Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Tecnologia e Ciências Instituto de Química Gustavo Monteiro da Silva Copolimerização de 1,3-butadieno e alfa-olefinas com catalisadores à base de versatato de neodímio Rio de Janeiro 2010 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. Gustavo Monteiro da Silva Copolimerização de 1,3-butadieno e alfa-olefinas com catalisadores à base de versatato de neodímio Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao programa de Pós-Graduação em Química, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área Polímeros. Orientadores: Prof. Dr. Marcos Antonio da Silva Costa Profa. Dra. Ivana Lourenço de Mello Rio de Janeiro 2010 de concentração: CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/CTC/Q S586 Silva, Gustavo Monteiro da Copolimerização de 1,3-butadieno e alfa-olefinas com catalisadores à base de versatato de neodímio. / Gustavo Monteiro da Silva – 2010. 123 f. Orientador: Marcos Antonio da Silva Costa Orientador: Ivana Lourenço de Mello Dissertação (mestrado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Química. 1. Copolímeros – Teses. 2. Olefinas – Teses. 3. Neodímio – Teses. 4. Butadieno – Teses. I. Costa, Marcos Antonio da Silva. II. Mello, Ivana Lourenço de. III. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Química. IV. Título. CDU 541.6 Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação ________________________________________ Assinatura _______________ Data Gustavo Monteiro da Silva Copolimerização de 1,3-butadieno e alfa-olefinas com catalisadores à base de versatato de neodímio Dissertação apresentada, como requisito para obtenção do título de Mestre, ao Programa da Pós-Graduação do Instituto de Química, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Polímeros. Aprovado em:_28 de julho de 2010 ______________________ Banca examinadora: ___________________________________________________ Prof°. Dr°. Marcos Antonio da Silva Costa (Orientador) Instituto de Química da UERJ ___________________________________________________ Profa. Dra. Ivana Lourenço de Mello (Co-orientadora) Instituto de Química da UERJ ___________________________________________________ Dra. Neusa Maria Tocchetto Pires ___________________________________________________ Dr. Luis Carlos Ferreira Junior COPPE/UFRJ Rio de Janeiro 2010 DEDICATÓRIA À professora Fernanda Margarida Barbosa Coutinho, por acreditar em meu potencial e por ter me escolhido para participar deste projeto. AGRADECIMENTOS A Deus, por ter direcionado a minha vida para caminhos que nunca sonhei percorrer. Ao amigo e companheiro Alex S. de Miranda, por ter dedicado parte de seu tempo e paciência para que fosse possível a realização deste trabalho. Tenha certeza que sem o seu apoio eu não teria chegado até aqui. Você é parte integrante deste projeto. Aos meus pais, José e Lourdes, por todos os ensinamentos e o apoio tão fundamental na minha vida. Tenham a certeza que sempre os levarei em meu coração e que sem vocês eu não teria chegado até aqui. À professora Fernanda M. B. Coutinho (in memorian), que mesmo não estando mais entre nós, foi a pessoa determinante na minha inserção neste projeto, além de ter compartilhado comigo seus tão profundos conhecimentos. Ao professor Marcos A. S. Costa pela dedicação a mim oferecida e por ter aceitado participar de minha orientação em um momento tão difícil. À professora e amiga Ivana L. de Mello. Não teria palavras para demonstrar toda a minha gratidão por você, por isso, agradeço a Deus por ter colocado um anjo tão iluminado em minha vida. Mesmo assim, preciso te agradecer por toda a orientação, dedicação e comprometimento ao longo desse período. Obrigado por ter acreditado em mim, até quando tudo parecia sem solução. À amiga Daniele F. C. Junger, que é a grande responsável pela minha inserção no “mundo polimérico”. Tenha certeza que seus ensinamentos e conselhos estarão sempre em meu coração, tendo em você minha eterna “chefe”. À M.Sc. Cíntia N. Ferreira e ao aluno de iniciação científica Washington F. Fernandes que tanto me ajudaram nas etapas experimentais. Aos meus irmãos Ronaldo M. da Silva e Wagner M. da Silva pelo auxílio na etapa final da Dissertação. Aos familiares e amigos que entenderam minha ausência em vários momentos, e que sempre torceram por mim. RESUMO SILVA, Gustavo Monteiro da. Copolimerização de 1,3-butadieno e alfa-olefinas com catalisadores à base de versatato de neodímio. 2010. 125 f. Dissertação (Mestrado em Química) – Instituto de Química, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. Nesta Dissertação, foram realizadas reações de copolimerização de 1,3butadieno com diferentes alfa-olefinas (1-hexeno, 1-octeno e 1-dodeceno) utilizandose um sistema catalítico do tipo Ziegler-Natta ternário constituído por versatato de neodímio, hidreto de diisobutilalumínio e cloreto de t-butila. O sistema catalítico também foi avaliado em reações de homopolimerização com cada alfa-olefina. As condições reacionais, tanto da síntese do catalisador como das reações de polimerização, foram mantidas constantes. Foi estudada a influência de diferentes teores de cada alfa-olefina (1, 3, 5, 10, 20 e 30 % em relação ao 1,3-butadieno) sobre a conversão da polimerização, a microestrutura, a massa molar, as propriedades viscosimétricas e a estabilidade térmica dos polímeros obtidos. Foi avaliada, ainda, a influência do tamanho da cadeia da alfa-olefina sobre as características da polimerização. Os polímeros foram caracterizados por espectroscopia na região do infravermelho (FTIR), cromatografia por exclusão de tamanho (SEC), viscosimetria capilar e termogravimetria (TG). A microestrutura dos polímeros, praticamente, não variou com a adição das alfa-olefinas. A massa molar numérica média (Mn) não sofreu alterações significativas, enquanto que a massa molar ponderal média (Mw) apresentou tendência ao aumento, quanto maior foi a incorporação de comonômero. A viscosidade intrínseca não apresentou uma tendência com a adição da alfa-olefina na reação, permanecendo na faixa de 2,015 a 3,557 dL/g. A estabilidade térmica do copolímero mostrou uma tendência a aumentar com a incorporação das alfa-olefinas. Palavras-chave: Copolimerização. 1,3-butadieno. Alfa-olefina. Catalisador ZieglerNatta. Neodímio. Ramificações ABSTRACT In this work, were performed copolymerization reactions of 1,3-butadiene with different alpha-olefins (1-hexene, 1-octene and 1-dodecene), using a ternary catalytic system of Ziegler-Natta, constituted by neodymium versatate, diisobutylaluminum hydride and t-butyl chloride. The catalytic system was also evaluated in homopolymerization reactions with the alpha-olefins. The reaction conditions, both the catalyst synthesis as the polymerization reactions, were kept constant. The influence of different content of each alpha-olefin (1, 3, 5, 10, 20 and 30% compared to 1,3-butadiene) on the polymerization conversion, the microstructure, molar mass, viscometric properties and thermal stability of polymers was studied. The influence of alpha-olefin chain size on polymerization characteristics was also evaluated. The polymers were characterized by infrared spectroscopy (FTIR), size exclusion chromatography (SEC), capillary viscometry and thermogravimetry (TG). The polymer microstructure, practically, did not change with the addition of alpha-olefins. The number average molecular mass (Mn) has not changed; while the weight average molecular mass (Mw) trended to increase. The intrinsic viscosity did not show a trend with the alpha-olefin addition, remaining in the range from 2.015 to 3.557 dL/g. The copolymer thermal stability showed a tendency to increase with the incorporation of alpha-olefins. Keywords: Copolymerization. 1,3-butadiene. Alpha-olefin. Ziegler-Natta catalyst. Neodymium. Branches LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Microestrutura do polibutadieno........................................................ 22 Figura 2 – Principais áreas de aplicação do 1,4-cis-polibutadieno.................... Figura 3 – Representação esquemática do hidreto de 27 di- isobutilalumínio................................................................................................... 30 Figura 4 – Representação esquemática do cloreto de t- butila................................................................................................................... 31 Figura 5 – Representação esquemática do versatato de neodímio............................................................................................................. 32 Figura 6 – Representação esquemática da introdução do macromonômero na cadeia de polibutadieno............................................................................... 37 Figura 7 – Representação esquemática da introdução da cadeia de 1,5hexadieno na cadeia de trans-poli-isopreno...................................................... 38 Figura 8 – Representação esquemática da introdução da cadeia de 1,7octadieno na cadeia de trans-poli-isopreno (TPI).............................................. 38 Figura 9 – Rotas de obtenção do polibutadieno funcionalizado a partir de polimerização aniônica....................................................................................... 40 Figura 10 – Rota esquemática da síntese de polímero do tipo estrela com 4ramos e diferentes grupos funcionais terminais................................................. 42 Figura 11 – Representação esquemática da introdução de uma cadeia de αolefina na cadeia de trans-poli-isopreno (TPI)................................................... 43 Figura 12 – Competição entre alfa-olefina e o dieno nas espécies alílicas ativas.................................................................................................................. 45 Figura 13 - Sistema para lacrar a garrafa onde é preparado o catalisador....... 54 Figura 14 – Aparelhagem empregada na síntese do catalisador...................... 55 Figura 15 – Solução catalítica à base de versatato de neodímio...................... 55 Figura 16 – Unidade de polimerização.............................................................. 57 Figura 17 – Reator de polimerização................................................................. 58 Figura 18 – Aparelhagem utilizada na terminação da reação............................ 60 Figura 19 – Sistema empregado na coagulação do copolímero........................ 61 Figura 20 – Aspecto do copolímero após a coagulação.................................... 61 Figura 21 – Seringa utilizada na retirada de alíquotas para determinação de sólidos totais da reação...................................................................................... 63 Figura 22 – Influência do teor de alfa-olefina sobre a conversão da reação: (a) 1-hexeno, (b) 1-octeno e (c) 1-dodeceno..................................................... 70 Figura 23 – Influência das diferentes alfa-olefinas, em seus diferentes teores, sobre a conversão da reação: (a) Bd/α-olefina = 99/1, (b) Bd/α-olefina = 97/3, (c) Bd/α-olefina = 95/5, (d) Bd/α-olefina = 90/10, (e) Bd/α-olefina = 80/20 e (f) Bd/α-olefina = 70/30........................................................................................... 74 Figura 24 – Influência do teor de alfa-olefina sobre a massa molar do polímero: (a) 1-hexeno, (b) 1-octeno e (c) 1-dodeceno..................................... 83 Figura 25 – Influência das diferentes alfa-olefinas, em seus diferentes teores, sobre a massa molar do polímero: (a) Bd/α-olefina = 99/1, (b) Bd/α-olefina = 97/3, (c) Bd/α-olefina = 95/5, (d) Bd/α-olefina = 90/10, (e) Bd/α-olefina = 80/20 e (f) Bd/α-olefina = 70/30......................................................................... 86 Figura 26 – Representação esquemática dos regimes de concentração de uma solução polimérica...................................................................................... 90 Figura 27 – Log ηsp versus log c[η]H para copolímeros na razão, em massa, de 1,3-butadieno/alfa-olefina = 95/5: (a) 1-hexeno, (b) 1-octeno e (c) 1dodeceno............................................................................................................ 91 Figura 28 – Representação esquemática de uma cadeia polimérica contendo diferentes números de ramificações com a mesma massa molar..................... 92 Figura 29 – Determinação da viscosidade intrínseca por extrapolação gráfica empregando a equação de Huggins para copolímeros cuja razão, em massa, Bd/alfa-olefina = 95/5: (a) 1-hexeno, (b) 1-octeno e (c) 1-dodeceno................. 93 Figura 30 – Influência da adição de alfa-olefina sobre a estabilidade térmica dos copolímeros: (a) 1-hexeno, (b) 1-octeno e (c) 1-dodeceno......................... 100 Figura 31 – Análise termogravimétrica dos aditivos presentes nos copolímeros........................................................................................................ 101 Figura 32 – Influência das diferentes alfa-olefinas, em seus diferentes teores, sobre a estabilidade térmica dos copolímeros sintetizados: (a) Bd/α-olefina = 99/1, (b) Bd/α-olefina = 95/5 e (c) Bd/α-olefina = 70/30..................................... 104 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Propriedades dos isômeros do polibutadieno................................... 24 Tabela 2 - Principais aplicações dos isômeros do polibutadieno....................... 25 Tabela 3 - Parâmetros de síntese do sistema catalítico.................................... 47 Tabela 4 - Principais parâmetros das reações de polimerização...................... 47 Tabela 5 - Influência do teor de 1-hexeno sobre a microestrutura do polímero 76 Tabela 6 - Influência do teor de 1-octeno sobre a microestrutura do polímero. 77 Tabela 7 - Influência do teor de 1-dodeceno sobre a microestrutura do polímero............................................................................................................. 77 Tabela 8 - Influência das diferentes alfa-olefinas, em seus diferentes teores, sobre a microestrutura do polímero formado..................................................... 79 Tabela 9 - Influência do teor de alfa-olefina sobre a viscosidade intrínseca de Huggins [η]H determinada a 30°C: (a) 1-hexeno, (b) 1-octeno e (c) 1dodeceno............................................................................................................ 89 Tabela 10 - Influência das diferentes alfa-olefinas, em seus diferentes teores, sobre a viscosidade intrínseca de Huggins [η]H: (a) Bd/α-olefina = 99/1, (b) Bd/α-olefina = 97/3, (c) Bd/α-olefina = 95/5, (d) Bd/α-olefina = 90/10, (e) Bd/α-olefina = 80/20 e (f) Bd/α-olefina = 70/30.................................................. 95 Tabela 11 - Influência das diferentes alfa-olefinas, em seus diferentes teores, sobre o parâmetro g’ dos copolímeros sintetizados: (a) Bd/α-olefina = 99/1, (b) Bd/α-olefina = 97/3, (c) Bd/α-olefina = 95/5, (d) Bd/α-olefina = 90/10, (e) Bd/α-olefina = 80/20 e (f) Bd/α-olefina = 70/30.................................................. 97 Tabela 12 - Influência do teor de alfa-olefina sobre a temperatura de degradação máxima (Tmax)................................................................................. 99 SUMÁRIO INTRODUÇÃO......................................................................................... 16 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................... 19 1.1. Histórico.................................................................................................. 19 1.2. Polibutadieno.......................................................................................... 21 1.2.1. Tipos de polibutadieno............................................................................. 21 1.2.1.1. Polibutadieno 1,4-cis................................................................................ 26 1.3. Sistema catalítico à base de neodímio................................................ 28 1.3.1. Alquilalumínio............................................................................................ 29 1.3.2. Agente de halogenação........................................................................... 30 1.3.3. Sal de neodímio....................................................................................... 31 1.4. Processabilidade do polibutadieno...................................................... 33 2. METODOLOGIA...................................................................................... 47 3. MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................... 49 3.1. Produtos químicos................................................................................. 49 3.2. Equipamentos......................................................................................... 51 3.3. Procedimento experimental 52 3.3.1. Limpeza e secagem da vidraria............................................................... 52 3.3.2. Preparo da solução de hidreto de di-isobutilalumínio (DIBAH)................ 52 3.3.3. Preparo da solução de cloreto de t-butila........................................... 53 3.3.4. Síntese do catalisador.............................................................................. 53 3.3.5. Reação de copolimerização..................................................................... 56 3.3.5.1. Lavagem do reator de polimerização....................................................... 56 3.3.5.2. Reação de polimerização......................................................................... 56 3.3.6. Término da reação de copolimerização................................................... 59 3.3.7. Coagulação do copolímero...................................................................... 60 3.3.8. Secagem do copolímero......................................................................... 62 3.3.9. Determinação do teor de sólidos e conversão da reação........................ 62 3.3.10. Caracterização dos copolímeros.............................................................. 64 3.3.10.1. Determinação da microestrutura.............................................................. 64 3.3.10.2. Determinação da massa molar numérica média (Mn) e massa molar ponderal média (Mw)............................................................................... 66 3.3.10.3. Determinação da estabilidade térmica...................................................... 66 3.3.10.4. Determinação das propriedades viscosimétricas...................................... 67 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................ 68 4.1. Influência da adição de alfa-olefinas sobre a conversão da polimerização........................................................................................... 69 4.1.1. Teor de alfa-olefina.................................................................................... 69 4.1.2. Tamanho da cadeia da alfa-olefina........................................................... 4.2. Influência da adição de alfa-olefinas sobre a microestrutura............. 76 4.2.1. Teor de alfa-olefina.................................................................................... 76 4.2.2. Tamanho da cadeia da alfa-olefina........................................................... 78 4.3. Influência da adição de alfa-olefina sobre a massa molar.................. 81 4.3.1. Teor de alfa-olefina.................................................................................... 81 4.3.2. Tamanho da cadeia da alfa-olefina........................................................... 4.4. Influência da adição de alfa-olefina sobre as propriedades 72 84 viscosimétricas........................................................................................ 88 4.4.1. Teor de alfa-olefina.................................................................................... 89 4.4.2. Tamanho da cadeia da alfa-olefina........................................................... 4.5. Influência da adição de alfa-olefina sobre a 94 estabilidade térmica...................................................................................................... 97 4.5.1. Teor de alfa-olefina.................................................................................... 97 4.5.2. Tamanho da cadeia da alfa-olefina........................................................... 103 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 105 6. CONCLUSÃO........................................................................................... 106 7. SUGESTÕES............................................................................................ 107 REFERÊNCIAS......................................................................................... 108 TRABALHOS APRESENTADOS EM EVENTOS CIENTÍFICOS Parte dessa Dissertação foi apresentada nos seguintes eventos: • X Congresso Brasileiro de Polímeros (10° CBPol) 2009, promovido pela Associação Brasileira de Polímeros (ABPol) – Foz do Iguaçu, PR – Brasil. Título do trabalho: COPOLIMERIZAÇÃO DE 1,3-BUTADIENO COM ALFAOLEFINAS DE CADEIA LONGA POR MEIO DE CATALISADOR ZIEGLER-NATTA À BASE DE NEODÍMIO. • XLIX Congresso Brasileiro de Química 2009, promovido pela Sociedade Brasileira de Química (ABQ) – Porto Alegre, RS – Brasil. Título do trabalho: ESTUDO DA VARIAÇÃO DO TEOR DE ALFA-OLEFINA NA COPOLIMERIZAÇÃO DO 1,3-BUTADIENO COM 1-OCTENO. • Colóquio Franco-Brasileiro de Polímeros e Meio Ambiente 2009, promovido pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) – Rio de Janeiro, RJ – Brasil. Título do trabalho: COPOLIMERIZAÇÃO DO 1,3-BUTADIENO COM ALFAOLEFINA. • XII Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química 2009, promovido pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ) – Rio de Janeiro, RJ – Brasil. Título do trabalho: INFLUÊNCIA DO TEOR DE ALFA-OLEFINA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DA REAÇÃO DE COPOLIMERIZAÇÃO DE 1,3-BUTADIENO COM 1-DODECENO. TRABALHOS A SEREM APRESENTADOS EM EVENTOS CIENTÍFICOS Parte dessa Dissertação será apresentada, em 2010, nos seguintes eventos: • 19° Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais (19° CBECiMat) 2010, promovido pela UFSCar – Campos do Jordão, SP - Brasil. Título do trabalho: ESTUDO VISCOSIMÉTRICO DA VARIAÇÃO DE TEOR DE ALFA-OLEFINA NA COPOLIMERIZAÇÃO DO 1,3-BUTADIENO COM 1-OCTENO. • 19° Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais (19° CBECiMat) 2010, promovido pela UFSCar – Campos do Jordão, SP - Brasil. Título do trabalho: COPOLIMERIZAÇÃO DO 1,3-BUTADIENO COM 1-HEXENO E 1DODECENO. • IX Encontro da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (IX SBPMat), promovido pela Sociedade Brasileira de Pesq uisa em Materiais – Ouro Preto, MG Brasil. Título do trabalho: COPOLYMERIZATION OF BUTADIENE-1,3 WITH OCTENE-1 OR DODECENE-1 BY A CATALYST BASED ON NEODYMIUM. • XII International Macromolecular Colloquium/7ºISNAPOL (XII IMC/7° ISNAPOL), promovido pela Associação Brasileira de Polímeros (ABPol) – Gramado, RS – Brasil. Título do trabalho: ALPHA-OLEFIN INCORPORATION IN POLYBUTADIENE CHAIN BY A ZIEGLER-NATTA CATALYST. • XII International Macromolecular Colloquium/7ºISNAPOL (XII IMC/7° ISNAPOL), promovido pela Associação Brasileira de Polímeros (ABPol) – Gramado, RS – Brasil. Título do trabalho: COPOLYMERIZATED VISCOSIMETRIC WITH STUDY OF BUTADIENE-1,3 ALPHA-OLEFINS. Introdução 16 INTRODUÇÃO Vários foram os fatores que ocasionaram o declínio do uso da borracha natural como matéria-prima elastomérica para a demanda tecnológica empregada na indústria automobilística. Entre esses, é possível destacar o crescente aumento do preço da borracha natural ao longo dos anos; a suspensão do fornecimento de borracha natural para países como os Estados Unidos em decorrência da II Guerra Mundial, entre outros. Tal fato impulsionou o crescimento da indústria petroquímica, aumentando assim, o fornecimento da matéria-prima para o desenvolvimento da indústria de monômeros e, consequentemente da indústria de polímeros (NUNES et al., 2005; QUEIROZ, 2009). Após a II Guerra Mundial, a química dos compostos organometálicos e a polimerização estereoespecífica, com a grande contribuição de Ziegler e Natta, abriram novas linhas de pesquisa e descoberta de novas estruturas macromoleculares, merecendo destaque a síntese de borrachas estereorregulares, enfatizando os poli-isoprenos e o polibutadieno (NUNES et al., 2005; FERREIRA Jr., 2009). A Goodrich-Gulf Chemicals descobriu a polimerização por coordenação de isopreno, resultando tanto em 1,4-cis-poli-isopreno como em 1,4-trans-poli-isopreno. A síntese do 1,4-cis-polibutadieno foi publicada em uma série de patentes, assim como a preparação do 1,4-trans-polibutadieno. Depois da publicação dessas patentes uma larga utilização de catalisadores à base de cobalto e titânio foram empregadas em escala industrial para produção do 1,4-cis-polibutadieno na década de 60 (FRIEBE et al., 2006; FERREIRA Jr., 2009). O polibutadieno é um polímero obtido através da polimerização de 1,3butadieno e é possível que se apresente em diferentes estruturas estereoisoméricas: polibutadieno 1,4-cis, polibutadieno 1,4-trans, polibutadieno 1,2-vinílico isotático, polibutadieno 1,2-vinílico sindiotático e o polibutadieno 1,2-vinílico atático (PIRES et al., 2002; ROCHA, 2008). O único isômero que, na sua forma pura, se comporta como elastômero a temperatura ambiente é o polibutadieno 1,4-cis. Isso o torna o mais importante, do ponto de vista comercial. Dependendo do teor de unidades 1,4-cis presentes em sua Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Introdução 17 estrutura macromolecular, o polibutadieno pode ser comercialmente classificado como: baixo cis (tendo cerca de 40% de unidades isoméricas cis), médio cis (com até 92% de unidades cis) e alto cis (a partir de 97% de isômero cis). Dentre esses, o de maior utilização comercial é o polibutadieno com alto teor de unidades 1,4-cis, sendo aplicado na produção de pneus para automóveis e caminhões. O teor de unidades 1,4-cis é o fator determinante das propriedades físicas desse elastômero (PIRES, 1990; PIRES et al., 2002; NUNES et al., 2005). As propriedades físicas do polibutadieno 1,4-cis têm relação direta com o tipo de sistema catalítico utilizado na sua síntese. Para se obter alto teor de unidades isoméricas cis são utilizados sistemas catalíticos estereoespecíficos do tipo ZieglerNatta, sendo os mais comuns à base de titânio (Ti), cobalto (Co), níquel (Ni) ou neodímio (Nd). Os catalisadores à base de Nd são os que produzem um polibutadieno com maior controle de microestrutura, maiores valores de massa molar e mais estreita distribuição de massa molar (YANG et al., 1982; MONAKOV et al., 1994; QUIRK et al., 2000; KWAG, 2002; MELLO et al., 2004c; FERREIRA Jr., 2005). O polibutadieno alto cis obtido com catalisadores à base de neodímio é de grande interesse na aplicação em banda de rodagem de pneus. As principais características que determinam esse tipo de aplicação são o baixo desenvolvimento de calor (heat buid-up), a alta resistência à abrasão, a menor resistência ao rolamento e maior resistência à propagação do corte. Diante dessas características, o pneu constituído por esse tipo de elastômero é conhecido como “pneu verde”, por ser um pneu mais leve, com uma maior vida útil e que consome menor quantidade de combustível, com o consequente decréscimo da emissão de gases poluentes na atmosfera (KWAG, 2002; MELLO et al., 2004 c; NUNES et al., 2005). Os fabricantes de pneumáticos têm voltado suas atenções para o desenvolvimento de novos produtos com o objetivo de atender às mudanças da indústria automobilística. Essas mudanças estão relacionadas às questões ambientais sobre o aquecimento global e à redução de emissão de gases poluentes na atmosfera. Dessa forma, é necessário que os estudos voltados para os elastômeros que compõem o pneu sejam intensificados, sendo o polibutadieno alto cis um importante componente nesse cenário devido às suas propriedades, tendo sempre em mente que o desenvolvimento de uma estratégia para a criação de um Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Introdução 18 novo material segue determinadas etapas que incluem a formulação do conceito, o desenvolvimento científico, o desenvolvimento industrial e a produção economicamente viável com preocupação ambiental (FERREIRA Jr., 2005; ROCHA, 2008). Entretanto, apesar de os polibutadienos sintetizados a partir de sistemas catalíticos à base de neodímio satisfazerem plenamente a indústria pneumática, que é sua maior e principal consumidora, a alta linearidade de suas cadeias e alta massa molar dificulta sua processabilidade. Diante disso, é importante enfatizar que as propriedades físicas do polibutadieno têm grande importância para seu respectivo mercado, porém é necessária a otimização dos parâmetros relacionados com sua processabilidade. Características como massa molar, distribuição de massa molar, teor de ramificações, tipos de ramificações, plasticidade, são características que vem sendo investigadas com a finalidade de se modificar a estrutura polimérica do composto resultando assim, no aprimoramento de seu processamento (MELLO et al., 2004 b; FERREIRA, 2008; SILVA et al., 2009a; SILVA et al., 2009b; SILVA et al., 2009c; SILVA et al., 2009d; QUEIROZ, 2009). Assim, o objetivo geral desta Dissertação de Mestrado é copolimerizar o 1,3butadieno com diferentes alfa-olefinas, a partir de sistemas catalíticos à base de neodímio, visando melhorar a processabilidade do polímero, sem alterar as suas propriedades físicas. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 19 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1.1. Histórico A borracha faz parte de um grupo de materiais industriais conhecidos como materiais de engenharia, que inclui também metais, fibras, concreto, madeira, plásticos, vidros, dos quais depende parte da tecnologia moderna (COSTA et al., 2003a). Com o crescente uso de borracha e a diversificação em suas aplicações, em 1888, John Boyd Dunlop fez a primeira patente de pneumáticos, indo de encontro às necessidades da indústria automobilística nascente. Frente isso, houve um déficit mundial de borracha. Essa crescente demanda, associada às dificuldades de obtenção da borracha natural durante as duas grandes guerras mundiais e a instabilidade dos custos, estimularam numerosas tentativas visando a produção de borracha sintética (FURTADO, 1996). Diante de tal realidade, métodos de preparação de dienos, particularmente isopreno, foram trabalhados nos Estados Unidos e na Rússia. Logo os esforços na síntese se estenderam para o polibutadieno, o qual era mais fácil de ser obtido e cujas reações eram muito parecidas com o isopreno. Em 1909-1910 foi pedida uma patente sobre métodos para se preparar butadieno, o qual poderia ser polimerizado para produzir borracha (CASTRO, 2002). Os primeiros estudos, envolvendo a síntese do polibutadieno, visavam produzir uma borracha sintética de baixo custo e com características semelhantes às da borracha natural. Em 1909 foi relatada a síntese do primeiro polibutadieno borrachoso conseguido pelos alemães Hofman e Coltele da Farbenfabriken (MELLO, 2003). Durante a I Guerra Mundial, a Alemanha produziu o 2,3-dimetil-butadieno em escala comercial. Depois da Guerra as pesquisas continuaram e foram feitas importantes e significativas mudanças na polimerização. Foram obtidos polímeros de butadieno usando sódio como iniciador. Tais produtos receberam o nome de “Buna”, uma combinação de “bu” proveniente do butadieno e “na” devido ao “natrium”, que, Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 20 em alemão, significa sódio, e foram feitos melhoramento no processo e nas propriedades (FURTADO, 1996). Durante todo o século 20 várias descobertas foram realizadas em favor do desenvolvimento de novas tecnologias envolvendo a síntese do polibutadieno. No entanto, a que merece maior destaque refere-se ao controle estereoquímico na polimerização de monômeros diênicos, por meio dos catalisadores Ziegler-Natta. Esses sistemas catalíticos levaram à síntese do primeiro polibutadieno com alto teor de unidades 1,4-cis. Isso ocorreu nos anos 50, quando foram obtidos três diferentes tipos de polibutadieno de interesse comercial. Dois deles por catalisadores ZieglerNatta e o terceiro por meio de iniciadores organo-lítio, processo desenvolvido por pesquisadores americanos (Firestone). Contudo, foi em abril de 1956 que Zelinsky e Smith da Phillips Petroleum Co. anunciaram a obtenção do primeiro polibutadieno contendo alto teor de unidades 1,4-cis (85%). Logo após, em junho de 1956, Natta, Porri e Corradini da Montecantini anunciaram a síntese do segundo polibutadieno com alto teor de unidades 1,4-cis. Esse produto teve um grande impacto no mercado de borracha e se estabeleceu como componente para pneus (PIRES, 1990; VIEIRA, 1994; ROCHA, 2003). Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 21 1.2. Polibutadieno O polibutadieno é um polímero sintético de grande importância comercial, tendo aplicações em diversos setores da indústria, sendo este um dos principais motivos da intensa pesquisa sobre esse polímero (PIRES, 2000). O polibutadieno pode apresentar várias estruturas estereoisoméricas distintas: o polibutadieno 1,4-cis, polibutadieno 1,4-trans, polibutadieno 1,2-vinila isotático, polibutadieno 14,2-vinila sindiotático e o polibutadieno 1,2-vinila atático (MELLO, 2001). É importante enfatizar que, dependendo das condições de polimerização do 1,3-butadieno, podem ser obtidas diferentes estruturas estereorregulares do polibutadieno, o que reflete diretamente nas suas propriedades físicas e, consequentemente, na aplicabilidade do produto final. 1.2.1. Tipos de polibutadieno A polimerização 1,3-butadieno resulta em polímeros que contêm duplas ligações em sua estrutura, as quais levam à ocorrência de isomerismo, com a formação de uma variedade de estruturas poliméricas (Figura 1). Uma delas é a chamada 1,2-vinila, onde existe a possibilidade de formação de três estruturas esteriométricas: a isotática, a sindiotática e a atática. O outro tipo de estrutura origina-se da adição 1,4- onde a dupla ligação, que permanece na cadeia polimérica principal, permite a ocorrência de duas estruturas isoméricas: 1,4-cis e 1,4-trans (BARLOW, 1988; BRYDSON, 1995; CASTRO, 2002). Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 22 H H C C H C H H H C C H H cis C C H H H H C C H H H C C C H H H cis-1,4-polibutadieno Polibutadieno 1,4-cis n H H H C C H C C C H trans H H C H H H H C H H C C H H H CH CH H H C H H CH2 H H H H C C C C C CH H CH H CH2 CH2 CH CH2 H H C CH H C C CH CH2 H H C C H H CH2 CH H C H n CH2 CH H C H H CH2 CH2 CH C CH H CH2 H 1,2-polibutadieno (isotático) Polibutadieno 1,2-vinílico (isotático) C CH CH2 n H H C 1,2-polibutadieno (sindiotático) Polibutadieno 1,2-vinílico (sindiotático) CH H H C n C CH2 C H C CH H C H H C C H H Polibutadieno 1,4-trans trans-1,4-polibutadieno C H C C H C CH2 CH2 H C H H H 1,2-polibutadieno Polibutadieno 1,2-vinílico (atático) (atático) C C CH H CH2 n Figura 1: Microestrutura do polibutadieno (CASTRO, 2002) Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 23 Existem diferentes tipos de polibutadieno produzidos por polimerização em solução, que dependendo das condições reacionais e do sistema catalítico, resultam em polímeros com alto, médio ou baixo teor de unidades isoméricas 1,4-cis. O processo de polimerização em emulsão gera um polibutadieno estereoregular (BARLOW, 1988; CASTRO, 2002). Todas as formas isoméricas apresentam características importantes. No caso do polibutadieno com predominância de unidades 1,4-cis, é possível citar a alta resiliência, sendo a única borracha sintética cuja resiliência é maior que a da borracha natural. Isso significa que a histerese é baixa e a quantidade de calor desenvolvido por flexão é menor que em qualquer outra borracha. Ao mesmo tempo, a resistência à abrasão e a flexibilidade a baixas temperaturas são excelentes. Além disso, apresenta um comportamento elástico consideravelmente melhor sob uma ampla faixa de temperatura quando comparado a outras borrachas diênicas. Com baixa histerese e alta resistência à reversão, o polibutadieno com predominância de unidades 1,4-cis é satisfatório para aplicações nas quais é submetido à alta tensão dinâmica. É um polímero cristalizável sob tensão e, por isso, tem alta resistência à tração. Devido a tais propriedades, o polibutadieno alto-cis é amplamente aplicado na obtenção de pneus, tanto de carros como também de caminhões, podendo ainda citar como propriedades importantes a reduzida resistência ao rolamento, a resistência à fissura, coeficiente de fricção entre o pneu e a estrada suficiente para minimizar as derrapagens e estabilidade suficiente para que o material não deteriore no tempo de vida útil do pneu. Contudo, esse elastômero, geralmente, apresenta má processabilidade e baixa resistência ao rasgamento, e por isso, é comumente usado em misturas com borracha natural, aprimorando dessa forma, tais propriedades (VIEIRA, 1994; LEUTEWILLER, 2001; CASTRO, 2002; ROCHA, 2003; JUNGER, 2007). A microestrutura do polímero depende do catalisador, do método e da temperatura de polimerização utilizados. Em solução, o polibutadieno é produzido na presença de catalisadores organometálicos e um composto de metal de transição. Dentre os organometálicos se destacam os alquilalumínios. Em geral, organometálicos de metais do Grupo IA da Tabela Periódica favorecem a adição 1,2, enquanto as estruturas 1,4 são favorecidas por compostos de matais dos Grupos IIA Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 24 e IIIA. Dentre os compostos de metais de transição podem ser citados os sais de Ti, Co, Ni e lantanídeos (ZHANG et al., 2002; ROCHA et al., 2004; MELLO, 2007). As características de um polímero têm relação direta com a sua estrutura. Dessa forma, os isômeros estereorregulares do polibutadieno, bem como aqueles constituídos por mais de um tipo de unidades repetitivas, apresentam propriedades físicas e aplicações distintas, conforme destacado nas Tabelas 1 e 2. Tabela 1: Propriedades dos isômeros do polibutadieno (CASTRO, 2002; ROCHA, 2003; MELLO, 2003; NUNES et al., 2005; FERREIRA, 2008) Tipo de polibutadieno Propriedades 1,2-vinílico 1,4-cis 1,4-trans - Elastômero Resina termoplástica ou elastômero Cristalina Amorfo Amorfo (elastômero) Cristalino 0,96 0,96 - 0,93 – 1,02 1,01 Massa molar (x10-5) ~ 0,14 - - 3,0 – 7,0 0,5 – 4,0 Temperatura de transição vítrea (Tg) (°C) 28 40 ~ 24 - 110 - 83 Temperatura de fusão cristalina (Tm) (°C) 120 - 128 154 - 156 - - 143 - 156 Isotático Sindiotático Aspecto físico Sólido branco Resina termoplástica Cristalinidade Normalmente cristalino Densidade (g/cm3) Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Atático Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 25 Tabela 2: Principais aplicações dos isômeros do polibutadieno (CHEN et al., 2000; CASTRO, 2002; ROCHA, 2003; MELLO, 2003; NUNES et al., 2005; FERREIRA, 2008) Tipos de polibutadieno Principais aplicações 1,2-vinílico isotático Não tem aplicação comercial significativa 1,2-vinílico sindiotático Pneus, correias, junto com outras borrachas para melhorar as propriedades físicas, fibras de carbono e grafite, materiais para construção, bolas de golfe, dentre outras 1,2-vinílico atático Formulação de pneus para aumentar a resistência ao rolamento, resina de termocura para encapsulamento de resíduos sólidos (metais), dentre outras 1,4-trans 1,4-cis Altamente cristalino (resina termoplástica): reforço de pneus e outros artefatos que necessitam ser cristalizados sob tensão Média cristalinidade (elastoméricos): pneus, mangueiras, cintos, dentre outras Pneus (banda de rodagem, carcaças e partes laterais) inclusive para os de clima frio, modificação de impacto de plásticos (poliestireno, por exemplo), composição de copolímeros (borracha de estireno-butadieno - SBR) e terpolímero (acrilonitrila-butadieno-estireno – ABS), cobertura de correias transportadoras, cobertura de mangueiras e tubos, gaxetas, selos, bolas de golfe, solado e salto de sapatos, isolamento de cabos, produtos de borracha esponjosa, partes automotivas, amortecedores de vibração, artigos técnicos, recobrimento de cilindros, entre outros É importante destacar que variações nas propriedades dos polímeros dependem das condições reacionais e do tipo de catalisador utilizado na sua síntese. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 26 1.2.1.1. Polibutadieno 1,4-cis Por ser a espécie isomérica de maior importância comercial, além de ser o foco dessa Dissertação de Mestrado, serão descritas, a seguir, algumas características específicas do polibutadieno com alto teor de unidades 1,4-cis. O polibutadieno alto-cis é o mais importante dos isômeros, pelo fato de ser o único que, na sua forma pura, tem características de elastômero à temperatura ambiente. Por ser elastômero, quando esse isômero é aditivado, fornece produtos semelhantes aos da borracha natural, tornando-a comercialmente importante. Tal fato incentivou a pesquisa de novos processos e rotas para a sua síntese, sendo o mais bem caracterizado de todos os isômeros do polibutadieno. É um polímero incolor e que apresenta solubilidade em diversos solventes, como por exemplo, hexano, ciclohexano e clorofórmio. Das borrachas sintéticas consumidas mundialmente, o polibutadieno é a segunda mais consumida, ficando atrás apenas do copolímero de estireno-butadieno (SBR). O consumo anual de polibutadieno está em torno de 2,8 milhoes de toneladas. Em termos de produção anual, o SBR e o polibutadieno estão apenas abaixo da borracha natural, cuja produção está em torno de 6,7 milhões de toneladas por ano (LEUTEWILLER, 2001; FRIEBE et al., 2006). Dependendo do teor de unidades 1,4-cis presente no polibutadieno, ele pode ser comercialmente classificado como: baixo cis (aproximadamente 40% de unidades repetitivas deste isômero), médio cis (tendo aproximadamente 92%) ou alto cis (com pelo menos 97% de unidades isoméricas). O polibutadieno baixo cis apresenta escoamento a frio acentuado, o que faz com que se comporte como líquido muito viscoso com baixa tensão de cisalhamento, causando problemas durante a sua estocagem. Os vulcanizados da borracha com médio teor de unidades cis se caracterizam por possuírem alta resiliência e baixa histerese e os de alto teor de unidades 1,4-cis cristalizam sob tensão produzindo elastômeros com alta resistência à tração (ROCHA, 2003; MELLO, 2003; FERREIRA, 2008). As principais áreas onde o polibutadieno 1,4-cis é aplicado estão ilustradas na Figura 2, onde se destaca a fabricação de pneus e a modificação de termoplásticos Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 27 (poliestireno de alto impacto (HIPS) e terpolímero acrilonitrila-butadieno-estireno (ABS)). As demais aplicações incluem produtos como, solas de sapato e bolas de golfe (Friebe et al., 2006). Principais aplicações -polibutadieno Principais aplicaçõesdo do1,4-cis polibutadieno 1,4-cis 5% 25% 70% Indústria pneumática Modificação de impacto de termoplásticos Demais aplicações Figura 2: Principais áreas de aplicação do polibutadieno 1,4-cis Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 28 1.3. Sistema catalítico à base de neodímio A atividade catalítica e a microestrutura do polibutadieno dependem tanto do sistema catalítico, como de fatores relacionados ao modo de adição dos constituintes do catalisador. Sendo assim, é possível verificar que o sucesso da reação e da estereorregularidade do polímero dependem de vários parâmetros, tais como, razão molar entre os componentes do catalisador, presença de doadores de elétrons, tipo de solvente, ordem de adição do sistema catalítico, temperatura de polimerização, tempo e temperatura de envelhecimento do catalisador, entre outras condições. Portanto, para cada tipo de isômero que se deseja obter, deve-se escolher o tipo de catalisador mais adequado e as condições reacionais que melhor se enquadram no processo de síntese (OEHME et al., 1996; IOVU et al., 1997; PIRES et al., 2002; KWAG, 2002; ZHANG et al., 2002; MELLO, 2003; ROCHA, 2003). Os sistemas catalíticos baseados em neodímio, além de produzirem um polímero com alto teor de unidades 1,4-cis e baixo teor de unidades vinílicas, que são pontos de imperfeição da cadeia polimérica, pois interferem na etapa de cristalização do polibutadieno, produzem também um polímero de alta massa molar (na faixa entre 300 000 e 700 000) com uma estreita distribuição de massa molar. Catalisadores à base de titânio (Ti), cobalto (Co) e níquel (Ni) são, também, utilizados para sintetizar polibutadieno alto-cis. Entretanto, os polímeros obtidos com catalisadores a base de neodímio apresentam problemas na processabilidade devido a pouca presença de ramificações (ROCHA, 2003; NUNES et al., 2005, FERREIRA Jr., 2005; FERREIRA Jr. 2009). Os sistemas catalíticos ternários constituídos por um carboxilato de neodímio, um composto alquilalumínio e um agente de halogenação são os mais eficientes na polimerização estereoespecífica do 1,3-butadieno, uma vez que sofrem pouca influência da temperatura de polimerização, e assim, não precisam de um sistema de refrigeração dispendioso, além de utilizar solventes alifáticos, que apresentam menor toxicidade. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 29 Outro fator importante é a conversão do monômero em polímero ser quase total, eliminando assim, a etapa de recuperação do monômero. Diante disso, é possível afirmar que os sistemas catalíticos ternários, à base de neodímio, fornecem alta produtividade com economia de energia e custos operacionais. Esses fatores fazem com que tais sistemas sejam os mais utilizados industrialmente na produção de polibutadieno alto-cis e, também, o sistema utilizado no desenvolvimento desta Dissertação (MELLO, 2007). O mecanismo de polimerização, ao se empregar este tipo de catalisador, segue todas as etapas típicas comuns a todos os catalisadores por coordenação. Essas etapas podem ser divididas em ativação do catalisador, iniciação, propagação de cadeia e transferência para um agente de transferência de cadeia (FERREIRA Jr., 2005). As principais influências de cada constituinte do sistema catalítico são descritas a seguir, enfatizando tanto as características do próprio catalisador, como também as propriedades do polibutadieno formado. 1.3.1. Alquilalumínio Os alquilalumínios são ácidos de Lewis, conhecidos por sua tendência em formar espécies associadas (intermoleculares) e complexos com compostos doadores de elétrons, que são as bases de Lewis (PIRES, 2004; MELLO, 2007). O alquilalumínio desempenha as funções de agente de formação do complexo catalítico, agente redutor do lantanídio, sequestrante de impurezas e pode atuar ainda como um agente controlador da massa molar do polímero (FRIEBE et al., 2002; KWAG, 2002; FERREIRA Jr., 2005; MELLO, 2007). Um aumento na razão molar alquilalumínio/neodímio causa um aumento na conversão e uma diminuição da massa molar do polibutadieno, acompanhada por um aumento na polidispersão. O aumento na conversão se deve, possivelmente, ao aumento na concentração de espécies alquiladas e, consequentemente, ao aumento na concentração de espécies ativas. Já, a diminuição da massa molar, Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 30 acompanhanda pelo aumento na polidispersão, indica a ocorrência de reações de transferência de cadeia (PORRI et al., 1998; QUIRK et al., 2000). Nesta Dissertação de Mestrado, o alquilalumínio utilizado foi o hidreto de diisobutilalumínio (DIBAH), que possui a fórmula estrutural representada na Figura 3. H Al Figura 3: Representação esquemática do hidreto de di-isobutilalumínio (MELLO, 2007) 1.3.2. Agente de halogenação Sistemas catalíticos à base de lantanídeos são estereoespecíficos para polimerização 1,4-cis, quando contém em sua estrutura um halogênio. Caso contrário, serão estereoespecíficos para a polimerização 1,4-trans (EVANS et al., 2004). O papel do agente de halogenação consiste em substituir o ligante do sal de neodímio, rico em elétrons (carboxilato), pelo átomo de halogênio (EVANS et al., 2001; MELLO, 2007). A natureza do halogênio pode exercer influência significativa sobre a atividade catalítica. Os catalisadores à base de cloro são solúveis, enquanto que aqueles baseados em bromo e iodo formam precipitados após a sua síntese. A tendência à formação de precipitado, ou seja, a instabilidade do sistema catalítico segue a ordem do decréscimo de eletronegatividade do halogênio envolvido. Dessa forma, a atividade catalítica aumenta com o aumento da eletronegatividade. Tal característica pode ser explicada pela diminuição da força da ligação neodímiohalogênio, que se forma durante a halogenação do composto lantanídico, à medida que se diminui a eletronegatividade do halogênio (MELLO, 2007). Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 31 Os sistemas à base de flúor são a exceção, pois polimerizam dienos somente quando essa razão molar flúor-neodímio é superior a 10, sendo a atividade máxima atingida quando essa razão é aproximadamente igual a 40, destacando que para os compostos com cloro-neodímio essa razão chega ao valor máximo de 5. Esse comportamento está relacionado ao fato de os fluoretos de dialquialumínio, em solução, estarem associados como tetrâmeros e, por isso, a fluoração requerer maiores teores desse composto. Dessa forma, a atividade catalítica segue a ordem (PIRES, 2004; MELLO, 2007): Cl (homogêneo) > Br > > I (heterogêneo) > F Nesta Dissertação de Mestrado, o agente de halogenação empregado foi o cloreto de t-butila, cuja fórmula estrutural é ilustrada na Figura 4. CH3 H3C C CH3 Cl Figura 4: Representação esquemática do cloreto de t-butila (MELLO, 2007) 1.3.3. Sal de neodímio O mecanismo para a reação de polimerização do 1,3-butadieno ainda não está completamente elucidado. Contudo, acredita-se que tal polimerização ocorra através da inserção do monômero na ligação carbono-lantanídeo, formada entre o carbono da cadeia polimérica em crescimento e o metal de transição do complexo catalítico (PORRI et al., 1991; MELLO, 2007). Como já citado anteriormente, polibutadienos com alto teor de unidades 1,4cis podem ser obtidos a partir de metais da série de lantanídeos, dentre os mais ativos está o neodímio. Sendo assim, nesta Dissertação de Mestrado, o sal de Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 32 neodímio utilizado é o versatato de neodímio, que possui a fórmula estrutural representada na Figura 5. O O R R O O Nd R O OH2 O O R O O HO O R Nd OH2 O O R R O R H2O O O Nd O O Nd OH2 O O O R O O R R R= Figura 5: Representação esquemática do versatato de neodímio (KWAG, 2002) Nos sistemas obtidos a partir de compostos de alquilalumínio e um sal de neodímio, a primeira ligação carbono-neodímio é obtida na reação de formação do catalisador por meio da reação de alquilação do lantanídeo. Para catalisadores ternários, sintetizados pela mistura inicial do alquilalumínio com o sal de neodímio e posterior adição do agente de halogenação, as reações de formação da espécie ativa são (MELLO, 2007): Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 33 Nd(carboxilato)3 + Alquilalumínio → Complexo Nd-Al Complexo Nd-Al + Doador de cloro → Espécie ativa 1.4. Processabilidade do polibutadieno Embora o polibutadieno com elevado teor de unidades 1,4-cis atenda plenamente à indústria pneumática, que é a maior consumidora desse tipo de material, sua elevada linearidade e sua alta massa molar, se por um lado conferem boas propriedades mecânicas, por outro dificultam sua processabilidade. Diante disso, a otimização de parâmetros relacionados com a processabilidade desse polímero, tais como massa molar, distribuição de massa molar, teor e tipo de ramificações, plasticidade, são características que vem sendo investigadas com a finalidade de se modificar a estrutura polimérica do composto e, assim, aprimorar o seu processamento (MELLO et al., 2004b; FERREIRA, 2008; SILVA et al., 2009a; SILVA et al., 2009b; SILVA et al., 2009c; SILVA et al., 2009d). Atualmente, é possível encontrar uma variedade de técnicas que visam à modificação da estrutura polimérica com a finalidade de se obter materiais com melhor processabilidade, sem que suas propriedades físicas sejam alteradas de forma significativa. Dentre as técnicas, pode-se citar desde a modificação dos parâmetros reacionais na polimerização até a inserção de ramificações na cadeia principal (inserção de ramos longos, ramos curtos, ramos funcionalizados). Em virtude de o polibutadieno, produzido por sistemas catalíticos à base de neodímio, apresentar cadeias lineares, são encontrados elevados valores de escoamento a frio (cold flow), o que é um problema significativo na indústria, pois tal característica provoca deformações contínuas ou escoamento sob tensão (MACIT; HAZER, 2007). A grande preocupação quanto à processabilidade do elastômero se deve ao fato de a borracha crua apresentar baixa resistência quando submetida a deformações, além de se tornar pegajosa com o passar do tempo. Assim, na maioria dos casos, torna-se necessária a utilização de aditivos nas formulações dos artefatos elastoméricos (BRYDSON, 1995; MANAS-ZLOCZOWER; TADMOR, 1995; Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 34 HASHIM et al., 1997; CASTRO, 1999; BASFAR et al., 2002; COSTA et al., 2003b; FINDIK et al., 2004; AKINLABI et al., 2006). A introdução de um material sólido (aditivos) na matriz elastomérica, por meio de um misturador, requer um trabalho que será transferido do misturador para o elastômero através da tensão de cisalhamento. O polímero deve, portanto, responder em termos viscoelásticos para transferir esse trabalho das áreas mais superficiais para as áreas mais internas do polímero, em uma ação que primeiramente será responsável por incorporar as partículas dos aditivos e então dispersá-los o mais homogeneamente possível. O material polimérico requer elasticidade suficiente para realizar a função de transferência do trabalho do misturador para a borracha, mas essa característica não deve ser excessiva, pois se o polímero for muito elástico pode dificultar a incorporação da carga. O que se busca é encontrar a relação adequada entre viscosidade e elasticidade (ROCHA, 2002; VIOLA et al., 2005; QUEIROZ, 2009). Um alto módulo de elasticidade é oriundo de uma estrutura macromolecular apropriada, que para o polibutadieno estereorregular (quando obtido por sistemas catalíticos à base de neodímio) provém da fração de massa molar alta, que garante maior rigidez ao material (GONZÁLEZ et al., 2009). Ao se trabalhar com material polimérico de larga distribuição de massa molar, sabe-se que co-existem cadeias de baixa e de alta massa molar, onde as cadeias de baixo peso contribuem como uma espécie de plastificante (componente viscoso), e as cadeias de alto peso atuam como um componente elástico (aumentando a rigidez). Entretanto, esse mesmo material não é adequado para ser processado por ciclos curtos de mistura. Isso porque, a fração de alta massa molar ocasiona uma queda no rendimento do processo, pois a rotação durante o processamento deve ser reduzida, devido à tendência do material se quebrar, uma vez que ao se aumentar a rigidez, aumenta-se, também, a tendência à redução das cadeias poliméricas, ou seja, diminui a elasticidade. Em suma, se a presença de frações de massa molar alta, por um lado, favorece a dispersão das cargas, por outro, impõe um período mais longo para a fase de incorporação e, consequentemente, aumenta o tempo de mistura (VIOLA et al., 2005). Dessa forma, pode-se concluir que a massa molar e sua distribuição têm um importante papel sobre as propriedades mecânicas e sobre o processamento do Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 35 elastômero, pois afetam características como, tempo de processabilidade, tempo de incorporação de cargas e as propriedades físicas do polímero após a cura (MELLO et al., 2004b). A presença de ramificações ao longo da cadeia do polibutadieno também pode influenciar a processabilidade do polímero. Ramificações longas tendem a endurecer quando alongadas, uma vez que impedem que se desfaçam os entrelaçamentos das cadeias, que atuam como uma resistência à deformação, induzindo o endurecimento por alongamento. Já as ramificações curtas, sob tensão, escapam facilmente dos nós e se alinham com a cadeia polimérica, amolecendo sob alongamento (MELLO et al., 2004b; QUEIROZ, 2009). Frente às possíveis maneiras de se melhorar a processabilidade do polibutadieno, algumas vem recebendo destaque na literatura, como por exemplo, a inserção de ramificações de cadeias longas no polímero, a criação de ramificação pela copolimerização de dienos com macromoléculas insaturadas de baixa massa molar, inserção de ramificações funcionalizadas ou ainda pela copolimerização de dienos com alfa-olefinas com diferentes comprimentos de cadeias (NEBOINOVA et al., 1974; KOZLOV et al., 1991; BARBIER-BAUDRY et al., 1999; VISSEAUX et al., 2001; BARBIER-BAUDRY et al., 2001; VIOLA et al., 2005; MAKOVETSKY et al., 2006). A incorporação de longas ramificações na cadeia polimérica tem sido estudada com o objetivo de se obter materiais com novas propriedades. Além disso, diferentes mecanismos têm sido propostos para a obtenção desses polímeros ramificados (QUEIROZ, 2009). Resultados experimentais mostram que a introdução de ramificações em polímeros que são naturalmente lineares, ou seja, aqueles em que o sistema catalítico é incapaz de produzir ramificações na fase de propagação da cadeia cinética pode ser efetuada através de uma operação que os autores denominaram como pós-modificação, ou seja, a introdução das ramificações eram feitas após a polimerização do dieno (VIOLA et al., 2005). Outra possível forma de gerar ramificações em cadeias poliméricas lineares se dá através do aumento da temperatura de polimerização, uma vez que a formação das ramificações está associada a uma reação secundária causada pela Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 36 transferência do centro ativo para a cadeia polimérica. Essas reações são aleatórias e permitem o aparecimento na macromolécula de um entrelaçamento tri e tetrafuncional para ramificação. Com o aumento da temperatura de polimerização, foi observada a formação e o crescimento da ramificação. Tal comportamento pode ser justificado quando se tem em mente que a energia de ativação e a constante de velocidade da reação secundária é maior do que a da reação que envolve a propagação da cadeia polimérica. A ocorrência de reações secundárias também aumenta com o aumento da conversão de monômeros. Isso está relacionado ao aumento da probabilidade de formação de um novo centro ativo na cadeia polimérica (KOZLOV et al., 1991). É possível encontrar na literatura uma rota que propõem uma rota para o preparo de polibutadieno ramificado, onde os autores copolimerizam butadieno com um macromonômero específico, sendo este, um polibutadieno de baixa massa molar contendo um sistema conjugado de duplas ligações (C=C) em uma das extremidades da molécula. A formação das ligações conjugadas no final da cadeia, segundo os autores, se deve às reações de terminação de cadeia, que podem ser tanto por transferência de cadeia para o monômero ou via eliminação de hidrogênio β. Os sistemas catalíticos à base de níquel e cobalto são os mais apropriados para esse tipo de macromonômero. Os autores empregaram sistemas à base de níquel e obtiveram polímeros com massa molar numérica média na faixa de 1.500-2.000, conversão na faixa de 70-80%, teor de unidades cis entre 70-80%, empregando uma concentração de comonômero no meio reacional na faixa de 5-15%, em massa. A Figura 6 mostra uma reação de inserção de ramificações de macromoléculas insaturadas no butadieno (MAKOVETSKY et al., 2006). Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 37 Figura 6: Representação esquemática da introdução do macromonômero na cadeia de polibutadieno (MARKOVETSKY et al., 2006; QUEIROZ, 2009) Ao se misturar dois diferentes polímeros com mesma composição, mas com arquiteturas distintas, sendo um linear e o outro ramificado, existe uma tendência a segregação da fase ramificada. Com o objetivo de minimizar a força de impulso de separação do material para a superfície da mistura, alguns trabalhos da literatura foram desenvolvidos objetivando funcionalizar as cadeias terminais das ramificações, o que além de ajudar na morfologia do material, ainda possibilita a variação das propriedades da mistura (BONNET et al., 2002; HWANG et al., 2004; WURM et al., 2008). Bonnet et al. (2002) copolimerizaram isopreno com α,ω-dienos, mais especificamente, moléculas de 1,5-hexadieno (Figura 7), e 1,7-octadieno (Figura 8). A molécula de 1,5-hexadieno é inserida na cadeia polimérica por ciclização, conforme destacado em vermelho na Figura 7. Já a inserção da molécula de 1,7octadieno, resulta em uma ligação dupla no grupo pendente produzindo um material polimérico funcionalizado devido à insaturação (Figura 8). Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 38 Figura 7: Representação esquemática da introdução da cadeia de 1,5-hexadieno na cadeia de trans-poli-isopreno (BONNET et al., 2002) Figura 8: Representação esquemática da introdução da cadeia de 1,7-octadieno na cadeia de trans-poli-isopreno (TPI) (BONNET et al., 2002) Wurm et al. (2008) estudaram a macromolécula de polibutadieno com grupos silano terminais. A síntese do macromonômero foi conduzida em uma única etapa por meio de polimerização aniônica convencional. As condições reacionais foram escolhidas de forma a favorecer a adição na posição 1,2. A adição de moléculas de silanos monofuncionais, durante a polimerização resultou em uma pequena redução na conversão da reação. Os autores introduziram uma variedade de silanos funcionais, sem aumentar o número de etapas reacionais, por um método Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 39 denominado por eles como “pseudocopolimerização”, conforme esquematizado na Figura 9. O grupo silano terminal está representado no esquema pela letra “A”, enquanto o grupo vinílico pendente da cadeia de polibutadieno está representado pelo grupo “B” que sofrerá a hidrossilação para produzir o polímero ramificado desejado. No estudo em questão (WURM et al., 2008) os autores realizaram a poliadição e a hidrossilação em uma única etapa. Existem duas rotas possíveis para a introdução do grupo funcional (Figura 9). A Rota 2 é a “clássica”, onde primeiramente sintetiza-se o polímero ramificado e em seguida ele é modificado. Essa rota possui a desvantagem de se trabalhar o polímero duas vezes, além de se tornar oneroso devido ao uso de catalisador de platina nas duas reações. A Rota 1 é denominada pelos pesquisadores como “pseudocopolimerização” dos macromonômeros, que é realizada em uma única etapa, economizando assim, toda uma etapa do processo. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 40 HSiR3 = HSiEt3 HSiMe2Ph SiMe2H p n HSiMe2(CH2Cl) nxB A HSiR3 cat. R 3S SiR3 i Rota 1 Rota 2 cat. R3 Si SiR3 Si R3 R3Si HSiR3 cat. Rota 2 Figura 9: Rotas de obtenção do polibutadieno funcionalizado a partir de polimerização aniônica (WURM et al., 2008; QUEIROZ, 2009) Com o objetivo de estudar os efeitos das cadeias terminais funcionalizadas, Hwang et al. (2004) propuseram uma rota de síntese para o polibutadieno ramificado do tipo estrela, usando um iniciador funcionalizado. A Figura 10 mostra a polimerização aniônica do 1,3-butadieno, sintetizado com 4-ramos, usando como iniciador o 3-(t-butildimetilssiloxi)-1-lítiopropila (composto A da Figura 10) e ciclo-hexano como solvente. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 41 Em uma etapa inicial foi formado o poli(butadienil)lítio (composto B da Figura 10). Em seguida foi adicionado o agente de acoplamento tetracloreto de silício (SiCl4) para formar os 4-ramos, resultando assim, em uma cadeia de polibutadieno ramificado do tipo estrela, funcionalizado por t-butildimetilssiloxi-1-propila (composto C da Figura 10). A etapa seguinte foi uma reação de substituição no composto “C”, realizada em solução de tetra-hidrofurano (THF) e ácido clorídrico (HCl) concentrado. Tal reação conduziu à substituição do grupo t-butildimetilssilil pelo hidrogênio, levando assim, à formação do polibutadieno ramificado funcionalizado por hidroxipropil (composto D da Figura 10). O composto “D” foi dissolvido em diclorometano CH2Cl2 e então adicionado cloreto de 2,2,2-trifluoroetanossulfonil, originando o polibutadieno do tipo estrela funcionalizado por 2,2,2-trifluoroetanossulfoniloxipropila (composto E da Figura 10). Os autores obtiveram três tipos de polímeros constituídos por moléculas com a mesma arquitetura e massas molares semelhantes, porém funcionalizados com três diferentes grupos terminais. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva 42 n n Si Revisão bibliográfica Si n n Si Si n n n n Si n Si n Si n n Figura 10: Rota esquemática da síntese de polímero do tipo estrela com 4-ramos e diferentes grupos funcionais terminais (QUEIROZ, 2009) Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 43 A copolimerização de dienos, tal como o 1,3-butadieno, com alfa-olefinas tem atraído interesse no meio científico. Entretanto, ainda existem poucos trabalhos na literatura sobre esse assunto (BONNET et al., 2002; VISSEAUX et al., 2001). Visseaux et al. (2001) e Barbier-Baudry et al. (2001) estudaram a obtenção de copolímeros à base de isopreno e α-olefinas com diferentes comprimentos de cadeia tais como 1-hexeno, 1-octeno, 1-deceno e 1-octadeceno (de 6 até 18 átomos de carbono), como pode ser observado na Figura 11. Os autores constataram que apenas uma unidade de α-olefina foi inserida entre duas unidades de trans-poliisopreno (TPI) e que o comprimento da α-olefina inserida influenciava as propriedades desse novo material. O mesmo comportamento pode ser esperado ao se substituir o isopreno pelo butadieno. c = Carbonos insaturados; c = Carbonos saturados; x= 1 para C6; x= 3 para C8; x= 5 para C10; x= 13 para C18. Figura 11: Representação esquemática da introdução de uma cadeia de α-olefina na cadeia de trans-poli-isopreno (TPI) (VISSEAUX et al., 2001; BARBIER-BAUDRY et al., 2001; QUEIROZ, 2009) Segundo Barbier-Baudry et al. (2001), na presenta de olefinas terminais, com sistema catalítico apropriado, copolímeros são formados com um teor máximo de 10% de alfa-olefinas. Além disso, a estrutura 1,4-trans do dieno não foi alterada. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 44 Visseaux et al. (2001) consideraram possível a comparação entre os copolímeros obtidos pela inserção de α-olefinas com diferentes comprimentos de cadeia, pois as macromoléculas possuíam valores muito próximos de massa molar numérica média (Mn). Os resultados mostraram um decréscimo nos valores de variação de entalpia (∆Hm) para as copolimerizações de isopreno com as α-olefinas de 6, 8 e 10 carbonos, respectivamente. Baixos valores foram atribuídos à baixa cristalinidade dos materiais quando comparada com a do trans-poli-isopreno (TPI). As cadeias alquílicas inseridas ao longo da cadeia de poli-isopreno impediram a formação de regiões cristalinas nos copolímeros produzidos. Em relação ao copolímero formado a partir da reação do 1,3-butadieno com as alfa-olefinas, não é esperado tal comportamento, uma vez que o polibutadieno alto-cis é um elastômero, não apresentando assim, regiões cristalinas significativas. Os autores também observaram que os valores de temperatura de transição vítrea (Tg) decresceram conforme aumentou o comprimento da cadeia alquílica da αolefina inserida. Esse comportamento evidenciou o importante papel desempenhado por essas longas cadeias alquílicas, ou seja, atuarem como um plastificante interno. Por outro lado, os dados referentes ao copolímero com ramificação de 18 carbonos, mostraram um aumento nos valores de Tg e ∆Hm quando comparados aos demais copolímeros contendo ramificações de menor comprimento. Esse resultado confirma o caráter mais cristalino desse material. Contudo, a diferença acentuada de valores da temperatura de fusão (Tm) quando comparada à do TPI (19ºC para o C18 versus 46ºC para o TPI) mostra a diferença estrutural entre esses materiais. A cristalinidade atribuída ao copolímero com ramificações de 18 carbonos pode ter duas explicações. A primeira hipótese seria a formação de uma fase cristalina constituída pela longa cadeia alquílica dentro do material amorfo; e a segunda seria que a longa cadeia alquílica não teria interferido na cristalização do trans-poliisopreno. Os resultados permitiram aos autores afirmarem que a incorporação de olefinas de comprimento de cadeia médio (6 a 10 carbonos), promove a perda de cristalinidade do material, resultando em um copolímero viscoelástico quase amorfo. Já a introdução de longas cadeias (18 carbonos) não impede a cristalização e, assim, obtêm-se um material parcialmente cristalino. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 45 Nos estudos realizados por Hwang et al. (2004), a síntese de polibutadienos lineares foi feita utilizando-se as mesmas condições reacionais usadas na síntese de polibutadienos ramificados. Sendo assim, as microestruturas dos polímeros lineares e ramificados foram as mesmas. Barbier-Baudry et al. (2002) justificaram a não variação da microestrutura dos polímeros e copolímeros, através do mecanismo reacional. Segundo eles, durante a polimerização, há a competição entre as moléculas de olefina e do dieno pela inserção na cadeia propagante (Figura 12). Mesmo sendo o dieno um melhor ligante, devido a forma π-alílica das espécies, apenas um sítio está vago, e a olefina terminal (menos volumosa) é inserida em uma razão que varia de 6 a 10%. Após a inserção da alfa-olefina, levando à uma espécie alquílica, dois sítios de coordenação estão vagos. Assim, ocorre, preferencialmente, a inserção por coordenação do dieno, que possui quatro elétrons presentes na dupla ligação. Dessa forma, é possível explicar o mecanismo envolvendo a inserção de apenas uma alfa-olefina entre os blocos do dieno. Figura 12: Competição entre a alfa-olefina e o dieno nas espécies alílicas ativas (BARBIER-BAUDRY et al.; 2002) Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Revisão bibliográfica 46 Esse método é o mais simples entre os descritos anteriormente. A simplicidade do método se justifica com o fato de não necessitar de nenhuma etapa adicional ao processo (havendo um menor consumo de energia e solvente, sendo, dentre as opções a que melhor se aplica aos conceitos de química verde, conceito este sempre analisado ao se escolher uma rota sintética), não necessitar de nenhum outro reagente ao meio (além da incorporação do comonômero), além de obter um copolímero com as propriedades desejadas e onde não haverá a segregação das fases. Diante disso, este foi o método escolhido, nesta Dissertação, para melhorar a processabilidade do polibutadieno com elevado teor de unidades repetitivas 1,4-cis. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Metodologia 47 2. METODOLOGIA Foram sintetizados catalisadores com a mesma relação entre os seus componentes, mesmas condições de preparo e de envelhecimento, conforme descrito na Tabela 3. Os valores empregados para as razões molares Al:Nd:Cl foram determinados anteriormente, conforme descrito na literatura (PIRES, 2004). Tabela 3: Parâmetros de síntese do sistema catalítico Alquilalumínio DIBAH* Sal de neodímio Versatato de neodímio Agente de halogenação Al:Nd Cl:Nd Cloreto de t-butila 11:1 3:1 Tempo Temperatura Síntese Envelhecimento Síntese Envelhecimento 1 hora 24 horas 5-10°C 10ºC * Hidreto de di-isobutilalumínio Depois de envelhecidos, os catalisadores foram testados em reações de homopolimerização e em reações de copolimerização de 1,3-butadieno com diferentes α-olefinas (1-hexeno, 1-octeno e 1-dodeceno) (Tabela 4). Tabela 4: Principais parâmetros das reações de polimerização Tempo de reação Temperatura Monômero Alfa-olefina 1-hexeno Bd/α-olefina (% em massa) 100/0 99/1 97/3 2 horas 70 ± 3°C 1,3-butadieno (Bd) 95/5 1-octeno 90/10 80/20 1-dodeceno 70/30 0/100 Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Metodologia 48 Para cada teor de alfa-olefina testado, foram sintetizados cerca de quatro catalisadores. Com cada catalisador foram realizadas, pelo menos, duas reações de polimerização. Totalizando, assim, cerca de 90 catalisadores e 180 reações de copolimerização. É importante destacar que foram considerados como resultados, para cada condição reacional, os valores medianos. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 49 3. MATERIAIS E MÉTODOS Este capítulo apresenta os reagentes e os materiais utilizados nesta Dissertação, além de descrever as técnicas empregadas. 3.1. Produtos químicos Os principais solventes e reagentes utilizados durante o trabalho experimental foram: • Álcool etílico (95,26 GL) – Procedência: Vetec Química Fina LTDA. Usado como recebido. • Alumina – Procedência: Rhone Poulenc Chemicals; seca em estufa por 12 horas a 150ºC, resfriada sob fluxo de nitrogênio superseco; utilizada como agente dessecante para o solvente e o monômero, em forma de esferas de ¼ de polegada de diâmetro. • Cloreto de t-butila (t-BuCl) – Procedência: Aldrich Chemical Company, Inc. Grau de pureza: 99%. Usado como solução em hexano a 20% m/m. • Hidreto de di-isobutilalumínio (DIBAH) – Procedência: Akzo Nobel. Grau de pureza: 100%. Cedido pela Petroflex Indústria e Comércio S.A.*. Usado como solução em hexano a 12% m/m. • Hexano – Procedência: cedido pela Petroflex Indústria e Comércio S.A.*. Seco em alumina. Usado como recebido. • 3,5-di-t-butil-4-hidroxitolueno (BHT) – Procedência: Shell Brasil S.A., nome comercial IONOL CP. Grau de pureza: 99,8%. Cedido pela Petroflex*. Usado como solução em hexano a 50% m/m. • Irganox 1076 – Procedência: Ciba Geigy Química S/A. Grau de pureza: 98%. Cedido pela Petroflex*. Usado como solução em hexano a 5% m/m. * Atualmente LANXESS Elastômeros do Brasil S.A. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos • 50 Nitrogênio – Procedência: Air Products. Grau de Pureza: LS, passado através de coluna recheada com peneira molecular de 3 Å e coluna com pentóxido de fósforo. • Nitrogênio superseco – Procedência: Air Products. Grau de pureza: 99,995%, passado através de coluna recheada com peneira molecular de 3 Å. • Solução de 1,3-butadieno em hexano (Blend B) – Procedência: cedido pela Petroflex*. Concentração: 35% m/m, isento de inibidor, seco em alumina. Usado como recebido. • 1-Hexeno – Procedência: Aldrich Chemical Company, Inc. Grau de pureza: 97%. Usado como recebido. • 1-Octeno – Procedência: Aldrich Chemical Company, Inc. Grau de pureza: 98%. Usado como recebido. • 1-Dodeceno – Procedência: Merck-Schuchardt. Grau de pureza: superior a 95%. Usado como recebido. • Versatato de neodímio – Procedência: Comar Industry Co., LTD. Cedido pela Petroflex Indústria e Comércio S.A.*. Usado como recebido. • Tolueno – Procedência: Vetec Química Fina LTDA. Usado como recebido. • Tetrahidrofurano (THF) – Procedência: Vetec Química Fina LTDA. Usado como recebido. • Clorofórmio – Procedência: Vetec Química Fina LTDA. Usado como recebido. * Atualmente LANXESS Elastômeros do Brasil S.A. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 51 3.2. Equipamentos Os seguintes equipamentos foram utilizados, tanto para a obtenção dos polímeros como também para efetuar a caracterização dos polímeros obtidos nesta Dissertação: • Agitador mecânico – Junk & Kunkel 20 Ika-Werk (UERJ). • Balança analítica – Marte, modelo AS5500 (UERJ). • Banhos termostatizados – Haake, modelos KD-10 e C3-SP (UERJ). • Lacrador de garrafas (UERJ). • Placas de aquecimento e agitação magnética – Ika Works, modelo Ceramag Midi (UERJ). • Estufa com circulação de ar para secagem de polímeros – MMM Medcenter Einrichtungen GmbH, modelo Ventice II (UERJ). • Estufa para secagem de material – Elka, modelo 119 (UERJ). • Câmara de infravermelho para determinação de sólidos totais – Construída pela Lanxess Elastômeros do Brasil S.A. (UERJ). • Reator de vidro – Tipo “Kettle” de 2000 mL de capacidade (UERJ). • Reator de vidro – Tipo “Kettle” de 5000 mL de capacidade (UERJ). • Reator de aço inox – Parr Instruments Co., modelo 4842, capacidade de 1000 mL com sistema de agitação mecânica e manta de aquecimento (UERJ). • Unidade de polimerização – Montada por técnicos da Lanxess Elastômeros do Brasil S.A. com recursos financeiros da FAPERJ (UERJ). • Espectrofotômetro de Infravermelho com transformada de Fourrier (FTIR) – Perkin-Elmer, modelo Spectrum One (Teadit Indústria & Comércio). • Cromatógrafo de permeação em gel (GPC) – Waters 600, equipado com bomba injetora e injeção automática, detector de índice de refração e coluna Styragel com limites de exclusão entre 50 e 1x106 Å, calibrado com padrões monodispersos de poliestireno (Petroflex Indústria e Comércio S.A.*). • Analisador Termogravimétrico (TGA) – TA Instruments, modelo TGA Q50. • Viscosímetro capilar de Ubbelohde 0B. • Banho termostatizado para viscosímetro (Brookfield). Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 52 * Atualmente LANXESS Elastômeros do Brasil S.A. 3.3. Procedimento experimental O procedimento experimental adotado ao longo desta Dissertação pode ser dividido nas seguintes etapas: limpeza e secagem da vidraria, preparo da solução de DIBAH (alquilalumínio), preparo da solução de cloreto de t-butila (agente de halogenação), síntese do catalisador, reações de homopolimerização e copolimerização, término das reações de polimerização, coagulação do polímero, secagem do polímero, determinação do teor de sólidos totais da reação e caracterização dos polímeros. Toda a vidraria utilizada no preparo das soluções e na síntese do catalisador (schlenk e seringas) foi retirada da estufa e resfriada sob fluxo de nitrogênio superseco, não permitindo assim a presença de umidade no sistema. Já a vidraria utilizada na reação de polimerização foi previamente resfriada em nitrogênio comercial. A seguir, será detalhada cada uma dessas etapas. 3.3.1. Limpeza e secagem da vidraria A vidraria utilizada nas diversas etapas deste trabalho foram previamente lavadas com solução de potassa alcoólica seguida pela lavagem com água destilada e secas em estufa a 125ºC por, um período mínimo, de 12 horas. 3.3.2. Preparo da solução de hidreto de di-isobutilalumínio (DIBAH) Nesta etapa do processo foi indispensável a utilização de equipamento de proteção individual em virtude de o DIBAH ser um reagente pirofólico. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 53 O preparo da solução de DIBAH foi efetuada em um schlenk previamente tarado. A alíquota de solvente utilizada foi extraída diretamente da unidade de polimerização e a transferência para o schlenk se deu com o auxílio de uma seringa. O schlenk foi então pesado, já contendo o solvente, sendo posteriormente efetuada a adição do alquilalumínio. O DIBAH foi retirado do cilindro metálico (“pyrosafe”) por intermédio de outra seringa e adicionado ao schlenk. Depois da adição do DIBAH ao sistema, o schlenk foi pesado e o real valor, em massa de cada componente adicionado foi determinado pela diferença de peso. O objetivo era obter uma solução com concentração igual a 20% m/m. Após o seu preparo, a solução foi imediatamente empregada na síntese do catalisador. 3.3.3. Preparo da solução de cloreto de t-butila O preparo da solução de cloreto de t-butila seguiu o seguinte procedimento: o solvente extraído diretamente da unidade de polimerização foi transferido, por intermédio de uma seringa, para um schlenk. O schlenk já contendo o solvente foi pesado. Utilizando equipamentos de proteção individual específicos para o procedimento, foi feita a transferência, com o auxílio de uma seringa, do cloreto de tbutila de seu recipiente para o schlenk já contendo o solvente. O sistema final foi pesado e o valor, em massa, de cada componente adicionado foi obtido pela diferença de peso. O objetivo era obter uma solução com concentração igual a 20% m/m. A solução foi empregada, imediatamente após o seu preparo, na síntese do catalisador. 3.3.4. Síntese do catalisador Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 54 A síntese do catalisador foi realizada em garrafa de vidro com capacidade máxima para 300 mL, lacrada com uma gaxeta de borracha e tampa de alumínio. Através da Figura 13, é possível visualizar o sistema para lacrar a garrafa onde foi preparado o catalisador. Figura 13: Sistema para lacrar a garrafa onde é preparado o catalisador Ao atingir a temperatura ambiente, um determinado volume de solução de DIBAH foi transferido para a garrafa. O sistema foi, então, mantido sob agitação magnética, na faixa de temperatura entre 5 e 10ºC por 15 minutos. Ao final desse tempo, foi adicionada à garrafa, de forma lenta, uma determinada quantidade de solução de versatato de neodímio em hexano, deixando o sistema por mais 15 minutos sob agitação magnética e seguindo a mesma faixa de temperatura. Após o tempo de agitação, foi transferido vagarosamente um determinado volume da solução de cloreto de t-butila em hexano. A solução final foi mantida sob agitação magnética por 1 hora em uma faixa de temperatura que variou entre 5 e 10ºC. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 55 Concluído esse período, o catalisador foi então transferido para uma câmara fria, onde a temperatura era de 5ºC, e mantido em repouso por 24 horas para promover seu envelhecimento. A aparelhagem empregada para o preparo do catalisador pode ser observada na Figura 14 e a solução catalítica final pode ser visualizada na Figura 15. 3 2 1 Figura 14: Aparelhagem empregada na síntese do catalisador (1 – Placa de agitação; 2 – Garrafa de vidro onde foi realizada a síntese do catalisador; 3 – Banho termostatizado) Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 56 Figura 15: Solução catalítica à base de versatato de neodímio 3.3.5. Reação de copolimerização Para efetuar as reações de polimerização do butadieno (homopolimerização e copolimerização) foi necessário realizar uma lavagem prévia no reator. Essa operação é de extrema importância para o processo, uma vez que elimina possíveis traços de umidade e/ou impurezas que poderiam interferir nas reações de polimerização. 3.3.5.1. Lavagem do reator de polimerização Por diferença de pressão, foi efetuada a transferência de um determinado volume de hexano do vaso de estocagem para o vaso de medição (Figura 16). Posteriormente, foi adicionado ao vaso de medição, sob fluxo de nitrogênio superseco, uma determinada quantidade da solução de DIBAH. A solução resultante foi então transferida para o reator de polimerização, por diferença de pressão, para que a lavagem fosse efetuada, deixando-se então, o sistema sob agitação mecânica durante 15 minutos a temperatura de 70ºC ± 3ºC. Após completar o tempo determinado para a lavagem, a solução resultante foi descartada, possibilitando assim o início da reação de polimerização. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 57 3.3.5.2. Reação de polimerização Todo o volume de solvente a ser utilizado na reação e o volume de Blend B (solução hexânica a 35 % m/m de 1,3-butadieno) foram transferidos para os vasos de medição da unidade de polimerização. 6 7 8 5 5 5 1 1 2 4 3 9 Figura 16: Unidade de polimerização (1 – Vasos de estocagem de solvente e de Blend B; 2 – Vaso de medição do solvente; 3 – Vaso de medição de Blend B; 4 – Vaso extra; 5 – Visores de níveis para cada um dos vasos de estocagem; 6 – Colunas de purificação de solvente; 7 – Colunas de purificação de Blend B; 8 – Colunas para purificação de nitrogênio superseco; 9 – Mangote de engate rápido para admissão do solvente, Blend B e/ou nitrogênio) Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 58 Ao reator de polimerização (Figura 17), previamente ligado e aquecido, foi transferido, por diferença de pressão, o volume total Blend B e, em seguida, uma pequena parte de solvente a ser empregado na reação. Em seguida, foi efetuada a adição, em vaso adequado, de quantidade pré-determinada da α-olefina (nas copolimerizações), sob atmosfera de nitrogênio superseco, por meio de uma seringa. É importante enfatizar que a α-olefina foi inicialmente adicionada ao vaso de adição para que posteriormente fosse transferida, por diferença de pressão, para o reator de polimerização. Após estabilização da temperatura em 70ºC, foi efetuada a adição do volume de solução catalítica ao reator seguindo o mesmo procedimento de adição descrito para a α-olefina. Em seguida, foi transferido para o reator de polimerização o volume restante de solvente a ser utilizado na reação. Após isso, a passagem de uma pequena quantidade de nitrogênio superseco se fez necessária para garantir que não ficaria vestígio de nenhum dos componentes reacionais na linha da unidade de polimerização. Durante todo o período de reação, a temperatura do sistema foi mantida em 70 ± 3ºC. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 59 Figura 17: Reator de polimerização 3.3.6. Término da reação de copolimerização Após duas horas de reação, todo o polímero formado foi transferido para um reator de vidro, previamente inertizado, onde foi efetuada a terminação da reação de polimerização (Figura 18). O término da reação consistiu em transferir a solução polimérica para o reator de vidro contendo um determinado volume de hexano aquecido (70°C) e uma determinada quantidade de solução de 3,5-di-t-butil-4-hidroxi-tolueno (BHT) em hexano a 50% m/m. O sistema foi deixado sob agitação mecânica por 15 minutos e, após completado este período, foi adicionada solução de antioxidante (Irganox / fosfito de trinonilfenila) em hexano a 10% m/m. A mistura final foi deixada sob agitação mecânica por mais 15 minutos, sendo levada, posteriormente para a coagulação. A aparelhagem utilizada nesta etapa do processo pode ser observada na Figura 18. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 60 3 2 1 4 Figura 18: Aparelhagem utilizada na terminação da reação (1 – Reator de vidro para terminação da reação; 2 – Sistema para transferência da solução polimérica; 3 – Agitador mecânico; 4 – Sistema de aquecimento) 3.3.7. Coagulação do copolímero A etapa posterior ao término da reação de polimerização é a coagulação do produto reacional (Figura 19). Para isso, foi necessário transferir a mistura reacional do reator de vidro onde foi efetuado o término da reação para um outro reator de vidro encamisado contendo água desmineralizada a 80ºC, sob forte agitação Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 61 mecânica (500 rpm). O sistema foi mantido nessas condições por, aproximadamente 2 horas, assegurando-se assim a total coagulação do polímero formado, como pode ser observado na Figura 20. Torna-se importante destacar que dependendo das condições reacionais empregadas na polimerização, o aspecto final do produto poderia variar. 1 2 3 Figura 19: Sistema empregado na coagulação do copolímero (1 – Banho termostatizado; 2 – Agitador mecânico; 3 – Reator de vidro encamisado) Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 62 Figura 20: Aspecto do copolímero após a coagulação 3.3.8. Secagem do copolímero O produto reacional foi levado à estufa com circulação de ar a 60ºC para efetuar a sua secagem até peso constante. Ao se atingir essa condição, o material foi retirado da estufa e devidamente identificado e armazenado. 3.3.9. Determinação do teor de sólidos totais e conversão da reação A determinação do teor de sólidos totais da reação em função do tempo reacional foi um procedimento importante no desenvolvimento desta Dissertação, uma vez que através dele foi possível acompanhar a conversão de cada uma das reações de polimerização. O procedimento experimental consiste em retirar alíquotas do meio reacional a cada 15 minutos, durante a primeira hora de reação, e de 30 em 30 minutos, na segunda hora da reação. Para a obtenção dessas alíquotas, foi empregado um sistema que consiste de uma seringa de vidro equipada com uma válvula BD em sua extremidade e um batente de metal para segurar o êmbolo (Figura 21), pois a pressão no interior do reator é alta e, caso não se utilize o batente metálico, o êmbolo poderia ser lançado, perdendo assim a amostra retirada e a vidraria utilizada. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 63 Figura 21: Seringa utilizada na retirada de alíquotas para determinação de sólidos totais da reação Cada alíquota recém-retirada do reator de polimerização foi dividida em duas partes, sendo cada uma colocada em uma cápsula de alumínio previamente tarada, onde se adicionou álcool etílico com a finalidade de desativar os sítios catalíticos presentes no meio. As cápsulas de alumínio, contendo a amostra devidamente desativada, foram então levadas para uma câmara equipada com lâmpadas de radiação infravermelha, promovendo assim a secagem das amostras até peso constante. Ao atingir essa condição, foi possível determinar o teor de sólidos totais através da Equação 1. % sólidos totais = A – B x 100 C-D Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ (1) Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 64 Onde: A = peso da cápsula de alumínio + resíduo reacional; B = peso da cápsula de alumínio vazia; C = peso da seringa + amostra reacional; D = peso da seringa vazia. A partir da determinação do teor de sólidos totais das amostras foi possível calcular a conversão das reações através da Equação 2. Conversão (%) = (massa total adicionada ao reator) x (% sólidos totais) massa dos monômeros (2) 3.3.10. Caracterização dos copolímeros Os polímeros obtidos nesta Dissertação de Mestrado foram caracterizados segundo as técnicas descritas a seguir. 3.3.10.1. Determinação da microestrutura A espectroscopia de absorção na região do infravermelho é um dos métodos analíticos mais utilizados na química de polímeros para determinação de estruturas moleculares. Sendo assim, através da técnica de espectroscopia na região do infravermelho foi possível determinar a microestrutura dos polibutadienos e dos copolímeros de butadieno com as α-olefinas. Nessa etapa do trabalho, foi utilizado um equipamento Perkin-Elmer, com transformada de Fourier (FTIR), modelo Spectrum One, sendo as amostras analisadas em forma de filmes vazados em células de brometo de potássio (KBr), sal cuja ligação química entre os átomos de bromo e potássio não absorve radiação na Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 65 faixa do infravermelho, não sendo assim, um interferente nos espectros obtidos para as amostras analisadas. Para que as amostras fossem vazadas nas células de KBr, foi necessário preparar soluções a 2% m/v em clorofórmio e os espectros foram obtidos no intervalo de comprimento de onda compreendido entre 4000 e 450 cm-1. O teor de cada unidade repetitiva isomérica (1,4-trans, 1,2-vinila e 1,4-cis) foi determinado a partir das absorbâncias correspondentes aos comprimentos de onda 967, 910 e 740 cm-1, respectivamente, segundo método descrito na literatura (SCHRÖDER et al., 1989; MAKOVETSKY et al., 2006). É importante enfatizar que foi considerado que a soma das proporções das unidades isoméricas corresponde ao total de ligações duplas, ou seja, insaturações igual a 100%, uma vez que a espessura do filme polimérico não é conhecida. As Equações 3 a 6 foram empregadas nos cálculos dos teores de cada unidade repetitiva. Teor 1,4-cis (%) = A1 x 100 ε1 K Teor 1,4-trans (%) = A2 x 100 ε2 K (3) (4) Teor 1,2-vinila (%) = A3 x 100 ε3 K (5) K = A1 + A2 + A3 ε1 ε2 ε3 (6) Onde A1, A2 e A3 são, respectivamente, as absorbâncias das bandas correspondentes às configurações 1,4-cis, 1,4-trans e 1,2-vinila. As constantes ε1, ε2 Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 66 e ε3 são as absortividades molares das mesmas bandas das configurações citadas anteriormente e são iguais a, respectivamente, 0,175, 0,647 e 1,000. 3.3.10.2. Determinação da massa molar numérica média (Mn) e massa molar ponderal média (Mw) Para efetuar a determinação das massas molares foram realizadas análises em cromatógrafo de exclusão por tamanho (SEC), utilizando um equipamento de permeação em gel (GPC) Waters 600, equipado com injetor automático Waters 717 Autosample, detector de índice de refração 2410, um conjunto com quatro colunas recheadas com styragel com partículas de 5 µ de diâmetro e limites de exclusão entre 50 e 1x106 Å, calibrado com padrões monodispersos de poliestireno. As análises foram efetuadas a 30ºC, com fluxo de 1 mL/min. As soluções poliméricas foram preparadas a 0,15% m/v em tetra-hidrofurano (THF), sendo deixadas em repouso, protegidas da luz, durante 12 a 24 horas, promovendo assim, a total solubilização do material polimérico no solvente, e em seguida passadas em filtros de 0,45 µm de diâmetro de poro, antes de serem injetadas no cromatógrafo. 3.3.10.3. Determinação da estabilidade térmica Para determinar a estabilidade térmica dos polímeros produzidos nesta Dissertação foi utilizada a termogravimetria (TG), que é uma técnica que se baseia na medida da variação da quantidade de massa ou taxa de variação de peso de uma amostra em função da variação da temperatura ou do tempo, em uma atmosfera controlada. A variação da massa do material pode estar relacionada à decomposição da amostra ou à volatilização de substâncias de baixa massa molecular. A amostra pode ser aquecida ou resfriada, a uma velocidade Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Materiais e métodos 67 selecionada, estando assim no modo de varredura, ou pode ser mantida a uma temperatura fixa, que é o modo isotérmico (LUCAS et al., 2001; MAGALHÃES, 2006; JUNGER, 2007). As derivadas das curvas de TG (DTG) são muito úteis para mostrar estágios de degradação pouco acentuados e de difícil visualização, ou seja, as curvas de DTG apresentam uma sensibilidade maior do que as curvas de TG. O mínimo da derivada corresponde à temperatura na qual a velocidade de degradação é máxima. Dessa forma, diferenças sutis, não observáveis na curva de degradação, podem ser verificadas nas curvas de DTG. A avaliação da estabilidade térmica dos polímeros foi realizada em analisador termogravimétrico modelo TGA Q50 da TA Instruments, sob atmosfera inerte de nitrogênio, cuja vazão era de 25 cm3/min na balança e de 115cm3/min no forno, com razão de aquecimento de 20ºC/min. A faixa de aquecimento das amostras era de 50°C até 700ºC. 3.3.10.4. Determinação das propriedades viscosimétricas A determinação dos parâmetros viscosimétricos foi realizada a 30 ± 0,1°C, utilizando-se um viscosímetro capilar Ubbelohde 0B. Foram preparadas soluções a 0,5% m/v em tolueno. Através do método de extrapolação gráfica à diluição infinita, a determinação experimental foi feita pela cronometragem do tempo de escoamento da solução-mãe e de cinco diluições desta solução polimérica (volume da solução-mãe foi de 10 mL e para cada diluição foi adicionado 2 mL de tolueno à solução anterior). Para o sistema analisado, não foi possível calcular a massa molar viscosimétrica média (Mv), pois não foram encontrados na literatura os valores de K e a relativos ao sistema Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ poli(butadieno-co-α-olefina)/tolueno a 30°C. Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 68 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A seguir serão apresentados os principais resultados obtidos ao longo desta Dissertação. Primeiro, será discutida a influência de cada uma das alfa-olefinas estudadas (1-hexeno, 1-octeno e 1-dodeceno) sobre a reação de polimerização e as características dos copolímeros. Em seguida, será efetuada uma análise comparativa entre as diferentes alfa-olefinas, nos respectivos teores avaliados. Todos os experimentos realizados neste trabalho foram efetuados com sistemas catalíticos idênticos [hidreto de di-isobutilalumínio (Al) / versatato de neodímio (Nd) / cloreto de t-butila (Cl)], mantendo-se constantes as razões molares entre os seus constituintes (Al:Nd:Cl = 11:1:3), o tempo e a temperatura de síntese (1 hora a 10°C) e de envelhecimento (24 horas a 10°C). Além disso, nas copolimerizações, as variáveis reacionais, tais como tempo de reação (2 horas), temperatura de reação (70 ± 3°C), tipo de solvente (hexano), massa de 1,3-butadieno (42 gramas) e concentração de neodímio ([Nd] = 0,23mmols/100g de butadieno) foram as mesmas em todos os experimentos. Através de resultados experimentais, é possível definir que o sistema catalítico empregado nesta Dissertação não é capaz de polimerizar as alfa-olefinas individualmente, não obtendo amostras de poli(1-hexeno), poli(1-octeno) e poli(1dodeceno). Diante disso, é possível garantir que o consumo de alfa-olefina no meio reacional se dá pela inserção desses comonômeros nas cadeias de polibutadieno. Tal resultado encontra-se de acordo com informações descritas na literatura. Segundo Babier-Baudry et al. (1999) não se obtém polímero constituído apenas por moléculas de alfa-olefina, sendo estas consumidas pela formação do copolímero com o dieno. Hong et al. (2010) também verificaram que o catalisador não é ativo para polimerizar apenas o 1-hexeno. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 69 4.1. Influência da adição de alfa-olefinas sobre a conversão da polimerização A seguir será analisada a influência da adição de diferentes alfa-olefinas, em diferentes teores, sobre a reação de polimerização. 4.1.1. Teor de alfa-olefina Diferentes teores de alfa-olefinas (1, 3, 5, 10, 20 e 30% em massa) foram empregados nas reações de copolimerização com o 1,3-butadieno com a finalidade de sintetizar copolímeros com diferentes inserções de ramificações. A Figura 22 mostra a influência dos diferentes teores de alfa-olefinas sobre a conversão das reações. Independente do tipo de alfa-olefina empregada (comonômero), um aumento no teor a ser adicionado na reação, tende a provocar uma redução na conversão. Entretanto, esse efeito é mais significativo quanto maior for o tamanho da cadeia do comonômero empregado. No caso das reações com 1-hexeno (Figura 22a), só foi possível verificar uma considerável redução nos valores de conversão quando se adicionou, na reação, cerca de 30% em massa (em relação ao 1,3-butadieno) desta α-olefina. Quando o 1-octeno foi empregado (Figura 22b), ocorreu uma considerável redução na conversão quando foram adicionados teores iguais ou superiores a 3% em massa. A Figura 22c mostra que ao se adicionar apenas 1% do 1-dodeceno, já foi possível verificar uma redução significativa na conversão, e em teores acima de 5%, não foi obtido copolímero ao final da reação. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Conversão (%) Resultados e discussão 70 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 100/0 99/1 97/3 95/5 90/10 80/20 70/30 Bd/1-hexeno (% m/m) 15 minutos de reação Conversão (%) (a) 120 minutos de reação 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 100/0 99/1 97/3 95/5 90/10 80/20 70/30 Bd/1-octeno (% m/m) 15 minutos de reação Conversão (%) (b) 120 minutos de reação 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 100/0 99/1 97/3 95/5 Bd/1-dodeceno (% m/m) (c) 15 minutos de reação 120 minutos de reação * Não se obteve polímero a partir da adição de 5% de 1-dodeceno Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24 h à 10°C; condições de polimerização: 2 h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Figura 22: Influência do teor de alfa-olefina sobre a conversão da reação: (a) 1hexeno, (b) 1-octeno e (c) 1-dodeceno Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 71 Trabalhos encontrados na literatura mostram que o aumento no teor de alfaolefina adicionado na reação, garante uma maior inserção da mesma na cadeia polimérica, porém com uma menor conversão da polimerização (BIALEK et al., 2000; LOVISI et al., 2001; BRITTO et al., 2001; BONNET et al., 2002; ODIAN, 2004; ARRANZ-ANDRÉS et al., 2005; MAKOVETSKY et al., 2006). Segundo Lovisi et al. (2001), o aumento no teor de alfa-olefina, no sistema reacional, resulta em uma inibição significativa da cinética da reação. Tal fato se justifica através da constante de propagação que envolve a inserção da alfa-olefina na cadeia polimérica, pois de acordo com estudos de Britto et al. (2001), ao se empregar o 1-deceno, como comonômero na reação de copolimerização com dienos, a constante de propagação deste alceno é, aproximadamente 60 vezes menor do que aquela que envolve a inserção da molécula diênica e, assim, a conversão reacional é menor, quanto maior for a inserção do comonômero. Entretanto, mesmo com uma constante de propagação maior para a inserção de moléculas de 1,3-butadieno, frente às de alfa-olefina, é possível esperar a formação do copolímero devido à natureza probabilística das reações químicas, ou seja, mesmo tendo a inserção do 1,3-butadieno favorecida, estando no meio reacional, moléculas da alfa-olefina, haverá a inserção de 1,3-butadieno na cadeia propagante e, também, de uma pequena fração de moléculas de alfa-olefina, gerando assim um copolímero aleatório (ODIAN, 2004). Além disso, quanto maior o teor adicionado de alfa-olefina, mais favorecida é a ocorrência de choques efetivos entre a espécie propagante e as moléculas dos comonômeros. Desse modo, sendo maior a frequência de colisões, maior será a probabilidade de ocorrer a incorporação das ramificações (ODIAN, 2004). Bialek et al. (2000) verificaram que o teor de comonômero no polímero aumenta com a maior concentração deste no meio reacional, para qualquer que seja a alfa-olefina e o sistema catalítico empregados. Os autores afirmaram, ainda, que o efeito negativo sobre a atividade do sistema e, consequentemente, sobre a conversão da reação, ocorre ao se utilizar tanto catalisadores Ziegler-Natta como também catalisadores metalocênicos. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 72 4.1.2. Tamanho da cadeia da alfa-olefina O efeito do tamanho da cadeia da alfa-olefina sobre a conversão da reação, Conversão (%) nos diferentes teores empregados, é mostrado na Figura 23. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Bd/alfa-olefina = 99/1 Homopolímero 1-Hexeno 1-Octeno 1-Dodeceno Tipo de alfa-olefina 15 minutos de reação (a) 120 minutos de reação Conversão (%) Homopolímero: Bd/α-olefina = 100/0 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Bd/alfa-olefina = 97/3 Homopolímero (b) 1-Hexeno 1-Octeno Tipo de alfa-olefina 15 minutos de reação 1-Dodeceno 120 minutos de reação Homopolímero: Bd/α-olefina = 100/0 Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24 h à 10°C; condições de polimerização: 2 h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Conversão (%) Resultados e discussão 73 Bd/alfa-olefina = 95/5 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Homopolímero 1-Hexeno 1-Octeno 1-Dodeceno Tipo de alfa-olefina 15 minutos de reação (c) 120 minutos de reação Conversão (%) Homopolímero: Bd/α-olefina = 100/0 Bd/alfa-olefina = 90/10 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Homopolímero 1-Hexeno 1-Octeno Tipo de alfa-olefina 15 minutos de reação (d) 120 minutos de reação Homopolímero: Bd/α-olefina = 100/0 Conversão (%) * Não se obteve polímero a partir da adição de 5% de 1-dodeceno Bd/alfa-olefina = 80/20 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Homopolímero 1-Hexeno 1-Octeno Tipo de alfa-olefina (e) 15 minutos de reação 120 minutos de reação Homopolímero: Bd/α-olefina = 100/0 Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 74 Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24h à 10°C; condições de polimerização: 2h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; Conversão (%) [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Bd/alfa-olefina = 70/30 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Homopolímero 1-Hexeno 1-Octeno Tipo de alfa-olefina (f) 15 minutos de reação 120 minutos de reação Homopolímero: Bd/α-olefina = 100/0 * Não se obteve polímero a partir da adição de 5% de 1-dodeceno Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24h à 10°C; condições de polimerização: 2h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Figura 23: Influência das diferentes alfa-olefinas, em seus diferentes teores, sobre a conversão da reação: (a) Bd/α-olefina = 99/1, (b) Bd/α-olefina = 97/3, (c) Bd/αolefina = 95/5, (d) Bd/α-olefina = 90/10, (e) Bd/α-olefina = 80/20 e (f) Bd/α-olefina = 70/30 Da análise dos gráficos é possível observar que independente do teor de alfaolefina empregado, há uma tendência a redução da conversão ao se aumentar o tamanho do comonômero empregado. Logo, a influência do tipo de alfa-olefina sobre a conversão segue a seguinte ordem crescente: 1-hexeno < 1-octeno < 1-dodeceno. Ao se adicionar o 1-dodeceno no sistema reacional, há uma redução tão acentuada na conversão da reação que no tempo estabelecido para as reações, que foi de 2 horas, não foi possível obter copolímero. O comportamento de redução da conversão com o aumento do tamanho da alfaolefina empregada tem sido amplamente citado na literatura (BIALEK et al., 2000; Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 75 CZAJA et al., 2001; LOVISI et al., 2001; BARBIER-BAUDRYl et al., 2002; DANKOVA et al., 2003; THUILLIE et al., 2005; FERREIRA Jr., 2005; HONG et al., 2010). Para se entender tal efeito é importante ter em mente que ao se utilizar uma alfa-olefina como comonômero na reação de copolimerização com o 1,3-butadieno, os dois átomos de carbono que formam a ligação dupla da estrutura do alceno são inseridos na cadeia polimérica, ficando os demais átomos como uma ramificação. Diante disso, é possível concluir que ao se empregar o 1-hexeno, 1-octeno e 1dodeceno, as ramificações geradas serão de, respectivamente, 4, 6 e 10 átomos de carbono. Bialek et al. (2000) observaram que a habilidade do comonômero de copolimerizar diminui com o aumento do número de átomos de carbono que compõem a sua molécula, especialmente com alfa-olefinas maiores do que o 1octeno. O estereoimpedimento gerado pelos comonômeros de maior cadeia é, provavelmente, a razão para esta observação, pois devido ao seu tamanho, a inserção de novas moléculas na ligação metal-carbono do sítio propagante, torna-se mais difícil. Segundo Ferreira Jr (2005) o sítio ativo sempre terá uma maior dificuldade de inserção do monômero em um sítio estereoimpedido por ramos muito longos. Barbier-Baudry et al. (2002) corroboram com os resultados mencionados anteriormente ao também justificar o comportamento na redução da conversão pelo estereoimpedimento gerado pela presença de diferentes alfa-olefinas (1-hexeno, 1deceno, 1-octadeceno) na copolimerização com o isopreno. De acordo com Czaja et al. (2001), para qualquer que seja o sistema catalítico empregado, com o aumento do comprimento da cadeia do comonômero olefínico, sua habilidade para copolimerizar diminui. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 76 4.2. Influência da adição de alfa-olefinas sobre a microestrutura A seguir será analisada a influência da adição de diferentes alfa-olefinas, em diferentes teores, sobre a microestrutura do copolímero formado. 4.2.1. Teor de alfa-olefina Sistemas catalíticos estereoespecíficos do tipo Ziegler-Natta à base de neodímio, são capazes de produzir polibutadieno 1,4-cis com maior controle de microestrutura, maiores valores de massa molar e mais estreita distribuição de massa molar (YANG et al., 1982; MONAKOV et al., 1994; QUIRK et al., 2000; KWAG, 2002; MELLO et al., 2004c). As Tabelas 5 a 7 mostram a influência dos diferentes teores de alfa-olefinas sobre a microestrutura do polímero obtido. Tabela 5: Influência do teor de 1-hexeno sobre a microestrutura do polímero Alfa-olefina 1-hexeno Bd/α-olefina * Microestrutura (%) 1,4-cis 1,4-trans 1,2-vinílico 100/0 95 4 1 99/1 96 3 1 97/3 96 3 1 95/5 95 4 1 90/10 96 3 1 80/20 96 3 1 70/30 97 2 1 *Bd = 1,3-butadieno Condições de análise: solvente = clorofórmio; solução = 2 % m/v Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 77 Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24 h à 10°C; condições de polimerização: 2 h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Tabela 6: Influência do teor de 1-octeno sobre a microestrutura do polímero Alfa-olefina 1-octeno Bd/α-olefina * Microestrutura (%) 1,4-cis 1,4-trans 1,2-vinílico 100/0 95 4 1 99/1 94 5 1 97/3 94 5 1 95/5 95 4 1 90/10 95 4 1 80/20 95 4 1 70/30 95 4 1 *Bd = 1,3-butadieno Condições de análise: solvente = clorofórmio; solução = 2 % m/v Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24 h à 10°C; condições de polimerização: 2 h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Tabela 7: Influência do teor de 1-dodeceno sobre a microestrutura do polímero Alfa-olefina 1-dodeceno Bd/α-olefina * Microestrutura (%) 1,4-cis 1,4-trans 1,2-vinílico 100/0 95 4 1 99/1 94 5 1 97/3 94 5 1 95/5 94 5 1 90/10* ND ** ND ** ND ** 80/20* ND ** ND ** ND ** 70/30* ND ** ND ** ND ** *Bd = 1,3-butadieno ** ND = Não determinado, pois não foi obtido polímero com esse teor de 1-dodeceno Condições de análise: solvente = clorofórmio; solução = 2 % m/v Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24 h à 10°C; condições de polimerização: 2 h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 78 Pela análise dos resultados contidos nas Tabelas 5 a 7, é possível verificar que não existe nenhuma tendência de alteração da microestrutura dos polímeros para qualquer que seja a alfa-olefina estudada. Diante disso, observa-se que, ao se empregar as mesmas condições reacionais tanto para a síntese do homopolímero constituído por 1,3-butadieno (Bd/α-olefina=100/0), como para os copolímeros não há qualquer alteração no sítio catalítico propagante, resultando, assim, em polímeros com microestruturas similares. Este comportamento já era esperado frente aos trabalhos encontrados na literatura (BARBIER-BAUDRY et al., 2001; CZAJA et al., 2001; BARBIER-BAUDRY et al., 2002; HWANG et al., 2004). 4.2.2. Tamanho da cadeia da alfa-olefina O efeito do tamanho da cadeia da alfa-olefina sobre a microestrutura dos copolímeros sintetizados, nos diferentes teores empregados, é mostrado na Tabela 8. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 79 Tabela 8: Influência das diferentes alfa-olefinas, em seus diferentes teores, sobre a microestrutura do polímero formado Alfa-olefina Bd/α-olefina * Homopolímero 100/0 Microestrutura (%) 1,4-cis 1,4-trans 1,2-vinílico 95 4 1 96 3 1 94 5 1 1-dodeceno 94 5 1 1-hexeno 96 3 1 94 5 1 1-dodeceno 94 5 1 1-hexeno 95 4 1 95 4 1 1-dodeceno 94 5 1 1-hexeno 96 3 1 95 4 1 1-dodeceno ND ** ND ** ND ** 1-hexeno 96 3 1 95 4 1 1-dodeceno ND ** ND ** ND ** 1-hexeno 97 2 1 96 4 1 ND ** ND ** ND ** 1-hexeno 1-octeno 1-octeno 1-octeno 1-octeno 1-octeno 1-octeno 99/1 97/3 95/5 90/10 80/20 70/30 1-dodeceno *Bd = 1,3-butadieno ** ND = Não determinado, pois não foi obtido polímero com esse teor de 1-dodeceno Condições de análise: solvente = clorofórmio; solução = 2 % m/v; Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 80 Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24 h à 10°C; condições de polimerização: 2 h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Uma vez que a inserção de diferentes alfa-olefinas (1-hexeno, 1-octeno e 1dodeceno) não causou qualquer alteração significativa na microestrutura dos copolímeros formados (item 4.2.1 desta Dissertação), já era esperado que a variação nos teores dos comonômeros não ocasionasse mudança na microestrutura dos polímeros (Tabela 8) Assim, conclui-se que, independentemente do tipo e do teor de alfa-olefina empregada como comonômero nas reações com o 1,3-butadieno, o número de átomos de carbono presentes na cadeia da alfa-olefina e/ou a quantidade adicionada na síntese, não altera a microestrutura do copolímero formado, uma vez que não há alteração na distribuição do sítio ativo e nem na sua natureza química. Dessa forma, pode-se afirmar que o sistema catalítico empregado nesta Dissertação promoveu a incorporação da alfa-olefina na matriz polibutadiênica sem provocar qualquer variação significativa na microestrutura do polímero. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 81 4.3. Influência da adição de alfa-olefina sobre a massa molar A alta massa molar e a estrutura química dos materiais poliméricos são os principais responsáveis pelas suas propriedades e, consequentemente, pela sua utilização em inúmeras aplicações. Como já foi discutido no item 4.2 desta Dissertação, a microestrutura dos copolímeros sintetizados não sofreu variações significativas com a adição das alfaolefinas. Sendo assim, a análise da massa molar desses materiais é de extrema importância, pois garantirá que os copolímeros obtidos, poderão ou não, ser aplicados nas mesmas condições que usualmente se aplica o homopolímero obtido ao se empregar catalisadores Ziegler-Natta à base de neodímio. A seguir será analisada a influência da adição de diferentes alfa-olefinas, em diferentes teores, sobre a massa molar do copolímero formado. 4.3.1. Teor de alfa-olefina A Figura 24 mostra a influência dos diferentes teores de alfa-olefinas sobre a massa molar dos copolímeros. É possível observar que, para qualquer teor de alfaolefina empregado, os valores de massa molar numérica média (Mn) e de massa molar ponderal média (Mw) sofreram significativas variações com a adição do comonômero. Existe uma tendência ao aumento do valor da massa molar ao se aumentar o teor de comonômero no meio. Tal resultado já era esperado, uma vez que ao se aumentar o teor de comonômero no meio reacional (mantendo a massa de 1,3-butadieno constante em todas as reações), há maior inserção da alfa-olefina na cadeia polimérica devido à maior probabilidade de choques efetivos, resultando, assim, em um copolímero com massa molar ponderal média cada vez maior. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 82 Entretanto, o efeito sobre Mn é menos significativo quando comparado a Mw, em virtude de o número de cadeias poliméricas formadas durante a reação, praticamente, não ter sido alterado com a adição das alfa-olefinas. Provavelmente, isso ocorreu devido aos sítios catalíticos não terem sofrido modificações com a adição do comonômero (item 4.2 desta Dissertação). Para compreender os comportamentos encontrados na variação de Mn e Mw, é importante ter em mente que, segundo a definição matemática, Mn sofre uma maior influência do número de moléculas presentes na amostra, enquanto que Mw está mais relacionada com o tamanho dessas cadeias poliméricas. Assim, os resultados de massa molar encontrados nesta Dissertação, confirmam que houve a incorporação das alfa-olefinas na cadeia polimérica. Um destaque deve ser dado à reação onde se empregou como comonômero o 1-hexeno na razão, em massa, de 1,3-butadieno/alfa-olefina= 80/20, uma vez que, neste caso, a incorporação do comonômero na matriz polibutadiênica produziu um polímero com a mais alta massa molar sem alterar a sua microestrutura (Tabelas 5 e 8) e sem provocar uma redução significativa na conversão da reação (Figura 22 a), já que uma etapa de recuperação do monômero pode ser inserida no final do processo. Desse modo, a razão 1,3-butadieno/1-hexeno = 80/20 é, dentre as analisadas nesta Dissertação, a mais vantajosa industrialmente. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 83 Mn -5 Massa molar (x10 ) 12 Mw 10 8 6 4 2 0 100/0 99/1 97/3 95/5 90/10 80/20 70/30 Bd/1-hexeno (% m/m) (a) Mn -5 Massa molar (x10 ) 12 Mw 10 8 6 4 2 0 100/0 99/1 97/3 95/5 90/10 80/20 70/30 Bd/1-octeno (% m/m) (b) Mn -5 Massa molar (x10 ) 12 Mw 10 8 6 4 2 0 100/0 99/1 97/3 95/5 Bd/1-dodeceno (% m/m) (c) * Não se obteve polímero a partir da adição de 5% de 1-dodeceno Condições de análise: temperatura = 30°C; fluxo = 1 mL/min; solvente = THF; solução = 0,15 % m/v; Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 84 envelhecimento do catalisador = 24h à 10°C; condições de polimerização: 2h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Figura 24: Influência do teor de alfa-olefina sobre a massa molar do polímero: (a) 1hexeno, (b) 1-octeno e (c) 1-dodeceno 4.3.2. Tamanho da cadeia da alfa-olefina O efeito do tamanho da cadeia da alfa-olefina sobre a massa molar dos copolímeros sintetizados, nos diferentes teores empregados, é mostrado na Figura 25. Bd/alfa-olefina = 99/1 -5 Massa molar (x10 ) 12 Mn 10 Mw 8 6 4 2 0 Homopolímero 1-Hexeno 1-Octeno 1-Dodeceno Tipo de alfa-olefina (a) Homopolímero: Bd/α-olefina = 100/0 Bd/alfa-olefina = 97/3 -5 Massa molar (x10 ) 12 Mn 10 Mw 8 6 4 2 0 Homopolímero 1-Hexeno 1-Octeno 1-Dodeceno Tipo de alfa-olefina (b) Homopolímero: Bd/α-olefina = 100/0 Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 85 Condições de análise: temperatura = 30°C; fluxo = 1 mL/min; solvente = THF; solução = 0,15 % m/v; sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24h à 10°C; condições de polimerização: 2h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Bd/alfa-olefina = 95/5 -5 Massa molar (x10 ) 12 Mn 10 Mw 8 6 4 2 0 Homopolímero 1-Hexeno 1-Octeno 1-Dodeceno Tipo de alfa-olefina (c) Homopolímero: Bd/α-olefina = 100/0 -5 Massa molar (x10 ) 12 Bd/alfa-olefina = 90/10 Mn 10 Mw 8 6 4 2 0 Homopolímero 1-Hexeno 1-Octeno Tipo de alfa-olefina (d) * Homopolímero: Bd/α-olefina = 100/0 ** Não se obteve polímero a partir da adição de 5% de 1-dodeceno -5 Massa molar (x10 ) 12 Bd/alfa-olefina = 80/20 Mn Mw 10 8 6 4 2 0 Homopolímero 1-Hexeno 1-Octeno Tipo de alfa-olefina Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 86 (e) Homopolímero: Bd/α-olefina = 100/0 Não se obteve polímero a partir da adição de 5% de 1-dodeceno Condições de análise: temperatura = 30°C; fluxo = 1 mL/min; solvente = THF; solução = 0,15 % m/v Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24h à 10°C; condições de polimerização: 2h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano -5 Massa molar (x10 ) 12 Bd/alfa-olefina = 70/30 Mn Mw 10 8 6 4 2 0 Homopolímero 1-Hexeno 1-Octeno Tipo de alfa-olefina (f) Homopolímero: Bd/α-olefina = 100/0 Não se obteve polímero a partir da adição de 5% de 1-dodeceno Condições de análise: temperatura = 30°C; fluxo = 1 mL/min; solvente = THF; solução = 0,15 % m/v; Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24h à 10°C; condições de polimerização: 2h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Figura 25: Influência das diferentes alfa-olefinas, em seus diferentes teores, sobre a massa molar do polímero: (a) Bd/α-olefina = 99/1, (b) Bd/α-olefina = 97/3, (c) Bd/αolefina = 95/5, (d) Bd/α-olefina = 90/10, (e) Bd/α-olefina = 80/20 e (f) Bd/α-olefina = 70/30 É possível observar que quanto maior o tamanho da cadeia da alfa-olefina, mais expressivo é o aumento no valor da massa molar numérica média (Mn) e da massa molar ponderal média (Mw) (Figura 25). Sendo assim, entre os comonômeros empregados, a massa molar dos copolímeros segue a seguinte ordem crescente (para uma série onde se empregou o mesmo teor de α-olefina): 1-hexeno < 1-octeno < 1-dodeceno. Torna-se importante enfatizar que no caso das reações onde se empregou como comonômero o 1-dodeceno, mesmo na razão, em massa, de 1,3Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 87 butadieno/alfa-olefina = 99/1, além de haver uma redução significativa na conversão da reação (Figura 23 a), há um aumento acentuado na massa molar (Figura 25 a). Tal comportamento comprova a inserção das ramificações de 1-dodeceno na matriz polibutadiênica. O mesmo comportamento é observado para as demais alfa-olefinas avaliadas nesta Dissertação, ou seja, se a conversão das reações diminui com o aumento do teor de alfa-olefina empregada e ocorre um aumento na massa molar dos copolímeros, isso comprova a incorporação do comonômero em todos os casos. Quanto maior o tamanho do comonômero, maior será o estereoimpedimento gerado no sítio catalítico com a sua inserção, prejudicando assim a adição de novas moléculas de monômero. O 1-dodeceno apresenta uma cadeia com 12 átomos de carbono. Quando inserido na cadeia propagante, gera uma ramificação com 10 átomos de carbono. Esses ramos provocam um estereoimpedimento bastante efetivo, reduzindo de forma significativa o valor da constante de propagação da espécie. Tal fato resulta, para um mesmo tempo de reação, na obtenção de polímeros com menor massa molar ponderal média. Isso justifica a redução acentuada de Mw, encontrada nesta Dissertação, para a reação de copolimerização onde foi empregada a razão,1,3butadieno/1-dodeceno = 95/5. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 88 4.4. Influência da adição de alfa-olefina sobre as propriedades viscosimétricas A realização da análise viscosimétrica neste trabalho é importante, uma vez que a inserção de ramificações na cadeia polimérica modifica seu comportamento quando em solução, definindo, assim, diferentes valores de viscosidade. O efeito observado quando um polímero é adicionado a um solvente é dependente de sua concentração, massa molar e conformação de sua cadeia. Assim, a viscosimetria é um método apropriado para fornecer informações sobre o tamanho e a forma das macromoléculas em solução. A análise da viscosidade de uma solução polimérica infinitamente diluída resulta na obtenção de parâmetros relativos à cadeia isolada, tais como a viscosidade intrínseca (Equação 7) (MELLO et al., 2006). [η] = lim c→0 [ηsp/c] (7) Onde ηsp é a viscosidade específica definida pela Equação 8. ηsp = (η - ηo)/ηo (8) Sendo η é a viscosidade da solução polimérica e ηo é a viscosidade do solvente puro. A viscosidade reduzida é uma grandeza que expressa a viscosidade específica por unidade de concentração (Equação 9). Quando este parâmetro é extrapolado a uma diluição infinita, obtém-se um valor de viscosidade (viscosidade intrínseca) em condições onde as moléculas podem ser consideradas como isoladas. Assim, a partir da medida da viscosidade específica, é possível obter a viscosidade intrínseca. ηred = ηsp/c Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ (9) Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 89 Diversas equações matemáticas estão disponíveis na literatura (HUGGINS, 1942; MELLO et al., 2006) para determinar a viscosidade intrínseca [η] de uma solução polimérica por extrapolação gráfica. Nesta Dissertação utilizou-se a equação de Huggins (Equação 10). ηsp /c = [η]H + kH [η]H2 c (10) Onde: ηsp = viscosidade específica, c = concentração da solução, [η]H = lim c0 ηred = viscosidade intrínseca e kH = constante de Huggins. 4.4.1. Teor de alfa-olefina A Tabela 9 mostra a influência dos diferentes teores de alfa-olefinas sobre a viscosidade intrínseca dos copolímeros. Tabela 9: Influência do teor de alfa-olefina sobre a viscosidade intrínseca de Huggins [η]H determinada a 30°C Alfa-olefina 1-hexeno 1-octeno 1-dodeceno Bd/α-olefina * [η]H (dL/g) 100/0 3,348 99/1 2,545 97/3 1,891 95/5 3,067 90/10 2,947 80/20 3,557 70/30 3,421 100/0 3,348 99/1 2,435 97/3 2,865 95/5 3,012 90/10 2,940 80/20 3,012 70/30 2,571 100/0 3,348 99/1 2,922 Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 90 97/3 3,145 95/5 2,015 90/10 ND ** 80/20 ND ** 70/30 ND ** *Bd = 1,3-butadieno ** ND = Não determinado, pois não foi obtido polímero com esse teor de 1-dodeceno Condições da análise: temperatura= 30°C, solvente = tolueno, concentração da solução-mãe = 0,25 g/dL; Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24h à 10°C; condições de polimerização: 2h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Baseado nos resultados apresentados é possível observar que não há uma tendência nos valores de viscosidade intrínseca, pois são amostras com massas molares diferentes e, quanto maior o teor de alfa-olefina empregada, maior o influência sobre a massa molar. A viscosidade de uma solução é uma função da massa molar do polímero e de sua estrutura. Amostras poliméricas podem apresentar a mesma massa molar, mas diferentes estruturas (linear ou ramificada), mostrando assim, tamanhos e formas diferentes (GEHMAM, 1952; DELPECH et al., 2005). A viscosidade em sistemas polímero-solvente aumenta rapidamente com a massa molar do polímero, devido às interações intermoleculares e à formação de entrelaçamentos. Acima de uma concentração crítica, c* (concentração que reflete o volume ocupado pela cadeia polimérica isolada) ocorre uma mudança nas propriedades de escoamento devido à formação de entrelaçamentos intermoleculares. Em concentrações mais baixas do que c*, as cadeias estão livres para se moverem individualmente, ou seja, as soluções estão em regime diluído ou newtoniano (Figura 26) (JOHNSON et al., 1952; VINOGRADOV et al., 1972; SANCHES et al., 2005; MELLO et al., 2006). C<C* Solução diluída Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ C=C* C>C* Solução concentrada Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 91 Figura 26: Representação esquemática dos regimes de concentração de uma solução polimérica (MELLO et al., 2006) A concentração crítica pode ser definida como aquela, a partir da qual, se observa um desvio da linearidade na relação log ηsp x log c[η]. O parâmetro c[η] (“dimensionless coil overlap parameter”, onde c é a concentração) pode ser definido como o volume total ocupado pelos novelos poliméricos; isto é, c[η] é a medida da fração, em volume, do polímero presente na solução. Dessa forma, somente é possível afirmar que um fluido se comporta em regime newtoniano, quando a curva log ηsp x log c[η] é linear. A Figura 27 apresenta a relação entre log ηsp e log c[η]H obtida para os copolímeros sintetizados com as três alfa-olefinas avaliadas nesta Dissertação, na razão Bd/α-olefina = 95/5. Foi observada uma relação linear para todas as amostras analisadas, independente do tipo e do teor de α-olefina, comprovando assim, que todas as determinações foram executadas em regime newtoniano. Bd/1-hexeno = 95/5 0 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 Log ηsp -0,5 -0,1 0 -0,2 -0,3 -0,4 -0,5 (a) Log c[η η ]H Bd/1-octeno = 95/5 0 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 Log ηsp -0,5 -0,1 0 -0,2 -0,3 -0,4 -0,5 Log c[η η ]H (b) Bd/1-dodeceno = 95/5 -0,6 -0,5 Log ηsp Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0 -0,1 0 -0,2 Monteiro da Silva Gustavo -0,3 -0,4 -0,5 Resultados e discussão 92 (c) Condições da análise: temperatura= 30°C, solvente = tolueno, concentração da solução-mãe = 0,25 g/dL; Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24h à 10°C; condições de polimerização: 2h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Figura 27: Log ηsp versus log c[η]H para copolímeros na razão, em massa, de 1,3butadieno/alfa-olefina = 95/5: (a) 1-hexeno, (b) 1-octeno e (c) 1-dodeceno A literatura descreve que o volume hidrodinâmico de um polímero ramificado é sempre menor do que o volume ocupado por um polímero linear de mesma massa molar, já que as ligações covalentes existentes entre as cadeias do polímero ramificado limitam o seu coeficiente de expansão e, assim, provocam uma diminuição na viscosidade intrínseca [η] em virtude de ocorrer a incorporação de ramificações na cadeia polimérica. Além disso, também é possível encontrar na literatura que para os polímeros que possuem ramificações de mesmo tamanho, ao se variar apenas os números de ramos, não haverá mudanças consideráveis no volume hidrodinâmico (Figura 28) e, consequentemente a viscosidade desses polímeros permanecerá praticamente constante (LUCAS et al., 2001; SILVA et al., 2009a). Entretando, ao se analisar materiais com massa molar distinta haverá um aumento da viscosidade proporcional ao aumento da massa molar. Figura 28: Representação esquemática de uma cadeia polimérica contendo diferentes números de ramificações com a mesma massa molar (LUCAS et al., 2001) Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 93 Ao se empregar como alfa-olefina o 1-dodeceno, poderia ser verificada alguma diferença nos valores de viscosidade intrínseca, uma vez que, segundo dados da literatura (BARBIER-BAUDRY et al., 2001) é a partir de comonômeros com 10 átomos de carbono que a influência sobre as propriedades dos materiais torna-se significativa. Contudo, a redução na constante de propagação da reação é tão acentuada com a adição do 1-dodeceno, devido ao estereoimpedimento, que no tempo estabelecido para as reações (2 horas) não se obteve polímero a partir da adição de 5%, em massa, de 1-dodeceno. Dessa forma, não foi possível comprovar os resultados sugeridos pela literatura. Mas até o teor de 5%, em massa, de 1dodeceno o comportamento encontrado foi descrito anteriormente. A Figura 29 mostra as retas obtidas através da equação de Huggins para as copolimerizações onde a razão, em massa, de 1,3-butadieno/alfa-olefina foi de 95/5. Os valores escolhidos para os intervalos de concentração desta Figura garantem que o trabalho foi realizado em regime newtoniano. Tal fato pode ser comprovado pela relação linear observada na Figura 28. Bd/1-hexeno = 95/5 2,5 η red 2 1,5 1 0,5 0 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,2 0,25 0,3 c (g/dL) (a) Bd/1-octeno = 95/5 3 η red 2,5 2 1,5 1 0,5 0 0 0,05 0,1 0,15 c (g/dL) (b) Bd/1-dodeceno = 95/5 2,5 2 η red 1,5 Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ 1 0,5 0 Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 94 (c) Condições da análise: temperatura= 30°C, solvente = tolueno, concentração da solução-mãe = 0,25 g/dL; Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24h à 10°C; condições de polimerização: 2h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Figura 29: Determinação da viscosidade intrínseca de Huggins para copolímeros cuja razão, em massa, Bd/alfa-olefina = 95/5: (a) 1-hexeno, (b) 1-octeno e (c) 1dodeceno 4.4.2. Tamanho da cadeia da alfa-olefina O efeito do tamanho da alfa-olefina sobre a viscosidade intrínseca de Huggins dos copolímeros sintetizados, nos diferentes teores empregados, é mostrado na Tabela 10. É possível verificar que não houve tendência para mudança dos valores de viscosidade intrínseca ao se variar o tamanho da α-olefina. Para justificar os resultados obtidos nesta Dissertação, é importante ter em mente que se trata da inserção de ramos de 4, 6 e 10 átomos de carbono ao serem utilizados como comonômeros 1-hexeno, 1-octeno e 1-dodeceno, respectivamente. Assim, por se tratar de ramificações produzidas pela inserção de alcenos de cadeias curtas, o efeito sobre a viscosidade não é acentuado, uma vez que o volume hidrodinâmico da macromolécula em solução não é efetivamente afetado por essas ramificações. Portanto, não ocorre variação no coeficiente de expansão da molécula (LUCAS et al., 2001; SILVA et al., 2009a). Além disso, quanto maior o teor de alfa-olefina empregada no sistema reacional, maior a inserção do comonômero na cadeia polibutadiênica, logo maior será a massa molar do copolímero formado, obtendo assim polímeros com maior viscosidade intrínseca, justificando dessa forma o comportamento observado nas amostras. Esperava-se obter um comportamento diferente para as amostras onde o 1dodeceno foi empregado como comonômero. Contudo, provavelmente, em função Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 95 do 1-dodeceno reduzir de forma acentuada a constante de propagação da reação, em adições superiores a 5% de dodeceno, não se obteve polímero no tempo de reação empregado. Entretanto, ao se analisar o valor da viscosidade intrínseca para o copolímero formado com 5% de dodeceno, é possível verificar uma redução nos valores de [η]H (3,348 dL/g, no homopolímero, para 2,015 dL/g, quando 1,3- butadieno/1-dodeceno = 95/5). Tabela 10: Influência das diferentes alfa-olefinas, em seus diferentes teores, sobre a viscosidade intrínseca de Huggins [η]H Alfa-olefina Bd/α-olefina * [η]H (d L/g) Homopolímero 100/0 3,348 1-hexeno 1-octeno 2,545 99/1 2,435 1-dodeceno 2,922 1-hexeno 1,891 1-octeno 97/3 2,865 1-dodeceno 3,145 1-hexeno 3,067 1-octeno 95/5 3,012 1-dodeceno 2,015 1-hexeno 2,947 1-octeno 90/10 1-dodeceno 1-hexeno Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ 2,940 ND ** 80/20 3,557 Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 96 1-octeno 3,012 1-dodeceno ND ** 1-hexeno 3,421 70/30 1-octeno 1-dodeceno 2,571 ND ** *Bd = 1,3-butadieno ** ND = Não determinado, pois não foi obtido polímero com esse teor de 1-dodeceno Condições da análise: temperatura= 30°C, solvente = tolueno, concentração da solução-mãe = 0,25 g/dL; Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24h à 10°C; condições de polimerização: 2h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Outra forma de se analisar o efeito das ramificações em uma cadeia polimérica é a partir do parâmetro g’, onde se determina a razão entre as viscosidades do polímero ramificado e do polímero linear, levando-se em consideração que o sistema encontra-se em condições teta, ou seja, condições nãoperturbadas por interações polímero-polímero ou polímero-solvente (Equação 11) (FERNYHOUGH et al., 2001; LUCAS et al., 2001; HWANG et al., 2004; WURM et al., 2008). [η] g' = ramificado [η]linear M (11) Onde [η]ramificado e [η]linear são os valores de viscosidade intrínseca para o polímero ramificado e o linear, respectivamente, com massas molares similares. Como já discutido anteriormente, no item 4.3 desta Dissertação, os valores de massa molar numérica média não sofreram variações significativas ao se adicionar diferentes teores de alfa-olefina, logo, é possível efetuar a comparação entre os valores do parâmetro g’ (Tabela 11). Houve nenhuma variação significativa nos valores encontrados para g’. Estando este comportamento de acordo com os demais encontrados para a análise viscosimétrica (FERNYHOUGH et al., 2001; HWANG et al., 2004; WURM et al., 2008). Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 97 Tabela 11: Influência das diferentes alfa-olefinas, em seus diferentes teores, sobre o parâmetro g’ dos copolímeros sintetizados Alfa-olefina Bd/α-olefina * Mw [Hd L/g) g’ Homopolímero 100/0 3,3 3,348 - 4,5 2,545 0,76 3,9 2,435 0,73 7,2 2,922 0,87 4,3 1,891 0,56 4,2 2,865 0,86 2,1 2,015 0,60 1-hexeno 1-octeno 99/1 1-dodeceno 1-hexeno 1-octeno 1-dodeceno 97/3 95/5 *Bd = 1,3-butadieno Condições da análise: temperatura= 30°C, solvente = tolueno, concentração da solução-mãe = 0,25 g/dL; Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24h à 10°C; condições de polimerização: 2h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano 4.5. Influência da adição de alfa-olefina sobre a estabilidade térmica A seguir será apresentado o comportamento térmico dos copolímeros. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 98 4.5.1. Teor de alfa-olefina A Tabela 12 mostra as temperaturas, obtidas por análise termogravimétrica (TG), onde a velocidade de degradação é máxima (Tmax). Os resultados mostraram que não houve alteração na Tmax ao se adicionar qualquer das alfa-olefinas avaliadas, nas condições empregadas neste Trabalho. A literatura (Jeon, 2009) mostra que não devem ocorrer variações significativas na Tmax quando não houver modificação na matriz polimérica (polibutadieno 1,4-cis), mesmo que tenha havido uma inserção cada vez maior de moléculas de alfa-olefina. Nos estudos realizados por Anantawaraskul et al. (2003), foi verificado que a incorporação do comonômero na cadeia polimérica promove uma variação na temperatura onset, ou seja, a temperatura na qual a degradação é iniciada. Esse fato pode ser visualizado ao se analisar os perfis das curvas de TG obtidas para as amostras (Figura 30). Observa-se uma tendência a maior estabilidade térmica do copolímero ao se aumentar o teor de alfa-olefina no sistema reacional e, consequentemente, aumentar o teor de ramificações na cadeia polimérica. Uma exceção é a amostra em que a razão de Bd/1-dodeceno = 95/5. Porém, neste caso, a menor estabilidade térmica pode ser justificada pela menor massa molar desse copolímero (Figura 24c). Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 99 Tabela 12: Influência do teor de alfa-olefina sobre a temperatura de degradação máxima (Tmax) Alfa-olefina 1-hexeno 1-octeno 1-dodeceno Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Bd/α-olefina * Tmax (°C) 100/0 480 99/1 482 97/3 479 95/5 481 90/10 479 80/20 476 70/30 477 99/1 482 97/3 482 95/5 483 90/10 484 80/20 484 70/30 478 99/1 479 97/3 477 95/5 480 90/10 ND ** Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 100 80/20 ND ** 70/30 ND ** Erro do equipamento: ± 4°C **Bd = 1,3-butadieno * ND = Não determinado, pois não foi obtido polímero com esse teor de 1-dodeceno Condições da análise: taxa de aquecimento = 20°C/min, gás de purga = N2, faixa de análise = 50-700°C; Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24 h à 10°C; condições de polimerização: 2 h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Variação de massa (%) 120 Bd/1-Hex (100/0) Bd/1-Hex (99/1) Bd/1-Hex (95/5) Bd/1-Hex (70/30) 100 80 60 40 20 0 0 100 200 300 400 500 600 700 800 Temperatura (°C) (a) Variação de massa (%) 120 100 Bd/1-Oct (100/0) Bd/1-Oct (99/1) Bd/1-Oct (95/5) Bd/1-Oct (70/30) 80 60 40 20 0 0 100 200 300 400 500 600 700 800 Temperatura (°C) (b) Bd/1-Dodec (100/0) Bd/1-Dodec (95/5) Variação de massa (%) 120 Bd/1-Dodec (99/1) 100 80 60 40 Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva 20 0 0 100 200 300 400 500 600 700 800 Resultados e discussão 101 (c) Erro do equipamento: ± 4°C Condições da análise: taxa de aquecimento = 20°C/min, gás de purga = N2, faixa de análise = 50-700°C; Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24 h à 10°C; condições de polimerização: 2 h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Figura 30: Influência da adição de alfa-olefina sobre a estabilidade térmica dos copolímeros: (a) 1-hexeno, (b) 1-octeno e (c) 1-dodeceno A Figura 31 mostra os resultados de TG dos aditivos adicionados aos copolímeros durante a polimerização (BHT, irganox e TNPP). É possível verificar que as perdas de massa ocorridas até a temperatura de 300°C, estão associadas à degradação desses aditivos. Variação de massa (%) 120 100 80 60 40 20 0 0 100 200 300 400 500 600 700 800 Temperatura (°C) BHT Irganox TNPP Erro do equipamento: ± 4°C Condições da análise: taxa de aquecimento = 20°C/min, gás de purga = N2, faixa de análise = 50-700°C Figura 31: Análise termogravimétrica dos aditivos presentes nos copolímeros Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 102 Alguns dos fatores que podem causar alterações nas propriedades térmicas de um polímero são: simetria molecular (regularidade da estrutura), teor de comonômero, teor de ramificações, massa molar e empacotamento molecular (cristalinidade) (BENSASON et al., 1997, ANDROSCH et al., 1999; LUCAS et al., 2001; KONTOPOULOU et al., 2003; DANKOVA et al., 2003). A partir dos resultados discutidos até o presente momento, foi observado que não ocorreram mudanças significativas na simetria molecular do polímero (amostras com microestruturas similares) nem na massa molar numérica média. Assim, qualquer modificação na estabilidade térmica do material pode ser atribuída ao teor de comonômero e, consequentemente, ao teor de ramificações na cadeia polimérica. Observando as curvas de TG, é possível verificar que com o aumento na incorporação de alfa-olefina, ao longo da cadeia polimérica, há uma tendência ao aumento da estabilidade térmica do material. Há na literatura trabalhos que mostram que a inserção de diferentes alfaolefinas na matriz polimérica, influencia na cristalinidade dos materiais, modificando assim, as propriedades térmicas das amostras (EYNDE et al., 2000; CZAJA et al., 2001; LOVISI et al., 2001; HEELEY et al., 2006). Desse modo, é possível sugerir que a presença de moléculas de alfa-olefina na matriz de polibutadieno, possibilita a formação de segmentos cristalinos, gerados, possivelmente, pelo empacotamento dessas ramificações, resultando assim no aumento da estabilidade térmica dos materiais. Além disso, quanto maior o teor de alfa-olefina incorporado, maior o efeito sobre a estabilidade térmica do material, uma vez que maior será o efeito do empacotamento, resultando em maiores regiões cristalina na cadeia polimérica (ARRANZ-ANDRÉS et al., 2005). Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 103 4.5.2. Tamanho da cadeia da alfa-olefina A Figura 32 mostra a comparação entre as diferentes alfa-olefinas, em seus respectivos teores analisados, quanto a estabilidade térmica do material. É possível observar que em baixos teores de alfa-olefina (99/1) não há nenhuma mudança quanto à estabilidade térmica dos polímeros. Tal fato pode ser justificado pelo baixo teor de ramificações presentes na cadeia polimérica. De acordo com a literatura (CZAJA et al., 2001; LOVISI et al., 2001), quanto maior o teor de alfa-olefina incorporado, maior será a variação nas propriedades térmicas. Logo, em baixos teores, o efeito torna-se pouco significativo. Ao se aplicar maiores teores de alfa-olefina (5 a 30%), é possível sugerir que existe uma tendência ao aumento da estabilidade térmica do material quando a alfaolefina empregada possui uma maior cadeia carbônica. Tal comportamento é confirmado através dos resultados encontrados na literatura (EYNDE et al., 2000; LOVISI et al., 2001; LORENZEN et al., 2003), onde foi verificado que quanto maior o tamanho da cadeia do comonômero adicionado, maior é o efeito sobre o surgimento de regiões cristalinas, possivelmente devido ao empacotamento desses ramos. Ao analisar o resultado encontrado para a amostra de 1,3-butadieno/1dodeceno (95/5) é importante enfatizar que a massa molar desse copolímero é Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Resultados e discussão 104 menor do que as massas das demais amostras. Tal fato pode justificar a menor estabilidade térmica encontrada para esse copolímero, uma vez que a massa molar é um parâmetro que define a estabilidade térmica dos polímeros (LUCAS et al., 2001). Homopolímero Bd/1-Oct (99/1) Variação de massa (%) 120 Bd/1-Hex (99/1) Bd/1-Dodec (99/1) 100 80 60 40 20 0 0 (a) 100 200 Variação de massa (%) 120 300 400 500 Temperatura (°C) 600 700 800 Homopolímero Bd/1-Hex (95/5) Bd/1-Oct (95/5) Bd/1-Dodec (95/5) 100 80 60 40 20 0 0 (b) 100 200 300 400 500 Temperatura (°C) Homopolímero Bd/1-Oct (70/30) Variação de massa (%) 120 600 700 800 Bd/1-Hex (70/30) 100 80 60 40 Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva 20 0 0 100 200 300 400 500 600 700 800 Resultados e discussão 105 (c) Erro do equipamento: ± 4°C Condições da análise: taxa de aquecimento = 20°C/min, gás de purga = N2, faixa de análise = 50-700°C; Sistema catalítico = DIBAH / versatato de neodímio / cloreto de t-butila; Al:Nd:Cl = 11:1:3; envelhecimento do catalisador = 24h à 10°C; condições de polimerização: 2h à 70 ± 3°C; mBd = 42 g; [Nd] = 0,23 mmol/100 g Bd; solvente = hexano Figura 32: Influência das diferentes alfa-olefinas, em seus diferentes teores, sobre a estabilidade térmica dos copolímeros sintetizados: (a) Bd/α-olefina = 99/1, (b) Bd/αolefina = 95/5 e (c) Bd/α-olefina = 70/30 Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Considerações finais 106 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os parâmetros reacionais, tanto na síntese do catalisador como na polimerização, foram mantidos constantes em todos os experimentos efetuados nesta Dissertação, garantindo assim que qualquer variação observada no comportamento da polimerização e/ou nos copolímeros produzidos possa ser justificada pela inserção da alfa-olefina na cadeia. Acredita-se, através da análise dos resultados encontrados nesta Dissertação, que de fato, houve a incorporação das alfa-olefinas ao longo das cadeias poliméricas, em virtude de a conversão da reação apresentar uma tendência a diminuir com o aumento do tamanho e do teor de alfa-olefina; a massa molar e a estabilidade térmica aumentarem com a adição das alfa-olefinas. Independente do teor de alfa-olefina empregada e do tamanho da cadeia deste comonômero, não houve alteração na microestrutura dos copolímeros formados. A obtenção de copolímeros a partir da reação do 1,3-butadieno com diferentes alfa-olefinas é um método eficiente para se melhorar a processabilidade do polibutadieno alto-cis, uma vez que a inserção das ramificações reduz a linearidade do polímero. Dentre os sistemas avaliados nesta Dissertação, os copolímeros que contêm o 1-hexeno como comonômero, na razão, em massa, de 1,3-butadieno/1-hexeno = 80/20, foram os que apresentaram os melhores resultados, uma vez que a incorporação dessa alfa-olefina, praticamente, não alterou a conversão da reação e nem a microestrutura do polímero, comparando-se ao homopolímero (Bd/α-olefina = 100/0). Além disso, houve uma tendência ao aumento da estabilidade térmica e da massa molar, características essas que são importantes na aplicação comercial desses copolímeros. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Conclusão 107 6. CONCLUSÃO • Foram produzidos copolímeros de 1,3-butadieno com diferentes alfa-olefinas (1-hexeno, 1-octeno e 1-dodeceno). • Não houve formação de polímero nas reações de homopolimerização das alfa-olefinas com o sistema catalítico utilizado nesta Dissertação. Assim, o consumo do 1-hexeno, 1-octeno ou 1-dodeceno no meio reacional se deu, somente, pela inserção dessas moléculas na cadeia polibutadiênica. • O aumento no tamanho e no teor das alfa-olefinas tendeu a reduzir a conversão da reação, que variou de 34 a 90. • A microestrutura não apresentou variação significativa com a adição das alfaolefinas. O teor de unidades 1,4-cis permaneceu em torno de 95%, o de unidades 1,4-trans em 4% e o de unidades vinílicas em 1%. • A massa molar numérica média (Mn), praticamente, não variou com a adição das alfa-olefinas (1,1 x 105 a 1,5 x 105), enquanto que a massa molar ponderal média (Mw) tendeu a aumentar com o aumento do tamanho e do teor de alfa-olefina (3,3 x 105 a 10,5 x 105). • A viscosidade intrínseca, praticamente, não foi alterada com a inserção das alfa-olefinas nos seus respectivos teores, entretanto a massa molar variou de forma significativa com o aumento no teor de alfa-olefina empregada. • Embora a velocidade em que a degradação é máxima (Tmáx) não tenha sofrido alterações significativas com a adição das alfa-olefinas, a estabilidade térmica dos copolímeros tendeu a aumentar com o aumento do tamanho e do teor de alfa-olefina. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Sugestões 108 7. SUGESTÕES • Estudar o comportamento reológico dos copolímeros produzidos nas mesmas condições empregadas nesta Dissertação. • Realizar um estudo cinético das reações de copolimerização de 1,3-butadieno com diferentes alfa-olefinas. • Empregar alfa-olefinas de cadeias carbônicas maiores, tais como 1octadeceno (C18) em reações de copolimerização com o 1,3-butadieno. • Avaliar outros sistemas catalíticos na copolimerização de 1,3-butadieno com diferentes alfa-olefinas. Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Referências 109 REFERÊNCIAS ANANTAWARASKUL, Siripon; SOARES, João B. P.; WOOD-ADAMS, Paula M.; MONRABAL, Benjamin. Effect of molecular weight and average comonomer content on the crystallization analysis fractionation (crystaf) of ethylene α-olefin copolymers. Polymer. v. 44, p. 2393-2401, 2003. ANDROSCH, R.; BLACKWELL, J.; CHVALUN, S. N.; WUNDERLICH, B. Wide- and small-angle x-ray analysis of poly(ethylene-co-octene). Macromolecules. v. 32, p. 3735-3740, 1999. 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Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Anexos Dissertação de Mestrado – IQ/UERJ Gustavo Monteiro da Silva Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo