, SER CULTO # E , O # UNICO MODO DE SER LIVRE ~ . 73% DA POPULACÃO PORTUGUESA{TRABALHADORES) - FORNECE 5% DOS ALUNOS UNIVERSITÁRIOS .~ .w;"._ OLETIM DA. ~ASSOCIA . . Q:'::.DOS ESTUDANTES .·00 .tNSrn - , I~ Foi NOS CURSOS nomead o para (cont.) dirigir o . G EPAE 42 químICo , 6 . 3 - A mu lher no cu r s o e na i ndústria o Eng. Frausto Se c ostumas lêr jor na is d eves t e r verificado q ue nestes últimos dias muitos anúncios têm ap a recido para empr.egos " só para no vos alunos ". 7 - Sindica lismo estudantil A propósito disto têm aparecido na Associação cole gas , que já respo~ Foi nomeado para dirig ir o Gr upo cito ( O s da dos r eco lhido s serão colig ido s, deram a anúncios destes , e que p e 'Estudos e Planeamento da Acção Educa - ~' em " s t encil " e d istri buído s pela turdem que se divul gue o que com ele s ti va o Lngº . Fra ústo, professor do IST . , ma .Cont a-se pa ra isso com a a juda de se tem passado. Do seu cu rr lcul u m fora de comum no · todos incl uindo profe ssores . Ao dirigirem-se à.s moradas que nosso pais nã o fa la remos aqu i po is já é , Na segunda part e publicar- se- ão lhe s tinham sido indicadas na volta do con he ciment o de todos nÓs . Re fer ire - , t ext os sobre a função da Universidado correio , este s colegas foram s u mo s apenas o ni vel da s rel ações com os de . jeitos a u ma série de per g untas , das seu s a l uno s t ambém , in fe lizmente, muiquais salientamos algumas: Esta s duas fa s e s servirão de ba s e to pouco vu lg ar na no s sa escola . De salient ar o que suce deu o ano pa s s ado c om para re u n iõ es de d iscus s ão fu t ura nas É adepto da economia planificada a a lteração da s aula s prá t ic a s d e Qui- qua is o s a l unos d efi n irão qu e tipo d e ou da economia de concorrência? Un i vers idade qu e rem . Um a au sc u ltação mica AD"l (tic a Complement ar. Conhece a obra de Salazar?E de fi na l originar á u ma propo sta dt5 c ur s o o utros políticos? Quais? A altera ç ão foi oportuna quanto ao a apre s enta r em reuniõe s gera i s d e a Conc orda com a guerr a n o ultr ac ont eúdo. TratavaIJl-s e, na realidade , lu nos . mar ? P o rqu ê ? de t éc ni c as ana líticas re l a t ivas novas 42 máquinas Qu e p e ns a o s e u cír culo d e a mi gos com a qual os alunos ainda não t inham I 'organi zaçao do p rograma de r evi deste o u daque l e a ss u nto? to mado conta cto c omo as c romat ogra fias sa o de mat éria Cos t uma l êr o " Lisboa -E s paço"? de adsorção e permuta iónica e fotome êle i çao de urna comi s sao de cur so E o "Ritm o Univ e rs itário "? tria . O progama que no pri ncípio do ano tinha sido exposto aos alunos e que pa - pa r a análise dos métod os de idas a e E estranho que para os novos ai\! xame nas várias cad eiras; recia deveras aliciante fa l hou em· gra nnos, q ue geralm e nte não tê m procura 'ini'c io d o t rabalho para o estudo da de parte . O s alunos não esta va m àbviae m qualquer tipo de empregad o s ,surment e sat isfe ito s até porque os tr aba- Reforma da Universida de; ( ja esta infl a ção de anúncios e, p aYdis t ribuiçao de t rabalho. l hos de c romat o grafia s e t ornaram e xtreI ra m ais, com tais perguntas .. . ma ment e morosos e o unico fotómet ro que e stava a s ua disposição se a vario-..! ' algumas v ez e s. " '~i~~f.;~~~4;M,:~t#:1 Tanto os alunos como profe s sor rri a nife staram o desejo de terem uma reu nião na qua l se analisasse a situação t ent ando solucioná-la para este ano. Ne s sa reun iã o os alunos exposeram as s uas s ugestões qua nto à cadeira e ra z ões para a situaçã o da Uni ve rsidade e particularmente d a no ssa escola .Foi salientado nomeada mente a pequena ver ba atr ibu ída do ens ino em relação a outros s e c tcres e a fa lta d e a ss i s tent es devi do ao baix o venc i mento que lhes e atribu ído. A reu nião prolongou- sé' e l uase t o do o cu rso manifestou opiniões, t endo inclus iva me nte sido pedi d-a a alteração do c ur so de Qu ímic a . O Pro f . Fraús to re s pondeu a algumas perg untas e manifestou o desejo de q ue prof.es s ores e anulos t rabalha s sem em · conjunto , nas Comissões Pedagógicas .. para a re s o l u ç ão des t es problemas . , E poi s , por também desejarmo~ nu e ' haja esta c onj ug ação d e es forços na re solução dos problemas ma i s peq uenos aos ma is gera is da nos s a Universidade qu e saudamos a entrada do ProÍ . Fraústo pa ca o GEPAE . I ~! ~ln ! , ~~ SUMÁRIO i . . Eng. Fraúst o tJ: • Mo rr eu um colega ~J; !li~ ·Fa l an d o c om os novos al u nos 1~ b ~~ - Sl· dd . u rnver a e pa r a o p ovo .w~~ . Ju l ga m entos ~ lJi . P romo ç ao da mulhe r 11 -P ágin,,- d os e m p rega d os .~ ·Se m a na de r e c e p çao m ~ i~ . ~ ·,1!.•I,: 11 í.t ii- ' ~ - ·José Afonso te'R ~ n ti ii ~ lE .~ ~ ' Can çà:o p rot es t o .~ " . L i berali za çao ':~~ -N ot i ci ário d os c u rsos ~~ · Ci ê ncias e C Ol mbr a ~ :n :~ :t ~ ~fi' ..tttt..?UJi-Jt.tii-!fi.,~;)f;;jHn#. 'r.j.r;;j,~l;;;";ji-,~i~.~ "~~. ·! -;. ~ -r.r,J-it-'r~, Jrh_!'r: r..7.P,o~!t ~.tr!J..!T1ftrJf,Jrlr-T~t-+*t~ ti Soub e m os por te r ceiros que a lguns colegas não estari a m d e acordo co m a orient a ç ão d o primeiro n~ deste ano (3 4 ) . Le mbramos mais uma vez que a mane i r a correcta de exprimir o vosso desacordo é e ntrarem dir e ctamente em contacto com a redacção , quer pessoalmentequer através de a rti g os q lle serão publicados. Entendamo-nos colegas . Se p o r v ezes, as vossas c riticas não são a ceites e vocês "embatuc am " isso d ev e-se a que não sabem aceitar uma _c ri-tica. Casos há, porém , em que isso não acontece. As críticas são , p o r v ez e s, coerentes e a e las vos r e spo nde a má formação d e algu ns "claq ues " ( e xpressão p e la q ua l u m col ega d e si g n ou n a Reunião Geral d e Alu nos d e dia 24 os colegas mais fal ado r e s n a s r euni õ e s) . Neste c a s o há s e m p r e p ossibilidade de irem áv a nt e e m os t ra r a e ss e s " cla ques " q ue e stão e rrado s . A questão é v o ç ê s d ec idir e m-se n essas , alturas . ......------------....................---------2 .. COlllO ' :i foi <llllula m en te J.nclllci ado mo rreu . enquanto presu ~s or dens da PIDE. o colega Da niel .ltlaqLl im CJ.lllpos de Sousa Teixeira. Segundo o co municado distribuído à imp r ensa peb PIDE a m orte fo i devida a ", " MORREU um forte ataq ue de asma brônquic a , " .. O cole ga Dan iel Teixei r a foi aLdlO do Seminário dos Olivais a té qae em Abr il de 196 7 ;.lassou a fr equentar a Universidade Ca tólica de Lovaína , Os es tudantes univ ersitários pr es taram-lhe uma última homenagem no átrio da Igr ejaS. J oão de Deus na Praça de Londres, desfilando em silêncio e cantando a "Portuguesa" Clcompanharam o enterro até ao Cem itério de Ben fica. , A saída do enterro al gumas dezenas de es tuda ntes manifestaram - s e gritando " Slogans ". A polícia que dur a nte o enter ro já estava de prevenção, Foram ju~gados no Porto nove pes~ saída do ce mitério, carregou, dis soas acusadas de per tencerem ao Parpersando-os. tido Comunista Português e a outras t. associações clandestinas do género". A famila enl Lltada apresenta mús as ' nossas condulências. De entre os acusados faziam narte os colegas Dúlia Pereira Maia '(es pos a do escritor Nuno Rebocho , tam preso) e J oão Mendes dos Santos. bém ( l , I A c o lega Dúlia foi condenada a 3 anos I e 3 meses de c a deia e o J oao M ende s \ foi a bsolvido. ) '( Começou no dia 22 /10/68 o julgamento no Plenário Criminal de Boa Hora de 3 estudantes que juntamente com mais 4 pessoas são ac usados de a rticipação na Fr ente de Acção Popuar (FAP) e conduçãO de actividades ubve rsivas contra a segurança do Estado . entenderam não convire m ser reveladas STOP Entretanto, muitos estuda ntes têm enviado ao Pres,idente do Conselho te legramas em que se pede a abertura dum inquérito ~s causas e condições da morte do nosso colega. - Rui Lopes Cardoso,21 ano, estuMais se exige a abertur a imediata dante liceal de um inquérito não só a este caso - Jorge Manuel SénicoGalambaMarconcreto m a s a todas as actividaques, 28 anos, e des da PIDE em relação aos estu( - Alexandr e José Alhinho Martins dE dantes presos nos últimos anos ,I Oliveira, 22 anos, quintanista da pois como é do conhecimento geral IL_ faculdade d~~~ LisbQa: há irre gularidades que poderão s e r I~ " comprovadas nas actiVIdades des .. ' C omo mOVl men-t ó Slnd l Ca l, .. o 1 o ta policia; l Vlme nt o AssoCla t lVO P o rtu gu ês , par :, ~ ' REUNIAO GERAL DE ALUNOS t ,:alcansar os seus obJe chvos hna i s "": Telegrama aprovado por maioria em Reunião Geral de Alunos de E conómi cas de 30 de Outubro de 1968 e enviado ao Presidente do Conselho, Ministro do Interior e Ministr o da Educa ção Nacional. Em Reunião Geral de alunos 30 Outubro estudantes Económ icas protestam pela falta de abertura de inquérito àcerca morte cole ga Da niel T eixeir a o que revela que M, fac tos obscuros que as a utoridades São eles: DO ISCE F " '" "'" '- i'; I' 'defende c omo mé t odos de a c çao : •• Adefesa das hberdade s f undaT a mbém o 32 ano de e lect. d o 1ST " , ~m ent a i s , da hberd a de de aSSO Classa r enviou um t eleg r ama de pr o t es t o :O e reuni :to , liber d ade d e imprensa , li - t ' ~' ,v re e xp ressao de pen sament o , a plic t ; ,j ' . Ça o de t odas as ga r ant ias e d ireitos : Recordemos ainda a Declaraçao ' d ' ' ..L . ' d C t 't ' l s con 1 , do MOViment o Asso ci a ti vo P o rtu gu ê s ln lV luu a D 1 sagra , dos na D' ons , d ' . '., 6) , çao e na ec a raç:to os ll'eltos (; , q ue no § II, ahn l a d iZ: Home .,. " ' . o , • •' " Ul-l " " ~ ,;!?'... .,• • " ~',: .~ , 0 "> ~~'1li:fi~~~R~~~~l;t')' 3 __ , ú~h~""!'XlW:~W'Z)fJ~W.W~~~l' . ._ _. .EC_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ __ 1 , COM OS ' NDO • NOVOS ALUNOS No átrio do P avilhão Central encontrámos quatro estudantes recé'm-entra.dos no 1 ~ . ano com os quais nos propusémos conversar um pouco sobr e gualquer assunto que lhes--.!ntere s~'-a ~se, a propósito da sua vinL:apara a Universidade.Estâvamos num dos primeiros dias de aulas, ,c om exames de aptidão (para quê?) ainda o decorrer. Os nossos colegas do 1 ~ . ano eram o João Dias de Miranda , Vitor Manuel Brito Costa, o José Augusto Prazeres Ferreira e o Fernando Manuel dos Santos Sequeira. Estavam c0mpreensivelmente de- ' sorientados. No dia do exame de apti,.. dão não sabiam onde eram as salas. As folhas azuis com informações que se distribuiam na secretaria juntamente com a outra papelada das inscrições' não diziam nada (ou, pior que isso, eram folhinh?-s puramente buro- . crâticas, secas. E com folhas dessas que se deve fálar pela primeira vez ao estudante, quando ele entra numa Universidade de que, para dizer a verdade, desconhece práticamente tudo? ) . Depois vieram as primeiras aulas. O horário cheio de buracos. O professor que apresenta a sua cadeira como sendo "a tal de tantos % de chumbos '.' •. E o Director, que foi falar ~ turmas dos "caloiros'~ Opinião sobre ele ~ "tipo bacano ... pelo menos por enquanto" ... ja menos rfgidaque no liceu. Mas, como sabem, ainda há quem fale em vir-o mos engravatados paTa as aulas, é um caso ... E os professores? Fizeram-no~ ' muitas perguntas sobre os profes.so,,: res. Nós lá os esclarecemos, na medida do possível, sobre alguns problemas do corpo docente do nosso Instituto, sobre os poderes dos professores e sobre certas caraterísticas de alguns destes. Ficaram espantadc.s com facto de os professores serem senhores absolutos das suas cadeiras ( "déspotas ", na expressão de um deles ).Com efeito- além da existência das chamadas' ,. câtedras vitalícias ", os professores catedrâticos têm todo o poder de modificar a matéria das aulas, as passagens, as classificações' etc, pois que são eles que determinam amatêriadas cadeiras, que Logo a seguir, claro, falâmos da a dão e que fazem os exames (estas disciplina. Os nossos entrevistados duas últimas funções só em pr incipio, esperam que a disciplina por aqui se- pois que em geral as delegam nos as- o listentes). Ao menos no liceu não era Lssim. Mas, por outro lado, disse-nos um deles, sempre que a malta no liceu queria dialogar com os pro:'essores, ter por exemplo voz activa.; no C ons elho Dis ciplinar , não cons.eguiamos nada. E aqui na Ui'liversidade, ê amesma coisa? Salvo raras excepções, e um bocado mais de liberdade de critica, ê. Mas em França.•. Sim ,. em França sempre se conseguiu alguma coisa". Por exemplo, daqui em diante é um conselho deprofessores-alunos que passa a eleger o Director da Faculdade. Sobre as bolsas de estudo, um dos nossos entrevistados disse: "as autoridades dão bolsas de estudo ~ueles que não têm -um determinado mínimo económico, mas esquecem-se de que esses mesmos que não atingem esse mínimo nem sequer chegam ~ Universidade, e as blosas assim não ajudam senão a uma minoria ínfima de todos aqueles que eRtãn necessitados '!. O problema, como f<1cilmente St concluiu, é geraL O defeito está nas próprias estruturas sociais do país. Há milhares de jovens predestinados a cm }lar:'. a Universidade '( os filhOS de burguesia) e bastantes mais milhares de jovens que nunca lá chegarão, nem sequer ao ensino secundârio (os filhos dos operários, dos pescadores e dos camponeses, que constituem a maioria absoluta da população activaportuguesa). (Cont . pag . 8) H ....................................................II..................................~ n;~ • ,*«, 4 ;6 • U"A "N'~~~I"A.~ ~A o povo Iniciando uma nova rubrica, impõe-se como tarefa imediata, o esclarecimento do modo como ela se integra na linha polftica associativa defendida pelas AAEE, Associações de Estudantes, de como ela serve as aspirações dos estudantes e como poder ser um instrumento aó serviç0 da missao de vanguarda do estudante, como "jovem trabalhador intelectual " (CARTA DE GRENOBLE UNEF - 1946). Como primeira meta final da sua actual fase histórica, o Movimento Associativo po rtuguês definiu , no decorrer e nas conclusões do IV SEMINARIO DE ESTUDOS ASSOCIATIVOS a democratiza çao do ensino. Ora essa democratizaçao, definida a dois níveis - um, O do livre acesso ao ensino de todas as classes s ociais e o outro a democ raticidade interna das estruturas de ensino -, só pode ser efectivamente realizada numa SOCIEDADE NOVA onde seja assegurada uma ampla pa rticipaçao dos produtores, quer de bens materiais, quer intelectuais - verdadeira mola do desenvolvimento -, nas decisões-chave da sociedade. Deste problema apercebeu-se uma vanguarda e esta tem por missao divulga -lo e contribuir para a sua resoluçao quer junto da massa estudantil, quer das fo rças reais da Naçao - os produtores, os trabalhadores , o POVO. Ju nto dos estudantes a vanguarda deve esclarecer que os verdadeiros interes ses e aspirações dos estudantes entroncam na produçao. Isto porque estes serao mais tarde pr odutores de bens intelectuais, que, nas actuais ci r cunstâncias estao condenados a falh ar , ja na (ase de preparaçao(em 1964, de cada 100 alunos matriculados, 7 têm oportunidade de acabar o curso; 48, 3% dos universitá.rios cons ideram-s e "inquietos "ou "muito inquietos "em relaça.o ao futuro e ao momento ac t ual - Inquérito da JUC 1964) ou na (ase de realização pessoal e profissional do trabalho (perspectivas de empregos sem interesse; falta de controle sobre os bens intelectuais" produzidos) . 11 Deste modo, os problemas dos estudantes entroncam, pois, na produção. E quem sao os ' mais directamente interessados na produçao? sao os produtores. São os que realizam o trabalho que produz os bens - a classe trabalhadora. Assim, parece que a missão da vanguarda, e a do estudante em geral como pevilegiado que teve acesso ~ informação e ~ cultura, deve ser a destruição da barreira entre estudantes e trabalhadores, entre trabalho intelectual e o trabalho manual. Essa barreira pode ser destruída pela informaçao. O estudante tem acesso a ela, logo pode e deve transmiti-Ia. O estudante pode receb'::-Ia do trabalhador e pode e deve divulga-la. O estudante pode e deve promover uma am pla informação sobre os diversos problemas da produçao, pode informar os trabalhadores sobre os problemas dos restantes trabalhadores . Pode e deve informar os estudantes sobre os problemas dos trabalhadores, como classe. E esta a função da nova rubrica que hoje se inicta. E isto que nos propomos fazer. Mas nao sózinhos e fechados no gabinete . Pretendemos recebe r sugestões, informações, problemas concretos que surjam(tJe perspectivas de resoluçao. E para que esta tarefa seja válida é nece,ssário que seja acompanhada de uma contestação quotidiana da sociedade estabelecida, de um agudizar das suas contradições ao nível em que as sentimos, no nosso próprio terreno - a UNIVERSIDADE , que presentemente está posta ao serviço de uma classe que se apropria dos bens intelectuais e materiais, produzidos colectivamente pela sociedade. (l) Foi c om esta finalidade que falámos com um trabal hador a propÓSito dos seus problemas de trabalho. ~i!lmJi:nr<ÍH:~·;,:'!4~l[fH'ln.i'i!flfH-H Das respostas dadas parec e-nos' possi vel concluir que Qual o seu tip o de tr a b a lh o? Serralheiro de di ve r sas obras, Porque esc o lheu essa pr o fi s sao? Bem, em principio nao havia maneira de escolher out ra a nao ser es t a. Como de tod os os ofi'cios o que eu gos t ava mais de se r e r a s erralheiro, foi esse que escolhi. • O tr abalha do r nao é liv re de escolher a sua profissao . E porque é q ue nao te ve p oss ibilidade de es c olher outr a profissao? Bem , porque nao podia escolher um empre go de es - crit ó ri o . Mas, porquê? ........________________--------------------------5 ... Porque de t udo o q ue eu mais gos t ava era de ser ser r a lh e ir o; embora eu gost asse de estudar, gos t a sse d e t er um bom empr ego , pa ra ganhar de fac t o ma is din heiro. _ O tr a balhador ap enas v ê no trabalho a lienad o um meio de sobréviver, ganhando dinheiro. Gost ava de es t udar , enta o " Sim, mas corno nao tinha familia - n ao havia familia nem mass as - fu i obrigado a a pr end er o oflcio q ue m a is gostava e que es t ava dent ro das m i nhas possibilidades. _ A selecçao da profissao é determinada pel a situaçao ec onómica d o tr a balhador. Enta o , foi pa r a a ser r a lhar ia porque gos t ava d esse tipo de trabalho, ou por que os seus f a miliares j á se dedicavam a ele? _ A selecçao da profissao também é determinada pel a deficiente informaçao. Quando o trabalho apenas se situa ao nivel de rotina artesanal, esta por v ezes transmite-se de pais p a ra filhos. Nao . Nao já o meu pai era serralheiro. Começou l ogo a trabalhar em serralharia, quando era peque no? Sim qua ndo era pequeno, tinha os meus doze an os, já trabalhava numa casa a g anhar dois escudos por dia. _ Existe exploraçao de menores-.. em idade de escolaridade. Entao nao trabalhava com o seu pai? _ O apoio económico é dado à. familia apenas pelo pai. Na maioria dos casos, sobretudo na grande e media burguesia, a mulher nao é um elemento activo no processo produtivo nacional. Nao o meu pai morreu e eu ainda era pequeno. MEIOS DE PRODUÇÃO 1-0 que são? Todos os bens essenciais-alimentaç1l.o vestuário e calçado-e de consumo-automóveis, electrodomésticos, ornamentos e artigos diversos.- postos em ciÍ"culaç1l.o no mercado capitalista, silo produzidos comÇ> e por quem? . S1l.o fabricados pelo trabalho dos operários e camponeses. .~ Para o 'seu fabrico ou cultivo utilizam utensnios e máquinas diversas. De quem s1l.o esses utensfiios e máquinas? Da burguesia-capitalista ou proprietário rural- a quem o operário e cámponês é obrigado a vender a sua força de trabalho . Sucede porém, que a burguesia estruturou a socieda de de tal modo que depois de o trabalhador acabar de produzir os bens uma minoria usurpa-lhos para si, dandolhe em troca o soldo que achar conveniente. ~. Portanto, e apesar da classe trabalhadora ter nas suas milos os meios de produçilo-máquinas, instrumentos diversos, in~talações, matérias primas e terrenos-para prOJ'; duzlr os vános bens, ela nilo os controla. . 1I'.Ca1B. . . .ff!aj~. .IMl. . . . ._ . ._ _ _. li · !B~~~. .. Enta o te ve de ir tr a b alhar p a ra u m patrao diferente? Sim, te v e de ser, nao é? "TO tr a balh o actual quant as hor as tr a balha p o r dia? No tr abal h o actual trabalho oito horas. F a z hor as e xtr ao rdinárias? Sim sou obriga do a fazê -las para ga nha r mais u rnas massas. ,_ Um b a ixo salário determin a um exc esso de tr a balho pata ga rantir a sobrevivência. --------~------------------·_------..----------....-G--h~------------------------ ____~_________________ c Acha justo o ordenado que lhe dao? Bem, nas horas particulares eu cá faço a coisa à mi nha maneira. Claro, no ordenado que vier, nao é muito pelo menos para ? vida que nós temos; eu estou a ganhar uma média de cem es c udos por dia; muito nao é porque se fosse eu nao fazia horas extraordinárias. o seu contramestre, o seu chefe, o seu superior, nao sei exa ctamente qual o posto dele, ganha mais do que você certamente. Sim, nao sei qu ant o, m as deve ganha r mais. t em a resp onsabilid a de. Por isso • A responsabilidad e justificará maior s alár io? Responsabilidade perante quem? Será d ar garantias efe ctivas de servidao e obediência da explor açao do pat r onato . • O trabalhador nao poderá or i entar o seu próprio tr abalho? Para quê um fiscal? Se o trabalhador intervie sse nas decisoes fundamentais referentes à produç<to, precisaria de um fiscal para controlar o trabalho feit o por ele? Acha que ele tr abalha mais que vo cê, para que mereça ganhar mais? Nao sei se ele saberá executar o meu trabalho. Man dar sabe . Se o sabe fazer isso nao sei. o seu chefe tem maior IIresponsab ilidade" que você. AC;la que isto justificará um maior salário do que o seu, se e l e tr abalhar o mesmo número de horas que você? =:RESPONSABILIDADE • perante quêm? Perante o detentor dos meios de produção-o patronato-, que se apropria dos bens produzidos pelos produtores-classe trabalhadora. ou .I Perante os próprios produtores socialmente organizados para beneficiarem dos ben s que eles mesmo produziram? iitE mt Na sociedade actual o patronato utiliza a "responsabilidade" como. meio de assegura.r a con- .. tinuidade da exploração das clÇlsses trabalhadora:" . .. • mmm~~~mmjfiHj~mmffii;mu~.~~~lfMA.~!flf1lfli!fff'rffBj3Ml?l~~iJ Eu acho que nao devia haver uma desc1assific a çao tao grande, mas ao certo nao sei quanto é que ele ganha. • Muitos ordenados sao secret r 3 . Uma outra pergunta, tem férias? Tenho De quanto s dias por ano sao as suas férias? Doze dias. Como utiliza as férias? Bem, férias mente ca sas fazer, eu sou muit as ve zes obrigado a aproveitar as para ganhar mais umas massas, porque geralhá doenç a s, há isto, há aquilo, e as rendas das sao caras . Só aproveito, quando nao tenho que p ara ir um diazinho à praia. Nao a cha justo que o fim de semana ou férias deveriam ser u tiliz adas para o tr abalhador descansar, embora, na maioria dos casos o nao possa fazer? - Sim, eu acho que sim. A minha maior alegria era ganhar o suficiente para chegar ao fim de semana e des cansar, ter um d omingo livre, coisa essa que, cotn desgosto, tenho que ir trabalha r porque a vi da está difrci!' Acha justo que o trabalho fos se organi zado de tal tnodo que todos tiv e s setn direito a folgas e descanso? Um cliente 2 a 6 clientes 7 a 16 ESP. 36 OOOSOO 15 OOOSOO 8400S00 Sim, acho que todos deviatnos ter direito a de s can so . Acha que é necessário estar a par da informaçao lendo jornal ou livros, ou acha que isto é perder tetnpo? .4. . . . . . . . . .______________. .__________________. . . --7 N ao, eu acho que é conveniente ler os jornais e livros. C laro,eu gosto muito de l er etenhoalguns liv ros. Nao leio mais por falta de temp o, porque é preciso dormir e coi sas mais. • Um excesso de trabalho (horas e xtraordinárias e in e xistência de férias) determina condições de sub -infor maçao e sub-cultura. • O trabalho por conta própria contribui para resolver um caso particular, mas na:o os problemas da colectiv idade, em que o trabalbador está integrado. • As tarefas do.mésticas devem ser feitas com estreita cooperaça:o. O ex esso de trabalho alienado do homem, impede-o . • Diferença de salário homem ~ mulher ,--ver Eduardo Guerra . • O salário deve serftJll).~o do t;rabalh o produzido ou funçao das necessidades (renda da casa, doença educaÇ10 dos filhos, etc.) • Portanto concordava com salários diferentes e prémios e subsi'dios para o casado? • Sim, acho que sim, era de facto uma coisa melhor e que beneficiava desde o mais pequeno ao maior. o tr abalho que faz na fábr ica é remunerado. O trabalho qu e fa z em casa nao é. A cha -os diferentes? Eu tr abalho em casa, é claro . Agora e até quando,muitas vezes, me aparece um tr abalho q/e nao tenha de fazer p a ra o meu patra:o, aproveito porque se i que o lu cr o vem direct a mente p ara mim. Portanto a coisa sabe um bocadinho melhor . Em vez de estar a dar os lucros a outros, ou em vez de estar outro a trabalhar para mim, a quem tenho de paga r, trabalho eu. Acha que o homem deve trab alhar lado a lado com <l mulher, efectuando até algumas d as sua5 "tarefa·';", ou acha que isso é impróprio do homem? Bem, eu impróprio na:o acho. O que é que corno de facto a minha vida _sempre está ocupada na:o a posso ajudar em nada, a na:o ser às vezes a meter uns parafusos na parede, ou um vidro, ou outra coisa. De resto nao fica mal a ' um h omem ajudar a mulher, mas nao ternos vida para isso . Nesse caso acha que o homem no trabalho deve ser um companheiro da mulher? Sim no trabalho e em tudo . iguais a qualquer homem. E a mul~er tem direitos Embora o código de trabalho preveja igualdade de salários para o homem e para a mulher na realidade isso na:o se ve verifica. Acha que os salários devam ser iguais? Acho que sim, acho que há mulheres que fazem trabaigualou melhor que os homens. - Acha que o trabalhador com encargos familiares,(educaçao dos filhos e manutença:o da casa etc . ) devia ter um ordenado igual ao do solteiro, ou acha que devia ter um ordenado superior, embora tivesse um trabalho igual ao outro que na:o tem encargos familiar""? Bem, eu acho que um empregado que tem encargos d~ família e tem casa e tem tudo a pagar devia ser diferençado, embora o outro faça trabalho precisamente igual. Enquanto o outro ganha o dinheiro muitas vezes para paródias, o chefe de família na:o pode ir a paró dia, . dessas. Portanto acho que devia haver uma ~e quena diferença par a bem de todos na:o é? na:o Acha que esse salário superior deveria ser dado sobre a forma de subsídios ou prémios diversos, ou deveria ser diferente o próprio salário? Eu acho que de qualquer maneira ser v ia. O que é, é que se fosse na parte do salário diferente, talvez fosse bom para · quem tivesse uma reforma, ou uma coisa qualquer, nao é? Mas para na:o aborrecer o outro que faz o trabalho igual, que dessem um X de, por exemplo por cabeça, por cada filho, nao é? Custa-nos na:o é? Custa·- nos, custa muito mais que o outro que na:o tem nada, na:o tem encargos alguns, custa mais àquele que na:o tem encargos . Conto na pág.l4 . . . . . . . . . .__.................................................. 8. . . A exemPlodetãopres-r . ~ ~!flf_~I' Que se pretende quando se fala da Emancipação da mulher? tigiosas revistas como f ,ELLE,CRONICA FEMI-I' NINA e REVISTAS DAS °0 DONAS DE CASA, não . Em que termos se nos põe a questão, a nós, mulheres? I . .. pode o Binómio, ao .i ni- :. "I ciar uma" Página da tó Mulher' , , deixar de If ~iO !t. incluir nela a sua se,.. lo S . e cção de "correio do con I~; ração" . Resolveu cha- I , : ft;l ! . mar-lhe "Anti-conSUI1 1 I tório Sentimental " . : Porquê" anti " ? Escre- : n :;: vam- nos, . exponham - !t. -nos os vossos" casos"::; 1 :: e verão... b#J;~"",",""!i~ t Existe na realidade uma" Emancipaçãc. da mulher" ... Não será esté um falso problema? :: '~Ii ll.s A emancipação é inteiramente gratuita ou é uma conquista, uma vitória merecida? E Poderá a mulher libertar- se incondicio nalmente, alheando- se dos problemasreais da vida quotidiana, lutando isoladamente, ignorando toda uma máquina de repressão que impede tantos outros seres humános de uma verdadeira igualdade de direitos e deveres na sociedade por eües constituída - fala- se das classes ditas desfavorecidas como uma coisa imutável, com uma bondosa e resignada aceitação, o que parece há longo tempo arreigado nos espíritosdas pessoas mais bem intencionadas e até ditas progressistas . [] E dentro da Universi dade? Teré a mulher aí conseguido a emancipação .? Que faz então a mulher na Universidade? Estuda e prepara- se para conhecer e desvendar o mundo que á cerca , os problemas com que depara, a sociedade onde vive? Ou está lá apenas para arranjar um CASAMENTO - INSTITUIÇ1\.O ou um CASAMENTO - PAPEI com um jovem engenheiro, médico ou advogado? Penetra nos problemas, interessa- se " autónomamente " por compreender os fenómenos que a cercam, ou pretende apenas fazer ESTÁGIO, para entrar na função para que foi tradicionalmente preparada e instigada por uma educação que assenta na famnia autoritária e que se baseia na repressão de toda a actividade verdadeiramente humana? E se trabalha na associação, como o faz? Trabalha autónamamente, pelas suas próprias motivações? E se compreendeu uma série de problemas, tem consciência do seu papel na sociedade repressiva? Não falo das mulheres das classes desfavorecidas que trabalham em movimentos culturais (embora as encontre) porque estão por demais sobreçarregadas de trabalho e de problemas que nem sequer "lhes passa pela cabeça a sua emancipação'" ••. Que é a situação da mulher trabalhador-a? Ela vive ao lado do homem que ESCRAVA DE UM ESCRAVO. é escravo ..• anti W '.:. 1 ; CONSULTA: Chegou ao meu conhecimento que, na Imprensa Estudantil, se ia levantar o problema da mulher numa tribuna lívre em que seriam debatidos os pequenos problemas concretos que a lflulher tem de enfrentar na nossa socie-<;lade . Costumo ir jant$r a um restaura!: te o'nde fiz uma amiga.E uma rapariga que tem um amante .Mas muito bem·formada - conheceu-o há onze anos e tev e relações sexuais com ele (que nesse tempo era solteiro) e entretanto ele casou-se com outra. Continaou a man.,.. ter relações sexlilais com a minha amiga .Há duas s_emanas procurou-me .Estava grávida e o senhor exigia que elê fizesse um abordo, porque ele diZia que não tinha dinheiro para sustentar a criança e se sentia mal se não o fizesse (note- se que ela nunca recebeu dinheiro dele) .0 problema que ela me punha era a sua deficiência dE! coagu"lação e o risco que isso implicava na intervenção que tinha de ser realizada sem assistência médica (nenhum médico se responsabilizava por essa violação d~ não sei que juramento) Fê-Io •. Há quinze dias que tem hemorragias.A iuntar a isto, soube que a mulher" legítima • do amante também está grávida . ..................................................-9. . . A vida é para ela um encadeamento de problemas, miséria atrós e h~milha ção constante .Não existem para ela senão maos tratos, privações e ralações .Não tem joias nem caxemiras, tem trapos com que se cobre da vergon ha de v i ver .Não vale a pena falar dos filhos indesejados ou sómente não pensados, v ítimas do único goso que o marido, o amante, o amigo nela procura num momento relãmpago de ilusão e raiva, prazer que lhe é negado .Ela ela nem tem o direito a respirar. Está cansada, saturada. Vou-lhes contar urna -p,ístória . A história das mulheres das classes exploradas ,a história de 80% das mu.lheres do nosso país, a história ... Ela não lhe apetecia que o seu homem a buscasse daquela maneira, sem urna palavra amiga de compreensão, de consentimento ... Servia- se dela corno de um vaso, do mesmo modo que vai urinar de madrugada, quando se levanta, encostado ao umbral da p r rta, ao lado do tanque, onde ês vezes ela se esquecia do bacio .Ela nem tem coragem de ralhar ... Acorda ... Parece-lhe sonhar . Ah corno era menos mau. aquele tempo em que, jovem e maliciosa~tinha 13, 14 anos-na sua aldeia ia ê fonte buscar água ... Era assim o correr da água fria .... A ideia veio-lhe de repente por associação ... Depois veio servir para Lisboa. Tudo tão diferente, tão confuso. Gostava ,de ter feito o lQ grau .Aprendeu as primeiras letras que foi urna mara vilha ,ma s O h . nem sonhar nem chegou tão pouco ê .:;ª classe'.Otrabalho da casi" ,os irmãos pequenos para criar ... A mãe,essa esforçava-se de manhãê noite no campo, mais o pai. Trabalhavam ê jorna .O pior é quando não havia trabal.:lO ou quando o Senhor os dispensava .•. Lá tinham eles de abalar para outras terras .0 medo ,meu Deus, o medo de ficar sózinha em casa em nontes frias e de fortes ventanias. O que não chorava agarrada aos irmãos. Pensou que era urna fada que lhe apareceu quando urna prima que estava há muito tempo, já, na cidade se casou e lhe -'alou naquele lugar em casa dos d seus antigos patrões . Era só preciso o consentimento dos pais .Assim a mãe podia ficarrem casa cuidando dos miudos, pois ela mandaria o ordenado-estava tão velha aqu~la pobre mãe, mé!-l a conhecia .Desde 'sempre ouvira ralhos e conhecera pancada .Não que a mãe fosse má :logo se agarrava a ela chorando e pedindo perdão ... E ela sem saber o que dizer .Aquilo era tão incom- e não lhe foi exigido o tal aboro .Ela, que não tem familia e vive sózinha num quarto sórdido, que queria o filho e é Hemofilica, t eve de o fazer. Esta situação não é extremamente injusta? Corno a poderei ajudar? Não há nada a fazer a este homem? RESPOSTA: A situação da amiqa de que nos falas é; corno todos sabemos, comum . a muitas muleres do nosso país .Por isso não ternos a pretensão de resolver um caso isolado, nem ajudar urna determinada pes soa, embora nos indignemos perante a vil posição da mulher, forçada pela sociedade capitalista e pelas suas esb.·.lturas . Pensamos, no entanto, poder dar - através de uma perspectiva histó rica e cientifica - esclarecimentosde causa, ajudar numa tomada de consciência dos vá.rios condiciona lismos que nos oprimem, ~ mede da que formos desmascarando todã uma falsa moral que impera na nos sa sociedade, formada e sustida ~ base de instituições como o CASA MENTO - INSTITUIÇAO E FAMILIà AUTORITARIA: Nesta perspectiva, parece-nos que o problema fundamental é a distin ção, provocada, pelos vá.rios conde cionalismos opressores, entr~ CASAMENTO -lliSTITUIÇAO e RELAÇAO SEXUAL DURAVEL. Analisando este caso concreto, apa rece-nos o problema do ABORTO: Neste tipo de sociedade repressi va, o ABORTO n[o ê permitido legalmente porque toda a sociedade está. apoiada no CASAMENTO-INS TITUIÇAO, cuja finalidade bá.sicaê a REPRODUÇAO, sem a qualn[o ê justificá.vel. A partir deste CASA MENTO-INSTITUIÇAO surge ,aFAMILIA AUTORITARIA, que êa cêlula base da sociedade capitalistã onde vivemos, e que tem a sua justificaç[o, dentro da lógica do sistema, na transmiss[o de pais para filhos da ideologia da c lasse dominante (que ê a ideologia do minante e que atinge pois as classes oprimidas). Deste modo per mitir-se-ia - ORGANIZA GRUPOS DE DISCUSSAO DE RAPAZES-RAPARIGAS SOBRE A SITUAçÃO DA MULHER NA UNI'yERSIDADE ; SOBRE A REPRESSÃO SEXUAL A QUE ESTAMOS SUBMETIDOS NOS, OS JOVENS. "ENVIA -NOS AS CONCLUSOES DO TEU Gl'tUPO, PARA QUE ESSA EXPERIENCIA POSSA SER LEVADA E ALARGADA A OUTROS JOVENS ORGANIZA-TE • NA . CRITICA COLECTIVA . 10 _ _ iJraensrvel como, o que houvira dizer um dia ao abade ... que o mundo era redondo ... como uma bola . . . uma bola com que Deus Nosso Senhor talvêz brincasse, .. e se ele a deixa cair ?Que vai ser de nós? . . (e depois ainda ) . .. Ora que me importa que caia ou não ... Não percebo nada deste mundo. Ao menos o meu pai dei xava de bater na minha mãe e minha mãe de trabalhar, meus irmãos de chorar, e eu ... Seria as sim? A angústia é nada quando se trabalha sem descanso. Tudo aquilo passa va. Hoje havia apenas o obcessivo trabalho para fugir à. míngua. (Então não te levantas hoje, mulher ?)Ne'll o sonho lhe cl'a1.Qermitido, por mais trágico que seja. Tão pouco o uso da memória, para mais amarga ... se dominante, para manter a sua exploração, sofre da parte desta, uma repressão a todos os níveis. Esta repressão levou, no caso con crecto em estudo, à. prática do A:SuRTO, mesmo em condições defi (' ientissimas e perigosas. Na i( S LAÇAO SEXUAL DURAVEL, o pr oblem a põe -se de outra forma, já que este tipo de rel '''ão nao precisa da existência da h j~ PRODUÇAO par a ser justificada. Em qualquer circunsta.ncia a prática do aborto é consequência de uma deturpada ou inexistente edu-' cação sexual. E porquê esta deficiên ei~ de educação? Um verdadeiro esclarecimento de todos estes problemas(utilização de anti-conceptivos, liberdade de relações sexuais, sexualidade infantil, condição biológica da mulher, mito da virgindade e machismq poderia pôr em risco o sistema politico social instaurado pela b.,::rguesia e apoiado em instituições como a Igreja Católica. Através deste esclarecimento pode-se criar as bases da prática de uma RELAÇAO SEXUAL DU"RAVSL, de relações humans correctas e iniciar um tipo de compor tamento que, quando apoiado na al"eraçao das estruturas sociais vigentes, pode conduzir a um tipo de sociedade em que os casos como o apresentado não têm condições para surgir Falávamos da emancipação da mulher, da mulher na Universidade. Como é possível tal abismo ?Que se passa connosco? Alguma vez pensámos nestes problemas? Ah. as estatísticas, os parecer ~! 5 e os livros ... Não as fazem, não os dão, não os escrevemos bem instalados na vida? Ah. Senhores amigos inteuectuais e semi-intelectuais, é preciso que passeis das palavras aos actos, que tomeis um total e real cOlll1promisso ... para que possamos acreditar-vos. Nós jovens somos assim . Irreverentes ?Não. Simplesmente nos cansamos de palavras mortas ... Palavras, s'ó palavras, sempr~ palavras. E preciso modificar-'e desde já-a situação em que nós mulheres e raparigas nos encontramos. E preciso despojar toda a raço de senhores, acabar com os previlégios de classe. Só então a mulhel s(,rá livre com o homem e o homem com a mulher. Queremos sO;lClarizarnos com todas as mulheres, verdadeiras companheiras do homem no trabalho pn.odutivo, na luta pelo triunfo da justiça, aquela justiça que serve os interesses legítimos das grandes massas laboriosas do mundo inteiro. E pois nosso intuito disllllistificar nestas páginas nestas páginas a falsa emancipaç[o da mulher e dar-lhe as mais largas prespectivas. Para isso, contamos contigo, universitária ou não, empregada, operária ou camponesa. As mãos de quem estas linas chegarem. A nossa dista.ncia é um mito, reflexo de estruturas decadentes.E-altilizando essas estruturas que minorias parasitárias têm violado os legítimos interesses do HOME ,M-MULHER. D€'Sde a escola primária que a noção de HOMEM-MULHER entre os jovens tem sido duramente deturpada e alienada através da distinção e separação de sexos. Na Universidade tal situação mantem-se prMicamente. Existem ainda redutos de convívio no seio da Universidade onde tal prática se efectua com o apoio das autoridades:os GINECEUS. Por outro lado o próprio convívio quotidiano está impregnado do vício da separação dos sexos, reflexo do individualismo da sociedade competitiva burguesa. it,1~mtm*!ruilmM!mRnIH!m] Discute com os teus amigos o conteúdo da nossa rubrica. :~ "lVia-nos as vossas criticas. Arubrica é de todos nós. Não podemos ficar na discussão teórica esperando passivamente que uxa alte .. ação das estruturas nos vá resolver automà.ticamente os problema. Temos que exercer quotidianamente uma acção contestativa da repressão social exercida sobre nós a todos os nrwis. Assim, adquiriremos uma prática capaz dt nos dar as perspectivas da resoluçao correcta do problema no dia a dia. ' ESCREVE PARA O BINOMIO RUBRICA MULHER NO MUNDO -----------------------11- Pá gi na I nf orma t i va 1968/69 do Conselho dos Empregados A. E.I. S. T. N22 , NOTICIARIO do Cons elho dos Empregados Realizou-se no dia 23 de Outubro a eleição para presidente e Secretária do Cons elho dos Empregados. Os membros do ano anterior pedi1'am para não serem eleitos novamente, pois há 5 anos que e les gan~av am as eleições, e este ano queriam lar gar os car gos para dar e m oportunidade a outros. Estes eram os membros da Direc ·· ça:o que findou ,,!-s suas a ctiv ida des; como Pres"dente o Sr . Bati s t a e c o m o Secretárí a a D.Bebiana. Como eles não quizeram foi apresentado ao Conselho que quem se qui- CRITICA AO CONSELHO DOS EMPREGADOS zesse candidatar para presidente e secretá.ria,podia adiar as eleições,mas Há. alguns casos que parecem muito como só apareceu um candidato para estranhos na A .. E. 1. S. T., mas pensapr esidente, foi aprovado pela maioria; mos que neste campo nem só a Direcção para secretá.ria ninguém se apresen - é responsável, parece que os empregatou, sendo votada pelo conselho um no- dos são uns dos principais culpados, e me que todos a charam mais indicado porque até agora o C. E. só tem servido para desenpenhar o paracFiscutir alguns casos relacionados --"'----'com ordenados e outros assuntos muito próximos; não t e m sido um verdadeiro orgão sindical que trate de todos os vossos problemas; ~ este sentido que nós temos vindo a pedir , que o C. E. se t orne u') dito orgão sindical para serem aqui tratados todos os problemas relacionados com a Associação, visto que sois os principais interessados sobr e tudo o que se passa aqui. Eu quero frisar que se não houver s t e s sa:o os membros da nova Diuma posição vossa sobre todos os prore cç a:o do conselh o dos Empre blemas, poderão ~er os empregados da gados ~ com o Pr esi de n t e o Sr. Bar Associação os primeiros a sofrer as rei r os e como secre t ária a D. má.s consequências que advêm desses Carmen actos, porque sem a vossa colaboração Foi também eleita uma comissão de 3 empregados,para juntamente com não podemos fazer nada. Os empregados da Associaçãonora Direcção fazer um estudo de um novo regulamento de Empregados, e de malmente não pretendem resolver os Aumentos de ordenados. seus problemas em comum, antes caFoi posta a votação a proposta da da um está. a puxar a brasa :I. sua sarsecretaria do horá.rio de trabalho, que dinha. foi aprovado pelo Conselho,em que toFoi-nos apresentado pelo pessoal dos votaram a favor da proposta dos que trabalha na secretaria uma reinviempregados da Secretaria. dicação no que diz respeito ao horá.rio de trabalho. Pretendem os vossos colegas que trabalham na secretaria, ter um horá.rio paralelo aos funcioná.rios do Instituto Superior Técnico 6, 5 h de trabalho com semana Inglesa ou 7 h com semana Americana.Pretendemos que o C. E. tomassem posição sobre este caso. A m elhor maneira de C.E. se tornar um orgão sindical é de todos se manifestar em sobre todos os assuntos relacionados ~ o m os empregados. Pela Direcção E. L S. T. As pect o ge r a l d e assistê n cia d o Conse lh o d os Empregados . . . .________- - - - - - - -. . . . . . . . . .- - - - - - - - - -. . . 12 s NOVOS ALUNOS ( Continuaçao ) Universidade, Ensino, 1ST, eram temas de conversa, quando alguém falou na Associação. Para que é que ela serve? Não há. ninguém que não saiba dos descontos, das folhas (ou sebentas) " e alguns a té j<1 ouviram falar na Cantma (disseram que se come 1<1 mais. Não é totalmente verdade. Mais barato que nas Cantinas de outras eseolas, não, porque n6s não recebemos aqui subsídio nenhum) e na Secção Fotografica. Mas a Associação é só isso? mente uns com os outros, e com ([uem de, o que só s e cons eguirá. com a Requeira honestamente e de boa fé cola- forma e a Democratização do Ensino borar connosco. (Univesit<1rio ou não), com bons professores e com Antonomia Universitá.Por .fim fomos todos visitar as insria" . talações daSecção de Folhas e da Fotográ.fica no P avilhão de Química, e o Enfim, a nossa conversa estava Pelo contr<1rio, iss o até não é o edifício da Associação, 1<1 ao fundo, ao terminada. Quatro jovens, universitá.~ais importante da Associação. H<1 pé das escadarias e do campo de fute- rios de dias, a quem não faltavam - ' la Secção Cultural, uma Secção Pe- bol, como toda a gente s abe. - naturalmente - nem as esperanças dagógica, uma .Secção Convívio, um nem algumas ilusões.. Contamos com "O mais importante porém , não é eles, como contamos com todas as Grupo de Teatro, uma Secção Desportiva, etc. O que interessa é que estas o exterior da Universidade, o seu as - "caras novas " deste ano para que, secções são todas organizadas e man- pecto, a sua limpeza, a sua "comudi- juntos, continuemos a lutar por uma tidas por nós - estudantes - e ali con- dade ": é o seu interior, a sua capa- Universidade melhor dentro dum país faternizamos, ali discutimos, ali en- cidade para form ar quadros intelectu- que seja melhor ta mbém. sinamos e aprendemos democr<1tica- ais na liberdade e na responsabilida- ~~ª~ª~ªªªªª=ꧪª§ªªªªªªª:=ª~i~§Eª~ª~ª~3EEª~ª~ªªªª=~§ªªª§ª§ª§ª~ sobre o filme apresent ado.Dias ã.n~ t es se r á distribuida variada d ocu mentaçao sobre o filme de mo d o a pe rmitir q ue t odos tenham acesso à di s c us sa o. 6- fei ra Vi sit a guia da á urna gal eria de a rte em Lisboa. sábado 30 Sarau, em que a primeira p art e se rá pr e enchida c om a a ctuaça o de alunos d o lQ ano e a 2 ª parte c om baladas. Após a re aliza çao d e duas reuniões, nas quais c omparecer am cerca de 20 novos a l unos , e em se qu e nci a da a uscultaçao das vá rias tur mas do primeiro ano, foi e l abo r a do o pr og rama provisório da Semana de Recepçao aos Novos Alunos, q ue ficou corno s egue: sa b ado 23/11 Abert ura com um debat e sobre o en sino no Li c eu e na Uni ve r sidade. Janta r de confraternizaçao entre alunos e professores. domingo Excursao aos arredores de Lisboa seguida de convívio na AEIST. 2-feira Excursao a Coimb r a. 3- feira Debate sobre música mode rna . 4-felra T ar d e d es p o rtiv a, inclu in d o a final do campeonat o de futebol inter -t urmas, entre a Direcçao da AEIST e a e quip a apurada,além d e out ros despor t os a anunciar mais t a rde. Jantar entre os participant es na t ar de desportiva, sendo c onvic!ada da Direcçao a equipa finalista. lvleeti ng sobre a crise estudantil em França. 5- fei ra Visitas de es tudo(TAP,Li snave,Lab. Engª. Civil, Lab. Fisica Nuclear e Cabos Avila) Ses sao de c inema seguida de debat e dpmingo 1/12 ConviVio na AEIST . sabado 14/12 Baile na Soe . Na c. de Belas A rt es . NOVO ALUNO Este é o pr og ra ma que subme t emos à tu a a preciaça o. Dis c u te- o com os t eus c o legas nas t urmas, proc ura t er mais ideias e vem, na i).ª feira, à Reuniao Ge ral de Alunos d o l Q ano , onde será apro vado o programa definitivo. Depois da aprovaç ao, a realizaçao do programa será levada a efeito, inte g r alment e por novos alunos . Vem ter c onnos c o à S. de ConviVio, c olabora naquil o que mais t e int eressar, e ve rás ,:!ue o t raba lho em grupo é a melhor fo rma de c onvívi o. _ _ _~II!!I!!!!:!~=_ _ _ _. . ._---.:sIP.l'!i!lll!!'t'!~--13- o sa l á rio difere n t e p a r a tr a b a l h o igu a l nao iri <1 cri a r in j us tiç a s n o própri o l o c a l d e tr a balho, qu e r dizer entr e ele e os out ros col e ga s? l\Ias é que esse c o lega t ambém q ua ndo tivesse encargos d e f a mi1ia ia be n eficiar d a m es ma coisa , port ant o eu a cho que er a uma inju s t iça q ue ele nao podia r ecla m ar porque am a nha quand o t ivess e e ncargos rec ebe ri a na m e sma. Portanto concorda v a com salár i os dife rentes e na:o pr é mios e subsi.'dio s p a ra o casado? Sim, ac h o que sim, era de facto uma coisa melhor e qu e benefici ava desde o mais pequeno ao maior. =- DR. JOSE . . AFONSO Conforme foi anunciado nos jornais diári os , vai o Dr. José Afonso cantar pe. rante o público de Lisboa numa das nossas salas de espectácul os . . ·Já no número ant eoior nos tinhamos referido ao introdutor da mú s ica de car á cter eminentemente social, na nossa música li geira, qu e morre de tédio e de pr etensOe s a copianso. Enfim p ode r á o Dr . Jos é Afons o mostrar ao lisboeta, já e squecido de pensar, que ainda há nesta terra quem consiga criar algo de novo e na:o qu eiNós estudante' s lá estaremo s a ara ficar na pasmaceira , c omo é timplaudi-lo de pé, e com ambas as ma:os. bre da maioria. ! I ! Reaitzou ~. ~UU· OOO L se no passado dia 26 de Outubro na nossa Assoc i ação o que se) convencionou chamar" Festival de Poesia e Canção Protesto I " . A iniciativa pertence ao SC IP (Secretariado Coordenador de Informação e Propaganda das AAEE de Lisboa) . Na parte de poesia e canção colaboraram estudantes que expontânea mente se ofereceram, além de José Afonso . Esta sessão revelou- se francament e pOSitiva na mediad em q ue revelou va lores gerados no seio e studantil qu e há qu e encorajar e multiplicar. Convém porém anotar grandes deficiências de organiza ção .Não honve microfone nem luz no palco;além diss o a cantina é um local que .i á não oferec e espaço para tanta ge nt e (: . 3istiram cercade mil pessoas) Aguardamos, poré m, c o m i nteres s e a continuação da experiê ncia. A poesia foi de Manuel Alegre, Borges Coelho, José Régio e dos próprios alunosAs canções foram de Luis C ilia , que as leram. José Afonso , Adriano Correia de Oliveira e Joan Baez. . y 14-- "L IDE RALIZAÇAO Nas últimas semanas vereficaram-se no nosso país algumas mudanças ao nível de políticos dirigentes, nomeadamente a do Presidente do Conselho de Ministros. Tais mudanças provocaram no espírito de muita gente diferentes reacções, podendo dizer-se que. na generalidade, se sentiu o"renascer de uma esperança "em algo,esperança que ao longo dos anos tinha vindo a desaparecer, conduzindo ao cepticismo. Eram então normais frases como: "PaTa quê? tI, " Não vale a pena " .•• tI, etc. Falar de terminados assuntos era perigoso e mesmo quando se falava devia ter-se cuidado com a assistência . .. A censura impedia sistem~ti cam ente que na imprensa se abordassem aspectos reivindicativos. Os assuntos deviam ser abordado de maneira a evitar as causas últimas de determinadas situações. No que toca ~ podia situar ao nível de entidades que não estivessem, como a maior parte, expostas ~ pressão sistem~tica . Assim, foi fundamentalmente nas Associações de Estudantes que se pode ter debates sobre os problemas de que enfermaa Universidade. Foram estas que tentaram, pel os mais diversos meios, sujeitar os problemas a discuções ampIas e m q ue estivessem representados -{"'\todos os interessados .Aos professores ' dos os interessados . Aos professores e assistentes que tomassem uma posição mais firme restava a demissão. verU1cou uma grande diferença de conteúdo em alguns artigos e verificou que a maior parte dos escritos "fora de comum "versam sobre problemas da Universidade. Progresso? Não tenhamos dúvidas que os h~. mesmo que nos limitemos ~acçãoqueaimprensavenhaa ter sobre alguns colegas mais reticentes que, pela )llrimeira vez, vê€m professores seus tomar posições muito semelhantes ~ de alguns colegas irrequietos e indisciplinados, o que "homologa" certas posições destes, e obriga aqueles a pensar. Com a recente mudançade quadros políticos, e, nomeadamente,após o dis ~ curso de posse do Prof. Marceilo Caetano houve uma natural satisfação de quase todos. O posterior abrandamento da censura e a elaboração de "teformas académicas tI, vieram aumentar esse clima oe confiança. Quem lê os jornais ve rsidade que forme Homens e não máquinas que dêem bom rendimento, uma vez colocadas no processo de <!tOThcorrência? E isto porque não é sÓ O nível técnico que interessa, como nos revelam as agitações de estudantes em todos os países bastante desenvolvidos. O conselho de Ministros decidiu elaborar um inquérito a realizar pelo Ministério da Educação Nacional cujo objectivo seria "esclarecer devidamente os problemas e resolver as necessidades a satisfazer "com vista ~ "reforma do ensino supedor ". Ora "reformas "h~-as de muitos tipos como, ali~, mostra a da FacuLdade de Letras, o que nos confere' o direito de não nos extasiarmos, com tais iniciativas e as olharmos, pelo contr~rio, com reservas. Porém,nunca haver~ " m~ fé "da nossa parte. Se o inquérito for capaz de revelar conclu s ões j~h~ muito conhecidas (1), indic a ndo ao mesmo tempo as soluções apr opriadas, congratular-nos -emos e dar e mos a nossa colaboração. Se tal não se vereificar e se constatarmos que tal inquérito tem em vista esconder os verdadeiros problemas da nossa Universidade , saibamos rechaçar mais esta tentativa de nos iludir. < Os insucessos e m~ condução de muitas acções criarem um clima -de cepticismo e resignação, ilustrado,por exemplo, por uma atitude que nos últimos tempos muitos têm tomado:" Se o resultado das manifestações estudantis é apenas apanharmos pancada, mais vale ficarmos quietos .. . " II Porém, h~ que compreender, por .. d t d . t .. h I d e t ra.s e u o IS o, que nao ou~e qu~ quer mudança fundamental na sItuaçao. .. t . Como antenormente, a1l1da eX1S e a censura e a re ressão e de modo albt tê ab rdado gum, os p~o emas se m o tendo em VIsta as suas causas fundamentajs. Aconteça o que acontecer h~ que conservar o espírito crítico e não tomarmos como "favores "certas atitu( des dos governantes cujo objectivo devia ser em cada momento a r sed' t d d ' 'dgI ) gun o a von a e os governa os , o d' nf' ··t d que po ena co enr ~S?l~l? e su-_ bmlssão face a certas 1mcmÍlvas que são perfeitamente legítimas aos seus . t d 111 eressa os. < Mas então não há uma certa liberH. GOMES dade de imprensa ? H~ uma liberdade para certa imprensa, e, é por isso que há que refletir bem sobre o tipo de Universidade que ela nos propõe. (1) E isto porque, de maneira nenhuma Os estudantes devem difini~.portanto. o inquérito vai ser uma sondagem e para já, que Universidade querem. a uma população de opiniões que o investigador desconheça ... Uma Universidade burguesa ou uma Universidade para o Povo? Uma Universidade tecnocrática ou uma Uni- ~"______________BE__________. .n .________ 15__ j J POSICà O nns RAU FRCE R MORTE DO COlEGR DRNIEL TEIXEIRR (c~rta enviada ao presidente do conselho e ministros da ~ducaçao e interior) ,I 4.!..MÁQUINAS , 4-'-QUIMI CA Realizou -se no dia 28 de Outubro Por comunicado da PIDE de 2-X- Na reunia:o do 49 ano de máquinas procea H reunião do curso. Nela se elegeu -6 8, o país foi abalado pelanotíciad€ deu- se : -à discussa:o do trabalho a u""enO delegado e a comissão de curso paque tinha falecido no Hospital de S. volver no corrente ano lectivo; ra O presente ano lectivo. José, Daniel de Sousa Teixeira, anti~ à eleiça:o do delegado de cur eo O novo d e I egad o d e curso é o cogo aluno do Seminá.rio dos Olivais e " actualmente estudante da, Universida- " e do delegado às pedagógIcas Ílcan - Iega José Rocha Martins. A comisdo nos respechvos cargos os cole- s ã O d e curso é f ormad a por 6 a I unos de Católica de Louvaina. , O próprio governo não pode ficar , gas Armmdo e Sousa Marques. divididos pelas vá.rias turmas engloinsensrvel a este abalo, sentindo-se FlCOU determmado que o trabalho a de - bando ainda alunos ligados :ts vá.rias secço-es da Assocl'ação (delegados "-a. obrigado a publicar nova nota oficio- senvolver fosse o , seguinte: sa em que pormenoriza os aconteciPedagógica,Cultural, Desportiva,P mentos e procura previnir a opinião levar - se-a:o a cabo realiza çOes peda - paganda e Gabinet6 de Estudos ASt pública contra possíveiS e prová.veis ' ,g6gic a s, de convi:'v io(englobando a designa - ciativos) . especulações políticas. i'ça:o o desport o) e cultur a is; \ A comissão de curso cessante aAs AAEE não podem nem preten- \( , p r e s e n t o u um projecto de trabalho do dem bbviamente entergar-se a es- I comecar,- s e-à pelas reahzaçoes de curso no campo da reforma da unipecu'lações dessa' ordem, nem podeconyJVlO a Ílm de que todos se Ílquem a versidade. Este projecto é compos to rão aceitar que a sua atitude seja co-' conhecer no mi:'mmo, cnando- se aSSIm de duas partes. Numa primeira parte mo tal interpetada;não podem, no en- ' a rni:'nima base de trabalho em conjunto; recolhem - se dados' sobre os vá.rios tanto, dispens ar-se de difinir uma Será levado a cabo um processo ~" re- aspectos da vida universitá.ria: posição. Tendo sido jogada e sacrifi- visa:o de mat1!rias a fim de a jurla r á inte1 - O estudante como jovem, como cada brutalmente a vida dum estQ,graça: o do s c olegas, que pela prImeIra. trabalhador e como in't electual dante, não pode deixar de considevez, sematricularam no 1ST vindos de rar seu direito inaliená.vel e não me- , outras escolas(ex. Faculd. de Ciências de 2 - Legislação Universitá.ria nos seu dever inaliená.vel, não eviLisboa, Faculd. de Eng . do Porto, Acad . 3 - Educação e desenvolvimento dentemente discutir o caso concremilitar) pois que por vezes os progra m as económico. to mas extrair deles consequências das cadeiras dos 'anos anteriores , difer en"l, que lhes afiguram indecliná.veis.Pois partindo o s profess ores do principio que 3. 1 - Comparação de verbas atrinão é tolerá.vel que pessoas morais todos os aluno s s abem a m atéria se gundo burdas aos vá.rios ministérios como as AAEE se alheiem deques'o 1ST; com r elevo para o da Educatões que envolvem os valores maio-, ção Nacional e para o de Saúres da humanidade os que merecem ir -se-iI. ainda proc eder ii. dis cussa:o de e Assistência ser mais intransigentemente defenda s ca deira s em at raso(ex . cer c a de met a- 3 . 2 - Subsídio s didos, e sobretudo quando eles são, \,de do curso t em F isic a II ) mais uma vez postegrados na pes4 - Aspectos sócio-económico do \ soa dum estudante. universitário elaboraça: o de uma tabela do s alunos Por que assim é e tendo presen- e re spectivas ca deiras em atraso, com 4 . 1 - Distribuíção geográfica te as condições gerais de tratamento o vim de se obterem estatisticas. 4.2 - Suas origens por classes sodos presos políticos e os processos ciais de actuação da PIDE - tratamentos e Na ptácima 4ª feira realizar-se-à processos que consideram gravemen4 .3 - Hdbitação, alimentação nova reunia:o em que os pontos a deb ater te atentórios dos direitos humanos sa:o: 4.4 - Nível cultural e ocupação de -, solicitada ii. V. Ex~ que seja abersócios to imediatamente um inquérito ten dente a apurar as responsabilidades 5 - Aproveitamento escolar e a sua daquela morte e das condições que 3-'-ELECTRICI DADE correlação com o ponto 4 tornaram possível que se repetisse semelhante acontecimento; e que se6 - ;' "assa escola e o nosso curso jam tornados públicos, no mais b;reRealizaram- se as duas primeiras re 6 . 1 - Estágios ve espaço de tempo, os resultados reuniões do 3º ano de elect. de que daremos a devida notíçia no próximo desse inquérito. 6 . 2 - Situação dos novos engenheiSaudações Estudantis número.E no entanto de salientar o enros via de um telegrama-protesto em re laLisboa, 2 de Novem ~o 1968 ção à morte do colega Daniel T. eixe·i ra . (Cont .pág .2) As AAEE de Lisboa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 . .