CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho EMENTA - Busca utilizar o filme como meio de reflexão crítica sobre o período da Ditadura Militar, a partir da sociologia, ciência que surgiu com a sociedade burguesa e que é capaz de apreender, com suas múltiplas determinações, a verdade de nosso tempo. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA – Esta prática estuda o filme como uma totalidade social completa, antes de ser uma totalidade histórica, psicológica ou filosófica.Através da exibição e análise de filmes, estudaremos alguns episódios do período militar.Os filmes serão instrumentos para uma reflexão sociológica crítica acerca destes episódios. Filmes selecionados : O Golpe de 64, Pra Frente Brasil, O que é isso companheiro, Batismo de Sangue.. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – - Oferecer um momento de reflexão sobre a ditadura militar - Desmitificar/desfetichizar o que está fetichizado na estrutura narrativa dos filmes - Desconstruir a narrativa fílmica com seus múltiplos personagens e situações-chaves CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO A visão crítica deste período da nossa historia é fundamental para a formação da cidadania, pré-requisito do profissional de nível superior que vai atuar na sociedade.brasileira. A exibição e a análise de filmes temáticos é uma oportunidade para o aluno desenvolver esta consciência crítica. . METODOLOGIA Exibição e análise de filmes que discutam o período da Ditadura Militar. Exposição dialogada sobre os acontecimentos do período, tendo como instrumento os resultados do projeto de extensão “Tela Crítica”, de Giovanni Alves, da UNESP A DITADURA MILITAR NO BRASIL 1964 - 1984 Arnaldo Lemos Filho ANTECEDENTES: O debate sobre o desenvolvimento brasileiro O governo Jango (1961-1964) A noite do Golpe I 1964/1969 PERÍODO INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM Castelo Branco(1964-1967) Costa e Silva (1967-1969 II ETAPAS DA DITADURA MILITAR 1969/1974 – O MILAGRE ECONÔMICO OS ANOS DE CHUMBO Médici 1969/1074 III 1973/1979 - A CRISE – O FIM DO MILAGRE A ABERTURA Geisel (1974-1978) IV 1979- 1984 -ABERTURA E TRANSIÇÃO Figueiredo (1979-1985) ANTECEDENTES: O debate sobre o desenvolvimento brasileiro DÉCADA DE 60 Debate entre dois projetos políticos que começou no governo Getulio Projeto NacionalDesenvolvimentista Projeto Desenvolvimentista desenvolvimento autônomo e soberano do país modernização conservadora Papel do Estado alinhamento aos interesses norte-americanos repressão a participação popular. ANTECEDENTES : O debate sobre o desenvolvimento brasileiro 1962 Governo João Goulart Reformas de base CPC (Centro Popular de Cultura) UNE Teatro Música Canção do Subdesenvolvido, Carlos Lira e Francisco de Assis Para ouvir acesse : http://www.youtube.com/watch?v=opFt_gLoA5A Critica à dependência cultural, política e econômica do pais desde o “Descobrimento” “O Brasil é uma terra de amores, Alcatifada de flores, Onde a brisa fala amores, Nas lindas tardes de abril. Correi pras bandas do Sul. Debaixo de um céu de anil, Encontrareis um gigante deitado: Santa Cruz, hoje o Brasil. Mas um dia o gigante despertou (ooaahhh!). Deixou de ser gigante adormecido. E dele um anão se levantou. Era um país subdesenvolvido Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido (bis) E passado o período colonial, O país passou a ser um bom quintal. E depois de dada a conta a Portugal Instalou-se o latifúndio nacional .. (Ai) Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido Então o bravo brasileiro (iehéé), Em perigos e guerras esforçados (iehéé), Mais que prometia a força humana Plantou couve, colheu banana. Bravo esforço do povo brasileiro Mandou vir capital lá do estrangeiro. Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido. As nações do mundo para cá mandaram Seus capitais tão desinteressados. As nações coitadas só queriam ajudar, não é? Aquela ilha velha não roubou ninguém, País de poucas terras só nos fez um bem Um Big Ben Um big ben , bom, bem, bom Nos deu luz (ah) Tirou ouro (oh) Nos deu trem (ah) Mas levou o nosso tesouro Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido Mas data houve em que se acabaram os tempos duros e sofridos Porque um dia aqui chegaram os capitais dos países amigos. País amigo, desenvolvido, País amigo, país amigo, Amigo do subdesenvolvido País amigo, país amigo. E os nossos amigos americanos Com muita fé, com muita fé, Nos deram dinheiro e nos plantamos Só café, só café. É uma terra em que se plantando tudo dá. Pode-se plantar tudo que quiser Mas eles resolveram que nos devíamos plantar Só café, só café Bento que bento o frade, frade. Na boca do forno, forno. Tirai um bolo, bolo Fareis tudo que seu mestre mandar? Faremos todos, faremos todos, faremos todos. Começaram a nos vender e nos comprar. Comprar borracha, vender pneu. Comprar minério, vender navio. Pra nossa vela, vender pavio. Só mandaram o que sobrou de lá: Matéria plástica, que entusiástica, Que coisa elástica, que coisa drástica, Rock balada, filme de mocinho, Ar refrigerado e chiclete de bola (pop) E coca cola. Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido. O povo brasileiro tem personalidade. Não se impressiona com facilidade Embora pense como americano “Uuuuuuu, I’m going to kill that indian before he kills me (pinim...) Embora dance como americano Ta-ta-ta-ta, ta-ta-ta-ta Embora cante como americano Eh boi, lá, lá, lá, Eh roçado bão, lá, lá, lá, O melhor do meu sertão, lá, lá, lá Comeram o boi. O povo brasileiro, embora pense, cante e dance como americano Não come como americano, Não bebe como americano, Vive menos, sofre mais Isso é muito importante Muito mais do que importante Pois difere o brasileiro dos demais Personalidade, personalidade, personalidade sem igual, Porém, Subdesenvolvida, subdesenvolvida, Essa é que é a vida nacional.” Para ouvir acesse : http://www.youtube.com/watch?v=opFt_gLoA5A Projeto NacionalDesenvolvimentista 80% dos consumidores 50% 17,91% 30% 27,92% 15% 26,66% 5% 27,69% salários sindicatos Para isso: lei Distribuição de Renda População Mercadoria de bens não duráveis Pequenas propriedades greves - eleições alimentos - partidos Projeto Desenvolvimentista Brasília Modernização do país 20% dos consumidores Indústria automobilística JK Mercado exterior 2ª abertura dos portos Latifúndio mecanização exportação Ideologia do automóvel Estradas de rodagem Para isso Dinheiro do Estado Emissão Inflação 20% dos consumidores Achatar o salário dos 80% Empréstimo externo Aumento da dívida Aumentar o salário da classe media Imobilizar politicamente os 80% Projetos Aliados ideológicos do 1º projeto 80% Sindicatos Trabalhadores Movimentos Sociais ISEB Aliados ideológicos da 2º projeto Classe média e alta (20%) Adeptos da ordem e segurança Forças Armadas (ESG) Anticomunistas Povo: inimigo interno IBAD - IPES Golpe de 31 de março de 1964 13 de março 19 de março comício pelas reformas ou Comício da Central, organizado pela CGT Marcha da Família com Deus pela Liberdade, organizada pela União Cívica Feminina, IPES e com as bênçãos da Igreja Católica vitória do segundo projeto 30 de março : discurso de Jango no Automóvel Clube do Rio “Não admitirei o golpe das reacionários” 31 de março: tropas do General Olimpio Mourão Filho( 4ª região militar- MG) movimentam-se para o Rio “O exercito dormiu janguista. O exercito acordou revolucionário” (Elio Gaspari) 1964/1969 – PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM Atos Legitimação e legalização das ações políticas dos militares. Ins titu cio nais De 1964 a 1969 são decretados 17 atos institucionais regulamentados por 104 atos complementares. O governo divulgou que seu objetivo era combater a "corrupção e a subversão” 1964/1969 – PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM AI -1 – suspende a constituição de 1946, organizações de base, sindicatos, ligas camponesas, UNE, centros acadêmicos), cassação de direitos políticos de centenas de pessoas AI-2 – após eleições dos governadores, cassa JK (candidato a presidente), prorroga Castelo Branco até 67, não há mais eleições diretas (presidente e governador), bipartidarismo (Arena e MDB) AI- 3 determinava eleições indiretas para governadores e nomeação dos prefeitos das capitais. AI-4 – Convocação do Congresso Nacional para a votação e promulgação do projeto de Constituição, que revogava definitivamente a Constituição de 1946. Lutas com criatividade (encontros da UNE) Reação estudantil Subversão, clandestinidade. Festivais de música (tratado político) Um grupo do CCC(Comando de Caça aos Comunistas) invade o teatro Galpão em São Paulo, em 1968, e espanca o elenco da peça Roda Viva Tem dias que a gente se sente Como quem partiu ou morreu A gente estancou de repente Ou foi o mundo então que cresceu... A gente quer ter voz ativa No nosso destino mandar Mas eis que chega a roda viva E carrega o destino prá lá ... Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração... A gente vai contra a corrente Até não poder resistir Na volta do barco é que sente O quanto deixou de cumprir Faz tempo que a gente cultiva A mais linda roseira que há Mas eis que chega a roda viva E carrega a roseira prá lá... Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração... Roda Viva – Chico Buarque Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=HRF w5u5wR4c A roda da saia mulata Não quer mais rodar não senhor Não posso fazer serenata A roda de samba acabou... A gente toma a iniciativa Viola na rua a cantar Mas eis que chega a roda viva E carrega a viola prá lá... Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração... O samba, a viola, a roseira Que um dia a fogueira queimou Foi tudo ilusão passageira Que a brisa primeira levou... No peito a saudade cativa Faz força pro tempo parar Mas eis que chega a roda viva E carrega a saudade prá lá ... Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração...(4x) Movimento Hippie Poder Negro Marcuse 1968 Brasil – passeatas morte de Edson Luis FIC (Vandré: Para não dizer que não falei de flores) 7 de setembro – Marcio Moreira Alves Rebelião da juventude – Paris, Alemanha, México 1968 Sem outra opção, era preciso encontrar uma maneira de protestar através da arte. Dentre toda a produção musical do período ditatorial, “ Pra não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré, foi um hino de resistência ao regime militar. Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watc h?v=ztdjgXBXt_Y&feature=rela ted A repressão proporcionou uma riqueza cultural imensurável devido à atmosfera de tensão vivida pelo povo. Pra Não Dizer Que Não Falei Das FloresGe rComposição: Geraldo Vandré aldo Vandré Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não Nas escolas, nas ruas Campos, construções Caminhando e cantando E seguindo a canção... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(2x) Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v= PDWuwh6edkY Pelos campos há fome Em grandes plantações Pelas ruas marchando Indecisos cordões Ainda fazem da flor Seu mais forte refrão E acreditam nas flores Vencendo o canhão... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(2x) Há soldados armados Amados ou não Quase todos perdidos De armas na mão Nos quartéis lhes ensinam Uma antiga lição: De morrer pela pátria E viver sem razão... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(2x) Nas escolas, nas ruas Campos, construções Somos todos soldados Armados ou não Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não... Os amores na mente As flores no chão A certeza na frente A história na mão Caminhando e cantando E seguindo a canção Aprendendo e ensinando Uma nova lição... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(4x) AI-5 Recesso Parlamentar : fechamento do Congresso AI-5 Plenos poderes para o Presidente arbitrariamente intervir em estados e municípios Prerrogativa presidencial: suspender direitos políticos e cassação de mandatos Ficava extinto, em caso de crimes políticos ou contra a economia, o habeas corpus. O presidente poderia decretar, a qualquer momento, estado de sitio, Decreto 477 Lei da Segurança Nacional AI-5 SNI (futuros presidentes) Ciex – DÓI-CODI Cenimar Cisa 200 mil dedos-duros Oban Esquadrão da Morte Fleury Dops Opções - 1. Estudar 2. Exílio 3. Luta armada - urbana - rural Caça às bruxas Universidade de Brasília USP Federal do Rio Colégio Vocacional O MILAGRE ECONÔMICO 1969/1973 OS ANOS DE CHUMBO 1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO Delfim Neto 1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO Período de intenso crescimento econômico e de grande endividamento. O PIB do Brasil cresceu acima de 10% ao ano, em média, apesar da inflação, que oscilou entre 15% e 20% ao ano, Grande concentração de renda, com redução dos salários reais acentuação da desigualdade social e aumento da pobreza, com cerceamento às liberdades individuais associado à repressão política 1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO 1970: Renda 50% = 14,91 30% = 22,85 15% = 27,38 05% = 34,86 Supermercados Shoppings Indústria -------- mercadoria ------consumidor Repressão X euforia dos consumidores Ideologia Brasil, ame-o ou deixe-o Ninguém segura este país. Brasil Ilha de tranquilidade 3ª abertura dos portos petrodólares Construção de infraestrutura Polo químico da Bahia Aumento da dívida externa Indústria de base Transamazônica Rio-Niteroi Grandes projetos Usinas Energia Nuclear Ferrovia do aço 1969/1973 – OS ANOS DE CHUMBO A expressão “anos de chumbo” foi aplicada inicialmente a um fenômeno da Europa Ocidental, relacionado com a Guerra Fria e com a estratégia de tensão. Anos 70/80: anos marcados por violência política, luta armada e terrorismo de esquerda e de direita, bem como pelo endurecimento do aparato repressivo dos Estados democráticos da Europa Ocidental. Anos de Chumbo do AI-5 em 13 de dezembro de 1968 [retiraria: daquele ano], até o final do governo Médici, em março de 1974 Feroz combate entre a extrema-esquerda de um lado e, de outro, o aparelho repressivo policial-militar do Estado. O governo é apoiado por organizações paramilitares e grandes empresas. Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=J5T9 wj_IRMo&feature=related Durante esse período, houve "desaparecimento" e morte de milhares de militantes, políticos e estudantes de esquerda. A liberdade de imprensa, a de expressão e a de manifestação foram cerceadas. Por outro lado, alguns noticiários, como o Jornal Nacional, tentavam transmitir a imagem de um Brasil democrático e retratavam o evidente “desenvolvimento” nacional. Operação Bandeirante (OBAN) 1969 Sequestro do Embaixador Americano [colocaria: estadunidense ou dos Esquadrão da Morte EUA] Assassinato de Marighela (ALN) 1970 Guerrilhas contra o regime militar espalham-se na cidade e no campo Copa do Mundo Veja o vídeo sobre a Guerrilha do Araguaia: http://www.youtube.com/watch?v=dOyVzikahnk&f eature=related Apesar De Você Chico Buarque Vendo circular pelas ruas os automóveis com o adesivo “Brasil: ame-o ou deixe-o“, Chico Buarque se viu obrigado a reagir com sua melhor arma: a música. E assim nasceu “Apesar de você”: A música foi adotada como hino de resistência aos militares quando um jornal publicou uma notinha dizendo que “você”, na verdade, era o general Médici. Chamado para depor, Chico disse que a música era para uma mulher muito mandona, mas não colou. A música foi proibida de ser executada e todos os compactos recolhidos e queimados. [escreveria: quebrados] Apesar De Você Chico Buarque Composição: Chico Buarque (Crescendo) Amanhã vai ser outro dia x 3 Hoje você é quem manda Falou, tá falado Não tem discussão, não. A minha gente hoje anda Falando de lado e olhando pro chão Viu? Você que inventou esse Estado Inventou de inventar Toda escuridão Você que inventou o pecado Esqueceu-se de inventar o perdão (Coro) Apesar de você amanhã há de ser outro dia Eu pergunto a você onde vai se esconder Da enorme euforia? Como vai proibir Quando o galo insistir em cantar? Água nova brotando E a gente se amando sem parar Quando chegar o momento Esse meu sofrimento Vou cobrar com juros. Juro! Todo esse amor reprimido, Esse grito contido, Esse samba no escuro Você que inventou a tristeza Ora tenha a fineza de "desinventar" Você vai pagar, e é dobrado, Cada lágrima rolada Nesse meu penar (Coro2) Apesar de você Amanhã há de ser outro dia. Ainda pago pra ver O jardim florescer Qual você não queria Você vai se amargar Vendo o dia raiar Sem lhe pedir licença E eu vou morrer de rir E esse dia há de vir antes do que você pensa Apesar de você (Coro3) Apesar de você Amanhã há de ser outro dia Você vai ter que ver A manhã renascer E esbanjar poesia Como vai se explicar Vendo o céu clarear, de repente, Impunemente? Como vai abafar Nosso coro a cantar, Na sua frente. Apesar de você (Coro4) Apesar de você Amanhã há de ser outro dia. Você vai se dar mal, etc e tal, Para ouvir acesse:http://www.youtube.com/watch?v= R7xRtSUunEY Cálice – Chico Buarque e Gilberto Gil "Cálice" é uma canção escrita e interpretada por Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973. Na canção percebe-se um elaborado jogo de palavras para despistar a censura da ditadura militar. A palavra-título, por exemplo, é cantado pelo coral que acompanha o cantor de forma a soar como um raivoso "Cale-se!". A canção teve sua execução proibida durante anos no Brasil. Na versão, Milton Nascimento canta os versos de Gil. Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=wV4vAtPn5-Q Cálice Chico Buarque Composição: Chico Buarque e Gilberto Gil Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue...(2x) Como beber Dessa bebida amarga Tragar a dor Engolir a labuta Mesmo calada a boca Resta o peito Silêncio na cidade Não se escuta De que me vale Ser filho da santa Melhor seria Ser filho da outra Outra realidade Menos morta Tanta mentira Tanta força bruta... Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... Como é difícil Acordar calado Se na calada da noite Eu me dano Quero lançar Um grito desumano Que é uma maneira De ser escutado Esse silêncio todo Me atordoa Atordoado Eu permaneço atento Na arquibancada Prá a qualquer momento Ver emergir O monstro da lagoa... Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... De muito gorda A porca já não anda (Cálice!) De muito usada A faca já não corta Como é difícil Pai, abrir a porta Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálic Como beber Dessa bebida amarga Tragar a dor Engolir a labuta Mesmo calada a boca Resta o peito Silêncio na cidade Não se escuta De que me vale Ser filho da santa Melhor seria Ser filho da outra Outra realidade Menos morta Tanta mentira Tanta força bruta... Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... De muito gorda A porca já não anda (Cálice!) De muito usada A faca já não corta Como é difícil Pai, abrir a porta (Cálice!) Essa palavra Presa na garganta Esse pileque Homérico no mundo De que adianta Ter boa vontade Mesmo calado o peito Resta a cuca Dos bêbados Do centro da cidade... Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... Talvez o mundo Não seja pequeno (Cale-se!) Nem seja a vida Um fato consumado (Cale-se!) Quero inventar O meu próprio pecado (Cale-se!) Quero morrer Do meu próprio veneno (Pai! Cale-se!) Quero perder de vez Tua cabeça (Cale-se!) Minha cabeça Perder teu juízo (Cale-se!) Quero cheirar fumaça De óleo diesel (Cale-se!) Me embriagar Até que alguém me esqueça (Cale-se!) 1973-1979 –A crise: o fim do “milagre” 1973-1979 –A crise: o fim do milagre A crise do petróleo Crise externa Esgotamento da capacidade de consumo da classe média Crise interna Queima de estoque Aumento dos preços Indústria ociosidade Diminui a capacidade produtiva Nova força de trabalho Sobe o numero de carnets Fim da ilusão Caos social desemprego subemprego marginalidade polícia violência 1973-1979 –A crise: o fim do milagre Classe Média Deixa de consumir 1974: voto na oposição Questiona o modelo Crise política Governo Duas táticas Crise econômica Crise econômica É preciso pagar os juros e as amortizações da dívida externa Crise econômica Incentivar o latifúndio : “exportar é o que importa” incentivos fiscais: isenção de impostos Mão de obra barata: “bóias-frias” agricultura Destruição da pequena propriedade que produzia alimentos para o mercado interno: êxodo rural Aumento do preço dos alimentos Importação de alimentos: aumento da dívida indústria Isenção de impostos para exportação Começa a faltar dinheiro para o Estado Políticas sociais são afetadas Crise econômica Fabricar dinheiro: inflação Cigarro. Energia eletrica Aumento de imposto da classe media: solução Letras do Tesouro e ORTN para os ricos comprarem. O rico só compra com juros altos: aumenta a dívida interna Temos que pagar a dívida externa e a dívida interna solução Emprestar mais para pagar juros da dívida externa Jogar mais letras do Tesouro no mercado Círculo financeiro da especulação Imposto de renda Crise política 1970 Movimentos de reivindicação Comunidades Eclesiais de Base Movimento “custo de vida” Organização da sociedade civil Renascimento do movimento estudantil Sindicatos: ABC – novas lideranças Movimento dos camponeses ABI Táticas do governo OAB Foros políticos de debates SBPC Igreja 76 - Lei Falcão 77 – Pacote de Abril Crise política 1971 1973 1974 1975 1976 1977 A repressão se empenha para desarticular a guerrilha urbana, prendendo, matando e torturando. Golpe Militar no Chile: Pinochet Derrota da Guerrilha do Araguaia Eleição de senadores de oposição Morre Vladimir Herzog Terrorismo de direita Intensificam-se os movimentos da sociedade civil contra a ditadura 1979-1984: Abertura e transição 1979-1984: Abertura e transição Crise econômica Novo aumento do petróleo Aumento do juros internacionais Segunda crise internacional Baixam os preços de matéria prima e produtos agrícolas Aumentam os preços da tecnologia e produtos industrializados Daí – mais empréstimos – aumenta a dívida –aumenta o latifúndio para exportar Setembro de 1982 O Banco do Brasil em Nova York declarou-se sem fundo FMI – cartas de intenções Crise política 1979: Anistia – movimento de toda a sociedade civil Fim da década de 70. A pressão para uma abertura democrática no Brasil vem de todas as formas, mas é duramente reprimida. Havia os exilados, os presos, os torturados e o resto, que não tinha armas com que lutar contra o governo, embora também não pudesse continuar como estava. Isso só acabaria com a Lei da Anistia, sancionada no mesmo ano de criação da música “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc – (a utopia e a esperança) que traz, em cada verso, um pequeno pedaço de cada batalha. Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=6kVBq efGcf4 Caía a tarde feito um viaduto E um bêbado trajando luto Me lembrou Carlitos... A lua Tal qual a dona do bordel Pedia a cada estrela fria Um brilho de aluguel E nuvens! Lá no mata-borrão do céu Chupavam manchas torturadas Que sufoco! Louco! O bêbado com chapéu-coco Fazia irreverências mil Prá noite do Brasil. Meu Brasil!... Que sonha com a volta Do irmão do Henfil. Com tanta gente que partiu Num rabo de foguete Chora! A nossa Pátria Mãe gentil Choram Marias E Clarisses No solo do Brasil...Mas sei, que uma dor Assim pungente Não há de ser inutilmente A esperança... Dança na corda bamba De sombrinha E em cada passo Dessa linha Pode se machucar... Azar! A esperança equilibrista Sabe que o show De todo artista Tem que continuar... Tô Voltando Composição: Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós Pode ir armando o coreto E preparando aquele feijão preto Eu tô voltando Põe meia dúzia de Brahma pra gelar Muda a roupa de cama Eu tô voltando Leva o chinelo pra sala de jantar Que é lá mesmo que a mala eu vou largar Quero te abraçar, pode se perfumar Porque eu tô voltando Dá uma geral, faz um bom defumador Enche a casa de flor Que eu tô voltando Pega uma praia, aproveita, tá calor Vai pegando uma cor Que eu tô voltando Faz um cabelo bonito pra eu notar Que eu só quero mesmo é despentear Quero te agarrar Pode se preparar porque eu tô voltando Põe pra tocar na vitrola aquele som Estréia uma camisola Eu tô voltando Dá folga pra empregada Manda a criançada pra casa da avó Que eu to voltando Diz que eu só volto amanhã se alguém chamar Telefone não deixa nem tocar Quero lá, lá, lá, ia, porque eu to voltando! Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=K a_l9wyY7vU Crise política 1980: reforma partidária repressão às greves do ABC A questão da terra greve dos professores Crise política 1981: Atentados da direita Atentado do Rio Centro Pacote eleitoral Crise política vitoria da oposição: Tancredo, 1982 Brizola, Montoro 1983 Greves de inúmeras categorias de trabalhadores Fundação da CUT Crise política Diretas Já 1984 MST 1985 Eleição de Tancredo Neves O fim do governo militar O final do governo militar de 1964 Em 8 de maio de 1985, o Congresso Nacional aprovou emenda constitucional que acabava com os últimos vestígios da ditadura. Vai Passar Chico Buarque Composição: Chico Buarque e Francis Vai passar nessa avenida um samba popular Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais Que aqui sangraram pelos nossos pés Que aqui sambaram nossos ancestrais Num tempo página infeliz da nossa história, passagem desbotada na memória Das nossas novas gerações Dormia a nossa pátria mãe tão distraída sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações Seus filhos erravam cegos pelo continente, levavam pedras feito penitentes Erguendo estranhas catedrais E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval, Vai passar nessa avenida um samba popular Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais Que aqui sangraram pelos nossos pés Que aqui sambaram nossos ancestrais Num tempo página infeliz da nossa história, passagem desbotada na memória Das nossas novas gerações Dormia a nossa pátria mãe tão distraída sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações Seus filhos erravam cegos pelo continente, levavam pedras feito penitentes Erguendo estranhas catedrais E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval, o carnaval, o carnaval Vai passar, palmas pra ala dos barões famintos O bloco dos napoleões retintos e os pigmeus do boulevard Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar A evolução da liberdade até o dia clarear Ai que vida boa, ô lerê, ai que vida boa, ô lará O estandarte do sanatório geral vai passar Ai que vida boa, ô lerê, ai que vida boa, ô lará O estandarte do sanatório geral... vai passar http://www.youtube.com/watch?v=9A_JrsJF6mM Para ilustrar os acontecimentos da Ditadura Militar, veja os vídeos da TV Câmara, CONTOS DA RESISTÊNCIA. Episódio 1: Estudantes e Igreja O primeiro episódio de Contos da Resistência retrata a atuação de estudantes e da Igreja contra a ditadura militar. Relatos emocionantes de presos políticos e vítimas do regime marcam o documentário. Episódio 2: Congresso O segundo episódio da série Contos da Resistência enfoca as relações políticas entre Congresso Nacional e governos militares. O objetivo da série de documentários é esclarecer fatos políticos dos 20 anos de ditadura militar, iniciada em março de 1964, explicar como se davam as ações de poder e dominação do governo central, e como o Congresso foi, ao mesmo tempo, núcleo de resistência e caixa de ressonância dos desejos dos militares daquela época. Episódio 3: Artes e Imprensa Dando continuidade à série Contos da Resistência, o terceiro episódio trata da resistência nas artes e na imprensa no período da ditadura militar que vai de 1968 a 1979. Este período foi marcado principalmente pelo anúncio do Ato Institucional nº 5, o AI-5. Com ele se decretou a censura prévia em jornais, revistas, emissoras de TV e também nos espetáculos culturais de música, teatro, entre outros. Episódio 4: Movimento Sindical O quarto episódio da série conta como operários e líderes sindicais da região do ABC Paulista resistiam à falta de liberdade e se organizavam por melhores salários e condições de vida. O programa mostra a trajetória dos metalúrgicos: da alienação política à campanha pelas eleições diretas em 1984 e como a batalha por melhores salários resultou na luta pela redemocratização do Brasil. Histórias dramáticas e curiosas de operários anônimos e líderes reconhecidos. Acesse http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/?lnk=CONT OS-DA-RESISTENCIA&selecao=MATDATA&programa=90 Bibliografia sobre a Ditadura Militar no Brasil Dossiê Ditadura - Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil 19641985 Autor: Imprensa Oficial Editora: Imprensa Oficial SP 1968: O Diálogo É a Violência - Movimento Estudantil e Ditadura Militar no Brasil Autor: Vale, Maria Ribeiro do Editora: Unicamp Brasil - 1964 / 1968 - A Ditadura Já Era Ditadura Autor: Silva, Marcos Editora: LCTE Memória Política, Repressão e Ditadura no Brasil Autor: Ansara, Soraia Editora: Jurua A Ditadura Militar no Brasil - Repressão e Pretensão de Legitimidade 1964-1984 Autor: Rezende, Maria José de Editora: Eduel A Ditadura no Brasil - Coleção Por Dentro da História Autor: Caldevilla, Vinicius; Loconte, Wanderley Editora: Saraiva A Resistência da Mulher à Ditadura Militar no Brasil Autor: Colling, Ana Maria Editora: Rosa dos Tempos Desarquivando a Ditadura - Memória e Justiça no Brasil - 2 Volumes Autor: Santos, Cecilia MacDowell; Teles, Edson; Teles, Janaína de Almeida Editora: Hucitec Fatos da Ditadura Militar no Brasil - Coleção Temas Brasileiros Autor: S., Frederico de Editora: Martins Editora História Indiscreta da Ditadura e da Abertura - Brasil: 1964 - 1985 Autor: Couto, Ronaldo Costa Editora: Record OAB X Ditadura Militar - A História de um Período Difícil para as Instituições Democráticas no Brasil Autor: Souza Filho, Cid Vieira de Editora: Quartier Latin Ditadura militar, esquerdas e sociedade Autor: Reis Filho, Daniel Aarão Editora: J. Zahar O fim da Ditadura Militar Autor: Kucinski, Bernardo Editora: Contexto Carlos Marighella: o inimigo número um da ditadura militar Autor: José, Emiliano Editora: Sol & Chuva A Caixa-preta do Golpe de 64 Autor: Bastos, Paulo de Mello Editora: Família Bastos A Ditadura Militar no Brasil – Coleções Caros Amigos - Doze fascículos O Golpe de 64 e a Ditadura Militar - Coleção Polêmica Autor: Chiavenato, Júlio José Editora: Moderna O Governo Goulart e o Golpe 64 - Coleção Tudo é História Autor: Toledo, Caio Navarro de Editora: Brasiliense Propaganda e Cinema a Serviço Golpe 1962/64 Autor: Assis, Denise Editora: Mauad Organizações armadas contra o regime militar Ação Libertadora Nacional (ALN) Comando de Libertação Nacional (COLINA) MNR Movimento de Libertação Popular - Molipo Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8] PCB Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) Partido Operário Comunista (POC) POLOP VAR-Palmares Vanguarda Popular Revolucionária (VPR, VAR-P ou VAR-PAL) Principais movimentos de direita Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) Campanha da Mulher pela Democracia (Camde) - financiada pelo IPES União Cívica Feminina (UCF) - sob orientação do IPES Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (Adce) - ligada ao IPES Movimento Anticomunista (MAC) - formado por universitários Frente da Juventude Democrática - formada por estudantes anticomunistas radicais Comando de Caça aos Comunistas (CCC) - formado por estudantes anticomunistas radicais Principais movimentos de esquerda Mais de mil sindicatos de trabalhadores foram fundados até 1964 Surge o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) Pacto de Unidade e Ação (PUA) - aliança intersindical União Nacional dos Estudantes (UNE) Ação Popular (católicos de esquerda) Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) - reunindo intelectuais de esquerda Frente de Mobilização Popular (FMP) - liderada por Leonel Brizola União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil Ligas Camponesas Filmes sobre a Ditadura Militar no Brasil Pra frente, Brasil (1983, Brasil, direção: Roberto Farias) – Sobre a ditadura militar brasileira nos anos 1970. Um cidadão comum é tomado por guerrilheiro, é preso e torturado. Ambientado durante a Copa do Mundo de 70, denuncia a repressão para-militar do período Lamarca (1994, Brasil, direção: Sérgio Resende) – Sobre o militar e guerrilheiro Carlos Lamarca (1937-71) que, em 1969, entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária, abandonou um quartel em São Paulo e instalou um foco guerrilheiro no Vale do Ribeira (SP). Em 1970 comandou o seqüestro do embaixador suíço no Rio de janeiro; foi morto em 17/09/1971 pelo exército no sertão da Bahia. Cabra marcado para morrer (1984, Brasil, direção: Eduardo Coutinho) – O diretor rodava um filme sobre o Nordeste brasileiro, quando estourou o golpe de 1964. Retomou o projeto em 1981, retornando aos mesmos lugares e entrevistando as mesmas pessoas, para verificar o que tinha ocorrido com elas Que bom te ver viva (1989, Brasil, direção: Lúcia Murat) – Sobre a tortura no país. Registro das experiências de oito exprisioneiras políticas sobre a tortura que sofreram durante a ditadura militar. Zuzu Angel (2006, Brasil, direção: Sérgio Rezende) – sobre Zuleika Angel Jones (conhecida como Zuzu Angel), estilista conhecida internacionalmente, que a partir de 1971 passou a procurar seu filho Stuart Angel Jones, um militante do movimento MR-8 que foi preso, torturado e assassinado nas dependências dos órgãos de repressão do Brasil, que negavam o fato e não apresentaram seu corpo. Araguaya A conspiração do silêncio– A conspiração do silêncio (2004, Brasil, direção: Ronaldo Duque) – Uma tentativa de retratar a Guerrilha do Araguaia, ocorrida no início da década de 1970 por militantes do PCdoB. Importante para tomar contato com aspectos do período da ditadura militar brasileira. Os documentos oficiais referentes a este episódio ainda não foram divulgados e nem os restos mortais de 59 guerrilheiros não foram localizados. 105 min. Batismo de Sangue (2005, Brasil, direção: Helvécio Ratton) – Com base na obra de Frei Betto, este filme – que se passa durante os anos de chumbo – trata mais do dominicano Frei Tito (e de outros quatro frades) do que do próprio período militar. Mas é importante para que se tenha consciência da tortura (choques, pau-de-arara, prisão incomunicável e outras) implantada no país. 110 “Golpe de 64” - de Fernando Morais Março de 1964. Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Num planeta dividido entre dois blocos antagônicos é cada vez mais difícil manter-se independente. Esquerda ou direita? Que rumo tomar? Uma coisa é certa: a solução, infelizmente, não será democrática. Neste cenário fervilhante, o processo político se radicaliza a cada dia. O fatídico mês avança e a temperatura se eleva. Os comícios reúnem centenas de milhares de pessoas, os discursos são mais inflamados do que nunca. Nos gabinetes, conspira-se. haverá golpe? Haverá contra-golpe? Os americanos estão de prontidão? Não há mais tempo para planejar. É preciso agir. E rápido. Os tanques já estão nas ruas. Prepare-se para reviver um dia de cão e de chumbo: 31 de março de 64. Ato de Fé – Angelo Rampazzo, 2004 - O filme narra fatos já bem conhecidos da luta armada contra a ditadura na voz de alguns de seus personagens. Os depoimentos dominam o documentário, sobretudo sobre as torturas sofiridas pelos freis dominicanos e sua relação com Carlos Marighela. Marighella - Retrato Falado do Guerrilheiro" de Silvio Tendler Conta a história, as polêmicas, as vitórias e derrotas de Carlos Marighella, um dos líderes da luta armada contra a ditadura militar no Brasil. Autor do "Manual do Guerrilheiro Urbano" foi fundador da Ação Libertadora Nacional, primeiro movimento armado pós-64. Foi homenageado com o filme no ano em que completaria 90 anos. "O que é isso companheiro?" de Bruno Barreto Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura. Vlado - 30 Anos Depois”de João Batista de Andrade No dia 25 de outubro de 1975 o jornalista Vladimir Herzog acorda de manhã e se despede da mulher Clarice: ele deve se apresentar ao DOI-CODI, órgão da repressão política do regime militar, para um depoimento. Vlado nem imaginava que nunca mais voltaria para casa. Naquele fatídico dia ele seria morto. Segundo fonte oficial, teria se suicidado na prisão. Neste documentário o diretor João Batista de Andrade ouve depoimentos de amigos, familiares, colegas que viveram com Vlado a história, a amplitude das perseguições dos anos de chumbo, a trajetória do jornalista, desde sua infância até sua posse como Diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo e a perseguição a ele iniciada naquele momento. Com depoimentos de Clarice Herzog, José Mindlin, Ruy Ohtake, Dom Paulo Evaristo Arns, Henry Sobel, Fernando Morais, Paulo Markun, João Bosco, Aldir Blanc, Alberto Dines, Diléia Frate, Mino Carta, Rose Nogueira. O ano em que meus pais saíram de férias" de Cao Hamburguer 1970. O Brasil e o mundo parecem estar de cabeça para baixo, mas a maior preocupação na vida de Mauro, um garoto de 12 anos, tem pouco a ver com a ditadura militar que impera no país: seu maior sonho é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol. De repente, ele é separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma "estranha" e divertida comunidade - o Bom Retiro, bairro de São Paulo, que abriga judeus e italianos entre outras culturas. Uma história emocionante de superação e solidariedade. “Barra 68 – Sem perder a ternura” de Vladimir Carvalho A luta de Darcy Ribeiro no início dos anos 60 para criar e implantar a Universidade Brasília. E as repetidas agressões sofridas pela UNB, desde o golpe militar de 64 até os acontecimentos de 1968. Desde os seus primórdios, Brasília foi fortemente marcada pelos acontecimentos políticos, como a renúncia de Jânio Quadros e o golpe militar de 64. Envolvida, a comunidade conheceu a intranqüilidade e ficou estigmatizada pela repressão. Um dos seus bens mais preciosos, a Universidade, criada por Darcy Ribeiro, foi agredida em 64, 68 e 77. Na primeira vez a UnB foi ocupada por tropas militares e quase perdeu todo o seu corpo docente que voluntariamente se demitiu em protesto célebre. A crise se arrastou por quatro longos anos e em l968, com o movimento deflagrado em reação ao assassinato de Edson Luís, no Rio de Janeiro, as ruas de Brasília assistiram aos embates entre estudantes e a polícia. As famílias sobressaltadas procuravam alento nos ofícios religiosos, enquanto cerca de 5OO jovens eram detidos numa praça de esportes no campus da UnB. Tudo culmina, depois de lances dramáticos com a prisão de parlamentares, o fechamento do Congresso Nacional e a promulgação do AI-5. Essa trajetória é resgatada através da urdidura de depoimentos, casos e histórias mesclados às raras imagens e sons que ficaram e perfazem, de uma época, uma memória imperfeita, mas sempre verdadeira. Jânio a 24 quadros (1981, Brasil, direção: Luiz Alberto Ferreira) – A vida política do ex-presidente, mas com pouca profundidade na análise histórica. Jango (1984, Brasil, direção: Sílvio Tendler) – Coletânea de filmes, fotos, documentários e entrevistas sobre a carreira política de João Goulart. Do tempo em que era Ministro do Trabalho de Vargas à sua morte no exílio. O homem que virou suco (1980, Brasil, direção: João Batista de Andrade) – Trata sobre migração e marginalidade urbana no Brasil no período. Um cantor de cordel é confundido pela polícia com um operário que esfaqueou o patrão Hércules 56" de Silvio Da-Rin Em 1969, em plena ditadura no Brasil, duas organizações revolucionárias raptaram o embaixador americano Charles Elbrick e exigiram a libertação de quinze presos políticos, levados ao México no avião Hércules, prefixo 56. Neste documentário, os nove remanescentes do grupo e cinco membros da organização responsáveis pelo seqüestro discutem as causas e conseqüências da luta armada contra o regime militar. Linha de Montagem (Rento Tapajós, 1982) Investigação sobre a gênese do movimento sindical de São Bernardo do Campo entre os anos de 1978 e 1981, quando se produziram as maiores greves de metalúrgicos na região, desafiando a repressão do final da ditadura militar. Radiografa-se a cidade no calor da grande efervescência das assembléias no estádio da Vila Euclides, onde os operários decidiam os novos rumos do movimento. As greves de 1979 e 1980 levaram à intervenção federal no Sindicato dos Metalúrgicos, à prisão de líderes, como Luís Inácio da Silva, processados com base na Lei de Segurança Nacional. Os peões (Eduardo Coutinho, 2004) Documentário sobre a história pessoal de trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC paulista que tomaram parte no movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato. Eles falam de suas origens, de sua participação no movimento e dos caminhos que suas vidas trilharam desde então. Exibem souvenirs das greves, recordam os sofrimentos e recompensas do trabalho nas fábricas, comentam o efeito da militância política no âmbito familiar, dão sua visão pessoal de Lula e dos rumos do país. O filme foi rodado no período final da campanha presidencial de 2002. Eles não usam Black-tie (Leon Hirszman,1981) Um operário engravida a namorada e resolve se casar. Paralelamente, inicia-se um movimento grevista na empresa onde trabalha, liderado por seu próprio pai. O personagem resolve furar a greve para garantir o emprego, mas sua decisão provoca enorme conflito com seu pai. Abc da Greve (Leon Hirszman, 1979) O filme cobre os acontecimentos na região do ABC paulista, acompanhando a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem espaço para realizar suas assembléias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo Braços Cruzados, Máquinas Paradas, de Roberto Gervitz, Sérgio Toledo, São Paulo, 1978. Três chapas disputam a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o maior da América Latina, com 300.000 associados, e presidido por um "pelego", desde o golpe militar de 1964. Em meio às eleições, eclodem as primeiras greves operárias que iriam mudar o país. Braços Cruzados, Máquinas Paradas revela, em narrativa envolvente, como funciona a estrutura sindical brasileira, de inspiração fascista. É também o primeiro documentário de longa-metragem sobre as chamadas "greves espontâneas", ocorridas em São Paulo, 10 anos após a decretação do AI-5. Tais greves, que culminaram em um amplo movimento social que traria de volta a democracia ao país, estão na base dos acontecimentos que levaram à eleição do primeiro presidente operário da América Latina. Pixote – A lei do mais fraco (1980, Brasil, direção: Hector Babenco) – Sobre menores abandonados no Brasil no período após 64. Menores fogem de um reformatório e passam a viver com uma prostituta. Um retrato dos menores abandonados das grandes cidades brasileiras Lúcio Flávio, o passageiro da agonia (1977, Brasil, direção: Hector Babenco) – Sobre um marginal consciente que, pouco antes de morrer, revelou certos aspectos da corrupção policial. Trata da história de um bandido que exerceu certo fascínio sobre faixas da população carioca nos anos 70. Amazônia em Chamas (The Burning Season; 1994, EUA, direção: John Frankenheimer) – Uma visão de Hollywood sobre fatos que marcaram a vida de Chico Mendes (1944-88), o famoso sindicalista e ambientalista de Xapuri (AC Quase dois irmãos, de Lúcia Murat Miguel é um senador que decide reencontrar Jorge, um antigo amigo de infância e atualmente poderoso traficante de drogas do Rio de Janeiro, para negociar um projeto social nas favelas. De origens diferentes, eles se tornaram amigos na década de 1950. Nos anos 70, reencontraram-se na prisão de Ilha Grande, onde os brancos eram prisioneiros políticos e os negros, criminosos comuns. Terra para Rose (1987, Brasil, direção: Tetê Morares) – A partir da história de Rose, uma gaúcha sem-terra, este documentário fala das 1.500 famílias que ocuparam a improdutiva Fazenda Annoni (RS). Era o momento de transição após regime militar e o início do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Brasil. Rose deu à luz ao primeiro bebê nascido no acampamento. O Sonho de Rose (2.000, Brasil, direção: Tetê Morares) – Dez anos após o filme Terra para Rose, ocorreu este reencontro com personagens da ocupação da Fazenda Annoni. O documentário acompanha a trajetória dos agricultores semterra, narra os resultados dos assentamentos, seus conflitos e vai atrás dos filhos de Rose. Importante para quem é contrário à reforma agrária. Os anos JK – Silvio Tendler - 1954: suicídio de Getúlio Vargas. 1955: crise política ameaça a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. 1956: JK assume a presidência. Promete democracia e desenvolvimento. Supera crises e crises. Começa a construção de Brasília. Brasil muda de tom. 1960: JK inaugura Brasília. 1961: JK dá posse a seu sucesso Jânio Quadros. Sete meses depois Jânio renuncia. Crise. 1964: Golpe Militar instaura ditadura. JK é cassado. Dez anos de história. Muitas crises. O governo JK é um exercício de democracia. O Brasil ferve. Os anos JK. Ver para não esquecer. Margarida de Prata, CNBB Festival de Gramado - Melhor Montagem, Prêmio Especial do Júri, Associação Paulista de Críticos de Arte - Melhor Montagem “Companheiras” - 2010- direção Breno Queirós – vídeo produzido por um grupo de concluintes do curso de Jornalismo da Puc-Campinas. Depoimentos de companheiras de presos políticos que foram assassinados pela ditadura militar. FILMES A SEREM EXIBIDOS O Golpe Militar O Dia que Durou 21 Anos é um documentário brasileiro, dirigido por Camilo Galli Tavares (Cidade do México, sobre a participação do governo dos Estados Unidos na preparação, desde 1962,do golpe de estado de 1964, no Brasil. O filme tem como ponto de partida a crise provocada pela renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, e prossegue até o ano de 1969, com o sequestro do então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, por grupos armados. Em troca de sua libertação, 15 presos políticos são soltos e posteriormente banidos do país. Um deles, o jornalista Flávio Tavares, 27 meses depois de se radicar na Cidade do México, seria pai de Camilo, o cineasta cujo nome é uma homenagem ao padre católico e guerrilheiro colombiano Camilo Torres, morto em 1966 A Resistência Exibição e debates do filme “O que é isso companheiro”, de Bruno Barreto Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura. A Tortura Exibição e debates do filme “ Batismo de Sangue, de Helvecio Ratton No final dos anos 60 o convento dos frade dominicanos de São Paulo é uma trincheira de resitência á ditadura militar no Brasil. Movidos por ideais critãos, os freis Betto, Oswaldo, fernando, Ivo e Tito apóiam o grupo guerrilheiro ALN, comandado por Carlos Marighella. Frei betto ajuda perseguidos políticos á escapartem do país pelas fronteiras no sul até ser preso e transferido para um presídio em SP, onde encontra seus companheiros vivendo sob terríveis torturas. Meses depois, Frei Tito estava no grupo de presos políticos trocados pela liberdade do embaixador suíço e foi mandado, contra sua vontade, para o exílio na França. mesmo longe do Brasil, Tito não consegue ficar livre de seus carrascos, se sentindo constantemente vifgiado e ameaçado. Com intuito de por fim ao seu martírio, acaba comentendo suicídio. A Arbitrariedade Exibição e debates do filme “Pra frente Brasil”. De Roberto Farias Em 1970 o Brasil inteiro torce e vibra com a seleção de futebol no México, enquanto prisioneiros políticos são torturados nos porões da ditadura militar e inocentes são vítimas desta violência. Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família quando um dos seus integrantes, um pacato trabalhador da classe média, é confundido com um ativista político e "desaparece". A MÃE EM BUSCA DE SEU FILHO ZUZU ANGEL, Sergio Rezende Zuleika Angel Jones, conhecida como Zuzu Angel, foi uma estilista brasileira, mãe do militante político Stuart Angel Jones e da jornalista Hildegard Angel.Zuzu teve seu filho torturado e assassinado pela ditadura militar. Na virada dos anos 60 para os anos 70, Stuart Jones, filho de Zuzu e então estudante de economia, passou a integrar as organizações clandestinas que combatiam a ditadura militar. A partir daí, a apolítica Zuzu entraria em uma guerra contra o regime pela recuperação do corpo de seu filho, envolvendo até os Estados Unidos, país de seu ex-marido e pai de Stuart. A busca de Zuzu pelas explicações, pelos culpados e pelo corpo do filho só terminou com sua morte, ocorrida na madrugada de 14 de abril de 1976, num acidente de carro na Estrada da Gávea. Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa de Chico Buarque de Hollanda um documento que deveria ser publicado caso algo lhe acontecesse, em que escreveu:. "Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho". A GUERRILHA LAMARCA, Sergio Rezende A história começa em dezembro de 1970, quando o ex-capitão do exército brasileiro e grande atirador Carlos Lamarca e seu grupo político rebelde negociam com a Ditadura Militar a soltura de presos políticos em troca da vida do sequestrado embaixador da Suíça, mantido por eles em cativeiro. Trinta presos são soltos e a repressão aumenta a perseguição aos guerrilheiros, comandada por um general do Exército e o delegado civil Flores (referência ao delegado da vida realFleury), que se apresenta como o matador de Marighella e outros "subversivos" e não hesita em torturar seus prisioneiros para obter informações. Os dirigentes do grupo de Lamarca querem que ele saia do Brasil, mas ele não aceita. Lamarca vai então para a Bahia, acompanhado da amante e também militante Clara, para se encontrar com os aliados da guerrilha Zequinha e seus irmãos. Eles o escondem em um sítio no interior do estado. Enquanto espera para se encontrar com os demais guerrilheiros para organizarem um levante rural, Lamarca lembra de momentos do seu passado, da experiência marcante de quando serviu como soldado da ONU no Canal de Suez que o fez se revoltar contra os capitalistas, da sua mulher e filhos que enviara para Cuba e do campo de treinamento de guerrilheiros que criara no Vale do Paraíba em São Paulo. O JULGAMENTO EM NOME DA SEGURANÇA NACIONAL,Renato Tapajós O filme registra as sessões do Tribunal de Tiradentes, evento promovido em 1983 para “julgar” a Lei de Segurança Nacional, de 1967, que tornava todos os cidadãos responsáveis pela segurança do país. Sem valor jurídico, o Tribunal era uma espécie de catarse social dos perseguidos pela ditadura. O material filmado no Tribunal Tiradentes passou a constituir a base narrativa para o documentário, que mostra os efeitos da aplicação dessa doutrina em diversos segmentos da sociedade