Jazz
7 Abril 2010
Ciclo 'Isto é Jazz?'
Comissário: Pedro Costa
RED Trio +
John Butcher
Vermelho relativo
Piano Rodrigo Pinheiro
Contrabaixo Hernâni Faustino
Bateria Gabriel Ferrandini
Saxofones tenor e soprano John Butcher
Qua 7 de Abril
21h30 · Pequeno Auditório · Duração: 1h10 · M12
Hernâni Faustino: «O jazz é o motivo,
a inspiração e o ponto de partida para
a música do RED Trio. Para nós, jazz é
sinónimo de improvisação e esta é a
nossa forma de tocar, livre e que nada
tem que ver com a tradição do trio de
piano jazz, em que esse instrumento
tem sempre um papel preponderante,
suportado por uma secção rítmica
que raramente ganha o mesmo relevo.
Praticamos uma improvisação simbiótica em que todos os elementos têm
uma participação forte, o que faz com
que o nosso som se revele bastante
equilibrado, sem haver a predominância
de um de nós sobre os outros. A nossa
abordagem é muito depurada, com
referências no jazz, sim, mas também na
improvisação dita não-idiomática e na
música clássica contemporânea.»
Com o seu primeiro disco, de título
homónimo, a circular e um par de anos
feito de experiências na estrada, eis que
o RED Trio se apresenta num dos mais
prestigiados palcos do País com um
convidado muito especial, o saxofonista
John Butcher. Rodrigo Pinheiro (piano),
Hernâni Faustino (contrabaixo) e Gabriel
Ferrandini (bateria) foram-se destacando da realidade nacional do jazz e
da música improvisada com um projecto
que assume a sua condição extremista.
E daí o nome Red (vermelho), cor de
simbolismos e significados psicológicos muito afirmativos. Cor de sangue
e de guerra, de exaltação da vida mas
também de luto, cor de paixão, cor viril
e de pecado, supondo irresistíveis agitações, inquietudes, obsessões, intensidades, fúrias, determinismos. É a cor da
revolução e do demónio, a cor que veste
os cardeais e a cor do sexo. Com o RED
Trio, também a cor da música e do acto
de improvisar. Conotável com o jazz –
género musical que por motivos históricos continuamos a imaginar “negro” –, a
produção do grupo extravasa a moldura
deste, assim como se escapa ao âmbito
jazzístico a singular criatividade de
Butcher. Este vermelho não é, porém, o
que impele os touros, de cabeça baixa,
na direcção dos bandarilheiros. É um
vermelho que se altera conforme as
(suas, e nossas) circunstâncias. Como
afirmam estes três músicos portugueses:
«O pianista Pandelis Karayorgis já nos
disse que a nossa música tem swing,
mas outros pensam precisamente o contrário. Cada pessoa tem a sua opinião e
é bom que assim seja.»
Algo que logo nos chama a atenção na
música do RED Trio são as construções
em filigrana, muito em particular no
trabalho desenvolvido em abruptos e
breves clusters por Rodrigo Pinheiro
– estes cachos de notas deveriam a
Thelonious Monk e Cecil Taylor as suas
arquitecturas mutantes, não fosse o tempero buscado às composições pianísticas subtis e refinadas de um Messiaen
ou de um Ligeti. O excesso expressionista dos primeiros é contrabalançado
pelo sentido clássico de proporção dos
outros.
Rodrigo Pinheiro: «A música que tocamos tem como objectivo criar tensões,
e para o fazer procuramos utilizar todos
os recursos possíveis: densidade, polirritmias, timbres, volume, etc. A nossa
vertente mais silenciosa funciona como
contraste relativamente às partes mais
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“duras”, e a maior aspiração que temos é
conseguirmos fazer um near silence tão
intenso quanto o quase noise.»
O termo “filigrana” – derivado do Latim
“filumm”(fio) e do Grego “granum”
(grão) – é o mais indicado para descrever o que se passa nas actuações deste
colectivo com perspectivas de câmara e
motivações experimentais: há emaralhamentos de joalharia, mas também
a granularidade própria do húmus. Os
princípios aplicados parecem ser os da
ourivesaria, e no entanto não é a pureza
do ouro (uma determinada ideia de Belo
e a perfeição formal e técnica implicada
pela mesma) o que se pretende atingir
ou evidenciar, e sim a sua corrupção
por materiais menos “nobres”, mas sem
dúvida que mais orgânicos e vitais.
Gabriel Ferrandini: «Tudo o que ouvimos
se reflecte no que tocamos, independentemente da sua origem erudita,
popular, underground ou étnica. Desde
sempre que me interessam os mais
variados géneros musicais: jazz mainstream, música improvisada, hip-hop,
drum’n’bass, bossa nova... Comecei por
tocar punk, ska e rock – essas práticas
anteriores explicam, hoje, a minha postura hiperactiva. A música do RED Trio
só podia ser vibrante, dinâmica, nervosa,
enérgica e violenta.»
De salientar, a propósito, que o ouro é
o mais inútil dos elementos químicos
existentes, não sendo essencial à sobrevivência dos seres vivos... Se o piano de
Rodrigo Pinheiro se debate neste paradoxo, o contrabaixo de Hernâni Faustino
e a bateria de Gabriel Ferrandini têm
a clara função de “sujar” as operações
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realizadas. É como se se procedesse a
uma alquimia às avessas: não se trata de
fabricação de ouro, mas da sua transformação em terra, e em consequência de
devolução da arte à vida. Nesse sentido,
a musicalidade do RED Trio tem tudo de
mineral, mas remete-nos para um mundo
em que as pedras só são valiosas porque
brilham.
XIX e o início do XX trabalhavam nas
plantações de café do Brasil) ilustra bem
a invisível luta entre os minerais e os
microrganismos que os atacam, dando
lugar à produção de detritos a que
chamamos terra. O certo é que a ideia
de “detrito” é fulcral na música do grupo
e explica mesmo o nome escolhido para
o identificar.
Rodrigo Pinheiro: «Oiço quase tudo,
de Bach a Autechre, de Scelsi a UI,
de Melt Banana a Thomas Köner, de
Claudio Monteverdi a Charlie Parker.
Ultimamente, ando bastante interessado
por Sten Sandell e Otomo Yoshihide. O
som do trio é a somatória de todas as
influências dos seus membros. É normal,
nos nossos concertos, que “aconteçam”
coisas inesperadas, surgindo do que nos
está a influenciar nessas alturas; para
todos os efeitos, é assim que funciona a
improvisação. Apesar disso, julgo que já
temos uma identidade própria e muito
nossa. Improvisar com uma banda fixa
não é o mesmo que improvisar numa
formação ad-hoc. O trabalho conjunto e
continuado abre outras possibilidades.»
Hernâni Faustino: «O que toco são
reminiscências, detritos, de várias músicas. Sou um músico híbrido. Consumo
imenso jazz e música contemporânea,
e estou particularmente interessado
pelas abordagens que estão a surgir na
nova improvisação. Toquei em várias
bandas de rock, com destaque para
K4 Quadrado Azul. Fiz música para
teatro. Quando me virei para a música
improvisada foi em várias direcções,
com Ernesto Rodrigues, Rafael Toral,
Rodrigo Amado, Jon Raskin, Wade
Matthews, Bechir Saade, Neil Davidson,
Carl Ludwig Hubsch, Heddy Boubaker,
Mathieu Werchowsky, Nikolaus
Gerszewski, entre outros, todos eles
esteticamente diferentes.»
Rodrigo Pinheiro: «Julgo que o nome
que escolhemos para o trio é esclarecedor da energia que a nossa música
atinge quando tocamos “no vermelho”.
Ora, uma excelente forma de acentuar
essa força é opor-lhe a elaboração de
pequeníssimos detalhes e um drástico
abaixamento de decibéis. Só nesse
aspecto estruturamos muito, pois não
compomos temas. Mas não o fazemos
a ensaiar; aliás, os nossos ensaios são
passados a maior parte do tempo a
discutir, designadamente sobre o melhor
modo de lidar com as dinâmicas e com
os jogos de tensão e alívio. E isso é o
que mais trabalho nos tem dado. O que
nunca fazemos é falar sobre se aqui
devemos tocar mais jazz e ali outra
coisa qualquer. As situações surgem
naturalmente...»
Os dourados da música do RED Trio
contribuem para o que esta tem de
“terra roxa”, um tipo de solo extremamente fértil caracterizado por resultar
dos muitos milhões de anos de decomposição das rochas de arenito basáltico
provocadas pelas maiores erupções
vulcânicas que já tiveram lugar no planeta, devido à separação do Gondwana
em dois continentes, o africano e o
que formou a parte Sul da América. A
sua cor avermelhada (“roxa” vem de
“rossa”, o Italiano para “vermelha” dos
imigrantes que entre o final do século
Apesar de ser uma cor-luz primária, o
vermelho, como se sabe, obtém-se com
a mistura de amarelo e magenta, sendo
também uma cor-pigmento secundária. O interessante é que está no limiar
visível do espectro luminoso – abaixo
do seu comprimento de ondas só fica
o infravermelho, que não é perceptível pela visão humana. Daí a noção de
limite que inspira nos três músicos deste
projecto, enquanto desafio à própria
ultrapassagem das coordenadas em
causa (os do jazz como linguagem, da
improvisação como modus operandi,
Wittgenstein, nas suas Anotações sobre
as Cores, referiu a impossibilidade de
utilizar as expressões “vermelho esbranquiçado” ou “vermelho enegrecido” para
referir um vermelho mais “claro” ou mais
“escuro”. E no entanto, o RED Trio comprova-nos que o vermelho é “relativo”.
De resto, convém assinalar que o fogo
– e esta é, sem dúvida, uma fire music –
nem sempre é vermelho, atingindo tonalidades laranja ou azuis. Curiosamente,
os alquimistas medievais conotavam o
ouro com o Sol, desconhecendo que o
astro-rei não é somente uma bola de
do trio piano-contrabaixo-bateria como
formato instrumental), seja para o lado
“infra” (o trabalho ao nível do som,
enquanto timbre ou enquanto textura)
como, no extremo oposto, para o lado
“supra” (a manipulação dos estereótipos
idiomáticos e de vocabulário).
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gases e chamas, mas também o seu
plasma e a acção electromagnética que
dele emana, geralmente indetectáveis
pelos nossos sentidos...
actualidade que mais admiro. Acho
que partilhamos com ele os mesmos
processos e que a música do RED Trio
se adequa perfeitamente com a dele.
O John é um improvisador nato e um
músico de primeira linha na exploração do saxofone. Vai ser um autêntico
desafio.»
Gabriel Ferrandini: «Sou e não sou o
mesmo a tocar com o RED Trio, com
o Rodrigo Amado Motion Trio, com o
Nobuyasu Furuya Trio, com os Flu ou no
duo com Luís Lopes. As circunstâncias
mudam, bem como os elementos que
são equacionados. Na música, tudo é
relativo. O RED Trio é uma coisa, o RED
Trio a tocar com John Butcher será
necessariamente outra.»
Rui Eduardo Paes
Crítico de música, ensaísta,
editor da revista jazz.pt
Numa peça em filigrana, a etapa mais
demorada e delicada consiste em
encher, com o auxílio de uma pinça, os
espaços vazios da armadura. Os fios de
ouro com a espessura de um cabelo são
enrolados pelo ourives em rodilhões ou
crespos, fixando-se com solda. Segue-se
nova cozedura, cora-se e brune-se, até
finalmente se passar à decoração final. É
algo de muito semelhante o que o RED
Trio vai fazer com John Butcher. Com
uma diferença: se o artesão trabalha na
intimidade da sua oficina, a construção
musical será realizada diante dos ouvidos e dos olhos de todos.
Rodrigo Pinheiro: «Tive já excelentes
oportunidades durante o meu percurso
musical. Frequentei workshops de Carlos
“Zíngaro”, Gunther Müller e Patrick
Brennan. Toquei com Ernesto Rodrigues,
Nuno Rebelo, Américo Rodrigues,
Rodrigo Amado, Hiroshi Kobayashi e
Cristin Wilboltz. Participei num concerto
do Cobra, dirigido por John Zorn. Agora,
proporciona-se esta colaboração com
John Butcher. É um dos músicos da
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Cedo iniciou a sua colaboração em
trio com o guitarrista John Russell e o
violinista Phil Durrant e juntos fundaram a editora ACTA para editar o seu
LP Conceits (1987). No ano seguinte
juntaram-se-lhes o baterista Paul Lovens
e o trombonista Radu Malfatti para formarem o grupo News from the Shed.
Em 1985, juntamente com Chris Burn,
fundou o Large London Improvising
Ensemble compondo o tema Funforall
que estaria incluído no CD Cultural
Baggage.
Ainda nos anos de 1980, John Butcher
tocaria numerosas vezes, num quarteto
de saxofones soprano em Roma (com
Evan Parker, Trevor Watts e Lol Coxhill),
em digressões com o trombonista Alan
Tomlinson e com o quarteto Embers, em
duo com o vocalista Phil Minton e alguns
concertos com Derek Bailey.
Participou em vários concertos no
âmbito da série Company Weeks de
Derek Bailey e com ele gravou em duo e
trio com o tubista Oren Marshall.
O quarteto Frisque Concordance, formado em 1991, com Georg Gräwe, representou visitas regulares a vários países
europeus e na mesma altura juntou-se à
ultima versão do lendário Spontaneous
Music Ensemble (SME) do baterista John
Stevens (com o guitarrista Roger Smith).
O CD New Distance contém a gravação
do último concerto gravado do SME.
Os concertos e gravações a solo
tomariam uma parte importante da
carreira de John Butcher a partir de 1991,
com o lançamento de Thirteen Friendly
Numbers.
De 1993 a 1997, foi director do London
Musicians Collective, ajudando a organizar os seus festivais anuais. Nesta altura
organizou também, com a flautista
John Butcher
John Butcher nasceu em Brighton,
Inglaterra, mas vive em Londres desde
o final da década de 1970. Depois de
estudos de piano clássico, teve aulas
de saxofone na Surrey University onde
estudava Física.
Foi depois de ouvir músicos como
John Surman, Stan Tracey e Louis
Moholo que disparou o seu entusiasmo
pelo jazz que o levou a intensificar os
seus estudos de saxofone e a tocar
regularmente com o pianista Chris Burn
e ocasionalmente com o seu irmão, Phil
Butcher, no contrabaixo.
Em 1977 iniciou o seu doutoramento
no departamento de Física Teórica
do Imperial College. Esse trabalho foi
publicado em 1982 como Spin effects in
the production and weak decay of heavy
Quarks.
Durante esse período continuou a
trabalhar no Large Ensemble de Chris
Burn (com quem ganhou o prémio da
competição BBC Big Band), e fez digressões com vários projectos (London
Contemporary Dance Theatre, New Arts
Consort, Extemporary Dance).
Ao mesmo tempo, John Butcher
lutava para encontrar formas de tocar
que o levassem a manter um compromisso com a música improvisada. Muitos
ensaios e concertos mensais no Workers’
Music Association em Notting Hill Gate
deram-lhe uma importante achega.
Após publicar a sua tese de doutoramento em 1982, Butcher deixou a academia e lançou-se na música, editando
o seu primeiro LP Fonetiks em 1984,
e tocando com o grupo Jon Corbett’s
Freelance (com Elton Dean).
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Nancy Ruffer, dois festivais SoundArt –
programando concertos de composição
contemporânea e música improvisada.
A música electrónica, que foi uma
influência importante para a forma de
Butcher abordar o saxofone, tornou-se
explícita no duo de manipulação electrónica Secret Measures com Phil Durrant
em 1997.
Nesse mesmo ano John Butcher
juntou-se ao grupo electroacústico
Austríaco Polwechsel com quem gravaria seis CD’s entre os quais colaborações
com o guitarrista Christian Fennez, e
com o pianista John Tilbury.
O trio Thermal, que formaria ainda
nos anos de 1990, ao lado do guitarrista
Andy Moor (The Ex) e o manipulador
de electrónica Thomas Lehn, trabalhou
exclusivamente com as possibilidades da
amplificação.
Passou vários períodos no Steim
de Amesterdão, centro de pesquisa e
desenvolvimento de instrumentos e
ferramentas para artistas das artes electrónicas, e no ZKM, em Karlsruhe, instituição cultural dedicada à tecnologia
da informação associadas à actividade
artística onde ajudou a desenvolver um
software de reconhecimento das suas
técnicas de saxofone. Com ele neste
projecto trabalhou um professor da
Universidade de Princeton, William TsunYuk Hsu.
O trio de sopros que formou com Axel
Dörner e Xavier Charles (The Contest
of Pleasures) foi descrito pela crítica
especializada como “música electrónica
tocada por instrumentos acústicos”.
Este trio seria expandido com dois
gravadores e manipuladores de sons,
Jean Pallendre and Laurent Sassi, para
levar mais longe a exploração do enigma
acoustic/electronic/real-time/recorded.
Tendo começado as suas visitas à
América do Norte com concertos no
Vancouver Jazz Festival, no Canada, as
colaborações com músicos norte americanos revelaram-se muito frutuosas, em
particular com os bateristas e percussionistas Gerry Hemingway e Gino Robair, e
com o duo de Vancouver Torsten Müller
e Dylan van der Schyff.
Os duos sempre tiveram um lugar
especial na música improvisada e John
Butcher mantém desde há vários anos
formações deste género que incluem
John Edwards (contrabaixo), Steve
Beresford (electrónica), Rhodri Davies
(harpa) e Eddie Prévost (percussão).
Como improvisador valoriza os
contactos ocasionais e ao longo dos
anos Butcher actuou em circunstâncias
diversas com grupos como o Fred van
Hove’s t’nonet, Radu Malfatti’s Orkestra,
Butch Morris’ London Skyscraper, the EX
Orkestra, Richard Barrett’s fORCH project, a duos com Fred Frith, Akio Suzuki,
Carlos “Zíngaro”, Max Eastley, Duck
Baker, Otomo Yoshihide, Will Guthrie,
Kaffe Matthews, Taku Sugimoto, Kevin
Drumm, Jin Hi Kim, John Coxon, Martin
Tetrault, Okkyung Lee, Paul Lovens e
John Tilbury.
Em 2006 Butcher trabalha pela
primeira vez com o grupo australiano
ELISION, o seu líder Tim O’Dwyer
escreveu a peça Gravity para o grupo
(com Butcher) e no ano seguinte juntos
escreveram Residue para um concerto
no Queensland Festival. Em 2009
juntaram-se novamente no Huddersfield
Contemporary Music Festival para uma
homenagem a Anthony Braxton.
O Huddersfield Festival também
encomendou, em 2008, a composição
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somethingtobesaid para o John Butcher
Group na altura composto por oito
músicos. A gravação feita pela BBC seria
editada na editora de Butcher, Weight
of Wax.
Algumas das recentes actividades
de John Butcher passaram pela peça
Asymptopic Freedom, uma resposta
às teorias do artista e activista político
Gustav Metzger, e na gravação da instalação de David Sylvian When we return
you won’t recognise us, seguida de uma
entrevista para o seu filme Amplified
Gesture realizado por Phil Hopkins.
Na sua carreira John Butcher deu
inúmeros workshops, conferências
e masterclasses sobre o saxofone e
a improvisação na Royal Academy
of Music, Vancouver Creative Music
Institute, Conservatório de Barcelona,
Newfoundland Sound Symposium,
Middlesex University, Princeton
University, Parthenay Festival, Dartington
College, Stanford University, etc.
Kobayashi, Cristin Wilboltz, Patrick
Brennan, Nobuyasu Furuya, Miguel
Pereira e Nathan Fuhr. Integrou o Cobra
Portuguese Ensemble dirigido por John
Zorn que se apresentou na Casa da
Música no Porto.
Hernâni Faustino
Hernâni Faustino é um músico autodidacta. Em 1985 integrou os Aix la
Chappelle e nos finais de 1986 forma os
K4 Quadrado Azul que em 1988 vencem
a 2ª edição do Concurso “Novos Valores
da Cultura”, organizado pelo Instituto
Português da Juventude.
Colaborou com a companhia de teatro
O Olho, criando a música para a peça
El – Levando-os aos Ombros em Passo
de Marcha Sincopada ao Quarto tempo,
que ganha uma menção honrosa do
Prémio Maria Helena Perdigão, ACARTE,
Fundação Calouste Gulbenkian em 1992.
A partir da década de 90 começa a
tocar contrabaixo e dedica-se apenas à
música improvisada.
No final de 2007 fundou o RED Trio
com o pianista Rodrigo Pinheiro e o
baterista Gabriel Ferrandini.
Actualmente faz também parte do trio
do saxofonista japonês Nobuyasu Furuya
com o qual gravou Bendowa para a editora portuguesa Clean Feed, considerado
o debut de 2009 pelo jornal da especialidade, All About Jazz, de Nova Iorque.
Fez parte dos vários grupos e formações: Ernesto Rodrigues, Variable
Geometry Orchestra, Rafael Toral Space
Trio, Rodrigo Amado Quarteto e Nuno
Rebelo.
Em concerto já actuou ao lado
dos músicos: Mats Gustafsson, Carlos
Rodrigo Pinheiro
Rodrigo Pinheiro começou os seus
estudos musicais aos 5 anos de idade
no Conservatório Regional de Música da
Covilhã e no Conservatório Nacional de
Lisboa que frequentou até aos 18 anos.
Estudou e participou em workshops
de improvisação com Patrick Brennan,
Carlos “Zíngaro”, Peter Kowald,
Gunther Müller. Desde 1993 que tem
colaborado regularmente com vários
músicos na área das novas músicas
improvisadas entre os quais se destacam Américo Rodrigues, José Oliveira,
Nuno Rebelo, Rodrigo Amado, José
Miguel Pinto, Ernesto Rodrigues, Hiroshi
9
“Zíngaro”, Robert Mazurek, Jon
Irabagon, Daniel Carter, Federico Ughi,
Gail Brand, Jon Raskins, Wade Matthews,
Chris Corsano, Neil Davidson, Matt
Bauder, Carl Ludwig Hubsch, Heddy
Boubaker, Nusch Werchowska, Taylor
Ho Bynum, Mathieu Wechowski, Katsura
Yamauchi e Nikolaus Gerszewski, entre
outros.
Próximo espectáculo
Notre terreur
O nosso terror
Um espectáculo d’ores et déjà
Teatro Qui 8, Sex 9, Sáb 10 Abril
Palco do Grande Auditório · 21h30
Duração aproximada: 2h15 · M12
Espectáculo em francês, com legendas
em português
Gabriel Ferrandini
Gabriel Ferrandini começou a tocar
bateria aos 14 anos, iniciando os seus
estudos musicais na Crescendo de São
João do Estoril. Aos 19 anos foi estudar
para a escola do Hot Clube onde esteve
um ano e meio. Em 2006 entrou na
Academia de Amadores de Música
onde estuda até hoje, tendo como
professor Alexandre Frazão. Em 2007
realizou um workshop com o baterista
Paal Nilssen-Love. Ao longo do final do
ano 2007 e até à data tem participado
em vários concertos com múltiplos
projectos ao lado de: Nobuyasu Furuya
Trio, Rodrigo Amado Motion Trio,
Alípio C. Neto, Carlos “Zíngaro”, DJ
Ride, Variable Geometry Orchestra,
Riot Trio, Luís Lopes Duo, Jon Irabagon
Trio, Septeto de Ernesto Rodrigues e o
Nikolaus Gerszewski Ensemble.
O grupo d’ores et déjà, constituído em
2002 por jovens actores com um espírito
comum de pesquisa, trabalha colectivamente sobre textos – de Mayenburg
a Brecht – ou experimenta, sem peça
prévia, uma escrita cénica fundada no
empenho individual dos actores.
Criação colectiva para nove actores
e seis técnicos, Notre terreur foi um
dos espectáculos mais marcantes do
último Festival de Outono em Paris.
Interroga a queda de Robespierre, a
sua morte, o seu último dia. O que é o
período da Revolução Francesa conhecido por Terror? Que sulco deixa no
nosso presente o ideal de democracia
e pureza dos homens de 1793? Como
olhamos para esta “cena primitiva” da
lenda revolucionária? Terá ela um futuro?
Este espectáculo tem como paisagem
em ruínas a aldeia global; como ponto
de vista, a provocação; como situação,
a entrada da humanidade numa crise
do capitalismo; como experiência do
público, lutas sociais gigantescas; como
fontes, enfim, os processos verbais das
10
sessões da Convenção Nacional, historiadores do século XIX, poetas do século
XX – Bertolt Brecht e Heiner Müller – e
os espectros do futuro.
A primeira hora é siderante de evidência.
(…) a força e a inteligência colectiva do
grupo reunido em torno de Creuzevault
são a marca das grandes aventuras.
René Solis, Libération, 22-09-2009
(…) um espectáculo que dá que pensar,
sem peso nenhum, já que é transportado por uma verdadeira inteligência do
teatro – quer dizer, lúdica – e dos seus
poderes específicos.
Fabienne Darge, Le Monde, 23-09-2009
Os portadores de bilhete para o espectáculo
têm acesso ao parque de estacionamento da Caixa Geral de Depósitos.
Conselho de Administração
Presidente
António Maldonado
Gonelha
Administradores
Miguel Lobo Antunes
Margarida Ferraz
Assessores
Dança
Gil Mendo
Teatro
Francisco Frazão
Arte Contemporânea
Miguel Wandschneider
Serviço Educativo
Raquel Ribeiro dos Santos
Pietra Fraga
Diana Ramalho estagiária
Direcção de Produção
Margarida Mota
Produção e Secretariado
Patrícia Blázquez
Mariana Cardoso
de Lemos
Jorge Epifânio
Exposições
Coordenação de Produção
Mário Valente
Produção e Montagem
António Sequeira Lopes
Produção
Paula Tavares dos Santos
Montagem
Fernando Teixeira
Culturgest Porto
Susana Sameiro
Comunicação
Filipe Folhadela Moreira
Inês Loução estagiária
Marta Ribeiro estagiária
Publicações
Marta Cardoso
Rosário Sousa Machado
Actividades Comerciais
Patrícia Blazquez
Clara Troni
Catarina Carmona
Serviços Administrativos e Financeiros
Cristina Ribeiro
Paulo Silva
Teresa Figueiredo
Direcção Técnica
Eugénio Sena
Direcção de Cena e Luzes
Horácio Fernandes
Técnico Auxiliar
Álvaro Coelho
Frente de Casa
Rute Sousa
Bilheteira
Manuela Fialho
Edgar Andrade
Recepção
Sofia Fernandes
Ana Sofia Magalhães
Auxiliar Administrativo
Nuno Cunha
Colecção da Caixa Geral de Depósitos
Isabel Corte-Real
Inês Costa Dias
Maria Manuel Conceição
António Rocha estagiário
Soraia da Silva estagiária
Susana Sá estagiária
Assistente de direcção cenotécnica
José Manuel Rodrigues
Audiovisuais
Américo Firmino
coordenador
Paulo Abrantes
chefe de áudio
Tiago Bernardo
Iluminação de Cena
Fernando Ricardo chefe
Nuno Alves
Maquinaria de Cena
José Luís Pereira chefe
Alcino Ferreira
Culturgest, uma casa do mundo
Edifício Sede da CGD
Rua Arco do Cego, 1000-300 Lisboa, Piso 1
Tel: 21 790 51 55 · Fax: 21 848 39 03
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