PESQUISA
Endividamento da população acriana
economicamente ocupada
Realização: FECOMÉRCIO/AC (IFEPAC)
Rio Branco/AC, 02 de maio de 2013.
APRESENTAÇÃO
A pesquisa de endividamento do consumidor acriano representa um instrumento
para o comércio de varejo avaliar possibilidades de risco nos negócios de compra e
venda num determinado período de tempo. Por esta razão, sistematicamente, a
Fecomércio/AC disponibiliza para o seu público-alvo um perfil financeiro do
consumidor do Acre, no sentido de prover o ambiente de negócios de compra e
venda de um instrumento para definição de estratégias operacionais para o
mercado de varejo. Assim, no período de 09 a 15 de abril de 2013, promoveu
trabalho de levantamento de dados com 373 pessoas, domiciliadas na Cidade de
Rio Branco/AC, com a finalidade de reunir informações para análise sobre o
comportamento quanto a utilização dos respectivos recursos financeiros
domésticos.
A amostra analisada é representada por 45% de pessoas do sexo feminino e 55% do
sexo masculino, tendo em sua composição, pessoas comuns da sociedade,
notadamente, aquelas que transitam pelos locais de maior fluxo populacional da
cidade de Rio Branco, a exemplo do Terminal Rodoviário Urbano, a OCA, Praças de
Alimentação das IES etc. Portanto, em ambientes aonde se concentram maior
movimentação física de pessoas das mais diversas classes sociais.
Em suma, a Fecomércio/AC visa informar quanto a possíveis cenários para o
mercado de consumo, demonstrados através de indicadores capazes de avaliar em
como a população economicamente ocupada operou seu fluxo de caixa no decorrer
do primeiro trimestre do ano em curso, período em que o orçamento doméstico é
mais exigido, considerando já iniciar com obrigações decorrentes de consumo das
festas de fim de ano, somadas àquelas do ano iniciado, como as obrigações
escolares, impostos diversos e com o próprio consumo doméstico.
I – A PESQUISA
Os dados da pesquisa tem como base o período de 09 a 15 de abril de 2013, onde foi
realizado contato direto com um público de 373 pessoas economicamente ocupadas,
das faixas etárias acima de 18 anos, sendo 45% do sexo feminino e 55% do sexo
masculino (G.1).
Faixa etária do consumidor do Acre
11%
5% 1% 1%
46%
36%
De 18 a 24 anos
De 25 a 36 anos
De 37 a 46 anos
De 47 a 58 anos
Acima de 58 anos
Não informado
(G.1)
A princípio, a pesquisa detecta ser um público de renda baixa, bastando para tento,
observar que 70% da população analisada tem renda média de até 05 (cinco) salários
mínimos. Faixa avaliada em maior proporção na última pesquisa sobre o assunto (16 a
20 de julho de 2012), quando a população com esse nível de renda representava 85%
(Q.1)
População Economicamente Ocupada - Renda pessoal
Até 02 salários mínimo/mês
50%
De 02 a 05 salários mínimo/mês
20%
De 05 a 10 salários mínimo/mês
4%
Acima de 10 salários mínimo/mês
0%
Não informado
26%
TOTAL
100%
Q.1
Da amostra pesquisada, 81% dos entrevistados têm idades entre 18 a 36 anos
(Gráfico G.1), e 32% tem grau de instrução equivalente ao ensino médio concluído,
conforme gráfico a seguir (G.2).
Escolaridade do consumidor local
9%
2% 6% 2% 1%
10%
32%
38%
Ensino Fundamental Incompleto
Ensino Fundamental Completo
Ensino Médio Incompleto
Ensino Médio Completo
Ensino Superior Incompleto
Ensino Superior Completo
Pós-graduação
Não informado
(G.2)
Da população ocupada, 41% são contratadas regularmente (38% no ano passado) e
12% são funcionários públicos. Outros 47% trabalham por conta própria, sendo: 20%,
assalariados sem carteira assinada, 13% são autônomos, outros 13% não informam
sobre o atendimento de exigências legais para o trabalho e 1% se apresenta como
empresários (G.3).
9%
Ocupação da população economicamente ativa
do Acre
0% 1% 4%
1%
11%
Assalariado com carteira assinada
Assalariado sem carteira assinada
Trabalha como autônomo
Funcionário público
Empresário
Desempregado
Aposentado
Outro
Não informado
41%
13%
20%
(G.3)
Capacidade de poupança da população entrevistada
O nível de poupança de uma população é visualizado pelo padrão socioeconômico
demonstrado. Conforme pesquisa Fecomercio/AC em 2012, 69% da amostra
contatada não conseguiu poupar nenhum dinheiro nos 06 meses antecedentes ao
período base da pesquisa. Neste ano, se faz concluir que essa condição se repete
para 58% da população entrevistada no período de 09 a 15 de abril de 2013 (G.4).
Consumidores com poupanças realizadas nos últimos
06 meses
42%
Sim
Não
58%
(G.4)
Capacidade de pagamento das dívidas
Buscando indicadores para a avaliação da situação econômico-financeira da
população economicamente ocupada, a pesquisa levantou que 40% não conseguem
pagar suas contas nas datas de vencimento - na pesquisa anterior essa parcela foi de
49% (G.5)
Capacidade de pagamento de dívidas no vencimento pelo
consumidor local
26%
14%
60%
(G.5)
Sim
Não
As vezes
Planejamento de gastos
O planejamento é fundamental para nortear a execução de uma atividade
temporária, assim como para acompanhamento dos gastos domésticos. Com relação
a este aspecto, a pesquisa demonstra que 39% dos consumidores locais não são
adeptos a forma organizada de consumo e muito menos ao controle sobre gastos na última pesquisa essa população foi de 42%. Coincidentemente, 39% dos
consumidores entrevistados para esta pesquisa tem alguma conta em atraso.
Desses, 46% estão com dívidas pendentes em até 15 dias, e outros 19% em mais de
45 dias (G.6).
Tempo médio de atraso no pagamento das dívidas pelo
consumidor Acriano
46%
24%
19%
11%
Até 15 dias
De 16 a 30 dias De 31 a 45 dias
(G.6)
Acima de 45
dias
Motivos para atrasos nos pagamentos de contas
Os motivos que levam o consumidor do varejo até para registros nos serviços de
proteção ao crédito, são basicamente, o descontrole sobre o montante de
obrigações financeiras contraídas, conforme confirmado por 60% dos entrevistados
(G.7)
Motivos para atraso no pagamento de dívidas pelo
consumidor do varejo acriano
60%
17%
6%
12%
5%
(G.7)
Dívidas contraídas nos últimos 03 meses
Com relação a dívidas contraídas nos últimos 03 meses, mais da metade dos
entrevistados (52%) acenaram positivamente. Desses, 54% são tranquilos na
afirmação de que as dívidas são decorrentes de compras normais – na pesquisa de
2012, esse indicador foi de 71%. Outros 13% dizem ser as dívidas, decorrentes de
recentes empréstimos bancários.
Deve-se observar, que apenas o fato de uma pessoa se utilizar com frequência do
limite do cheque especial, ou não consegue pagar 100% da fatura mensal do cartão
de crédito, contrai involuntariamente, novas dívidas mensais (G.8).
Causas do endividamento do consumidor acriano
0%
3% 5%
1%
4%
Regularização Aluguel
16%
13%
Compras normais
Empréstimo bancário
54%
Empréstimo junto a familiar
4%
(G.8)
Providência dos devedores para o pagamento de suas dívidas
Para pagamentos de dívidas pendentes, 48% dos consumidores devedores cortam
gastos (40% na última pesquisa), e 17% dizem restringir o uso do cartão de crédito
(12% pesquisa anterior). Os dados da presente pesquisa apontam que 8% não
tomam quaisquer providências, dentre outras justificativas destacadas no gráfico a
seguir (G.9).
Providências por parte do consumidor para saldar dívidas
em atraso
6%
1% 2% 2% 8%
16%
2%
1%
14%
48%
Nenhuma
Corta gastos
Deixa de fazer algo que gosta
Evita pagar com cheques pré-datados
Presta serviços extraordinários
Deixa de usar cartão
Deixa de comprar coisas de uso pessoal
Passa a vender como autônomo
Outro
Não informado
(G.9)
O endividamento do consumidor acriano após a redução dos juros pelo
governo federal
Conforme é do conhecimento geral, o governo federal recentemente decidiu pela
redução dos juros bancários visando o restabelecimento do poder de compra da
população brasileira, cujo endividamento vinha comprometendo os resultados das
previsões econômicas do país. Considerando tal oportunidade, a pesquisa buscou
levantar o nível de interesse do público entrevistado quanto às condições oferecidas
para a adequação das respectivas obrigações junto ao mercado credor. Como
resultado, 90% desse público afirmam não haver realizado, até o momento,
qualquer transação bancária que viesse a melhorar suas respectivas condições
financeiras (G.10)
Realização de transação pelo consumidor local junto às
Instituições Financeiras para quitar dívidas
10%
Sim
Não
90%
(G.10)
Dos entrevistados, 30% não consideram boas as condições da medida para quem
está com dívidas em excesso. Segundo 41% destes, os juros foram reduzidos, mas os
custos imputados pelos serviços são exorbitantes. Outros 41% dizem que os bancos
usam de artifícios para compensar a redução dos juros determinado pelo governo e
15% afirmam que os bancos não se interessam em operar com os níveis oficiais de
juros (G.11).
Opinião do consumidor quanto às medidas do Governo
Federal que reduziram os juros bancários
Os juros foram reduzidos, mas as
tarifas aumentaram
3%
15%
41%
41%
Os bancos usam de artíficios para
compensar o incentivo concedido
pelo Governo Federal
Os bancos não se interessam em
operar com clientes aplicando as
novas taxas de juros
Não informado
(G.11)
Da amostra analisada, 44% afirmam que os bancos não estão procurando recuperar
a saúde financeira dos clientes endividados. Para esses, 28% afirmam que os bancos
estão endividando mais a população com dificuldade financeira. Convém o destaque
de 40% dos entrevistados que são taxativos na afirmação de que os bancos sempre
procuram melhorar seus lucros (G.12)
Opinião do consumidor quanto a posição dos Bancos frente
aos seus clientes
28%
33%
Na verdade endividam mais
Procuram melhorar seus lucros
Não explicam os benefícios da medida
39%
(G.12)
II – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com mais este trabalho a Fecomércio/AC, repassa ao público interessado
importantes indicadores para a sustentabilidade do mercado de varejo,
ensejando, inclusive, a melhora do conhecimento de ferramentas
operacionais para o fortalecimento e otimização dos recursos necessários
para alcance de benefícios operacionais, sinalizando caminhos para a
condução do mercado de varejo no âmbito do território acreano.
Como de praxe, confirma a disposição de sua equipe técnica para
esclarecimentos que por ventura se façam necessárias os leitores venha a
precisar, com vistas a melhor entendimento sobre o segmento de mercado
em destaque.
Rio Branco/AC, 02 de maio de 2013.
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