XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
RESGATANDO CONHECIMENTOS HISTÓRICOS DA NOSSA
CULTURA ATRAVÉS DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA
Andreza Barbosa dos Santos Lins1, Danila Cassiana Silva da União2, Ross Alves do Nascimento3.

Introdução
Nossa produção tem como objetivo apresentar através da contação de história elementos de nossa cultura que
nos possibilite desenvolver um trabalho de resgate de valores culturais e a autoestima de pertencimento historicamente
construído, além de estimular o processo do conhecimento inerente às disciplinas curriculares.
Com o recurso da multidisciplinaridade envolvemos todas as disciplinas presentes no currículo do ensino
fundamental I, pois acreditamos ser esta uma grande ferramenta metodológica para contemplarmos o interesse e
habilidade de todos os alunos sem negligenciar tanto a importância de cada disciplina quanto a diversidade presente em
uma sala de aula.
Portanto, nesta perspectiva, apresentaremos todos os elementos que nos utilizamos para auxiliar o
desenvolvimento deste projeto que nos rende, até atualidade, fortes indícios de como é possível produzir um trabalho de
consistência e que alcance resultados satisfatórios na aquisição e internalização do conhecimento. E melhor ainda, do
gosto pela leitura e o prazer da escrita.
Este trabalho vem sendo desenvolvido na Escola Municipal da Guabiraba localizada na Rua Cassiterita, 395
A, no Bairro da Guabiraba, Cidade do Recife - Pernambuco. Nas margens da BR – 101 Norte. Escola onde
desenvovlemos nosso trabalho, como bolsistas, do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID).
Material e métodos
Fizemos uso de alguns recursos didáticos como: fichas de imagens sequenciadas com ou sem continuidade de
sentido visual, Datashow para apresentação das imagens ao coletivo, livro paradidático fragmentado em cartões que
iniciavam e agrupavam diferentes histórias dos clássicos da literatura infantil, vários textos de diferentes gêneros, e
apresentações de alguns elementos de nossa cultura local dialogando com personagens constituídos ao longo de nossa
história.
A multidisciplinaridade foi sem duvida um dos caminhos que lançamos mão para nos auxiliar nos conteúdos
em que queríamos ministrar, muito embora todo meio de informação e apresentação de um determinado conjunto de
informações e regras possua um teor mensurável, vale salientar, que nossa intencionalidade era de produzir um diálogo
coerente e produtivo do trabalho lúdico juntamente com a sistematização dos conteúdos curriculares que podem trazer
muitos benefícios tanto para o cognitivo quanto para o aprendizado dos alunos. Disponibilizamos atividades que
estimulam a capacidade expressiva, criativa, narrativa de cada educando como facilitador de nossa dinâmica de ensino,
para com isso, avançarmos em nossa proposta didática.
Seguimos então, com o método de ensino aprendizagem, onde os alunos são capazes de avançar através de
trocas de experiências vividas por meio da interação, usamos pequenas equipes e duplas para desenvolver o trabalho que
iniciamos utilizando uma sequência didática. Esta sequência, em princípio perdurou por um intervalo de tempo maior
nas disciplinas que os alunos apresentaram maior dificuldade, como por exemplo, destacamos a disciplina de língua
portuguesa, pois nossos alunos, embora sejam de 3º ano do ensino fundamental I, apresentam maiores dificuldades na
leitura e consequentemente na escrita, justamente por não conseguirem decodificar palavras e pequenos textos
propostos. Portanto, resolvemos partir deste pressuposto de que seria, para nós, um perfeito início para desenvolvermos
nosso projeto e ao mesmo tempo contribuirmos para superação das dificuldades apresentadas pela turma na qual
trabalhamos.
Resultados e Discussão
Estamos desenvolvendo este trabalho a pouco mais de cinco meses e temos percebido valorosos avanços no tocante
à leitura, observamos crianças com maior interesse em folhear um livro, em contar sua história, em mostrar sua
superação alcançada. O prazer em escrever logo aparece ao longo do processo de aquisição da leitura, obviamente os
1
Andreza Barbosa dos Santos Lins é graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia, Departamento de Educação, Universidade Federal Rural
de Pernambuco. Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos – Recife/PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
2
Danila Cassiana Silva da União é graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia, Departamento de Educação, Universidade Federal Rural
de Pernambuco. Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos – Recife/PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
3
Ross Alves do Nascimento é Professor Doutor Adjunto do Departamento de Educação, Departamento de Educação, Universidade Federal Rural
de Pernambuco. Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos – Recife/PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
alunos sentem a necessidade de produzir seus próprios registros no momento em que se encontram seguros para
produzir seus inscritos.
BERTELLO (2004) diz que para muitos a Arte é vista como uma palavra difícil de ser entendida, mas na verdade
não é tendo em vista que todos têm contato com ela diariamente. Cada pessoa pode ter sua ideia sobre o que é Arte, e,
muitas dessas ideias estão corretas (...), na verdade nos valemos do gosto pelos desenhos pressente em, sua grande
maioria nas crianças, sobretudo, nas que estão em processo de alfabetização e letramento, pois sabemos que antes
mesmo das palavras escritas através das letras ou signos, todos somos capazes de nos comunicar utilizando os desenhos
como formas de se expressar graficamente.
Nessa perspectiva, percorremos por todas as dificuldades apresentadas ao longo de nossas observações ao chegar à
escola em que desenvolvemos nosso trabalho do (PIBID), e claro, durante todas as nossas observações o fracasso da
leitura e escrita se tornou uma problemática recorrente durante o tempo em que disponibilizamos para detectar os
avanços e dificuldades que os alunos apresentavam nesse período.
Além da problemática percebida com relação ao letramento dos alunos percebemos que a maior parte da carga
horária era disponibilizada para ministrar disciplinas curriculares consideradas de maior importância, como por
exemplo, língua portuguesa e matemática, de modo que, havia sempre uma ruptura dos conteúdos apresentados e
consequentemente uma maior recorrência de desinteresse, perda de sentido do que se estava sendo colocado para os
alunos. Pensamos então, na necessidade de se trabalhar as outras disciplinas presentes na grade curricular do ensino
fundamental I e que é de suma importância para que os alunos consigam desenvolver outras habilidades como:
oralidade, percepção criativa, noções de pertencimento de nossa cultura, de nossa história, noções de tempo e espaço
visando explorar a cronologia dos acontecimentos e ainda desenvolver conhecimento geográfico a partir de nosso
bairro, nossa cidade, nosso estado.
Laville diz que enquanto na maioria dos países se diz que o objetivo do ensino da história é desenvolver nos alunos
as capacidades de que o cidadão precisa para participar da sociedade de maneira autônoma e refletida, o ensino da
história ainda é muitas vezes reduzido a uma narrativa fechada, destinada a modelar as consciências e a ditar as
obrigações e os comportamentos para com a nação (LAVILLE, 1999, p. 135).
Portanto, cabe salientar, que consideramos interessante nos apropriamos de alguns conceitos construídos pelo ensino
da história, na atualidade, para ampliar o nosso olhar, como um todo, para as necessidades de contemplar as demais
disciplinas presentes no currículo do 3º ano do ensino fundamental I.
Alguns questionamentos foram feitos durante o processo de desenvolvimento do trabalho, questionamentos de como
seria possível desenvolver um trabalho que pudesse alcançar resultados satisfatórios, ao mesmo tempo não ficasse
enfadonho e repetitivo, fomos questionadas pela a professora regente da turma e nos sentimos completamente à vontade
para apresentar uma perspectiva de ensino inovador, presente na pedagogia moderna. Apresentamos um pequeno livro
paradidático que faz uma interessante junção de clássicos da literatura infantil, portanto, é com base no livro contado em
pequenas fichas do Autor Paulo Tadeu que nos inspiramos para desenvolver este trabalho, aqui escrito.
Quando lemos, não enxergamos apenas as marcas das palavras, traços ou imagens plásticas, mas fazemos pelo
significado que aprendemos a lhes atribuir. Assim nos comportamos por uma das características da espécie humana
(VYGOTSKY 1, 1984; 2001).
Agradecimentos
Nossos agradecimentos vão para a Coordenadora Pedagógica Márcia Castro e a Professora Jeane Brasilino da
Escola Municipal da Guabiraba. Queremos registrar nosso profundo respeito, admiração e gratidão por nos
proporcionar um ambiente acolhedor e totalmente voltado para a construção do conhecimento, conhecimento este que
nos contagia e faz de nós, aprendizes, pessoas comprometidas com a Educação, assim como nos é ensinado. Vocês
contribuiem ativamanete para nossa formação.
REFERÊNCIAS
BERTELLO, Maria Augusta. Manual de Pesquisa em Arte. São Paulo: Perspectiva, 1994.
LAVILLE, C.; DIONNE, J. A construção do saber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.
VYGOTSKY, Leontiev, Luria. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. SP, Icone, 2001.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
Figura 1. Capa do livro que nos inspiramos que faz a junção de clássicos da literatura infantil e é apresentado em cartões.
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