Jazz 7 Abril 2010 Ciclo 'Isto é Jazz?' Comissário: Pedro Costa RED Trio + John Butcher Vermelho relativo Piano Rodrigo Pinheiro Contrabaixo Hernâni Faustino Bateria Gabriel Ferrandini Saxofones tenor e soprano John Butcher Qua 7 de Abril 21h30 · Pequeno Auditório · Duração: 1h10 · M12 Hernâni Faustino: «O jazz é o motivo, a inspiração e o ponto de partida para a música do RED Trio. Para nós, jazz é sinónimo de improvisação e esta é a nossa forma de tocar, livre e que nada tem que ver com a tradição do trio de piano jazz, em que esse instrumento tem sempre um papel preponderante, suportado por uma secção rítmica que raramente ganha o mesmo relevo. Praticamos uma improvisação simbiótica em que todos os elementos têm uma participação forte, o que faz com que o nosso som se revele bastante equilibrado, sem haver a predominância de um de nós sobre os outros. A nossa abordagem é muito depurada, com referências no jazz, sim, mas também na improvisação dita não-idiomática e na música clássica contemporânea.» Com o seu primeiro disco, de título homónimo, a circular e um par de anos feito de experiências na estrada, eis que o RED Trio se apresenta num dos mais prestigiados palcos do País com um convidado muito especial, o saxofonista John Butcher. Rodrigo Pinheiro (piano), Hernâni Faustino (contrabaixo) e Gabriel Ferrandini (bateria) foram-se destacando da realidade nacional do jazz e da música improvisada com um projecto que assume a sua condição extremista. E daí o nome Red (vermelho), cor de simbolismos e significados psicológicos muito afirmativos. Cor de sangue e de guerra, de exaltação da vida mas também de luto, cor de paixão, cor viril e de pecado, supondo irresistíveis agitações, inquietudes, obsessões, intensidades, fúrias, determinismos. É a cor da revolução e do demónio, a cor que veste os cardeais e a cor do sexo. Com o RED Trio, também a cor da música e do acto de improvisar. Conotável com o jazz – género musical que por motivos históricos continuamos a imaginar “negro” –, a produção do grupo extravasa a moldura deste, assim como se escapa ao âmbito jazzístico a singular criatividade de Butcher. Este vermelho não é, porém, o que impele os touros, de cabeça baixa, na direcção dos bandarilheiros. É um vermelho que se altera conforme as (suas, e nossas) circunstâncias. Como afirmam estes três músicos portugueses: «O pianista Pandelis Karayorgis já nos disse que a nossa música tem swing, mas outros pensam precisamente o contrário. Cada pessoa tem a sua opinião e é bom que assim seja.» Algo que logo nos chama a atenção na música do RED Trio são as construções em filigrana, muito em particular no trabalho desenvolvido em abruptos e breves clusters por Rodrigo Pinheiro – estes cachos de notas deveriam a Thelonious Monk e Cecil Taylor as suas arquitecturas mutantes, não fosse o tempero buscado às composições pianísticas subtis e refinadas de um Messiaen ou de um Ligeti. O excesso expressionista dos primeiros é contrabalançado pelo sentido clássico de proporção dos outros. Rodrigo Pinheiro: «A música que tocamos tem como objectivo criar tensões, e para o fazer procuramos utilizar todos os recursos possíveis: densidade, polirritmias, timbres, volume, etc. A nossa vertente mais silenciosa funciona como contraste relativamente às partes mais 3 “duras”, e a maior aspiração que temos é conseguirmos fazer um near silence tão intenso quanto o quase noise.» O termo “filigrana” – derivado do Latim “filumm”(fio) e do Grego “granum” (grão) – é o mais indicado para descrever o que se passa nas actuações deste colectivo com perspectivas de câmara e motivações experimentais: há emaralhamentos de joalharia, mas também a granularidade própria do húmus. Os princípios aplicados parecem ser os da ourivesaria, e no entanto não é a pureza do ouro (uma determinada ideia de Belo e a perfeição formal e técnica implicada pela mesma) o que se pretende atingir ou evidenciar, e sim a sua corrupção por materiais menos “nobres”, mas sem dúvida que mais orgânicos e vitais. Gabriel Ferrandini: «Tudo o que ouvimos se reflecte no que tocamos, independentemente da sua origem erudita, popular, underground ou étnica. Desde sempre que me interessam os mais variados géneros musicais: jazz mainstream, música improvisada, hip-hop, drum’n’bass, bossa nova... Comecei por tocar punk, ska e rock – essas práticas anteriores explicam, hoje, a minha postura hiperactiva. A música do RED Trio só podia ser vibrante, dinâmica, nervosa, enérgica e violenta.» De salientar, a propósito, que o ouro é o mais inútil dos elementos químicos existentes, não sendo essencial à sobrevivência dos seres vivos... Se o piano de Rodrigo Pinheiro se debate neste paradoxo, o contrabaixo de Hernâni Faustino e a bateria de Gabriel Ferrandini têm a clara função de “sujar” as operações 4 realizadas. É como se se procedesse a uma alquimia às avessas: não se trata de fabricação de ouro, mas da sua transformação em terra, e em consequência de devolução da arte à vida. Nesse sentido, a musicalidade do RED Trio tem tudo de mineral, mas remete-nos para um mundo em que as pedras só são valiosas porque brilham. XIX e o início do XX trabalhavam nas plantações de café do Brasil) ilustra bem a invisível luta entre os minerais e os microrganismos que os atacam, dando lugar à produção de detritos a que chamamos terra. O certo é que a ideia de “detrito” é fulcral na música do grupo e explica mesmo o nome escolhido para o identificar. Rodrigo Pinheiro: «Oiço quase tudo, de Bach a Autechre, de Scelsi a UI, de Melt Banana a Thomas Köner, de Claudio Monteverdi a Charlie Parker. Ultimamente, ando bastante interessado por Sten Sandell e Otomo Yoshihide. O som do trio é a somatória de todas as influências dos seus membros. É normal, nos nossos concertos, que “aconteçam” coisas inesperadas, surgindo do que nos está a influenciar nessas alturas; para todos os efeitos, é assim que funciona a improvisação. Apesar disso, julgo que já temos uma identidade própria e muito nossa. Improvisar com uma banda fixa não é o mesmo que improvisar numa formação ad-hoc. O trabalho conjunto e continuado abre outras possibilidades.» Hernâni Faustino: «O que toco são reminiscências, detritos, de várias músicas. Sou um músico híbrido. Consumo imenso jazz e música contemporânea, e estou particularmente interessado pelas abordagens que estão a surgir na nova improvisação. Toquei em várias bandas de rock, com destaque para K4 Quadrado Azul. Fiz música para teatro. Quando me virei para a música improvisada foi em várias direcções, com Ernesto Rodrigues, Rafael Toral, Rodrigo Amado, Jon Raskin, Wade Matthews, Bechir Saade, Neil Davidson, Carl Ludwig Hubsch, Heddy Boubaker, Mathieu Werchowsky, Nikolaus Gerszewski, entre outros, todos eles esteticamente diferentes.» Rodrigo Pinheiro: «Julgo que o nome que escolhemos para o trio é esclarecedor da energia que a nossa música atinge quando tocamos “no vermelho”. Ora, uma excelente forma de acentuar essa força é opor-lhe a elaboração de pequeníssimos detalhes e um drástico abaixamento de decibéis. Só nesse aspecto estruturamos muito, pois não compomos temas. Mas não o fazemos a ensaiar; aliás, os nossos ensaios são passados a maior parte do tempo a discutir, designadamente sobre o melhor modo de lidar com as dinâmicas e com os jogos de tensão e alívio. E isso é o que mais trabalho nos tem dado. O que nunca fazemos é falar sobre se aqui devemos tocar mais jazz e ali outra coisa qualquer. As situações surgem naturalmente...» Os dourados da música do RED Trio contribuem para o que esta tem de “terra roxa”, um tipo de solo extremamente fértil caracterizado por resultar dos muitos milhões de anos de decomposição das rochas de arenito basáltico provocadas pelas maiores erupções vulcânicas que já tiveram lugar no planeta, devido à separação do Gondwana em dois continentes, o africano e o que formou a parte Sul da América. A sua cor avermelhada (“roxa” vem de “rossa”, o Italiano para “vermelha” dos imigrantes que entre o final do século Apesar de ser uma cor-luz primária, o vermelho, como se sabe, obtém-se com a mistura de amarelo e magenta, sendo também uma cor-pigmento secundária. O interessante é que está no limiar visível do espectro luminoso – abaixo do seu comprimento de ondas só fica o infravermelho, que não é perceptível pela visão humana. Daí a noção de limite que inspira nos três músicos deste projecto, enquanto desafio à própria ultrapassagem das coordenadas em causa (os do jazz como linguagem, da improvisação como modus operandi, Wittgenstein, nas suas Anotações sobre as Cores, referiu a impossibilidade de utilizar as expressões “vermelho esbranquiçado” ou “vermelho enegrecido” para referir um vermelho mais “claro” ou mais “escuro”. E no entanto, o RED Trio comprova-nos que o vermelho é “relativo”. De resto, convém assinalar que o fogo – e esta é, sem dúvida, uma fire music – nem sempre é vermelho, atingindo tonalidades laranja ou azuis. Curiosamente, os alquimistas medievais conotavam o ouro com o Sol, desconhecendo que o astro-rei não é somente uma bola de do trio piano-contrabaixo-bateria como formato instrumental), seja para o lado “infra” (o trabalho ao nível do som, enquanto timbre ou enquanto textura) como, no extremo oposto, para o lado “supra” (a manipulação dos estereótipos idiomáticos e de vocabulário). 5 gases e chamas, mas também o seu plasma e a acção electromagnética que dele emana, geralmente indetectáveis pelos nossos sentidos... actualidade que mais admiro. Acho que partilhamos com ele os mesmos processos e que a música do RED Trio se adequa perfeitamente com a dele. O John é um improvisador nato e um músico de primeira linha na exploração do saxofone. Vai ser um autêntico desafio.» Gabriel Ferrandini: «Sou e não sou o mesmo a tocar com o RED Trio, com o Rodrigo Amado Motion Trio, com o Nobuyasu Furuya Trio, com os Flu ou no duo com Luís Lopes. As circunstâncias mudam, bem como os elementos que são equacionados. Na música, tudo é relativo. O RED Trio é uma coisa, o RED Trio a tocar com John Butcher será necessariamente outra.» Rui Eduardo Paes Crítico de música, ensaísta, editor da revista jazz.pt Numa peça em filigrana, a etapa mais demorada e delicada consiste em encher, com o auxílio de uma pinça, os espaços vazios da armadura. Os fios de ouro com a espessura de um cabelo são enrolados pelo ourives em rodilhões ou crespos, fixando-se com solda. Segue-se nova cozedura, cora-se e brune-se, até finalmente se passar à decoração final. É algo de muito semelhante o que o RED Trio vai fazer com John Butcher. Com uma diferença: se o artesão trabalha na intimidade da sua oficina, a construção musical será realizada diante dos ouvidos e dos olhos de todos. Rodrigo Pinheiro: «Tive já excelentes oportunidades durante o meu percurso musical. Frequentei workshops de Carlos “Zíngaro”, Gunther Müller e Patrick Brennan. Toquei com Ernesto Rodrigues, Nuno Rebelo, Américo Rodrigues, Rodrigo Amado, Hiroshi Kobayashi e Cristin Wilboltz. Participei num concerto do Cobra, dirigido por John Zorn. Agora, proporciona-se esta colaboração com John Butcher. É um dos músicos da 6 Cedo iniciou a sua colaboração em trio com o guitarrista John Russell e o violinista Phil Durrant e juntos fundaram a editora ACTA para editar o seu LP Conceits (1987). No ano seguinte juntaram-se-lhes o baterista Paul Lovens e o trombonista Radu Malfatti para formarem o grupo News from the Shed. Em 1985, juntamente com Chris Burn, fundou o Large London Improvising Ensemble compondo o tema Funforall que estaria incluído no CD Cultural Baggage. Ainda nos anos de 1980, John Butcher tocaria numerosas vezes, num quarteto de saxofones soprano em Roma (com Evan Parker, Trevor Watts e Lol Coxhill), em digressões com o trombonista Alan Tomlinson e com o quarteto Embers, em duo com o vocalista Phil Minton e alguns concertos com Derek Bailey. Participou em vários concertos no âmbito da série Company Weeks de Derek Bailey e com ele gravou em duo e trio com o tubista Oren Marshall. O quarteto Frisque Concordance, formado em 1991, com Georg Gräwe, representou visitas regulares a vários países europeus e na mesma altura juntou-se à ultima versão do lendário Spontaneous Music Ensemble (SME) do baterista John Stevens (com o guitarrista Roger Smith). O CD New Distance contém a gravação do último concerto gravado do SME. Os concertos e gravações a solo tomariam uma parte importante da carreira de John Butcher a partir de 1991, com o lançamento de Thirteen Friendly Numbers. De 1993 a 1997, foi director do London Musicians Collective, ajudando a organizar os seus festivais anuais. Nesta altura organizou também, com a flautista John Butcher John Butcher nasceu em Brighton, Inglaterra, mas vive em Londres desde o final da década de 1970. Depois de estudos de piano clássico, teve aulas de saxofone na Surrey University onde estudava Física. Foi depois de ouvir músicos como John Surman, Stan Tracey e Louis Moholo que disparou o seu entusiasmo pelo jazz que o levou a intensificar os seus estudos de saxofone e a tocar regularmente com o pianista Chris Burn e ocasionalmente com o seu irmão, Phil Butcher, no contrabaixo. Em 1977 iniciou o seu doutoramento no departamento de Física Teórica do Imperial College. Esse trabalho foi publicado em 1982 como Spin effects in the production and weak decay of heavy Quarks. Durante esse período continuou a trabalhar no Large Ensemble de Chris Burn (com quem ganhou o prémio da competição BBC Big Band), e fez digressões com vários projectos (London Contemporary Dance Theatre, New Arts Consort, Extemporary Dance). Ao mesmo tempo, John Butcher lutava para encontrar formas de tocar que o levassem a manter um compromisso com a música improvisada. Muitos ensaios e concertos mensais no Workers’ Music Association em Notting Hill Gate deram-lhe uma importante achega. Após publicar a sua tese de doutoramento em 1982, Butcher deixou a academia e lançou-se na música, editando o seu primeiro LP Fonetiks em 1984, e tocando com o grupo Jon Corbett’s Freelance (com Elton Dean). 7 Nancy Ruffer, dois festivais SoundArt – programando concertos de composição contemporânea e música improvisada. A música electrónica, que foi uma influência importante para a forma de Butcher abordar o saxofone, tornou-se explícita no duo de manipulação electrónica Secret Measures com Phil Durrant em 1997. Nesse mesmo ano John Butcher juntou-se ao grupo electroacústico Austríaco Polwechsel com quem gravaria seis CD’s entre os quais colaborações com o guitarrista Christian Fennez, e com o pianista John Tilbury. O trio Thermal, que formaria ainda nos anos de 1990, ao lado do guitarrista Andy Moor (The Ex) e o manipulador de electrónica Thomas Lehn, trabalhou exclusivamente com as possibilidades da amplificação. Passou vários períodos no Steim de Amesterdão, centro de pesquisa e desenvolvimento de instrumentos e ferramentas para artistas das artes electrónicas, e no ZKM, em Karlsruhe, instituição cultural dedicada à tecnologia da informação associadas à actividade artística onde ajudou a desenvolver um software de reconhecimento das suas técnicas de saxofone. Com ele neste projecto trabalhou um professor da Universidade de Princeton, William TsunYuk Hsu. O trio de sopros que formou com Axel Dörner e Xavier Charles (The Contest of Pleasures) foi descrito pela crítica especializada como “música electrónica tocada por instrumentos acústicos”. Este trio seria expandido com dois gravadores e manipuladores de sons, Jean Pallendre and Laurent Sassi, para levar mais longe a exploração do enigma acoustic/electronic/real-time/recorded. Tendo começado as suas visitas à América do Norte com concertos no Vancouver Jazz Festival, no Canada, as colaborações com músicos norte americanos revelaram-se muito frutuosas, em particular com os bateristas e percussionistas Gerry Hemingway e Gino Robair, e com o duo de Vancouver Torsten Müller e Dylan van der Schyff. Os duos sempre tiveram um lugar especial na música improvisada e John Butcher mantém desde há vários anos formações deste género que incluem John Edwards (contrabaixo), Steve Beresford (electrónica), Rhodri Davies (harpa) e Eddie Prévost (percussão). Como improvisador valoriza os contactos ocasionais e ao longo dos anos Butcher actuou em circunstâncias diversas com grupos como o Fred van Hove’s t’nonet, Radu Malfatti’s Orkestra, Butch Morris’ London Skyscraper, the EX Orkestra, Richard Barrett’s fORCH project, a duos com Fred Frith, Akio Suzuki, Carlos “Zíngaro”, Max Eastley, Duck Baker, Otomo Yoshihide, Will Guthrie, Kaffe Matthews, Taku Sugimoto, Kevin Drumm, Jin Hi Kim, John Coxon, Martin Tetrault, Okkyung Lee, Paul Lovens e John Tilbury. Em 2006 Butcher trabalha pela primeira vez com o grupo australiano ELISION, o seu líder Tim O’Dwyer escreveu a peça Gravity para o grupo (com Butcher) e no ano seguinte juntos escreveram Residue para um concerto no Queensland Festival. Em 2009 juntaram-se novamente no Huddersfield Contemporary Music Festival para uma homenagem a Anthony Braxton. O Huddersfield Festival também encomendou, em 2008, a composição 8 somethingtobesaid para o John Butcher Group na altura composto por oito músicos. A gravação feita pela BBC seria editada na editora de Butcher, Weight of Wax. Algumas das recentes actividades de John Butcher passaram pela peça Asymptopic Freedom, uma resposta às teorias do artista e activista político Gustav Metzger, e na gravação da instalação de David Sylvian When we return you won’t recognise us, seguida de uma entrevista para o seu filme Amplified Gesture realizado por Phil Hopkins. Na sua carreira John Butcher deu inúmeros workshops, conferências e masterclasses sobre o saxofone e a improvisação na Royal Academy of Music, Vancouver Creative Music Institute, Conservatório de Barcelona, Newfoundland Sound Symposium, Middlesex University, Princeton University, Parthenay Festival, Dartington College, Stanford University, etc. Kobayashi, Cristin Wilboltz, Patrick Brennan, Nobuyasu Furuya, Miguel Pereira e Nathan Fuhr. Integrou o Cobra Portuguese Ensemble dirigido por John Zorn que se apresentou na Casa da Música no Porto. Hernâni Faustino Hernâni Faustino é um músico autodidacta. Em 1985 integrou os Aix la Chappelle e nos finais de 1986 forma os K4 Quadrado Azul que em 1988 vencem a 2ª edição do Concurso “Novos Valores da Cultura”, organizado pelo Instituto Português da Juventude. Colaborou com a companhia de teatro O Olho, criando a música para a peça El – Levando-os aos Ombros em Passo de Marcha Sincopada ao Quarto tempo, que ganha uma menção honrosa do Prémio Maria Helena Perdigão, ACARTE, Fundação Calouste Gulbenkian em 1992. A partir da década de 90 começa a tocar contrabaixo e dedica-se apenas à música improvisada. No final de 2007 fundou o RED Trio com o pianista Rodrigo Pinheiro e o baterista Gabriel Ferrandini. Actualmente faz também parte do trio do saxofonista japonês Nobuyasu Furuya com o qual gravou Bendowa para a editora portuguesa Clean Feed, considerado o debut de 2009 pelo jornal da especialidade, All About Jazz, de Nova Iorque. Fez parte dos vários grupos e formações: Ernesto Rodrigues, Variable Geometry Orchestra, Rafael Toral Space Trio, Rodrigo Amado Quarteto e Nuno Rebelo. Em concerto já actuou ao lado dos músicos: Mats Gustafsson, Carlos Rodrigo Pinheiro Rodrigo Pinheiro começou os seus estudos musicais aos 5 anos de idade no Conservatório Regional de Música da Covilhã e no Conservatório Nacional de Lisboa que frequentou até aos 18 anos. Estudou e participou em workshops de improvisação com Patrick Brennan, Carlos “Zíngaro”, Peter Kowald, Gunther Müller. Desde 1993 que tem colaborado regularmente com vários músicos na área das novas músicas improvisadas entre os quais se destacam Américo Rodrigues, José Oliveira, Nuno Rebelo, Rodrigo Amado, José Miguel Pinto, Ernesto Rodrigues, Hiroshi 9 “Zíngaro”, Robert Mazurek, Jon Irabagon, Daniel Carter, Federico Ughi, Gail Brand, Jon Raskins, Wade Matthews, Chris Corsano, Neil Davidson, Matt Bauder, Carl Ludwig Hubsch, Heddy Boubaker, Nusch Werchowska, Taylor Ho Bynum, Mathieu Wechowski, Katsura Yamauchi e Nikolaus Gerszewski, entre outros. Próximo espectáculo Notre terreur O nosso terror Um espectáculo d’ores et déjà Teatro Qui 8, Sex 9, Sáb 10 Abril Palco do Grande Auditório · 21h30 Duração aproximada: 2h15 · M12 Espectáculo em francês, com legendas em português Gabriel Ferrandini Gabriel Ferrandini começou a tocar bateria aos 14 anos, iniciando os seus estudos musicais na Crescendo de São João do Estoril. Aos 19 anos foi estudar para a escola do Hot Clube onde esteve um ano e meio. Em 2006 entrou na Academia de Amadores de Música onde estuda até hoje, tendo como professor Alexandre Frazão. Em 2007 realizou um workshop com o baterista Paal Nilssen-Love. Ao longo do final do ano 2007 e até à data tem participado em vários concertos com múltiplos projectos ao lado de: Nobuyasu Furuya Trio, Rodrigo Amado Motion Trio, Alípio C. Neto, Carlos “Zíngaro”, DJ Ride, Variable Geometry Orchestra, Riot Trio, Luís Lopes Duo, Jon Irabagon Trio, Septeto de Ernesto Rodrigues e o Nikolaus Gerszewski Ensemble. O grupo d’ores et déjà, constituído em 2002 por jovens actores com um espírito comum de pesquisa, trabalha colectivamente sobre textos – de Mayenburg a Brecht – ou experimenta, sem peça prévia, uma escrita cénica fundada no empenho individual dos actores. Criação colectiva para nove actores e seis técnicos, Notre terreur foi um dos espectáculos mais marcantes do último Festival de Outono em Paris. Interroga a queda de Robespierre, a sua morte, o seu último dia. O que é o período da Revolução Francesa conhecido por Terror? Que sulco deixa no nosso presente o ideal de democracia e pureza dos homens de 1793? Como olhamos para esta “cena primitiva” da lenda revolucionária? Terá ela um futuro? Este espectáculo tem como paisagem em ruínas a aldeia global; como ponto de vista, a provocação; como situação, a entrada da humanidade numa crise do capitalismo; como experiência do público, lutas sociais gigantescas; como fontes, enfim, os processos verbais das 10 sessões da Convenção Nacional, historiadores do século XIX, poetas do século XX – Bertolt Brecht e Heiner Müller – e os espectros do futuro. A primeira hora é siderante de evidência. (…) a força e a inteligência colectiva do grupo reunido em torno de Creuzevault são a marca das grandes aventuras. René Solis, Libération, 22-09-2009 (…) um espectáculo que dá que pensar, sem peso nenhum, já que é transportado por uma verdadeira inteligência do teatro – quer dizer, lúdica – e dos seus poderes específicos. Fabienne Darge, Le Monde, 23-09-2009 Os portadores de bilhete para o espectáculo têm acesso ao parque de estacionamento da Caixa Geral de Depósitos. Conselho de Administração Presidente António Maldonado Gonelha Administradores Miguel Lobo Antunes Margarida Ferraz Assessores Dança Gil Mendo Teatro Francisco Frazão Arte Contemporânea Miguel Wandschneider Serviço Educativo Raquel Ribeiro dos Santos Pietra Fraga Diana Ramalho estagiária Direcção de Produção Margarida Mota Produção e Secretariado Patrícia Blázquez Mariana Cardoso de Lemos Jorge Epifânio Exposições Coordenação de Produção Mário Valente Produção e Montagem António Sequeira Lopes Produção Paula Tavares dos Santos Montagem Fernando Teixeira Culturgest Porto Susana Sameiro Comunicação Filipe Folhadela Moreira Inês Loução estagiária Marta Ribeiro estagiária Publicações Marta Cardoso Rosário Sousa Machado Actividades Comerciais Patrícia Blazquez Clara Troni Catarina Carmona Serviços Administrativos e Financeiros Cristina Ribeiro Paulo Silva Teresa Figueiredo Direcção Técnica Eugénio Sena Direcção de Cena e Luzes Horácio Fernandes Técnico Auxiliar Álvaro Coelho Frente de Casa Rute Sousa Bilheteira Manuela Fialho Edgar Andrade Recepção Sofia Fernandes Ana Sofia Magalhães Auxiliar Administrativo Nuno Cunha Colecção da Caixa Geral de Depósitos Isabel Corte-Real Inês Costa Dias Maria Manuel Conceição António Rocha estagiário Soraia da Silva estagiária Susana Sá estagiária Assistente de direcção cenotécnica José Manuel Rodrigues Audiovisuais Américo Firmino coordenador Paulo Abrantes chefe de áudio Tiago Bernardo Iluminação de Cena Fernando Ricardo chefe Nuno Alves Maquinaria de Cena José Luís Pereira chefe Alcino Ferreira Culturgest, uma casa do mundo Edifício Sede da CGD Rua Arco do Cego, 1000-300 Lisboa, Piso 1 Tel: 21 790 51 55 · Fax: 21 848 39 03 [email protected] · www.culturgest.pt