CLIPPING DO IBRAC 2013 Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional N.º 06 11 a 17 de fevereiro de 2013 EVENTOS PROGRAMADOS PARA 2013 ................................................................................................................... 3 IBA/IBRAC- 24TH COMMUNICATIONS AND COMPETITION LAW CONFERENCE ......................................... 3 Hotel Windsor Atlântica, Copacabana, Rio de Janeiro .............................................................................................. 3 Data: 29 -30 de abril .................................................................................................................................................. 3 Curso: UPDATING AND CHALLENGES TO COMPETITION DEFENSE IN THE EUROPEAN UNION ............. 3 Data: 06 a 09 de maio ................................................................................................................................................ 3 Local: Av. Pedroso de Moraes, 1.201 - Centro Cultural – Ohtake ............................................................................ 3 IBRAC & ABA - ANTITRUST IN THE AMERICAS ................................................................................................ 3 Data: 06 - 07 de junho ............................................................................................................................................... 3 Local: Hotel Renaissance, São Paulo SP ............................................................................................................... 3 10.º SEMINÁRIO SOBRE RELAÇÕES DE CONSUMO ............................................................................................ 3 Data: 05.08.2013........................................................................................................................................................ 3 13.º SEMINÁRIO SOBRE COMÉRCIO INTERNACIONAL ..................................................................................... 3 Data: 23.08.2013........................................................................................................................................................ 3 Local: Hotel Tivoli Mofarrej, São Paulo SP .......................................................................................................... 3 6.º SEMINÁRIO DE DIREITO ECONÔMICO - IBRAC UFMG ................................................................................ 3 19.º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA ............................................................ 3 DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, SEGUNDA-FEIRA, 11 DE FEVEREIRO DE 2013 ............................................... 4 NENHUMA MATÉRIA PUBLICADA NESTA DATA ............................................................................................... 4 DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, TERÇA-FEIRA, 12 DE FEVEREIRO DE 2013 .................................................... 4 NENHUMA MATÉRIA PUBLICADA NESTA DATA ............................................................................................... 4 DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, QUART-FEIRA, 13 DE FEVEREIRO DE 2013 .................................................... 4 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA ................................................................................ 4 CERTIDÃO DE JULGAMENTO 6ª SESSÃO ORDINÁRIA DE JULGAMENTO ........................................... 4 CERTIDÃO DE JULGAMENTO 9ª SESSÃO ORDINÁRIA DE JULGAMENTO ............................................ 4 CERTIDÃO DE JULGAMENTO 10ª SESSÃO ORDINÁRIA DE JULGAMENTO .......................................... 4 CERTIDÃO DE JULGAMENTO 14ª SESSÃO ORDINÁRIA DE JULGAMENTO .......................................... 4 CERTIDÃO DE JULGAMENTO 15ª SESSÃO ORDINÁRIA DE JULGAMENTO .......................................... 5 PAUTA DA 16ª SESSÃO ORDINÁRIA DE JULGAMENTO A SER REALIZADA EM 20 DE FEVEREIRO DE 2013 ................................................................................................................................................................. 5 SUPERINTENDÊNCIA-GERAL ............................................................................................................................. 7 DESPACHOS DO SUPERINTENDENTE-GERAL ............................................................................................ 7 DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, QUINTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2013 .................................................. 7 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA ................................................................................ 7 SUPERINTENDÊNCIA-GERAL ............................................................................................................................. 8 DESPACHOS DO SUPERINTENDENTE-GERAL ............................................................................................ 8 DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013 ..................................................... 9 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA ................................................................................ 9 SUPERINTENDÊNCIA-GERAL ............................................................................................................................. 9 DESPACHOS DO SUPERINTENDENTE-GERAL ............................................................................................ 9 O ESTADO DE SÃO PAULO, TERÇA-FEIRA, 12 DE FEVEREIRO DE 2013 ..................................................... 11 Revolução no comércio internacional .......................................................................................................................... 11 O ESTADO DE SÃO PAULO, QUARTA-FEIRA, 13 DE FEVEREIRO DE 2013 .................................................. 12 Fusão de American Airlines e US Airways reavivaria aliança OneWorld ................................................................... 12 US Airways e AA devem conseguir fusão se fizerem concessões ............................................................................... 12 UE e EUA dão pontapé inicial para negociações de comércio livre ............................................................................ 13 FOLHA DE SÃO PAULO, QUINTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2013 ......................................................... 13 Cade aprova sem restrições joint venture entre grupos da Coca-Cola.......................................................................... 13 Bloqueio de compra da Inbev é 1º desafio de chefe do 'Cade' dos EUA ...................................................................... 13 EUA e Europa negociam zona de livre-comércio ........................................................................................................ 14 Brasil reforça cerco a produto importado ..................................................................................................................... 15 Novas medidas trazem 'risco protecionista', dizem analistas ........................................................................................ 16 Análise: Atritos comerciais ganharam espaço após o início da crise mundial ............................................................. 17 US Airways e American aprovam fusão que cria maior companhia do setor .............................................................. 17 Brasil nos ajudou sair da crise, diz presidente da American Airlines ........................................................................... 18 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 O ESTADO DE SÃO PAULO, QUINTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2013 ................................................... 18 Cade investiga licitações sobre serviços de TI no Distrito Federal .............................................................................. 18 Qualicorp cai após Cade recomendar veto ................................................................................................................... 19 American Airlines e US Airways criarão maior cia aérea do mundo ........................................................................... 19 Estados Unidos e Europa preparam a maior área de livre comércio do mundo ........................................................... 19 O acordo transatlântico e o Brasil ................................................................................................................................ 20 Acordo vai pressionar negociação entre Mercosul e União Europeia .......................................................................... 21 VALOR ECONÔMICO, QUINTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2013 ............................................................. 21 Cade aprova compra pela JBS da avícola Agrovêneto, de Santa Catarina ................................................................... 21 Cade aprova joint venture de distribuição de produtos da Coca-Cola .......................................................................... 21 A infração compensa na nova lei de defesa da concorrência? ...................................................................................... 22 FOLHA DE SÃO PAULO, SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013 ............................................................ 23 União dos sonhos ......................................................................................................................................................... 23 O ESTADO DE SÃO PAULO, SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013 ...................................................... 24 Expansão acelerada do JBS em carne bovina será investigada pelo Cade ................................................................... 24 Acordo de JBS e Bertin poderá sofrer restrições--especialistas ................................................................................... 25 JBS diz que aquisições não ferem regra concorrencial ................................................................................................ 26 American Airlines e US Airways criam maior aérea global ........................................................................................ 27 Acordo comercial entre EUA e Europa divide governo brasileiro ............................................................................... 28 O superacordo .............................................................................................................................................................. 28 VALOR ECONÔMICO, SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013................................................................ 29 Cade investiga suposto cartel em TI ............................................................................................................................. 29 Buffett e 3G compram a Heinz ..................................................................................................................................... 30 American e US Airways criam maior aérea do mundo ................................................................................................ 31 Um novo competidor para United e Delta .................................................................................................................... 33 FOLHA DE SÃO PAULO DE, SÁBADO, 16 DE FEVEREIRO DE 2013 ................................................................ 34 Para governo, país será prejudicado por acordo entre EUA e UE ................................................................................ 34 O ESTADO DE SÃO PAULO, SÁBADO, 16 DE FEVEREIRO DE 2013 ................................................................ 34 JBS nega irregularidades em arrendamentos ................................................................................................................ 34 O ESTADO DE SÃO PAULO, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 ............................................................ 35 Brasil fecha só três acordos de comércio em 20 anos .................................................................................................. 35 Política comercial de Dilma é 'cautelosa' ..................................................................................................................... 35 Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 2 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 EVENTOS PROGRAMADOS PARA 2013 IBA/IBRAC- 24TH COMMUNICATIONS AND COMPETITION LAW CONFERENCE Hotel Windsor Atlântica, Copacabana, Rio de Janeiro Data: 29 -30 de abril CURSO: UPDATING AND CHALLENGES TO COMPETITION DEFENSE IN THE EUROPEAN UNION Professor Richard Wish Data: 06 a 09 de maio Horário: 19:00 às 22:00hs Carga horária: 12 horas Local: Av. Pedroso de Moraes, 1.201 - Centro Cultural – Ohtake Inscrições: www.ibrac.org.br Associados: 1.ª inscrição 1.490 Não associados 1.ª inscrição 2.490 (desconto de 20 e 30% para o segundo e terceiro participantes da mesma empresa) IBRAC & ABA - ANTITRUST IN THE AMERICAS Data: 06 - 07 de junho Local: Hotel Renaissance, São Paulo SP 10.º SEMINÁRIO SOBRE RELAÇÕES DE CONSUMO Data: 05.08.2013 3 13.º SEMINÁRIO SOBRE COMÉRCIO INTERNACIONAL Data: 23.08. 2013 Local: Hotel Tivoli Mofarrej, São Paulo SP 6.º SEMINÁRIO DE DIREITO ECONÔMICO - IBRAC UFMG 19.º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, SEGUNDA-FEIRA, 11 DE FEVEREIRO DE 2013 NENHUMA MATÉRIA PUBLICADA NESTA DATA DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, TERÇA-FEIRA, 12 DE FEVEREIRO DE 2013 NENHUMA MATÉRIA PUBLICADA NESTA DATA DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, QUART-FEIRA, 13 DE FEVEREIRO DE 2013 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA COORDENAÇÃO-GERAL DE ANDAMENTO PROCESSUAL CERTIDÃO DE JULGAMENTO 6ª SESSÃO ORDINÁRIA DE JULGAMENTO ATO DE CONCENTRAÇÃO Nº 08012.001157/2009-71 Requerentes: Pfizer, Inc. e Wyeth Advogados: José Inácio Gonzaga Franceschini e outros Relator: Conselheiro Elvino de Carvalho Mendonça Decisão: O Plenário, por unanimidade, conheceu da operação e aprovou-a condicionada à celebração e ao cumprimento de Termo de Compromisso de Desempenho, nos termos do voto do Conselheiro Relator. As partes realizaram a assinatura do Termo de Compromisso de Desempenho nesta data. Brasília, 7 de fevereiro de 2013. CERTIDÃO DE JULGAMENTO 9ª SESSÃO ORDINÁRIA DE JULGAMENTO ATO DE CONCENTRAÇÃO Nº 08012.010748/2011-54 Requerentes: Laboratórios Pfizer Ltda. e Jofadel Farmaceutica S.A. Advogados: José Inácio Gonzaga Franceschini e outros Relator: Conselheiro Elvino de Carvalho Mendonça Decisão: O Plenário, por unanimidade, conheceu da operação e aprovou-a sem restrições, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Brasília, 7 de fevereiro de 2013. CERTIDÃO DE JULGAMENTO 10ª SESSÃO ORDINÁRIA DE JULGAMENTO RECURSO ADMINISTRATIVO NO ATO DE CONCENTRAÇÃO Nº 08700.003987/2012-81 Requerente: Centro Norte Participações S.A. Advogados: Nelson Wilians Fratoni Rodrigues, Rafael Sganzeria Durand, Ulisses de Araujo Gagliano e outros Relator: Conselheiro Elvino de Carvalho Mendonça Decisão: O Plenário, por unanimidade, não conheceu do recurso, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Brasília, 7 de fevereiro de 2013. CERTIDÃO DE JULGAMENTO 14ª SESSÃO ORDINÁRIA DE JULGAMENTO ATO DE CONCENTRAÇÃO Nº 08012.000116/2012-63 Requerentes: Microservice Tecnologia Digital da Amazônia Ltda. e Videolar S.A. Advogados: Fabiola C. L. Cammarota de Abreu e Joyce Midori Honda Relator: Conselheiro Elvino de Carvalho Mendonça Decisão: O Plenário, por unanimidade, conheceu da operação e aprovou-a sem restrições, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Brasília, 7 de fevereiro de 2013. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 4 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 ATO DE CONCENTRAÇÃO Nº 08700.004224/2012-57 Requerentes: Microservice Tecnologia Digital da Amazônia Ltda. e Videolar S.A. Advogados: Fabiola C. L. Cammarota de Abreu e Joyce Midori Honda Relator: Conselheiro Elvino de Carvalho Mendonça Decisão: O Plenário, por unanimidade, conheceu da operação e aprovou-a sem restrições, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Brasília, 7 de fevereiro de 2013. ATO DE CONCENTRAÇÃO Nº 08700.008751/2012-31 Requerentes: Proair - Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo Ltda. e Seaviation Serviços Aeroportuários Ltda. Advogados: Cristiano Diogo de Faria, André Luiz Marquete Figueiredo, Bárbara Mendes Lobo, Victor Daher, Tito Amaral de Andrade, Heloisa Helena Monteiro de Lima, Carolina Maria Matos Vieira e Erika Vieira Sang Relator: Conselheiro Elvino de Carvalho Mendonça Impedido o Conselheiro Marcos Paulo Verissimo. Decisão: O Plenário, por unanimidade, conheceu da operação e aprovou-a condicionada à adequação da cláusula de não-concorrência, devendo tal alteração ser comprovada junto a este Tribunal Administrativo antes de sua consumação, nos termos do voto do Conselheiro-Relator Brasília, 7 de fevereiro de 2013. AUTO DE INFRAÇÃO Nº 08700.004137/2010-38 Autuada: Via Sul Transportes Urbanos Ltda. Advogados: Attílio Nosé, Luiz Alberto Nosé, Claudinei de Souza Mariano e outros Relator: Conselheiro Elvino de Carvalho Mendonça Na 477ª SOJ, após voto do Conselheiro Relator César Costa Mattos pelo arquivamento do presente auto de infração, pediu vista dos autos o Presidente Arthur Sanchez Badin. Na 478ª SOJ, o Presidente Arthur Badin votou pelo não acolhimento da impugnação. Após, o julgamento foi suspenso para manifestação da Procuradoria do CADE, em até 10 (dez) dias. Decisão: O Plenário, por maioria, determinou o arquivamento do Auto de Infração, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Vencido o Presidente Arthur Badin Brasília, 7 de fevereiro de 2013. CERTIDÃO DE JULGAMENTO 15ª SESSÃO ORDINÁRIA DE JULGAMENTO ATO DE CONCENTRAÇÃO Nº 08012.000475/2012-11 Requerentes: Banco BTG Pactual S.A., Banco Panamericano S.A. e Brazilian Finance & Real State S.A. Advogados: Barbara Rosenberg, José Carlos da Matta Berardo, Luís Bernardo Coelho Cascão, Amadeu Ribeiro, Marcio Dias Soares Relator: Conselheiro Elvino de Carvalho Mendonça Decisão: O Plenário, por unanimidade, conheceu da operação e aprovou-a sem restrições, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Brasília, 7 de fevereiro de 2013. VLADIMIR ADLER GORAYEB Secretário do Plenário Substituto PAUTA DA 16ª SESSÃO ORDINÁRIA DE JULGAMENTO A SER REALIZADA EM 20 DE FEVEREIRO DE 2013 Dia: 20.02.2013 Início: 10h Ato de Concentração nº 08700.010729/2012-51 Requerentes: Rossi Residencial S.A. e Construtora Capital S.A. Advogados: Renê Guilherme da Silva Medrado, Alessandro Pezzolo Giacaglia, Celso Cintra Mori e outros Relator: Conselheiro Ricardo Machado Ruiz Ato de Concentração nº 08012.007378/2011-78 Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 5 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Requerentes: Companhia Metalúrgica Prada, Taquari Participações S.A. e Elizabeth S.A. Indústria Têxtil Advogados: Tercio Sampaio Ferraz Junior, Juliano Souza de Albuquerque Maranhão e outros Relator: Conselheiro Alessandro Octaviani Luis Ato de Concentração nº 08012.001374/2012-67 Requerentes: SI Group Crios Resinas S.A. e Dynea São Paulo Indústria de Resinas Ltda. Advogados: Francisco Ribeiro Todorov, Adriana Franco Giannini, Helena Borges P. Cyrino de Sá, Mário Roberto Villanova Nogueira, Marco Antonio Fonseca Júnior, Fabianna Vieira Barbosa Morselli e outros Relator: Conselheiro Elvino de Carvalho Mendonça Ato de Concentração nº 08012.002467/2012-17 Requerentes: Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A., EMS Participações S.A., Hypermarcas S.A., União Química Farmacêutica Nacional S.A. e Bionovis S.A. Companhia Brasileira de Biotecnologia Farmacêutica Advogados: Fabíola Carolina Lisboa Cammarota de Abreu e Joyce Midori Honda Relator: Conselheiro Elvino de Carvalho Mendonça Ato de Concentração nº 08012.010675/2010-10 Requerentes: FMG Empreendimentos Hospitalares S.A., Hospital e Maternidade Assunção S.A., Ressonância Assunção S.A. e Assunção Imagem S.A. Advogados: Bárbara Rosenberg, André Previato, Rafael Szmid e outros Relator: Conselheiro Marcos Paulo Verissimo Ato de Concentração nº 08012.007540/2011-58 Requerentes: DASA Empreendimentos e Participações Ltda. e Cytolab - Laboratório de Anatomia Patológica, Citologia Diagnóstica e Análises Clínicas Ltda. Advogados: Barbara Rosenberg, Camilla Chagas Paoletti e outros Relator: Conselheiro Marcos Paulo Verissimo Ato de Concentração nº 08012.011533/2011-51 Requerentes: BPMB Digama Participações S.A., AG Angra Infraestrutura Fundo de Investimento em Participações e Estre Ambiental S.A. Advogados: Barbara Rosenberg, José Carlos da Matta Berardo e outros Relator: Conselheiro Marcos Paulo Verissimo Ato de Concentração nº 08012.005540/2012-02 Requerentes: Jorge Neval Moll Filho, Pedro Junqueira Moll, Paulo Junqueira Moll e Santa Luzia Assistência Médica S.A. Advogados: Barbara Rosenberg, André Previato, Rafael Szmid e outros Relator: Conselheiro Marcos Paulo Verissimo Medida Cautelar nº 08700.001540/2012-77 Requerente: Pertech do Brasil Ltda. Advogados: Roberto Padua Cosini, Pietro Ariboni, Hélio Fabbri Júnior, Antonio Custódio Neto e outros Relator: Conselheiro Elvino de Carvalho Mendonça Averiguação Preliminar nº 08012.004393/2005-16 Representante: Eurofarma Laboratórios Ltda. Representados: Aventhis Pharma S.A. e Aventhis Pharma Ltda. Advogados: Paulo de Tarso Ramos Ribeiro, Carolina Cadavid, e outros Relator: Conselheiro Alessandro Octaviani Luis Processo Administrativo nº 08012.009834/2006-57 Representante: Secretaria de Direito Econômico - SDE Representados: Associação Paranaense dos Produtores de Cal Advogados: Fernando Vernalha Guimarães, Luiz Fernando Pereira, Dayana Sandri Dallabrida e outros Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 6 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Relator: Conselheiro Ricardo Machado Ruiz Processo Administrativo nº 08012.003874/2009-38 Representante: Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE Representados: Arcal Consultoria Gerencial Ltda. e Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores de Minas Gerais Advogados: Antônio Roberto Winter de Carvalho, Brenda Fernanda Santos Moreira, Gustavo Diniz Tavares e outros Relator: Conselheiro Ricardo Machado Ruiz Processo Administrativo nº 08012.006923/2002-18 Representante: SDE Ex Offício Representada: Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio de Janeiro - ABAV-RJ Advogados: Ubiratan Mattos, Marcelo Antônio Muriel, Maria Cecília Andrade e outros Relator: Conselheiro Ricardo Machado Ruiz Voto-vista: Conselheiro Marcos Paulo Verissimo Requerimento nº 08700.010220/2012-16 Requerentes: CONFIDENCIAL Advogados: CONFIDENCIAL Relator: Conselheiro Ricardo Machado Ruiz VINÍCIUS MARQUES DE CARVALHO Presidente do Cade VLADIMIR ADLER GORAYEB Secretário do Plenário Substituto SUPERINTENDÊNCIA-GERAL DESPACHOS DO SUPERINTENDENTE-GERAL Em 6 de fevereiro de 2013 Nº 153 - Ref.: Ato de Concentração nº 08700.000538/2013-61. Requerentes: JBS Aves Ltda. e Agrovêneto S.A. Indústria de Alimentos. Advogados: Luciano Benetti Timm, Rafael Bicca Machado e outros. Decido pela aprovação sem restrições. Em 08 de fevereiro de 2013 Nº 154 - Ref.: Ato de Concentração nº 08700.000220/2013-81. Requerentes: Paul Capital Advisors do Brasil - Consultoria Financeira Ltda. e Ideiasnet Fundo de Investimentos em Participações I. Advogados: Sérgio Varella Bruna, Patrícia Agra Araújo, Isadora Postal Telli e Natalia S. Pinheiro da Silveira. Decido pela aprovação, sem restrições. Nº 155 - Ref.: Ato de Concentração nº 08700.000547/2013-52. Requerentes: Petróleo Brasileiro S.A e UEG Araucária Ltda. Advogados: Viviane do Nascimento Pereira de Sá, Alex Azevedo Messeder e André de Almeida Barreto Tostes. Decido pela aprovação sem restrições. Nº 156 - Ref.: Ato de Concentração nº 08700.000203/2013-43. Requerentes: Corpesca S.A. e Sementes Selecta S.A. Advogados: Lauro Celidonio Gomes dos Reis Neto, Luis Gustavo Haddad e outros. Decido pela aprovação, sem restrições. DIOGO THOMSON DE ANDRADE Substituto DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, QUINTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2013 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 7 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 SUPERINTENDÊNCIA-GERAL DESPACHOS DO SUPERINTENDENTE-GERAL Em 8 de fevereiro de 2013 Nº 158 - Ref.: Processo Administrativo nº 08012.007356/2010-27. Representante: Ministério Público do Estado de São Paulo. Representados: Iso-Metro Comercial Ltda., Metrolab Calibrações Ltda., Metrologia 9000 Ltda., Precision Instrumentação e Comércio Ltda., Almir Fernandes, Antônio Carlos da Costa Neves, Luciano de Aquino, Nelson Siqueira Salgado Filho. Advogados: Maurício Melo Neves, Raquel Lima Bastos, Sidney Simão, Leivair Zamperline e Eduardo Weiss Martins Lima. Acolho a Nota Técnica nº , de fls. , aprovada pela Coordenadora-Geral de Análise Antitruste 8, Dra. Fernanda Garcia Machado, e, com fulcro no §1º do art. 50, da Lei nº 9.784/99, integro as suas razões à presente decisão, inclusive como sua motivação. Pelos fundamentos apontados na Nota Técnica, decido: (i) pelo indeferimento das preliminares suscitadas pelos Representados, por falta de amparo legal, nos termos da Nota Técnica de fls.; (ii) excepcionalmente, tendo em vista a ausência de especificação dos pedidos de produção de prova, pela intimação dos Representados para que, no prazo de 05 (cinco) dias, contado em dobro nos termos do art. 191 do CPC, especifiquem as provas que pretendam sejam produzidas, justificando sua necessidade de modo a que sejam analisadas pela SG/Cade nos termos do art. 155 do Regimento Interno do Cade. Nessa mesma oportunidade, os Representados que tenham interesse na produção de prova testemunhal deverão declinar a qualificação completa de até 3 (três) testemunhas, a serem ouvidas na sede do Cade, conforme previsto no art. 70 da Lei nº 12.529/2011 c.c. art. 155, caput e §2º, do Regimento Interno do Cade; (iii) nos termos do artigo 13, inciso VI, da Lei nº 12.529/2011, esta SG/Cade, no interesse da instrução do Processo Administrativo, produzirá provas documentais e testemunhais que serão designadas oportunamente. Nº 159 - Ref.: Processo Administrativo nº 08012.002921/2007-64. Representante: Luis Fernando Cardoso Rezende. Representados: Acqua Service Distribuidora de Produtos Químicos Ltda.; Anibal do Vale; Arthur Whitaker; Associação Brasileira da Indústria Química; Beraca Sabará; Braskem S/A; Buschle & Lepper S/A; Canexus Ltda.; Carbocloro S/A Indústrias Químicas S/A (sucessora da Carbocloro Oxypar S/A Indústrias Químicas); Carlo Cappellini; Carlos Andrade; Causticlor Ltda.; CMPC Celulose Riograndense Ltda. (atualmente denominada Aracruz Celulose S.A.); CSM; Eduardo Chow; Felipo Cappellini; General Chemical; Goiás Cloro Cloro e Derivados Ltda.; GR Comércio Indústria e Transportes; Hidromar Indústria Química; Igarassú Cia Agro Industrial; LC Comércio de Produtos Químicos Ltda.; Marco Antônio Sabará; Mario Antonio Carneiro Cilento; Maxclor Gases Industriais Ltda.; Pan-Americana Indústrias Químicas S/A; Paulo Castagnari; Quimil Indústria e Comércio Ltda.; Reisafa Comercial Ltda; Sasil Distribuidora de Produtos Químicos; Solvay; Sumatex Produtos Químicos Ltda.; Wilton Nascimento da Silva. Advogados: Maurício Santana de Oliveira Torres, Leonardo Nunes Campos, José Inácio Gonzaga Franceschini, Cristhiane Helena Lopes Ferrero, Onofre Carlos de Arruda Sampaio, André Cutait de Arruda Sampaio, Eduardo Molan Gaban; José Maurício Machado, André Luiz dos Santos Pereira, Ubiratan Mattos, Maria Cecília Andrade, Caio Campello, Fernanda Gomes, Gustavo Flausino Coelho; Ricardo Mafra, Leonardo Maniglia Duarte, Paulo Luiz Salami, Felipe Helmich Fernandez, Ricardo Leal de Moraes, Geraldino Ribeiro, Edson Raimundo Rosa Junior, Flávio Luiz Costa Sampaio, Gilberto Alonso Júnior; Fábio Lemos Cury, Leonardo Luiz Tavano, João Rodrigo Maier, Adriano Almeida Fonseca, Mauro Grinberg; Fabio Malatesta dos Santos, Roderico Jorge Xavier Freitas, Matheus Fontes Monteiro, Natanael da Silva Ribeiro e outros. Acolho a Nota Técnica de fls. , da Coordenadora-Geral de Análise Antitruste, Dra. Fernanda Garcia Machado, e, com fulcro no §1º do art. 50, da Lei nº 9.784/99, integro as suas razões à presente decisão, inclusive como sua motivação. Pelos fundamentos apontados na Nota Técnica de fls., decido: (a) pela retificação do item IV (Conclusões), às fls. 16747-16748, e do Despacho de fls. 16.741-16.742, para que constem as razões sociais e nomes corretos dos Representados a seguir indicados: Carbocloro S.A. Indústrias Químicas; Pan-Americana S.A. Indústrias Químicas; Canexus Química Brasil Ltda.; CMPC Celulose Riograndense S.A.; Igarassú Agro Industrial Ltda. (atualmente denominada Produquímica Indústria e Comércio S.A.); Solvay do Brasil Ltda.; Beracá Sabará Químicos e Ingredientes S.A.; Sasil Comercial e Industrial de Petroquímicos; CSM Produtos Químicos Ltda.; GR Indústria, Comércio e Transporte de Produtos Químicos Ltda.; Maxklor do Brasil Ltda.; Causticlor Indústria, Comércio, Importação e Exportação Ltda.; General Chemical Comércio e Derivados Ltda.; Góias Cloro e Derivados Ltda.; Aqua Service Comercial e Industrial de Produtos Químicos Ltda.; Arthur Cesar Whitaker de Carvalho; Paulo Fernando Fonseca Castagnari; Filippo de Lancastre Cappellini; Eduardo Klein Chow; Marco Antônio Matiolli Sabará; Carlos Raimundo de Andrade Costa Pinto; (b) pela retificação do item IV (Conclusões), às fls. 16747- 16748, e do Despacho de fls. 16.741-16.742, para que conste, dentre as Representadas, como subitem (xxxiv), a Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados - Abiclor, tendo em vista que, embora constasse da Nota Técnica de instauração do Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 8 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Processo Administrativo a existência de indícios robustos contra a Abiclor, tal associação não constou dentre os Representados e não foi notificada da instauração do presente Processo; (c) cumpridas as retificações citadas acima, sejam convalidados a Nota Técnica de fls. 16.634 - 16.7491 e o Despacho nº 305/2012, ficando, portanto ratificados; e (d) seja a Abiclor notificada, nos termos do art. 70 da Lei nº 12.529/2011, para que apresente defesa no prazo de 30 (trinta) dias, a ser contado em dobro nos termos do art. 191 do CPC, devolvendo-se tal prazo de defesa inclusive para os Representados anteriormente constantes do processo, nos termos do art. 147, §2º, do Regimento Interno do Cade, que ficam, portanto, notificados da presente decisão. Nesse mesmo prazo, o Representado deverá especificar e justificar as provas que pretendem sejam produzidas, que serão analisadas pela autoridade nos termos do art. 155 do Regimento Interno do Cade. Caso o Representado tenha interesse na produção de prova testemunhal, deverá declinar na peça de defesa a qualificação completa de até 3 (três) testemunhas, a serem ouvidas na sede do Cade, conforme previsto no art. 70 da Lei nº 12.529/2011 c.c. art. 155, §2º, do Regimento Interno do Cade. Ficam os Representados notificados da presente decisão. Após, ao Setor Processual. DIOGO THOMSON DE ANDRADE Substituto Nº 161 - Ref.: Inquérito Administrativo nº 08012.004280/2012-40. Representante: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Representados: Adler Assessoramento Empresarial Ltda., Alsar Tecnologia em Redes Ltda., CDT Comunicação de Dados Ltda., Netway Datacom Comércio de Sistemas para Informática Ltda., Rhox Comunicação de Dados Ltda., Tellus S.A. Informática e Telecomunicações e Vertax Redes e Telecomunicações Ltda. Advogados: Ailton Sebastião da Silva, Anna Luiza R.S. de Sousa, Antônio Carlos de Almeida Castro, Elior Marconi Fernandes Carvalho Pinto, Dayane Carvalho Rodrigues, José Carlos Nespoli Louzada, Marcelo Turbay Freria, Sérgio Rodrigues Marinho Filho. Acolho a Nota Técnica nº, de fls., aprovada pelo Superintendente Adjunto, Dr. Diogo Thomson de Andrade, e, com fulcro no §1º do art. 50, da Lei nº 9.784/99, integro as suas razões à presente decisão, inclusive como sua motivação. Pelos fundamentos apontados na Nota Técnica, decido (i) pela instauração de Processo Administrativo para Imposição de Sanções Administrativas por Infrações à Ordem Econômica, nos termos dos arts. 13, V, e 69 e seguintes, da Lei nº 12.529/11 c.c. art. 146 e seguintes do Regimento Interno do Cade, em face dos Representados Adler Assessoramento Empresarial Ltda., Alsar Tecnologia em Redes Ltda., CDT Comunicação de Dados Ltda., Netway Datacom Comércio de Sistemas para Informática Ltda., Rhox Comunicação de Dados Ltda., Tellus S.A. Informática e Telecomunicações, Vertax Redes e Telecomunicações Ltda., Cristiane dos Santos Costa, Emílio Timo, Fábio de Azevedo Montoro, Margareth Brixi Tony de Souza, Paulo de Assis Gomes, Rochely Maria Moura Leal Lima, Rômulo Silva Nogueira, Ronato Batista de Oliveira, Ronei Souza Machado e Wellington da Rocha Mello Júnior, a fim de investigar as condutas passíveis de enquadramento nos artigos 20, I a IV, e 21, I, III e VIII, da Lei nº 8.884/94, na forma do artigo 69 e seguintes da Lei nº 12.529/2011; (ii) pela Notificação dos Representados, nos termos do art. 70 do referido diploma legal, para que apresentem defesa no prazo de 30 (trinta) dias e, neste mesmo prazo, para que especifiquem e justifiquem as provas que pretendem sejam produzidas, as quais serão analisadas nos termos do art. 155 do Regimento Interno do Cade, sendo que, caso tenham interesse na produção de prova testemunhal, declinem na peça de defesa a qualificação completa de até 3 (três) testemunhas, a serem ouvidas na sede do Cade, conforme previsto no art. 70 da Lei nº 12.529/2011 c.c. art. 155, §2º, do Regimento Interno do Cade. CARLOS EMMANUEL JOPPERT RAGAZZO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA SUPERINTENDÊNCIA-GERAL DESPACHOS DO SUPERINTENDENTE-GERAL Em 13 de fevereiro de 2013 Nº 162 - Ref.: Ato de Concentração nº 08700.000581/2013-27. Requerentes: Cameron International Corporation e Framo Engineering A.S. Advogados: José Augusto Regazzini, Marcelo Calliari e outros. Decido pela aprovação sem restrições. Em 14 de fevereiro de 2013 Nº 165 - Ref.: Processo Administrativo nº 08012.008847/2006-17. Representante: Ministério Público do Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 9 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Estado do Espírito Santo. Representados: Alex Oliveira Bourguignon, Anderson Emanuel Pizzaia Bazilio de Souza, Antonio Edmar Bourguignon, Deoclides Antonio Bastos de Oliveira, Luiz Eduardo de Carvalho, Marcos Antonio Oliveira, Rogério Bastos de Oliveira, Ruy Poncio, Vicente Henrique Nogueira, Arara Azul Rede de Postos Ltda., Auto Posto Araças Ltda., Auto Posto Miramar Ltda., Auto Serviço Aeroporto Ltda., Auto Serviço Lorenção Ltda., Auto Serviço Oliva Ltda., Comércio Pioneiro do Gás Ltda., Macel Comercial Ltda., Petro Gás Comercial Ltda., Polus Comercio e Serviços Ltda., Derivados do Petróleo Santa Inês Ltda., Posto América Ltda., Posto Aribiri do Gás Ltda., Posto Camburi do Gás Ltda., Posto Chegada Ltda., Posto Eucalipto Ltda., Posto Iate Ltda., Posto Itapoá Ltda., Posto Jardim América do Gás Ltda., Posto Kadillac Ltda., Posto Mais Comércio e Representações Ltda., Posto Marcela Ltda., Posto Mclaren Ltda., Posto Mediterrâneo Ltda., Posto Oceânico Ltda., Posto Oliveira Ltda., Posto Thiago Ltda., Posto 1 Ltda. Advogados: Cristina Pessoa Pereira Borja, Carlos Augusto da Motta Leal, Erfren José Ribeiro Santos, Leonardo Lage da Motta e outros, Saulo Junger Duarte e outros. Acolho a Nota Técnica de fls., aprovada pelo Coordenador-Geral de Análise Antitruste 6, Dr. Ravvi Augusto de Abreu Coutinho Madruga, e, com fulcro no §1º do art. 50, da Lei nº 9.784/99, integro as suas razões à presente decisão, inclusive como sua motivação. Pelos fundamentos apontados na Nota Técnica de fls., decido: (i) pelo deferimento de provas testemunhais a serem realizadas nas datas e horários indicados na Nota Técnica de fls.; (ii) pelo indeferimento das provas periciais solicitadas pelos Representados Posto América Ltda. Posto McLaren Ltda. Posto Itapoã Ltda., Derivados de Petróleo Santa Inês Ltda., Auto Serviço Lourenção Ltda., e Ruy Poncio Posto Chegada Ltda., Posto Kadillac Ltda., Alex Oliveira Bourguignon e Antônio Edmar Bourguignon, sem prejuízo de que os Representados produzam, às suas expensas, tal prova como documental ou apresentem estudos e pareceres técnicos, uma vez que lhes é assegurado o direito de apresentação de novos documentos até o final da instrução processual; (iii) o indeferimento do pedido de reabertura do prazo de defesa, formulado pelos Representados Marcos Antônio Oliveira, Deoclides Antônio Bastos de Oliveira, Rogério Bastos de Oliveira, Posto Eucalipto Ltda., Posto Oliveira Ltda., Posto Thiago Ltda., Posto Marcela Ltda., Posto 1 Ltda., Posto Jardim América do Gás Ltda., Posto Aribiri do Gás Ltda., Auto Posto Araças Ltda., Polus Comércio e Serviços Ltda., Posto Oceânico Ltda., Macel Comercial Ltda., Auto Serviço Oliva Ltda., Petro Gás Comercial Ltda., Comércio Pioneiro do Gás Ltda. e Posto Mediterrâneo Ltda., Anderson Emanuel Pizzaia Bazilio de Souza, Auto Posto Miramar Ltda., Auto Posto Miramar Ltda. (Filial I), Posto Iate Ltda., Auto Serviço Aeroporto Ltda., Vicente Henriques Nogueira e Arara Azul Rede de Postos, por falta de amparo legal; (iv) pelo indeferimento do pedido de perícia contábil solicitadas pelos Representados Marcos Antônio Oliveira, Deoclides Antônio Bastos de Oliveira, Rogério Bastos de Oliveira, Posto Eucalipto Ltda., Posto Oliveira Ltda., Posto Thiago Ltda., Posto Marcela Ltda., Posto 1 Ltda., Posto Jardim América do Gás Ltda., Posto Aribiri do Gás Ltda., Auto Posto Araças Ltda., Polus Comércio e Serviços Ltda., Posto Oceânico Ltda., Macel Comercial Ltda., Auto Serviço Oliva Ltda., Petro Gás Comercial Ltda., Comércio Pioneiro do Gás Ltda. e Posto Mediterrâneo Ltda., sem prejuízo de que os Representados produzam, às suas expensas, tal prova como documental ou apresentem estudos e pareceres técnicos, uma vez que lhes é assegurado o direito de apresentação de novos documentos até o final da instrução processual; e (v) pela notificação dos Srs. Carlos Raimundo Batista, José Carlos Freitas Goetze, Marcel Guimarães Scalco, Paulo Gomes Júnior, Silvio Ricardo Sangreman Theophilo, Walter Jorge de Oliveira Almeida Junior, Luís Paulo Silva e Pedro Lopes de Azevedo, para que compareçam à sede do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, localizada na SEPN 515 Conjunto D, Lote 4, 2º andar, sala de reuniões, Ed. Carlos Taurisano, Cep: 70.770-504, na cidade de Brasília/DF, nas datas e horários indicados na Nota Técnica de fls.. Ficam os Representados notificados das datas e dos horários designados para a realização das oitivas, nos termos da Nota Técnica de fls. Ao Setor Processual para expedição das notificações. DIOGO THOMSON DE ANDRADE Substituto Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 10 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 O ESTADO DE SÃO PAULO, TERÇA-FEIRA, 12 DE FEVEREIRO DE 2013 REVOLUÇÃO NO COMÉRCIO INTERNACIONAL Rubens Barbosa - O Estado de S.Paulo Fonte de crescimento e de emprego, o comércio internacional está em meio a significativas mudanças, lideradas por EUA e China, que procuram ajustar suas políticas externas e comerciais à nova ordem internacional multipolar. Observa-se hoje a proliferação de acordos regionais e bilaterais e a multiplicação de medidas restritivas e protecionistas, em grande parte devidas ao fracasso das negociações multilaterais da Rodada Doha e ao enfraquecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC). As limitações políticas e técnicas da OMC refletem as dificuldades para responder aos desafios surgidos com as novas formas de organização da produção e de serviços e com a crescente integração dos países às cadeias produtivas globais. Para voltar a ter um papel central no sistema de comércio internacional a OMC deveria passar por uma ampla reforma a fim de ajustá-la às mudanças globais dos novos tempos. O processo decisório de uma instituição de 158 membros tornou-se muito mais complexo, embora os procedimentos tenham continuado com poucas mudanças em relação a 1995, quando, no momento de sua criação, havia apenas 76 membros. A questão da cláusula de nação mais favorecida, um dos principais pilares da OMC e do antigo Gatt, o tratamento preferencial e diferenciado e o princípio do "single undertaking" (ou compromisso único) nas negociações multilaterais (nada está aprovado enquanto todos os acordos não estiverem aprovados) estão sendo contestados e provavelmente terão de sofrer ajustes para responder aos desafios emergentes. Novos conceitos como cadeia de fornecimento global e manipulação das taxas de câmbio terão impacto sobre as negociações internacionais. Em reação a essas mudanças, os EUA, a Europa e a Ásia estão avançando entendimentos para a negociação de acordos de livre-comércio de grande porte. A Parceria Trans-Pacífica, liderada pelos EUA, concentra 40% do PIB global e inclui Austrália, Malásia, Vietnã, Cingapura, Nova Zelândia, Chile, Peru, Brunei, Canadá, México e talvez Japão e Coreia do Sul. Os EUA já haviam firmado acordos com o Canadá e o México (Nafta) e mais recentemente com Panamá, Colômbia, Peru, Chile e Coreia do Sul. A União Europeia, apesar da pesada burocracia de Bruxelas, finalizou acordo de livre-comércio com a Coreia do Sul e está negociando com Cingapura e Canadá. E iniciou conversação com o Japão e o Mercosul. Bruxelas e Washington conversam para avançar os entendimentos de um mega-acordo de comércio e investimento, chamado de Acordo de Livre Comércio Transatlântico (Tafta, na sigla em inglês). A Ásia, numa completa mudança de posição, embarcou numa série de acordos de livre-comércio regionais, sob a liderança da China e do Japão, inclusive com países sul-americanos. Sendo os EUA e a Europa dois dos principais parceiros do Brasil, é importante entender o significado do Tafta e suas implicações para os países que ficarem de fora. A eventual formação de uma área de livre-comércio entre essas duas regiões englobará três quartos do mercado financeiro, metade do PIB global e quase um terço do comércio internacional. Grupo de Trabalho de Alto Nível criado pela União Europeia e por Washington deverá apresentar ainda neste mês as suas recomendações. Serão sugeridas, entre outras regras, a inclusão de serviços e investimentos, compras governamentais, propriedade intelectual e outras regras gerais de comércio, além da eliminação das tarifas e barreiras não tarifárias. Haverá um período de transição durante o qual seriam excluídas as reduções tarifárias de "produtos sensíveis" e a desregulamentação de "certos setores" em serviços. Espera-se que as negociações possam começar em meados do corrente ano. Evidentemente, essa ambiciosa agenda apresentará dificuldades para conciliar história, cultura e práticas locais, como padronização, Buy American Act, patentes farmacêuticas (genéricos), meio ambiente e leis trabalhistas, sem falar de problemas políticos de outra magnitude, como a eventual saída do Reino Unido da União Europeia. Os países em desenvolvimento poderão ficar muito afetados pelos mencionados mega-acordos de livrecomércio, pela exclusão dos benefícios, por obrigá-los a aceitar compromissos de difícil cumprimento e pelo fortalecimento do poder internacional dos setores financeiros, talvez os principais beneficiários desses processos de integração econômica e comercial. Nesse contexto de grandes movimentos de transformação no comércio internacional, o Brasil está sem estratégia de negociação comercial. Caso os acordos EUA-União Europeia (Tafta) e dos EUA com países asiáticos (Trans-Pacific Partnership) sejam concluídos, o Brasil ficará alijado dos dois maiores fluxos de comércio internacional. A eliminação de tarifas entre os países-membros desses dois blocos afetará ainda mais a competitividade dos produtos brasileiros, que praticamente ficarão excluídos desses mercados. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 11 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 A política Sul-Sul dos últimos dez anos, no tocante à África e ao Oriente Médio, pouco resultou do ângulo comercial. A Aliança do Pacífico (Chile, México, Peru e Colômbia) representou uma ação geoeconômica importante pela aproximação dos EUA e da Ásia. O Mercosul, que pediu para ser observador da Aliança, encontra-se em situação de quase total isolamento. Nos últimos dez anos firmou três acordos de livrecomércio com Israel, Egito e Autoridade Palestina, além de acordo de preferência tarifária com a Índia e a África do Sul. A negociação do grupo com a União Europeia torna-se crucial para podermos estar sintonizados com essas transformações globais. Se as negociações com a Comissão Europeia não avançarem, não restará alternativa ao Brasil, no âmbito do Mercosul, senão fazer um acordo em separado com a União Europeia, para resguardar nossos interesses. * PRESIDENTE DO CONSELHO DE COMÉRCIO EXTERIOR DA FIESP O ESTADO DE SÃO PAULO, QUARTA-FEIRA, 13 DE FEVEREIRO DE 2013 FUSÃO DE AMERICAN AIRLINES E US AIRWAYS REAVIVARIA ALIANÇA ONEWORLD Reuters LONDRES, 13 FEV - A esperada mudança da US Airways para a aliança Oneworld como parte da fusão proposta com a American Airlines faria parte de um impulso à OneWorld que perdeu membros e ficou atrás das rivais Star Alliance e SkyTeam nos últimos anos. As alianças globais de empresas aéreas surgiram no fim dos anos 1990 como uma forma das companhias ampliarem suas redes de forma lucrativa por meio da operação compartilhada de voos e marketing. Fontes disseram à Reuters na semana passada que a US Airways deixaria a Star Alliance e se juntaria à OneWorld como parte da fusão com a American Airlines. O movimento ocorreria em um momento no qual a OneWorld faz uma campanha de recrutamento para tapar buracos em sua rede mundial. Assegurar um membro chinês ainda é a maior prioridade da aliança liderada pela American Air e British Airways. A fusão de 11 bilhões de dólares entre a American Airlines e a US Airways, esperada para ser anunciada nesta semana, irá criar a maior empresa aérea de passageiros do mundo e ajudar as duas companhias a competir com rivais como United Continental, da Star Alliance, e Delta, da SkyTeam. "A fusão faria com que importantes membros da Oneworld se tornassem maiores e mais fortes, tornando a Oneworld a maior aliança nos Estados Unidos, o maior mercado de passageiros", disse Brendan Sobie, analista-chefe do Centro de Aviação para Ásia-Pacífico (CAPA, na sigla em inglês). A Oneworld é composta por 13 empresas que servem 160 países. A SkyTeam detém 19 empresas que voam para 187 países, enquanto a Star é formada por 27 empresas que servem 194 países. (Por Rhys Jones) US AIRWAYS E AA DEVEM CONSEGUIR FUSÃO SE FIZEREM CONCESSÕES DIANE BARTZ E KAREN JACOBS - Reuters WASHINGTON - A US Airways e a American Airlines devem receber aprovação para criar a maior companhia aérea do mundo, já que reguladores deverão focar nas concessões para preservar competição em Washington, Charlotte, Dallas e outros aeroportos onde as empresas têm dominância, disseram especialistas em antitruste. A American Airlines, da AMR, e a US Airways estão nas últimas fases da negociação de uma fusão de 11 bilhões de dólares e devem anunciar o acordo ainda nesta semana. Se aprovada, será a terceira maior fusão de empresas aéreas nos Estados Unidos desde 2008, elevando os riscos de passagens mais caras e menos escolhas para consumidores. Para preservar a competição, especialistas em antitruste dizem que o Departamento da Justiça deverá pedir desinvestimentos no hub da US Airways em Washington e em Charlotte, além do hub da AMR em Dallas. Fora dessas áreas, as empresas fazem rotas diferentes, na maior parte. "Se você colocar estas duas companhias em um mapa, você vai ver um monte de rotas complementares, mas não vai ver muitas nas quais as duas voam na mesma rota", disse Herbert Hovenkamp, que ensina antitruste na Faculdade de Direito da Universidade de Iowa. O Departamento da Justiça raramente se após a uma fusão de companhia aérea nos anos recentes. A última vez foi na proposta de acordo entre United e US Airways em 2000-2001. O advogado Alison Smith, da McDermott Will & Emery, disse que reguladores deverão aprovar a fusão entre AMR-US Air se as empresas concordarem em vender algumas rotas. "Esse é um cenário provável", disse. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 12 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 UE E EUA DÃO PONTAPÉ INICIAL PARA NEGOCIAÇÕES DE COMÉRCIO LIVRE Reuters BRUXELAS, 13 FEV - Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) concordaram nesta quarta-feira em promover até o final de junho o início de negociações para criar a maior aliança comercial mundial livre, o que pode ser um exemplo a ser seguido por competidores globais. Tal acordo será a tentativa mais ambiciosa desde a fundação da Organização Mundial do Comércio (OMC) em 1995, englobando metade da produção econômica do mundo e um terço das transações comerciais globais. "Essas negociações estabelecerão um padrão, não apenas para o nosso comércio e investimento bilateral futuro, incluindo questões regulatórias, mas também o desenvolvimento de regras comerciais globais", afirmou em entrevista o presidente do Comissão Europeia, José Manuel Barroso. Ao falar após a divulgação de um relatório conjunto dos EUA e da UE recomendando o início das negociações, Barroso disse que a expectativa é que os dois lados iniciem as negociações neste semestre. O relatório vê o acordo impulsionando a economia da UE em cerca de 0,5 por cento e a economia norteamericana em aproximadamente 0,4 por cento até 2027, com um aumento de 86 bilhões de euros de renda anual para a primeira e de 65 bilhões de euros para a segunda. O relatório foi divulgado um dia após o presidente Barack Obama expressar apoio a um potencial acordo em seu discurso do Estado da União, dizendo que isso apoiaria milhões de bons empregos norte-americanos. Emprego e crescimento justificam a aliança, dado que ambas as economias estão lutando para interromper uma sequência de quase cinco anos de retrações e recuperação fraca, assim como o aumento da competição da China e outras economias emergentes. (Reportagem de Philip Blenkinsop, Robert-Jan Bartunek, Adrian Croft e Ethan Bilby; reportagem adicional de Tom Miles em Genebra) FOLHA DE SÃO PAULO, QUINTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2013 CADE APROVA SEM RESTRIÇÕES JOINT VENTURE ENTRE GRUPOS DA COCA-COLA DO VALOR O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, sem restrições, uma joint venture entre os grupos Coca-Cola, Calila e Renosa. A nova empresa tem o objetivo de reunir as atividades de fabricação, engarrafamento e distribuição dos produtos da Coca-Cola na região Nordeste, no Mato Grosso e em parte de Tocantins e Goiás. O grupo Calila detém fatia de empresas que atuam na fabricação e distribuição de refrigerantes e outros produtos da Coca-Cola, além da comercialização de cervejas e bebidas não alcoólicas, como água. Essas companhias operam em Estados da região Nordeste. A Renosa também controla empresas que atuam no setor de bebidas, como Companhia Maranhense de Refrigerantes, Tocantins Refrigerantes. A ideia da joint venture é tornar a produção e comercialização de bebidas mais eficiente. Os grupos envolvidos no negócio alegaram que as empresas que serão consolidadas na nova companhia já pertencem ao sistema Coca-Cola, que não terá aumento de participação de mercado com a operação. Ao analisar o caso, o órgão antitruste destacou esses pontos e concluiu que a joint venture não gera preocupações concorrenciais. O negócio foi analisado pela nova lei de defesa da concorrência e agora, com o aval do Cade, as companhias poderão realizar a operação. Por ser considerado simples do ponto de vista concorrencial, o caso não precisará passar pelo plenário do Cade. Vale a decisão da Superintendência-Geral do órgão publicada no "Diário Oficial da União" no início do mês, mas que só hoje foi disponibilizada no site do Cade. BLOQUEIO DE COMPRA DA INBEV É 1º DESAFIO DE CHEFE DO 'CADE' DOS EUA RAUL JUSTE LORES DE NOVA YORK O processo iniciado pelo Departamento de Justiça americano para impedir que a multinacional belgobrasileira AB Inbev (dona da Ambev no Brasil) compre a cervejaria mexicana Modelo é o primeiro grande caso do novo chefe do principal órgão de defesa de concorrência nos Estados Unidos. Há um mês no cargo, William J. Baer, 62, falou a jornalistas americanos que, se houver um pequeno Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 13 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 aumento no preço da cerveja a partir desse negócio, os consumidores acabarão pagando "bilhões de dólares a mais". É o maior caso desde que o governo americano abriu processo contra a compra da empresa de telefonia T Mobile pela AT&T por US$ 39 bilhões em 2011. As empresas desistiram da transação. Durante um ano e meio, o órgão teve dois presidentes interinos. A última titular no cargo, Christine Varney, deixou o posto em julho de 2011 e se tornou sócia de um grande escritório de advocacia. Hoje, ela representa a Modelo no processo que seu sucessor está levantando. Baer é advogado especializado em concorrência e tinha sido indicado em setembro, mas só no final de dezembro o Senado americano aprovou sua indicação. CONCENTRADOR O negócio, de mais de US$ 20 bilhões, é considerado "concentrador de mercado" pelo governo americano. A Anheuser Busch, da Inbev, possui 39% do mercado de cervejas nos Estados Unidos e a mexicano Modelo, a terceira maior, tem 7%. Juntas, teriam 46%. No Brasil, a Ambev, parte da AB Inbev, possui 68% do mercado. Em nota, a empresa já se manifestou contra o processo, dizendo que é "incoerente com a lei e com o mercado" e que vai recorrer. Nos bastidores, acredita-se que empresa e governo continuarão negociando para tentar aprovar a compra, anunciada em junho e que desde agosto é investigada pelo departamento pró-concorrência em Washington. A Inbev já tinha oferecido se desfazer dos 50% que a Modelo tem na Crown, maior importadora da cerveja Corona nos EUA, vendendo-a por cerca de US$ 1,9 bilhão. Mas autoridades antitruste consideram a oferta insuficiente pois a dependência da Crown de produtos da Modelo a faria muito submissa aos preços ditados por esta. Uma organização não governamental a favor da concorrência, o American Antitrust Institute, comemorou o processo, dizendo que já existe duopólio no mercado de cervejas no país entre AB Inbev e Sab Miller, e que a Modelo representa um "influente, criativo e ativo competidor" no mercado cervejeiro. As três detêm 72% do mercado. "Uma análise antimonopólio olha estritamente a promoção de preços competitivos, inovação de produtos e escolha do consumidor", diz Sandeep Vaheesan, conselheiro da ONG. EUA E EUROPA NEGOCIAM ZONA DE LIVRE-COMÉRCIO Líder da União Europeia anuncia início das conversas para criação do bloco, com prazo de dois anos para sair do papel Comércio supera os US$ 2 bilhões por dia; remoção de impostos pode somar US$ 180 bi ao PIB conjunto DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS A União Europeia e os EUA anunciaram para o fim deste ano o início das conversas para costurar um dos mais importantes acordos de livre-comércio da história. O comércio entre Estados Unidos e União Europeia supera os US$ 2 bilhões por dia -o que representa cerca de um terço de todo o fluxo comercial do mundo. O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, logo após o discurso anual do presidente dos EUA, Barack Obama, ao Congresso, anteontem à noite. Apesar de as tarifas de comércio entre as duas economias já serem relativamente baixas, a Câmara de Comércio americana calcula que a remoção de todos os impostos pode somar US$ 180 bilhões ao PIB (Produto Interno Bruto) combinado de EUA e UE nos próximos cinco anos. O tratado também poderia ajudar a manter as duas potências influentes num cenário onde a China se destaca cada vez mais. Tanto os EUA como a UE desconversam sobre esse ponto que, segundo especialistas, é o grande pano de fundo do acordo. "Ele dará um impulso para a economia de ambos e não custará nenhum centavo do dinheiro do contribuinte", justificou Barroso, que prevê um crescimento de 0,5% do PIB da União Europeia com o tratado. Um grupo de trabalho entre líderes dos EUA e da UE existe desde 2011 para discutir perspectivas de um acordo de livre-comércio, que demoraria ainda pelo menos mais dois anos para sair do papel. Há vários pontos comerciais divergentes entre as duas economias. A começar pelos subsídios que os governos concedem a empresas e a certos produtos locais para fomentar a exportação. DIVERGÊNCIAS Uma batalha é a que envolve as fabricantes de aviões Boeing (Estados Unidos) e Airbus (França). Outra divergência seria quanto à comercialização de alimentos, já que os europeus têm resistência a produtos Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 14 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 geneticamente modificados ou ao uso de hormônios em animais de abate -prática aceitável por consumidores e difundida por produtores americanos. Num esforço para construir uma confiança mútua, Bruxelas já fez algumas concessões a Washington, aceitando recentemente o uso de ácido láctico para limpar carcaças de carnes. As negociações devem contar com o apoio de grupos empresariais, que já colocaram lobistas para trabalhar. Ambientalistas, no entanto, poderão ser um grande obstáculo para o acordo. O desejo de liberalização do comércio bilateral em ambos os lados do Atlântico reflete, de certa forma, o fracasso das negociações para um acordo global na OMC (Organização Mundial do Comércio), lançadas há 11 anos. BRASIL REFORÇA CERCO A PRODUTO IMPORTADO GABRIEL BALDOCCHI DE SÃO PAULO O cerco do governo aos produtos importados suspeitos de práticas desleais de competição, cada vez mais intenso no governo Dilma Rousseff, ganhará um reforço a partir do mês que vem. Para agilizar a análise das reclamações crescentes da indústria nacional, a equipe do governo ganhará 90 investigadores de defesa comercial a partir de março. Eles se somarão aos 30 técnicos atuais. O país já é líder na abertura de processos antidumping e foi apontado como um dos principais responsáveis pelo crescimento dos casos globais no último relatório da OMC (Organização Mundial do Comércio), de 2012. Antidumping é o nome da medida de proteção a setores produtivos afetados quando um item chega a um país por um preço inferior ao valor normal praticado em seu mercado de origem. Editoria de Arte/Folhapress 15 Um exemplo de investigação recente é o caso dos talheres chineses. O valor normal encontrado par o produto era de US$ 26,3 o quilo, mas, no Brasil, os chineses cobravam US$ 6,6. Após reclamação da indústria nacional, o talher estrangeiro paga tarifa de US$ 19,7 o quilo. O aperto do governo não se restringe à chegada de servidores. Um novo marco regulatório de defesa comercial está praticamente pronto e deve ser publicado em breve. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 A principal mudança é o encurtamento no prazo das etapas, para reduzir o período de investigação dos processos de 15 para dez meses. Também passará a ser compulsória uma avaliação preliminar que, em caso positivo, permite que o setor afetado receba proteção provisória --com aplicação de sobrepreço-- antes mesmo do encerramento do processo. Usada em poucos casos hoje, essa avaliação preliminar deverá ser feita em até quatro meses, ante os nove atuais. Editoria de Arte/Folhapress 16 URGÊNCIA "Uma medida de defesa, quando cabível, é urgente. A indústria está sendo prejudicada em razão de algo desleal e não convém que o prejuízo se agrave devido à demora", diz a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. O novo marco esclarece um outro benefício, o direito retroativo, que, segundo a secretária, nunca chegou a ser usado, embora seja previsto de maneira genérica. Como o instrumento prevê cobertura para três meses antes da concessão do direito provisório, deixa apenas um mês de todo o processo sem benefício algum. Embora enfatize que o principal objetivo do reforço é a redução dos prazos, Prazeres admite uma provável elevação de abertura de processos como resultado da maior agilidade no trâmite. Com quadro maior de servidores, diz, será possível dedicar mais tempo a outras tarefas, como a fiscalização de irregularidades no cumprimento das medidas. Outra justificativa para o reforço é a complexidade dos casos. Em um processo, por exemplo, havia 1.650 partes interessadas e em outro eram mais de 30 mil páginas. Os processos abrangem produtos que vão do alho a armações de óculos, passando por matéria-prima para a produção nacional. Em 2012, o Brasil abriu 63 processos, o maior número da história, reflexo dos 105 pedidos entregues em 2011. Os setores siderúrgico e químico lideraram. NOVAS MEDIDAS TRAZEM 'RISCO PROTECIONISTA', DIZEM ANALISTAS DE SÃO PAULO Especialistas do setor alertam para os riscos de o novo reforço contribuir para as acusações internacionais de uma escalada protecionista no Brasil e acabar pesando contra o setor produtivo nacional e os consumidores. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 As críticas sobre protecionismo do governo ganharam força após medidas como a elevação dos impostos para carros importados em 2011 e para outros cem produtos no ano passado. "Esse processo [reforço na área] não pode levar a uma exacerbação do protecionismo brasileiro", afirma o coordenador do curso de Relações Internacionais da Faap, Marcus Vinicius de Freitas. Segundo ele, o resultado pode ser um atraso tecnológico e de custos ao país. Para José Luiz Rossi, professor do Insper, a iniciativa sinaliza um incentivo à indústria para buscar os recursos. As medidas antidumping, diz, acabam encarecendo insumos usados na produção nacional."Esse tipo de política piora a produtividade da indústria e vai ter efeitos nocivos no crescimento no médio e no longo prazo", afirma. O governo rebate as críticas ao destacar os critérios rígidos na avaliação dos pedidos antes da abertura de um processo. "A aplicação de medidas está prevista na OMC e não é considerada algo protecionista. Temos muita tranquilidade", afirma a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. (GB) ANÁLISE: ATRITOS COMERCIAIS GANHARAM ESPAÇO APÓS O INÍCIO DA CRISE MUNDIAL JOSÉ FRANCISCO DE LIMA GONÇALVES ESPECIAL PARA A FOLHA A Organização Mundial do Comércio emergiu do Gatt (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio), filho das preocupações que criaram o FMI e o Banco Mundial. O balanço da Segunda Guerra resultou em iniciativas para corrigir erros cometidos de 1870 a 1945, erros de avaliação dos limites humanos e de incompreensão do funcionamento da economia. Tratava-se de criar regras para as relações econômicas entre os países que aderissem a acordos, buscando combinar soberania e cooperação. O comércio foi, desde sempre, a base das relações econômicas internacionais. Mesmo num mundo dominado pelas finanças, responde por enorme porção de atividade, emprego e desenvolvimento. O comércio internacional potencializa as capacidades dos parceiros e gera mais riqueza. Mas, dependendo das circunstâncias, se torna uma arma: os poderes econômico e político podem levar a situações de deterioração das relações humanas. A crise de 2008 amplificou os espaços para atritos comerciais. De um lado, a queda na atividade cria capacidade ociosa entre os países. A busca da "exportação" dessa capacidade leva a conflitos. Como promover o entendimento refletido na OMC? De outro lado, o comércio pode ser poderosa alavanca na superação da recessão que a crise criou. A cooperação nunca foi tão importante: pequenas concessões podem fazer a recuperação geral. O Brasil é um dos países mais atuantes nas disputas comerciais. Seu papel na OMC tem se destacado, tanto na ampliação de quadros técnicos no governo como na atitude atuante dos produtores nacionais. Existem hoje 69 investigações em curso, de exportações à produção doméstica de práticas desleais nas importações. São 88 medidas em vigor. Ao defender a economia dentro dos limites legais dos acordos internacionais, o governo faz, independentemente de outras iniciativas, o que dele se espera. JOSÉ FRANCISCO DE LIMA GONÇALVES é professor da FEA/USP e economista-chefe do Banco Fator US AIRWAYS E AMERICAN APROVAM FUSÃO QUE CRIA MAIOR COMPANHIA DO SETOR DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS Os conselhos de administração do grupo da American Airlines e da US Airways aprovaram a fusão entre as duas empresas após reuniões na noite de quarta-feira. O negócio foi confirmado em anúncio conjunto nesta quinta-feira. A transação cria a maior companhia aérea do mundo e deve ajudar a American a deixar o processo de recuperação judicial em que se encontra desde 2011. O negócio ainda precisa ser aprovado pelo órgão de defesa da concorrência dos EUA e outras autoridades do país. O novo grupo deverá manter a marca American e terá um valor de mercado próximo a US$ 11 bilhões. Delta e United Airlines, principais concorrentes da nova empresa, possuem valores de mercado de US$ 12,4 bilhões e US$ 8,7 bilhões, respectivamente. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 17 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Com a fusão, a companhia passará a oferecer 6.700 voos diários para 336 destinos em 56 países. Pelo acordo, credores da American Airlines ficariam com 72% da nova companhia deixando o restante aos acionistas da parceira. A nova empresa deve ser comandada pelo presidente-executivo da U.S Airways, Doug Parker. Já o líder da American, Thomas Horton, ficará na posição de presidente do conselho até 2014. "Temos orgulhar em lançar a nova American Airlines, uma companhia global com estrutura para competir e ganhar das melhores do mundo. A fusão traz duas redes altamente complementares com acesso aos melhores destinos plelo mundo ", afirmou Horton. Em entrevista à Folha, Horton afirmou que a consolidação tem sido a resposta para os desafios da aviação civil. "[Consolidação] Significa alocação de capacidade e precificação mais racionais", diz ele. A racionalização, por sua vez, permite que as empresa lidem melhor com o aumento de custos do setor, em especial o do combustível. BRASIL NOS AJUDOU SAIR DA CRISE, DIZ PRESIDENTE DA AMERICAN AIRLINES MARIANNA ARAGÃO DE SÃO PAULO A American Airlines, terceira maior companhia aérea do mundo, enfrentou um dos anos mais difíceis de sua história em 2012. Após entrar em concordata nos EUA no final de 2011, enfrentou um corte de custos de US$ 2 bilhões e greves de funcionários que culminaram em cancelamentos e atrasos de centenas de voos. Agora, ela se prepara para deixar essa condição, garante Thomas Horton, presidente da companhia. A saída do "Chapter 11", lei americana que concede prazo às empresas para se reorganizarem financeiramente, pode ocorrer logo, caso a American conclua acordo de fusão com a US Airways --o que deve ocorrer hoje. "Essa decisão vai ditar o curso que tomaremos para sair [da concordata]: se combinados a outra companhia ou sozinhos", diz Horton. A união criaria a maior empresa aérea do mundo --posto que já foi da American, mas que hoje é da United Airlines. Com crescimento de 12% em 2012, mais que o dobro da média no restante do mundo, o Brasil teve uma participação importante na recuperação e esteve no centro das principais decisões da aérea. A relevância do Brasil levou seus executivos a pleitearem com o governo americano a dispensa do visto de brasileiros para os EUA. "Queremos mais liberdade de viagem e comércio entre esses dois grandes países." FOCO Segundo Horton, o Brasil é o segundo maior mercado da companhia, só atrás dos EUA. Nos últimos três anos, o número de voos semanais para o país mais que dobrou, atingindo 111, e o número de cidades brasileiras atendidas aumentou de duas para sete. Até o final do ano, com a adição de Curitiba e Porto Alegre, serão 120 voos semanais e nove cidades. A Delta Airlines, que também ampliou sua operação, tem 35 voos semanais e atende Rio, São Paulo e Brasília. A Delta, porém, é parceira da Gol, o que amplia o número de cidades atendidas para 21. A United opera 35 voos semanais, em São Paulo e no Rio. Segundo os executivos, a American voltou a dar lucro e "será uma das mais lucrativas" entre as americanas. A American que emerge após a concordata, diz Horton, será saudável financeiramente e mais competitiva graças à encomenda de 460 novas aeronaves em 2011. "Caminhamos para ser a companhia com a frota mais jovem dos EUA", afirmou. No início de fevereiro, o primeiro exemplar do modelo Boeing 777-300 recebido pela empresa foi inaugurado na rota São Paulo/Dallas. "O segundo [entregue] irá para a rota Londres/EUA, o que mostra a importância do Brasil para nós", diz Virasb Vahidi, vice-presidente. O ESTADO DE SÃO PAULO, QUINTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2013 CADE INVESTIGA LICITAÇÕES SOBRE SERVIÇOS DE TI NO DISTRITO FEDERAL Reuters A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu nesta quinta-feira uma apuração para identificar um suposto cartel em licitações públicas no Distrito Federal para contratação de serviços de tecnologia da informação (TI), informou a autarquia. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 18 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 O órgão regulador baseou a instauração do processo administrativo a partir de documentos enviados em 2012 pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). "Há indícios de que sete empresas e dez executivos teriam trocado informações e se coordenado para fixar preços, ter vantagens em licitações e dividir o mercado de serviços de TI", disse o Cade em nota. Logo após a publicação dos editais para contratação de serviços terceirizados de TI, os acusados teriam mantido "intensa comunicação" através de mensagens eletrônicas, nas quais podem ter trocado "informações comerciais sensíveis, como preço, clientes e condições de participação". A entidade não divulgou os nomes das companhias nem dos executivos. Os acusados serão notificados para apresentar defesa no prazo de 30 dias, segundo a nota. "A Superintendência-Geral do Cade constatou indícios de que a atuação do suposto cartel teria prejudicado órgãos e empresas públicas de âmbito federal e distrital, eliminando a competição nas licitações realizadas para a contratação de serviços terceirizados de tecnologia da informação", completou o comunicado. Ao fim do processo, a superintendência enviará o caso para julgamento no Tribunal do Cade. (Redação Rio de Janeiro) QUALICORP CAI APÓS CADE RECOMENDAR VETO Qualicorp ON perdeu 6,47% de seu valor. A Superintendência Geral do Cade recomendou a não aprovação de associação da empresa com a Aliança e também GA Consultoria, nos moldes apresentados ao conselho. AMERICAN AIRLINES E US AIRWAYS CRIARÃO MAIOR CIA AÉREA DO MUNDO Reuters A American Airlines e a US Airways anunciaram a fusão das empresas nesta quinta-feira, numa operação que criará a maior companhia aérea do mundo e que terá um valor de mercado de 11 bilhões de dólares. A fusão conclui uma onda de consolidações que ajudou as companhias aéreas norte-americanas a terem bases financeiras mais sólidas. O acordo era amplamente esperado pelo mercado e passou mais de um ano em gestação. A AMR, controladora da American, encaminhou um pedido de concordata em novembro de 2011 e a US Airways começou a buscar a fusão no início de 2012. A nova empresa, que vai operar sob a marca da American Airlines, será 2 por cento maior em tráfego de passageiros pagantes que a atual líder mundial, a United Continental. A companhia combinada terá sede no Texas e será comandada pelo presidente-executivo da US Airways, Doug Parker, antigo defensor da consolidação da indústria. Os acionistas da US Airways terão 28 por cento de participação na nova empresa. O restante ficará com acionistas da AMR e credores de suas subsidiárias, sindicatos trabalhistas da American e atuais funcionários da AMR. A transação em ações está sujeita a aprovação de autoridades regulatórias dos Estados Unidos e do tribunal de falências do país e deve gerar mais de 1 bilhão de dólares em sinergias anuais líquidas em 2015. No anúncio, as empresas também informaram que planejam assumir a entrega de mais de 600 novas aeronaves. No final de janeiro, o presidente da divisão de aviação comercial da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, afirmou que a fabricante vê a companhia norte-americana demandando mais jatos regionais. (Por Karen Jacobs e Sagarika Jaisinghani) ESTADOS UNIDOS E EUROPA PREPARAM A MAIOR ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DO MUNDO Obama e Barroso, da Comissão Europeia, anunciam início das negociações; discussão põe pressão sobre emergentes como Brasil e China RAQUEL LANDIM - O Estado de S.Paulo Estados Unidos e União Europeia anunciaram ontem que vão negociar um acordo de livre comércio. Se for bem-sucedida, a iniciativa pode estabelecer a maior zona comercial do planeta, respondendo por metade da produção e 30% das trocas de bens e serviços globais. A notícia representa uma enorme pressão para os grandes países emergentes, como China e Brasil. As conversas entre americanos e europeus devem começar em junho com o ambicioso prazo de serem concluídas em dois anos, quando termina o mandato da atual Comissão Europeia. O comunicado conjunto sobre as negociações foi divulgado após o presidente dos EUA, Barack Obama, mencionar o assunto em seu Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 19 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 discurso à nação. "Comércio justo e livre pelo Atlântico significa milhões de bons empregos para os americanos", disse Obama. Em entrevista em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse que o acordo representa uma "mudança no jogo" do comércio global. A iniciativa também significa a "última pá de cal" na Rodada Doha, da Organização Mundial de Comércio (OMC). "Americanos e europeus querem passar a mensagem de que confiam no comércio para superar a crise, mas colocaram pressão na OMC e nos emergentes", disse Rubens Ricupero, ex-secretário geral da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Estados Unidos e União Europeia já são mercados relativamente abertos. A alíquota de importação média está em 3,5% nos EUA e 5,2% na UE. O grande desafio do acordo é estabelecer regras comuns para temas tão diversos, mas que interferem diretamente no comércio, quanto meio ambiente, padrões de segurança ou produção cultural. A tarefa é muito complicada. Segundo experientes negociadores ouvidos pelo Estado, EUA e UE têm "filosofias" diferentes. Os europeus utilizam o princípio da precaução, em que um alimento transgênico, por exemplo, não é liberado enquanto não se prove que não há riscos, enquanto os americanos trabalham com "riscos aceitáveis" e aprovam produtos se os benefícios são maiores que as perdas. Padrões globais. "Se conseguirmos estabelecer padrões com os Estados Unidos, eles têm chance de se tornarem padrões globais. Isso é da maior importância para nossas indústrias", disse Karel De Gutch, comissário de Comércio da UE. E é nesse tema que está a maior preocupação dos países como o Brasil. Fontes do Itamaraty afirmam que a estratégia de EUA e UE é colocar pressão na China. "Americanos e europeus vão criar padrões para a fabricação de aviões ou qualquer outro produto e os chineses estarão sempre um passo atrás", disse um diplomata. Os EUA também estão negociando um parceria de comércio e investimentos com países do Pacífico, menos a China. O Brasil também é atingido, pois teria de simplesmente aceitar novas regras que hoje são discutidas em fóruns multilaterais. A situação do País é ainda mais delicada, porque não fechou acordos bilaterais nos últimos anos. "Num mundo que se regionaliza, o Brasil tem poucos acordos", avaliou Sérgio Amaral, exministro do Desenvolvimento. Não é a primeira vez que EUA e UE tentam selar um acordo de livre comércio. Desde o surgimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em 1949, eles falam em criar algo equivalente no comércio. A diferença é que, agora, a crise pode impulsionar as negociações. O ACORDO TRANSATLÂNTICO E O BRASIL Análise: Diego Bonomo* O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou, em seu discurso à Nação, o lançamento de negociações entre os EUA e a União Europeia para a conclusão de um histórico acordo transatlântico de livre comércio - o Transatlantic Trade and Investment Partnership (TTIP). O anúncio é, ao mesmo tempo, político e pragmático. Em matéria de volume de comércio, o TTIP será o maior acordo comercial da história. De um lado, ao anunciar a iniciativa ambiciosa na área comercial, o presidente toma para si um tema tradicional do Partido Republicano. De outro lado, o anúncio é pragmático, pois Obama reconhece o papel das exportações (e da abertura de mercados) para a retomada do crescimento econômico e da criação de empregos nos EUA. O TTIP, somado ao acordo transpacífico (TPP) em negociação, será peça-chave para a integração comercial dos dois polos mais dinâmicos do capitalismo global: o Atlântico Norte e o Pacífico, embora sem a China. Há 20 anos, acreditava-se que o mundo pós-Guerra Fria seria dividido em três blocos comerciais: as Américas, lideradas pelos Estados Unidos; a Europa, o Mediterrâneo e a África, cujo dínamo seria a Alemanha; e o Sudeste Asiático, em torno do Japão. A "tríade", hoje, pode ser transformada em um "cinturão comercial" (TTIP-TPP), que deixará de fora a África, a Ásia Central, o Oriente Médio, parte da América Latina e, sobretudo, os Brics. Concorrentes entre si, os Brics têm pouca chance de criar alternativa viável. O TTIP poderá ter dois impactos imediatos para o Brasil - poderá desviar comércio, prejudicando as exportações brasileiras para os Estados Unidos e para a União Europeia, e tem potencial para alterar a dinâmica das negociações na Organização Mundial do Comércio. Além disso, deverá ser complementado por acordos adicionais, tanto dos Estados Unidos, quanto de outros países, que, inclusive, já se organizam para lançar iniciativas plurilaterais sobre serviços e tecnologias da informação e comunicação sem a participação do Brasil. Desde 2008, o País não tem estratégia clara de negociações comerciais e a política comercial brasileira Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 20 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 permanece amarrada a três mitos: só proteção gera crescimento; a agricultura é ofensiva, mas a indústria não o é; e acordos com países desenvolvidos criam dependência, mas não crescimento e empregos. Como resultado, o Brasil perde terreno comercial até mesmo no Mercosul. Diante desse cenário, não ter estratégia não é alternativa. O País precisa repensar sua política comercial ou acabará como no ditado: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come! *Diretor para Políticas Públicas da Seção , Americana do Conselho Empresarial , Brasil-Estados Unidos (Cebeu), Ligado à U.S. Chamber of Commerce, em Washington ACORDO VAI PRESSIONAR NEGOCIAÇÃO ENTRE MERCOSUL E UNIÃO EUROPEIA O Brasil está sob pressão para concluir as negociações entre Mercosul e União Europeia, que já duram mais de uma década. Esse deve ser um dos principais efeitos no País do anúncio da intenção de Estados Unidos e Europa de negociarem uma área de livre comércio. Segundo uma fonte do governo brasileiro, um acordo com os europeus seria a única maneira de o Brasil tentar influenciar na decisão de padrões globais para segurança de alimentos, medicamentos e outros produtos, caso avance a parceira transatlântica entre EUA e UE. "Os europeus não poderiam acertar nada com os americanos sem nos consultar também", disse um experiente negociador. Hoje padrões técnicos e outras regras de governança global são decididos em órgãos multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) ou a Organização de Agricultura e Alimentação (FAO). Com um acordo transatlântico, os padrões estabelecidos por americanos e europeus podem ser impostos ao resto do mundo. Também preocupa o Brasil que os Estados Unidos, importante produtor de carne bovina e de frango, consiga um melhor acesso ao mercado europeu. Recentemente, Mercosul e UE decidiram retomar as negociações e trocar ofertas de abertura de mercado no último trimestre deste ano. O Ministério do Desenvolvimento fez uma consulta a indústria brasileira, que está "um pouco menos reticente" a um acordo. A maior dificuldade, porém, é convencer a Argentina a aceitar qualquer liberalização de comércio. /R.L. 21 VALOR ECONÔMICO, QUINTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2013 CADE APROVA COMPRA PELA JBS DA AVÍCOLA AGROVÊNETO, DE SANTA CATARINA Por Thiago Resende | Valor BRASÍLIA - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, o negócio em que o grupo frigorífico JBS pretende comprar a Agrovêneto – empresa de Santa Catarina que atua no segmento de abate de aves. Estimada em R$ 128 milhões, a operação foi anunciada em novembro do ano passado. A compra envolve a JBS Aves, parte do grupo que atua no mercado de produção e comercialização de produtos a base de aves e suínos. Por estar afogada em dívidas, a maior parte da aquisição da Agrovêneto ocorrerá porque a JBS vai assumir dívidas da empresa. Ao analisar o caso, o órgão de defesa da concorrência ressaltou que, em 2011, cerca de 30% da produção nacional de carne de frango foi exportada e o restante foi para o mercado interno. Além disso, mesmo juntas, as duas empresas (Agrovêneto e JBS Aves) não detêm grande participação no mercado. Os efeitos do negócio, portanto, não gerará problemas concorrenciais no segmento. Em justificativa enviada ao Cade, a JBS informou que, com a operação, quer intensificar a “atuação no mercado de aves, no qual ingressou recentemente, e sobre o qual tem projetos de expansão de produção e de comercialização de produtos derivados de frango.”O caso foi analisado pela nova lei de defesa da concorrência. Agora, com o aval do órgão antitruste, a catarinense poderá ser comprada pela JBS. Por ser considerado simples do ponto de vista concorrencial, apenas o sinal verde da Superintendência-Geral do Cade vale como decisão sobre a operação. Assim, o negócio não precisará passar por julgamento em plenário do Cade. (Thiago Resende | Valor) CADE APROVA JOINT VENTURE DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DA COCA-COLA Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Por Thiago Resende | Valor BRASÍLIA - Cade aprova “joint venture” para fabricar e distribuir produtos da Coca-Cola O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, uma “joint venture” entre os grupos Coca-Cola, Calila e Renosa. A nova empresa tem o objetivo de reunir as atividades de fabricação, engarrafamento e distribuição dos produtos da Coca-Cola na região Nordeste, no Mato Grosso e em parte de Tocantins e Goiás. O grupo Calila detém fatia de empresas que atuam na fabricação e distribuição de refrigerantes e outros produtos da Coca-Cola, além da comercialização de cervejas e bebidas não alcoólicas, como água. Essas companhias operam em Estados da região Nordeste. A Renosa também controla empresas que atuam no setor de bebidas, como Companhia Maranhense de Refrigerantes, Tocantins Refrigerantes. A ideia da “joint venture” é tornar a produção e comercialização de bebidas mais eficiente. Os grupos envolvidos no negócio alegaram que as empresas que serão consolidadas na nova companhia já pertencem ao sistema Coca-Cola, que não terá aumento de participação de mercado com a operação. Ao analisar o caso, o órgão antitruste destacou esses pontos e concluiu que a “joint venture” não gera preocupações concorrenciais. O negócio foi analisado pela nova lei de defesa da concorrência e agora, com o aval do Cade, as companhias poderão realizar a operação. Por ser considerado simples do ponto de vista concorrencial, o caso não precisará passar pelo plenário do Cade. Vale a decisão da Superintendência-Geral do órgão publicada no “Diário Oficial da União” no início do mês, mas que só hoje foi disponibilizada no site do Cade. (Thiago Resende | Valor) A INFRAÇÃO COMPENSA NA NOVA LEI DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA? Por Gabriel Moreira Pinto A nova lei concorrencial (lei nº 12.529/2011) introduziu diversos avanços no ambiente de negócios brasileiro, mas também acentuou um risco que merece ser mais debatido: a multa máxima aplicável às empresas pode ser insuficiente para desencorajar cartéis, vendas casadas, preço predatório, entre outras infrações à ordem econômica. A preservação de um ambiente de livre concorrência é um desafio, em parte porque as práticas anticompetitivas costumam ser bastante lucrativas. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que cartéis rendam um adicional de 10% a 20% sobre o preço competitivo, enquanto uma pesquisa de John M. Connor, professor da Universidade de Purdue, EUA, encontrou ganhos médios de 49%. Para prolongar esses benefícios, os infratores costumam empregar mecanismos sofisticados para eliminar seus rastros, dificultando sua detecção e sua prova. E mesmo após eventual condenação administrativa, é possível reduzir o efeito real da multa arrastando por anos as discussões na justiça. Em uma análise puramente econômica, falsear a livre concorrência pode ser uma estratégia tentadora. Estado dispõe de outras ferramentas, mas isso não justifica a manutenção de modelo punitivo mal desenhado Desse modo, a efetividade da defesa da concorrência pelo Estado depende da sua capacidade de desincentivar o surgimento dessas práticas, sinalizando ao mercado que o lucro ilegal esperado seria inferior à multa esperada multiplicada pelo risco de punição. Nesse contexto, e na mesma linha do que vem sendo realizado em diversos países, as autoridades brasileiras intensificaram as investigações e puniram as infrações de forma cada vez mais severa. Para ilustrar, as multas impostas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) chegaram a R$ 345 milhões no cartel dos vergalhões de aço, a R$ 352 milhões por abuso de poder econômico no setor de bebidas e a R$ 2,3 bilhões no cartel dos gases. O fundamento legal que permitiu condenações nesses patamares foi a antiga lei concorrencial (Lei nº 8.884/94), que previa multa rigorosa às sociedades infratoras: de 1% a 30% sobre o faturamento bruto da empresa no exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, dobrada em caso de reincidência. De um lado, o rigor nas condenações chamou a atenção do mercado, servindo como fator desencorajador de novas condutas e estimulador da celebração de acordos (termos de cessação de conduta) milionários para o encerramento amigável das investigações. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 22 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Por outro lado, o cálculo da multa sobre o faturamento total da sociedade muitas vezes levou ao questionamento quanto à possível desproporcionalidade entre os lucros ilícitos (obtidos apenas no mercado relevante da infração) e a multa imposta (calculada sobre os ganhos totais da empresa, que poderiam advir predominantemente de mercados sem qualquer relação com a infração). Em casos excepcionais, o Cade acatou essa linha de argumentação, mas foi no processo de elaboração da nova lei concorrencial que ela ganhou força. Resultado: a base de cálculo foi alterada do faturamento total para o "faturamento no ramo de atividade empresarial em que ocorreu a infração", expressão definida pelo Cade com base na Classificação Nacional de Atividades Econômicas. Essa redução da base de cálculo, somada à do teto de 30% para 20%, aumentou o risco de a multa máxima aplicável ser menor do que os lucros ilegais acumulados por diversos anos. Especialmente se a infratora não atuar com outros produtos e serviços no mesmo ramo de atividade da infração e a conduta se der em toda sua área de atuação, de modo que a multa acabaria incidindo sobre o seu faturamento no mercado relevante da infração. Nessa hipótese, simplificadamente, uma infração que tenha gerado 15% de ganhos adicionais por ano, ao longo de cinco anos, terá somado ganhos de pelo menos 75%, mas estaria sujeita a uma multa máxima de apenas 20%. É para evitar essa distorção que as Diretrizes da Comissão Europeia sobre o assunto preveem a multiplicação da multa-base pelo número de anos que a infração durou (até o limite legal). Restaria ao Cade aplicar o dispositivo de que a multa "nunca será inferior à vantagem auferida, quando possível sua estimação". Essa difícil manobra apenas atenuaria o problema, pois uma punição igual aos ganhos também não é suficiente para desencorajar novas condutas - a infração continuaria atrativa face o risco de não-detecção. Não é por outra razão que as leis colombiana e americana dispõem que a multa pode chegar a, respectivamente, 150% e 200% dos ganhos ilegais. A faculdade que a nova lei atribui ao Cade de calcular a multa não apenas sobre o faturamento da empresa, mas também do "grupo ou conglomerado", não parece mitigar significativamente o problema. Esse dispositivo só poderá ser aplicado nos casos em que a infratora fizer parte de grupo ou conglomerado que detenha outras empresas no mesmo ramo de atividade. E ainda, sob os prismas da proporcionalidade e da isonomia seria questionável sua utilização se as demais empresas não participaram nem lucraram com a prática. Um último problema da nova lei quanto ao cálculo da multa está no silêncio sobre a atualização do faturamento da infratora. O Cade pode tentar contorná-lo aplicando o art. 11 da Lei nº 9.021/95, que prevê que, na lei revogada, o faturamento da empresa seria corrigido pelos critérios de atualização dos tributos federais pagos em atraso. Mas tratando-se de interpretação extensiva de norma punitiva, esse caminho deve levar a uma árdua batalha judicial. É verdade que outras ferramentas estão à disposição do Estado no combate às condutas anticoncorrenciais, mas isso não justifica a manutenção de um modelo punitivo mal desenhado. O artigo 37 da Lei nº 12.529/2011 precisa ser alterado para permitir que, em qualquer caso, a multa aplicada pelo Cade seja suficiente para desencorajar novos ilícitos e, assim, contribuir para o aumento da competitividade nos mercados brasileiros. FOLHA DE SÃO PAULO, SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013 Editoriais [email protected] UNIÃO DOS SONHOS Se de fato avançar, zona de livre-comércio entre EUA e União Europeia criará bloco capaz de rivalizar com a China, mas vai demorar A perspectiva de uma zona de livre-comércio que reúna os Estados Unidos e a União Europeia não passa por ora de uma ideia ambiciosa. Se um dia vir a luz do sol, o maior bloco econômico planetário passará por longa gestação. As negociações para chegar a um acordo, tal como antevisto pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, deveriam terminar até 2015. Se bem-sucedido, produziria um Leviatã responsável por um terço do comércio do mundo, hoje, embora seus habitantes representem pouco mais de um décimo da população global. Sem dúvida estaria criado um polo capaz de rivalizar com o dragão chinês, cuja economia, segundo algumas projeções, deve ultrapassar a dos EUA nesta década. Mas o próprio Barroso prevê que o PIB da UE ganharia modesto 0,5% com o tratado -por coincidência, a cifra empata com o ritmo de queda observado na economia europeia no último trimestre de 2012. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 23 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Haveria incremento total de US$ 180 bilhões, em cinco anos, à riqueza produzida dos dois lados do Atlântico Norte. O valor relativamente modesto decorre do fato de que tanto UE quanto EUA aplicam tarifas já muito baixas em seu comércio bilateral; reduzi-las a zero não traria tanto ganho assim. E, com certeza, isso não aproximaria o superbloco da hiperatividade da China, onde o PIB se expande à taxa de 8% anuais mesmo em tempos de crise. A economia mundial seguiria em duas velocidades: a passo acelerado em países emergentes e devagar, quase parando, em nações desenvolvidas. Se não tem potencial para sincronizar as marchas desses polos, a pretendida zona de livre-comércio concentraria nos EUA e na UE o poder de mercado conferido pelo volume. Normas legais e padrões sanitários que adotassem se transformariam de pronto em padrão. Pois é aí, justamente, que se concentram os empecilhos para que a união se forme no prazo cogitado. Americanos e europeus vivem às turras, há décadas, por subsídios à indústria aeronáutica, transgênicos na agricultura, hormônios na pecuária e uma infinidade de questões. Não será em dois anos que tais diferenças desaparecerão. O ESTADO DE SÃO PAULO, SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013 EXPANSÃO ACELERADA DO JBS EM CARNE BOVINA SERÁ INVESTIGADA PELO CADE Alimentos. Estimativas apontam que empresa pode ter elevado de 15% para 40% sua participação no mercado de carnes no País; o Cade encontrou dezenas de operações que não foram informadas e que, se somadas, seriam um dos maiores frigoríficos brasileiros RAQUEL LANDIM - O Estado de S.Paulo O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vai avaliar o crescimento, por meio de aquisições, do frigorífico JBS no Brasil e seus impactos nos preços pagos aos pecuaristas e cobrados dos consumidores pela carne bovina. Estimativas iniciais apontam que a empresa da família Batista pode ter triplicado de tamanho nos últimos quatro anos, elevando sua participação na carne bovina vendida no País de 15% para 40%. Parte dessa expansão foi financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na próxima sessão do Cade, na quarta-feira da semana que vem, os seis casos de aquisições do JBS em análise, incluindo a compra do frigorífico Bertin, serão reunidos em um só processo, que ficará a cargo do conselheiro Marcos Paulo Veríssimo. Além disso, a superintendência geral do Cade identificou cerca de 70 operações de aquisições e arrendamentos de plantas frigoríficas no País e 20 no exterior que não foram notificadas. O tribunal vai avaliar o que deveria ter sido informado e acrescentar ao processo. A empresa pode ser multada por isso. De acordo com fontes próximas, o JBS entende que, por se tratar de arrendamento e não compra, não haveria necessidade de informar ao Cade. Apenas as plantas arrendadas, se consideradas como uma companhia em separado, seriam o segundo ou terceiro maior frigorífico bovino do País. Entre as empresas arrendadas e não notificadas ao Cade está, por exemplo, o frigorífico Quatro Marcos, que tinha cinco plantas no Brasil. Ontem, tornaram-se públicos pareceres da superintendência geral do Cade sobre duas pequenas aquisições do JBS, os frigoríficos Tirolesa/Rodo e SSB. Mas, na conclusão da análise, a superintendência recomendou que o crescimento do JBS fosse analisado como um todo. E, segundo o Estado apurou, o tribunal já decidiu seguir por esse caminho. "O movimento contínuo de aquisições, e em especial o caso dos arrendamentos, vis à vis o crescimento esperado do mercado e a já elevada capacidade ociosa da empresa, é questionável do ponto de vista da racionalidade econômica, levando-se a uma necessária indagação sobre uma eventual estratégia de afastamento da concorrência", diz o parecer da superintendência. De acordo com uma fonte próxima à autarquia, não há nenhum "prejulgamento" do JBS, mas apenas o prática "usual" de reunir os casos, para "identificar potenciais riscos anticompetitivos que não podem ser verificados na análise dos casos isolados". Em separado, as aquisições feitas pela JBS são pequenas e a tendência seria serem aprovadas sem restrições. Pecuaristas. Os pecuaristas, especialmente do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, já vêm reclamando há algum tempo dos problemas provocados pela concentração do mercado nas mãos do JBS, que ocorreu a partir de 2008, quando vários frigoríficos, como Independência, Quatro Marcos e Frialto, quebraram. Com financiamento do BNDES, que se tornou importante sócio de empresas no setor, JBS e Marfrig adquiriram uma série de plantas no País e no exterior. O JBS, no entanto, é hoje bem maior que o Marfrig, Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 24 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 que representa cerca de 15% da carne bovina vendida no País. "Essa situação é resultado da falta de gestão dos grupos, da crise internacional, mas também da política do governo federal. Por que não fomentaram também os outros frigoríficos?", diz Luciano Vacari, secretário executivo da Associação de Criadores do Mato Grosso (Acrimat). Entidades ligadas aos criadores estimam que, hoje, o JBS seja responsável por 50% a 60% da compra de gado em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em algumas regiões, como Barra do Garça (MT), a empresa da família Batista é a única opção de compra de gado. O JBS vinha sendo acusado pelos pecuaristas de arrendar frigoríficos para deixá-los fechados, eliminando a concorrência. Os pecuaristas se reuniram com senadores e deputados e tiveram reuniões no Cade. Recentemente, a empresa reabriu quatro unidades e promete voltar a operar mais duas até abril. Procurado, o JBS não deu entrevista e informou que ainda precisa avaliar a decisão do Cade. ACORDO DE JBS E BERTIN PODERÁ SOFRER RESTRIÇÕES--ESPECIALISTAS FABÍOLA GOMES - Reuters SÃO PAULO, 14 FEV - A compra do Bertin pela JBS, operação que ajudou a transformar o frigorífico da família Batista na maior produtora de carne bovina do mundo, provavelmente será aprovada pelo órgão antitruste, mas com restrições às atividades de abate e carnes in natura em alguns Estados, segundo especialistas. A operação, em análise pelo Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico (Cade) desde 2009, quando a associação com a Bertin foi anunciada, foi o pontapé inicial de uma série de aquisições que deram à JBS participação majoritária em alguns Estados. As restrições se dariam justamente nas regiões onde a JBS tem possibilidade de exercer poder de mercado, seja pela concentração de abate de bovinos ou no mercado de carne in natura, disseram especialistas, que preferiram ficar no anonimato. Após comprar o Bertin, uma escalada de compras e arrendamentos pela JBS, especialmente no ano passado, motivou o Cade a recomendar uma análise conjunta dos processos de atos de concentração de todas as operações, segundo apontaram dois pareceres da superintendência-geral do órgão divulgados na noite de quarta-feira. A partir da recomendação desses dois pareceres, o órgão pode fazer a redistribuição dos casos por conexão, ou seja, organizando em apenas um conselheiro relator todos os processos que envolvem operações de ato de concentração da JBS, segundo informou a assessoria do Cade. A intenção do Cade é fazer esta redistribuição em nova sessão de distribuição, que deve acontecer na próxima quarta-feira, acrescentou a assessoria. PEQUENA CONCENTRAÇÃO A JBS, por sua vez, disse nesta sexta-feira em nota ao mercado que há pequena concentração de mercado no abate, afirmando que aproximadamente um terço dos animais abatidos pela companhia provém de apenas 3 por cento dos pecuaristas do Brasil. "A companhia teve, em 2011, uma participação de aproximadamente 15,4 por cento sobre o total de abate no Brasil...", disse em nota. Segundo a empresa, o parecer do órgão antitruste é "opinativo e inconclusivo". Mas a companhia afirmou em nota que "demonstrará ao Cade que as operações realizadas nos últimos anos não ferem nenhuma regra concorrencial, inclusive na medida em que continua existindo no setor intenso grau de rivalidade, além de ser factível a entrada de novos agentes". A companhia disse ainda que o preço pago ao pecuarista, em todo território nacional, tem se mantido estável ou em elevação desde o momento das aquisições efetuadas pela JBS, "que reconhece a importância de bem remunerar seus fornecedores visando à manutenção e incentivo da produção pecuária do país". A JBS observou também que "sempre atuou em conformidade com a legislação vigente e entende que operações de arrendamento e ou aluguel de ativos não são de submissão obrigatória ao Cade". "(...) Quando submeteu ao órgão de defesa econômica ato envolvendo locação de ativos, essa se deu por se tratar de uma operação de longo prazo (10 anos) e acompanhada por uma opção de compra, diferentemente dos demais arrendamentos de frigoríficos bovinos, que possuem vigência, via de regra, de dois anos." As ações da empresa fecharam em alta de 0,69 por cento, enquanto o Ibovespa caiu 0,3 por cento nesta sexta-feira. POSSÍVEIS RESTRIÇÕES As possíveis restrições à JBS devem considerar recomendações de pareceres anteriores, que já apontavam alto poder de concentração da companhia, observaram duas advogadas de São Paulo especializadas em direito concorrencial e antitruste, consultadas pela Reuters. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 25 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 "O processo está no gabinete do conselheiro relator... É muito provável que ele siga a recomendação da Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico), ele pode aprovar (a operação com a Bertin) com restrições, porque normalmente eles são mais rigorosos", ressaltou uma das advogadas. Elas lembram que já houve casos em que a Seae, do Ministério da Fazenda, deu parecer pela aprovação sem restrições, e o Cade impôs restrições. "É muito difícil o Cade ir contra um parecer da Seae, o que às vezes acontece é ir além", disse a outra advogada. "Então, acho que já é um bom indicativo de que alguma restrição vai ter", acrescentou. Relatório da Seae, de agosto de 2011, já recomendava a venda de ativos pertencentes à Bertin em Goiás e Minas Gerais. "É possível perceber que o ato de concentração realizado pelas requerentes enseja risco real de prejuízo à concorrência no que diz respeito ao mercado nacional de carne bovina in natura", apontou a Seae na ocasião. A Seae também demandou na época mais informações referentes à capacidade produtiva e arrendamento das plantas de concorrentes em Mato Grosso, que também podem influenciar diretamente no poder de mercado da companhia, além de dados sobre operações semelhantes em outros Estados. A concentração da JBS é criticada pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), após estudo de instituto local apontar que a empresa detém mais de 40 por cento do abate no Estado, o que compromete a capacidade de negociação dos produtores mato-grossenses. MULTAS Nos dois pareceres mais recentes do Cade que recomendam a reunião dos processos em apenas um relator, a JBS também foi multada por atraso na notificação de operações de arrendamento e compra. O Cade multou a JBS em 596,32 mil reais pela compra de ativos do Grupo SSB1, incluindo unidade frigorífica em Juara (MT) e uma unidade de curtume em Colíder (MT). Na outra operação, a JBS foi multada em 864,84 mil reais por atraso na notificação da compra de uma unidade frigorífica em Ponta Porã (MS) e dois centros de distribuição São José dos Pinhais (PR) e em Itajaí (SC). A superintendência-geral do Cade ressaltou ainda para o fato de que a JBS arrendou ou adquiriu algumas plantas e depois as fechou, além de ter arrendado unidades sem operações e que não foram colocadas para funcionar em tempo razoável. Tais casos, segundo a autoridade, "não fazem sentido do ponto de vista econômico". JBS DIZ QUE AQUISIÇÕES NÃO FEREM REGRA CONCORRENCIAL SUZANA INHESTA - Agencia Estado SÃO PAULO - A empresa de proteínas JBS afirmou nesta sexta-feira, em comunicado ao mercado, que todas as operações realizadas no Brasil no segmento de bovinos não "ferem nenhuma regra concorrencial, inclusive na medida em que continua existindo no setor intenso grau de rivalidade, além de ser factível a entrada de novos agentes, já que as barreiras de entrada no segmento são baixas". Esse argumento, segundo a empresa, será apresentado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), já que na sessão de julgamento da próxima quarta-feira (20), seis casos de aquisições da JBS, inclusive a compra do Bertin, em 2009, serão julgados em um só processo. Reportagem da edição desta sexta-feira do jornal O Estado de S.Paulo diz que o órgão antitruste identificou cerca de 70 operações de aquisições e arrendamentos no Brasil e 20 no exterior que não foram notificadas. Com isso, a participação da empresa nas vendas de carne bovina no País teria passado de 15% para 40%. Parecer do Cade sobre as últimas aquisições da empresa - da SSB (curtume em Colíder/MT e unidade frigorífica em Juara/MT) e da unidade frigorífica em Ponta Porã (MS) - diz que é "questionável do ponto de vista da racionalidade econômica" e levanta "indagação sobre eventual estratégia de afastamento da concorrência". Para a JBS, o parecer é "opinativo e inconclusivo" e defende a necessidade de aprofundar os estudos sobre o grau de rivalidade no setor e o impacto das operações tanto no âmbito do abate como no que diz respeito ao preço da carne ao consumidor final, devendo o Conselho fazer tal aferição. Ainda sobre aspectos concorrenciais, a JBS, no comunicado, esclarece que os preços pagos ao produtor nacional têm se mantido estável ou em elevação desde o momento das aquisições efetuadas pela companhia. "Reconhecemos a importância de bem remunerar seus fornecedores visando a manutenção e incentivo da produção pecuária do país", declarou a empresa. Concentração A JBS citou que a própria produção agropecuária brasileira tem apresentado grande concentração. Segundo o comunicado, cerca de um terço dos animais abatidos pela JBS provém de apenas 3% dos pecuaristas Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 26 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 existentes no Brasil. Porém, a companhia ressaltou que, com base em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e da publicação especializada ANUALPEC, da consultoria Informa Economics FNP, a participação da JBS no abate nacional é de 15,4% do total (base 2011), "o que demonstra a baixa concentração existente na indústria nacional". A empresa de alimentos também explicou, no comunicado, que "sempre atuou em conformidade com a legislação" e entende que arrendamentos e aluguéis de ativos não são de submissão obrigatória do Cade. "Quando submeteu ao órgão de defesa econômica ato envolvendo locação de ativos, essa se deu por se tratar de uma operação de longo prazo (10 anos) e acompanhada por uma opção de compra, diferentemente dos demais arrendamentos de frigoríficos bovinos, que possuem vigência, via de regra, de dois anos", disse a empresa, referindo-se à operação feita com a Doux Frangosul, no ano passado, na área de aves. Por fim, a JBS esclareceu que "todas as suas participações de mercado foram computadas nos cálculos de participação de mercado das operações apresentadas ao Cade. "Dessa forma, a JBS entende que sempre atuou com a máxima transparência no fornecimento de dados e informações e espera que, em uma análise eminentemente técnica, todas as suas operações serão aprovadas junto ao Tribunal Administrativo do Cade (...)", declarou. AMERICAN AIRLINES E US AIRWAYS CRIAM MAIOR AÉREA GLOBAL Fusão anunciada ontem cria uma empresa com receita de US$ 39 bi, maior que a United Continental A American Airlines e a US Airways anunciaram ontem a fusão das empresas, numa operação que criará a maior companhia aérea do mundo, com um valor de mercado de US$ 11 bilhões. A fusão conclui uma onda de consolidações que ajudou as companhias aéreas americanas a suportarem um período de dificuldades financeiras. O acordo, que era esperado pelo mercado, passou mais de um ano em gestação. A AMR, controladora da American Airlines, encaminhou um pedido de concordata em novembro de 2011 e a US Airways começou a negociar a fusão no início de 2012. A nova empresa, que vai operar sob a marca da American Airlines, será 2% maior em tráfego de passageiros pagantes que a atual líder mundial, a United Continental. A companhia combinada terá sede no Texas e será comandada pelo presidente da US Airways, Doug Parker. A fusão, que está sujeita à aprovação de reguladores e da corte de falências dos EUA, pode ajudar a acelerar a recuperação da indústria aérea americana, já que as empresas terão mais espaço para elevar tarifas com a eliminação de um competidor. A transação é a quarta grande fusão na indústria aérea dos EUA desde 2008, quando a Delta comprou a Northwest. United e Continental se uniram em 2010, e a Southwest Airlines comprou a AirTran Holdings em 2011. A empresa resultante da combinação da American com a US Airways terá receita de cerca de US$ 39 bilhões, com base nos números de 2012, à frente da United Continental que teve receita de cerca de US$ 37 bilhões. Os acionistas da US Airways terão 28% de participação na nova empresa. O restante ficará com acionistas da AMR e credores de suas subsidiárias, sindicatos trabalhistas da American e atuais funcionários da AMR. A transação deve gerar mais de US$ 1 bilhão em sinergias anuais em 2015. As empresas também disseram que assumirão a entrega de mais de 600 aviões. Brasil. A fusão deve fortalecer a American Airlines e terá impacto para os passageiros brasileiros, disse o consultor em aviação Nelson Riet. A American Airlines é líder nos voos entre Brasil e EUA, com cerca de 30% de participação, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil de 2010, os mais recentes disponíveis. A vice-líder é a TAM, seguida de Delta, parceria comercial e acionista minoritária da Gol. "A American poderá ser mais agressiva nesta rota", disse Riet. TAM e US Airways pertencem à aliança de empresas aéreas Star Alliance, o que permite que uma empresa venda passagens de trechos operados por outra e que os clientes troquem milhas por voos da parceira. A TAM também solicitou em janeiro a autorização da Anac para compartilhar voos com a American. A eventual saída da US Airways da Star Alliance, apontada como provável consequência da fusão, deve impactar pouco os clientes da TAM, segundo Riet. A companhia área resultante da fusão deve migrar para a aliança One World, que tem a American Airlines como uma das fundadoras. Mas, ao mesmo tempo, o mercado espera que a TAM também deixe a Star Alliance. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 27 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Uma das exigências das autoridades antitruste chilena e brasileira para aprovar a fusão da TAM com a LAN foi que as empresas escolhessem apenas uma aliança: a Star Alliance, da TAM, ou a One World, da LAN. "As duas devem ficar na One World", disse Riet. A decisão oficial ainda não foi anunciada. / REUTERS e MARINA GAZZONI ACORDO COMERCIAL ENTRE EUA E EUROPA DIVIDE GOVERNO BRASILEIRO Enquanto diplomatas querem buscar novos acordos de comércio, equipe econômica espera resolver primeiro disputas no Mercosul LISANDRA PARAGUASSU, IURI DANTAS / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo A notícia de que os Estados Unidos e os 27 países da União Europeia iniciaram negociações para um acordo de livre comércio foi recebida de maneira contraditória pelo governo brasileiro. A diplomacia aposta em usar o caso como exemplo para convencer a equipe econômica sobre a importância de acordos regionais de comércio. Os responsáveis pela política comercial, no entanto, não veem chances de avanço para o Brasil sem que se resolvam questões internas do Mercosul. A extensão, ou "ambição", do acordo EUA-UE indicará o tamanho do impacto na economia brasileira, na avaliação do Itamaraty. Se ficar limitado a bens e normas, o impacto não será tão significativo para o Brasil, na visão dos diplomatas. Mas a inclusão de serviços e compras governamentais pode reduzir a participação de empresas brasileiras nestes setores, porque companhias americanas e europeias teriam mais vantagens em competir entre si nos dois mercados. O Itamaraty começou ontem a mapear os impactos do acordo transatlântico para o Brasil. O relatório, que será apresentado à presidente Dilma Rousseff, fica pronto em algumas semanas. De início, as negociações entre UE e EUA vão consumir mais tempo dos negociadores europeus. Isso no momento em que o Brasil tenta retomar, de forma efetiva, as negociações de acordo de livre comércio entre o Mercosul e os europeus. O Itamaraty não vê prejuízos para essas negociações com a decisão anunciada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, no início da semana. Silêncio. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, evitou comentar o tema. Internamente, a equipe do ministro avalia que o Brasil tem as mãos amarradas porque só pode negociar em bloco e a Argentina resiste a acordos desse tipo. Por outro, os técnicos mais experientes da Pasta sabem que a vontade dos europeus de conseguir um pedaço do mercado brasileiro não representa vontade política suficiente para derrubar os pesados subsídios agrícolas, tema central para os brasileiros nas discussões com a UE. Diante deste cenário, o Palácio do Planalto optou por maior cautela em relação ao diálogo Estados Unidos e UE. O governo preferiu não se comprometer com comentários públicos e escolheu o Itamaraty como portavoz da questão. A presidente conversou com Pimentel ontem no Palácio do Alvorada. A ideia é seguir com o trabalho e apresentar, nos próximos meses, proposta de acordo aos europeus. A Confederação Nacional de Agricultura (CNA) identifica um prejuízo claro às pretensões brasileiras. As negociações de um acordo UE-Mercosul, que se arrastam há mais de dez anos, devem ficar em segundo plano para os europeus. "Há necessidade de se repensar a política comercial brasileira", afirmou Thiago Masson, coordenador da área internacional da entidade. Nesta conversa com a UE, interessa ao Brasil derrubar os subsídios agrícolas e obter mais acesso para produtos nacionais. A Europa, como os EUA, tenta uma saída para sua indústria manufatureira. Sob uma severa crise econômica, alto desemprego e dívidas soberanas em lento ajuste, a indústria do continente cortou preços para reduzir seus estoques. Parte do governo brasileiro teme uma invasão ainda maior destes produtos no mercado nacional, em caso de um acordo entre Mercosul e UE, Daí a importância de se obter redução nos subsídios europeus. Outro fator de preocupação para o País em relação ao possível acordo entre americanos e europeus são as normas. Atualmente, boa parte das normas de segurança sanitária, de qualidade para produtos, entre outras, são negociadas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O problema é que as negociações entre EUA e União Europeia podem resultar em normativos próprios. E essas regras tenderiam, naturalmente, a ser seguidas pela OMC, FAO e até outros parceiros comerciais do País. O SUPERACORDO Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 28 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Celso Ming A decisão dos Estados Unidos e da União Europeia de iniciar negociações para um Tratado Transatlântico de Livre Comércio, com início de vigência previsto para 2015, tem potencial para enorme impacto econômico global. Se o acordo sair, mais um pedaço de mercado externo escapará das empresas brasileiras. As primeiras análises são de que poderá proporcionar crescimento econômico de cerca de 1,5% ao ano nos dois lados do Atlântico - o que não deixa de ser um investimento baixo para a retomada global. A ideia é antiga e os resultados dependerão de árduas e complexas negociações que envolvem, de um lado, os Estados Unidos, e, de outro, 27 países. A tarifa aduaneira média no comércio entre Estados Unidos e União Europeia já é muito baixa: menos de 3%. Já indica que, nesse tratado, mais importante do que a derrubada de tarifas será a de regulações e de barreiras não tarifárias - como proibições para a entrada de produtos transgênicos e restrições à de carnes suínas pela Europa. De todo modo, dado o tamanho dos mercados (veja tabela), um novo acordo tende a aumentar substancialmente a escala do comércio entre os dois lados. Se os Estados Unidos elevarem suas importações da Europa e a Europa aumentar suas importações dos Estados Unidos, está claro que sobrará menos dos maiores mercados do mundo para os demais, especialmente para as empresas brasileiras. A iniciativa é a mais importante depois da criação da Organização Mundial do Comércio, em 1995. Como a Rodada Doha, que previa avanços multilaterais (no mundo todo) está paralisada, um novo acordo entre Estados Unidos e Europa tenderia a impulsionar nova onda de tratados bilaterais de comércio. O governo brasileiro parou no tempo. Recusa-se a entabular negociações bilaterais de livre comércio. Enterrou o projeto da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), não consegue evoluir no projeto de liberação do comércio entre Mercosul e União Europeia e só anda para trás nas relações comerciais dentro do Mercosul, onde, em vez de diminuir, as travas só aumentam. O governo brasileiro não é único responsável pela omissão. Os dirigentes do setor industrial, por exemplo, sempre se rebelaram contra a liberação do comércio entre o Brasil e qualquer bloco econômico, sob a alegação de que prejudicaria o setor produtivo nacional, dada a sua incapacidade de competir em igualdade de condições. No entanto, em vez de lutar pela redução do custo Brasil, que asseguraria ganhos de competitividade, optam por medidas protecionistas que ampliam a reserva de mercado interno - mas que são incapazes de abrir mercado externo. Também vêm reivindicando políticas de desvalorização cambial (alta do dólar) que o governo não consegue manter, devido a seu impacto inflacionário. As novas negociações bilaterais entre os dois maiores blocos econômicos do mundo devem mudar muita coisa. Outros acordos comerciais serão inevitáveis. Ou o governo brasileiro sacudirá sua inércia ou será mais uma vez ultrapassado pelos fatos. VALOR ECONÔMICO, SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013 CADE INVESTIGA SUPOSTO CARTEL EM TI Por Thiago Resende | De Brasília O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vai investigar um suposto cartel que atuaria em licitações realizadas por órgãos e empresas públicas com sede no Distrito Federal (DF) para contratar serviços terceirizados de tecnologia da informação (TI). Com base em documentos encaminhados no ano passado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o processo administrativo foi instaurado ontem pela Superintendência-Geral do Cade. "Há indícios de que sete empresas e dez executivos teriam trocado informações e se coordenado para fixar preços, ter vantagens em licitações e dividir o mercado de serviços de tecnologia da informação", informou, em nota, o órgão antitruste. Entre as empresas citadas, segundo o parecer da superintendência, estão: Adler Assessoramento Empresarial, Alsar Tecnologia em Redes, CDT Comunicação de Dados, Netway Datacom Comércio de Sistemas para Informática, Rhox Comunicação de Dados, Tellus Informática e Telecomunicações e Vertax Redes e Telecomunicações. Ao analisar o caso, a superintendência encontrou indícios de que o suposto cartel teria prejudicado órgãos e empresas públicas, pois teria eliminado a competição nas licitações desses serviços. Segundo a denúncia, logo após a publicação dos editais de licitação, os envolvidos no suposto esquema mantinham uma intensa comunicação e chegavam a trocar informações comerciais sensíveis, como preço, clientes e condições de participação em licitações. O objetivo era que cada empresa adotasse a estratégia correta para garantir a divisão do mercado, ou seja, das licitações. Com a abertura da investigação, os acusados serão notificados para apresentar defesa no prazo de 30 dias, informou o Cade. Depois, o caso será enviado para julgamento pelo plenário do órgão. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 29 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Procuradas pelo Valor, as empresas não responderam aos pedidos de entrevista ou não foram encontradas. BUFFETT E 3G COMPRAM A HEINZ Por Adriana Mattos, Vanessa Adachi e Leticia Casado | De São Paulo Warren Buffett, sócio dos brasileiros da 3G Capital na Heinz: "Esse é o meu tipo de negócio e o meu tipo de parceiro" Começou com um cordial jantar num restaurante na Flórida, nos Estados Unidos, a costura do maior negócio já realizado na indústria mundial de alimentos. No encontro, uma proposta financeiramente sedutora foi apresentada ao presidente do conselho de administração e CEO da Heinz Company, William Johnson. A conversa durou poucas horas e só estavam presentes Jorge Paulo Lemann, Alex Behring, ambos da empresa de investimentos 3G Capital, e Johnson. Mas foi determinante. Apenas oito semanas depois, a holding Berkshire Hathaway, do investidor americano Warren Buffett, e a 3G Capital anunciaram o acordo para a aquisição de 100% da Heinz. O anúncio foi feito na manhã de ontem. Dessa forma, os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira - o trio de sócios que criou a Anheuser-Busch InBev (AB Inbev) e é dono do Burger King - tornaram-se controladores da Heinz, uma das maiores empresas de alimentos dos Estados Unidos, com 144 anos e US$ 11,6 bilhões em vendas anuais. Em dois meses, Buffett e Lemann organizaram uma operação que surgiu de maneira quase casual. Buffett e Lemann encontraram-se em dezembro num voo e, entre uma conversa e outra, Lemann apresentou a ideia. Buffett, na mesma hora, mostrou-se favorável. Naquela conversa, concordaram que a 3G ficaria com a gestão do negócio, se a ideia progredisse. Buffett disse a Lemann que acompanhava a Heinz, dona do ketchup mais famoso do mundo, "muito de perto", desde os anos 80. Duas semanas após o encontro dos dois empresários, o projeto começou a ser colocado em pé, o que levou mais seis semanas. Foi anunciado ontem. A 3G conduziu toda a negociação, apurou o Valor. Sócios planejam fechar o capital da Heinz na bolsa de Nova York, seguindo estratégia aplicada no Burger King Entre as medidas acertadas entre os sócios, está o plano de fechar o capital da empresa na bolsa de Nova York, segundo apurou o Valor com fonte próxima à operação. Isso foi feito com o Burger King, quando os brasileiros da 3G adquiriram o controle da rede em 2010. "Esse é o meu tipo de negócio e o meu tipo de parceiro", resumiu ontem Buffett, à rede de TV CNBC. Por US$ 28 bilhões, Berkshire Hathaway e 3G Capital adquirem a companhia, com o pagamento de US$ 72,50 por ação da Heinz, o que equivale a pouco mais de US$ 23 bilhões em dinheiro. O restante, US$ 5 bilhões, equivale a dívidas da empresa assumidas pelos investidores. A Berkshire investirá de US$ 12 bilhões a US$ 13 bilhões na aquisição. A operação está sujeita à aprovação dos acionistas da Heinz e autoridades regulatórias dos Estados Unidos, mas deve ser aprovada, dizem analistas. A transação será realizada por meio de uma combinação de caixa gerado pela Berkshire Hathaway e afiliadas da 3G Capital. As firmas de investimento terão, cada uma, US$ 4,5 bilhões de participação no capital social da companhia. A holding de Buffett terá uma fatia adicional de US$ 8 bilhões em papéis preferenciais. A transação deve ser concluída até o terceiro trimestre deste ano. Foi uma operação celebrada por analistas. Em relatórios ao mercado, consideraram a aquisição "um negócio fabuloso" para os acionistas da Heinz (o prêmio é de 20% sobre o valor do fechamento do papel no pregão de quarta-feira). Ontem, os papéis da Heinz abriram em alta e fecharam o dia também em alta de 19,87%, para US$ 72,50, o valor ofertado pelos sócios. Para a Heinz, o negócio pode ser o atalho para um crescimento mais rápido. E para a 3G, é um negócio que tem a cara dos sócios brasileiros. É que a Heinz pode ser muito melhor do que é - exatamente o que interessa a Lemann, Telles e Sicupira. Não que a empresa seja um problema, mas ela cresce devagar. E o que precisa ser feito pode trazer ganhos rápidos. "A Heinz é muito bem gerida. Mas eles não estão há muito tempo na América Latina, e podem precisar de ajuda em desenvolver esses mercados agora" disse ao Valor a analista Beth Ann Loewy, da corretora Sturdivant & Co. Segundo relatórios de resultados, a companhia tem crescido, nos últimos três anos, um dígito em média (em 2012, a alta foi de 8,8% na receita). O lucro operacional subiu 5,7% em 2011 e 11,9% em 2012. Um dos pontos dos analistas é que as despesas crescem na mesma velocidade - os gastos têm ficado, nos últimos três anos, em torno de 21% da receita, em média. Analistas ressaltam ainda que a pressão da concorrência afeta a Heinz. Erin Lash, da consultoria Morning Star, diz que a marca Ore-Ida, de produtos como batata frita, tem enfrentado problemas, decorrentes da rivalidade agressiva e da "falta de interesse" dos consumidores nos Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 30 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 produtos. Em linhas gerais, dizem analistas, a Heinz poderia ser mais eficiente. Há melhorias possíveis na distribuição ao varejo e no trabalho a ser feito com as marcas do grupo e, especialmente, numa exploração mais consistente de mercados emergentes. A expectativa é que a 3G implante seu modelo de gestão, já conhecido em companhias como AB Inbev e Burger King. O comando capitaneado pelos brasileiros deve partir para uma racionalização dos custos, com revisão de gastos internos, implantação de orçamentos base zero e definição de políticas de meritocracia. Nos negócios em que já entrou, a 3G revisou inclusive o impacto de programas sociais. É possível que isso seja revisto na Heinz. Sobre o assunto, a empresa fala pouco, agora. 31 Behring, cofundador da 3G, disse ontem que era cedo demais para falar em corte de custos. Os novos donos da Heinz não descartam a ideia de utilizar a Heinz como braço de investimento para comprar outras empresas no futuro. Hoje, a companhia não admite que haverá mudanças na gestão da Heinz, mas para fontes próximas aos sócios, é só uma questão de tempo. Há algumas possibilidades na mesa, dizem essas fontes. O principal cotado para uma função de comando é Behring, que acompanhou todo o processo de negociação. Outro nome comentado ontem no mercado para comandar a Heinz é o de Paulo Basilio, ex-diretor-presidente da holding ALL, da 3G. Fonte próxima à companhia diz que a empresa é "bem tocada", e como a aquisição foi fechada muito rapidamente, ainda não foi possível fazer uma análise detalhada do comando atual. Publicamente, Johnson, CEO da Heinz, desconversa. "Sou jovem demais para me aposentar", disse ontem, e depois emendou: "Eu espero continuar fazendo alguma coisa". Ele tem 64 anos. Buffett e 3G têm histórico de investir no setor de consumo. A Berkshire, por exemplo, detém uma fatia de quase 9% na The Coca-Cola Company, além de uma participação de mais de 2% na Procter & Gamble e de 1,4% no Walmart. (Colaborou Renato Rostás) AMERICAN E US AIRWAYS CRIAM MAIOR AÉREA DO MUNDO Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Por Alberto Komatsu | De São Paulo A American Airlines e a US Airways anunciaram ontem a criação da maior companhia aérea do mundo, com valor de mercado de US$ 11 bilhões, receita operacional combinada de US$ 38,2 bilhões, no ano passado, 1,5 mil aeronaves (10 vezes a frota da TAM), 100 mil funcionários e 6,7 mil voos por dia (8,3 vezes a operação diária da Gol). A fusão entre as duas americanas supera a união entre as rivais United e Continental, que poderá ser concluída neste ano. A nova empresa vai operar com o nome de American Airlines e ontem era chamada informalmente de "nova" American. A união entre a American, em concordata desde novembro de 2011, e a US Airways já vinha sendo cogitada desde o ano passado. O conselho de administração das duas empresas aprovou, por unanimidade, a negociação na noite de quarta-feira. A fusão terá de ser avaliada por autoridades antitruste e Justiça dos EUA pois a American está em concordata. O negócio poderá ser concluído no final de setembro. 32 Os credores da holding da American, a AMR, terão 72% das ações com direito a voto (ON) da nova empresa, incluindo uma fatia de 23,6% para trabalhadores e sindicatos de funcionários da American. Os acionistas da US Airways terão os 28% restantes. O CEO da nova American será o atual presidente da US Airways, Doug Parker (ver reportagem abaixo). O comando do conselho de administração ficará com atual CEO da American, Thomas Horton. A América Latina, especialmente o Brasil, são peças fundamentais na estratégia de expansão da nova American, disseram ao Valor o vice-presidente da American para América Latina e Caribe, Art Torn, e a vice-presidente da US Airways, Madeleine Gray. "Acreditamos que a fusão e a nossa malha de voos com a fusão nos permite atender mais passageiros e ter Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 um crescimento agressivo. Nosso foco não é apenas o mercado doméstico mas o mercado global também", disse Torn. "O impacto [da fusão] só pode ser positivo porque a American tem uma grande presença na América Latina e estamos felizes por fazer parte disso", acrescentou Madeleine. Já especialistas de aviação não enxergam significativo impacto na América Latina. Para eles, a fusão é uma alternativa para ganhar escala e competir com as rivais, que já protagonizaram processos de consolidação. São fusões como as protagonizadas entre United e Continental, Delta e Northwest, Southwest e Air Tran. "Com absoluta certeza, foi um negócio voltado para o mercado americano, onde as duas se complementam. A US Airways é forte nas regiões nordeste e sudoeste", disse o especialista em aviação americana e sóciodiretor da consultoria Alvarez & Marsal para a América Latina, Luis de Lucio. O professor de transporte aéreo da Escola Politécnica da UFRJ, Respício Espírito Santo, afirmou que a negociação foi uma questão de sobrevivência. "É uma fusão muito mais de sobrevivência do que de realinhamento estratégico. As duas precisam ficar maiores, mais densas, porque as concorrentes estão muito maiores", afirmou. Torn, vice-presidente da American, lembrou que o acordo de compartilhamento de voos ("codeshare") com a TAM Linhas Aéreas será importante para melhorar a qualidade e capilaridade do atendimento dos passageiros da nova American, no Brasil. Respício, da UFRJ, e Lucio, da Alvarez & Marsal, afirmam que a negociação reforça a tendência de a TAM, após a fusão com a LAN, aderir à aliança global Oneworld, a mesma da LAN e da American. A América Latina é o maior mercado internacional da nova American, com operações em 80 destinos. A operação latino-americana supera a Ásia-Pacífico (5 destinos) e a Europa e Oriente Médio (21 destinos). Só fica atrás dos Estados Unidos e Canadá (230 destinos). No Brasil, somente a American opera 111 voos por semana entre o Brasil e os Estados Unidos, a maior operação de uma companhia aérea estrangeira no país. A US Airways opera um voo diário entre o Rio de Janeiro e Charlotte, na Carolina do Norte. A partir de 6 de maio, a US Airways vai dobrar a sua operação no Brasil, com mais sete voos por semana entre São Paulo e Charlotte. Torn, da American, diz que aguarda a aprovação das autoridades brasileiras e americanas para dois novos destinos: Curitiba e Porto Alegre. Atualmente, a empresa opera em sete capitais. Segundo ele, a US Airways também tem interesse em novos voos no país a partir de Charlotte. A fusão da American Airlines e a US Airways foi o último capítulo da consolidação entre grandes companhias aéreas no continente americano. A afirmação é do especialista em aviação da consultoria Bain & Company, André Castellini. Segundo ele, o próximo passo na aviação global poderá ser o estabelecimento de joint ventures operacionais entre companhias de diferentes continentes e, futuramente, a possibilidade de fusões transcontinentais. UM NOVO COMPETIDOR PARA UNITED E DELTA Por Sérgio Lamucci | De Washington A fusão entre a American Airlines e a US Airways vai criar um competidor de peso para enfrentar a United Continental e a Delta Air Lines, evitando os riscos de que essas duas empresas pudessem ditar as regras desse mercado, segundo analistas americanos. O negócio tampouco deve enfrentar a objeção das autoridades que tratam da concorrência - há pouca sobreposição de rotas e não houve restrições nos últimos anos a operações envolvendo outras grandes companhias do segmento. E o nível de demissões pode ser baixo. O analista Robert Herbst, da consultoria AirlineFinancials.com, disse que a fusão é muito positiva, com impacto favorável não apenas para os EUA, mas também no cenário global da aviação. "É melhor ter um terceiro grande competidor nesse mercado", afirmou Herbst, para quem a notícia é boa também para o consumidor, já que a nova companhia terá mais poder para rivalizar com a United Continental e a Delta. O analista de aviação e transporte Bob McAddoo, da empresa de análise Imperial Capital, acredita que a tarifa média pode subir um pouco, mas não será nada exagerado. Analista do banco de investimentos Dahlman Rose, Helane Becker disse que ainda haverá um grau de competição razoável no mercado, mesmo com as três grandes ficando com três quartos da capacidade do mercado. Companhias como Southwest, JetBlue e Virgin ainda terão espaço, diz Helane. Para ela, essa deve ser a última grande fusão do setor. Novas operações podem ocorrer, mas não terão mais o porte da união American e US Airways. A fusão, nota Helane, fortalece a indústria, que viu algumas empresas passarem por processos de recuperação judicial nos últimos anos. A AMR, holding da American, fez isso em novembro de 2011. E o Departamento de Justiça pode barrar a operação, por causa de uma eventual excessiva concentração de mercado? "Isso não deve ocorrer. Outras operações foram aprovadas, como a da United com Continental e a Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 33 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 da Delta com a Northwest", disse Helane. Para McAddoo, American e a US Airways competem diretamente em poucas rotas - 12. Para Herbst, a fusão não deve acarretar muitas demissões. Para Helane, pode haver 10% de cortes concentrados na área administrativa. FOLHA DE SÃO PAULO DE, SÁBADO, 16 DE FEVEREIRO DE 2013 PARA GOVERNO, PAÍS SERÁ PREJUDICADO POR ACORDO ENTRE EUA E UE Indústria nacional perderá competitividade externa se área de livre-comércio prosperar RENATA AGOSTINIDE BRASÍLIA A negociação entre os EUA e a União Europeia (UE) para a formação de uma área de livre-comércio preocupa setores do governo brasileiro. A avaliação é que o Brasil sairá inevitavelmente prejudicado caso o acordo prospere, diante das vantagens que as empresas americanas e europeias ganharão com barreiras comerciais menores. Uma equipe do Itamaraty começou a mapear os impactos da área de livre-comércio e o relatório deve ficar pronto nas próximas semanas. Com o crescimento das vendas para a China, principalmente de commodities (como minério e soja), a participação dos EUA e da União Europeia nas exportações de produtos brasileiros caiu de forma significativa nos últimos cinco anos. Juntos, os dois mercados absorveram mais de 40% das exportações brasileiras em 2007. Em 2012, compraram pouco mais de um terço. A perspectiva de que as duas potências iniciem as discussões já em junho deste ano assusta técnicos do governo. O debate pode monopolizar as atenções das autoridades europeias, relegando a segundo plano as conversas para a criação da área de livre-comércio entre o Mercosul e a UE, iniciadas em 1999. Segundo um técnico do governo a par das negociações, o Brasil pode acabar pagando o preço pela demora em avançar no acordo. Após seis anos de interrupção, as conversas foram retomadas em 2010. Na prática, portanto, o Brasil já poderia ter formulado sua proposta e a levado para apreciação dos demais membros do bloco. Em setembro do ano passado, a Camex (Câmara de Comércio Exterior) decidiu abrir uma consulta pública sobre o tema antes de levar adiante novas conversas com os parceiros do Mercosul. Segundo apurou a Folha, na análise de técnicos do Ministério do Desenvolvimento e do Itamaraty, a iniciativa retardou ainda mais o processo, já que não se trata de um trâmite obrigatório. O plano agora, acertado em janeiro deste ano entre autoridades dos dois blocos, é que os países do Mercosul entrem em acordo sobre o que irão propor à União Europeia até o quarto trimestre de 2013. Segundo o Itamaraty, o anúncio das negociações entre EUA e UE não vai acelerar as negociações do Mercosul com os europeus e o cronograma anterior será mantido. O ESTADO DE SÃO PAULO, SÁBADO, 16 DE FEVEREIRO DE 2013 JBS NEGA IRREGULARIDADES EM ARRENDAMENTOS RAQUEL LANDIM - O Estado de S.Paulo O JBS considerou "opinativo" e "inconclusivo" parecer da superintendência geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que recomendou que o crescimento do frigorífico seja investigado pela autarquia. Segundo o Estado apurou, na próxima quarta-feira, os seis casos de aquisições do JBS hoje em análise no Cade serão reunidos em um só processo, que ficará a cargo do conselheiro Marcos Paulo Veríssimo. Além disso, a superintendência geral do órgão identificou cerca de 70 operações de aquisições e arrendamentos de plantas frigoríficas no País que não foram notificadas. O tribunal vai avaliar o que deveria ter sido informado e acrescentar no processo. Apenas as plantas arrendadas, se reunidas em uma empresa, seriam o segundo ou terceiro maior frigorífico do País. No comunicado divulgado ontem, o JBS informou que "demonstrará ao Cade que as operações realizadas nos últimos anos não ferem nenhuma regra concorrencial". A empresa argumenta que "operações de arrendamento ou aluguel de ativos não são de submissão obrigatória". O JBS ressaltou que, em 2011, teve uma participação de 15,4% no total de abate de bovinos no País, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e da publicação especializada Anualpec. A empresa não informou os dados de 2012. No ano passado, a companhia adquiriu ou arrendou 11 plantas, conforme o parecer da superintendência geral do Cade. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 34 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a fatia do JBS no abate de bois fica entre 50% e 60%, o que já gerou reclamações de pecuaristas. A empresa diz, no entanto, que o Cade deveria considerar em sua análise o mercado nacional, e não o regional. Nos últimos três anos, a fatia do JBS nas vendas de carne bovina no País subiram de 15% para pouco menos de 40%, conforme fontes próximas ao processo. O JBS não divulga esse dado. O ESTADO DE SÃO PAULO, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 BRASIL FECHA SÓ TRÊS ACORDOS DE COMÉRCIO EM 20 ANOS AE - Agencia Estado SÃO PAULO - Israel, Palestina e Egito. E apenas o primeiro está em vigor. Esse é o saldo de acordos de livre-comércio selados pelo Brasil desde 1991, quando se tornou membro do Mercosul. Nessas duas décadas, houve uma explosão de acordos bilaterais e regionais no mundo. Para os analistas de política comercial, os números mostram que o Brasil ficou para trás. O anúncio na semana passada das negociações entre Estados Unidos e União Europeia para formar a maior zona de livre-comércio do planeta aumentou a pressão sobre o governo brasileiro, que adota uma postura cautelosa na área comercial por conta do tamanho e da complexidade da economia local. "Nesse período, o mundo se mexeu muito, inclusive na nossa região", diz Soraya Rosar, gerente executiva da unidade de negociações internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI). "O Brasil está fora das grandes cadeias produtivas." Dados compilados pela Organização Mundial de Comércio (OMC) mostram que, até 10 de janeiro deste ano, 543 acordos bilaterais ou regionais haviam sido notificados (contando mercadorias e serviços em separado). Desses, 354 estavam em vigor - e pelo menos metade foi estabelecida de 2003 para cá. Essa explosão de acordos bilaterais é uma consequência do fracasso das negociações da Rodada Doha, da OMC, que pretendiam derrubar barreiras ao comércio global, principalmente na área agrícola. "Estamos assistindo a substituição de Doha por um processo regional. E, em um mundo que se regionaliza, o Brasil tem poucos acordos", diz Sérgio Amaral, ex-ministro do Desenvolvimento. Os Estados Unidos possuem hoje 14 acordos de livre comércio em vigor e estão com duas grandes negociações em curso: o acordo com a União Europeia e uma aliança entre os países do Oceano Pacífico, com exceção da China. A UE também tem em vigor 32 acordos, e até mesmo a China, que desperta medo nos países, já assinou 15 tratados. Vizinhos Na América do Sul, os acordos proliferaram. Peru e Colômbia seguiram o caminho de Chile e México e selaram, respectivamente, 12 e 11 acordos de livre-comércio, incluindo EUA e UE. Os chilenos abriram o mercado para 21 países, enquanto os mexicanos assinaram 13 acordos, conforme estudo da CNI. De acordo com analistas, os países andinos estão colhendo os bons frutos da abertura de mercado. No ano passado, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), as economias de Chile, Peru e Colômbia avançaram, respectivamente, 5%, 6% e 4,3%. Já o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve ter subido 1%. Fontes do governo ponderam que os países andinos tem características muito distintas do Brasil, uma economia grande e complexa. Chile, Peru e Colômbia são dependentes das vendas de algumas poucas commodities e não possuem uma indústria desenvolvida - por isso, tem facilidades para fechar acordos. Cautela A política comercial do governo Dilma é "cautelosa" e mira no modelo chinês de integração regional, mas sem a agressividade do gigante asiático e apostando na parceria com os países da América do Sul, explicou ao jornal O Estado de S. Paulo um auxiliar direto da presidente. Segundo essa fonte, nada muda na orientação da política comercial brasileira após o anúncio do início das negociações entre Estados Unidos e União Europeia para a formação de uma área de livre-comércio. "Vemos com naturalidade, sem nenhuma afobação subalterna", disse. No Itamaraty, no entanto, o clima é de preocupação com os reduzidos movimentos do Brasil no front externo. Para experientes negociadores, o País precisa fazer sua opção de política industrial: vai produzir tudo internamente confiando no tamanho do seu mercado ou vai se abrir para o mundo? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. POLÍTICA COMERCIAL DE DILMA É 'CAUTELOSA' Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 35 CLIPPING DO IBRAC N.º 06/2013 11 a 17 de fevereiro de 2013 Segundo auxiliar da presidente, ordem é avançar nos acordos bilaterais, sem abrir mão de projeto nacional. Brasil mira modelo chinês RAQUEL LANDIM - O Estado de S.Paulo A política comercial do governo Dilma é "cautelosa" e mira no modelo chinês de integração regional, mas sem a agressividade do gigante asiático e apostando na parceria com os países da América do Sul, explicou ao 'Estado' um auxiliar direto da presidente. Segundo essa fonte, nada muda na orientação da política comercial brasileira após o anúncio do início das negociações entre Estados Unidos e União Europeia para a formação de uma área de livre-comércio. "Vemos com naturalidade, sem nenhuma afobação subalterna", disse. No Itamaraty, no entanto, o clima é de preocupação com os reduzidos movimentos do Brasil no front externo. Para experientes negociadores, o País precisa fazer sua opção de política industrial: vai produzir tudo internamente confiando no tamanho do seu mercado ou vai se abrir para o mundo? Conforme o auxiliar da presidente, a ordem é avançar com as negociações bilaterais em curso com a União Europeia e o Canadá, mas com "realismo" e sem abrir mão do "projeto nacional" de desenvolvimento. "Acordos bilaterais provocam uma especialização de produção, que não é o caso do Brasil, que possui uma indústria diversificada". O governo Dilma refuta as críticas de que é "protecionista". Segundo esse interlocutor, o Brasil cumpre todas as regras da OMC e é "um dos países mais abertos do mundo ao investimento estrangeiro", pois qualquer empresa estabelecida no País tem tratamento nacional com acesso a recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Essa fonte revela que a administração Dilma "observa" o modelo da China, que iniciou sua integração global pelos países da sua região, com destaque para Japão e Coreia do Sul, num processo que demorou décadas. O Brasil, no entanto, não utiliza a "agressividade" dos chineses, mas aposta no "soft power" e na "integração produtiva". Para analistas do setor privado, a administração Dilma Rousseff vem mandando sinais confusos sobre sua política comercial. O governo moderou o discurso de integração entre países pobres adotado na época do presidente Lula e tenta avançar nos acordos bilaterais com os ricos, mas, ao mesmo tempo, elevou tarifas de importação de insumos importantes como aço ou químicos e estabeleceu barreiras à entrada de carros importados. "Os acordos bilaterais pífios do Brasil denotam uma opção política de assumir que é um país grande, que precisa ter cautela e preservar alguns setores. Mas não somos tão resistentes como Argentina ou Venezuela. O debate sobre a abertura está inconcluso", diz Lia Valls, professora da Fundação Getúlio Vargas. Mercosul-UE. Uma das negociações que mais despertam o interesse do governo brasileiro hoje é MercosulUnião Europeia. Segundo fontes presentes à reunião da parceria estratégica entre Brasil e UE, que ocorreu janeiro em Brasília, a presidente Dilma demonstrou "muita disposição" em retomar as negociações com os europeus. No segundo semestre, deve ocorrer uma troca de ofertas de abertura de mercado entre os dois blocos. Conforme uma fonte, a razão da demora é a volta do Paraguai ao Mercosul, que só deve ocorrer após as eleições e a posse do novo presidente. O Ministério do Desenvolvimento realizou uma consulta pública entre os empresários sobre o acordo com os europeus. Vários setores mantiveram a oferta que havia sido apresentada em 2004, apesar de o cenário hoje ser muito pior para a indústria. O maior desafio do Brasil, no entanto, será convencer a Argentina, da presidente Cristina Kirchner, a negociar a sério com os europeus. No fim do mês, os sócios do Mercosul se reúnem em Montevidéu, e os técnicos vão tentar tratar do assunto. Rua Cardoso de Almeida 788 cj 121 Cep 05013-001 São Paulo-SP Tel Fax 011 3872-2609 www.ibrac.org.br email: [email protected] 36