GESTÃO ESTRATÉGICA FOCADA EM RESULTADOS Cátia Saraiva Silva Raquel Santana Fontes Prof. Esp. Paulo Ricardo Trussardi Maia (Orientador) RESUMO Em um mundo globalizado cujas características são as fortes mudanças e a concorrência feroz, o planejamento estratégico está se tornando indispensável para o sucesso organizacional e o mesmo deve ser contínuo e ininterrupto, flexível e adaptável ao cotidiano da empresa. O processo da Administração Estratégica envolve análise do ambiente, estabelecimento de diretrizes organizacionais, formulação da estratégia, implementação da estratégia e controle estratégico. Sendo assim, a Gestão Estratégica é de extrema importância nas organizações, pois ao analisar todos os processos existentes e a real situação da empresa, busca desenvolver ações corretivas constantes com foco nos objetivos e metas e com isso desenvolve suas estratégias de forma a manter seu crescimento e diferenciação competitiva. Os ambientes organizacionais mudam constantemente, e as organizações devem se transformar de maneira adequada para assegurar que suas metas possam ser alcançadas. Diante disso, é necessário fazer uso do controle estratégico, um tipo especial de controle organizacional, que concentra-se na monitoração e avaliação do processo de administração estratégica, com isso, garante-se que o planejado realmente ocorra. Palavras-chave: Controle Estratégico. Gestão Estratégica. Planejamento Estratégico. ABSTRACT In a globalized world whose characteristics are the major changes and fierce competition, strategic planning is becoming essential for organizational success and it should be continuous and uninterrupted, flexible and adaptable to everyday business. The process of Strategic Management involves environmental analysis, establishment of organizational guidelines, strategy formulation, strategy implementation and strategic control. Thus, the Strategic Management is extremely important in organizations because when analyzing all existing processes and the actual situation of the company, seeks to develop correctives actions focusing on goals and objectives and thus develops its strategies in order to maintain its growth and competitive differentiation. Organizational environments are constantly changing, and organizations must become properly to ensure that your goals can be reached. Therefore, it is necessary to make use of strategic control, a special type of organizational control, which focuses on monitoring and evaluation of the process of strategic management, therefore, ensures that the planned actually occurs. Keywords: Strategic control. Strategic Management. Strategic Planning. 303 1 INTRODUÇÃO O mundo dos negócios encontra-se em transformação acelerada e as empresas não conseguem sobreviver quando apenas alguns dos gestores estão envolvidos na formulação e implementação de estratégias. É necessário entender que a estratégia existe em vários níveis em qualquer organização, levando-se em consideração os diferentes graus de importância de cada nível hierárquico para o alcance dos objetivos organizacionais. O presente artigo tem por objeto de estudo o Agroamigo, programa de Microfinança Rural do Banco do Nordeste, operacionalizado em parceria com o Instituto Nordeste Cidadania e com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Trata-se de uma iniciativa pioneira no Brasil que visa à concessão de financiamento para área rural, adotando metodologia própria de atendimento, cuja principal premissa consiste na concessão de crédito orientando e acompanhado. O Agroamigo teve início em 2005. Na posição de julho/2011, o Programa está presente em 159 unidades do Banco, atendendo a 1.945 municípios do Nordeste brasileiro e Norte de Minas Gerais. O Instituto Nordeste Cidadania é uma organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), inscrita com o CNPJ: 01.437.408/0001-98, fundada em 1993 durante a Campanha Nacional de Combate à Fome, à Miséria e pela Vida. Atualmente, está presente em toda a área de atuação do Banco do Nordeste. Em maio/2010, contava com 602 Assessores de Microcrédito Rural, profissionais contratados com o objetivo de elaborarem as propostas dos clientes do Agroamigo e fazerem o acompanhamento do crédito. A missão do Agroamigo é contribuir para o desenvolvimento da agricultura familiar na área de atuação do Banco do Nordeste, mediante a concessão de microcrédito rural, orientado e acompanhado, de forma sustentável, promovendo a melhoria de renda dos clientes. A visão é ser líder da América do Sul no mercado de microfinanças rurais direcionado aos agricultores familiares, atendendo aos empreendedores de forma orientada, ética e acompanhada. A Gestão Estratégica focada em resultados justifica-se pelo fato de transformar intenções estratégicas em resultados concretos, a fim de agregar recursos e competências e, com o gerenciamento e monitoramento em tempo real, acelera a 304 execução das ações e faz acontecer os resultados esperados. O controle sistemático amplia a aprendizagem organizacional e a comunicação de resultados. Este trabalho consiste em estudar os motivos pelos quais os assessores do Agroamigo não conseguem atingir as metas mensalmente propostas pelo programa de microcrédito rural do Banco do Nordeste. O objetivo geral desse relatório é avaliar as possíveis vantagens da utilização de uma Gestão Estratégica focada em resultados no Programa de Microfinança Rural denominado Agroamigo, situado em Lagarto/SE. Para obter melhores resultados foram desenvolvidos como objetivos específicos: Apresentar as etapas do processo da Administração Estratégica; Verificar os controles atuais; Sugerir ações corretivas constantes, com foco nos objetivos e metas propostos pela empresa. Metodologicamente, realizou-se uma pesquisa exploratória, descritiva, e de campo, em que as autoras tiveram a oportunidade de participar observando os processos operacionais do Agroamigo, localizado na Praça da Piedade, 30, na cidade de Lagarto/SE, com o objetivo de coletar informações da realidade e promover possíveis melhorias de forma que os gestores responsáveis pela aplicação da Gestão Estratégica tenham bases cruciais para pensar estrategicamente sobre a posição de sua empresa e sobre o impacto causado pela mudança das condições. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 A importância da Gestão Estratégica A Gestão Estratégica procura reunir o plano estratégico e sua implementação em um único processo. Visa assegurar as mudanças organizacionais necessárias para essa implementação e a participação dos vários níveis organizacionais envolvidos em seu processo decisório, a fim de avaliar a situação, elaborar um projeto de mudança estratégica e acompanhar e gerenciar os passos de implementação. Para Costa (2005), Formalmente podemos conceituar gestão estratégica como o processo sistemático, planejado, gerenciado, executado e acompanhado sob a liderança da alta administração da instituição, envolvendo e 305 comprometendo todos os gerentes e responsáveis e colaboradores da organização. (COSTA, 2005, p. 54). Segundo Certo et al. (2005, p. 3), “a administração estratégica é definida como um processo contínuo e interativo que visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado com o seu ambiente.” Sendo assim, o processo de administração estratégica inicia-se com a análise do ambiente interno e externo, destacando no ambiente interno os pontos fracos e fortes e no ambiente externo as oportunidades e os riscos. Para Fernandes e Berton (2006): A administração estratégica é o processo de planejar, executar e controlar, conduzindo a organização por meio de uma estratégia ampla, abrangendo as áreas de marketing, de operações, de pessoal e de finanças. (FERNANDES E BERTON, 2006, p. 9). Esse processo de administração estratégica envolve análise do ambiente, estabelecimento de diretrizes organizacionais, formulação da estratégia, implementação da estratégia e controle estratégico. Também é importante que as principais funções de negócio dentro de uma organização – marketing, operações e finanças – estejam integradas com o processo de gestão estratégica. Chiavenato e Sapiro (2010) deixa bem claro que os gerentes projetam estratégias devido à necessidade de conduzir os negócios da empresa além de proporcionar um meio de ligar as ações e tomadas de decisão nas várias partes da organização. Sem a estratégia, um gerente não tem um rumo previamente considerado para seguir e não tem um programa de ação unificado para produzir os resultados almejados. Os administradores devem compreender que o desenvolvimento de um sistema de administração estratégica efetivo em qualquer organização pode ser uma tarefa demorada e difícil, que exige apoio, concentração de muitos esforços e muita paciência. 2.2 O processo de Administração Estratégica Embora seja difícil saber com certeza se uma empresa está seguindo a melhor estratégia, é possível reduzir a probabilidade de se cometer erros. A melhor maneira de 306 fazer isso é escolher a estratégia da empresa de forma cuidadosa e sistemática, além de acompanhar o processo de administração estratégica. Para Barney e Hesterly (2007): O processo de administração estratégica é um conjunto seqüencial de análises e escolhas que podem aumentar a probabilidade de que uma empresa escolherá uma boa estratégia, isto é, uma estratégia que gere vantagens competitivas. (BARNEY E HESTERLY, 2007, p.5). Para Hitt et al. (2008) uma empresa tem vantagem competitiva quando implementa uma estratégia que os concorrentes não conseguem copiar ou acham custosa demais para imitar. Uma organização só pode ter certeza de que sua estratégia resultou em uma ou mais vantagens competitivas úteis quando os esforços dos concorrentes para copiá-la pararam ou fracassaram. Além disso, as empresas têm de entender que nenhuma vantagem competitiva é permanente. Sendo assim, a velocidade com que os concorrentes conseguem adquirir as habilidades necessárias para duplicar os benefícios de uma estratégia de criação de valor de uma empresa determina quanto tempo uma vantagem competitiva irá durar. 2.3 Análise do Ambiente Para Certo et al. (2005, p. 8), “o ambiente organizacional é o conjunto de todos os fatores, tanto internos como externos, que podem influenciar o progresso obtido por meio da realização dos objetivos.” Dessa forma, o processo de administração estratégica começa com a análise do ambiente, isto é, com o processo de monitorar o ambiente organizacional para identificar as oportunidades e os riscos atuais e futuros. De acordo com Thompson JR e Strickland III (2002) o dimensionamento dos pontos fortes e pontos fracos internos da empresa e suas oportunidades externas normalmente recebe o nome de análise de SWOT, pois esta é uma técnica fácil de ser usada para obter uma visão geral da situação estratégica da empresa. Sendo assim, essa análise de SWOT enfatiza o princípio básico de que a estratégia deve produzir um bom ajuste entre a capacidade interna da empresa e suas circunstâncias externas, ou seja, refletida em parte por suas oportunidades e ameaças. É necessário criar um ambiente positivo dentro da organização, conscientizando todos a fazer mais do que o necessário, tornando dessa forma o envolvimento e a 307 motivação na busca de melhores resultados um fator de desenvolvimento do negócio, ou seja, os administradores devem avaliar e recompensar o desempenho dos colaboradores para que a organização atinja seus objetivos. Segundo Souza (2010), Os colaboradores, ou seja, gestores e funcionários precisam estar motivados para executarem suas atividades da melhor forma possível na organização. Isso pode ser possível através de recompensas e benefícios oferecidos pela empresa. (SOUZA, 2010, p. 53). Por isso, o conhecimento da organização e do ambiente que a cerca é fundamental para o sucesso do negócio. Nesse sentido é preciso reunir dados relacionados com fatores importantes, analisá-los e considerar suas implicações com o ambiente empresarial. 2.4 Estabelecimento da Diretriz Organizacional Segundo Certo et al. (2005) a segunda etapa da administração estratégica é o estabelecimento de uma diretriz organizacional ou a determinação da meta da organização e existem dois indicadores principais da direção para a qual a organização é levada: a missão e os objetivos organizacionais, sendo que a missão organizacional é a finalidade da organização ou a razão pela qual ela existe e para desenvolvê-la de maneira apropriada, a gestão estratégica deve analisar e considerar as informações geradas durante o processo de análise do ambiente. Para Chiavenato e Sapiro (2010): (...) um objetivo organizacional é uma situação desejada que a organização deseja e pretende alcançar. É uma imagem que a organização pretende para o seu futuro. Quando um objetivo é atingido, ele deixa de ser a imagem orientadora da organização e é assimilado à organização como algo real e atual. Torna-se realidade e deixa de ser o objetivo desejado. Nesse sentido, um objetivo nunca existe como algo tangível: ele é um estado que se procura e não um estado que se possui. (CHIAVENATO E SAPIRO, 2010, p. 71). É perceptível que um objetivo organizacional é uma meta para a qual a organização direciona seus esforços e o mesmo fornece o fundamento para o planejamento, a organização, a motivação e o controle. Sem objetivos e sem uma 308 comunicação efetiva, a organização pode tomar qualquer direção. Dessa forma a eficiência da organização é alcançada à medida que ela atinge seus objetivos. Para Thompson JR e Strickland III (2002) uma organização precisa de objetivos de longo prazo e de objetivos de curto prazo. Sendo que os objetivos de longo prazo ao estabelecer metas de desempenho com cinco ou mais anos de antecedência obriga os gerentes a executar ações no presente para atingir mais tarde o desempenho estabelecido de longo prazo. Em contrapartida, os objetivos de curto prazo estabelecem os resultados imediatos e de curto prazo a serem alcançados e indicam a velocidade com que os gerentes querem que a organização progrida. 2.5 Formulação da Estratégia Para Certo et al. (2005) as estratégias organizacionais são formuladas pela alta administração e implica determinar cursos de ação apropriados para alcançar objetivos. Isso inclui atividades como análise do ambiente, planejamento e seleção de estratégias que aumentem as chances de a organização atingir suas metas. Para Thompson JR e Strickland III (2002, p. 53) As organizações precisam de estratégias pra orientar-se sobre como atingir os objetivos e como seguir a missão da organização. A elaboração de estratégia é tudo sobre como – como atingir as metas de desempenho, como superar os rivais, como atingir vantagem competitiva sustentável, como reforçar a posição de longo prazo no negócio da empresa, como transformar em realidade a visão estratégica da gerência para a empresa. (THOMPSON E STRICKLAND III, 2002, p. 53). Por isso a estratégia é de suma importância para a empresa como um todo, para cada negócio em que a empresa está, e para cada parte funcional do negócio, pois a estratégia é inerentemente orientada pela ação, ela trata do que fazer, quando fazer, e de quem deve ser envolvido no esforço. Se não houver ação, se não acontecer alguma coisa, se alguém não fizer algo, a reflexão e o planejamento estratégicos simplesmente constituem desperdício, sem acrescentar coisa nenhuma. 309 2.6 Implementação da Estratégia Fernandes e Berton (2006) deixa bem claro que implementar uma estratégia sempre envolve algum grau de mudança. Entretanto, como um referencial de análise, é conveniente considerar três grupos de mudanças que devem ocorrer de maneira equilibrada à estratégia. Essas mudanças envolvem transformações na estrutura, nas pessoas e nos processos organizacionais. Sendo assim, a tarefa de quem implementa estratégia é converter a estratégia em ação para atingir os objetivos estabelecidos, isso requer habilidade para direcionar a mudança organizacional, projetar e supervisionar os processos do negócio, gerenciar pessoas, pois as empresas não implementam estratégias, são as pessoas que fazem isto. De acordo com Chiavenato e Sapiro (2010) o mundo em si, principalmente dos negócios, em constante mudança, se deve ao crescimento das organizações, por esse motivo estas precisam estar preparadas para enfrentar possíveis mudanças que possam surgir, assim como alavancar a capacidade de criação como dispor de novas habilidades e atitudes e estar sempre inovando. Dessa forma as empresas estarão criando o seu próprio diferencial perante seus concorrentes, pois o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e as organizações precisam estar sempre traçando estratégias que possibilitem a sua alavancagem mantendo-se sempre à frente no mercado e atendendo às expectativas dos funcionários, clientes, fornecedores entre outros. Já Thompson JR e Strickland III (2002) considera que a chave para o sucesso da implementação é a comunicação da mudança organizacional com bastante clareza e persuasão para gerar comprometimento dentro da organização para executar a estratégia e alcançar os resultados. Dessa forma, cada desafio da implementação de estratégia acontece em um contexto organizacional diferente, pois os ambientes de trabalho, culturas e as pessoas são diferentes, exigindo assim uma abordagem personalizada para a implementação da estratégia em determinada organização. 2.7 Controle Estratégico Para Certo et al. (2005) exercer controle é a parte principal do trabalho de cada administrador, ou seja, controlar é fazer que algo ocorra da forma como foi planejado. 310 Sendo assim, para controlar, os gestores devem conhecer com clareza os resultados esperados de uma ação particular, pois somente assim é possível determinar se o que foi previsto realmente está ocorrendo e quais mudanças serão necessárias para garantir que os resultados desejados sejam alcançados. Souza (2010) considera que a finalidade mais importante do controle estratégico seja a de ajudar a alta administração a atingir as metas organizacionais por meio de monitoração e avaliação do processo de administração estratégica. E conforme já foi visto, esse processo resulta numa avaliação do ambiente organizacional, no estabelecimento da missão e das metas organizacionais, no desenvolvimento de formas de lidar com a concorrência para atingir essas metas e num plano para implementar as estratégias. Sendo assim, exercer controle em organizações significa monitorar, avaliar e melhorar os diversos tipos de atividades que ocorrem dentro delas para fazer que os eventos aconteçam de maneira planejada. O controle estratégico concentra-se na monitoração e avaliação do processo de administração estratégica. Com isso, garante-se que o planejado realmente ocorra. Embora o controle estratégico tenha diversas finalidades dentro de uma organização, a mais relevante é ajudar os gestores a alcançar os objetivos traçados pela administração estratégica. Para Oliveira (2004) a atividade de controlar deve ser entendida como o processo de coletar e realimentar informações sobre o desempenho, de maneira que os responsáveis pelas tomadas de decisões possam comparar os resultados realizados com os resultados planejados e decidir o que fazer a respeito de distorções ou problemas diagnosticados. Assim que os gestores tiverem coletado as informações e comparado com os objetivos estabelecidos, deve-se efetivar uma ação corretiva. A ação corretiva é definida como uma mudança que o administrador faz no funcionamento de uma organização para garantir que ela alcance os objetivos organizacionais de maneira mais efetiva e eficiente e trabalhe de acordo com os padrões estabelecidos (CERTO ET AL., 2005). No caso do Agroamigo, é necessário algumas ações corretivas para ajudar os assessores a conseguirem alcançar as metas estabelecidas pelo programa, a fim de tornar as atividades operacionais eficientes e eficazes, alcançando os objetivos propostos pelo programa. 311 3 RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS No período de realização da pesquisa desenvolvida no Agroamigo (Programa de Microcrédito Rural do Banco do Nordeste), foi observada através do acompanhamento diário das atividades administrativas e operacionais desenvolvidas pelo Agroamigo, a ausência de uma Gestão Estratégica com foco em resultados, dificultando dessa maneira o alcance das metas designadas aos assessores. O quadro funcional do Agroamigo na Agência de Lagarto é composto de um Coordenador, uma Assistente Administrativa e três assessores de microcrédito. Cada assessor tem a responsabilidade de contratar 55 operações de empréstimo por mês, sendo que tanto pode ser de clientes novos ou renovação de clientes que já quitaram suas parcelas e tenham interesse de um novo crédito. É importante mencionar através das observações realizadas, que existe um Planejamento Estratégico, mas não coerente com a realidade existente e os problemas enfrentados pelos assessores. Pois durante a pesquisa, foi perceptível, o fato de que os assessores entregavam ao gerente operacional já na última semana do mês, uma quantidade inferior de propostas a serem contratadas. O procedimento correto seria cada assessor entregar semanalmente uma quantidade determinada de propostas, a fim de não sobrecarregar o gerente e os colaboradores relacionados ao setor, com o objetivo de conseguir atingir a meta de 55 propostas pelo programa. No período em que ocorreu a pesquisa no Agroamigo, observou-se a utilização de um Planejamento Estratégico, no entanto, para sua efetiva implantação deve seguir ainda algumas etapas do processo da Administração Estratégica, ou seja, o Agroamigo em Lagarto deve fazer uma análise interna do ambiente observando seus pontos fortes e fracos, análise externa, identificando as ameaças e oportunidades que se apresentam ao microcrédito, para então determinar os fatores críticos de sucesso, Formulação da Estratégia, significa dizer que o Coordenador precisa determinar para os assessores os cursos de ação apropriados para alcançar os objetivos, e o Controle Estratégico, este último de extrema importância, pois o gestor responsável pelo Agroamigo deve monitorar e avaliar se as metas estão sendo alcançadas e se não, sugerir melhorias e indicar quais mudanças serão necessárias para garantir que os resultados sejam superados. 312 Nos tempos atuais, as organizações de sucesso são aquelas capazes de se adaptar adequadamente ao processo contínuo de mudanças no mundo dinâmico e competitivo dos negócios. Mais ainda, o sucesso é maior à medida que elas se antecipam de maneira proativa a essas mudanças. Mas como conseguir tal proeza? A resposta está quase sempre na Gestão Estratégica. A estratégia de uma empresa nunca é totalmente conhecida em seus mínimos detalhes. A realidade é sempre mais rica e dinâmica. O processo nunca é estático, os clientes mudam seus desejos e novas tecnologias aparecem. Os controles estratégicos ajudam a empresa a compreender o que é necessário para ter sucesso, exigem uma comunicação ampla entre os gerentes, pois nem sempre as ações acontecem de forma planejada. A estratégia é projetada para atingir metas organizacionais dentro de determinado prazo de tempo, o controle mantém o foco nos resultados. O processo de implementação da estratégia envolve a criação de equipes para o desenvolvimento das atividades planejadas, com isso favorece a criação de um ambiente saudável de trabalho e reflete nos resultados esperados. Um fator de suma importância para a implementação de estratégias é a cultura de cada organização, pois a mesma tem o poder de influenciar o comportamento dos colaboradores no que se refere ao alcance das metas. O tema tratado no presente artigo representa, portanto, um assunto que deve merecer grande interesse por parte dos gestores, por ter um potencial de contribuição significativo. As organizações precisam de estratégias para orientar-se sobre como atingir os objetivos e como seguir a missão da organização na busca de resultados e a Gestão Estratégia é necessária para a empresa como um todo, para cada negócio em que a empresa está, e para cada parte funcional de cada negócio. REFERÊNCIAS BARNEY, J. B. HESTERLY, W. S. Administração Estratégica e Vantagem Competitiva. 3 reimpr. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 313 CERTO, Samuel C. PETER, J.P. MARCONDES, Reynaldo Cavalheiro. CESAR, Ana Maria Roux. Administração Estratégica: planejamento e implantação da estratégia. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento Estratégico: fundamentos e aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. COSTA, Ana Paula Paulino da. Balanced Scorecard: Conceitos e Guia de Implementação. 1. ed. 2 reimpr. São Paulo: Atlas, 2006. COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão Estratégica. 1. ed. 5. reimpr. São Paulo: Saraiva, 2005. FERNANDES, Bruno Henrique Rocha; BERTON, Luiz Hamilton. Administração Estratégica: da competência empreendedora à avaliação de desempenho. 1. ed. 2. reimpr. São Paulo: Saraiva, 2006. HITT, Michael A. IRELAND, R. Duane. HOSKISSON, Robert E. Administração Estratégica: Competitividade e Globalização. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. JR, Arthur A. Thompson. STRICKLAND III, A. J. Planejamento Estratégico: elaboração, implementação e execução. 1. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. KAPLAN, Robert S. NORTON, David P. A Estratégia em Ação: Balanced Scorecard. 15. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, Organização e Métodos. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2004. SOUZA, José Marcos Nascimento de. Administração Estratégica. 1. ed. Aracaju: Unit, 2010. 314