- 17 - INTRODUÇÃO O homem tem buscado desde tempos passados melhores condições de vida através de vários recursos, entre eles, a natureza. Com isso, ele visa ter uma qualidade de vida e tenta alcançar mais saúde (RODRIGUES, et. al, 2006). Em vários países, a medicina tradicional, aliada à medicina complementar, tem buscado essa saúde, que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é o estado completo de bem estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença ou enfermidades, seja ela humana ou animal (RODRIGUES, et. al, 2006). No Brasil, a fitoterapia é utilizada há muito tempo, pois o país era rural e a prática de utilizar produtos fitoterápicos, vem sendo influenciando várias gerações (LORENZI, et. al, 2002). É sabido que o uso desta terapia complementar, tanto profilática quanto curativa ou paliativa foi reconhecido, pela OMS no ano de 1978. Na medicina complementar, o tratamento de alterações comportamentais através dos florais, tem sido utilizado tanto para animais de companhia, quanto animais de produção. Esta área da medicina veterinária está em ascensão, mas cientificamente, pouco se tem conhecimento sendo necessárias ainda, muitas pesquisas (GRANHAN, et. al, 1999). É de grande importância diferenciar dois conceitos: terapia floral e fitoterapia. A terapia através dos florais tem sua dinâmica de cura através das vibrações energéticas da planta que atua no funcionamento do estado mental, emocional e sentimental, onde a desarmonia destes leva a alterações no animal e a manifestação de respostas comportamentais. Há hipóteses de que os florais atuem pelos dos meridianos da acupuntura, ou seja, dos pontos de fluxo de energia vital no corpo. Com isso, essas essências atuam nas áreas responsáveis - 18 - pela etiologia dos estados patológicos. Esses tais meridianos atuam juntamente com os cinco elementos; Fogo, Água, Terra, Madeira e Metal (PAULON, 1991). Cada um desses elementos relaciona-se a um órgão e sua alteração levará a modificações comportamentais, conforme descrito na medicina oriental. Segundo a Paulon (1991), a madeira estará relacionada ao fígado e este, está ligado à raiva; o fogo, ao coração e envolve o sentimento de alegria ou tristeza; a terra reflete no pâncreas e no baço e atuará no estado mental do animal; o metal está ligado ao pulmão, e segundo a literatura, responde a sentimentos de preocupação; a água reflete nos rins, respondendo ao medo (Tabela 4) (PAULON, 1991). Ter o conhecimento destas alterações poderá auxiliar na cura de muitos problemas comportamentais de diversos animais. Já a fitoterapia, é a terapia complementar que através de alguns métodos (fervura ou solar), obtém-se uma essência, que tratará a alteração comportamental do animal (PAULON, 1991). Em relação aos animais, a definição de bem estar, aceito pela comunidade científica é aquele que diz que o bem estar de um indivíduo é seu estado em relação às suas tentativas de se adaptar ao seu ambiente (BROOM, et. al, 1986). Em 1964, Ruth Harrison publicou o livro Animal Machines, em que relatava os maus tratos à animais submetidos à criação em confinamento. Essa publicação provocou um grande impacto na sociedade e motivou o Parlamento da GrãBretanha à criação do Comitê Brambell, que no ano seguinte, apresentou um relatório no qual constavam as cinco liberdades mínimas que um animal deveria ter, entre elas, ser livre de desconforto, ou seja, possuir um ambiente adequado, incluindo abrigo e área de descanso confortável; livre de fome e sede, devendo ter fácil acesso a água potável e a uma dieta que o possibilite ter saúde e vigor físico; deve ser livre de dor, lesões ou doenças, tendo a prevenção das mesmas, o diagnóstico e tratamento de forma rápida; deve ser livre para expressar seu - 19 - comportamento natural; e livre de medo ou angústia, evitando assim o sofrimento mental (FAWC, 1993). Essas cinco liberdades vêm sendo consideradas e aplicadas nos dias atuais. O bem estar está ligado diretamente com o estresse. Por sua vez, o estresse é uma resposta do animal, com a interação ao ambiente que ele está vivendo. Acomete muitos animais, seja de vida livre ou não, em que o animal poderá se adaptar a tal situação. (FOWLER,1986; BREAZILE, 1987, PACHALY, et al., 1993). Este estado poderá levar a alterações de temperatura ou outras alterações, como comportamento, apetite e fertilidade, na tentativa de se adaptar a nova condição estressante (SPRAKER, 1993). Primeiramente, ocorre uma resposta de ameaça, que é conhecida como Síndrome de Emergência (CANNON, 1939), na qual o organismo é preparado para lutar ou fugir. Nesse processo, o sistema simpático / adrenal, é ativado e secretam os hormônios catecolamina, adrenalina e noradrenalina. Já a segunda resposta ocorre após a ativação do mesmo sistema, mas por um período maior, envolvendo axis, hipófise e adrenal. A finalidade desta resposta é restabelecer o animal frente a uma situação alarmante ou fazê-lo adaptar-se à nova situação. Esta segunda resposta é conhecida como Síndrome Geral da Adaptação (SELVE, 1950). É sabido que muitos comportamentos de vários animais são manifestos conforme seu bem estar, onde o animal responde de forma positiva, demonstrando uma situação de hiperatividade ou negativa, levando o animal à hipoatividade (HART, 1985).