O Técnico em Biblioteconomia e Mediação de Leitura: a Contação de Histórias Prof. Drª Lizandra Estabel- CRB10/1405 Canoas/2015 Contar Histórias... "Os contadores de história, só podem contar enquanto a neve cai. A tradição manda que seja assim. Os índios do norte da América têm muito cuidado com essa questão dos contos. Dizem que quando os contos soam, as plantas não se preocupam em crescer e os pássaros esquecem a comida de seus filhotes". (Eduardo Galeano). Contar Histórias... Contar histórias se reveste em uma das atividades mais antigas da humanidade. As narrativas através da oralidade se caracterizam com uma das expressões de comunicação entre os homens, que a um só tempo engloba o universal e o particular. A atividade de contar histórias “constitui-se numa experiência de relacionamento humano que tem uma qualidade única, insubstituível.”(MACHADO, 2004, p.33). Contação de Histórias/ Hora do Conto A Hora do Conto, ou Hora da História, ou Contação de Histórias, significa uma atividade coletiva que propicia a integração entre as crianças, os adolescentes e destas com os adultos, tendo como ligação o livro, que é apresentado e sugerido num contexto agradável e prazeroso em um espaço em que o contador de histórias se torna o mediador de leitura. Contação de Histórias/ Hora do Conto Deve ser realizada, de preferência, no espaço físico da biblioteca escolar, oportunizando ao leitor um melhor conhecimento da biblioteca da escola, familiarizando-o com o acervo e com as pessoas que lá trabalham, incentivando-o a retirar livros para empréstimo domiciliar onde ele próprio ou algum familiar leia histórias, despertando o desejo de freqüentar a biblioteca em outros momentos que não os da atividade planejada da contação de histórias. Contação de Histórias/ Hora do Conto O bibliotecário, o técnico em Biblioteconomia ou o professor que conta histórias deve ter o cuidado de elaborar critérios para seleção dos textos que serão narrados, tendo em vista: • os níveis e fases de leitura; • a idade cronológica; • o desenvolvimento psicológico e emocional; • os textos doutrinários ou libertadores; despertando e estimulando a leitura da realidade social, o espírito crítico e o exercício da cidadania. (ESTABEL, MORO, 2014). Os Contadores de Histórias • Nos primeiros anos de vida, é importante que a criança tenha em seu convívio, alguém que conte histórias: o pai, ou a mãe, ou o avô, ou a avó, um irmão ou irmã mais velhos, a babá (às vezes, analfabeta) levando o infante para o mundo do encanto, do prazer, da magia, do lúdico. Os Contadores de Histórias • O bibliotecário e o Técnico em Biblioteconomia devem promover atividades de contação de histórias para que a biblioteca seja um ambiente de promoção e estímulo à leitura, de criação, de ludismo, de fantasia. • Ambos devem ser encantadores de histórias, despertar o gosto e o prazer pela leitura a partir das histórias selecionadas. Somente encanta quem for encantador. Os Contadores de Histórias • O papel do professor, além de ser um mediador no processo de decodificação dos símbolos e de orientar a criança no aprendizado da escrita, será o de estimular a leitura possibilitando momentos lúdicos, através de narrativas como contos de fadas, lendas, poesia, entre outras. Se o professor gosta de ler ele encanta os seus alunos com o universo fantástico da leitura. Os alunos terão prazer em criar, buscar novas narrativas. Os Contadores de Histórias • Acredita-se que a contação de histórias, a leitura, deve ser um momento de encontro, de reencontro, consigo mesmo e com os outros. Esta relação com os seus pares permitirá descobrir-se e descobrir o outro nas narrativas. Os Contadores de Histórias • Ao ouvir histórias, a criança busca identificar-se com os personagens. Sentimentos de medo, coragem, força, fragilidade, permitem que esta busque no interior de si mesma a solução para muitos de seus problemas. Estes momentos de interação com o outro, possibilitam um compartilhar de sentimentos e a superação das limitações. O Ato de Contar Histórias Escolha da História: • Conheça o público para quem será realizada a Contação da História; • Conheça bem a história e seus personagens. • Analise e avalie quais recursos serão utilizados para melhor interagir com o público e tornar a história mais atraente: música, fantoches, avental mágico, varal, entre outros. Contação de Histórias: Trote Solidário 2015 Acadêmicos da Biblioteconomia da FABICO/UFRGS e do IFRS-Câmpus POA O Ato de Contar Histórias • O material da Contação de Histórias pode ser elaborado pelo Contador ou pelo grupo que irá participar da atividade. É possível utilizar materiais recicláveis e criar lindos personagens e cenários. O Ato de Contar Histórias Organização do público • É importante que o público esteja próximo do contador de histórias e que este interaja, “olho no olho”. • Mesmo com o recurso de fantoches é importante que o contador consiga visualizar o público para que possa realizar intervenções com a platéia. O Ato de Contar Histórias Início da Contação de Histórias • É importante que o público perceba que está iniciando um momento mágico, lúdico... o “Momento da História”. A utilização de uma música, de algum recurso como apagar as luzes, fazem com que o público perceba que algo vai começar. • Mostrar a capa do livro, o(s) autor(es) e os elementos significativos de identificação da obra são muito importantes, inclusive para que posteriormente o leitor possa fazer suas escolhas de empréstimo domiciliar. O Ato de Contar Histórias A Contação de Histórias • Ao contar uma história é importante se manter fiel ao texto. Se for uma história criada pelo contador, este deve informar ao público. Da mesma forma se for uma adaptação do texto. • Movimentos e vozes diferenciadas enriquecem a contação. É preciso tomar cuidado para não fazer gestos e ruídos excessivos. O Ato de Contar Histórias A Contação de Histórias • Mostrar as ilustrações para o público também é fundamental. O público faz a leitura do texto através de imagens. • O contador deve tomar cuidado para não ficar escondido atrás do livro ou dos recursos. A interação de olhares é um dos aspectos fundamentais para estabelecer o ele entre o contador de histórias e o leitor. O Ato de Contar Histórias Término da História • Converse com o público, interaja, verifique suas percepções. • Aproveite este momento para mostrar o acervo da biblioteca, as outras obras do autor, da coleção, entre outros. • Promova uma atividade lúdica de fechamento. Contar Histórias.... • aproxima pais e filhos; bibliotecários, Técnicos em Biblioteconomia e usuários; professores e alunos; • auxilia na superação das dificuldades; • ajuda na recuperação dos enfermos; • a história emociona, estimula, encanta e serve como lenitivo no tratamento terapêutico e na melhoria da qualidade de vida; • as histórias servem como elo de ligação entre quem conta e quem ouve. Contar Histórias.... Propiciam o prazer da leitura em crianças e adolescentes, adultos e idosos, independentes do gênero, através de um enfoque lúdico e prazeroso; Incentivam e promovem ações de leitura, formando leitores e despertando o desejo de ouvir e de ler histórias; Recupera o clima afetivo entre o leitor, o livro e a leitura; Contar Histórias.... Proporcionam momentos de prazer, vivências e experiências de identificação com personagens e situações, amenizando o sofrimento e a dor (biblioterapia); Propiciam novos vínculos e momentos de afeto entre os leitores e os contadores de histórias. Considerações Finais A história emociona, estimula, encanta e, em um mundo com tantas tristezas, preocupações e dor, acredita-se que é possível viver melhor, nem que seja por mais alguns dias ou horas, mas viver o agora, junto com o outro, tendo as histórias como um elo de ligação entre o contador e o leitor. (MORO; ESTABEL, 2003). Considerações Finais Através das atividades de contação de histórias é possível transformar, construir, a partir desse imaginário, traduzindo através de textos e imagens, permitindo que a criança, o adolescente, o adulto e o idoso sejam agentes ativos de um processo de construção e aprendizagem. . . possibilitando que sejam felizes! REFERÊNCIA ESTABEL, L. B. ; MORO, E. L. S. . Biblioteca: espaço de aprendizagem, ação cultural e mediação de leitura. In: AMARAL, Josiane Carolina Soares Ramos do. (Org.). Fundamentos de apoio educacional. Porto Alegre: Penso, 2014, p. 61-76. FORTUNA, Tânia Ramos. O Brincar, as Diferenças, a Inclusão e a Transformação Social. In:Atos de Pesquisa em Educação - PPGE/ME, FURB, v. 3, nº 3, p. 460-472, set./dez. 2008. MACHADO, R. Acordais. São Paulo: DCL, 2004. MORO, Eliane Lourdes da Silva Moro; ESTABEL, Lizandra Brasil. O Encantamento da Leitura e a Magia da Biblioteca Escolar. In: Educação em Revista, Porto Alegre, v.7, n.40, p.30, out.2003. NEVES, Iara Conceição Bitencourt; MORO, Eliane Lourdes da Silva; ESTABEL, Lizandra Brasil (Org.) Mediadores de Leitura na Bibliodiversidade. Porto Alegre: Evangraf/SEAD/UFRGS, 2012. OBRIGADA! Prof. Drª Lizandra Estabel – [email protected]