RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A - Sanasa Campinas - submete à apreciação dos acionistas e da sociedade suas demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2001, primeiro ano sob a administração do Governo Democrático e Popular do Município de Campinas. As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com os dispositivos da Lei das Sociedades por Ações e com as normas estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários. 1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A - Sanasa Campinas - é uma sociedade de economia mista, de capital aberto desde 29 de abril de 1997. Foi constituída em 28 de dezembro de 1973, através da lei 4356, de 28 de dezembro de 1973, com o propósito de planejar, executar e operar os serviços públicos de água e esgoto sanitário no município de Campinas. Integralmente localizada na Bacia do Rio Tietê, Campinas tem uma população de 969.396 habitantes, segundo o Censo 2000. Na área urbana, estão 98% da população campineira, conformando um parque industrial, comercial e de serviços em permanente expansão cujas necessidades de saneamento são atendidas pela SANASA através de 3.600 km de redes de água e de 2.850 km de redes coletoras de esgoto. A Empresa apresenta os seguintes indicadores de atendimento da população urbana de Campinas: 98% de abastecimento de água; 88% de coleta e afastamento de esgoto; e 10% de tratamento de esgoto. Face a esta realidade, a Administração elegeu como prioritários os investimentos voltados para o tratamento do esgoto e recuperação dos mananciais hídricos da região, cada vez mais escassos e poluídos. A reestruturação organizacional ocorrida logo no início deste ano reduziu de 6 para 4 o número de diretorias, fundindo as áreas administrativa e financeira e as áreas técnica e operacional. Seus consumidores estão assim distribuídos: Número de ligações e de economias por categoria Categorias Ligações Nº 183.771 1.031 23.849 679 209.330 Residencial Pública Comercial Industrial Total % 87,8 0,5 11,4 0,3 100,0 Economias Nº 320.262 1.270 33.031 679 355.242 % 90,2 0,3 9,3 0,2 100,0 Base: média de 2001 2. 2.1. DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO Receita Operacional Líquida A SANASA encerrou o exercício de 2001 com uma receita líquida de R$ 165.891 mil, apresentando um acréscimo de 4,5% em relação a 2000 (R$ 158.745 mil). Este crescimento é atribuído, principalmente, à reestruturação tarifária implementada em julho de 2001, que teria significado um reajuste de 21,34% na tarifa média. Porém, face à abrupta queda do consumo de água decorrente da adoção do Programa de Racionamento de Energia Elétrica em junho, grande parte do aumento esperado na receita não se realizou. Nesta conjuntura adversa, contribuíram também para a evolução da receita o aumento no número de ligações e de economias e o esforço implementado para combate das irregularidades. RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (R$ milhões) 165,9 158,7 147,2 135,6 131,1 118,1 1996 2.2. 1997 1998 1999 2000 2001 Resultado Operacional O resultado operacional da Empresa alcançou R$ 17.383 mil, em 2001, revertendo um quadro de sucessivos prejuízos contabilizados nos últimos anos (-R$ 6.846 mil, em 2000). Além do crescimento da receita, contribuíram para este resultado a redução alcançada nos custos e despesas. Os custos dos serviços prestados sofreram uma queda de 2,8%, explicada pela redução nos gastos com depreciação e pelo incremento das obras e serviços de execução própria. As despesas operacionais, por sua vez, tiveram uma redução de 25,0%, explicada principalmente pela reversão de provisão sobre créditos de liquidação duvidosa (R$ 11.005 mil), pela redução de 41,8% nas perdas no recebimento de créditos e pela diminuição de 14,7% nos gastos com serviços terceirizados. Estes últimos gastos puderam ser bastante reduzidos devido às renegociações ocorridas nos valores contratuais e ao melhor aproveitamento da mão-de-obra própria nas obras. Em virtude da recuperação econômico-financeira, o EBTIDA (ou LAJIDA: Lucro antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortizações), teve uma significativa melhora em comparação com os anos anteriores. Com relação à receita operacional líquida, este indicador alcançou 32,3%, demonstrando um melhor desempenho da Empresa na geração de caixa. Indicadores financeiros (em R$ milhões) Indicadores 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Receita Operacional Líquida 118,1 131,1 135,6 147,2 158,7 165,9 Custos e despesas (94,0) (107,4) (107,5) (112,9) (122,0) (112,3) 24,1 23,6 28,1 34,3 36,8 53,6 EBTIDA (sobre Receita) 20,4% 18,0% 20,7% 23,3% 23,2% 32,3% Despesas financeiras, líquidas das receitas (18,3) (15,8) (12,8) (16,0) (22,5) (22,9) 2,7 2,3 1,6 1,3 0,1 6,1 0 0 (0,4) (0,4) (0,2) (7,8) 5,0 4,3 0 0 0 7,4 (6,4) (6,8) (2,8) (1,3) (6,8) 23,2 EBTIDA (1) Constituição/reversão I R diferido IR e Contribuição Social Reversão dos Juros sobre o Capital Resultado líquido (1) Lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortizações. EBTIDA (R$ milhões) 53,6 34,3 36,8 28,1 24,1 1996 2.3. 23,6 1997 1998 1999 2000 2001 Lucro Líquido O exercício de 2001 foi encerrado com o lucro líquido de R$ 23.191 mil, após um prejuízo de R$ 6.843 mil, em 2000. Este resultado foi equivalente a um lucro de R$ 0,23 por ação, em contrapartida ao prejuízo de R$ 0,07 por ação ocorrido em 2000. Com relação ao ativo, a rentabilidade foi de 6%, enquanto que a comparação do lucro com o patrimônio líquido revelou uma rentabilidade de 15%. Tendo como base o artigo 9º da Lei n.º 9.249/95, o Conselho de Administração da SANASA aprovou, durante o exercício de 2001, a distribuição de juros sobre capital próprio no valor de R$ 7.431 mil. 3. A CRISE ENERGÉTICA E SEUS IMPACTOS Os resultados econômico-financeiros da Empresa foram positivos, muito embora a crise energética que atingiu o país no ano de 2001 tenha tido efeitos negativos sobre o conjunto da economia e sobre o faturamento das empresas de saneamento, em particular. Os volumes de água e esgoto faturados pela SANASA durante o ano de 2001 decresceram, em média, 4,9% e 5,6%, respectivamente, em relação ao ano de 2000. A principal explicação para esta queda está no reflexo das medidas adotadas pelo programa de racionamento de energia sobre o consumo de água. Vale destacar que, no auge da crise, a queda no consumo de água chegou próxima de 10% em comparação com igual período do ano anterior. Em consequência da queda no volume, os valores faturados também sofreram impacto negativo. Nas categorias residencial e comercial, a queda no consumo reduziu os ganhos do ajuste tarifário, mas houve uma variação positiva de 2000 para 2001. Já nos setores público e industrial, os valores faturados chegaram mesmo a decrescer com relação ao ano anterior. No setor industrial, a brusca queda no volume e nos valores faturados também deve ser explicada pela crescente utilização de fontes alternativas de abastecimento (como perfuração de poços profundos), além da prática da reciclagem da água. Volume Faturado de Água e Esgoto ( mil m3) Categoria de uso Residencial 2001 Água Esgoto 2000 Total Água Esgoto Variação % Total Água Esgoto Total 63.468 52.870 116.338 66.531 55.979 122.510 -4,6 -5,6 -5,0 Pública 2.505 2.196 4.701 2.800 2.410 5.210 -10,5 -8,9 -9,8 Comercial 7.141 6.751 13.892 7.439 6.932 14.371 -4,0 -2,6 -3,3 921 838 1.759 1.094 1.051 2.145 -15,8 -20,3 -18,0 74.035 62.655 136.690 77.864 66.372 144.236 -4,9 -5,6 -5,2 Industrial Total Valores Faturados de Água e Esgoto (R$ mil) Categoria de uso 2001 Água Esgoto 2000 Total Água Esgoto Variação % Total Água Esgoto Total Residencial 48.073 41.088 89.161 42.928 36.570 79.498 12,0 12,4 12,2 Pública 13.709 12.299 26.008 14.103 12.423 26.526 -2,8 -1,0 -2,0 Comercial 23.129 22.616 45.745 22.438 21.464 43.902 3,1 5,4 4,2 Industrial 5.696 5.214 10.910 6.370 6.198 12.568 -10,6 -15,9 -13,2 90.607 81.217 171.824 85.839 76.655 162.494 5,6 6,0 5,7 Total 4. GESTÃO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA A fusão das áreas administrativa e financeira em uma única diretoria revelou-se uma medida acertada. Além da economia com a remuneração de diretores e gerentes, a medida propiciou uma maior integração entre os vários setores da Empresa, facilitando a implementação de ações conjuntas com vistas à geração de caixa para investimentos com recursos próprios e para a retomada de financiamentos. 4.1. Negociação de valores contratuais Com o objetivo de readequar os valores dos contratos vigentes à capacidade de pagamento da empresa e à realidade do mercado, a SANASA renegociou os valores acordados com seus fornecedores e prestadores de serviços, obtendo descontos e reduções que chegaram a 50%, totalizando um montante próximo de R$ 2 milhões. Além disso, pôs-se um fim na prática de reajustes automáticos anuais nos contratos de serviços, que passaram a ser analisados à luz dos preços praticados no mercado. 4.2. Revisão de tarifas e despesas bancárias Os convênios de arrecadação bancária foram reformulados e as tarifas bancárias foram negociadas e reduzidas. Ao mesmo tempo que isto significou uma melhora no atendimento aos consumidores, os gastos foram reduzidos em cerca de 10%. 4.3. Quitação da dívida com fornecedores O esforço para redução dos custos e despesas obteve êxito e permitiu a redução gradativa dos atrasos de pagamento com fornecedores e a quitação total da dívida herdada do ano anterior. Em 31 de dezembro de 2000, as faturas vencidas somavam R$ 5.984 mil e o atraso de pagamento chegava a 60 dias. O ano de 2001 chega ao fim com a dívida saldada e os pagamentos a vencer sendo feitos rigorosamente em dia. 4.4. Reestruturação tarifária Em julho de 2001, foi feita uma reestruturação das tarifas de água e esgoto e dos preços dos serviços oferecidos pela Empresa, com vistas à readequação de seus valores aos praticados por outras empresas de porte equivalente e à recuperação de sua capacidade de investimento. Frente a um diagnóstico de elevado grau de subsídios cruzados, que favorecia os consumidores residenciais com tarifas muito abaixo dos custos de tratamento e distribuição da água e onerava os consumidores comerciais e industriais com tarifas acima do mercado, a SANASA promoveu uma reestruturação tarifária que significou um reajuste médio de 34% para os primeiros e um reajuste abaixo da inflação para os demais. Por outro lado, as tarifas dos núcleos residenciais (favelas) não sofreram nenhum reajuste e foi criada a Tarifa Social, beneficiando as famílias com renda abaixo de 3 salários mínimos. Além da Tarifa Social, a tabela de preços de serviços da Empresa foi revista, levando a descontos de até 90%, em função do tamanho e localização do imóvel beneficiado pela expansão e ligação das novas redes. 4.5. Redução do endividamento e geração de caixa Ao longo de 2001, a Empresa reequacionou o seu Passivo, reduzindo o volume de endividamento de curto e longo prazos. No que se refere ao endividamento bancário para fazer face aos gastos correntes, foram quitados integralmente R$ 6,4 milhões contabilizados em 31 de dezembro de 2000, sendo R$ 2,5 milhões em capital de giro e R$ 3,9 milhões em utilização de contas garantidas. Livre da necessidade de recorrer a empréstimos de curto prazo, a Empresa finaliza o ano de 2001 com geração de caixa suficiente para fazer face às despesas programadas e com saldo em aplicações financeiras no valor de R$ 4.768 mil. 4.6. Financiamento para investimentos Em 2001, a Sanasa assinou dois contratos de financiamento junto ao Banespa com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FEHIDRO, financiamentos esses a fundo perdido. Os contratos no montante total de R$ 711 mil referem-se às obras de esgotamento sanitário do Parque Jambeiro e do Chapadão. A Agência Nacional de Água – ANA também aprovou recursos a fundo perdido no valor de R$ 1,7 milhões através do Programa Nacional de Despoluição de Bacias Hidrográficas - PRODES. Os recursos serão liberados futuramente para reembolsar parte dos gastos realizados na construção da Estação de Tratamento de Esgoto Santa Mônica, em andamento. Como resultado da recuperação financeira da Empresa, encontra-se em estruturação uma operação financeira da ordem de R$ 150 milhões para a implementação do plano de obras do período 2002-2004. Estes recursos deverão ser provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS. 5. GESTÃO TÉCNICO-OPERACIONAL Assim como ocorreu com a Diretoria administrativo-financeira, a área técnica e a área operacional também foram fundidas em uma única diretoria, resultando numa maior economia e melhor integração entre o pessoal de planejamento e projetos e o de execução e operação. 5.1. • • Obras executadas em 2001 43.810,52 m de redes de distribuição de água e subadutoras 43.920,60 m de redes coletoras de esgoto No conjunto, destacam-se as seguintes obras: • Subadutora Sta Terezinha, com 2.732,50 m de extensão e 500 mm de diâmetro • Subadutora Descampado, com 3.236,50 m de extensão e 250 mm de diâmetro Em relação à manutenção das instalações e novas ligações, a Sanasa executou: • 116.445 reparos • 4.801 ligações de água • 1.992 ligações de esgoto Foram concluídas as obras de implantação da ETE Samambaia, atendendo a uma população estimada em 30 mil habitantes, o que permitiu elevar o índice de tratamento de esgoto de 5,9% (janeiro/2001) para 10,0% (dezembro/2001). Na média do ano, o índice de tratamento foi de 8,6% do esgoto coletado e afastado em Campinas. 5.2. Controle de perdas Há vários anos, a Sanasa vem se dedicando ao desenvolvimento e implantação de programas para redução das perdas na distribuição de água. Como resultado destas ações, o índice de perdas foi reduzido de 38,6% em 1994, para 26,6% em 2001. Este fato representou uma economia de aproximadamente 75 milhões de m3 de água tratada no período, o que é equivalente ao volume total faturado no ano de 2001. Entre as ações implementadas, destacam-se: • troca de aproximadamente 12.000 hidrômetros com tempo de utilização superior a 10 anos, reduzindo a idade média dos medidores instalados para 5 anos. Este procedimento atende a portaria 246/2000 do INMETRO • instalação de mais 28 Estruturas Redutoras de Pressão (ERP), resultando em um total de 116 unidades instaladas, atendendo 78.357 consumidores, o que representa 22% da população abastecida • atuação no isolamento físico de áreas de abastecimento dos macro-setores (em andamento), atendendo 70.704 unidades consumidoras, o que significa 20% da população abastecida • aumento de 42% na extensão dos ensaios hidrostáticos em redes novas, com relação ao ano de 2000 • intensificação do programa de troca de redes em trechos críticos, reduzindo a ocorrência de vazamentos e rompimentos, o que resulta não só na redução das perdas físicas de água e dos custos correspondentes, como na redução dos gastos com futuros reparos. Percentual de Perdas na Distribuição de Água % 40,00 38,00 37,65 36,30 36,00 33,75 34,73 34,00 31,42 32,00 30,00 27,72 28,00 26,66 26,00 26,62 24,00 22,00 20,00 1.994 5.3. 1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 Laboratório Móvel A potabilidade da água produzida e distribuída pela SANASA é garantida pelas inúmeras análises feitas desde as fases do processo de tratamento até o cavalete de entrada do imóvel do consumidor. Este controle obedece rigorosamente às determinações do Ministério da Saúde que regulamenta o assunto através da Portaria 1469, de 29 de dezembro de 2000. Para aprimorar este trabalho, a SANASA colocou à disposição da população, em 2001, o Laboratório Móvel de Análise e Controle da Qualidade da Água. Este veículo percorre todos os bairros de Campinas, atendendo solicitações dos consumidores e checando, no próprio local, os parâmetros de potabilidade. O Laboratório Móvel, assistido por um químico e um encanador, atende também locais com grande concentração de público como feiras e escolas, esclarecendo dúvidas sobre o abastecimento e realizando testes sobre a qualidade da água. O Laboratório Móvel está apto a prestar serviços de medição de pressão, dar orientações sobre limpeza de caixas d'água, vazamentos internos, contas de água e serviços prestados pela SANASA. 6. GESTÃO COMERCIAL Excelência no atendimento aos consumidores é uma importante diretriz da nova administração da SANASA. Totalizando 10 postos distribuídos geograficamente na cidade, foram registrados 182 mil atendimentos neste ano. Buscando maior eficiência, qualidade e agilidade nos serviços prestados, foram alterados antigos procedimentos de trabalho e implementadas inovações na relação com os consumidores. Algumas ações merecem ser destacadas: • inauguração de mais um posto de atendimento na região central da cidade • alteração do sistema de atendimento para “0800”, permitindo que pedidos de informações e solicitações de serviços sejam feitos sem ônus para o usuário. Este sistema recebeu cerca de 506 mil ligações neste ano • ampliação do atendimento à população de baixa renda através de profissionais qualificados, incluindo assistentes sociais • realização de 30 novas ligações coletivas para núcleos não urbanizados (favelas) • recadastramento de 17 núcleos já urbanizados como categoria residencial padrão • elaboração de contratos de execução de obras com empreendimentos habitacionais, comerciais e industriais, que trará uma receita aproximada de R$ 2,2 milhões por ano 7. TECNOLOGIA E QUALIDADE No ano de 2001, uma série de medidas foram implementadas no campo da informática, propiciando um verdadeiro salto tecnológico nos procedimentos de rotina da Empresa e nas suas relações com o público externo. Entre outras, destacam-se: • investimentos em aplicativos e na parte de segurança para Intranet e Internet • na área de automação, foram ampliados a telemetria e o telecomando em centros de reservação, captação e estações de tratamento de água, totalizando 28 centros, todos com monitoramento a partir da Central de Controle Operacional, situada na sede da SANASA • programa de monitoramento “on-line” do Rio Atibaia, a ser implementado juntamente com o Consórcio Intermunicipal das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí, através de 3 estações, com o intuito de proteger o principal manancial do município de Campinas. Os dados estarão disponíveis aos demais municípios que compõem as Bacias, contribuindo para a agilização de decisões com respeito ao manancial • programa de limpeza de caixa d’água de escolas, creches e postos de saúde, com o objetivo principal de contribuir para a preservação da qualidade da água que é distribuída aos usuários • programa de análise, fiscalização, intervenção e adoção de proteção anticorrosiva e mecânica nas instalações feitas pelas concessionárias de gás, fibra ótica, telefonia, energia e outras, quando em interferências com as redes de água e esgoto da SANASA. Estão participando deste trabalho conjunto a Sanasa, as concessionárias envolvidas e a Prefeitura Municipal. 8. MEIO AMBIENTE A preocupação com o meio ambiente é intrínseca às atividades executadas pela SANASA. Estão sendo priorizadas por esta Administração a construção das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), visando elevar o índice de tratamento do que é coletado e afastado para 70%, até 2004. O processo de tratamento de esgoto constitui-se basicamente da aplicação de fenômenos físicos e biológicos, através dos quais o esgoto bruto, contendo elevado grau de poluição, alcança características que permitem seu lançamento no corpo d’água sem ocasionar impactos ambientais. A partir da inauguração da ETE Samambaia, em junho de 2001, pretende-se melhorar a qualidade das águas do Ribeirão Samambaia onde o efluente tratado é lançado. Em março de 2001, foi implantado nas ETE’s Santa Rosa e Arboreto dos Jequitibás o sistema de desinfecção dos efluentes tratados, utilizando hipoclorito de sódio, com a finalidade de eliminar organismos, tais como coliformes fecais, de forma a melhorar a qualidade dos referidos efluentes. Em setembro de 2001, a SANASA lançou o jornal intitulado “Água e Cidadania”, com circulação mensal e tiragem de 15 mil exemplares, abordando assuntos relativos ao meio ambiente. Além do jornal, a SANASA deu inicio aos estudos do projeto de elaboração e lançamento da revista “Uso Múltiplo da Água”, tendo como objetivo difundir o conhecimento de temas que influenciam na qualidade e na disponibilidade da água em nossas bacias. Merecem ainda ser destacados alguns programas com impactos positivos diretos sobre o meio ambiente e indiretos, através da educação ambiental: 8.1. Minha Escola na Sanasa O programa educativo “Minha Escola na Sanasa” foi iniciado em agosto de 2001 e envolve escolas de ensino fundamental e médio das redes municipal, estadual e particular de Campinas. Até o final do ano, tinham sido contemplados cerca de 5 mil alunos de 50 escolas da cidade. O objetivo é a divulgação ampla de conceitos gerais sobre os aspectos do recurso natural água, seus usos múltiplos e sucessivos e, particularmente, os aspectos relacionados à saúde e à qualidade de vida da população. A primeira fase do projeto consiste na apresentação em sala de aula, por profissionais da Sanasa, de tópicos relacionados à água e à cidadania, ocasião em que as crianças recebem material didático (cartilhas, folhetos, cartazes etc). Na segunda etapa, é realizada a visita aos mananciais utilizados pela Sanasa e às Estações de Tratamento de Água, dando conhecimento aos alunos de todo o processo de produção e distribuição. 8.2. Recicla Sanasa A Sanasa desenvolveu e implantou nas dependências da empresa o projeto Recicla Sanasa. Este consiste na separação do material reciclável do lixo comum, com a finalidade de destiná-lo ao reaproveitamento para fabricação de novos produtos, além de diminuir o lixo no aterro sanitário, reduzindo a poluição e melhorando a limpeza e a higiene da cidade. A separação seletiva dos resíduos é uma prática que acontece nos países mais desenvolvidos, trazendo benefícios inestimáveis, além de levar o hábito ecológico a todos os cidadãos. 8.3. Programa de Investimento da Bacia do Rio Atibaia e Pinheiros A Sanasa está participando, através do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, do Programa de Investimento da Bacia do Rio Atibaia e Ribeirão Pinheiros. O objetivo desse programa é melhorar a qualidade do manancial através de ações que proporcionem a recuperação ambiental, como, por exemplo, o reflorestamento ciliar. 9. GESTÃO DE PESSOAS Em 2001, foram reduzidos de 6 para 4 o número de diretorias e suprimiram-se alguns cargos gerenciais. A política de recursos humanos foi estabelecida de modo transparente, primando pela postura ética com relação aos empregados e ao sindicato. Reuniões periódicas com gerentes e trabalhadores propiciaram o resgate da credibilidade, reforçando a autonomia, a delegação de tarefas e a socialização das informações. Para atender às necessidades da Empresa e respeitados os requisitos de escolaridade e conhecimento necessários, 133 vagas foram preenchidas através de processo seletivo interno, valorizando o crescimento profissional dos trabalhadores. A Empresa encerrou o ano de 2001 com 1647 empregados, sendo 59% pertencentes ao quadro operacional e técnico e 41% com cargos administrativos e gerenciais. O salário-base mensal médio é de R$ 1.439,00. Neste ano foram contratados 119 empregados, por concurso público. 9.1. Plano de cargos e salários Atendendo a uma antiga reivindicação dos empregados, foi contratada uma empresa conceituada para redefinir a estrutura de cargos e carreiras. Baseada em habilidades e competências adquiridas e desenvolvidas, a gestão de pessoas converge seu foco no resultado e na valorização do empregado, permitindo a movimentação horizontal e vertical e possibilitando uma visão clara das ações necessárias para progredir na empresa. O processo de construção da nova estrutura de cargos e remunerações vem contando com a participação ativa da diretoria, comissão de empregados e sindicato. 9.2. Educação e Treinamento A Empresa conta com vários programas para treinamento e aperfeiçoamento dos empregados, no âmbito educacional, aprimoramento profissional e no campo da segurança no trabalho. o No ano de 2001, o programa educacional de Supletivo de 2 grau Telecurso 2000 passou a ter uma procura maior pelos empregados, estimulados pelos processos transparentes de movimentação interna do pessoal. O Programa de Bolsa de Estudos ampliou sua abrangência, reembolsando também cursos de pós-graduação. Foram também oferecidas 18 vagas para estágio de nível técnico e superior, possibilitando a integração empresa / escola. No área de segurança no trabalho, foram desenvolvidas atividades envolvendo 501 trabalhadores, incluindose: treinamento dos participantes da Brigada de Incêndio, primeiros socorros, prevenção ao soterramento e PAE Cloro (Plano de Ação de Emergência). Considerando-se ainda os cursos extras e seminários promovidos dentro e fora da Empresa, foram despendidas 4.592 horas para desenvolvimento profissional do corpo técnico. 9.3. Benefícios ao empregado e à família A partir do acordo coletivo firmado em maio de 2001, o adicional de 1% por ano de serviço na Empresa deixou de ser concedido, preservando-se os percentuais que já fazem parte da remuneração do empregado. Em contrapartida, foram preservados e ampliados uma série de benefícios que favorecem os trabalhadores e suas famílias, principalmente no âmbito da educação, alimentação e saúde (ver balanço social). Além destes benefícios, a Empresa também mantém programas dirigidos aos empregados e seus familiares. Merecem destaque: • Programa de Reabilitação Profissional, que se ocupa da readaptação de empregados com problemas de saúde, que estão impossibilitados de exercer as atividades inerentes ao seu cargo. Com responsabilidade social, a Empresa procura aproveitar o empregado em funções adequadas à sua condição de saúde • Programa de Reabilitação de Dependentes Químicos, que busca identificar os casos antes que atinjam sua forma mais crítica, permitindo assim a recuperação da vida profissional, familiar e social do empregado • “Férias na SANASA”, que proporciona passeios de férias aos filhos dos empregados, conciliando recreação e educação com respeito à conservação do meio ambiente. 9.4. Programa de Participação nos Lucros e Resultados O Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) teve suas bases revistas e acordadas com o Sindicato, procurando transformar este tipo de remuneração num verdadeiro incentivo ao trabalhador para o cumprimento de tarefas e para a superação de desafios. O valor a ser distribuído poderá atingir até R$ 1.000,00 por empregado, se cumpridas 5 metas pertinentes a: economia de energia elétrica, eliminação de irregularidades, redução de horas extras, execução de trabalhos espontâneos e redução de despesas gerais com insumos. A PLR representa um valor igual para todos os empregados, independentemente de cargo e salário. 10. BALANÇO SOCIAL A Sanasa gerou, no exercício de 2001, R$ 120.261 mil de valor adicionado aos insumos utilizados. Este montante representa a riqueza que a empresa agregou à sociedade com o trabalho e empenho de todos os seus empregados na execução dos serviços públicos de saneamento básico. O gráfico mostra como foram distribuídos os Valores Adicionados em 2001. Distribuição do Valor Adicionado - 2001 JU R O S E A LU G U ÉIS A C IO N IS TA S 34% 13% P ES S O A L G O VER N O 40% 13% Consciente do papel que uma empresa deve ocupar na sociedade, não só gerando empregos, mas contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos seus empregados, clientes e toda a comunidade, a SANASA vem cumprindo sua tarefa. O quadro apresenta o balanço social da Empresa com um resumo das principais ações voltadas aos seus empregados e familiares, ao público externo óe à preservação do meio ambiente. BALANÇO SOCIAL Indicadores 2001 R$ mil 1) INDICADORES SOCIAIS INTERNOS 2000 % R$ mil % 58.990 100,0 60.583 100,0 58.990 37.588 13.388 8.014 3.562 1.049 2.761 164 391 87 100,0 63,7 22,7 13,6 6,0 1,8 4,7 0,3 0,7 0,1 60.583 38.545 13.916 8.122 3.564 907 2.965 186 371 129 100,0 63,6 23,0 13,4 5,9 1,5 4,9 0,3 0,6 0,2 2) INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS 1.237 100,0 890 100,0 Cultura Fundo de Apoio à População de Sub- Habitação Urbana – FUNDAP Programas Educativos 138 11,2 0 0,0 931 168 75,2 13,6 809 81 90,9 9,1 925 100,0 372 100,0 845 80 91,3 8,7 365 7 98,2 1,8 Gastos com pessoal Remuneração fixa Encargos Sociais + FGTS Benefícios - Alimentação - Transporte - Saúde - Educação - Assistência Social - Outros 3) INDICADORES AMBIENTAIS Consórcio das Bacias Hidrográficas Programas de Meio Ambiente 11. PLANOS, PERSPECTIVAS E METAS O ano de 2001 foi o ano de saneamento financeiro da Empresa, em que a Administração esteve voltada, principalmente, para a recuperação da capacidade de investimento e endividamento necessários para a realização do seu plano de obras. Os anos seguintes serão marcados pela execução de um audacioso projeto que se destaca pelo objetivo principal de elevar o índice de tratamento do esgoto de 5,9%, em 2000, para 70%, até 2004. As obras de água e esgoto previstas até 2004 estão estimadas em cerca de R$ 150 milhões, dos quais 6,6% destinados à água, 21,7% à coleta e afastamento do esgoto e 71,7% ao tratamento do esgoto. Os investimentos em abastecimento de água e afastamento do esgoto obedecerão às prioridades do Orçamento Participativo, tendo como diretriz 100% do atendimento. Para atingir a meta de 70% de tratamento do esgoto, a SANASA pretende implantar as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) do Piçarrão, Santa Mônica, Sousas/Joaquim Egídio, Anhumas, Barão Geraldo, Boa Vista e San Martim, o que reduzirá a poluição de inúmeros corpos d’água (Ribeirão Piçarrão, Quilombo, Anhumas, Atibaia, entre outros), que cortam Campinas e demais municípios da região. Os recursos necessários para a viabilização das obras virão, em parte, da geração própria de caixa. Quanto à parcela a ser financiada, a Administração prevê a aprovação de recursos oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Esta operação poderá contar com a participação de instituições financeiras atuando como agentes repassadores e garantidores dos recursos. Uma vez executadas as obras dentro dos parâmetros previstos, a SANASA poderá ainda ser beneficiada com o repasse de recursos a fundo perdido provenientes do Programa Nacional de Despoluição de Bacias Hidrográficas da Agência Nacional de Águas - ANA. DESTINAÇÃO DOS RECURSOS A SEREM FINANCIADOS 2002-2004 (em milhares) Obras 2002 Água Esgoto (afastamento) Esgoto (tratamento) Total de esgoto Total de água + esgoto 9.840 5.724 29.264 34.988 44.828 A realizar (R$) 2003 12.093 45.768 57.861 57.861 Total 2004 14.394 31.106 45.500 45.500 (R$) 9.840 32.211 106.138 138.349 148.189 (%) 6,6 21,7 71,7 93,4 100,0 Tendo como diretriz a excelência no atendimento ao cliente, a SANASA pretende ainda, em 2002, implantar unidades móveis para atendimento aos consumidores em locais distantes e viabilizar o auto-atendimento em locais de grande fluxo de pessoas, além de aumentar o número de postos de atendimento. Outra questão a ser priorizada pela Administração no ano de 2002 será o combate à inadimplência. Mudanças nos procedimentos de corte e uma atuação enérgica na cobrança das dívidas serão levadas a termo, sempre tendo em consideração o contexto social em que se insere o consumidor inadimplente. Finalizando, a SANASA reitera seu compromisso de prestar serviços de saneamento com qualidade incontestável e de mobilizar todos os esforços para continuar sendo, na opinião da população de Campinas, a melhor empresa de serviços públicos. Campinas, 27 de março de 2002 A DIRETORIA E O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO