I Universidade Camilo Castelo Branco Instituto de Engenharia Biomédica VALQUIRIA DA SILVA LOPES AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS PRATICANTES DO LIAN GONG E DA CAMINHADA CARDIOVASCULAR PARAMETERS EVALUATION IN ELDERLY PEOPLE WHO PRACTICE LIAN GONG AND WALKING São José dos Campos, SP 2013 II VALQUIRIA DA SILVA LOPES AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS PRATICANTES DO LIAN GONG E DA CAMINHADA Orientadora: Profa. Dra. Adriana Barrinha Fernandes Moretti Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia, da Universidade Camilo Castelo Branco, como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Bioengenharia. São José dos Campos, SP 2013 III FICHA CATALOGRÁFICA Data: 10 de Julho de 2014. IV V DEDICATÓRIA À JEOVÁ DEUS, nosso supremo, criador de todas espécies em específico da humanidade, todo misericordioso, me fortalecendo na minha FÉ e na minha vida; Ao meu eterno PAI in memória ANTONIO FERREIRA LOPES, que sempre me incentivou para que continuasse ampliando meus estudos científicos; À minha mãe Anita Pereira da Silva Lopes, que com sua FÉ em JEOVÁ DEUS, me deu uma base, alicerce muito sólido e resistente, me apoiando, me incentivando para que eu vencesse todas as barreiras e dificuldades encontradas nesta trajetória; Ao meu querido primo Luiz Carlos de Oliveira e sua família, pelas orações e força durante esta caminhada para o sucesso; À minha sobrinha Andréia Carla Lopes Aredes, doutoranda em literatura na UNESP de Assis/SP pela dedicação e colaboração no presente estudo; Todos os meus familiares pela dedicação, compreensão, força, atenção e paciência, para que eu vencesse mais esse desafio com dignidade; À enfermeira e doutora Claudia Bernardi Cesarino, por me incentivar em pesquisar sobre hipertensão arterial desde a minha graduação, em colaborar e aceitar o convite para participar da banca de qualificação deste estudo, atua como docente e membro da liga de Hipertensão da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto/SP no curso de graduação em enfermagem; Ao Dr. Antonio Carlos B. de Toledo pela inspiração e motivação nesse estudo; Aos meus amigos, no qual me apoiaram em diversos momentos de alegria e tristeza durante toda essa caminhada. VALQUIRIA DA SILVA LOPES VI AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a JEOVÁ DEUS, por ter permitido que eu chegasse até aqui com saúde, inteligência, sabedoria e muita vontade de vencer na vida; À minha MÃE Anita Pereira da Silva Lopes, ao meu PAI in memória ANTONIO FERREIRA LOPES, à minha FILHA Joice Franciele da Silva Lopes Moraes, aos meus irmãos e familiares que contribuíram muito para a minha formação pessoal, acadêmica e profissional, sendo indispensáveis para as minhas conquistas; À Equipe de Saúde do Programa HIPERDIA, da UBS: Eldorado, Parque Industrial, Solo Sagrado, Casa da Cultura, Liga de Hipertensão do Hospital de Base, ao Dr. Antonio Caldeira da Silva pioneiro do Lian Gong neste município, aos monitores do Lian Gong, à Secretaria Municipal de Higiene e Saúde de São José do Rio Preto/SP, por conceder o campo com toda essa equipe para a realização desse estudo; Em específico os clientes idosos que foram muitíssimo generosos em participar voluntariamente da minha pesquisa, dispondo seu tempo com toda paciência para execução e finalização desse estudo; Aos gestores da instituição de Ensino Superior Centro Universitário de Rio Preto (UNIRP) onde atuo como docente no curso de graduação em enfermagem, à minha coordenadora Agnes Cristina Suffredini pela compreensão e disponibilidade do tempo, conciliando minha carga horária e com a minha pesquisa, aos docentes da UNIRP Lilian Castiglione e Rodrigo Ferro Magosso pela colaboração nesse estudo; À minha orientadora Profa. Dra. Adriana Barrinha Fernandes Moretti pela dedicação na elaboração e finalização desse estudo disponibilizando todo seu tempo, ao Prof. Dr. Ricardo Scarparo Navarro e ao Prof. Dr. Altair Moioli pela participação da banca examinadora e aos mestres que se dispuseram a compartilhar seus conhecimentos. Obrigado a todos e que JEOVÁ DEUS abençoe nossas vidas hoje e sempre... VALQUIRIA DA SILVA LOPES VII Tornar-se idoso significa passar por numerosas experiências e conseguir que a própria alma faça brilhar cada vez mais a luz da sua natureza divina. Assim, à medida que os anos passam, mais plena de belas expressões de amor verdadeiro e da intensa luz de sabedoria. Do livro Josei Kyoshitsu VIII AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS PRATICANTES DO LIAN GONG E DA CAMINHADA RESUMO As atividades físicas regulares trazem benefícios à saúde dos idosos, favorecendo o envelhecimento saudável, desde que planejada, com objetivo aumentar ou manter a saúde e a aptidão física. Para idosos hipertensos, a caminhada é recomendada, pelo benefício à saúde, por ser de baixo impacto, a marcha constitui movimentos básicos e sem usar equipamentos próprios, semelhante ao Lian Gong (LG). O LG iniciou em Shangai/China, Lian = treinar e forjar, Gong = trabalho, experiência, treinar e exercitar um trabalho persistente, prolongado e nível elevado de habilidade. O presente estudo foi avaliar o efeito das práticas LG e caminhada nos parâmetros cardiovasculares de idosos hipertensos. Trata-se de um estudo descritivo, transversal de caráter quantitativo, nas unidades básicas de saúde Eldorado, Solo Sagrado, Parque Industrial e Casa da Cultura de São José do Rio Preto/SP. O presente estudo foi aprovado pelo CEP da UNICASTELO (no. 200215/CAAE: 12266313.0.0005494) e participaram 119 idosos hipertensos com idades entre 60-75 anos. Sendo que estes foram randomizados em 3 grupos: Grupo 1 (G1) 42 experientes do LG (n=42), Grupo 2 (G2) (n=21) iniciantes do LG e Grupo 3 (G3) (n=56) experientes da caminhada (n=56). A Pressão Arterial (PA) e a frequência cardíaca (FC) foram aferidas com medidor digital OMRON HEN-742 INT, a frequência respiratória (FR) com relógio analógico, saturação de oxigênio (Sat O2) com oxímetro de pulso e a temperatura (T), os procedimentos foram realizados antes e após as práticas de LG e caminhada, com 30 minutos de duração, duas vezes na primeira e quarta semana do mês de março/2013, após apresentarem indicação médica. Foram aplicados os testes de estatísticos qui-quadrado e Análise de Variância (ANOVA), com significância de 95% (p<0,05). Houve redução estatisticamente significante na redução da PAS e PAD de idosos (p<0,05), sendo que a prática do LG foi mais efetiva na redução da PA, tanto na primeira semana, quanto na quarta semana antes das práticas com (p=0,002) e após (p<0,001). A prática do LG pelos idosos experientes G1 e pelos idosos iniciantes G2, induziu uma redução da FC antes e pós as práticas (p=0,008) e FR (p<0,001) antes e após. Houve aumento da Sat O2 significante (p<0,001), já a T manteve-se na primeira IX semana e na segunda semana. Nos idosos do grupo da caminhada G3 houve aumento da FC, FR, T e diminuição Sat O2 tanto antes como na primeira semana como na segunda semana com (p<0,001), motivos estes pelas características próprias de cada modalidade como intensidade, gasto energético e consumo de O2. Baseados nos resultados obtidos pode-se concluir que o LG induziu um efeito hipotensor mais intenso no grupo iniciante (G1) do que nos grupo experiente (G2) e da caminhada. Desta maneira, é de vital importância que novos estudos sejam realizados com a finalidade de elucidar os mecanismos envolvidos na regulação da PA e dos demais parâmetros cardiovasculares após a prática do Lian Gong. Palavras-chave: idosos, pressão arterial, doenças cardiovasculares, exercícios, Lian Gong. X CARDIOVASCULAR PARAMETERS EVALUATION IN ELDERLY PEOPLE WHO PRACTICE LIAN GONG AND WALKING ABSTRACT Regular physical activities bring health benefits to elderly people, promoting healthy aging in order to increase or maintain health and fitness. For elderly hypertensive walking is recommended to promote health benefit, because it has low impact, basic movements and it is not necessary to use equipments, which makes it similar to Lian Gong (LG). The LG started in Shanghai/China, Lian means train and forge, Gong means work, experience, train, persistent/ prolonged work and high level of skill. To evaluate the effect of LG and walking in the cardiovascular parameters of elderly hypertensive patients. This is a descriptive, cross-sectional and quantitative research, which was developed in basic health units located in some neighborhoods of São José do Rio Preto/SP, Eldorado, Solo Sagrado, Parque Industrial, and in the Culture House of the same city. A number of 119 elderly hypertensive patients aged between 60-75 years participated of this research. These patients were randomized into 3 groups: Group 1 (G1) (n=42) represent the patients who are experienced in LG, Group 2 (G2) (n=21) patients who are LG beginners and Group 3 (G3) (n=56) patients who are experienced in walking. Blood pressure (BP) and heart rate were measured with digital meter OMRON HEN INT-742, the respiratory rate was measured with a wristwatch (with pointer) and the oxygen saturation was measured with pulse oximeter. The procedures were performed before and after the practices of LG and walking, which lasted 30 minutes, and they were performed twice times, one in the first week of March and the other in the fourth week of March/2013. For the assessment of the results was used a chi-square test and to evaluate the quantitative variables was used the Analysis of Variance test (ANOVA). The level of significance adopted was the value of p<0.05. The comparison between the evaluation of cardiovascular parameters in elderly patients with the practices of LG and walking demonstrated that there was a statistically significant reduction in SBP and DBP in patients who practice these activities. The results indicated that the practice of LG was more effective in reducing BP in the first and fourth weeks. For HR, T and Sat O2 the statistics revealed that in LG customers, including experienced and no experienced elderly, occurred a reduction of HR and RR after physical activities, XI which was not detected before these activities when the levels of Sat O2 increased and T was maintained. Differently of the LG group, in the group of elderly people who practice walking was detected an increase of HR, T and a decrease of Sat O2. The reasons for the differences between these modalities can be explained because of their different characteristics: intensity, energy expenditure and O2 consumption. It was concluded that the cardiovascular parameters in elderly hypertensive patients are more effective in elderly groups who practice LG, which was not detected in the other group who practice walking. Key-words: elderly, arterial pressure, cardiovascular diseases, physical exercises, Lian Gong. XII LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1. Modelos de determinantes sociais ...................................................... 22 Figura 2. Modelos de determinação social da mortalidade do idoso .................. 22 A Figura 3. Demonstra a primeira sequência anterior (Lian Gong Qian Shi Ba Fa) compreende exercícios que atuam no pescoço, ombros, costas, região a lombar, glúteos e pernas .................................................................................... 35 Figura 4. Apresenta a segunda sequência posterior (Lian Gong Hou Shi Ba Fa) compreende exercícios para articulações, tendões e órgãos internos ........ 35 A Figura 5. Mostra a terceira sequência (Lian Gong Shi Ba Fa Xu Ji), traz exercícios que previnem e tratam a bronquite crônica, a debilidade funcional a a do coração e dos pulmões, além de outras doenças crônicas das vias a respiratórias ........................................................................................................ 36 Figura 6. Apresenta a avaliação antes do LG na Casa da Cultura .................... 42 Figura 7. Os idosos praticando o LG na Casa da Cultura .................................. 42 Figura 8. Avaliação pós o LG na Casa da Cultura ............................................. 42 Figura 9. Apresenta a avaliação antes do LG na UBS do Parque Industrial ...... 43 Figura 10. Os idosos praticando o LG na UBS do Parque Industrial ................. 43 Figura 11. Avaliação após o LG na UBS do Parque Industrial ........................... 43 Figura 12. Apresenta a avaliação antes do LG na UBS do Solo Sagrado ......... 43 Figura 13. Os idosos praticando o LG na UBS do Solo Sagrado ....................... 43 Figura 14. Os idosos praticando o LG na UBS do Solo Sagrado ....................... 43 Figura 15. Apresenta a avaliação antes do LG na UBS Eldorado ...................... 43 Figura 16. Pesando os idosos na UBS Eldorado ao lado do local da prática do LG ....................................................................................................................... 43 Figura 17. Os idosos praticando o LG na igreja ao lado da UBS Eldorado ........ 43 Figura 18. Avaliação na antes da caminhada no Centro Esportivo Eldorado .... 44 Figura 19. Os idosos durante a caminhada no Centro Esportivo Eldorado ........ 44 Figura 20. Avaliação após a caminhada no Centro Esportivo Eldorado ............ 44 XIII Figura 21. Caminhada de idosos durante a avaliação no Centro Esportivo Eldorado ............................................................................................................. 44 Figura 22. O gráfico demonstra os valores individuais da circunferência abdominal dos três grupos amostrais ................................................................. 47 Figura 23. O gráfico apresenta os intervalos de confiança da circunferência abdominal dos três grupos amostrais ................................................................. 47 A Figura 24. Apresenta os parâmetros cardiovasculares dos idosos do G1 (experientes) da prática do LG antes e após na primeira e quarta semana de a avaliação ............................................................................................................. 50 A Figura 25. Apresenta os parâmetros cardiovasculares dos idosos do G2 (iniciantes) da prática do LG antes e após na primeira e quarta semana de a avaliação ............................................................................................................. 51 Figura 26. Apresenta os parâmetros cardiovasculares dos idosos do G3 A (experientes) da caminhada antes e após na primeira e quarta semana de a avaliação ............................................................................................................. 52 XIV LISTA DE TABELAS Tabela 1. Apresenta os percentuais referentes às variáveis de caracterização dos idosos avaliados por grupo amostral ................................ 45 Tabela 2. Apresenta as médias descritivas das variáveis quantitativas (idade, índice de massa corpórea e da circunferência abdominal ................... 46 Tabela 3. Apresenta os dados referentes aos parâmetros cardiovasculares A dos idosos dos três grupos amostrais na primeira e quarta semana de a avaliação .......................................................................................................... 49 XV LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANOVA Análise de Variância a.C Antes de Cristo ACSM American College of Sports Medicine AF Atividade Física AHA American Heart Association ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária AVE Acidente Vascular Encefálico bpm Batimentos por minuto CA Circunferência Abdominal CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética CB Circunferência Braquial CNDSS Comissão Nacional de Determinantes Sociais de Saúde DANT Doenças e Agravos Não Transmissíveis DBH Diretrizes Brasileiras de Hipertensão DCV Doença Cardiovascular DNCT Doenças Crônicas Não Transmissíveis DP Desvio Padrão DSS Determinantes Sociais de Saúde EF Exercício Físico FC Frequência Cardíaca FR Frequência Respiratória G Grupo HAS Hipertensão Arterial Sistêmica HB Hospital de Base HIPERDIA Hipertensão e diabetes IBGE Instituto Brasileiro de Geografia IC Intervalo de confiança IMC Índice de massa corporal INMETRO Instituto Nacional de Metrologia LG Lian Gong MG Minas Gerais XVI mmHg Milímetros de mercúrio MS Ministério da Saúde n Número O2 Oxigênio OMS Organização Mundial da Saúde PA Pressão Arterial PAD Pressão Arterial Diastólica PAS Pressão Arterial Sistólica QR Quoeficiente de troca respiratória Sat Saturação SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia. SBH: Sociedade Brasileira de Hipertensão SISVAN Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional SJRP São José do Rio Preto SMHS Secretaria Municipal de Higiene e Saúde SP São Paulo T Temperatura TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido UBS Unidade Básica de Saúde VCO2 Produção de dióxido de carbono VE Ventilação VO2 Consumo de oxigênio WHO World Health Organization XVII SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 18 1.1. Objetivo geral ............................................................................ 20 1.2. Objetivos específicos ................................................................ 20 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................. 21 2.1. Estimativas de vida da população idosa.................................... 21 2.2. Doenças cardiovasculares em idosos........................................ 23 2.3. Atividades físicas e sedentarismo em idosos............................ 25 2.4. Envelhecimento e o exercício físico........................................... 27 2.4.1. Caminhada.............................................................................. 30 2.4.2. Lian Gong................................................................................ 31 2.4.3. Lian Gong Shi Ba Fa......………………….....………...……….. 32 3. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................. 37 3.1. Delineamentos do estudo.......................................................... 37 3.2. Procedimento ético.................................................................... 37 3.3. Seleções das amostras.............................................................. 37 3.3.1. Critérios de inclusão................................................................ 38 3.3.2. Critérios de exclusão............................................................... 38 3.4. Procedimentos para avaliação................................................... 38 3.5. Equipamentos que foram utilizados na avaliação...................... 39 3.6. Medidas da PA e antropométricas............................................. 40 3.7. Procedimentos utilizados para a análise dos dados.................. 41 4. RESULTADOS .................................................................................. 45 4.1. Caracterização da amostra........................................................ 45 5. DISCUSSÃO ..................................................................................... 53 6. CONCLUSÃO ................................................................................... 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 60 APENDICE A – Ficha de avaliação para os grupos.............................. 68 APENDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............. 70 ANEXO A – Parecer da Secretaria de Saúde........................................ 72 ANEXO B – Comitê de Ética e Pesquisa............................................... 73 ANEXO C – Parecer Consubstanciado do CEP.................................... 74 ANEXO D – Boletim Epidemiológico DANT/Promoção de Saúde......... 76 18 1. INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu como idoso um limite de 65 anos ou mais de idade para os indivíduos de países desenvolvidos e 60 anos ou mais de idade para indivíduos de países subdesenvolvidos. No censo demográfico de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de 60 anos ou mais de idade, no Brasil, era de 14.536.029 pessoas (IBGE, 2010). Já em 2010 houve um aumento significativo para 20.590.599. O peso relativo da população idosa em 2000 era com uma proporção que atingia 8,6% e em 2010 de 10,8% (COELHO; SILVA, 1999; IBGE, 2010). Considerando a continuidade das tendências verificadas para as taxas de fecundidade e longevidade da população brasileira as estimativas para os próximos 20 anos indicam que a população idosa poderá exceder 30 milhões de pessoas ao final deste período, chegando a representar 13% da população no país (COELHO; SILVA, 1999; IBGE, 2010). Segundo Williams et al. (2007) e Nelson et al. (2007), algumas instituições de saúde, como o American College of Sports Medicine (ASCM) e o American Heart Association (AHA), passaram a recomendar o treinamento resistido, em complemento ao aeróbico, dentre eles a caminhada, para indivíduos com problemas cardiovasculares, sobretudo mulheres e idosos. Para idosos hipertensos, a caminhada é considerada uma das práticas mais seguras do ponto de vista cardiovascular e ortopédico, sendo que apresenta maior índice de adesão em exercícios para prevenção de problemas e promoção da saúde. De acordo com Pescatello et al. (2004), o exercício físico (EF) é uma atividade física (AF) planejada, estruturada e repetitiva, tendo como objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde e a aptidão física. Para Nahas (2006), a aptidão física pode ser entendida também como um fenômeno multidimensional que esta relacionada com a capacidade que os indivíduos têm para realizar AF, pois engloba um conjunto de características que as pessoas têm ou desenvolvem. Lima (1998) afirma que caminhar é a marcha que constitui em movimentos básicos, sendo uma das AF mais naturais, por ser simples e facilmente controlável, sem a necessidade de equipamentos próprios, semelhantes ao Lian Gong (LG). O LG iniciou em Shangai na China, em 1974, pelo ortopedista Doutor Zhuang Yuen 19 Ming. “Lian” quer dizer treinar e forjar, “Gong” trabalho, experiência, treinar e exercitar um trabalho persistente, prolongado até um nível elevado de habilidade (MING, 2001). No Brasil, o LG foi introduzido em 1987, pela professora Maria Lúcia Lee, que fundou a Associação Brasileira de LG, sediada em Belo Horizonte/MG. Esta associação tem o objetivo de difundir e aperfeiçoar o ensino do LG, como também outras técnicas orientais, colocando em prática a ideia de melhoria da qualidade de vida da população brasileira (LEE, 1997). Somente em 2006 o LG foi regulamentado pela Portaria 971/06 do Ministério da Saúde. Em São José do Rio Preto, o LG foi implantado pelo médico Antonio Caldeira da Silva em 2001 “visando ao envelhecimento ativo”, como terapia complementar das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Atualmente o município conta com 50 grupos de LG, 50 academias da saúde (ginástica gratuita nas praças, todos praticantes recebem orientações de monitores e preparadores físicos treinados e capacitados), após indicação médica para cada prática de atividades física (AF). Aproximadamente 56.337 clientes estão registrados nos cadastros do programa HIPERDIA (hipertensos e diabéticos). Em torno de 50% desses clientes praticam AF com indicação médica, supervisão de preparadores físicos e acompanhados por monitores capacitados para cada modalidade conforme Boletim Epidemiológico DANT/Promoção da Saúde de 2010 (Anexo D). O sedentarismo aumenta a incidência de hipertensão arterial. As pessoas sedentárias apresentam risco aproximado 30% maior de desenvolver hipertensão que os ativos. O exercício aeróbio apresenta efeito hipotensor maior em indivíduos hipertensos que normotensos. O exercício resistido possui efeito hipotensor semelhante, mas menos consistente. Acredita-se que uma maior compreensão da influência da atividade física na pressão arterial de pacientes segundo etnia, associada à avaliação dos fatores como idade, sexo, que poderá ser um instrumento no auxílio no controle da doença (CORNELISSEN; FAGARD, 2005). Desta maneira, o presente estudo foi relevante com a hipótese de que o efeito do LG é melhor progressivamente com o tempo, resultando em melhor desempenho cardiovascular do que a caminhada. O que se confirmou avaliando e comparando os principais parâmetros cardiovasculares dos idosos hipertensos selecionados para o estudo, antes e após as práticas do LG em relação à caminhada, uma vez que estes são mais vulneráveis às DCNT, em especial as doenças cardiovasculares. 20 1.1. Objetivo geral Avaliar os parâmetros cardiovasculares em idosos hipertensos antes e após as práticas do LG e caminhada. 1.2. Objetivos específicos Avaliar e comparar os parâmetros cardiovasculares de idosos hipertensos praticantes do LG (experientes e iniciantes) e da caminhada (experientes); Determinar a atividade física que desencadeou hipotensão mais intensa após a prática das atividades; Comparar os resultados obtidos da primeira semana de avaliação com a quarta semana entre os praticantes dos diferentes grupos, analisando qual das práticas regulares das atividades induziram alterações significantes nos parâmetros cardiovasculares dos idosos. 21 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Estimativas de vida da população idosa O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que vem ocorrendo em grande velocidade, no ano de 2000 a população idosa no mundo correspondia a 600 milhões de pessoas, em 2025 esta estimada em 1,2 bilhões. Estima-se que a proporção de idosos irá para 22%, em 2050. Na América Latina e Caribe o percentual de idosos, chegará a 24%, em 2050 (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2010). Em países de poder aquisitivo baixo e médio, a proporção de idosos cresce ainda mais veloz do que nos países de poder aquisitivo alto. O envelhecimento global da população torna a satisfação das necessidades da segurança social um desafio cada vez mais importante (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2010). O número de idoso e a expectativa de vida têm aumentado consideravelmente nos últimos anos. Em 2010, já existiam cerca de 21,8 milhões de pessoas acima dos 60 anos e a expectativa de vida era de 73,1 anos. Segundo projeções do IBGE, o Brasil terá em 2025, aproximadamente, 32 milhões de idosos, constituindo-se o sexto país com a população idosa maior e a expectativa de vida será em torno de 80 anos de idade (IBGE, 2010). A OMS define como idoso um limite de 65 anos ou mais de idade para os indivíduos de países desenvolvidos de 60 anos ou mais de idade para indivíduos de países subdesenvolvidos (IBGE, 2002). O Brasil que é considerado como um país em desenvolvimento aprovou o Estatuto do Idoso em 2003, reafirmando a Política Nacional de Saúde do Idoso, responsabilizando o Sistema Único de Saúde (SUS) pela atenção à saúde e propondo penas em situações de desrespeito ou abandono de cidadãos da terceira idade (BRASIL, 2010. Em respeito à natureza humana, a mesma pode ser dividida em três dimensões: biológica, psicossocial e espiritual: a dimensão biológica refere-se às necessidades físicas; a dimensão psicossocial refere-se às necessidades psicológicas de cada indivíduo e as interações sociais; a dimensão espiritual diz respeito a necessidades de desenvolver valores que dão sentido à vida (MEASSI, 2009). 22 Desta forma, as intervenções populacionais podem incidir em vários níveis dos Determinantes Sociais da Saúde (DSS). Os esquemas apresentados e propostos nas Figuras 1 e 2 adaptadas por Dahlgren e Whitehead (1991), hierarquizam determinantes, dispondo-os em camadas. A Figura 1 apresenta o modelo de determinação social da saúde existentes, adotado na Comissão Nacional Sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS) em 2008, que serve de base para a organização de suas atividades. A Figura 2 mostra os modelos de determinação social da mortalidade do idoso, em específicos alguns fatores de riscos para as doenças cardiovasculares. Esses modelos incluem os determinantes sociais da saúde e da mortalidade dispostos em diferentes camadas, segundo seu nível de abrangência, desde uma camada mais próxima aos determinantes individuais até uma camada distal, na qual se situam os macrodeterminantes (COMISSÃO NACIONAL SOBRE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE, 2008; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Figura 1: Modelos de determinantes sociais. Modelo de Dahlgren e Whitehead. Fonte: Adaptado de Dahlgren e Whitehead (1991) Figura 2: Modelos de determinação social da mortalidade do idoso. Fonte: Adaptado por Dahlgren e Whitehead (1991) 23 2.2. Doenças cardiovasculares em idosos A designação das doenças cardiovasculares (DCV) corresponde a um grupo de desordens ocorrido no coração e vasos sanguíneos. As manifestações da DCV são: a morte súbita, o enfarte cardíaco, a angina, a embolia cerebral, a trom bose cerebral, a hemorragia cerebral, a doença vascular periférica ou a doença arterial renal (POLLOCK; WILMORE, 1990). Dos aspectos negativos do envelhecimento, destaca-se o aumento da prevalência de DCV sendo a principal causa de morte, no Brasil e demais países ocidentais. Os dados do MS indicam que no Brasil aproximadamente 33% das mortes são causadas por DCV, esses números tornam-se ainda maiores ao consideramos a população idosa, no qual aproximadamente 40% dos óbitos têm como causa a cardiopatia isquêmica (MENDONÇA; ITO; BARTHOLOMEU, 2004; BRUM et al., 2004). A cada ano, 700 mil indivíduos sofrem um episódio de acidente vascular encefálico (AVE), sendo que para 500 mil é o primeiro episódio (THOM et al., 2006). Entre os episódios de AVE, ocorridos nos Estados Unidos, 88% correspondem ao AVE isquêmico. No Brasil, estatísticas oficiais mostram que a doença vascular cerebral é a primeira causa de óbito (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DOENÇAS CEREBROVASCULARES, 2001). A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) apresenta um das maiores causas de morbidade cardiovascular no Brasil e acomete de 25% a 30% da população adulta, possuindo também prevalência em crianças e adolescentes. A HAS é considerada um dos principais fatores de risco de morbimortalidade das DCV. O que representa alto custo social. As modificações no estilo de vida incluem os EF recomendados no tratamento e prevenção da HAS (MONTEIRO; FILHO, 2004; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Segundo Munaretti et al. (2011), um dos maiores problemas de saúde em todo o mundo tem sido a HAS. Para Monteiro et al. (2007), aproximadamente 20% a 30% dos brasileiros têm PA acima do recomendado. Para Lima et al. (2011), a população urbana adulta chega a atingir índices entre 22% a 44%, suas consequências são responsáveis por 40% das aposentadorias precoces. Spinato, Monteiro e Santos (2010) destacaram a HAS como um fator de risco agravante em aproximadamente 60% das pessoas acima dos 65 anos. Esse é um 24 número bastante preocupante, pois mostra que ainda é baixa a quantidade de pessoas que procuram manter a qualidade de vida, adotando formas saudáveis de viver, como uma alimentação adequada e supervisionada. No Brasil os procedimentos de diagnóstico e acompanhamento do estado nutricional de idosos, a Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) utilizado como critério prioritário o sistema de classificação do índice de massa corporal (IMC) (BRASIL, 2004). Sendo considerado baixo peso ≤ 22 kg/m2, eutrófico 22-27 kg/m2 e sobrepeso ≥ 27 kg/m2 sendo recomendado pelo World Health Organization (1998) e Lipschitz (1994), considerando os pontos de corte diferentes daqueles utilizados para adultos. Essa diferença deve-se às alterações fisiológicas nos idosos, que ocorre: - O declínio da altura é observado com o avançar da idade. Isso ocorre em decorrência da compressão vertebral, mudanças nos discos intervertebrais, perda do tônus muscular e alterações posturais; - O peso pode diminuir com a idade, porém, com variações segundo sexo. Essa diminuição está relacionada à redução do conteúdo da água corporal e da massa muscular, sendo mais evidente no sexo masculino; - Alterações ósseas em decorrência da osteoporose; - Mudança na quantidade e distribuição do tecido adiposo subcutâneo; - Redução da massa muscular devida à sua transformação em gordura intramuscular, o que leva a alteração na elasticidade e na capacidade de compressão dos tecidos. A antropometria é muito útil para o diagnóstico nutricional dos idosos. É um método simples e com boa predição para doenças futuras, mortalidade e incapacidade funcional, podendo ser usada como triagem inicial, tanto para diagnóstico quanto para o monitoramento de doenças como as cardiovasculares (BRASIL, 2004). A circunferência abdominal (CA) é um dado antropométrico utilizado como referência para risco de DCV a ser registrado na história clínica de cada cliente. É uma medida relacionada à gordura intra-abdominal, ou seja, demonstra obesidade central, sendo utilizada para verificar a presença e o desenvolvimento de riscos de DCV. O aumento do risco é verificado em homens com CA > 102 cm e em mulheres com CA > 88 cm (BRASIL, 2006). 25 Segundo Zaslavsky e Gus (2002), a alimentação e as AF são fatores principais no estilo de vida, fazendo um papel importante na prevenção e manuseio das debilitações que afetam a população idosa. As AF são muito importantes na prevenção do declínio funcional e no aumento da sobrevivência dos idosos, Uma vez que a incidência de quedas e fraturas diminui, trazendo maiores benefícios à saúde cardiovascular, tais como: - Redução no risco de morte por DCV; - Redução no risco de desenvolver diabetes, HAS, câncer de cólon e mama; - Melhoria do perfil lipídico; - Melhoria do nível de saúde mental; - Ossos e articulações mais saudáveis; - Aumenta a força muscular; - Melhor funcionamento corporal e preservação da independência de idosos; - Correlações favoráveis com redução do tabagismo e abuso de álcool e drogas; - Aumenta o bem-estar e a autoestima. 2.3. Atividades físicas e sedentarismo em idosos Pitanga (2004), define AF como “qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulte em gasto energético, além do gasto energético em repouso”, tendo componentes e determinantes de ordem biológica, psicológica, social, cultural e comportamental. O sedentarismo é considerado uma situação de gasto energético inferior a 500 kcal por semana, além do gasto calórico basal, é um importante fator de risco de DCV e o principal em saúde pública, com prevalência de 58,8% (CARVALHO, 1998). Para Horta e Barata (1995) a AF é natural e, portanto biológica. As estruturas biológicas do ser humano estão preparadas e adaptadas ao movimento e ao EF. Assim, a inatividade tem como consequência à perturbação do equilíbrio funcional dos indivíduos, sendo a AF um dos principais meios da medicina preventiva na luta contra doenças causadas pela inatividade como: as DCV, a obesidade, o diabetes, o aparelho locomotor e respiratório. As vantagens das AF podem ser divididas em dois grupos: os ganhos em termos de saúde e a melhoria da condição física. Quando um indivíduo sedentário 26 inicia uma prática de AF regular, desencadeia um conjunto de adaptações ao esforço. Desta forma, as DCV que afetam uma grande porcentagem da população nos países desenvolvidos são reduzidas. Pode-se assim afirmar que o AF é uma necessidade fisiológica do ser humano (NUNES, 1999). Simões et al. (2010), apontam que o idoso, em seu processo natural de envelhecimento já sofre alterações físicas e funcionais que acabam afetando suas atividades de vida diária, o que com o sedentarismo aumenta ainda mais essas alterações em específicos as DCV. Amaral et al. (2006), afirmam que no Brasil, as DCV são as principais patologias que levam pessoas com 30 anos ou mais a óbito. As pessoas idosas que praticam AF regulares apresentam melhor qualidade de vida, sendo essencial para manter a independência física e consequentemente, melhorar ou manter níveis aceitáveis de EF em indivíduos com idade igual e superior a 65 anos. Em todo o mundo, a AF representa um desafio crescente para a saúde pública. Antes de se iniciar um programa de EF, necessita-se de uma cuidadosa história clínica e exame físico detalhado e sistematizado do idoso (RACHID, 2000). O exame físico é indispensável para identificar alguma instabilidade clínica recente nos casos de arritmias, isquemia ou falência cardíaca e uma possível obstrução grave do trato de saída ventricular. Entretanto, o exame não deve se restringir somente ao aparelho cardiovascular. Exige-se observar o cliente como um todo na sua integralidade e na procura de alguns distúrbios, seja este, ortopédico, pulmonar, neurológico ou vascular (RACHID, 2000). A adaptação das AF às necessidades, possibilidades de movimentos de cada individuo e de cada grupo de idade, torna-se uma ferramenta essencial na prevenção das DCV, dependência e solidão (DIAS; AFONSO, 1999). Aumentando a qualidade de vida e permitindo assim, menor dependência, não obstante a deterioração das incapacidades físicas (SILVESTRE; ARAÚJO, 1999). Além disso, a AF também desempenha um papel importante ao promover essas modificações seletivas na composição corporal, na aptidão metabólica e na aptidão física, isto é, a taxa do processo degenerativo em idosos pode ser alterada para melhor com o EF (SARDINHA; MARTINS, 1999; GOMES, 1988). 27 2.4. Envelhecimento e o exercício físico O envelhecimento é um fenômeno complexo e variável, sendo o seu estudo realizado sob uma perspectiva interdisciplinar que define o envelhecimento como um processo gradual, universal e irreversível, provocando uma perda funcional progressiva no organismo. Esse processo é caracterizado por diversas alterações orgânicas, como a redução do equilíbrio e da mobilidade, das capacidades fisiológicas (respiratória e circulatória) que poderá ocorrer melhoras com EF, inclusive nas modificações psicológicas (maior vulnerabilidade à depressão) (NAHAS, 2006). Para Papaléo Netto (2002), o envelhecimento é um processo intrínseco, no qual mostra marcas físicas e fisiológicas inerentes. Cada indivíduo sofre diferentes alterações que não são necessariamente doenças. Alguns sofrem grandes limitações, outros podem ser independentes ou apresentar poucas dificuldades significativas durante a realização de tarefas (ALVES; LEITE; MACHADO, 2007). No processo de envelhecimento, o indivíduo pode sofrer várias mudanças no seu corpo que são causadas pela presença de múltiplas patologias, perda de autonomia e independência, dificuldade de adaptação no mundo moderno e a situação econômica precária levam o idoso ao isolamento social (COUTINHO, 2004). Segundo Simões et al. (2010), o envelhecimento ainda apresenta algumas consequências, entre elas, a redução da força muscular esquelética ou sarcopenia, que pode alterar as suas atividades de vida diária. Para Ribeiro et al. (2009), o surgimento de doenças crônicas que resultam em parte das alterações neuromusculares, tais como a atrofia muscular e a diminuição da potência muscular, acompanha esse processo. Entretanto, para Ferrari; Radaelli e Centola, (2003), o processo de envelhecimento acompanha de perdas estruturais e funcionais, que facilitam o aparecimento de doenças, piorando a qualidade de vida. Sendo cada vez mais frequentes as tentativas de minimizar ou eliminar esses efeitos negativos, tentando proporcionar ao idoso uma maior autonomia (MATSUDO, 2001). De acordo com Cornelissen e Fagard (2005), o processo de envelhecimento reduz drasticamente a massa, a força e a potência musculares, diminuindo a capacidade de execução das atividades da vida diária. A prática de exercícios pode 28 reverter esse quadro, auxiliando na manutenção da massa muscular e melhorando sua força e resistência. Em razão dessas fragilidades, os idosos necessitando da compreensão, auxílio, do apoio e acolhimento dos familiares e seus cuidadores, ao contrário muitos que eram desrespeitados e viviam na exclusão social, em virtude da estimativa de vida dessa população idosa estar aumentando, houve a elaboração e aprovação do Estatuto do Idoso para que seus direitos fossem garantidos. No âmbito desse Estatuto, os principais direitos do idoso encontram-se no artigo 3º, o qual preceitua: “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”, (BRASIL, 2010). Segundo Costa e Rosa (2009), a população idosa é a que mais cresce no mundo, em países desenvolvidos é considerado como idoso aquele indivíduo de idade igual ou superior aos 65 anos, já no Brasil, por ser um país em desenvolvimento onde a expectativa de vida ainda é baixa, passa a ser considerado doso com 60 anos e mais. Dos aspectos negativos do envelhecimento, destaca-se o aumento da prevalência de DCV (YANOWITZ; MONTE, 2002), que é a principal causa de morte, no Brasil e nos demais países ocidentais (BENSEÑOR; LOTUFO, 2002). De acordo com Matsudo (2001), ainda que a população idosa venha crescendo nos últimos anos devido às melhoras nas condições de vida e dos avanços da ciência, o que tem aumentado a expectativa de vida do ser humano, a alimentação adequada, as AF e os EF contribuíram na inclusão e socialização dos idosos com programas incentivados para a qualidade de vida de todos independente de sua condição socioeconômica. O EF é definido como uma atividade planejada, programada, estruturada e acompanhada ou orientada por um profissional, que tem como objetivo de manter e melhorar um ou mais componentes da aptidão física. A primeira alteração que ACSM fez as recomendações após 1995. E as novas recomendações do ACSM e da AHA são: realizar exercícios cardiovasculares de intensidade moderada 30 29 minutos por dia, cinco dias por semana de intensidade alta 20 minutos por dia, três dias por semana (NELSON et al., 2007). Barroso et al. (2008), apontam que o EF deve ser avaliado e prescrito em termos de intensidade, frequência, duração, modo e progressão. A escolha do tipo de exercício deverá ser orientada de acordo com as preferências individuais e respeitando as limitações impostas pela idade, condições físicas do indivíduo e estilo de vida. Para Dutra et al. (2007), também é importante levar em consideração o peso, a composição corporal e o nível de atividade em que a pessoa se encontra. O EF é um dos principais componentes da AF que requer um preparador físico, o que difere do EF da AF que não requer, é o EF que necessita de um preparador físico por ser planejado, estruturado e repetitivo, que tem como objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde/aptidão física, pois durante o desenvolvimento do estudo referenciado os termos AF e EF foram abordados como dois aspectos distintos (CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON, 1985). Os EF regulares são recomendados na prevenção e tratamento não medicamentoso da HAS, onde a prática de EF moderada auxilia na manutenção da PA controlada, reduzindo os níveis de açúcar no sangue, melhorando a circulação sanguínea, controlando a obesidade, liberando uma sensação de bem estar geral a todos os indivíduos que realizam EF (TAKATSUJI et al., 2003; VATTEN; NILSEN; HOLMEN, 2006). Em todos os momentos da vida a EF é essencial, tanto na fase infantil, quanto na fase adulta e principalmente na melhor idade, pois é nesta etapa que o indivíduo perde da aptidão física. O EF auxilia o idoso no ganho da força muscular para que possa envelhecer e ter uma vida saudável, ativa e assim realizando suas tarefas diárias (ETCHEPARE et al., 2003). Um nível mais elevado de EF auxilia no retardo de doenças crônicodegenerativas como HAS, osteoporose e doença arterial coronariana, cada vez mais presentes em idades avançadas, assim como mantém a autonomia do idoso reforçam que a prática de EF é uma das principais estratégias para a prevenção de DCNT, como as já citadas sendo a HAS (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2003; SALVADOR et al., 2009). Dentre os EF de baixo impacto podem destacar a caminhada e o LG que foram fundamentais no presente estudo e são os mais indicados na literatura científica para reduzir as complicações cardiovasculares e ortopédicas em idosos, 30 sendo de fundamental importância para que ocorra um envelhecimento com qualidade de vida (OLIVEIRA; ASSUMPÇÃO, 2008; FRYE et al., 2007). 2.4.1. Caminhada De acordo com Nunes e Santos (2009), caminhar constitui em uma das mais naturais pratica de EF, por ser uma atividade simples e facilmente controlável, sem a necessidade de equipamentos especiais. Na caminhada o movimento básico é a marcha que diferencia da corrida, a marcha não existe a fase do vôo, momento em que os pés deixam de ter contato com o solo. Além de caminhada ser considerada uma das práticas mais seguras do ponto de vista cardiovascular e ortopédico, apresenta maior índice de aderência em exercícios para prevenção de doenças e promoção da saúde. A prática de caminhada pode ser praticada de forma individual ou coletiva, em qualquer ambiente, próximo de casa ou do trabalho (LIMA, 1998). Costa e Rosa (2009) e Casagrande (2006), concordam que a caminhada é uma pratica de EF que vem crescendo a cada dia, pois trás a melhora na revalorização, auxiliando no processo do envelhecimento e também promovendo um estilo de vida ativo aos idosos, bem como o aumento do convívio social e melhora na saúde física e mental, permitindo a participação nas AF e recreativas. Segundo o American College of Sports Medicine, andar e correr são mais eficientes em velocidades, respectivamente, abaixo de 6km/h e acima de 8km/h, permanecendo, todavia, indefinida a melhor forma de locomoção na faixa intermediária de velocidade, ou seja, na intensidade de esforço em que ocorre a transição entre a caminhada e a corrida (AMERICAN COLLEGE OS SPORTS MEDICINE, 1995). Do ponto de vista estritamente físico, é um trabalho para percorrer determinada distância independe do modo de locomoção (caminhar ou correr), No entanto as velocidades comprovadas e diversos estudos confirmam que o andar é mais vantajoso do que o correr em termos de eficiência mecânica e vice-versa (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 1995). De acordo com Santos, Andrade e Bueno (2009) a caminhada é um exercício que oferece diversos benefícios ao praticante, tanto físicos quanto psicológicos e diz que é uma atividade que oferece baixo impacto e também pouco risco de quedas. 31 Para o idoso hipertenso, a prática da caminhada é uma das atividades mais recomendadas, por oferecer benéficos à saúde, baixo impacto, e ter a possibilidade para ser praticada em diferentes intensidades (MATSUDO, 2001). 2.4.2. Lian Gong Os registros chineses mostram que por volta de 2.700 a.C., o Qi Gong já havia se tornado um aspecto importante da medicina chinesa. O tipo mais antigo era provavelmente uma forma de dança meditativa que estimulava o equilíbrio da energia do corpo. É impossível precisar a época e o surgimento do Qi Gong devido à sua antiguidade, porém sabe-se que recebeu profunda influencia do Budismo e da filosofia Taoísta (WONG, 2003). Os exercícios foram classificados em quatro tipos de Qi Gong que, hoje, estão amalgamados. O Qi Gong religioso (Budista e Taoísta), o Qi Gong intelectual, o Qi Gong marcial (escola interna e externa) e o Qi Gong médico. Neste último, destacase a contribuição de Hua Tuo, um médico importante, durante a Dinastia Han, que desenvolveu sequências para preservar e recuperar a capacidade vital dos indivíduos, com o objetivo de manter e desenvolver a saúde física e psíquica por meio da mobilização da essência e do Qi (WONG, 2003). Os indivíduos, imersos no meio ambiente, numa complexa rede de seres captam, transformam e eliminam diferentes formas de essências e de qi (energia). O equilíbrio destas interações e trocas nos indivíduos requer uma movimentação harmoniosa de qi nas oito portas (Bamen): alto/baixo, interior/exterior, frente/atrás (ventral/dorsal), direita e esquerda do corpo. A prática do Qi Gong favorece o equilíbrio e a manutenção do fluxo de qi nessas oito portas, preservando a integridade biopsíquica (WONG, 2003). As práticas de Qi Gong envolvem, em geral, quatro fases. A primeira fase, de Desbloqueio, libera os canais para melhor captar as energias, fortalecer a estrutura óssea e a medula. Na segunda fase, de Captação, se busca captar a energia exterior. A fase de Circulação, em que os movimentos favorecem a circulação da energia captada pelos canais, para limpar, nutrir e fortalecer os órgãos internos. A fase de Armazenamento, quando se reserva a energia captada e circulada nos centros energéticos, para usar quando necessário (WONG, 2003). 32 As principais sequências de Qi Gong difundidas atualmente são: Tai Ji Qi Gong Shi Ba Shi (Tai Ji Qi Gong de 18 Passos), LG Shi Ba Fa (LG em 18 Terapias), Yi Qi Gong, Ba Duan Jin (As Oito Peças do Brocado de Seda), Lo Han Shi Ba Shou (18 Mãos de Buda), Da Yan (Qi Gong do Ganso Selvagem – forma tradicional), Wu Qin Shi (Jogo dos Cinco Animais de Hua Tuo – Tradicional) e o Liu Zi Jue (6 Sons de Cura) (WONG, 2003). 2.4.3. Lian Gong Shi Ba Fa Dentre as sequências de Qi Gong, focaliza-se brevemente, o LG Shi Ba Fa, ou LG em 18 Terapias, que nas próprias palavras do Dr. Zhuang Yuan Ming, seu criador, a função dessas práticas e dos seus resultados são eficazes com impactos, inclusive, sobre a saúde pública. O LG foi difundido em toda a China desde 1975, sua difusão para outros países iniciou-se no Japão, em 1984, prosseguindo para o Sudeste Asiático, Indonésia, Estados Unidos, França, Canadá, Austrália e Brasil, dentre outros (ZHUANG, 2000). Em 1980, o Comitê Nacional de Esportes e Educação Física, a Central Nacional dos Sindicatos e o MS emitiram um comunicado conjunto confirmando os excelentes resultados obtidos com a prática do LG e colocando-o, como uma das três ginásticas a serem divulgadas e praticadas na China inteira. Em Shangai ainda não foram feitas contagens oficiais, mas cerca de aproximadamente 500 centros de prática do LG, com mais de 200 mil praticantes e na China inteira mais de 2.000 centros, com mais de 3.000.000 milhões de praticantes (ZHUANG, 2000). O LG é considerado uma técnica de EF específicos para a prevenção e tratamento de dores no corpo. Os exercícios atuam na regulação da circulação sanguínea, dissolvem aderências e inflamações dos tendões e restauram a movimentação física natural, melhorando a resistência e a vitalidade (MING, 2001). O exercício do LG em 18 terapias é uma intervenção que promove melhora na flexibilidade, coordenação de movimentos, equilíbrio, diminuição das dores em geral e medicação, melhora no funcionamento do intestino e do sono. Isso contribui para benefícios diretos para a saúde e ocasiona melhora significativa em aspectos físicos dos praticantes (MING, 2001). O LG é um recurso de grande eficácia e baixíssimo custo devido ao aspecto essencialmente preventivo, desde que haja prática diária. Após a reavaliação dos 33 participantes, observa-se que a maioria obteve melhora significativa da pontuação dos domínios, sendo o mais positivo dentre eles os aspectos físicos (MING, 2001). Ainda que o LG possa ser utilizado como um recurso ou instrumento terapêutico de grande eficácia, não só para a redução de síndromes dolorosas do corpo, como também, no caso do surgimento de dores iniciais, as pessoas terão à mão um instrumento valioso do autocuidado com a própria saúde (MING, 2001). Considerado como uma ferramenta autônoma, o LG contribui para a prevenção das DCNT que estejam liberados para EF e todos aqueles que cultivam a busca pela saúde e bem estar, podendo ser praticado por pessoas que desejam melhorar e promover a saúde e desempenho corporal, estudantes, profissionais de saúde, terapeutas corporais, praticantes, professores de Tai Chi Chuan e outras artes marciais que queiram incluir em seu treino ou aulas, tem uma excelente e variada forma de preparação/aquecimento, reforço corporal e todos os interessados em dominar a prática do LG em 18 terapias (MING, 2001). Os benefícios da prática regular do LG são: sensação de bem estar físico, mental e emocional, sendo que o indivíduo apresenta maior motivação em realizar e desenvolver o seu trabalho diário, que se torna mais produtivo, alivia a tensão e o estresse, melhora a autoestima e o convívio social favorecem na redução da HAS (LEE, 1997). Os movimentos do LG devem estar coordenados ao ritmo natural da respiração, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Os movimentos devem ser amplos, contínuos e equilibrados para aumentar a capacidade pulmonar, tornando a respiração mais longa e profunda. Desta forma, o diafragma também está sendo exercitado, beneficiando o aparelho respiratório, o coração e o sistema circulatório (MING, 2001). Os exercícios são praticados seguindo o ritmo de músicas tradicionais chinesas. Esta música também é utilizada no Brasil, mas a contagem e o nome dos exercícios que foram traduzidos para a língua brasileira pela Professora Lee, que trouxe a prática do LG para o Brasil (LEE, 1997). O Dr. Zhuang complementou esta prática desenvolvendo três sequências de 18 exercícios (MING, 2004): A primeira sequência é conhecida como "18 Terapias Anteriores", dividida em três séries: 34 1ª série: Exercícios para a prevenção e tratamento de dores no pescoço e ombros; 2ª série: Exercícios para a prevenção e tratamento de dores nas costas e região lombar; 3ª série: Exercícios para a prevenção e tratamento de dores nos glúteos e nas pernas. A segunda sequência é conhecida como "18 Terapias Posteriores", dividida em três séries: 1ª série: Exercícios para a prevenção e tratamento de articulações doloridas das extremidades; 2ª série: Exercícios para a prevenção e tratamento de tenossinovites; 3ª série: Exercícios para a prevenção e tratamento das desordens de órgãos internos (HAS, desordens do trato grastrointestinal, problemas de sono e ansiedade). A terceira sequência é conhecida como "I Qi Gong": planejada para fortalecer as funções do coração-pulmão, prevenir e tratar infecções das vias respiratórias. Cada parte do LG de 18 exercícios leva aproximadamente 12 minutos para ser realizada. O LG completo é composto de três sequências, conforme as ilustrações abaixo: 35 Figura 3: Primeira sequência Anterior (LG Qian Shi Ba Fa) compreende exercícios que atuam no pescoço, ombros, costas, região lombar, glúteos e pernas. Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/05/14/noticia_saudeplena, 143365/liang-gong-promete-alivio-de-dores-e-e-oferecido-de-graca-em-bh.shtml Figura 4: Segunda sequência Posterior (LG Hou Shi Ba Fa) compreende exercícios para articulações, tendões e órgãos internos. Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/05/14/noticia_saudeplena, 143365/liang-gong-promete-alivio-de-dores-e-e-oferecido-de-graca-em-bh.shtml 36 Figura 5: Terceira sequência (LG Shi Ba Fa Xu Ji) traz exercícios que previnem e tratam a bronquite crônica, a debilidade funcional do coração e dos pulmões, além de outras doenças crônicas das vias respiratórias. Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/05/14/noticia_saudeplena, 143365/liang-gong-promete-alivio-de-dores-e-e-oferecido-de-graca-em-bh.shtml 37 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Delineamentos do estudo Trata-se de um estudo descritivo, comparativo, quantitativo e qualitativo, por meio de avaliação de alguns parâmetros cardiovasculares de idosos praticantes do LG e da caminhada. 3.2. Procedimentos éticos A pesquisa foi realizada após a aprovação do comitê de ética, com o parecer número 200215 - CAAE: 12266313.0.000.5494, os clientes idosos selecionados aceitaram voluntariamente em participar do estudo e assinaram o TCLE. Os mesmos foram orientados que, em qualquer momento eles poderiam desistir de participar sem nenhum prejuízo, ressalvando que seria mantido o anonimato dos envolvidos, bem como os resultados da pesquisa e as fotos que foram tiradas durante a avaliação com seus consentimentos mantendo o anonimato de suas identificações da Resolução do CNS 466/2012 (BRASIL, 2012). 3.3. Seleção das amostras Os idosos foram abordados aleatoriamente ao comparecerem nas UBS para as reuniões diárias nos grupos do programa HIPERDIA. Os mesmos foram convidados para participarem voluntariamente do estudo e randomizados aleatoriamente por meio de sorteio, utilizando uma moeda de (cara e coroa), sendo cara para as mulheres e coroa para os homens (JADAD; ENKIN, 2007). A amostra contou com 119 clientes idosos com idade variando entre 60 e 75 anos, sendo 74 mulheres e 45 homens, somente hipertensos e cadastrados no programa HIPERDIA, foram divididos em três grupos, sendo: Grupo 1 (G1) experientes do LG, (n=42): 26 mulheres e 16 homens; Grupo 2 (G2) iniciantes do LG (n=21): 16 mulheres e 5 homens; Grupo 3 (G3) experientes da caminhada (n=56): 32 mulheres e 24 homens. 38 3.3.1. Critérios de inclusão Foram incluídos 119 clientes voluntários, com idade entre 60 e 75 anos, hipertensos, somente cadastrados no programa HIPERDIA, com indicação médica da caminhada e LG, de acordo com suas limitações, todos os clientes experientes praticavam as práticas há mais de três anos, após assinarem o termo de consentimento livre esclarecido (TCLE), por ser critério obrigatório para inclusão, uma vez que envolve seres humanos, Resolução do Conselho Nacional de Saúde No. 466/2012 (BRASIL, 2012). Os locais inclusos para o estudo dos clientes do LG foram: UBS Eldorado, Parque Industrial, Solo Sagrado e a Casa da Cultura que fica localizada ao lado do Hospital de Base (HB) de SJRP/SP e dos clientes da caminhada, o Centro Esportivo Integrado do bairro Eldorado, por ter pista própria para a AF, uma vez que as calçadas são irregulares, podendo causar acidentes e quedas. 3.3.2. Critérios de exclusão Foram excluídos os idosos com obesidade mórbida, sedentários, diabéticos, tabagistas, etilista e com problemas outros de DCV, automedicação, uso inadequado de anti-hipertensivos, que se recusaram a assinar o TCLE, os clientes hipertensos que não foram indicados pelo médico para fazer as EF, propostas neste estudo. 3.4. Procedimentos para avaliação Todos os clientes idosos, tanto do LG, como da caminhada foram avaliados duas vezes na semana, no período da manhã, antes e após as práticas, na primeira e quarta semana do mês de março de 2013. Os EF seguiram em três etapas, conforme o instrumento de avaliação que segue em apêndices, sendo: 1ª Etapa – Avaliação sóciodemográfico em relação ao LG e a caminhada; 2ª Etapa – Avaliação dos parâmetros cardiovasculares na primeira semana do mês; 3ª Etapa – Avaliação dos parâmetros cardiovasculares na quarta semana do mês. Os idosos foram orientados antes de iniciar o LG e caminhada quanto: 39 - Realizar exercício somente quando houver bem estar físico; - Usar roupas e calçados adequados e confortáveis; - Evitar uso de sedativos; - Não exercitar em jejum. - Usar carboidratos antes do EF; - Respeitar os limites pessoais, interrompendo se houver dor ou desconforto; - Evitar extremos de temperatura e umidade; - Iniciar a EF lenta e gradativamente para permitir adaptação; - Hidratação adequada antes, durante e após a EF (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Os parâmetros cardiovasculares: PA, frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), temperatura (T). A FR do adulto em repouso, valores normais entre 14 a 20 movimentos respiratórios por minuto e a FC do adulto em repouso, valores normais entre 60 a 100 batimentos por minutos, a oximetria de pulso arterial não invasiva para mensurar a saturação de oxigênio (Sat O2), com valores dentro dos parâmetros normais de 95 a 100%, na primeira e quarta semana do mês março de 2013 e os mesmos foram avaliados antes e após as práticas do LG e da caminhada. Respeitando de 10 antes e 5 minutos de repouso após terminado cada prática de atividade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). 3.5. Equipamentos que foram utilizados na avaliação Para a PA e FC foram aferidas o com o aparelho OMRON HEM 742 INT®. A FR foi controlada com relógio analógico. A T com termômetro clínico digital - G-TECH Ref.: TH-186, com visor digital de fácil visualização, 100% resistente à água, beep sonoro indicando fim de medição, verificado e aprovado pelo Instituto de Metrologia (INMETRO). O peso e altura com balança Welmy® modelo W110H com capacidade 200kg x 10 g, divisões de 100 g, régua antropométrica até 2,00 m em alumínio anodizado e divisão de 0,5 cm, capacidade de 200 kg. A CA com fita métrica de 150 cm. A oximetria de pulso arterial não invasiva Sat O2 com oxímetro de pulso e luz de LED infravermelho pulse oximeter® modelo CMS50DL registro na ANVISA/MS: 80232040001. 40 Os Light-Emmiting Diode (LED) emissores de luz vermelha e infravermelha emitem luz nos comprimento de ondas de 660 e 940nm. Ao serem instalados em uma superfície com bom fluxo sanguíneo promovem a passagem da luz que será mais ou menos absorvida em dependência da quantidade de hemoglobina saturada e presente na área (PIERCE, 1995). Um diodo receptor capta a relação de absorção e não absorção dos dois comprimentos de ondas, 660 e 940nm. O equipamento processa a informação demonstrando no visor a saturação de oxigênio arterial periférica, a luz pulsátil permite verificar a amplitude e frequência do pulso por meio de propriedades pletismográfica do aparelho de oximetria de pulso, permitindo também configurar a onda de pulso, importante na avaliação da acurácia da medida e condição volêmica do paciente (PIERCE, 1995). 3.6. Medidas da PA e antropométricas Dentre os parâmetros que foram avaliados, a determinação da PA foi aferida com medidor OMRON circunferência HEM742INT®, braquial (CB) com do braçadeira adequada cliente (SOCIEDADE à medida BRASILEIRA da DE CARDIOLOGIA, 2010), descrito a seguir: - Preparo do cliente, locais e horários da avaliação. Ambas as práticas de EF foram realizadas no período da manhã das 6hs às 11hs e são acompanhadas por monitores treinados e capacitados para cada modalidade, que fazem parte do Programa Saúde em Movimento e cidade amiga do idoso, são determinados pela Secretaria Municipal de Higiene e Saúde (SMHS) do Município de SJRP/SP, atendendo a Portaria 971 de 3 de março de 2006, que aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS) do Ministério da Saúde (MS) (BRASIL, 2006). Orientações dadas aos clientes: - Ficar em repouso por 10 minutos em ambiente calmo antes das práticas; - Ficar em repouso por 5 minutos em ambiente calmo após das práticas; - Deve ser instruído a não conversar durante a medida. Certificou-se que os clientes NÃO: - Estavam com a bexiga cheia; - Praticaram EF há pelo menos 60 minutos; 41 - Ingeriram bebidas alcoólicas, fumo, café ou alimentos. Com relação ao posicionamento do cliente, este deveria estar na posição sentada, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado. Deixar o braço na altura do coração (nível do ponto; médio do esterno ou 4º espaço intercostal), livre de roupas, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido. Os dados antropométricos foram coletados de acordo com as recomendações da WORLD HEALTH ORGANIZATION (1998) e Castro et al. (2004). Além da estatura, foi mensurado o perímetro da CA da cintura em cm com fita métrica de 0,5 cm seguindo os seguintes passos conforme a Vigilância Alimentar e Nutricional – (SISVAN) (BRASIL, 2004): 1º Passo - a pessoa deve estar de pé, ereta, abdômen relaxado, braços estendidos ao longo do corpo e os pés separados numa distância de 25-30 cm. 2º Passo - a roupa deve ser afastada, de forma que a região da cintura fique despida. A medida não deve ser feita sobre a roupa ou cinto. 3º Passo - o profissional deve estar de frente para a pessoa, segurar o ponto zero da fita métrica em sua mão direita e, com a mão esquerda, passar a fita ao redor da cintura ou na menor curvatura localizada entre as costelas e o osso do quadril (crista ilíaca). 4º Passo - deve-se verificar se a fita está no mesmo nível em todas as partes da cintura; não deve ficar larga, nem apertada. 5º Passo - pedir à pessoa que inspire e, em seguida, que expire totalmente. Realizar a leitura imediata antes que a pessoa inspire novamente. 6º Passo - anotar a medida no formulário da SISVAN e no prontuário. Os valores considerados para a CA nos homens é de ≥ 94 cm a ≥ 102 cm e para as mulheres ≥ 80 cm e ≥ 88 cm, feito a classificação do IMC (em kg/m2), específico aos idosos utilizando os valores de referência segundo World Health Organization (1998) e Lipschitz (1994), recomendado pelo MS (BRASIL, 2004), sendo considerado baixo peso (≤ 22 kg/m2); eutrófico (22-27 kg/m2) e sobrepeso (≥ 27 kg/m2). 3.7. Procedimentos utilizados para a análise dos dados Os parâmetros cardiovasculares dos clientes praticantes do LG e caminhada foram caracterizados e comparados nas três etapas de avaliação, analisando a 42 significância dos resultados da primeira semana foram comparados com os resultados da quarta semana do mês de março de 2013. Os resultados foram apresentados em forma de figuras, gráficos e tabelas. As análises estatísticas descritivas dos resultados foram calculadas em frequência absolutas e porcentagens. Os dados coletados foram transferidos para uma planilha eletrônica no programa Microsoft® Excel. Para todos os testes utilizou-se o software estatístico Minitab 15®, sendo que as variáveis categorizadas foram aplicadas o teste de associação qui-quadrado e para as variáveis quantitativas o teste de Análise de Variância (ANOVA), considerando-se como nível de significância o valor de (p<0,05). A avaliação dos parâmetros cardiovasculares dos idosos do LG e caminhada foram registradas antes e após, por meio de fotografias que estão identificadas de acordo com os locais que foram realizadas e ilustradas abaixo: Fotos obtidas durante a avaliação dos parâmetros cardiovasculares dos idosos praticantes do LG e da caminhada, na Casa da Cultura, UBS do Parque Industrial, UBS Solo Sagrado, UBS Eldorado e Centro Esportivo Integrado do Eldorado. As Figuras 6 a 21 representam a atuação dos idosos praticando LG e caminhada durante a avaliação do presente estudo. Figuras 6, 7 e 8: Praticantes do LG na Casa da Cultura. A Figura 6 apresenta a avaliação antes do LG, a Figura 7 são os idosos praticando o LG e a Figura 8 a avaliação após o LG. 43 Figuras 9, 10 e 11: Praticantes do LG no Parque Industrial. A Figura 9 apresenta a avaliação antes o LG, a Figura 10 os idosos praticando o LG e a Figura 11 avaliação após o LG. Figuras 12, 13 e 14: Praticantes do LG no Solo Sagrado. A Figura 12 apresenta a avaliação antes da prática do LG, as Figuras 13 e 14 apresentam os idosos praticando o LG. Observam-se os idosos iniciantes não acompanhar o LG. Figuras 15, 16 e 17: Praticantes do LG no Eldorado. A Figura 15 apresenta a avaliação antes o LG, a Figura 16 mostra pesando os idosos na UBS ao lado do local da pratica do LG e a Figura 17 os idosos praticando o LG na igreja por estar um dia chuvoso. 44 Figuras. 18,19 e 20: Praticantes da caminhada no Centro Esportivo Eldorado. A Figura 18 mostra a avaliação antes da caminhada, a Figura 19 mostra os idosos durante a caminhada e a Figura 20 a avaliação após da caminhada. Figura 21: Apresenta o local onde os idosos voluntários participaram do presente estudo, uma pista própria para a EF, uma vez que as calçadas na sua maioria são irregulares, o que facilita nas quedas. A Figura 21 mostra um idoso durante a caminhada, embora o mesmo deambule com auxílio de uma bengala, não impede que ele pratique esta modalidade, pelos benefícios cardiovasculares e a qualidade de vida que ele relata. 45 4. RESULTADOS 4.1. Caracterização da amostra O presente estudo baseou-se na avaliação de parâmetros cardiovasculares dos idosos que praticam o LG e a caminhada. Os parâmetros avaliados foram caracterizados, comparados e analisados entre três grupos de idosos: G1 experientes do LG, G2 iniciantes do LG e o G3 experientes da caminhada. A Tabela 1 apresenta os dados da caracterização amostral referentes à avaliação dos clientes idosos hipertensos cadastrados no programa HIPERDIA, sendo que 119 voluntários que participaram do presente estudo, cuja idade variou de 60 e 75 anos, com a média de 67,5 anos. Relativo a esse total, verificou-se que os clientes do G1 do LG foram (n=42), sendo os gêneros: feminino com 26 (61,90%) e masculino com 16 (38,10%); os clientes G2 do LG (n=21) com 16 (76,19%) do gênero feminino e 5 (23,81%) do gênero masculino; os clientes do G3 (n=56), com 32 (57,14%) do gênero feminino e 24 (42,86%) do gênero masculino. Tabela 1: Caracterização dos idosos avaliados por grupo amostral. Valores em números e porcentagens. Feminino G1 Experientes (n=42) 26 (61,90%) G2 Iniciantes (n=21) 16 (76,19%) G3 Experientes (n=56) 32 (57,14%) Masculino 16 (38,10%) 5 (23,81%) 24 (42,86%) Afrodescendente 2 (4,76%) 2 (9,52%) 4 (7,14%) Amarela 3 (7,14%) 1 (4,76%) 2 (3,57%) Branca 26 (61,90%) 12 (57,14%) 40 (71,43%) Morena 4 (9,52%) 3 (14,29%) 5 (8,93%) Parda 7 (16,67%) 3 (14,29%) 5 (8,93%) Assódica 0 (0,00%) 1 (4,76%) 0 (0,00%) Hipossódica 15 (35,71%) 3 (14,29%) 22 (39,29%) Normal 27 (64,29%) 17 (80,95%) 34 (60,71%) Não 0 (0,00%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) Sim 42 (100%) 21 (100%) 56 (100%) Variáveis Gênero Etnia Alimentação Uso de medicamento 46 A Tabela 2 apresenta os resultados referentes à idade, o IMC e a CA, nos três grupos avaliados. De acordo com os dados obtidos verificou-se que os idosos do grupo da caminhada apresentaram maior CA em relação aos idosos dos grupos que praticam LG, independentemente de serem iniciantes ou experientes, sendo que estas diferenças foram estatisticamente significantes (p < 0,001). Vale ressaltar que a idade e o IMC não apresentaram diferenças estatísticas significantes demonstradas na Tabela 2 abaixo. Tabela 2: Médias descritivas das variáveis quantitativas (idade, IMC e CA). Variáveis1 Grupos N Média (DP)2 G1 42 68,35 (5,03) G2 21 68,43 (4,27) G3 56 67,25 (5,35) G1 42 25,90 (2,75) G2 21 24,80 (2,83) G3 56 26,24 (2,33) G1 42 91,05 (8,28) G2 21 90,58 (9,40) G3 56 96,57 (6,37) Idade (p=0,479) IMC (p=0,097) CA (p<0,001) 1 Valor P referente ao teste de Análise de Variância (ANOVA). *Valor de (p) estatisticamente significante G1:Lian Gong Experiente; G2:Lian Gong Iniciante e G3: Caminhada Experiente. Circunferência abdominal (cm) 110 100 90 80 70 Caminhada Experientes Lian Gong Grupos Iniciantes Lian Gong Figura 22: Valores individuais da CA dos três grupos amostrais. 47 O valor mínimo do intervalo de confiança (IC) dos praticantes de caminhada (G3) foi de 94,9 enquanto que os valores máximos dos IC dos experientes e iniciantes (G1 e G2) de LG foram de 93,6 e 94,9 cm, respectivamente. O valor mínimo do IC do G3 foi superior aos valores máximos dos IC dos G1 e G2, mostrando que esses IC não se sobrepõem, reiterando tal diferença significativa. 100,0 Circunferência abdominal (cm) 98,2781 97,5 94,86 95,0 94,8648 93,6274 92,5 90,0 88,4678 87,5 86,3019 85,0 C am inhada Experientes Lian Gong Grupos Iniciantes Lian Gong Figura 23: Intervalos de confiança (IC) da CA dos três grupos amostrais. A Tabela 3 apresenta os dados referentes aos parâmetros cardiovasculares que foram obtidos antes e após as práticas do LG e da caminhada, dos três grupos amostrais, na primeira e quarta semana do mês de avaliação. A PAS em repouso foi menor no G1, quando comparado com os demais grupos, sendo que esta diferença foi estatisticamente significante (p=0,002). Após a prática das atividades o G1 continuou apresentando PAS menor quando comparado com os outros grupos, a PAS se apresentou menor neste grupo e a diferença observada entre os grupos foi significante com (p<0,001). Com relação à PAD, pode-se notar que o G1 apresentou PAD menor em repouso quando comparada com o G2 experientes do LG e da caminhada G3. Após a prática das atividades, o G1 continuou apresentando PAD menor que os demais grupos. Em contrapartida, a FC e a FR obtidas antes da prática das atividades, foi menor no G3 do que nos praticantes do LG (experientes e iniciantes), a diferença observada entre os grupos foi estatisticamente significante (p=0,008 e p<0,001, 48 respectivamente). Após a prática das atividades, o G1 e G2 apresentaram FC e FR menor que o G3, estes resultados estão de acordo com o esperado, uma vez que a caminhada é uma atividade essencialmente. Em repouso, não houve diferença na temperatura quando comparado os três grupos. Após a prática das atividades, o G2 apresentou um aumento estatisticamente significante (p < 0,001) da temperatura quando comparado aos outros grupos. Ao analisar a Sat O2 verificou-se que em repouso os praticantes de caminhada apresentaram maior Sat O2 do que os praticantes de LG (experientes e iniciantes), sendo que esta diferença foi estatisticamente significante (p < 0,001). Após as práticas das atividades, o G3 apresentou menor Sat O2 em relação aos outros grupos de LG, provavelmente se deve ao fato da caminhada exigir uma demanda energética maior do que o LG. Cabe salientar que foi realizada a comparação dos resultados obtidos na primeira e quarta semana a partir da determinação do nível de significância (p). Os dados obtidos mostraram que não houve diferença estatística significativa nos parâmetros avaliados tanto antes quanto após a prática das atividades comparandose a primeira e a quarta semana de avaliação. Com exceção do G1, que em repouso apresentou uma redução estatisticamente significante na PAS (p < 0,05) quando comparado com a quarta semana de avaliação, apresentaram diferenças estatísticas significantes somente na PAS do G1 em relação aos outros grupos. (dados não apresentados). Tabela 3: Parâmetros cardiovasculares dos idosos hipertensos intra-grupos amostrais na primeira e quarta semana de avaliação. Primeira semana Variáveis PAS (mmHg) Coleta Grupos Antes Após PAD (mmHg) Antes Após G1 G2 G3 G1 G2 G3 G1 G2 G3 G1 G2 Média (±DP) 147,19 (11,35)a 160,48 (19,30)b 152,25 (13,01)ab 126,50 (11,02)b 139,19 (21,10)a 141,05 (12,71)a 83,07 (9,79)b 97,76 (12,19)a 92,16 (9,16)a 70,45 (7,30)b 80,81 (15,10)a Quarta semana Valor de p1 0,002 <0,001 <0,001 <0,001 Média (±DP) 140,93 (10,71)b 152,24 (17,02)a 148,09 (12,06)a 124,07 (12,84)b 129,86 (16,99)b 137,96 (11,18)a 79,64 (12,07)b 92,67 (9,49)a 91,23 (7,45)a 69,38 (8,92)b 76,57 (12,93)b Valor de p1 0,002 <0,001 <0,001 <0,001 49 FC (bat/min) Antes Após Antes FR (resp/min) Após T (0C) Antes Após Sat O2 (%) Antes Após 1 82,02 (13,38)a 79,62 (13,86)ab 84,00 (13,36)a 74,30 (11,59)b 72,17 (12,02)b 75,52 (13,06)ab 79,80 (11,37)a 16,95 (1,66)a 17,04 (2,01)a 15,64 (0,79)b 15,88 (1,33)b 15,95 (1,77)b 17,92 (1,22)a 36,18 (0,40) 36,07 (0,19) 36,07 (0,13) 36,09 (0,18)b 36,05 (0,14)b 36,54 (0,15)a 95,43 (1,04)b 95,38 (1,36)b 97,96 (0,87)a 98,21 (0,68)a 98,19 (0,92)a 95,62 (1,18)b G3 G1 G2 G3 G1 G2 G3 G1 G2 G3 G1 G2 G3 G1 G2 G3 G1 G2 G3 G1 G2 G3 G1 G2 G3 0,008 0,008 <0,001 <0,001 0,124 <0,001 <0,001 <0,001 84,16 (9,64)a 79,05 (12,58)ab 85,29 (12,99)a 74,39 (10,26)b 72,19 (10,77)b 78,52 (13,84)ab 81,05 (10,21)a 16,28 (1,25)ab 16,38 (1,80)a 15,75 (0,69)b 15,76 (1,41)b 15,33 (1,39)b 18,00 (1,20)a 36,07 (0,18) 35,99 (0,09) 36,05 (0,10) 36,03 (0,13)b 36,00 (0,07)b 36,48 (0,13)a 95,73 (1,17)b 95,19 (1,32)b 98,17 (0,78)a 98,47 (0,63)a 98,38 (1,02)a 95,78 (1,00)b 0,001 0,001 0,001 <0,001 0,078 <0,001 <0,001 <0,001 Desvio Padrão; 2 Valor (P) referente ao teste de Análise de Variância (ANOVA). Letras distintas na mesma coluna diferem significativamente a p=0,05 pelo teste de Tukey. G1:Lian Gong Experiente; G2:Lian Gong Iniciante e G3: Caminhada Experiente. Os resultados apresentados na Figura 24 discriminam os parâmetros cardiovasculares do G1 experientes do LG antes e após a prática do LG, na primeira e quarta semana de avaliação. De acordo com os dados apresentados, houve uma redução estatística significante na PAS, PAD, FC e FR após a prática do LG (p < 0,0001). Entretanto, após a prática do LG houve um aumento significativo da Sat O2 (p < 0,0001). Com relação à temperatura, em repouso não houve diferença estatisticamente significante no G1, tanto na primeira quanto na quarta semana. 50 Parâmetros Cardiovasculares do G1 na primeira e quarta semana de avaliação 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Antes Primeira Semana Após Quarta Semana *** *** *** *** *** *** *** *** ** *** PAS PAD FC FR T Sat.O2 PAS PAD FC FR T Sat.O2 Parâmetros Cardiovasculares Figura 24: Parâmetros cardiovasculares dos idosos do G1 (experientes) antes e após a prática do LG na primeira e quarta semana de avaliação. PAS e PAD (mmHg); FC (batimento/minuto); FR 0 (Respiração/minuto); T ( C); Sat O2 (%). (***) p<0,0001 e (**) p<0,001. Os dados apresentados na Figura 25 discriminam os parâmetros cardiovasculares do G2 iniciantes do LG antes e após a prática do LG, na primeira e quarta semana de avaliação. De acordo com os dados apresentados, houve uma redução estatística significativa na PAS, PAD, FR e FC (p < 0,0001) após a prática do LG. Com relação à Sat O2, após a prática do LG houve um aumento significativo (p < 0,0001). Com relação à temperatura, em repouso não houve diferença estatisticamente significante no G2. Sendo que após a prática das atividades houve um aumento estatisticamente significante (p < 0,001) da temperatura na primeira de semana de avaliação. 51 Parâmetros Cardiovasculares do G2 na primeira e quarta semana de avaliação 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Antes *** Primeira Semana Após Quarta Semana *** *** *** *** *** *** *** ** PAS PAD FC FR *** T Sat.O2 PAS PAD FC FR T Sat.O2 Parâmetros Cardiovasculares Figura 25: Parâmetros cardiovasculares dos idosos do G2 (iniciantes) antes e após a prática do LG na primeira e quarta semana de avaliação. PAS e PAD (mmHg); FC (batimento/minuto); FR (Respiração/minuto); T (0C); Sat O2 (%). (***) p<0,0001 e (**) p<0,001. A Figura 26 apresenta os parâmetros cardiovasculares do G3 experientes da caminhada antes e após a caminhada, na primeira e quarta semana de avaliação. De acordo com os dados apresentados, houve uma redução estatística significativa na PAS, PAD de (p < 0,0001), enquanto que a FC e FR de (p < 0,0001) aumentaram significativamente após a caminhada. Após a prática da referida atividade houve uma diminuição significativa da Sat O2 (p < 0,0001). Quanto à temperatura avaliada em repouso no G3 da caminha, também não houve diferença quando comparado os três grupos. Sendo que após a prática das atividades houve um aumento estatisticamente significante (p < 0,001) da temperatura na quarta semana de avaliação. 52 Parâmetros Cardiovasculares do G3 na primeira e quarta semana de avaliação 165 150 *** Primeira Semana Quarta Semana *** Antes 135 Após 120 105 *** *** *** *** *** *** 90 75 60 45 *** 30 ** *** 15 0 PAS PAD FC FR T Sat.O2 PAS PAD FC FR T Sat.O2 Parâmetros Cardiovasculares Figura 26: Parâmetros cardiovasculares dos idosos do G3 (experientes) antes e após a prática da caminhadana primeira e quarta semana de avaliação. PAS e PAD (mmHg); FC (batimento/minuto); FR (Respiração/minuto); T (0C); Sat O2 (%). (***) p<0,0001 e (**) p<0,001. Cabe ressaltar que foi feita uma análise comparativa da primeira e quarta semana de avaliação dos diferentes grupos. Os dados obtidos na primeira semana foram muito semelhantes aos observados na quarta semana, assim não foram encontradas diferenças estatísticas (p < 0,05). Com exceção da temperatura corporal, esta aumentou significativamente (p < 0.0001) após a caminhada. 53 5. DISCUSSÃO Em geral, a população idosa vem crescendo significativamente no mundo inteiro, e a preocupação com essa população vem avançando cada vez mais. Para amparar seus direitos, o estatuto do idoso e as políticas públicas aprovadas, garante a inclusão social dos mesmos nos espaços culturais, praças púbicas, nas UBS, bem como em centros esportivos, adequados para cada modalidade de práticas das AF e dos EF, com acompanhamento de monitores e preparadores físicos. O que possibilitou a avaliação dos idosos no presente estudo. Quanto à etnia prevaleceu da cor branca e o gênero feminino em todos os grupos, os mesmos eram aposentados e residia na área urbana, o que confirma com os dados recentes de IBGE (2010) e no estudo de prevalência e fatores sócio demográficos em hipertensos de SJRP/SP (CESARINO et al., 2008). Zaitune et al. (2006), também afirmam que a HAS é mais prevalente em determinados subgrupos da população. Entre os vários fatores de risco da doença, estão à hereditariedade, idade avançada, gênero, grupo étnico, nível de escolaridade baixo, status sócio econômico, peso corporal excessivo, etilismo e o tabagismo. Fatores estes semelhantes aos identificados no presente estudo, embora tenham sido exclusos os idosos com peso corporal excessivo, etilismo e o tabagismo. Outro estudo revela que os dados vêm indicando que no Brasil cerca de 20% dos adultos são pouco ativos, praticam EF apenas uma vez por semana e somente 8% praticam regularmente (SPINATO; MONTEIRO; SANTOS, 2010). Os idosos foram avaliados também em relação à alimentação, o G2 iniciantes do LG (sedentários) destacou com 80% de ingestão normal da alimentação, sendo um fator preocupante para os riscos DCV por não adotar práticas saudáveis. Toscano e Oliveira (2009) e Zago (2010), concordam que praticar EF regularmente associado a uma alimentação saudável, promove aumento da energia, vitalidade e capacidade funcional, prevenindo o surgimento de doenças crônicas, favorecendo para o envelhecimento saudável e proporciona a qualidade de vida. Já Perez et al. (2010) fala que praticar EF regular serve como estratégia para reduzir os impactos que são causados na autonomia funcional e qualidade de vida do idoso. 54 Em um estudo de Mobilidade funcional com idosos de Alfieri et al. (2009), ao comparar com o grupo de sedentários o IMC foi de 28,83±5,8, com a média de idade 67,39 ± 5,5 m anos, resultados foram semelhantes com o G2 por serem sedentários e iniciantes do LG. Quanto a CA abdominal, houve diferença estatisticamente significante quando comparada entre os grupos do LG (experientes e iniciantes) que apresentaram menores em relação do grupo da caminhada. As entidades reconhecidas nacional e internacionalmente (Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte e American College of Sports Medicine) recomendam o treinamento resistido, associado a exercícios aeróbios e de alongamento, deve ser incluído ao menos em duas sessões semanais em uma prescrição de exercícios visando à promoção da saúde e à melhora da aptidão física em indivíduos idosos (CAMARA; SANTARÉM; JACOB-FILHO, 2008; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2009). Os resultados do presente estudo da PAS e PAD houve semelhança comparando com outros autores que ainda afirmam que o exercício aeróbico é uma ferramenta eficaz no tratamento de idosos hipertensos. Ao comparar os valores da mudança da PAS e PAD entre os grupos, o grupo experimental obteve uma diminuição estatisticamente significativa em todas as variáveis (SANHUEZA; MASCAYANO, 2006). De acordo com o boletim epidemiológico de SJRP/SP de 2010, os clientes cadastrados no programa HIPERDIA 50% são sedentários, valores estes inferiores em relação aos estudos já mencionados. O EF realizado regular provoca adaptações autonômicas e hemodinâmicas influenciando no sistema cardiovascular, com o objetivo de manter a homeostasia celular diante do incremento das demandas metabólicas (RONDON; BRUM, 2003). Segundo o “American College of Sports Medicine” (2003), os baixos níveis de aptidão cardiorrespiratória foram ao longo do tempo associados ao risco de morte prematura, principalmente por DCV. Por isso tem-se considerado que a aptidão física esteja relacionada à saúde. O American College of Sports Medicine (1995) sugere uma intensidade 60-90% da frequência cardíaca máxima, uma frequência de 3 a 5 vezes semanais e uma duração de 20 a 60 minutos por sessão. Spinato, Monteiro e Santos (2010), afirmam que a prática regular do exercício aeróbio consiste na principal intervenção não farmacológica determinante do sucesso na prevenção da HAS. Seus benefícios estão relacionados à melhora do 55 desempenho metabólico muscular, redução da disfunção endotelial, melhora das anormalidades neuro-hormonais e redução da resistência à insulina, que culminam na diminuição da resistência vascular sistêmica, promovendo efeitos favoráveis concomitantes nos fatores de riscos das DCV. Os resultados encontrados na literatura podem ser explicados pelos ajustes cardiovasculares ao treinamento, como a redução da PA para uma mesma intensidade de EF. Essa diminuição da PA possa estar atrelada à melhora da eficiência no recrutamento das fibras musculares, que possivelmente proporcionaria menor demanda sanguínea para a musculatura ativa durante o exercício, refletindo nas respostas da PA pós-exercício (FISHER, 2001). Segundo Forjaz et al. (2000), a redução da PA pós exercício está demonstrada em resposta aos exercícios aeróbios que influenciado por uma duração mais prolongada resulta em efeitos hipotensores maiores e mais duradouros. Dessa forma, demonstrou em seus estudos o efeito hipotensor agudo do EF sobre a PA em indivíduos hipertensos (BRUM et al., 2004). Os idosos iniciantes do LG tiveram a PAS e PAD reduzida pós as práticas em relação os grupos experientes do LG e caminhada na primeira avaliação, o que corresponde com outros autores, que os principais mecanismos que podem estar envolvidos na ocorrência dessa hipotensão aguda são: diminuição da resistência periférica total, redução da descarga nervosa simpática periférica, diminuição da responsividade vascular para a estimulação adrenérgica mediada via receptores alfa-adrenérgico e modulação do baroreflexo (KENNEY; SEALS, 1993). Essa redução da PA pós uma única sessão de exercício dinâmico pode permanecer de 12 até 16 horas após o término do exercício e, sendo assim, os menores valores de PA que foram detectados nesse período dizem respeito à hipotensão pós-exercício e não aos efeitos do treinamento aeróbio sobre a PA (KENNEY; SEALS, 1993). Estudos realizados nos últimos anos sugerem que vias-chave de sinalização são ativadas devido à manutenção de um efeito vasodilatador pós-exercício, e quanto maior este efeito, melhor a adaptação ao treinamento. Os mecanismos responsáveis por esta redução crônica da PA são a combinação da redução central da atividade de nervos simpáticos somada à redução da transdução de sinais vasoconstritores e de mecanismos vasodilatadores locais (HALLIWILL et al., 2013). 56 Também se sabe que sinais aferentes oriundos do músculo esquelético desempenham papel primordial pós-exercício, de maneira à restabelecer o nível de controle dos baroceptores via discretas mudanças nos receptores do núcleo do trato solitário e por meio da ativação de receptores H1 e H2 de histidina que promovem a vasodilatação (HALLIWILL et al., 2013). A AF parece estar inversamente associada, numa lógica de dose-resposta, com o risco de doença cardiovascular e, especificamente, com o risco de doença coronária. O papel que a AF poderá desempenhar num quadro de AVC não é claro, embora considerando os AVC integrantes do grande grupo de desordens cardiovasculares (KOHL, 2001). Kenney e Seals (1993), sumarizam em um trabalho de revisão bibliográfica que a hipotensão pós-exercício é observada em humanos normotensos e hipertensos em resposta ao exercício dinâmico global (exemplos: LG, caminhada, corrida, natação e ciclismo), sendo sua magnitude maior em hipertensos. Roberts e Barnard (2005), citam que a EF regular diminui o risco da doença arterial incluindo os efeitos nos lipídios plasmáticos, na função endotelial e a diminuição da PA. As AF regulares, principalmente os exercícios aeróbios, no caso deste estudo a caminhada e o LG, são citados por Nahas (2006), como um fator marcante na prevenção e tratamento da HAS. Costa e Rosa (2009), diz que para a prevenção de doenças crônicas são importantes nas práticas de EF regulares, onde 60% da população global não realizam no mínimo 30 minutos diários de EF. Para Buzzachera et al. (2007), falam que o aumento das DCNT são causadas pelos baixos níveis de AF, onde a estimativa de pessoas que pratiquem no mínimo 30 minutos diários em programa de AF é de 13%. Krinski et al. (2010), aponta que o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) recomenda a prática da caminhada pelo menos 30 minutos diários. Caso não seja possível todos os dias, deve-se praticá-la de duas a três vezes na semana, tendo intensidade de 50% a 80%. Na prática do LG cada parte de 18 exercícios leva aproximadamente 12 minutos para ser realizada. O LG completo é composto de três partes, a primeira "18 Terapias Anterior", a segunda "18 Terapias Posterior" e a terceira LG Shi Ba Fa Xu Ji (MING, 2004). O LG tem sido indicado para grupos portadores de doenças e agravos não transmissíveis (DANT), para capacitar e sistematizar experiências e intercâmbios 57 dos saberes. Essa abordagem citada por Yamakawa et al. (2006), permite aos participantes vivências no âmbito biopsicossocial que fortalecem a sua conscientização sobre a patologia, pois a falta de consciência é um dos principais fatores da não adesão do paciente hipertenso ao tratamento (SOUZA; BERTONCIN, 2008; MOREIRA, 2007). Para Bernardi, Porta e Sleight (2006), a prática de LG envolve movimentos sincronizados, marcados pelo ritmo de música lenta específica e associados com a respiração realizada com musicista, observou que a música lenta induz ao relaxamento, diminuindo a FC, a PA e a ventilação nos indivíduos. Em um estudo de Schein et al. (2001), com pacientes hipertensos usando dispositivo que os orientava a respirar lenta e regularmente enquanto ouviam música calma, houve redução dos níveis pressóricos após dois meses de tratamento, evidenciando que a mudança dos padrões respiratórios, induzido pelo ritmo musical, influencia significativamente no decréscimo da PA. Nas falas dos participantes do estudo de Nascimento (2012), esses efeitos puderam ser observados através de afirmações sobre a melhora da respiração, do sono e do estresse. A Sat O2 foi avaliada com o aparelho da oximetria de pulso, tendo princípios baseados na absorção de luz vermelha e infravermelha na hemoglobina oxigenada saturada e reduzida, sendo denominado de espectrofotometria. Onde o sangue saturado de O2 tem um espectro de absorção de luz diferente do sangue não saturado. Assim, a quantidade de luz do espectro vermelho e infravermelho absorvida pelo sangue, pode ser utilizada para calcular a taxa de hemoglobina oxigenada em relação à hemoglobina total no sangue arterial, apresentada com porcentagem de Sat O2 considerando os valores dentro das normalidades de 95 a 100% (PIERCE, 1995). O estudo da demanda metabólica nas AF pode ser realizado de forma indireta por meio da análise de gases expirados. Dentre as principais variáveis ventilatórias fornecidas por essa técnica, pode-se destacar o consumo de O2 (VO2), a ventilação pulmonar (VE), a produção de gás carbônico (VCO2), o pulso de O2 (pulso de O2), os equivalentes ventilatórios de O2 (VE/VO2) e de gás carbônico (VE/VCO2) e o quociente de troca respiratória (QR). A interpretação conjunta dessas variáveis fornece informações precisas sobre uma série de mecanismos envolvidos no controle da função cardiorrespiratória, em repouso e durante determinadas AF (AMERICAN THORACIC SOCIETY, 2003). 58 No decorrer do EF há um aumento na demanda metabólica, especialmente nas regiões exercitadas. Essa demanda promove ajustes cardiopulmonares agudos com o objetivo de promover um aumento do fluxo sanguíneo em resposta à demanda local; com isso ocorre um aumento do consumo de O2 (BARROS NETO, 1996). Durante a realização de EF, ocorre liberação da endorfina e da dopamina pelo organismo, propiciando um efeito tranquilizante e analgésico no praticante regular, que frequentemente se beneficia de um efeito relaxante pós-esforço e em geral, consegue manter-se um estado de equilíbrio psicossocial mais estável frente às ameaças do meio externo (GALLO et al., 1995). Além disso, o EF leva o indivíduo a uma maior participação social, resultando em um bom nível de bem estar biopsico físico, fatores esses que contribuem para a melhoria de sua qualidade de vida. O EF pode ser usado no sentido de retardar e até mesmo, atenuar o processo de declínio das funções orgânicas que são observadas com o envelhecimento, pois promove melhoras na capacidade respiratória, na reserva cardíaca, no tempo de reação, na força muscular, na memória recente, na cognição e nas habilidades sociais (GALLO et al., 1995). De acordo com Pescatello et al (2004), afirma que as práticas esportivas têm auxiliado como terapia alternativa no bem estar físico, mental e social, melhorando a qualidade de vida dos idosos, reduzindo as dores no corpo e relaxamento muscular possibilitando a redução do uso de medicações indicadas pelos médicos. 59 6. CONCLUSÃO Na avaliação dos parâmetros cardiovasculares dos idosos hipertensos pode-se concluir o LG induziu um efeito hipotensor mais intenso no grupo iniciante (G1) do que nos grupo Experiente (G2) e da caminhada. Além disso, pós a prática de LG houve redução estatisticamente significante nos seguintes parâmetros PA (PAS e PAD), FC e FR, enquanto que a Sat O2 aumentou significativamente. Em contrapartida, após a prática da caminhada observou-se uma redução estatisticamente significante na PA (PAS e PAD) e Sat O2, já a FC e FR aumentaram significativamente. Desta maneira, é de vital importância que novos estudos sejam realizados com a finalidade de elucidar os mecanismos envolvidos na regulação da PA e dos demais parâmetros cardiovasculares após a prática do Lian Gong. 60 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALFIERI, F.M.; WERNER, A.; ROSCHEL, A.B. et al. Mobilidade functional de idosos. Braz. J. Biomotricity 3(1): 89-94, 2009. ALVES, L.C.; LEITE, I.C.; MACHADO, C.J. Perfis de saúde dos idosos no Brasil: análise da Pesquisa Nacional por Amostra de Domínios de 2003 utilizando o método Grade of Membership. Cad. Saúde Pública 23(3): 535-546, 2007. AMARAL, R.T.; LYRA JUNIOR, D.P.; VEIGA, E.V. et al. A Farmacoterapia no idoso: Revisão sobre a abordagem multiprofissional no controle da pressão arterial sistêmica. Rev. Latino-Am Enferm. 14(3): 435-41, 2006. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. ACSM’s Guidelines for Exercise Testing and Prescription. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 1995, 366 p AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. 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Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/luciene_sudeste_dant_com pleto_revisado_II_1254427891.pdf Acesso em: 15 nov. 2012. YANOWITZ, F.G.L.A.; MONTE, A.M. Physical activity and health in the elderly. Curr. Sports Med. Rep. 1(6): 354-361, 2002. ZAGO, A.S. Exercício Físico e o Processo Saúde-Doença no Envelhecimento. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. 13(1): 153-158, 2010. ZAITUNE, M.P.A.; BARROS, M.B.A.; CESAR, C.L.G. et al. Hipertensão arterial em idosos: prevalência, fatores associados e práticas de controle no Município de Campinas, São Paulo. Cad. Saúde Pública 22(2): 285-294, 2006. ZASLAVSKY, C.; GUS, I. Idoso. Doença Cardíaca e Comorbidades. Arq. Bras. Cardiol. 79(6): 635-9, 2002 ZHUANG, Y.M. Lian Gong Shi Ba Fa. São Paulo: Pensamento, 2000. 144 p 68 APÊNDICE A FICHA DE AVALIAÇÃO PARA OS GRUPOS G1 LG experiente ( ) G2 LG iniciante ( ) G3 Caminhada experiente ( ) 1ª Etapa - Avaliação sóciodemográfico 1. Unidade de saúde__________________________________________________. 2. Nome: ___________________________________________________________. 3. Data de nascimento _____/______/_______. 4. Idade:__________ anos. 5. Gênero: F( ) M( ) 6. Etnia:_____________________________. 7. Aposentado(a) ( )Sim ( )Não 8. Moradia: Área urbana( ) Área rural( ) 9. Circunferência abdominal:___cm. 10. Peso:___Kgr÷altura2:___= IMC:_____. 11. Alimentação: _____________________________________________________. 12. Tabagismo: ( )Sim ( )Não 13. Álcool: ( )Sim ( )Não 14. Tempo de atividade: ( )Uma vez/sem. ( )duas vezes/sem. ( )três vezes/sem. ( ) 20 min. ( ) 30 min. ( ) 40 min. 15.Parâmetros aferidos: Hora:____. PA:____x___mmHg, FC:___bpm, Sat O2: _____ FR:___mrpm. TºC:_____. OBS:_____________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Assinatura do Pesquisador Assinatura do cliente ou responsável OBS: Os resultados serão mantidos anonimato dos envolvidos. 69 2ª Etapa – Avaliação dos parâmetros cardiovasculares Primeira a semana do mês FICHA DE AVALIAÇÃO PARA OS GRUPOS DO LG E CAMINHADA G1 LG experiente ( ) G2 LG iniciante ( ) G3 Caminhada experiente ( ) Nome:_____________________________________________________________. Dia da semana: __________-feira Data:__/__/201_.Hora:___.PA:____x__mmHg, FC:__bpm, Sat O2: ____, FR:__mrpm. TºC:___. Data:__/__/201_.Hora:___.PA:____x__mmHg, FC:__bpm, Sat O2: ____, FR:__mrpm. TºC:___. Data:__/__/201_.Hora:___.PA:____x__mmHg, FC:__bpm, Sat O2: ____, FR:__mrpm. TºC:___. Dia da semana: __________-feira Data:__/__/201_.Hora:___.PA:____x__mmHg, FC:__bpm, Sat O2: ____, FR:__mrpm. TºC:___. Data:__/__/201_.Hora:___.PA:____x__mmHg, FC:__bpm, Sat O2: ____, FR:__mrpm. TºC:___. Data:__/__/201_.Hora:___.PA:____x__mmHg, FC:__bpm, Sat O2: ____, FR:__mrpm. TºC:___. 3ª Etapa – Avaliação dos parâmetros cardiovasculares Quarta semana do mês Dia da semana: __________-feira Data:__/__/201_.Hora:___.PA:____x__mmHg, FC:__bpm, Sat O2: ____, FR:__mrpm. TºC:___. Data:__/__/201_.Hora:___.PA:____x__mmHg, FC:__bpm, Sat O2: ____, FR:__mrpm. TºC:___. Data:__/__/201_.Hora:___.PA:____x__mmHg, FC:__bpm, Sat O2: ____, FR:__mrpm. TºC:___. Dia da semana: __________-feira Data:__/__/201_.Hora:___.PA:____x__mmHg, FC:__bpm, Sat O2: ____, FR:__mrpm. TºC:___. Data:__/__/201_.Hora:___.PA:____x__mmHg, FC:__bpm, Sat O2: ____, FR:__mrpm. TºC:___. Data:__/__/201_.Hora:___.PA:____x__mmHg, FC:__bpm, Sat O2: ____, FR:__mrpm. TºC:___. 70 APÊNDICE B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Resolução nº 466/2012 – Conselho Nacional de Saúde COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP) - FAMERP Av: Brigadeiro Faria Lima, 5416 - Vila São Pedro – 15.090-000 São José do Rio Preto – SP / Fone: (17) 32015813 Sr(a) ______________________________________________________________. Endereço:______________________________, nº ______, bairro:___________, Cidade:_______________________CEP:_________UF:___, fone:( )_________, UBS/UPA:______________________. Foi selecionado(a) e está sendo convidado(a) para participar da pesquisa intitulada: “AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS PRATICANTES DE LIAN GONG FORA DO AMBIENTE HOSPITALAR”, que foram realizadas as práticas do LG nas seguintes UBS do Eldorado e Parque Industrial e Solo Sagrado, Casa da Cultura e para a caminhada no Centro Esportivo Eldorado. A pesquisa tem como objetivo: Avaliar os parâmetros cardiovasculares em idosos hipertensos praticantes do LG e da caminhada fora do Ambiente Hospitalar em SJRP/SP, utilizando como método entrevista, uma ficha de avaliação do perfil sóciodemográficos e dos parâmetros cardiovasculares, como: aferir a Pressão Arterial (PA) e Frequência Cardíaca (FC) com equipamento OMRON HEM 742 INT®, a Frequência Respiratória (FR) com relógio de ponteiro, a Temperatura (T) e a saturação de O2 com Oxímetro de pulso e luz de led infravermelho, o peso com balança Welmy® das unidades de saúde devido sua calibragem, antes e após à prática do LG e da caminhada. Para obtenção de título de mestre pelo programa de pós-graduação da Unicastelo de Fernandópolis/SP, com orientação da Profª Drª Adriana Barrinha Fernandes Moretti. Suas respostas serão tratadas de forma anônima e confidencial, isto é, em nenhum momento será divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo. Quando for necessário exemplificar determinada situação, sua privacidade será assegurada uma vez que seu nome será substituído pelas iniciais do nome e sobrenome de forma aleatória. Os voluntários serão fotografados durante as atividades com 71 seu consentimento, com a finalidade de registrar os movimentos precisos das práticas avaliadas para a pesquisa, de maneira que possa preservar sua identificação durante o LG e a caminhada. Os dados coletados e as fotos serão utilizados apenas NESTA pesquisa e os resultados divulgados em eventos e/ou revistas científicas. Sua participação é voluntária, isto é, a qualquer momento você pode recusar-se a responder qualquer pergunta, de tirar as fotos ou desistir de participar da pesquisa e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição que favoreceu a coleta dos seus dados. Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder as perguntas a serem realizadas sob a forma de uma ficha de perguntas abertas e fechadas como sim ou não, os resultados serão guardados por cinco (05) anos e incinerada após esse período. Sr(a) não terá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras. Não haverá riscos de qualquer natureza relacionada à sua participação. O benefício relacionado à sua participação será de aumentar o conhecimento científico para a área de enfermagem e na promoção da saúde (Saúde Coletiva). Sr(a) receberá uma cópia deste termo onde consta o celular/e-mail do pesquisador responsável, podendo tirar as suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. A presente pesquisa esta em apreciação no Comitê de Ética e Pesquisa com Seres – (CEP) da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, localizada na Av: Brigadeiro Faria Lima, 5416 - Vila São Pedro – 15.090-000, SJRP/SP – Fone: (17) 32015813. Desde já agradecemos a sua participação! Nome: Cliente ou Responsável RG: Enfª Profª Valquíria da Silva Lopes Contato com a Responsável pela Pesquisa RG: 18.307.911-5 / SSP/SP- Coren-sp: 93639 Rua Yvete Gabriel Atique, 45, Boa Vista S.J.R.P/SP CEP: 15.025-400 - (17) 96239984 [email protected] 72 ANEXO A 73 ANEXO B 74 ANEXO C 75 76 ANEXO D BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DANT/PROMOÇÃO DE SAÚDE