ESUD 2013 – X Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância
Belém/PA, 11 – 13 de junho de 2013 - UNIREDE
GESTÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A
DISTANCIA DA UEMA: Enfoque nas funções da administração
Letícia Mendonça da Silva¹, Amanda Ferreira Aboud de Andrade²
¹UEMA/Núcleo de Tecnologias para educação/ PNAP/[email protected]
²UEMA/Núcleo de Tecnologias para educação/ PNAP/[email protected]
Resumo – A Educação a Distância (EaD) é uma realidade que consolidou-se com o
fortalecimento da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e seus cursos de formação
de professores, primeiro grande objetivo das políticas de educação aberta no
Brasil. Com esse avanço surgem cursos voltados para gestão pública e processos
melhor definidos para que um sistema de educação a distância promova um ensino
de qualidade. Nesse sentido, o objetivo do estudo é analisar o processo de gestão do
Curso de Administração Pública modalidade a distância da Universidade Estadual
do Maranhão (UEMA), com base nas noções de planejamento, organização,
direção e controle. Buscando-se ainda: descrever a evolução da educação superior
a distância no Brasil; conhecer a gestão dos sistemas de educação a distância;
identificar as estratégias adotadas na organização, planejamento, direção e
controle do Curso de Administração Pública modalidade a distância da UEMA; e,
avaliar a gestão do referido curso. Para tanto, foi feito uma pesquisa bibliográfica e
um estudo de caso qualitativo no curso de Administração Pública da UEMA com
finalidade descritiva. Assim, após realização de entrevista de grupo focal com os
funcionários que trabalham diretamente na coordenação do curso em estudo, foi
possível perceber que o processo de gestão do curso é bem estruturado, mas alguns
procedimentos ainda precisam ser aperfeiçoados visando a melhoria no
desempenho das atividades e a promoção de um ensino superior de qualidade.
Palavras-chave: Educação a distância. Ensino superior. Gestão.
Abstract –Distance Education (DE) is a reality that was consolidated with the
strengthening of the Open University of Brazil (UAB) and its training courses for
teachers, first major goal of education policies open in Brazil. With this
advancement arise courses for public administration processes and better defined
for a system of distance education promotes quality education. Accordingly, the
objective of the study is to analyze the process of managing the Public
Administration Course distance mode from the State University of Maranhão
(UEMA), based on the concepts of planning, organizing, directing and controlling.
Seeking to further describe the evolution of distance education in Brazil; know the
management of distance education systems, to identify the strategies adopted in the
organization, planning, direction and control of the Public Administration Course
distance mode of UEMA, and evaluate the management of that course. To that end,
we made a literature search and qualitative case study in the course of Public
Administration UEMA with descriptive purpose. So after conducting focus group
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interviews with employees who work directly in the coordination of the course in the
study, it was revealed that the process of managing the course is well structured, but
some procedures still need to be improved in order to improve the performance of
activities and the promotion of quality higher education.
Keywords: Distance Education, Higher Education, Management.
1. Introdução
Educação a distância (EaD) tem-se fortalecido enquanto instrumento de acesso e
democratização da educação superior no Brasil e cada vez mais Instituições de Ensino
Superior (IES) ofertam cursos na modalidade a distância. Isso é de grande relevância quando
se destaca que apenas uma minoria da população tem o privilégio de conseguir uma vaga em
uma universidade. Entretanto, para garantir o sucesso dos sistemas de EaD é imprescindível
dar especial atenção ao processo de gestão adotado. Para avaliar estratégias e traçar ações na
busca de melhores resultados é necessário planejar, organizar, dirigir e controlar todas as
atividades realizadas no cotidiano dos sistemas de educação a distância.
Os sistemas educacionais são dinâmicos e sua direção demanda agilidade e
conhecimento. Nesse contexto a gestão educacional assume um papel de grande relevância,
pois é responsável pela condução dos processos com eficiência e eficácia dentro dos sistemas
de ensino. Nessa visão será estudado o processo de gestão do curso de Administração Pública,
que compõe o Programa Nacional de Formação em Administração Pública (PNAP).
O PNAP é desenvolvido concomitantemente por 47 instituições públicas de ensino
superior, sendo composto por uma graduação e três especializações (CAPES, 2009), as IPES
têm autonomia administrativa sobre o curso e suas estratégias de gerenciamento de pessoal,
mas têm um mesmo projetos políticos pedagógicos, que foi construído colaborativamente e
pode manter a mesma matriz curricular. Dentro do programa, será estudado o bacharelado em
Administração Pública da Universidade Estadual do Maranhão, com o objetivo de analisar o
processo de gestão do Curso de Administração Pública da UEMA, modalidade a distância,
com base nas noções de planejamento, organização, direção e controle.
A pesquisa, em relação à abordagem, é qualitativa por buscar explicações sobre um
objeto de estudo, no caso, conhecer o processo de gestão do curso em estudo. No que se refere
aos fins, a pesquisa foi descritiva já que apresenta as características do objeto analisado. Para
coleta de dados foi realizada uma entrevista de grupo focal com os funcionários que
trabalham diretamente na coordenação do curso em estudo. O tipo de entrevista foi semiestruturada, onde o entrevistador estabelece um roteiro prévio de perguntas, tendo a liberdade
de alterar os tópicos contidos na entrevista ou ainda de incluir outras perguntas, dependendo
da situação. A pesquisa quanto aos meios foi do tipo bibliográfica e estudo de caso, com
intuito de analisar o processo de gestão do referido curso com base nas noções de
planejamento, organização, direção e controle.
2. Educação superior a distância no Brasil
A educação tem um papel relevante no desenvolvimento social e econômico de um país. De
acordo com Matias-Pereira (2008) a educação a distância está associada à disponibilização de
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educação a um grande número de pessoas, permitindo dessa forma igualdade de acesso ao
conhecimento. Nesse contexto, a educação a distância por suas características é uma
ferramenta de inclusão social.
Na década de 90 houve uma difusão da internet no Brasil como poderosa ferramenta
de comunicação. Nesse contexto as universidades começaram a pesquisar alternativas de
utilização dessa ferramenta na educação fazendo surgir os ambientes virtuais de
aprendizagem.
Com a passar dos anos muitas experiências educativas foram vivencias em nosso país
com o auxílio dos meios de comunicação, em especial, da televisão, do computador e da
internet. A EaD iniciou com o ensino por correspondência, passou pela fase que utilizava
como ferramenta o rádio e a televisão para chegar à internet.
Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 de 20 de dezembro
de 1996, a educação a distância começou a fazer parte oficialmente do sistema educacional
brasileiro. Em seu Art. 80 assevera que “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a
veiculação de programas de ensino a distância, e todos os níveis e modalidades de ensino, e
de educação continuada”. (BRASIL, 1996)
Em relação ao ensino superior a distância no Brasil, pode-se dizer que a Universidade
de Brasília foi a pioneira. No ano de 1979 ofereceu um curso de extensão universitária com o
Programa de Ensino a Distância (PED). Em 1989 foi criado o Centro de Educação Aberta,
continuada, a distância da Universidade de Brasília (Cead-UnB) que atualmente utiliza várias
mídias como correio, telefone, fax, CD-ROM, e-mail e internet. A partir da década de 90
várias instituições de ensino superior começaram a desenvolver cursos na modalidade a
distância, utilizando as novas tecnologias de informação e comunicação (MAIA; MATTAR,
2007).
Em 2005, surge a Universidade Aberta do Brasil – UAB – por intermédio do
Ministério da Educação. A UAB não é uma universidade propriamente dita, mas um
consórcio de instituições públicas de ensino superior que busca democratizar e ampliar o
acesso de jovens entre 18 e 24 anos ao ensino superior por meio da educação a distância. A
UAB é regulamentada pelo Decreto nº 5.800 de 8 de junho de 2006.
O Ministério da Educação vem firmando convênios com diversas instituições públicas
de ensino superior para ofertar cursos e programas de educação superior a distância no
Sistema UAB. No ano de 2006, a UAB começou a oferecer cursos através de um projeto
piloto com um curso de Administração que foi ofertado em 25 universidades públicas, sendo
18 federais e 7 estaduais.
Dando continuidade ao curso piloto de Administração a distância, surge o Programa
Nacional de Formação de Administradores Públicos (PNAP) que visa ofertar gratuitamente,
em parceria com as IES públicas, o curso de Bacharelado em Administração Pública e cursos
de Especialização Latu Senso em Gestão Pública, Gestão Pública Municipal e Gestão Pública
em Saúde, com o intuito de atender à demanda pela formação de gestores públicos no Brasil.
O PNAP foi construído coletivamente com o apoio de diversas universidades no
âmbito da UAB, com a participação dos coordenadores do curso piloto, com a participação do
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Conselho Federal de Administração, com a Escola Nacional de Administração Pública
(ENAP) e com o Ministério da Saúde através da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Com
essa troca de experiências em EaD foi construído um projeto comum a ser implementado
pelas universidades integrantes da UAB (BUNN; SILVA; DALMAU, 2009).
Esse é um programa desenvolvido com a colaboração de instituições federais de
ensino, os Estados e os Municípios visando atender à demanda por educação superior nos
municípios brasileiros. Litto e Formiga (2009) afirmam que as ofertas de cursos na
modalidade a distância possibilitam o atendimento às demandas reprimidas por educação
superior no país. Nesse sentido, pretende-se ampliar as oportunidades de acesso à educação de
grande número de estudantes que vivem em regiões distantes dos grandes centros urbanos do
Brasil.
Com a gradativa ampliação da oferta de cursos de graduação a distância no Brasil, foi
necessário criar um documento que auxiliasse as IES no processo de organização e gestão
desses cursos. Nesse sentido, em 2007, a Secretaria de Educação a Distância – SEED/MEC
criou os Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância estabelecendo
princípios, diretrizes e critérios para as instituições que ofertam cursos na modalidade a
distância e destacando a importância da gestão para o desenvolvimento de um bom sistema de
educação a distância (BRASIL, 2007).
3. Gestão de sistemas educacionais e as funções da administração
Os sistemas educacionais são dinâmicos e sua direção demanda agilidade e conhecimento.
Nesse contexto a gestão educacional assume um papel de grande relevância, pois é
responsável pela condução dos processos com eficiência e eficácia dentro dos sistemas de
ensino. Para Lenzi (2010, p. 47) a gestão dentro das instituições educacionais, independente
de ofertarem cursos presenciais ou a distância, tem como objetivo “coordenar, orientar,
executar e acompanhar as atividades para atingir objetivos estabelecidos no planejamento e
escopo do projeto”.
Sendo assim, Oliveira (2006, p.1) defende que grande parte das discussões acerca da
gestão dos sistemas de EaD tem como base:
“Os princípios administrativos de planejamento (objetivos, estratégias, execução de
planos), organização (atribuição de tarefas e cobrança de prestação de contas),
direção (motivação, resolução de conflitos, escolha de meios de comunicação) e
controle (acompanhamento das atividades a fim de detectar e corrigir desvios acerca
do plano).”
As funções da administração, ou princípios administrativos, podem ser entendidas
como atividade processual para garantir o bom funcionamento da organização ou da
atividade, sendo o Planejamento a primeira fase do ciclo, no qual se definem objetivos e
planos; a Organização, vai estruturar tais planos, cuidando da alocação de recursos,
orçamentos e preparando para execução; a Direção é responsável pela coordenação da
execução dos planos, garantindo que seja dando um único sentido de esforços para o alcance
dos objetivos e; o Controle, faz o monitoramento e correção das atividades, uma medida de
qualidade para acompanhar o desempenho e justificar mudanças.
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Figura 1 – Funções da administração
Fonte: próprio autor
Percebe-se que as funções da administração têm forte influência no processo de gestão
das instituições educacionais. Bof (2005 apud SERRA, 2012, p. 75) afirma que:
“Sistemas de EAD são complexos e exigem uma gestão eficiente para que os
resultados educacionais possam ser alcançados. Uma vez definidos os objetivos
educacionais, o desenho instrucional, as etapas e as atividades, os mecanismos de
apoio à aprendizagem, as tecnologias a serem utilizadas, a avaliação, os
procedimentos formais acadêmicos e o funcionamento do sistema como um todo, é
fundamental que estabeleçam as estratégias e os mecanismos pelos quais se pode
assegurar que esse sistema vá efetivamente funcionar conforme o previsto.”
Com a expansão do número de instituições que desenvolvem a EaD no Brasil, é
necessário repensar as estratégias de gestão adotadas para que se possa melhor aproveitar as
ferramentas que dispõe essa modalidade de ensino. Rumble (2003) coloca que tanto na
modalidade presencial quanto na distância haverá desafios a serem enfrentados pela gestão, a
diferença está no cenário no qual exercem suas atividades que é bem diferente. Esse cenário é
composto segundo Bof (2002 apud LENZI, 2010) por processos que se inter-relacionam, pois
a EaD possui equipes de professores que desenvolvem materiais didáticos; equipe de tutoria
que acompanha alunos presencialmente e a distância; sistema de avaliação (presencial e a
distância); serviços de comunicação; infraestrutura física/tecnológica/pessoal; monitoramento;
secretarias e avaliação de serviços, dentre outros.
De acordo com os Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância
criados em 2007, o processo de gestão de um sistema de educação a distância em nível
superior é complexo e deve abranger: um sistema de administração e controle do processo de
tutoria, um sistema (logística) de controle da produção e distribuição de material didático, um
sistema de avaliação de aprendizagem, bancos de dados do sistema como um todo, cadastro
de equipamentos e facilidades educacionais do sistema, sistema de gestão acadêmica,
registros de resultados de todas as avaliações e atividades realizadas pelos alunos e um
sistema que permita ao professor ter autonomia para a elaboração, inserção e gerenciamento
de seu material (BRASIL, 2007).
4. Programa nacional de formação em administração pública (PNAP)
O PNAP foi criado com o intuito de capacitar gestores para atuar na administração pública em
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qualquer de seus níveis, buscando formar profissionais para intervir na “realidade social,
política e econômica e assim contribuir para a melhoria da gestão das atividades
desempenhadas pelo Estado brasileiro, nos âmbitos federal, estadual e municipal” (CAPES,
2009). Seu financiamento é feito pela CAPES, anteriormente era em parceria com o Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que estabeleceu convênios e autorizava
e regulamentava o pagamento de bolsas aos agentes envolvidos (coordenadores de curso, de
polo e de tutores; professores e tutores).
O programa é composto por quatro cursos: Bacharelado em Administração Pública;
Especialização em Gestão em Saúde; Especialização em Gestão Pública e Especialização em
Gestão Pública Municipal. Para ofertá-los as instituições públicas de ensino superior (IPES)
deveriam se inscrever no edital lançado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) e Universidade Aberta do Brasil (UAB). A CAPES (2009) aprovou
“47 IES para oferta desses cursos, sendo 4 na região Norte; 6 no Centro-Oeste; no Nordeste,
16; no Sudeste, 12; e o Sul, 9 – ao todo, 46 mil vagas serão abertas em 940 polos”.
3.1. Curso de Administração Pública
O curo de Administração Pública, em seu projeto político pedagógico (PPP), tem duração
prevista mínima de 8 e máxima de 12 semestres letivos. As 3.000 horas do curso são
distribuídas em conteúdos de formação básica (30%); conteúdos de formação profissional
(29%); conteúdos de formação complementar (10%); conteúdos de estudos quantitativos e
suas tecnologias (6%); disciplinas eletivas (5%); linha de formação específica (6%); estágio
supervisionado (10%); e atividades complementares (4%) – são 41 disciplinas oferecidas ao
todo, entre obrigatórias e optativas, além de seminários acadêmicos (CAPES, 2008) .Cada
instituição participante tem seu próprio PPP, porém, todos seguem a mesma estrutura de
projeto proposta no edital de convocação.
O curso segue o modelo de EaD distribuído em polos, que conta com ambiente virtual
de aprendizagem, estrutura curricular flexível, mídias diversas, polo de apoio presencial,
sistema de tutoria a distância e presencial. Sendo suas atividades avaliativas distribuídas e
ponderadas entre virtuais e presenciais – com peso maior para as avaliações presenciais. Cabe
a figura do tutor prestar apoio necessário aos alunos para desenvolvimento do processo de
aprendizagem, aproximando-os do conteúdo dos cursos, bem como do contato com o
professor de cada disciplina. Detendo-se especificamente à tutoria, a Resolução CD/FNDE
nº26/2009, diz que o tutor, para receber a bolsa, tem que possuir experiência em magistério ou
ter concluído ou estar vinculado a um curso de pós-graduação. Em seu anexo I, item 2.5, fala
que cabe ao tutor (BRASIL, 2009):
“mediar a comunicação de conteúdos entre o professor e os cursistas; acompanhar as
atividades discentes, conforme o cronograma do curso; apoiar o professor da
disciplina no desenvolvimento das atividades docentes; manter regularidade de
acesso ao AVA e dar retorno às solicitações do cursista no prazo máximo de 24
horas; estabelecer contato permanente com os alunos e mediar as atividades
discentes; colaborar com a coordenação do curso na avaliação dos estudantes;
participar das atividades de capacitação e atualização promovidas pela Instituição de
Ensino; elaborar relatórios mensais de acompanhamento dos alunos e encaminhar à
coordenação de tutoria; participar do processo de avaliação da disciplina sob
orientação do professor responsável; apoiar operacionalmente a coordenação do
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curso nas atividades presenciais nos pólos, em especial na aplicação de avaliações.”
Dessa forma, o tutor tem a grande responsabilidade de ligar aluno-curso, ou seja, o
comportamento e o comprometimento do tutor devem estar relacionados ao desenvolvimento
do aluno, consequentemente, ao seu desempenho geral. Uma vez que faz a mediação entre
professor e aluno, existe a possibilidade de contato direto entre eles, mas pelo quantitativo de
alunos e o próprio desenho do processo de aprendizagem dos cursos a distância, cabe ao tutor
o papel de mediação, orientação e aproximação.
A questão do tempo também é muito importante nos cursos a distância, diferentemente
dos cursos tradicionais, presenciais, o aluno pode acessar os conteúdos a qualquer momento,
logo suas dúvidas também não obedecem a horários, precisando assim de um sistema de
atendimento ao aluno com ferramentas síncronas e assíncronas de comunicação, além do que,
um sistema de tutoria „polivalente‟.
4. Gestão do curso de Administração Pública da UEMA
Gerir um curso de graduação na modalidade a distância não é uma tarefa simples. Com base
nas funções administrativas de planejamento, organização, direção e controle, buscou-se
analisar o processo de gestão do Curso de Administração Pública modalidade a distância da
UEMA. Tendo os seguintes resultados a partir da entrevista:
a) Planejamento: O planejamento tem uma relevância em relação às outras funções
administrativas, pois permite diagnosticar e analisar contextos atuais, estabelecer objetivos e
metas, e traçar estratégias para alcançar os resultados traçados (OLIVEIRA, 2009).
O processo começa pela análise do ambiente, sendo a CAPES, financiadora do PNAP,
iniciadora do processo com a abertura de edital para submissão das propostas de oferta
semestralmente. O coordenador do programa e a coordenadora geral de EaD organizam a
proposta e enviam para análise. Com base na resposta da CAPES, a coordenação do curso
envia para a Pró-Reitoria de Graduação – PROG a relação de polos e quantidade de vagas por
polo que o curso ofertará no ano seguinte. A partir dessas informações, o edital do vestibular
da Uema é construído. Logo, para que o aluno possa ingressar no curso deverá ser aprovado
no vestibular, seguindo as regras da Universidade.
O Projeto Político Pedagógico do Curso já vem semiestruturado pelo fato de obedecer
ao padrão de um programa nacional. Tem duração prevista mínima de 8 e máxima de 12
semestres letivos contendo 3.000 horas. A matriz curricular já vem definida e ocorre a
complementação com as informações de cada IES como, por exemplo: relação de vagas e
polos, aspectos institucionais e corpo docente que participará da gestão do curso.
Com base no levantamento do grupo focal pode-se perceber que, apesar da gestão do
curso não ter diretrizes de trabalho bem definidas, possui um planejamento bem estruturado.
Cinco meses antes do inicio do ano letivo, a coordenadora de tutores e a articuladora
pedagógica se reúnem para construir o calendário anual do curso definindo as datas dos
seguintes eventos: inicio e encerramento de disciplinas, encontros presenciais, aplicação de
provas, solicitação de prova de segunda chamada, correções de prova, seminários,
webconferences, capacitação, avaliação e encontro de tutores.
Após definição do calendário, envio de ofício aos departamentos e convite aos
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professores que irão ministrar as disciplinas, a articuladora pedagógica do curso se reúne
presencialmente com os professores em datas agendadas previamente para dar orientações
gerais e mostrar o calendário das disciplinas. Em seguida, os professores são enviados ao
setor de Design Educacional do UemaNet que tem como função principal analisar e adequar o
plano metodológico das disciplinas ao ensino a distância, elaborando, para tanto, as mídias
educacionais que devem ser utilizadas nesse processo.
O referido setor passa constantemente por reestruturações e tem uma responsabilidade
muito grande, pois deve planejar e organizar atividades de acordo com as situações e
conteúdos específicos de cada disciplina. No processo de ensino-aprendizagem os principais
recursos utilizados são: ambiente virtual de aprendizagem, livros, fórum de discussão,
atividades, seminário, webconference, chat e vídeo aulas.
Os alunos dispõem de materiais didáticos como: livro, material complementar (artigos,
textos) e vídeo aulas. O livro é padrão, vem pronto do PNAP, e os alunos têm acesso no
ambiente virtual e recebem impresso no polo. Além do livro, os professores selecionam e
elaboram outros materiais complementares como textos, artigos e gravam vídeo aulas que são
disponibilizadas no AVA aos alunos.
As avaliações das disciplinas devem ser construídas de acordo com os conteúdos
trabalhados no livro didático, no material complementar disponível no AVA, nas vídeo aulas
e nos temas discutidos nos fóruns. A construção da avaliação da disciplina deve abarcar todas
as unidades programáticas, na perspectiva do ENADE. A avaliação de primeira chamada e a
prova final devem conter 3 questões discursivas com valor de 2,0 pontos cada uma e 4
questões de múltipla escolha com valor de 1,0 ponto cada uma. A prova de segunda chamada
contém apenas 5 questões discursivas valendo 2,0 pontos cada. As atividades realizadas no
ambiente virtual de aprendizagem devem valer 20% da composição da nota. Já a avaliação
presencial tem peso maior e vale 80% da nota.
b) Organização: a alocação de recursos e pessoas, bem como a estruturação das
questões desenhadas no planejamento, tem como base um manual, chamado de Guia de
Procedimentos dos Cursos do Núcleo de Tecnologias para Educação (2012), com base neste
guia e na entrevista realizada pode-se afirmar que trabalham diretamente na coordenação do
Curso de Administração Pública nove pessoas com as seguintes funções:
I. Coordenador do curso: representa o Curso junto às instâncias administrativas
superiores e à Coordenação Geral do UemaNet, além de gerenciar as atividades acadêmicas
junto a PROG – Pró-Reitoria de Graduação.
II. Coordenadora geral de EaD: supervisiona a realização das atividades da equipe que
trabalha diretamente na coordenação do Curso e acompanha a oferta de editais pela CAPES.
III. Coordenadora de tutores: acompanha os tutores e gera relatórios mensais acerca do
desempenho, produtividade e assiduidade deles no AVA e participa do processo de
aprendizagem dos alunos, encontrando estratégias de melhoria para o programa.
IV. Articuladora pedagógica: elabora, atualiza e dissemina o calendário do Curso junto
à Coordenadora de Tutores, convida os professores para ministrarem as disciplinas que serão
ofertadas e acompanha junto ao setor de design educacional (DE) as demandas do Curso.
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V. Supervisor acadêmico: organiza os registros e controles acadêmicos no AVA,
acompanha a migração de notas dos alunos para o Sistema Acadêmico da UEMA e verifica
prazos de matrícula, reintegração e readmissão e demais datas e casos especiais que precisam
de editais divulgados.
VI. Assistente da secretaria virtual: acompanha as atividades dos alunos no AVA,
responde a seus questionamentos ou encaminha-o ao responsável pelo assunto e posta avisos
e programações acerca dos encontros presenciais.
VII. Secretária de curso: mantém o ambiente organizado, arquiva documentos
administrativos, recebe e distribui correspondências e elabora as convocações para reuniões
do Curso.
VIII. Assistente acadêmica: dinamiza os processos oriundos de solicitações feitas por
alunos referentes à situação acadêmica deles.
IX. Assistente do suporte técnico: assessora os colaboradores do Curso no
desenvolvimento de suas atividades dentro do AVA.
A equipe trabalha de forma integrada e conhece bem suas atribuições. Percebe-se que
todos os envolvidos diretamente no processo de gestão possuem um excelente
relacionamento, fator que auxilia na resolução de problemas, já que trabalham em clima de
cooperação. De acordo com os Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância
(BRASIL, 2007), para planejar, implementar e gerir cursos na modalidade a distância deve
haver uma equipe multidisciplinar contendo docentes, tutores e corpo técnico-administrativo.
Sabe-se que a formação continuada é de extrema importância para o profissional de
qualquer área, em especial quando se trata de educação a distância. Segundo Colombo et al.
(2011), com o intuito de melhorar o potencial de contribuição da equipe de trabalho, líderes e
gestores das IES deveriam oferecer programas de desenvolvimento tanto para os profissionais
que ingressam na instituição quanto para os que já são integrantes, visando fortalecer os
processos, as metodologias e os resultados de suas áreas, cursos.
Pode-se notar que não existe nenhuma proposta de formação continuada estruturada
para a equipe de trabalho, professores e tutores do Curso de Administração Pública. Contudo,
o UemaNet, através do setor de Formação de Competências, oferta periodicamente cursos
visando ao aperfeiçoamento de tutores e professores. Segue a relação de cursos que já foram
ofertados pelo UemaNet: Mediação em EAD, Produção de Material Didático Impresso,
Gravação de Vídeo para EaD, Design instrucional em EaD, Tecnologias educacionais,
Planejamento e avaliação da aprendizagem em EaD, Organização pedagógica em EaD,
Produção de áudio e vídeo para EaD, Gestão de polos e Redação acadêmica.
A organização dos treinamentos e capacitações ofertados a tutores e professores é de
responsabilidade do setor de Formação de Competências do UemaNet e a equipe que trabalha
na gestão dos cursos não participa desse processo. Esse é um ponto negativo, pois segundo
Azevedo, Josgrilberg e Lima (2012) os cursos ofertados devem estar de acordos com as
necessidades das áreas internas com o intuito de evitar expectativas e cursos fora do contexto.
Vale ressaltar que a equipe de trabalho participa com frequência de eventos periódicos
que discutem sobre EaD no país. No ano de 2012, os membros da equipe tiveram
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oportunidade de participar do IX Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância e do
18º CIAED - Congresso Internacional ABED de Educação a Distância.
Além do corpo técnico administrativo, os professores e tutores têm grande importância
no desenvolvimento das atividades de ensino aprendizagem de cursos na modalidade a
distância. O processo de seleção de tutores a distância do Curso de Administração Pública
inicia com a chamada pública no site do UemaNet. Em seguida é realizada análise curricular,
entrevista e prova escrita (redação). Os tutores devem ter formação preferencialmente em
Administração, mas também podem ser aceitos contadores, advogados e economistas. Vale
ressaltar que os tutores presenciais são selecionados pelo coordenador de polo com a anuência
da coordenação de tutores.
Os professores devem ser preferencialmente da universidade. Primeiramente a
articuladora pedagógica envia aos departamentos ofício solicitando indicação de professores
para ministrarem as disciplinas que serão ofertadas. Por volta de três meses antes da data de
início da disciplina, os professores que foram indicados pelo departamento são convidados
para ministrarem as disciplinas. Caso algum professor não aceite, é preciso convidar
professores de outras universidades.
O curso é financiado pela CAPES através do Programa Nacional de Formação de
Administradores Públicos (PNAP). Os recursos do convênio são geridos pelo setor financeiro
do UemaNet e os relatórios são enviados bimestralmente à coordenadora geral de EaD para
que possa acompanhar os saldos.
O quantitativo de tutores por alunos é determinado pela CAPES. Existe um tutor a
distância para 25 alunos e um tutor presencial por polo podendo ter até 50 alunos. Para cada
disciplina existe um professor. Vale ressaltar que quando é ofertada alguma disciplina de
cálculo, além do professor da disciplina, existem professores assistentes que vão aos polos
ministrar aulas presenciais.
A coordenação do curso define o que deseja disponibilizar aos alunos no AVA. A sala
virtual do curso contém: fórum de notícias, do suporte técnico, da secretaria virtual e do cyber
café, Projeto Político Pedagógico, horário da tutoria presencial, calendário, formulário de
solicitação de prova de segunda chamada e prova em trânsito, normas de avaliação e algumas
orientações para os alunos.
Além disso, no AVA existe um espaço reservado para cada disciplina. Essa
organização segue o que foi planejado no calendário acadêmico. No espaço de cada
disciplina tem o plano de ensino, o livro didático, material complementar, vídeo aulas, fórum
de discussão e atividades.
Existem mecanismos de interação entre professores e tutores, dentre eles podemos
destacar: capacitação de tutores, chat do AVA, e-mail e a sala de gestão do curso que só têm
acesso a coordenação do curso, coordenadores de polo, tutores e professores. Para interação
entre professores, tutores e alunos, temos o chat e o fórum do AVA, webconferences e e-mail.
De acordo com os Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância (BRASIL,
2007), a interação entre professor-estudante, tutor-estudante, professor-tutor e entre alunos
deve ser privilegiada e garantida em um curso a distância com o intuito de evitar o
isolamento, motivar a aprendizagem e possibilitar o sentimento de pertencimento a um grupo.
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Na busca pela resolução de problemas, a coordenação tem os seguintes canais de
comunicação com os alunos: secretaria virtual do AVA e presencial no polo de São Luís, email, telefone da coordenação, callcenter do UemaNet e através dos tutores a distância que
vão ao polo aplicar provas no final de cada bloco de disciplinas.
c) Direção: processo de coordenação das atividades e integração da equipe com foco
nos objetivos. Das nove pessoas que trabalham diretamente na gestão do curso, quatro são
responsáveis por liderar a equipe de trabalho de forma mais efetiva. Essas quatro pessoas são:
coordenadora geral de EaD, coordenador de curso, coordenadora de tutores e a articuladora
pedagógica. Vale ressaltar que existe o coordenador do PNAP que também participa dos
principais processos de tomada de decisão. Colombo et al. (2011, p. 125) defende que “o
líder, sintonizado com a atualidade, e, alinhamento as estratégias da IES, precisa assegurar a
utilização plena do potencial de sua equipe.”
Na condução das atividades prevalece a gestão democrática, já que todos os
envolvidos no processo participam diretamente e indiretamente do planejamento e
organização do curso. A gestão é compartilhada e todos têm a oportunidade de expressar sua
opinião e dar sugestões de melhoria no desenvolvimento das atividades. Colombo et al.
(2011) destaca que as pessoas não podem apenas ser comunicadas, precisam ser envolvidas e
valorizadas nas decisões importantes. Os líderes devem permitir que os membros da equipe
tenham autonomia para tomar decisões de acordo com a capacidade de cada um.
A gestão da informação ocorre de forma satisfatória com o auxilio da secretaria de
curso. Ao chegar uma informação, documento, ofício, ela recebe e entrega ao destinatário.
Quando chega alguma informação que deve ser socializada com toda equipe, ela
imediatamente transmite aos membros da coordenação, geralmente por e-mail, para não haver
problemas de comunicação.
De acordo com Oliveira (2009), a direção cuida da capacidade e habilidade de
supervisionar e orientar os recursos humanos, financeiros, tecnológicos, materiais e
equipamentos visando ao alcance dos resultados estabelecidos no planejamento.
A condução das atividades realizadas no AVA cabe à assistente da secretaria virtual
que dá suporte aos alunos, a coordenadora de tutores que acompanha o trabalho dos mesmos,
a articuladora pedagógica que acompanha o trabalho dos professores e a design educacional
do curso que verifica a organização das atividades das disciplinas no AVA.
Os encontros presenciais são dirigidos por parte da equipe de trabalho e pelos tutores.
A aplicação de provas é realizada pelos tutores presenciais e a distância, mediante orientação
da coordenação do curso; as capacitações de tutores e webconferences são acompanhadas
preferencialmente pela coordenadora de tutores e a articuladora pedagógica e, quando se fizer
necessário, por outro representante que trabalhe na gestão do curso.
A gerência dos processos acadêmicos (controle de notas, expedição de documentos
como declaração, comprovante de matrícula) fica a cargo da supervisora acadêmica com o
auxílio da assistente da secretária virtual que recebe as solicitações, pelo AVA, da secretária
de curso que recebe as solicitações, no polo de São Luís, da assistente acadêmica que faz as
declarações e históricos e da coordenadora de tutores que acompanha a postagem de notas
pelos tutores a distância. Como as documentações são escaneadas e enviadas ao e-mail dos
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alunos, as originais são arquivadas em uma pasta para o controle do curso.
d) Controle: Para acompanhar se o que foi planejado está sendo executado o curso
possui alguns instrumentos de monitoramento e avaliação, dentre eles pode-se destacar:
I. Livro de protocolo: acompanha a entrada e a saída de processos como solicitação de
aproveitamento das disciplinas e revisão das notas.
II. Gravação de capacitações de tutores: todas as capacitações de tutores têm o áudio
gravado e postado na sala de gestão para que os tutores que não puderam participar possam
ter acesso ao que foi discutido. Além disso, é uma comprovação de que a capacitação ocorreu
conforme o previsto. Vale ressaltar que apenas os coordenadores de polo, pessoas que
trabalham diretamente na coordenação do curso, professores e tutores têm acesso à sala de
gestão do curso.
III. Gravação da webconference: todas as webconferences realizadas entre os
professores e os alunos têm o áudio gravado e postado no AVA para que os alunos que não
puderam participar possam ter acesso ao que foi discutido. Dessa forma, é possível comprovar
que a webconference ocorreu conforme o planejado.
IV. Listas de frequências dos encontros presenciais de tutores e alunos: através da lista
de frequência é possível controlar a participação dos alunos e dos tutores nos encontros
presencias.
V. Relatórios de viagem: quando os tutores a distância viajam para os polos para levar
provas ou participar das bancas de seminário precisam entregar na coordenação do curso
relatórios acerca da viagem realizada. Dessa forma, é possível comprovar junto ao setor
financeiro do UemaNet que as viagens ocorreram conforme o previsto.
VI. Relatórios do setor financeiro: a cada três meses a coordenação do curso envia
para o setor financeiro um relatório de atividades que foram realizadas no curso.
Ao final de cada ano a equipe realiza um workshop para avaliar o trabalho que foi
realizado coletivamente promovendo uma reflexão sobre os aspectos que precisam ser
melhorados. Apesar disso, percebe-se que não existe nenhum instrumento formal de avaliação
das pessoas que trabalham diretamente na coordenação do curso. A ausência de um
instrumento de avaliação de desempenho pode dificultar a análise da performance de cada
profissional dentro da função que executa e a localização de problemas e possíveis soluções.
Em relação ao controle acerca das taxas de evasão e reprovação por disciplina dos
alunos, têm-se alguns instrumentos como: histórico, diário de notas, relatório dos tutores e
rematrículas acadêmicas. Azevedo, Josgrilberg e Lima (2012) afirmam que no processo de
avaliação institucional o importante não é apenas reavaliar os resultados, mas também os
caminhos que têm possibilitado atingi-los.
Com o intuito de avaliar o curso, a metodologia utilizada e a participação no AVA, é
realizada uma pesquisa ao final do módulo com os alunos para que possam fazer uma
autoavaliação, além de elogios, críticas e sugestões sobre o curso (coordenação, tutores,
material, professores).
Para avaliar os tutores têm-se como instrumento a avaliação de tutores por disciplina
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que é construída pelos professores e o relatório semestral de acompanhamento das atividades
realizado pela coordenadora de tutoria. Os tutores recebem esse feedback por mensagem
pessoal no AVA e no encontro de tutores, realizado semestralmente.
O acompanhamento e a avaliação do trabalho dos professores são efetuados pelo
design educacional e pela articuladora pedagógica. O design educacional elabora um
Relatório de Acompanhamento ao Docente (RAD) que relata o que foi feito pelo professor e
quais as suas pendências e encaminha a articuladora pedagógica semanalmente. Ao lado
disso, a articuladora pedagógica acompanha as atividades presenciais dos professores
(capacitações e webconferences) e sua interação no AVA. Com base no RAD e no
acompanhamento das atividades a articuladora pedagógica faz as solicitações e envia o
feedback por e-mail aos professores.
O processo de controle fornece informações que servem como base para a tomada de
decisão sobre a execução de atividades e alcance dos objetivos estabelecidos (MAXIMIANO,
2009).
Para avaliar os pontos fortes e fracos no que concerne ao processo de ensinoaprendizagem, é a realizado semestralmente o encontro de tutores, momento em que os
tutores, presenciais e a distância, têm a oportunidade de socializar as práticas que tiveram um
resultado positivo e aquelas que precisam ser reorganizadas. Outro instrumento importante
nesse processo é a pesquisa realizada com os alunos ao final do módulo. Vale ressaltar que
não existe nenhum instrumento de identificação das principais causas de reprovação e evasão
junto aos discentes e docentes. Realizar um levantamento dessas informações poderia auxiliar
bastante no processo de planejamento e tomada de decisão junto a coordenadores, professores
e tutores do curso.
5. Conclusão
A caracterização do PNAP, destacando o curso de Administração Pública, bem como o
levantamento sobre o processo de gestão, com enfoque aos sistemas educacionais, desse curso
permitiu a descrição sobre a gestão do curso de Administração Pública da UEMA.
De um modo geral, o curso apresenta um processo de gestão bem estruturado com
uma equipe multidisciplinar que trabalha de forma integrada e conhece bem suas atribuições.
Percebe-se que o planejamento é realizado com antecedência e seguido por todos que fazem
parte da gestão do curso. Salvo raras exceções, é necessário fazer adaptações, mudanças
acerca do que foi planejado. Porém, percebe-se que a gestão não tem diretrizes e objetivos de
trabalhos bem definidos. Isso é um fator negativo, pois qualquer equipe de trabalho precisa ter
metas e saber aonde se deseja chegar.
Na direção do curso prevalece a gestão democrática, já que todos da equipe
multidisciplinar participam diretamente e indiretamente de seu processo de planejamento e
organização e possuem certa autonomia na tomada de decisão e formulação de propostas de
melhorias para a realização das atividades. Vale ressaltar que a equipe possui um excelente
relacionamento, fator que auxilia na resolução de problemas, já que todos trabalham em clima
de cooperação.
A gestão do curso possui diversos instrumentos de controle acerca do
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acompanhamento e participação dos alunos, tutores e professores no desenvolvimento de suas
atividades. Contudo, pode-se perceber que não existem instrumentos específicos para avaliar
o desempenho das demais pessoas que trabalham diretamente na gestão do curso –
coordenadores, secretários, supervisores, assistentes - fator que dificulta a identificação de
problemas e a construção de proposta de melhoria no desempenho das atividades.
Enfim, sugere-se a definição de diretrizes de trabalho, construção de instrumentos de
avaliação de desempenho da equipe multidisciplinar, bem como fazer um estudo para
identificar as principais causas de reprovação e evasão dos alunos – por entender que a
medida de qualidade passa pelo número de aprovados – e promover uma formação continuada
com base nas reais necessidades da equipe para que se possa promover um ensino superior de
qualidade.
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Enfoque nas funções da administração