
Brasília. E as repetidas agressões sofridas pela UNB, desde o golpe militar de 64
até os acontecimentos de 1968. Desde os seus primórdios, Brasília foi fortemente
marcada pelos acontecimentos políticos, como a renúncia de Jânio Quadros e o
golpe militar de 64. Envolvida, a comunidade conheceu a intranqüilidade e ficou
estigmatizada pela repressão. Um dos seus bens mais preciosos, a Universidade,
criada por Darcy Ribeiro, foi agredida em 64, 68 e 77. Na primeira vez a UnB foi
ocupada por tropas militares e quase perdeu todo o seu corpo docente que
voluntariamente se demitiu em protesto célebre. A crise se arrastou por quatro
longos anos e em l968, com o movimento deflagrado em reação ao assassinato de
Edson Luís, no Rio de Janeiro, as ruas de Brasília assistiram aos embates entre
estudantes e a polícia. As famílias sobressaltadas procuravam alento nos ofícios
religiosos, enquanto cerca de 5OO jovens eram detidos numa praça de esportes
no campus da UnB. Tudo culmina, depois de lances dramáticos com a prisão de
parlamentares, o fechamento do Congresso Nacional e a promulgação do AI-5.
Essa trajetória é resgatada através da urdidura de depoimentos, casos e histórias
mesclados às raras imagens e sons que ficaram e perfazem, de uma época, uma
memória imperfeita, mas sempre verdadeira.
Jânio a 24 quadros (1981, Brasil, direção: Luiz Alberto Ferreira) – A
vida política do ex-presidente, mas com pouca profundidade na
análise histórica.
Jango (1984, Brasil, direção: Sílvio Tendler) – Coletânea de filmes,
fotos, documentários e entrevistas sobre a carreira política de João
Goulart. Do tempo em que era Ministro do Trabalho de Vargas à sua
morte no exílio.
O homem que virou suco (1980, Brasil, direção: João Batista de
Andrade) – Trata sobre migração e marginalidade urbana no Brasil no
período. Um cantor de cordel é confundido pela polícia com um operário que
esfaqueou o patrão
Hércules 56" de Silvio Da-Rin
Em 1969, em plena ditadura no Brasil, duas organizações revolucionárias
raptaram o embaixador americano Charles Elbrick e exigiram a libertação de
quinze presos políticos, levados ao México no avião Hércules, prefixo 56. Neste
documentário, os nove remanescentes do grupo e cinco membros da
organização responsáveis pelo seqüestro discutem as causas e conseqüências
da luta armada contra o regime militar.
Linha de Montagem (Rento Tapajós, 1982)
Investigação sobre a gênese do movimento sindical de São Bernardo do Campo entre os
anos de 1978 e 1981, quando se produziram as maiores greves de metalúrgicos na região,
desafiando a repressão do final da ditadura militar. Radiografa-se a cidade no calor da
grande efervescência das assembléias no estádio da Vila Euclides, onde os operários
decidiam os novos rumos do movimento. As greves de 1979 e 1980 levaram à intervenção
federal no Sindicato dos Metalúrgicos, à prisão de líderes, como Luís Inácio da Silva,
processados com base na Lei de Segurança Nacional.
Os peões (Eduardo Coutinho, 2004)
Documentário sobre a história pessoal de trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC
paulista que tomaram parte no movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em
relativo anonimato. Eles falam de suas origens, de sua participação no movimento e dos
caminhos que suas vidas trilharam desde então. Exibem souvenirs das greves, recordam os
sofrimentos e recompensas do trabalho nas fábricas, comentam o efeito da militância política no
âmbito familiar, dão sua visão pessoal de Lula e dos rumos do país. O filme foi rodado no
período final da campanha presidencial de 2002.
Eles não usam Black-tie (Leon Hirszman,1981)
Um operário engravida a namorada e resolve se casar. Paralelamente, inicia-se um
movimento grevista na empresa onde trabalha, liderado por seu próprio pai. O
personagem resolve furar a greve para garantir o emprego, mas sua decisão provoca
enorme conflito com seu pai.
Abc da Greve (Leon Hirszman, 1979)
O filme cobre os acontecimentos na região do ABC paulista, acompanhando a trajetória do
movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida.
Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo
militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando
numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem
espaço para realizar suas assembléias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja.
Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical
nunca mais foi o mesmo
Braços Cruzados, Máquinas Paradas, de Roberto Gervitz, Sérgio Toledo,
São Paulo, 1978. Três chapas disputam a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São
Paulo, o maior da América Latina, com 300.000 associados, e presidido por um "pelego",
desde o golpe militar de 1964. Em meio às eleições, eclodem as primeiras greves
operárias que iriam mudar o país.
Braços Cruzados, Máquinas Paradas revela, em narrativa envolvente, como funciona a
estrutura sindical brasileira, de inspiração fascista. É também o primeiro documentário
de longa-metragem sobre as chamadas "greves espontâneas", ocorridas em São Paulo,
10 anos após a decretação do AI-5. Tais greves, que culminaram em um amplo
movimento social que traria de volta a democracia ao país, estão na base dos
acontecimentos que levaram à eleição do primeiro presidente operário da América Latina.
Pixote – A lei do mais fraco (1980, Brasil, direção: Hector Babenco) – Sobre
menores abandonados no Brasil no período após 64. Menores fogem de um
reformatório e passam a viver com uma prostituta. Um retrato dos menores
abandonados das grandes cidades brasileiras
Lúcio Flávio, o passageiro da agonia (1977, Brasil, direção: Hector
Babenco) – Sobre um marginal consciente que, pouco antes de morrer,
revelou certos aspectos da corrupção policial. Trata da história de um bandido
que exerceu certo fascínio sobre faixas da população carioca nos anos 70.
Amazônia em Chamas (The Burning Season; 1994, EUA, direção:
John Frankenheimer) – Uma visão de Hollywood sobre fatos que marcaram
a vida de Chico Mendes (1944-88), o famoso sindicalista e ambientalista de
Xapuri (AC
Quase dois irmãos, de Lúcia Murat
Miguel é um senador que decide reencontrar Jorge, um antigo amigo de infância
e atualmente poderoso traficante de drogas do Rio de Janeiro, para negociar um
projeto social nas favelas. De origens diferentes, eles se tornaram amigos na
década de 1950. Nos anos 70, reencontraram-se na prisão de Ilha Grande, onde
os brancos eram prisioneiros políticos e os negros, criminosos comuns.
Terra para Rose (1987, Brasil, direção: Tetê Morares) – A partir da história de
Rose, uma gaúcha sem-terra, este documentário fala das 1.500 famílias que
ocuparam a improdutiva Fazenda Annoni (RS). Era o momento de transição após
regime militar e o início do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
no Brasil. Rose deu à luz ao primeiro bebê nascido no acampamento.
O Sonho de Rose (2.000, Brasil, direção: Tetê Morares) – Dez anos após o
filme Terra para Rose, ocorreu este reencontro com personagens da ocupação da
Fazenda Annoni. O documentário acompanha a trajetória dos agricultores semterra, narra os resultados dos assentamentos, seus conflitos e vai atrás dos
filhos de Rose. Importante para quem é contrário à reforma agrária.
Os anos JK – Silvio Tendler
- 1954: suicídio de Getúlio Vargas. 1955: crise
política ameaça a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. 1956: JK
assume a presidência. Promete democracia e desenvolvimento. Supera crises e
crises. Começa a construção de Brasília. Brasil muda de tom. 1960: JK inaugura
Brasília. 1961: JK dá posse a seu sucesso Jânio Quadros. Sete meses depois
Jânio renuncia. Crise. 1964: Golpe Militar instaura ditadura. JK é cassado. Dez
anos de história. Muitas crises. O governo JK é um exercício de democracia. O
Brasil ferve. Os anos JK. Ver para não esquecer. Margarida de Prata, CNBB
Festival de Gramado - Melhor Montagem, Prêmio Especial do Júri, Associação
Paulista de Críticos de Arte - Melhor Montagem
“Companheiras”
- 2010- direção Breno Queirós – vídeo produzido
por um grupo de concluintes do curso de Jornalismo da Puc-Campinas.
Depoimentos de companheiras de presos políticos que foram assassinados
pela ditadura militar.
FILMES A SEREM EXIBIDOS
O Golpe Militar
O Dia que Durou 21 Anos é um documentário brasileiro,
dirigido por Camilo Galli Tavares (Cidade do México, sobre
a participação do governo dos Estados Unidos na
preparação, desde 1962,do golpe de estado de 1964, no
Brasil.
O filme tem como ponto de partida a crise provocada pela
renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961,
e prossegue até o ano de 1969, com o sequestro do
então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles
Burke Elbrick, por grupos armados. Em troca de sua
libertação, 15 presos políticos são soltos e
posteriormente banidos do país. Um deles, o jornalista
Flávio Tavares, 27 meses depois de se radicar na Cidade do
México, seria pai de Camilo, o cineasta cujo nome é uma
homenagem ao padre católico e
guerrilheiro colombiano Camilo Torres, morto em 1966
A Resistência
Exibição e debates do filme “O que é isso
companheiro”, de Bruno Barreto
Em 1964, um golpe militar derruba o governo
democrático brasileiro e, após alguns anos de
manifestações políticas, é promulgado em
dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que
nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois
acabava com a liberdade de imprensa e os direitos
civis. Neste período vários estudantes abraçam a
luta armada, entrando na clandestinidade, e em
1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para
seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan
Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que
eram torturados nos porões da ditadura.
A Tortura
Exibição e debates do filme “ Batismo de
Sangue, de Helvecio Ratton
No final dos anos 60 o convento dos frade
dominicanos de São Paulo é uma trincheira
de resitência á ditadura militar no Brasil.
Movidos por ideais critãos, os freis Betto,
Oswaldo, fernando, Ivo e Tito apóiam o
grupo guerrilheiro ALN, comandado por
Carlos Marighella. Frei betto ajuda
perseguidos políticos á escapartem do país
pelas fronteiras no sul até ser preso e
transferido para um presídio em SP, onde
encontra seus companheiros vivendo sob
terríveis torturas. Meses depois, Frei Tito
estava no grupo de presos políticos
trocados pela liberdade do embaixador
suíço e foi mandado, contra sua vontade,
para o exílio na França. mesmo longe do
Brasil, Tito não consegue ficar livre de seus
carrascos, se sentindo constantemente
vifgiado e ameaçado. Com intuito de por
fim ao seu martírio, acaba comentendo
suicídio.
A Arbitrariedade
Exibição e debates do filme “Pra
frente Brasil”. De Roberto Farias
Em 1970 o Brasil inteiro torce e
vibra com a seleção de futebol no
México, enquanto prisioneiros
políticos são torturados nos porões
da ditadura militar e inocentes são
vítimas desta violência. Todos estes
acontecimentos são vistos pela
ótica de uma família quando um dos
seus integrantes, um pacato
trabalhador da classe média, é
confundido com um ativista político
e "desaparece".
A MÃE EM BUSCA DE SEU FILHO
ZUZU ANGEL, Sergio Rezende
Zuleika Angel Jones, conhecida como Zuzu Angel, foi uma
estilista brasileira, mãe do militante político Stuart Angel Jones e
da jornalista Hildegard Angel.Zuzu teve seu filho torturado e
assassinado pela ditadura militar.
Na virada dos anos 60 para os anos 70, Stuart Jones, filho de
Zuzu e então estudante de economia, passou a integrar as
organizações clandestinas que combatiam a ditadura militar.
A partir daí, a apolítica Zuzu entraria em uma guerra contra o
regime pela recuperação do corpo de seu filho, envolvendo até
os Estados Unidos, país de seu ex-marido e pai de Stuart. A
busca de Zuzu pelas explicações, pelos culpados e pelo corpo do
filho só terminou com sua morte, ocorrida na madrugada de 14
de abril de 1976, num acidente de carro na Estrada da Gávea.
Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa de Chico
Buarque de Hollanda um documento que deveria ser publicado
caso algo lhe acontecesse, em que escreveu:. "Se eu aparecer
morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos
do meu amado filho".
A GUERRILHA
LAMARCA, Sergio Rezende
A história começa em dezembro de 1970, quando o ex-capitão do
exército brasileiro e grande atirador Carlos Lamarca e seu grupo
político rebelde negociam com a Ditadura Militar a soltura de
presos políticos em troca da vida do sequestrado embaixador
da Suíça, mantido por eles em cativeiro. Trinta presos são soltos e
a repressão aumenta a perseguição aos guerrilheiros, comandada
por um general do Exército e o delegado civil Flores (referência ao
delegado da vida realFleury), que se apresenta como o matador
de Marighella e outros "subversivos" e não hesita em torturar seus
prisioneiros para obter informações.
Os dirigentes do grupo de Lamarca querem que ele saia do Brasil,
mas ele não aceita. Lamarca vai então para a Bahia,
acompanhado da amante e também militante Clara, para se
encontrar com os aliados da guerrilha Zequinha e seus irmãos.
Eles o escondem em um sítio no interior do estado. Enquanto
espera para se encontrar com os demais guerrilheiros para
organizarem um levante rural, Lamarca lembra de momentos do
seu passado, da experiência marcante de quando serviu
como soldado da ONU no Canal de Suez que o fez se revoltar
contra os capitalistas, da sua mulher e filhos que enviara
para Cuba e do campo de treinamento de guerrilheiros que criara
no Vale do Paraíba em São Paulo.
O JULGAMENTO
EM NOME DA SEGURANÇA NACIONAL,Renato
Tapajós
O filme registra as sessões do Tribunal de
Tiradentes, evento promovido em 1983 para
“julgar” a Lei de Segurança Nacional, de 1967,
que tornava todos os cidadãos responsáveis
pela segurança do país. Sem valor jurídico, o
Tribunal era uma espécie de catarse social dos
perseguidos pela ditadura. O material filmado
no Tribunal Tiradentes passou a constituir a
base narrativa para o documentário, que
mostra os efeitos da aplicação dessa doutrina
em diversos segmentos da sociedade
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A Ditadura Militar no Brasil