ECOLOGIA, FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLÓGIA DE MACRÓFITAS EM VÁRZEAS DO BAIXO RIO SÃO FRANCISCO. Gilberto Gonçalves Rodrigues, Rafael Rodrigues Freire, Ana Paula Alencar, Leonardo Sena Azevedo, Carla B.A.Chastinet & Eduardo Mendes da Silva Instituto de Biologia-UFBA, Departamento de Botânica, Programa de Monitoramento, Avaliação e Reabilitação de Ecossistemas Naturais e Artificiais do Estado da Bahia, Salvador, BA, Brasil. [email protected] O objetivo deste estudo foi testar o grau de desenvolvimento da sucessão de macrófitas em várzeas do Baixo Rio São Francisco–BRSF (estimado pelo aumento do nível da água), e o grau de conectividade entre os locais estudados, de forma que possa ser utilizado como característica preditora da diversidade de macrófitas. O BRSF compreende uma área localizada desde a foz do rio – entre Sergipe e Alagoas até Paulo Afonso–Bahia. O estudo foi realizado em quatro várzeas localizadas à jusante de Propriá (SE): Várzea da Capela (APA – Marituba do Peixe, Penedo, AL), Várzea do Matias de Souza (Santana do São Francisco, SE); Várzea da Pindoba (Neópolis, SE) e Várzea do Morro (Propriá, SE), de janeiro a dezembro 2008. O levantamento florístico foi realizado ao longo de transecções demarcadas a partir das margens das várzeas e amostradas mensalmente. Para o conhecimento das espécies mais freqüentes das macrófitas foi realizado levantamento fitossociológico, utilizando-se o método do quadrado (0,28 m²). Para a estimativa de cobertura foi utilizada a escala modificada de Braun-Blanquet. Foi registrada a ocorrência de 17 espécies distribuídas em 11 famílias. Dentre elas três são submersas, cinco são flutuantes livres, uma flutuante enraizada, duas enraizadas com folhas flutuantes, duas emergentes e quatro anfíbias. Nas várzeas de Capela, Matias de Souza e Morro o desenvolvimento sucessional das macrófitas iniciou a partir de abril 2008 e estendeu-se até novembro 2008, devido ao aumento da precipitação na região (período de cheia: abril – outubro) e conseqüente aumento do nível d’água da várzea. Nos demais meses (período de seca: novembro – março), o nível da água das várzeas chegou a zero. A várzea da Pindoba manteve-se com nível da água sempre acima de 1,5 m, devido sua proximidade ao leito do rio. Nos meses mais chuvosos (junho – julho), o nível da água alcançou profundidade superior a 2,5 m (Várzea da Capela). Constatou-se que ao longo dos meses, ocorreu um aumento da riqueza de espécies, com alternância da dominância destas. Além disso, foi verificada que as várzeas, que possuem maior intervenção antrópica (e.g., presença de comporta e uso da terra) apresentam menor diversidade. (CNPq 555481/2006-9 – Subprojeto: Estudos Limnológicos Básicos de Zonas Regularizadas: contribuição para a implantação de vazões ecológicas no Baixo Curso do Rio São Francisco). Palavras-chave: Macrófitas aquáticas, Rio São Francisco, Planície de inundação.